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Competência no Direito Processual Civil

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UNIDADE II 
COMPETÊNCIA 
 
Caso de sala de aula: 
Determinado particular, residente em São Paulo, lesado pela conduta de outrem, 
residente no Rio de Janeiro, pretende contra este ajuizar ação de indenização por 
perdas e danos, por fato que desencadeou seus efeitos no Estado de Minas 
Gerais. Qual o foro competente? Quais as razões da escolha procedida pelo 
autor? 
 A competência no Direito Processual Civil serve para delimitar a atuação 
dos juízes. A importância de se conhecer sobre as suas regras é vista, desde logo, 
no artigo 319 inciso I do CPC, que trata dos requisitos da Petição Inicial: 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
 Assim é necessário saber qual o Juízo competente (1ª instância, Tribunal, 
Vara especializada ou comum etc...) para se propor uma ação e não correr o risco 
de ver o processo prejudicado, por falta de conhecimento das regras de 
competência no processo civil. 
 
1) CONCEITO DE COMPETÊNCIA: Competência é a regra delimitadorado 
exercício de jurisdição a ser desenvolvida por cada órgão jurisdicional. De 
acordo com Alexandre Freitas Câmara “Pode-se definir a competência 
como o conjunto de limites dentro dos quais cada órgão do Judiciário pode 
exercer legitimamente a função jurisdicional”. 
 
2 -DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA – ART 44 CPC 
 A distribução da competência faz-se por meio de normas constitucionais( 
inclusive de constituições estaduais), legais, regimentais ( distribuição interna da 
competência nos tribunais, feita pelos seus regimentos internos) e até mesmo 
negociais (no caso de foro de eleição) 
 O art. 44 do CPC esclarece o assunto, mas não menciona os acordos de 
competência nem as normas regimentais: 
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é 
determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de 
organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados. 
 
 A Constituição já distribui a competência em todo o Poder judiciário 
Federal (STF,STJ) E JUSTIÇAS FEDERAIS: justiça militar, eleitoral, trabalhista e 
Federal comum. A competência da Justiça Estadual é residual. 
 Não obstante o silêncio do dispositivo, ainda é possível falar em 
competência que tem como fonte normativa um negócio jurídico processual, o 
foro de eleição mais à frente examinado 
 
3 - A PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO 
 Não basta que as regras de competência sejam fixadas por normas 
jurídicas gerais: é necessário que se saiba qual, dentre os vários igualmente 
competentes será o juizo responsável concretamente pela demanda ajuizada. 
O modo de determinar a competência é discipliando pelo art. 43 CPC 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição 
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
 Esse artigo prevê a perpetuação da jurisdição, que consiste na regra, 
segunda a qual a competência, fixada pelo registro ou pela distribuição da petição 
inicial, permanecerá a mesma até a prolação da decisão. 
 Se houver mais de uma vara, a petição inicial há de ser distribuída; sendo 
vara única basta o seu registro. 
 Há fatos superveniente à propositura da demanda que impõem a 
redistribuição da causa, quebrando a perpetuação da jurisdição; 
Ex: 
 a) supressão do órgão jurdiciário – extinção de uma vara ou de comarca. 
b) hipótese do art. 45 do CPC: 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal 
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e 
fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de 
terceiro interveniente, exceto as ações: 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
 
4 - DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA 
INTERNACIONAL. DA COMPETÊNCIA INTERNACIONAL.(ARTS 21/25 CPC) 
 Chama-se competência internacional, à determinação das hipóteses em 
que o judiciário brasileiro está autorizado a exercer função jurisdicional, sendo, 
portanto, legítima a instauração no Brasil, do processo judicial. 
 Todos os Estados soberanos, para preservar a boa relação entre eles, 
estabelecem limites ao exercício de suas funções, inclusive jurisdicional, de forma 
a reconhecer a existência de um espaço para que outros Estados também 
exerçam jurisdição. 
 Os casos em que o Estado brasileiro exerce a jurisdição 
(internacional/competência) estão enumerados nos arts 21 a 23 do CPC. 
 Nos artigos 21 e 22 estão os casos em que o Estado brasileiro tem 
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE, ou seja, o processo judicial 
pode ser instaurado perante o judiciário brasileiro ou estrangeiro. 
 Já na hipótese do art. 23 do CPC, a COMPETÊNCIA INTERNACIONAL É 
EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO, não produzindo efeitos no Brasil, a 
sentença estrangeira, devendo ser negado a homologação de eventual 
provimento oriundo de Estado Estrangeiro nas hipóteses do art. 23 do CPC 
 
