Buscar

APOSTILA HISTÓRIA DO DTO

Prévia do material em texto

1º Bimestre 
 
 HISTÓRIA DO DIREITO
 DOCENTE: MARCELO MENDES
 
 
 
DIREITO GREGO ANTIGO
Atenas (7 a.C à 4 d.C)
Drácon e Sólon foram os governantes mais importantes do período devido a contribuição para o Direito.
DRÁCON
“A lei emanada da pólis deve ser cumprida”
Drácon não suportava a desobediência, então criou sanções severas como a pena de morte, o exílio e a mutilação.
Ele se interessava muito pela área de estudos criminais. Os crimes mais estudados por Drácon eram os homicídios, pois eram os que mais ocorriam na época. Dividiam-se em homicídio voluntários, involuntários e de legítima defesa.					 Os crimes voluntários também eram chamados por Drácon como “crimes de sangue”, sendo os mais comuns, os incêndios e os de envenenamento.
Mesmo que não houvesse a separação dos poderes (criada posteriormente por Montesquieu), crimes eram julgados por órgãos competentes e não pelo governante, essa regra foi criada pelo próprio Drácon.
Exemplo:
ORGÃO:
AREÓPAGO
JUDICIÁRIO:
ARCONTES
 (Juíz, homem sábio, ancião)
TIPO DE CRIME:
VOLUNTÁRIO
Tudo era julgado por meio do Juri, sendo ele composto por cidadãos atenienses que eram somente 10% da população. Eram escolhidos por mistoforia (sorteios) e tinham o mandato de um ano. O mandato era curto para que todos pudessem participar, e para que não houvesse comodismo e corrupção.
Em Atenas ser cidadão era participar da vida política, ser homem, ter mais de 21 anos (plena capacidade), não ser escravo ou estrangeiro. Além disso para participar dos julgamentos os jurados não poderiam ter litígios antecedentes.
SÓLON
Drácon deixou algumas lacunas jurídicas que Sólon se propôs a resolver.
“O povo governa a partir de Sólon”
_________________________________________________________________________
DEFINIÇÕES DE ALGUMAS PALAVRAS GREGAS: 
Maiêutica: método socrático que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto.
Paidéia (criação dos meninos): Referia-se a criação familiar, de bons modos e princípios morais para que houvesse uma perspectiva pedagógica cívica, ou seja, um sistema de educação e formação ética para cidadãos da Grécia Antiga.
Mistoforia: Escolha (sorteio) daqueles que iriam participar dos juris, de forma que todos tivessem a oportunidade de participar.
Doxa: Opinião. 
Frugalidade: Ideia de equilíbrio do diálogo, expor ideias, opinião (doxa), sem desrespeitar a opinião dos demais, usando da paciência e temperança.
Noocracia: Governo exercido por um sábio (Ideal platônico).
Oclocracia: Exercício do poder ou do governo pela multidão, pela plébe.
Aráuto: Responsável por sortear os heliastas que presidiriam o júri (dikastas).
Sicofantagem: Tipo de delação aos corruptos (se houvessem) no júri. Caso comprovado geraria o Paranomon, que era o exílio, perdendo o cidadão a capacidade de exercícios civis, sendo isso uma Atímia (sanção).
Logográfo: profissional que escrevia discursos forenses para outras pessoas. Porém em Atenas isso era abominável, pois segundo eles, era muito mais fácil mentir e enganar por meio de falas passivas (discurso escrito).
Sinégoro: Pessoa que possuía a habilidade de falar em público (oratória). Ele poderia representar familiares e amigos em sustentações orais e discursos.
Estenógrafo: responsável por escrever tudo o que era julgado e decidido nos julgamentos (escrivão).
Tribunal de Heliaia
Tribunal criado e composto pelas leis de Sólon. 
Compunham o júri mais ou menos seis mil cidadãos atenienses, sendo escolhidos por mistoforia. Porém não era possível que todas as pessoas ouvissem o que era dito pelos dikastas (somente chamados assim quando presidiam o julgamento, caso contrário eram somente chamados heliastas), então pouco a pouco foi diminuindo o número de heliastas (ouvintes) para cada sessão.
Diké era a deusa que dava tutela a tudo que estava sendo levado a júri. Antes de iniciar um julgamento todos deveriam reverenciar a deusa Diké - “Stricto sensu” em sua pira, para que tivessem a sua guia. Diké é filha da deusa da justiça Themis “Lato sensu”.
Os heliastas eram chamados de dikastas quando presidiam o júri pois era como se fossem os representantes da deusa Diké na terra, sendo guiados por ela.
 
