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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE TOLEDO - PR.
Proc. nº. 000345-67.2005.8.16.0170
Autor: Ministério Público Estadual
Acusado: José de Almeida 
				
 	JOSÉ DE ALMEIDA, já devidamente qualificado nos autos da presente ação penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado e bastante procurador, alicerçado no art. 581, inc. IV, e art. 588 do Código de Processo Penal, requerer, tempestivamente (CPP, art. 586, caput), o recebimento e juntada das inclusas razões de 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
em razão da decisão que demora às fls. xxxx do processo em espécie, a qual pronunciou o réu nos termos do art. 121, § 2º, inc. II, Código Penal, onde, por tais motivos, vem apresentar as razões.		
	Desta sorte, com a oitiva do Ministério Público Estadual, requer-se que Vossa Excelência reavalie a decisão ora combatida, antes da eventual remessa deste recurso à Instância superior. (CPP, art. 589, caput) Sucessivamente, espera-se seja o presente recurso conhecido e admitido, com a consequente remessa do mesmo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. 
Nestes termos, pede deferimento.
Toledo (PR), 05 de setembro de 2019.
Advogado
OAB/PR 
							
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: José de Almeida 
Recorrido: Ministério Público Estadual 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDA TURMA JULGADORA
INCLITOS JULGADORES 
SINTESE FÁTICA
 			
	 Segundo o relato fático contido na peça acusatória, no dia 22 de agosto de 2005, José de Almeida ora recorrente se dirigiu a Receita Federal para prestar informações sobre divergências em sua declaração de imposto de renda referente ao ano anterior.
	O recorrente foi atendido por Manoel da Nóbrega, funcionário público federal, lotado na Receita Federal de Toledo, suposta vitima.
	O recorrente e a suposta vítima iniciaram uma discussão acalorada, na qual José com intuito de se defender de injusta e atual agressão de Manoel, arremessou contra este uma cadeira, acertando-o na cabeça, provocando a queda de Manoel, que ao cair, bateu com a nuca na quina de uma mesa, vindo a óbito.
	O recorrido apresentou denuncia em 12 de novembro de 2005, sendo recebida pelo juizo do tribunal do júri da comarca de Toledo em 12 de janeiro de 2006, com posterior realização de audiência de instrução no dia 20 de setembro de 2014.
 	Desta feita, o Recorrente fora pronunciado em 10 de julho de 2019, como incurso no art. 121, § 2º, inc. II, do Código Penal. 
 	Destaca-se da decisão guerreada motivo fútil, pelo simples motivo de a suposta vitima ser funcionário publico.
	Certamente a decisão em liça merece reparos, maiormente quando, nesta ocasião, o operoso magistrado não agiu com o costumeiro acerto.
PRELIMINARMENTE
 
