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Violência contra a mulher

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
RELATÓRIO
Disciplina: Antropologia da Saúde
Semestre: 2019/01
Professoras: Patricia P. Pavesi e Neiva Vasconcellos
Nome do autor do relatório: Paulo Sergio Brandão 
Título da Palestra: Violência contra a mulher
Nome das Palestrantes: Brunela Vicenzi (Direito – UFES); Francieli Maraboti (Enfermagem – UFES); Mariana Zuaneti (Educação Física – UFES) e Neiva Viegas (FIOCRUZ).
Local: Auditório do IC II – CCNH/UFES.
Vitória – ES
07/07/2019
INTRODUÇÃO.
Com o tema “Violência contra a mulher”, o curso de antropologia da saúde possibilitou aos alunos participarem de um debate acerca de diferentes apresentações de pesquisa que vão desde as arquibancadas dos estádios de futebol, aos traumas, lesões e impactos no corpo da mulher sobre o olhar da área da saúde, ao aspecto jurídico-legal em relação a analise analógica e virtual do tema e o olhar das ciências sociais em relação ao drama vivido pelas mulheres e as instituições da rede de proteção às mesmas. 
As explanações das pesquisadoras, bem como as intervenções dos participantes, possibilitaram discussões acerca de questões que denotam o quanto ainda temos que avançar para superar essa realidade que impõe desafio aos diversos campos do conhecimento, ao poder público e a sociedade como um todo. 
Tratar do tema violência contra a mulher no âmbito das aulas de antropologia da saúde é possibilitar o acesso a discussão, revisão de literatura sobre o mesmo e como consequência a apropriação de novos conceitos acerca das possibilidades e limites de enfrentar e superar os desafios deste grave fenômeno social arraigado em nosso meio. 
Torna-se assim fundamental o debate em torno do tema para nós estudantes para passarmos a entender melhor as suas dimensões sociais e culturais que nos são passados por meio das crenças e práticas em nosso cotidiano. Para assim podermos descortinar, por meio desse conhecimento e das diversas trocas de saberes, como essas formas de violência acontecem e impactam nos em nosso meio social e nos relacionamentos, bem como suas implicações no campo social, psicológico, e para a estrutura biológica das pessoas, como vimos o que pode decorrer em diversas formas de doenças.
Enfim, considerando os graves acontecimentos que tem ferido de morte muitas mulheres em nosso Estado, apontado como um dos que mais praticam feminicídio o debate em torno do mesmo torna-se cada vez mais necessário. 
DESENVOLVIMENTO.
A apresentação da Profª. Drª. Mariana Zuaneti do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, fala do lugar de quem pesquisa o futebol, como uma relação de poder que impõe sobre a mulher uma serie de violências. Por isso, é importante tratar da violência de gênero no futebol. O foco do estudo se dá a partir do lugar das torcedoras, por que futebol e mulher perfaz uma historia de interdições, proibições e violências que precisam ser discutidos e debatidos. 
Apesar de não ser capixaba, mas pelo fato de morar no Estado muitos anos chama a atenção para a violência contra mulher no Estado Espírito Santo, considerado um dos mais violentos do país. Em seguida introduz o tema falando que o espaço do estádio, da arquibancada é um espaço genuinamente masculino, ou seja, segundo a pesquisadora de uma masculinidade hegemônica, agressiva e viril. A atuação das mulheres nos grupos de homens organizados em torcidas presentes nestes espaços, de alguma forma coloca essa masculinidade em cheque, devido a forma como se relacionam com outras torcedoras de grupos até então considerados adversários. 
A sua pesquisa aponta que o futebol feminino é resultado de uma construção, com suporte e apoio da mídia, de um ideal do que é ser atleta. A partir desta construção é definido um padrão ideal que deve ser seguido, muito pela imposição colocada e imputada as mulheres que praticam futebol. Esse padrão se dá por meio do que se configurou ser um corpo ideal. E é por meio do seu corpo que as mulheres são avaliadas e julgadas. “Ora por que são bonitas ou porque não são bonitas”. Segundo a pesquisadora a mulher já sofre violência de diversas formas, mas “falar da mulher enquanto torcida é uma questão mais sensível ainda.”