Àgora
praça principal das antigas cidades gregas, local em que se instalava o mercado e que muitas vezes servia para a realização das assembleias do povo; formando um recinto decorado com pórticos, estátuas etc., era tb. um centro religioso.1 	 Centralização de instituições cívicas em um mesmo local, para facilitar o acesso ao povo às esferas de poder. Ex.: Centro Cívico de Curitiba e Brasília – DF.
 
https://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=%E1gora
Imagem:http://diccionarioarteconpedro.blogspot.com.br/2015/05/agora.html 
_____________________________________________________________________________________________________________
Juízo das demos (Juízo de cada tribo)
Não teria sede fixa e não poderia ser reivindicado nada até o limite da pecúnia de outrem.
Dois critérios dentro de cada tribunal: valor da causa sendo de no máximo 10 dracmas não teria custas do processo. Caso fosse um valor superior deveria ser custeado e iria para o tribunal de Heliaia.
Mediação e Arbitragem
Câmaras arbitrais particulares possuindo uma única estância de arbitragem.
Dentro de uma instituição chamada Ekklesia, havia uma lista com o nome dos doutos em uma determinada área ou assunto jurídico, para que fosse escolhido de comum acordo pelas partes em litígio (arbitragem privada). Após feita a escolha um membro da Ekklesia enviava uma carta agendando uma data para que a parte reclamante e reclamada comparecessem até a casa do árbitro e realizassem a audiência.			 Caso as partes não chegassem em um acordo na escolha do árbitro, caberia ao ekklesiata (funcionário da Ekklêsia) escolhê-lo, deixando de ser uma arbitragem privada, e passando a ser uma arbitragem pública.
Arbitragem Privada: Há Consenso entre as partes em litígio, para a escolha do árbitro.
Arbitragem Pública: Não há consenso entre as partes em litígio, para escolha do árbitro, devendo ser feita a escolha por um membro da Ekklesia.
Independente da escolha do árbitro ter sido feita pelas partes em litígio, ou pelo ekklesiasta, o árbitro era particular e a arbitragem também (jurisdição privada). Caso não fosse possível um acordo por meio da arbitragem o caso seria encaminhado para o tribunal de Heliaia, tornando-se uma jurisdição pública.
 
