Buscar

LEUCAENA e MANIHOT

Prévia do material em texto

LEUCAENA LEUCOCEPHALA (LEUCENA)
Nome Científico: Leucaena leucocephala
Nomes Populares: Leucena (Brasil); Leucaena (Bolívia, Chile)
Família: Mimosaceae (Leguminosae - Mimosoideae)
Variedades: tipo Havaiano, tipo Salvador e tipo Peru
Origem: Originária das Américas, ocorrendo naturalmente deste o Texas, EUA, até o Equador, e concentrando-se no México e na América Central. Foi introduzida nas Ilhas do Caribe, no Havaí, Austrália, Índia, Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné e outros países do sudoeste da Ásia, em países da África e no Brasil.
Morfologia: É uma planta arbóreo-arbustiva, com altura de até 20 m e diâmetro à altura do peito (DAP) de até 30 cm. Possui folhas bipinadas de 15 cm a 20 cm de comprimento, com 4 a 10 pares de pinas, cada uma com 5 a 20 pares de folíolos; foliólos com 7 mm a 15 mm de comprimento e 3 mm a 4 mm de largura. Numerosas flores brancas se agrupam em capítulo globular de 1,5 cm a 3 cm de diâmetro. Os frutos são vagens, planas, de 12 cm a 18 cm de comprimento e 1,5 cm a 2,0 cm de largura, contendo 15 a 30 sementes elípticas, achatadas, brilhantes, de coloração marrom, com 6 mm a 8 mm de comprimento e 3 mm a 4 mm de largura. Em geral, um quilograma de sementes de leucena contém de 15 a 20 mil sementes.
As variedades de leucena diferem em porte e produção de biomassa foliar, sendo conhecidas mais de cem variedades que são agrupadas em três tipos: “Havaiano”, “Salvador” e “Peru”.
O tipo Salvador apresenta plantas altas, com até 20 m de altura, folhas grandes e troncos grossos. Normalmente, produz mais do dobro de biomassa que o tipo Havaiano.
O tipo Havaiano é composto por variedades arbustivas com até 5 m de altura, que florescem precocemente (com 4 a 6 meses de idade). Apresenta pouca produção de madeira e folhas e sua produção abundante de sementes pode tornar esta planta uma invasora.
O tipo Peru apresenta plantas com até 15 m de altura, bastante ramificadas e grande quantidade de folhagem. Portanto, produz pouco material lenhoso, mas grande biomassa foliar.
Recomendações Agronômicas: 
fertilidade do solo: acima de média fertilidade, com pH acima de 5,2
Época de plantio: durante a estação chuvosa
Forma de plantio: sementes e partes de raízes
Espaçamento: na linha 0,25, 0,50, 0,75 até 1,0 m na linha e 0,50, 1,0, 3,0 a 10 m entre linhas
Escarificação da semente: necessária
Inoculação da semente: inocular com estirpe de Rhizobium TAL1145
Modo de plantio: em linha
Sementes necessárias: 5 a 8 kg/ha
Tempo para utilização: 150 a 160 dias de plantio
Tolerância à seca: alta
Tolerância ao frio: baixa
Tolerância a solos úmidos: requer solos drenados e não tolera alagamentos
Altitude: 500 a 1.700 m
Consorciação: todos os tipos de gramíneas
Adubação: de acordo com as recomendações técnicas determinadas pela análise de solo
Pureza: mínima 95%
Germinação: mínima 60%
Tipos de solo e adubação: A leucena não cresce bem em solos ácidos, latossólicos com alto teor de alumínio e geralmente deficientes em cálcio, molibdênio e zinco, sendo necessário, neste caso, a inclusão de calcário e fosfatos. Cresce melhor em solos com pH próximo ao neutro, e a nodulação e seu crescimento são afetados, adversamente, abaixo de pH 5,5.A calagem de solos ácidos, visando elevar o pH para próximo do neutro, e adubações pesadas de superfosfato simples melhoram bastante a camada superficial do solo, mas as raízes da leucena, nestas condições, não se aprofundam, tornando a planta sensível à falta de água que ocorre na estação seca, reduzindo a produção de forragem.
Tolerância a pragas e doenças: As principais pragas que atacam a leucena são os cupins e as formigas. Em solos bem preparados, ocorre redução no ataque de cupins na face de estabelecimento, podendo ser combatido com pulverização de cupinicida. Outra praga é a formiga, que deve ser combatida permanentemente, sob risco de diminuição acentuada da população de plantas e da oferta de forragem aos animais.