A pesquisa tem o nome de “Mulheres da arquibancada”. E isso remete a torcidas organizadas. E quando a gente fala em torcida, o que vem na mente segundo a pesquisadora são cenas de briga, confronto e violência. “A torcida no ponto de vista de quem realiza o futebol é o sujeito da violência”. Contudo, segundo a pesquisadora existem diversas violências que acontecem no espaço do estádio de futebol. A própria elitização do futebol com a elevação dos preços dos ingressos nos estádios, o que impede as massas de terem acesso ao futebol e outras tantas que levam a pesquisadora a concluir que “todas as violências da sociedade se expressam no futebol.” 
Diante deste cenário que se descortina podemos nos perguntar quem é o torcedor e por que ele se envolve em conflitos violentos. A pesquisa aponta que os torcedores são conhecidos como grupos violentos de pessoas e essa seria sua identidade, ou seja, ser violento; mas eles também são os sujeitos que fazem a festa nos estádios de futebol. As torcidas são consideradas animadas, vibrantes. São elas que fazem as comemorações do futebol. “São os corpos que fazem a festa e ao mesmo tempo fazem a violência”. Que corpo é esse? É um corpo não normativo, um corpo que expressa uma lógica própria que o caracteriza e define como sendo um torcedor legitimo. Segundo pesquisadores argentinos esses corpos se chamam “corpos que aguentam”. Eles aguentam cantar o tempo todo. Aguentam uma briga. Esse é um corpo que expressa uma “masculinidade hegemônica, agressiva e viril”. 
Segundo a pesquisadora para os torcedores a briga é momento de grande excitação e faz parte dos seus rituais. Neste contexto desta masculinidade “qual é o lugar das torcedoras?” Frente a essa demarcação masculina da construção simbólica do que é ser um torcedor é importante perguntar “que lugar tem as torcedoras na arquibancada?” Segundo relato da pesquisadora, as mulheres não conseguem ir sozinhas ao estádio devido ao assédio e as violências que sofrem da polícia e dos torcedores. Acompanhadas ou fazendo parte das torcidas organizadas conseguem amenizar o desafio que é estar presente nas arquibancadas dos estádios de futebol. Para fazer parte elas têm que provar que são torcedoras mesmo, mostrando que detém conhecimento sobre fatos históricos relacionados ao futebol e sobre os códigos próprios do futebol. Caso não consigam provar, são vistas como mulheres que estão lá trás de homens.
No campo das relações com torcedores de times de outras torcidas, todos são vistos como rivais e devem ser tratados como adversários a ponto dos locais de assento serem demarcados e ninguém poder sentar ao mesmo lado na arquibancada dos estádios. Segundo a pesquisadora esse grau de pressão e exigência levaram as mulheres a se organizar em rede de torcedoras para definir que espaço seria da mulher na arquibancada dos estádios de futebol. 
As mudanças feitas pelas das mulheres das arquibancadas começaram a “bagunçar” esse espaço tido como masculino. E isso que elas estão propondo é um rompimento com essa hegemonia masculina. A postura das mulheres, enquanto torcedoras tencionam com esse padrão do que se define como torcedor autentico, uma vez que elas conversam com mulheres de outras torcidas e começam a definir um espaço comum de participação das mulheres no estádio. Espaço que permite a mulher ir com a roupa que quiser, cantar do jeito que quiser e tirar selfie. Esse registro mostra o grau de demarcação e domínio de certo espaço que agora também começa a pertencer as mulheres. 
Elas lutam para ter esse direito de serem conhecidas como torcedoras e se diferenciarem da masculinidade hegemônica, viril e agressiva. Para a pesquisadora a ação delas é uma resistênciaao modelo de confronto. Elas fazem uma bagunça nesse ambiente considerado masculino. Elas ensinam para os torcedores e dão uma lição sobre o que é ser torcedor e cidadão. Além de romper essa fronteira que separa as torcidas, “elas desenvolvem pautas. E uma delas é contra o assédio no estádio”. 
Por isso que “a luta delas é para implantar a Delegacia da Mulher em todos os estádios”. A partir disso é possível construir uma política que identifique dentro desse ambiente totalmente masculinizado, bem marcado como agressivo, viril uma identidade cidadã para as mulheres poderem ser reconhecidas como torcedoras. 
A apresentação da Profª. Drª. Francieli Maraboti do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, traz o tema da violência e as implicações na saúde da mulher. O foco é o impacto da violência para saúde da mulher. Para ela quando se fala de violência contra mulher no âmbito da saúde pode-se destacar algumas categorias, a saber: violência; lesão; dano e morte. Por mais que essas categorias façam parte de todos os ciclos da vida de uma pessoa, a diferença entre homem e mulher é que a mulher sofre mais violência se comparada ao homem. Para a pesquisadora a mulher está em maior evidência para viver esse processo de violência. 