2.1. Nulidade – incompetência Súmula 147, STJ.
De acordo com a Súmula 147 no STJ, compete à justiça federal, processar e julgar crimes cometidos contra funcionário público no exercício da função.
Como consta na peça acusatória a suposta vitima era funcionário da Receita Federal, lotado na cidade de Toledo, vindo a óbito no exercício da função.
Portanto, os atos devem ser remetidos ao juízo competente e declarada a nulidade de todos os atos praticados pelo juízo por este juízo.
Prescrição
		Os fatos ocorreram no dia 22 de agosto de 2005, quando o recorrente tinha apenas 20 anos. O recebimento da denuncia é um marco interruptivo da prescrição nos termos do art. 117, I, do CP, o qual ocorreu em 12 de janeiro de 2006. 
Durante a instrução passaram-se mais de 13 anos sem que houvesse suspensão no prazo prescricional ou nova causa de interrupção. Apenas em 10 de julho de 2019 foi proferida e publicada a sentença de pronuncia, que funciona como novo marco interruptivo, conforme art. 117, II, do CP.
 O crime imputado ao recorrente prevê pena máxima de 30 anos, o prazo prescricional seria de 20 anos, nos termos do art. 109, I, do CP. Ocorre que o agente era menor de 21 anos na data dos fatos devendo o prazo prescricional será reduzido pela metade nos termos do art. 115 do CP.
Portanto, deve ser declarada a extinção da punibilidade do recorrente nos termos do art. 107, IV do CP.
2.3.Nulidade – cerceamento de defesa
De acordo com o art. 5, LV da CF, todo processo judicial ou administrativo será garantido o direito ao contraditório e ampla defesa.
Ocorre que, durante a audiência de instrução a testemunha Michael se referiu a uma nova testemunha, o senhor Péricles Elger, que teria presenciado os atos do principio ao fim, podendo comprovar os fatos alegados pelo recorrente.
No entanto, o Douto juiz de direito negou a oitiva da testemunha referida, alegando ser intempestiva e inoportuna, que já tinha tomada sua decisão, sem necessidade de mais provas.
Portanto, deve ser declarada a nulidade da audiência de instrução, por causar imenso prejuízo ao recorrente, tendo sido violado seu direito ao contraditório e ampla defesa.
Nulidade – excesso de linguagem
De acordo com os juristas, na sentença de pronúncia é crucial o uso de linguagem moderada. Não pode o juiz aprofundar o exame da prova a fim de que não influencie os Jurados que são os únicos Juízes do mérito. Assim, quando existem duas versões no processo, o juiz deve apenas mencioná-las, sem emitir qualquer juízo sobre a veracidade deste ou daquele fato. Também não deve o magistrado expressar um juízo de valor, sua opinião sobre os fatos.
Para melhor compreensão veja-se um trecho da decisão ora atacada:
“ o Magistrado em sua sentença entendeu por pronunciar o acusado, afirmando que a autoria delitiva estava bastante comprovada pela prova testemunhal colhida em juízo e que as alegações do acusado não passavam de desesperada tentativa de criar um álibi defensivo, e que a prova estava consubstanciada no depoimento dos policiais que efetuaram a prisão. Ainda enfatizou que a futilidade estava mais que provada, pois matar um funcionário público era algo extremamente fútil e merecia se condenado for pelo crime de homicídio qualificado.”
Deste modo, o magistrado ao se exceder em sua linguagem na decisão de pronuncia do acusado agiu com juízo de valor, podendo influenciar os jurados, devendo sentença de pronuncia ser declarada nula.
3. NO MÉRITO
3.1. Absolvição sumaria, legitima defesa.
De acordo com o art. 23, II do CP, não há crime quando o agente age em legitima defesa.
O art. 25 deste mesmo regramento define quando se caracteriza a legitima defesa, in verbis:
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Conclui-se, portanto, que para estar presente esta excludente de ilicitude é necessário, repelir injusta agressão atual ou iminente, a direito seu ou de terceiro, e que para isso use de meios moderados.
José estava sendo agredida injustamente por Manoel, suposta vitima, a qual desferiu chutes nas pernas e socos na cada de José, que para se defender usou de meio muito moderado, arremessando uma cadeira na direção de Manoel, que por um acidente do destino, veio a falecer.
Portanto, caracterizada a legitima defesa, o recorrente deve ser absolvido sumariamente, nos termos do art. 415, III do CPP.
3.2. Desclassificação
3.2.1 desclassificação para lesão corporal com resultado morte
 Em direito, crime preterdoloso caracteriza-se quando o agente pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa. Explicando: um sujeito pretendia lesionar, porém, por um acidente, acaba matando a vítima. Nesse caso o agente agiu com a intenção de lesionar (conduta dolosa) e por imperícia e imprudência acaba matando a vítima (conduta culposa), respondendo ele por ambos, desde que caracteriza-se pelos menos a culpa no resultado. 
O recorrente agiu com intuito de repelir injusta agressão, porém, eméritos desembargadores assim não entendam, esta evidente que jamaiso recorrente agiu com intenção de matar a vitima, devendo responder por lesão corporal com resultado morte, art. 129, § 4º.
3.2.2. Afastamento da qualificadora
Não há que se falar em motivo fútil, como assim entendeu o Magistrado a quo. 
 É consabido que fútil é a razão totalmente desproporcional ao resultado produzido, por motivo insignificante, sem importância. 
Tratando do tema em liça, professa Cleber Masson que:
“ 	Motivo fútil é o insignificante, de pouca importância, completamente desproporcional à natureza do crime praticado. Exemplo: Age com motivo fútil o marido que mata a esposa por não passar adequadamente uma peça do seu vestuário. Fundamenta-se a elevação da pena na resposta estatal em razão do egoísmo, da atitude mesquinha que alimenta a atuação do responsável pela infração penal. “ (MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal Esquematizado. 2ª Ed. São Paulo: Método, 2010, vol. 2. P. 30)
Não devemos perder de vista, então, que anteriormente a José aremessar a cadeira, o acusado e a vítima tiveram uma calorosa discussão, com troca de insultos e empurrões mútuos, chegando às vias de fato. Todo este quadro fático é incontroverso, constando na denúncia e na decisão de pronúncia, ora combatida. 
 Neste azo, ou seja, diante da circunstância da prévia discussão entre vítima e acusado, não há qualquer embasamento jurídico para acrescer a qualificadora do motivo fútil.
Pedidos e requerimentos finais
Diante de exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido para:
Ser declarada a incompetência do juiz a quo, nos termos da sumula 147 do STJ, remetendo os atos ao juízo competente para declarar a nulidade dos atos;
Ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva com a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, IV, do CP;
Sejam reconhecidas as nulidades de cerceamento de defesa e excesso de linguagem com a consequente decretação ada nulidade da audiência de instrução e da sentença de pronuncia;
Seja o réu absolvido sumariamente nos Termos do art. 415, III, do CPP;
 Caso os pedidos acima não sejam acolhidos pugna-se pela desclassificação para o crime de lesão corporal com resultado morte, art. 129, §4º, CP;
Subsidiariamente seja afastada a qualificadora do motivo fútil.
Termos em que pede deferimento.
Local, 05 de setembro de 2019.
Advogado
OAB xxx/ PR

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