Implantação: Para o cultivo da leucena em áreas de sequeiro, as mudas devem ser produzidas diretamente a céu aberto. O ideal é semear diretamente em recipientes plásticos, com perfurações laterais, medindo 10 cm de largura por 20 cm de altura ou conforme a disponibilidade de recipientes. Encha-os com terra e esterco curtido, na proporção de dois para um. Enterre uma ou duas sementes em cada recipiente, a uma profundidade de aproximadamente meio centímetro. Quando a muda estiver com 25 cm de altura (cerca de dois meses e meio após a semeadura), fazer o plantio definitivo no campo. A cova deve medir aproximadamente 30 x 30 x 30 cm e, se possível, adicionar cerca de 5 quilos de esterco e/ou 100 gramas de P205 (Superfosfato triplo) por cova. Não esquecer de retirar o saco plástico na ocasião do plantio, para liberar a raiz, evitando com isso a ocorrência do enovelamento das mesmas, prejudicando o estabelecimento das plantas, podendo virem a morrer.
Principais usos e manejos: A espécie é utilizada para enriquecimento e melhoramento de solos, sombra para cultivos, controle de erosão, alimentação animal e produção de energia (lenha e carvão). O tipo Salvador é utilizado principalmente para a produção de madeira, carvão vegetal e sombreamento de cultivos. O tipo Havaiano apresenta pouca produção de madeira e folhas e sua produção abundante de sementes pode tornar esta planta uma invasora. O tipo Peru tem sido bastante usado para pastejo em banco de proteína. 
Qualidade Nutricional: Como forrageira, os frutos, a folhagem e os ramos delgados verdes ou fenados são utilizados na dieta de bovinos, caprinos, porcos e outros animais domésticos. A leucena é altamente palatável e de grande valor nutritivo. A quantidade de proteína bruta nas folhas é em torno de 20%, sendo que a folhagem e os frutos mais novos chegam a apresentar teores de até 35%. A leucena é conhecida por seu alto valor nutritivo e pela semelhança da sua composição química com a da alfafa. No entanto, o maior percentual de taninos nas folhas e principalmente nos ramos tende a reduzir a digestibilidade da matéria seca.
Toxidade: Alguns estudos desenvolvidos na Austrália relatam que a folhagem da leucena é tóxica quando ministrada como alimento único por período prolongado, pela grande quantidade de mimosina existente na sua composição. Este aminoácido apresenta-se na proporção de 3% a 5% da proteína total e seu efeito manifesta-se por disfunções metabólicas com perda de pelos, salivação e perda de peso. Entretanto, no Brasil, a ocorrência de intoxicações é praticamente inexistente, devido à presença de bactérias que digerem, satisfatoriamente, a mimosina no rúmen dos animais. A Synergistes jonesii é uma dessas bactérias anaeróbicas do rúmen que são capazes de degradar a mimosina e seus derivados.
MANIHOT ESCULENTA (MANDIOCA)
Nome Científico: Manihot esculenta Crantz
Nomes Populares: Mandioca
Família: Euphorbiaceae
Cultivares: Existem mais de 4 mil cultivares disponíveis no Brasil. Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). Usa-se o nome aipim (ou macaxeira) para se designar a mandioca-doce.
As variações não se restringem apenas à quantidade de ácido cianídrico. Variam também as cores das partes de folhas, caules e raiz, bem como sua forma.O ciclo cultural da mandioca é o período que vai do plantio à colheita. Com base na duração desse ciclo as cultivares são classificadas em: 
• Precoces (ciclo de 10 a 14 meses). 
• Semiprecoces (ciclo de 14 a 16 meses). 
• Tardias (ciclo maior que 18 meses).
Origem: Originária da América do Sul, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. Mais de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com 10% da produção mundial (é o segundo maior produtor do mundo).
Morfologia: Arbusto ereto, semiereto a decumbente,1,5–5 m. Raízes cilíndricas, cônicas ou cônicocilíndricas, pedúnculos curtos 1–5 cm, medianos 6–15 cm ou largos >20 cm, até ausentes, constrições presentes ou não; epiderme marrom, marrom claro ou escuro; polpa branca ou creme. Caule central presente ou ausente; ramificação primária basal até apical; ramos secundários dicotômicos e/ou tricotômicos; caule jovem verde, avermelhado e roxo, variavelmente pubescente; caule maduro cinza, cinza esverdeado, marrom, marrom claro ou escuro; nós curtos 1–1,5 cm, medianos 2–4 cm ou largos >5 cm, proeminentes ou não, cicatrizes foliares proeminentes, curtas 0,5–1 mm, medianas 1–2 mm até largas >3 cm (Fig. 3 A-H); brotos jovens cor verde, avermelhado, roxo e com variado grau de pubescência. Folhas, 3–5 (-7) lobadas e usualmente uni-lobadas na inflorescência; lóbulos oblongos, obovados, oblancelados, lanceoladas, ápice agudo ou acuminado; variavelmente cobertas por tricomas simples ou glabros; pecíolo ereto, semiereto até reflexos, verde, amarelado ou roxo, normalmente pubescentes. Inflorescência em panícula central, com 2–4 racemos saindo no mesmo ponto. Flores pistiladas de tépalas livres e abertas, amareladas, cremes, esverdeadas e com pigmentos vermelhos na face interna e externa; disco nectarífero geralmente avermelhado. Flores estaminas gamotépalas, similares em cor às pistiladas; brácteas e bractéolas reduzidas e caducas. Frutos globosos alados, alas curtas 0,5–1 mm, medianas, 1,5–2 mm, largas > 2,5 mm, normalmente onduladas e com pigmento vermelho no bordo.