Essa violência acontece com mais frequência com o parceiro íntimo. As mulheres revelam que essa violência acontece por meio da agressão física, maus-tratos e controle de comportamento por parte de seus parceiros. Elas podem ser visíveis, do tipo de violência que sai mais na mídia, são as decorrentes da agressão física; mas também podem ocorrer outras violências imperceptíveis, que ficam mais difíceis de serem percebidas ou até classificadas pelas próprias mulheres. 
O atlas da violência 2018 aponta que houve aumento de homicídio de mulheres negras, se comparado com mulheres brancas no país. No Espírito Santo isso se torna mais visível. Ela entrevistou mais de mil mulheres em 2014. E nessa entrevista foi detectada a violência psicológica, física e sexual. As consequências são os danos físico, mental e reprodutivo sexual, impactos para saúde física da mulher. Essas violências se tornam visíveis no rosto das vítimas como o olho endêmico, hematomas e lesões na mandíbula. 
Segundo a pesquisadora a violência física é muito presente na maioria dos casos onde a preferencia do agressor é atingir o rosto, por que marca a mulher e impede ela sair de casa, de se relacionar por causa da lesão. Outra forma seriam as violências sexuais, que traz danos para saúde reprodutiva e sexual, bem como infecções sexuais que podem levar ao aborto e a gravidez indesejada. Existem casos em que o marido não deixa a companheira usar contraceptivo e camisinha, o que pode gerar gravidez indesejada, parto prematuro com fetos de baixo peso ao nascer e riscos diversos a saúde da mulher. 
Ela relata que teve casos em que o marido quebrou o braço da mulher e quase a fez perder o bebê. A violência acontece desde quando o marido não deixava a mulher participar do pré-natal. Nestes casos a mulher fica em casa e pode adquirir depressão pós-parto, ansiedade e sofrimento psicológico que pode culminar em uso de medicamento controlado para dormir, de substâncias psicoativas e até em ação suicida. 
Segundo a pesquisadora se observarmos o contexto social e histórico o fenômeno da violência no contexto da saúde é um fenômeno novo. Para superar essa realidade é preciso trabalhar de modo especial na promoção de uma cultura de paz. Bem como fazer com que os serviços de saúde cheguem até essas mulheres. Todos devem fazer o agravo notificado obrigatório. Todo município recebe a notificação da violência deveria ter uma rede para atender os casos existentes. 
Mas como a violência é um fenômeno multifocal é preciso que diferentes recursos e órgãos atuem em rede para enfrenta-lo. Essa rede tem vários setores envolvidos na sua composição. É uma rede estruturada para atender as mulheres que vai desde a notificação, proteção jurídica, assistência social e outros. Mas devido a falta de investimento publico a rede em muitos casos não funcionam e o serviço de atendimento a mulher se resume a ida a delegacia, o que pode até trazer mais medo e trauma as mulheres que buscam esses serviços. 
A apresentação da Profª. Drª. Brunela Vicenzi do Departamento de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, aborda o tema da violência contra a mulher no dia a dia. No entanto ela faz uma distinção entre violência virtual e analógica. A analógica está em nosso cotidiano. É aquela que vemos todos os dias na TV. Já a virtual é referente a tipos de violências que acontecem com o uso de recursos das mídias digitais. 
A Lei Maria da Penha é como uma política pública para mulher. É nos relacionamentos afetivos que acontecem os índices mais altos de violência, que pode chegar ao feminicídio. Esses atos de violência podem acontecer em qualquer momento, dentro ou fora do relacionamento afetivo. Mas segundo a pesquisadora a violência contra mulher negra aumentou muito nos últimos anos. A lei Maria da Penha é a terceira melhor lei do mundo na área de combate à violência contra às mulheres. E ela também abrange as mulheres que vivem com outras mulheres. Mas ela só pode ser usada para relacionamentos afetivos.