Tribunal Marítimo 
Tribunal somente para resolver litígios marítimos, comerciais e que envolvam estrangeiros.
(Talassocracia: poderio, império de uma nação sobre o mar).
Ekklesia 
Órgão parlamentar, voltado para a esfera de legislação. Responsável por aprovar políticas públicas. O órgão possuía mais ou menos seis mil membros, sendo necessário pelo menos três mil, para serem discutidos e aprovados os assuntos levados em pauta. Por tal motivo, reuniam-se normalmente uma vez por mês somente.
Conselho da Boulê 
Órgão responsável pelo suporte aos ekklesiastas/assembleia. O bouletério era formado por 500 cidadãos (sendo 50 de cada tribo). 
Para que as decisões fossem tomadas, era feito o ato de “joeiramento”, que seria a separação daquilo seria DELIBERADO pela assembléia.
Comissão dos Pritânes (administração dos debates)
Além dos órgãos anteriores, foi criada uma comissão denominada “Comissão dos Pritânes”. Essa comissão continha os nomes dos cidadãos que poderiam vir a presidir (pritânes) as sessões. Esses cidadãos eram 50 membros tirados do conselho da Boulê, escolhidos pormistoforia, possuindo cada um o mandato de um dia. Após findado o mandato o nome não voltaria para o sorteio, para que todos pudessem participar.
A Grécia possuía dois Órgãos Criminais: 
Areópago
Tribunal dos Efétas
E quatro Órgãos Civis 
Tribunal de Heliaia
Tribunal Marítimo
Câmaras Arbitrais (mediação e arbitragem)
Ekklesia 
_________________________________________________________________________
As quatro palavras que consubstanciavam a liberdade de expressão em Atenas:
Eleutherostomou: “liberdade para a boca”, ou seja, liberdade de fala ativa.
Isotimia: liberdade de fala ativa dentro de um espaço institucional. Acompanhada da “isocracia”, que significa, o ideal da igualdade de acesso aos cargos políticos. E “isologia”, que é o direito de todos à palavra, à expressão de um pensamento.
Isegoria: todos podem fazer o uso da palavra e instituições, expondo sua opinião (doxa), devendo os demais ouvir com frugalidade (temperança), mesmo que o discurso seja desprovido de fundamento. E por fim usando de alteridade (aconselhando respeitosamente).
Parresia: o discurso livre e entregue nas mãos dos atenienses deve ser aconselhador, mas com a mais absoluta sinceridade.
_________________________________________________________________________
DIREITO ROMANO ANTIGO 
Semióforos: fatos que não condizem com a realidade. Serve para que um povo se sinta pertencente a uma sociedade (criação de um marco).
510, a.C – República – 27, a.C
27, a.C – Principado – 284, d.C
284, d.C – Dominato – 476, d.C
565, d.C – Morte de Justiniano
Interpolação: o método que permite construir um novo conjunto de dados a partir de um conjunto discreto de dados pontuais previamente conhecidos. É o método utilizado (compilação de textos antigos) por Justiniano (imperador romano) para construção do “Corpus Juris Civilis”.
Lei das XII tábuas 
Hermedoro 
462. a.C / 452, a.C (criação)
A Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum ou simplesmente Duodecim Tabulae, em latim) constituía uma antiga legislação que está na origem do direito romano. Formava o cerne da constituição da República Romana e do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta).
Conquanto seus originais tenham se perdido, os historiadores reconstituíram parte do conteúdo nelas existentes, através de citações em autores dos mais diversos. Com base nestes estudos, um esboço do conteúdo das tábuas pôde ser feito.
Temas
Tábuas I e II - Organização e procedimento judicial;
Tábua III - Normas contra os inadimplentes;
Tábua IV - Pátrio poder;
Tábua V - Sucessões e tutela;
Tábua VI - Propriedade;
Tábua VII - Servidões;
Tábua VIII - Dos delitos;
Tábua IX - Direito público;
Tábua X - Direito sagrado;
Tábuas XI e XII – Complementares1
A Lei das Doze Tábuas constitui a origem do direito romano.
As leis eram aplicadas na República Romana pelos pontífices e representantes da classe dos patrícios que as guardavam em segredo. Em especial, eram majoritariamente aplicadas contra os plebeus. Por esse motivo, um plebeu de nome Terentílio propôs no ano de 462 a.C. que houvesse uma compilação e publicação de um código legal oficial. A iniciativa visava permitir que os plebeus também conhecessem as leis e impedir o abuso que era feito delas pelos pontífices e patrícios.
A ideia de se criar uma lei oficial publicada foi recusada pelos patrícios durante muito tempo, já que tentaram manter por mais tempo possível o privilégio no controle jurídico sobre a população romana. Essa condição dava aos patrícios enormes poderes de manipulação e repressão aos plebeus. Somente em 451 a.C. que um grupo formado por dez homens foi reunido para preparar o projeto oficial. É possível que uma equipe tenha ido à Grécia estudar as leis utilizadas por Sólon.
No ano em que o grupo se formou para elaborar as leis, foram publicados dez códigos. No ano seguinte, foram incluídos mais dois. Assim se formaram as Doze Tábuas, nome utilizado justamente porque as leis foram publicadas em doze tabletes de madeira, os quais foram afixados no Fórum Romano para que todos pudessem ler.
A Lei das Doze Tábuas reúne sistematicamente todo o direito que era praticado na época. Contém uma série de definições sobre direitos privados e procedimentos, considerando a família e rituais para negócios formais. O texto oficial foi perdido junto com diversos outros documentos quando os gauleses colocaram fogo em Roma no ano 390 a.C. Hoje conhecemos apenas fragmentos obtidos através de versões não oficiais e citações feitas por outros autores.
O conteúdo do código foi reconstituído pelos historiadores com as informações que foram encontradas. Sabe-se que a Lei das Doze Tábuas versava sobre organização e procedimento judicial, normas para os inadimplentes, poder pátrio, sucessão e tutela, propriedade, servidões, delitos, direito público e direito sagrado, além de alguns assuntos complementares.
Assim como as leis que existiam anteriormente, o código oficial publicado combinava penas rigorosas com procedimentos severos. A Lei das Doze Tábuas diz muito sobre a sociedade e os métodos judiciais dos romanos, mas sua implicância vai muito além disso. Os tabletes representaram o primeiro documento legal a oficializar o Direito Romano, de onde se estruturam todos os corpos jurídicos do Ocidente.2
Fonte:http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaSimboloJustica&pagina=tabua
https://www.infoescola.com/direito/lei-das-doze-tabuas/ - ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. Forense, 1987
Diferença dos procedimentos jurídicos da Roma antiga, para os procedimentos atuais brasileiros:
 ATUALMENTE	 ANTESDIREITO DE AÇÃO:
É reconhecido o direito de ação desde a primeira petição;
DIREITO DE AÇÃO:
Era conhecido o direito de ação somente após o julgamento do praetor, antes disso entendia-se como pretensão de direitos;
	
