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RINS E VIAS URINÁRIAS
ANÁLISE LABORATORIAL DA URINA
RINS E VIAS URINÁRIAS
• Indivíduo adulto normal = a cada minuto,
aproximadamente 1l de sangue perfunde os 2 rins,
formando o ultrafiltrado do plasma.
• O volume de urina = depende do estado de
hidratação do indivíduo.
• 180l de filtrado glomerular formados a cada 24h =
produzem 1 – 2 l de urina final.
RINS E VIAS URINÁRIAS –
Formação da urina
1. Concentração plasmática da uréia (U)
 Resulta do metabolismo das proteínas.
 Cerca de 90% da Uréia produzida é excretada pela filtração
glomerular.
 Foi a primeira substância endógena utilizada para a
avaliação da função renal.
 O nível plasmático da Uréia sofre influência da dieta, da
função hepática e de várias outras doenças.
 Valor de referência: 10 a 45 mg/dL.
RINS E VIAS URINÁRIAS –
Filtração glomerular
2. Concentração plasmática de Creatinina (Cr)
 Resulta do metabolismo da creatina e da
fosfocreatina no tecido muscular.
 A concentração plasmática está relacionada `a
massa muscular e, portanto, depende do sexo e
da idade.
 Pouco influenciada pela dieta.
 Via de excreção é predominantemente urinária.
 Valor de referência:
- Sexo feminino: 0,8 a 1,2 mg/dL;
- Sexo masculino: 0,6 a 1mg/dL.
RINS E VIAS URINÁRIAS –
Filtração glomerular
 Compreende as análises física, química e microscópica da
urina, com o objetivo de detectar doença renal, do trato
urinário ou doença sistêmica.
 Solicitado por médicos de todas as especialidades, para as
mais diferentes queixas clínicas ou simplesmente para
avaliação periódica (teste de triagem de ampla utilização).
 Útil para o diagnóstico de problemas renais, das vias
urinárias (irritação, inflamação, infecção, diabetes, acidose,
etc).
 A urina é, normalmente, estéril.
RINS E VIAS URINÁRIAS -
UROANÁLISE
RINS E VIAS URINÁRIAS -
UROANÁLISE
 A ocasião e as condições de coleta são fundamentais para
obter dados confiáveis, assim como o armazenamento da
amostra e o tempo decorrido entre a coleta do material e a
realização do exame.
 Deve-se usar amostra recente, sem conservante, no volume
mínimo de 12ml.
 Paciente deve permanecer, no mínimo, 2h sem urinar.
 Amostra em temperatura ambiente.
 Se exame não for realizado até 3h após a coleta, a amostra
deve ser refrigerada, NUNCA CONGELADA.
• Amostra isolada aleatória (URINA I)
– Coletada após 2 a 4 horas de estase vesical.
– Crianças sem controle da micção necessitam fazer uso
de coletores auto-aderentes para obtenção da amostra.
– A coleta de urina via cateter ou sonda é realizada apenas
sob indicação médica.
TIPOS DE AMOSTRA PARA 
UROANÁLISE
COMO COLETAR: AMOSTRA ISOLADA ALEATÓRIA (URINA I) 
 Primeira ou segunda (produzida no intervalo de 2h) urina da
manhã.
 Evitar atividade física extenuante.
 Colher após assepsia local.
- Homens : expor a glande;
- Mulheres : afastar os grandes lábios
 Desprezar o primeiro jato e coletar o jato médio.
 Evitar colher urina durante menstruação.
 Utilizar recipiente apropriado, limpo e seco.
 Manter a amostra em temperatura ambiente, mas se o exame
não for realizado dentro de 3 horas, a mostra deve ser
refrigerada (nunca congelada)
TIPOS DE AMOSTRA PARA 
UROANÁLISE 
Amostra de urina minutada (URINA DE 24H)
 Utilizada para dosagem quantitativa de componentes
urinários.
 Amostras de urina devem ser recolhidas em frascos
apropriados e identificadas por um período de 24 horas.
 As amostras também devem ser conservadas em
geladeira até que sejam levadas ao laboratório.
 Principais problemas: coleta e/ou preservação da
amostra; perda de volume urinário; marcação incorreta do
tempo.
 Se possível, descontinuar medicamentos durante coleta.
 Não ingerir bebida alcoólica durante coleta.
TIPOS DE AMOSTRA PARA 
UROANÁLISE
COMO COLETAR AMOSTRA DE URINA MINUTADA 
(URINA DE 24H) 
 ORIENTAÇÕES PARA COLETA:
- O laboratório deve fornecer frasco de boca larga, de
preferência de 3L, para facilitar a coleta e a homogeneização
da amostra.
- Esvazir a bexiga `as 7h da manhã (ou em outro horário
predeterminado pelo paciente);
- Colocar o volume total das urinas posteriores até `as 7h da
manhã seguinte, nos frascos fornecidos pelo laboratório;
- Encaminhar todo o volume urinário ao laboratório
imediatamente após o término da coleta, identificando todos
os frascos;
- Manter o frasco fechado durante os intervalos da coleta, sem
exposição `a luz e ao calor excessivos.
TIPOS DE AMOSTRA PARA 
UROANÁLISE
Divide-se em três partes :
 Análise física: cor, odor, aspecto, volume, densidade e
pH.
 Análise química = pesquisa de elementos anormais:
proteínas, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina,
urobilinogênio e nitritos.
 Sedimentoscopia: é o estudo microscópico do
sedimento urinário. Pesquisa de cilindros, hemáceas,
leucócitos (piócitos), células epiteliais, cristais, muco e
bactérias.