Segundo a pesquisadora por que a Lei Maria da Penha seja atual ela não abrange a área digital, como a violência virtual contra a mulher. Com relação a crime de internet a Lei Maria da Penha ainda não é atual. A lei não me dá as medidas rápidas e eficazes para atuar em casos como o caso Neymar, por exemplo. No caso virtual medidas protetivas da Lei não resolvem o caso Neymar. E nem a lei Carolina Dieckmann se aplica ao mesmo caso. Em 2018 foi promulgado uma nova lei 13718/2018, que tipifica os crimes de importunação sexual e de divulgação de cena de estupro, foi um avanço mas precisamos melhorar para dar conta de cobrir todos os tipos de crimes. 
Ela orienta o acesso a uma página chamada Safer Net, de uma ONG brasileira que denuncia e ensina a denunciar casos de violência contra mulher. Diz que o que está por trás disso tudo é o discurso de ódio e incitação ao crime. E como consequência leva a ideia de degradação da vítima.
Diante disso a pesquisadora faz a seguinte pergunta: por que as leis não pegam no Brasil? Segundo ela quando a gente fala sobre isso, o que é muito comum acontecer, das leis não pegarem, a gente descobre que a lei Maria da Penha pegou de fato. As pesquisas apontam que 98% das pessoas conhecem a Lei Maria da Penha. E a própria Maria da Penha em pessoa é um marco. Ela sofreu violência durante 23 anos. Mas existem desafios ainda a serem superados. Muitas mulheres tem medo de comunicar ou falar por vergonha ou medo. Só 10% das mulheres procuram as delegacias especializadas. Conclui que é preciso estruturar a rede de proteção e apoio as mulheres vitimas de violência. 
A apresentação da Profª. Neiva Viegas da FIOCRUZ e que também está ministrando aulas de Antropologia da Saúde no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, traz como tema a violência contra a mulher e os desdobramentos da denuncia. A pesquisa se deu porque todo o processo de Agressão a mulher termina na denúncia. A análise dos desdobramentos da denúncia busca identificar as inscrições nas redes e identificar todo o caminho percorrido no processo de denúncia. 
Segundo ela ao denunciar, as mulheres entram na rede e percorrem um trajeto que pode passar pelo ministério púbico, saúde e outros órgãos. Na maioria dos casos, o primeiro contato das mulheres com a rede, se dá por meio da delegacia com o objetivo de pedir informações ou até mesmo desabafar. Contudo, segundo a pesquisadora existe uma rede aberta e as mulheres podem entrar por onde tiverem mais facilidade. Mas ela alerta que em muitas cidades a rede não acontece, onde tem a rede, nem todos os órgãos estão preparados para atender a mulher em situação de violência. Muitas têm medo de ir a delegacia. Em casos mais dramáticos, devidoo risco de morte, as mulheres fazem boletim de ocorrência e vão para casa abrigo. Contudo, a pesquisadora disse que mesmo assim a mulher pode ainda correr risco de vida. Teve casos que o traficante foi na casa abrigo raptar a mulher. Nestes casos elas ficam sem lugar para se protegerem. 
Em um olhar sobre as instituições ela levanta a seguinte questão: Como as pessoas viam a violência contra mulher nas instituições? Em alguns casos, devido a dedicação dos funcionários, existe um olhar diferenciado para com as mulheres que sofrem violência. Essas microredes dentro das instituições e a forma como cada funcionário trata essa questão da violência da mulher varia de uma instituição para outra. Dentro das instituições tem aspectos negativos e positivos como a escassez de recursos financeiros, e apoio para dar continuidade a politica de proteção nos casos em que a mulher não estiver mais na casa abrigo. A mulher vai delegacia em alguns casos, mas não quer criminalizar o marido e podem até retirar a denuncia. Em alguns casos devido ao risco de denunciar, preferem mentir e falar que esta tudo bem. 
Segundo ela a violência é intrafamiliar. Mas as ameaças acontecem e as mulheres escondem da família a violência. E como algumas gostam do parceiro, acreditam que ele pode mudar de comportamento. Foi constatado que a maioria das mulheres sabiam o tipo de ato violento estava sofrendo. Algumas vezes disseram que eram tapa e puxão de cabelo. Mas existe a culpabilização em relação à denúncia. Teve casos em que a mãe culpava a filha que em seguida retirava a denúncia na delegacia. Isso acontecia por dó ou pena do agressor.
