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caso concreto laboratório 10 09 2019

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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SAMBAQUI – SANTA CATARINA 
Carlos Sampaio, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no cpf: nº xxx, com identidade nº xxx, com endereço eletrônico xxx, residente na Rua: xxx, vem por meio de seu advogado infra-assinado com endereço na Rua: xxx, e endereço eletrônico xxx, propor a presente.
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo rito comum, em face Ricardo Santos, estado civil, profissão, inscrito no cpf: nº xxx, com identidade nº xxx, com endereço eletrônico xxx, residente na Rua: xxx .
I - DOS FATOS
O autor efetuou a compra de um imóvel de 100 metros quadrados, localizado no Bexo xxx do Condomínio Sambaqui em Santa Catarina, sendo propriedade do réu. 
Ocorre que, no momento da visita ao imóvel, junto do corretor que era também amigo íntimo do réu, o autor foi informado que o imóvel tratava-se do Apartamento 103 de 80 metros quadrados, localizado no endereço Rua Amélia, n. xxx, Sambaqui, Santa Catarina. 
Cabe mencionar que, o referido contrato fora enviado via FAX, a fim de enganar o autor quanto ao objeto do contrato. 
Insta frisar que, o autor somente tomou conhecimento de que havia sido ludibriado quando tentou tomar posse do imóvel, assim encontrando a senhora Helena, que alegou ser proprietária e residir no mesmo, momento em que informou-lhe da divergência entre os dois endereços e imóveis. 
Diante dos fatos, não resta dúvidas que o contrato foi realizado com o fim de enganar o autor. 
II - DOS FUNDAMENTOS
 No caso em tela trata-se de ação de anulação de negócio jurídico, por vício resultante de dolo, que consiste em um artifício astucioso para induzir alguém a pratica de um ato que o prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiros.
O código Civil Pátrio, em seus em seus artigos 145 trata do instituto do Dolo:
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
 Insta mencionar que, embora o corretor Sampaio quem tenha efetivamente cometido o ato de ludibriar o Autor, é nítido que este não agiu por sua própria conta, tendo em vista seu relacionamento de amizade com o réu, estando esse ciente do comportamento deste, configurando desta forma, dolo de terceiro, conforme o Artigo 148 do Código Civil: 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Ainda no Código Civil Brasileiro, encontra-se previsão quanto à anulação do negócio jurídico por vício de Dolo, conforme Artigos 171 e 182 do referido diploma: 
 Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
 II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se 
O nobre Professor Flavio Tartuce em sua obra Manual de Direito Civil, editora Método, ano 2017, página 177, elenca sobre o instituto do Dolo.
“O dolo pode ser conceituado como sendo o artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com intuito de benefício próprio. O dolo é a arma do estelionatário, como diziam os antigos civilistas. De acordo com o art. 145 do CC, o negócio praticado com dolo é anulável, no caso de ser este a sua causa.”.
O egrégio Superior Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios menciona: 
Acórdão nº 1170227, Relator: SANDOVAL OLIVEIRA , 2ª Turma Cível Processo: 0701690-58.2017.8.07.0001, Data de Julgamento: 15/05/2019, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no PJe: 17/05/2019.
DIREITO CIVIL. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. FRAUDE.NEGÓCIO JURÍDICO. ANULAÇÃO. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. TERCEIRO. AUSÊNCIA DE BOA-FÉ. SENTENÇA MANTIDA. 1. Trata-se de apelação interposta contra a sentença que julgou procedentes os pedidos para anular a compra e venda do veículo GM Chevrolet S10 firmada entre os autores e o réu estelionatário, e, via de consequência, declarar a nulidade da compra e venda firmada entre os réus. 2. O artigo 145 do Código Civil, dispõe que ?são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa?. 3. A pretensão de anulabilidade do contrato de alienação celebrado pelo réu estelionatário e o autor funda-se na ocorrência de dolo por parte do réu que, valendo-se de artifícios maliciosos, influenciou a manifestação de vontade do autor. Assim, havendo dolo no negócio jurídico, o que restou devidamente comprovado nos autos, sua anulação é medida que se impõe. 4. O reconhecimento judicial da nulidade do negócio jurídico, por dizer respeito a algum vício contemporâneo à sua constituição, atinge a própria existência do negócio, razão pela qual a sentença correspondente, de natureza constitutiva, produz efeitos ex tunc, conforme estabelece o artigo 182 do Código Civil. 5. No que tange ao dolo de terceiros, dispõe o artigo 148 do Código Civil que: ?Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a que aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento.? 6. Com base nas circunstâncias fáticas, em especial se tratando o apelante de um profissional no ramo de compra e venda de veículos, era de se presumir que o bem se tratava de objeto ilícito, em especial pelo fato de o estelionatário estar repassando um veículo que acabara de ter posse, bem como pelo valor pago pelo automóvel, o qual constava no DUT, e o valor ofertado para compra. 7. Recurso conhecido e desprovido.
Diante do exposto, não tem alternativa a não ser a busca da tutela jurisdicional.
III - Da audiência de mediação ou conciliação.
O Autor deseja realizar audiência de mediação a ser designada por este juízo.
IV - Do pedido 
A - A designação de audiência de mediação e a intimação do réu.
B - A citação do réu para integrar o polo passivo da demanda.
C - A procedência do pedido para anular o negócio jurídico celebrado.
E - A condenação do réu ao ônus da sucumbência. 
VI - Das provas 
Requer a produção de todas as provas de direito admitidas em especial Documental, Testemunhal, depoimento pessoal.
VII - Valor da causa
Dá-se à causa o valor de R$ xxxxx
Termos em que pede o deferimento
Local e data 
Advogado OAB

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