RINS E VIAS URINÁRIAS -
UROANÁLISE
UROANÁLISE - Interpretação do exame
1. Volume:
 Não possui significado clínico e seu relato é opcional.
2. Aspecto:
 Refere-se à transparência da amostra de urina
analisada. A urina normal tem aspecto límpido, claro e
transparente.
 Aspecto anormal: devido à presença de numerosas
células epiteliais, de leucócitos, hemácias, bactérias e
leveduras, filamentos de muco e de cristais. Pode estar
mais escura (concentrada) ou mais clara (diluída).
3. Cor:
 Geralmente é amarelada devido à presença de um
pigmento chamado urocromo.
 Cores anormais
• Âmbar: Presença de bilirrubina na amostra.
• Alaranjada: medicamentos (Piridium, vitamina A).
• Vermelha: Presença de hemácias, hemoglobina,
mioglobina e porfirinas.
• Verde: medicamentos (Amitriptilina, metocarbamol,
azul-de-metileno)
UROANÁLISE - Interpretação do exame
4. Densidade
 Depende do equilíbrio entre a ingestão hídrica e
as perdas urinárias. Ajuda a avaliar a função de filtração e
concentração renais e o estado de hidratação do corpo.
 Valores normais: 1,010 a 1,025.
 Significado Clínico: Estado de hidratação do paciente, incapacidade
de concentração pelos túbulos renais, diabetes insípido.
 Recomenda-se sempre a primeira urina da
manhã por ser mais concentrada, devido `a não
ingestão de líquidos `a noite.
UROANÁLISE - Interpretação do exame
5. pH:
 Os rins são os grande responsáveis pela manutenção do
equilíbrio ácido-base do organismo.
 Valor normal: 5,5 - 6,5.
 Significado Clínico: Tipo de alimentação, acidose ou alcalose
respiratória/metabólica, anormalidades na secreção e
reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais,
precipitação e formação de cálculos e tratamento das
infecções do trato urinário.
 Interferências: Nas amostras de urina envelhecidas, o pH se
mostra elevado.
UROANÁLISE - Interpretação do exame
6. Proteína:
 Constituídas pela albumina e por globulinas secretadas
pelas células tubulares.
 Valores normais: 150 mg/24 horas
 Significado Clínico: Lesão da membrana glomerular,
comprometimento da reabsorção tubular, nefropatia
diabética, proteinúria ortostática ou postural.
UROANÁLISE - Interpretação do exame
7. Glicose:
 Em situações normais, quase toda a glicose filtrada
pelos glomérulos é reabsorvida pelos túbulos proximais.
 Valores normais: negativo.
 Significado Clínico: Diabetes mellitus (glicemia superior a
180 mg/dl), alterações tireoideanas.
8. Cetonas:
 Metabolismo das gorduras (ácido acetoacético e ácido beta-
hidroxibutírico).
 Valores normais: negativo.
 Significado Clínico: cetoacidose diabética, jejum prolongado,
vômitos excessivos.
UROANÁLISE - Interpretação do exame
9. Hemácias:
 Pode estar presente na urina na forma de hemácias íntegras
ou na forma de hemoglobina. Valores normais: Negativo
 Significado Clínico:
- Hematúria: Cálculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite,
tumores, trauma, exposição a produtos ou drogas tóxicas e
exercício físico intenso.
- Hemoglobinúria: Reações transfusionais, anemia hemolítica,
queimaduras graves, infecções e exercício físico intenso.
UROANÁLISE - Interpretação do exame
10. Bilirrubina:
 Produto intermediário da degradação da hemoglobina.
 Valores normais: Não aparece na urina, pois passa
diretamente do fígado para o ducto biliar e daí para o
intestino, onde é convertida em urobilinogênio e excretada
nas fezes na forma de urobilina.
 Significado Clínico: hepatite, cirrose, obstrução biliar.
11. Leucócitos: Nitrato
 Valores normais: Negativo.
 Significado Clínico: pode ser infecção do trato urinário (é
necessário colher amostra de urina para cultura).
UROANÁLISE - Interpretação do exame
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
• A ITU é uma das mais importantes causas de infecção
hospitalar e ambulatorial.
• Hospital = sonda vesical de demora.
• Ambulatorial = mulheres adultas
após início da atividade sexual.
• ETIOLOGIA
- Bactérias aeróbias principalmente.
- Ambulatorial = Escherichia coli (80%).
- Hospital = E. Coli mais prevalente, mas também pode ser
causada por Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter
baumanni, Klebsiella sp., e alguns fungos.
• PRINCIPAIS FATORES DE RISCO
- Uretra curta da mulher;
- Sonda vesical;
- Diabetes mellitus;
- Bexiga neurogênica;
- Cálculos renais;
- Alterações anatômicas
do trato urinário.
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
• CLASSIFICAÇÃO
- Alta: pielonefrite = mais grave.
- Baixa: cistite = mais localizada no trato
urinário, sem repercussão sistêmica.
• DIAGNÓSTICO
- Clínico.
- Exames de imagem.
- Exames laboratoriais: Urina I e urocultura.
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Referências BIBLIOGRÁFICAS
• Alba Lúcia Bottura Leite de Barros e cols.
ANAMNESE E EXAME FÍSICO:
avaliação diagnóstica de enfermagem no
adulto.2°ed, Artmed-Porto Alegre, 2010.
• Adagmar Andriolo. Guia de medicina
laboratorial. 2 ed., Manole, 2008.

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