Principais pontos destacados:
A violência e a relação íntima: Das quatros apresentações, três mostraram que a violência é decorrente da relação íntima. E a figura masculina é o agressor. Mas em um dos casos pode ser outro membro da família, como um irmão. Mas em todos os casos relatados onde ocorre a violência, seja intrafamiliar ou em ambiente externo, é a figura masculina que pratica a violência contra a mulher. A exceção fica para a análise do futebol em grandes estádios. A autora relatou que o futebol reproduz os diversos tipos de violência praticados na sociedade. E como exemplo fala que a elitização por meio da elevação do preço dos ingressos é uma das formas de violência contra a população, que não pode pagar para acessar um esporte considerado popular;
O homem é o agressor potencial: Uma constatação forte que ficou bem presente na fala da pesquisadora do direito é o fato do homem já ser considerado um potencial agressor, só pelo fato de ser homem;
Lei Maria da Penha e outras. Apesar de ser uma politica pública conforme foi dito pela pesquisadora do direito. Do ponto de vista legal ela precisa ser revista para alcançar os crimes virtuais, vide o caso Neymar. A constatação que há lacunas e brechas nas leis existentes e entre elas foi citado a lei Carolina Dickman. O crime de violência contra a mulher ganham novos contornos que não as leis atuais não abarcam;
Rede de apoio: Em relação a rede de apoio e enfrentamento a violência contra a mulher, não existem redes bem estruturadas que dêem conta de acompanhar o drama que a mulher sofre a ponto de dar respostas e amenizar a situação. A maioria dos serviços funcionam de forma precária ou com ações pontuais e desconexas;
Investimento financeiro: É nulo ou inexistente o investimento financeiro orçamentário em politicas públicas para enfrentar o drama da violência contra a mulher;
A mulher negra sofre mais violência e inclusive também feminicidio;
O uso de armas de fogo: O acesso liberado as armas vai aumentar o numero de crimes violentos contra a mulher, inclusive feminicidio;
Formas de resistência: Por necessidade, por iniciativa própria as mulheres estão criando formas de resistir ao assedio e prevenir a violência, como o caso dos estádios;
Gastos com publicidade: O investimento em publicidade e divulgação de ações vazias de sentido consomem milhões dos cofres públicos;
As ações não conseguem evitar o feminicídio: Apesar de serem grave e alarmante os problemas em torno da violência contra a mulher, as ações só conseguem ter êxito quando são feitas chegar após a morte da mesma apesar da mulher falar e nada é feito antes para evitar os crimes;
Crimes mais bárbaros: A impressão que temos é que os crimes estão ficando mais bárbaros e cada vez mais os casos acontecem com requintes de crueldade;
Masculinidade agressiva: A masculinidade agressiva e viril se impõe em alguns espaços;
Dono do corpo da mulher: O corpo é por excelência o elemento que provoca e gera a ira e a violência do homem contra a mulher;
A mulher tem que provar que sabe, que domina determinado tema, assunto para ser aceita ou fazer parte de espaços masculinizados;
CONCLUSÃO
Apresentar as conclusões sobre a palestra, fazer
comentários da contribuição do assunto para o aluno
Em relação a fala das palestrantes podemos dizer que estão relacionadas com muitas das discussões que tivemos em sala durante as aulas de antropologia da saúde e que o conjunto das falas revelam um detalhamento importante e necessário sobre a violência contra a mulher em seus diversos olhares. Elas trouxeram outras análises e informações importantes e significativas sobre casos de violência que repercutiram na sociedade, por meio da exposição de uma mídia sensacionalista. 
A palestra permitiu um debate rico e interessante acerca do tema abordado com questões atuais que estamos vivendo no mundo da politica, como a tentativa de liberação do porte de armas pelo presidente do país. Possibilitou também entender a necessidade de ter uma rede de apoio estruturada para que a mulher que sofre violência receba o apoio que precisa e merece.
Ficou claro que a rede não funciona como deveria em diversas cidades e que existe mais publicidade do que ação efetiva para avançar no combate a violência contra a mulher. E quando se pensa na rede a maioria das palestrantes falaram em delegacia especializada no combate a violência contra a mulher. Mas ficou claro que as delegacias não são espaços ideais, pois o próprio nome delegacia um modelo de policia que oprime as diversas formas de minorias e a maioria de seus agentes não estão preparados para receber e atender as mulheres vitimas de violência.
O que fica para os alunos de antropologia da saúde, além do que já foi falado na introdução, é o acesso a conteúdos de pesquisas importantes acerca do tema violência contra a mulher, que contribuíram para a formação acadêmica e pessoal dos futuros profissionais em suas áreas de atuação.

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