	
 ATUALMENTE	ANTESFORMAÇÃO DA REL. JURÍDICA:
A relação jurídica era formada somente se o réu comparecesse até o praetor, podendo a presença ser voluntária ou não;
FORMAÇÃO DA REL. JURÍDICA:
A relação jurídica é formada a partir da citação do réu;
	
JURISDIÇÃO:
(resolução pacífica de um conflito). Nasce pelo primeiro ato de despacho1 do réu.
JURISDIÇÃO:
Entendia-se como jurisdição, a decisão da causa.
1.decisão ou nota de autoridade pública aposta em petições, requerimentos etc., deferindo ou indeferindo.
resolução (oral ou escrita); deliberação, decisão.
Fases processuais:
“Legis Actiones” (légis aciones)
1ª fase: “in iure” (legislação por meio de ações) ou “in cognito” → fase de conhecimento da causa). 	- O praetor ouvia o caso e decidia!
Praetor “in iure” ou “in cognito”
“Per fórmula”
2ª fase: “in juridicio” (decidir a causa) ou “in jurisdictio” (a dicção do Direito) → fase judicial de decisão da causa. 										 O praetor ouve o caso, faz uma síntese (fórmula) e repassa para o iudex decidir e julgar (porém julgava mais de forma política do que jurídica, mesmo recebendo o memorial). O iudex era escolhido pelas partes em litígio. O praetor disponibilizava uma lista com o nome de vários iuris, devendo as partes escolherem de comum acordo. Caso não houvesse acordo, o próprio praetor escolheria.
Praetor “in iure” ou “in cognito”
Iudex “judicio” ou “juridicto”
Obs: (ambas as fases de primeira instância) 
_________________________________________________________________________
“Cognitio extra ordien” 
(conhecimento além da fórmula; além do que era anotado).
Nasce aqui o segundo grau de jurisdição (segunda instância). Bastava o julgamento da segunda instância, para que fosse encerrado o processo e o caso ser definitivamente julgado.
3ª fase: 
Após a primeira fase, em que o praetor ouvia o caso, formulava e passava para iudex julgar, era possível o réu apelar ao imperador (segunda instância).
Praetor “in iure” ou “in cognito”
Iudex“in juridicio” ou “in juridicto”
Imperador “apellatio”
 “O executor de sanções” → Lictor
A rocha Tarpeia era, na Roma Antiga, um local onde eram feitas execuções, com as vítimas sendo lançadas desta rocha para a morte.
_________________________________________________________________________Lei Ebucia – 149, a.C
O praetor continuaria atuando, mas o iudex o substitui tomando as decisões finais. Os iudex eram indicados pelos imperadores/governadores.

Continue navegando