Recomendações Agronômicas: 
os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece o apodrecimento das raízes;
A mandioca pode ser cultivada em regiões semi-áridas, com 500 mm a 700 mm de chuva por ano;
a época de plantio ao início das chuvas, para que não ocorra deficiência de água nos primeiros cinco meses do ciclo;
São recomendados os consórcios de mandioca e feijão, mandioca e caupi, mandioca e amendoim, mandioca e algodão, entre outros;
O pH ideal para o cultivo da mandioca situa-se próximo de 6,0.
Tipos de solo e adubação: o tipo de solo ideal para a mandioca deve apresentar textura variando de franco-arenosa a argilo-arenosa, possibilitando fácil crescimento das raízes, boa drenagem e facilidade de colheita. O superfosfato simples e o superfosfato triplo são os adubos fosfatados mais utilizados e devem ser aplicados no fundo da cova ou do sulco de plantio. Os adubos potássicos mais utilizados são o cloreto de potássio e o sulfato de potássio. Em solos muito arenosos deve-se dividir aplicação em duas, sendo metade no plantio e metade no na cobertura junto com o nitrogênio. A aplicação de micronutrientes é recomendada de forma preventiva no sulco junto como o potássio e o fósforo mediante resultados de analise do solo para evitar possíveis prejuízos na produção de mandioca.
Tolerância a pragas e doenças: A mandioca pode ser atacada por mais de 30 agentes diferentes, como bactérias, fungos, vírus, ou similares, e fitoplasma (micoplasmas). Dentre as doenças da cultura da mandioca no Brasil, destacam-se a podridão-radicular, a bacteriose, o superbrotamento e as viroses, por provocarem enormes prejuízos econômicos e elevarem os custos da lavoura com medidas de controle, especialmente insumos. Atualmente, a Embrapa dispõe de tecnologias capazes de solucionar com eficiência a maioria dos problemas provocados por essas doenças, destacando-se o uso de variedades tolerantes. O mandarová é considerado uma das principais pragas da cultura da mandioca por causa de sua alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. Os ácaros são considerados as pragas mais severas da mandioca porque causam perdas elevadas no rendimento de raízes e diminuição na quantidade e qualidade do material de propagação, que varia de acordo com a variedade, o estádio de desenvolvimento da planta, a duração e intensidade do ataque.
Implantação: Em covas de cerca de 25 centímetros de largura e de 5 a 10 centímetros de profundidade, plante as ramas com 20 centímetros de comprimento, 5 a 7 gemas e diâmetro de 2,5 centímetros. A raiz precisa de solos profundos e soltos, preferencialmente os arenosos e de textura média. Evite as terras argilosas, que dificultam o crescimento da raiz e são mais fáceis para o encharcamento. Escolha terrenos planos ou levemente ondulados, com declive de até 10%.
Principais usos e manejos: A mandioca é considerada a mais versátil das tuberosas tropicais por seus múltiplos usos culinários: minimamente processada, congelada ou refrigerada, pré-cozida e chips. O processamento industrial da mandioca, no Brasil, concentrase na produção de farinha, com cerca de 80%, na extração de fécula, com cerca de 3%, sendo o restante utilizado na alimentação animal.
Qualidade Nutricional: As variedades recomendadas para a alimentação animal devem apresentar alto rendimento de raízes e da parte aérea, boa retenção foliar, alto teor de proteína nas folhas e teor mínimo de ácido cianídrico, tanto nas folhas como nas raízes. A parte aérea da M. glaziovii constitui importante fonte de proteína na alimentação animal em diversas localidades do Semi-Árido.
Toxidade: as variedades recomendadas para a alimentação animal devem conter teor mínimo de ácido cianídrico, porque o ácido cianídrico é uma substância tóxica, resultante da hidrólise de um glicosídeo cianogênico, capaz de provocar intoxicações no animal e até sua morte, em algumas situações.

Continue navegando