4.1 – DA COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE (ARTS. 21 E 22 DO 
CPC): 
 São as causas que podem ser julgadas por tribunais brasileiros e 
estrangeiros. A sentença proferida no estrangeiro será eficaz no território 
brasileiro, desde que seja homologada pelo STJ.(art 963 CPC). 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I – de alimentos, quando: 
a) o credor (alimentando) tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu(alimentante) mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;( mesmo que nenhuma das partes 
tenham domicílio no Brasil). 
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional.(cláusula de eleição de foro, como exemplo) 
 
 Em todos os casos em que o Judiciário brasileiro tem competência 
internacional concorrente, tal competência pode ser excluída pela vontade das 
partes, que poderão livremente eleger foro exclusivo estrangeiro, na forma do 
art. 25 do CPC, só válida para contratos internacionais. 
 
4.2 – DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE E A LITISPENDÊNCIA. ART. 24 CPC 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a 
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas(ART 55 
CPC), ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em 
vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.Este artigo trata da competência internacional concorrente, ao 
determinar que NÃO HÁ LITISPENDÊNCIA entre a ação nacional e a ação 
estrangeira, sendo perfeitamente possível a tramitação das duas ações em países 
diferentes. 
 Litispendência é repetir uma ação que já está em curso, com as mesmas 
partes, causa de pedir e pedido ( vide art. 337 § 3º CPC) 
 Para Barbosa Moreira havendo simultaneamente uma ação no Brasil e 
outra no estrangeiro, havendo a competência internacional concorrente, existirá 
litispendência, não havendo na verdade a consequência da litispendência, ou 
seja, não será extinto qualquer dos processos, em razão da soberania nacional. 
 Com a tramitação de ações simultâneas no Brasil e no estrangeiro, 
havendo decisões contraditórias para solucionar tal problema, deve-se levar em 
CONSIDERAÇÃO O PRIMEIRO TRANSITO EM JULGADO NACIONAL, OU SEJA, 
LEVA-SE EM CONSIDERAÇÃO O EVENTO QUE PRIMEIRO OCORRER: TRÂNSITO EM 
JULGADO DA HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA PELO STJ (VIDE ART. 
960/965 DO CPC) OU O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NACIONAL, 
CONFORME ENTENDIMENTO DO STJ. 
 
4.3 - COMPETÊNCIA INTERNACIONAL EXCLUSIVA (art. 23 do CPC): 
 São ações de competência exclusiva do Juízo brasileiro. Havendo uma 
sentença estrangeira, não poderá esta ser homologada pelo STJ( art. 964 CPC) 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil (ações possessórias ou 
reivindicatórias); 
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e 
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio 
fora do território nacional. 
 
 5 - DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL – ARTS 26/41 DO CPC 
 Este capítulo do CPC se deve à necessidade de que órgãos jurisdicionais ( 
ou não como o Ministério Publico) de Estados soberanos distintos cooperem 
entre si, para facilitar o desenvolvimento de processos que tramitam em países 
diferentes, como por exemplo, a colheita de provas em um país distinto do Brasil. 
 Essa cooperação, respeitando tratados (Mercosul como exemplo), se 
dará através do Auxílio direto – art 28/34 ou até mesmo por meio de Cartas 
Rogatórias arts. 35/41 todos do CPC. 
 
6 – DA COMPETÊNCIA INTERNA. ARTS 42 A 66 CPC 
6.1 - CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA: 
 a) COMPETÊNCIA DO FORO (TERRITORIAL) E COMPETÊNCIA DO JUÍZO. 
 Foro é o local onde o órgão jurisdicional exerce suas funções; é a 
unidade territorial sobre a qual se exerce o poder jurisdicional. No mesmo local, 
conforme as leis de organização judiciária, podem funcionar vários juízes com 
atribuições iguais ou diversas. 
 Assim, para uma mesma causa, verifica-se primeiro qual o foro 
competente, depois o juízo, que é a vara, o cartório, a unidade administrativa. A 
competência do juízo é matéria pertinente às leis de organização judiciária. A 
competência de foro é regualada pelo CPC. 
b) COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E DERIVADA. 
 A competência originária é aquela atribuída ao órgão jurisdicional para 
conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao Juízo singular, 
em primeiro grau, o que é a regra, como ao Tribunal, excepcionalmente (ação 
rescisória, mandado de segurança contra ato judicial, por exemplo). 
 A competência derivada, também chamda de recursal é atribuída ao 
órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, 
atriubui-se a competência derivada ao tribunal, mas há casos em que o próprio 
magistrado de primeira instância possui competência recursal, como acontece 
com os embargos infringentes de alçada cabíveis na forma do art. 34 da Lei de 
execução fiscal ( lei nº 6830/1980) que serão julgados pelo mesmo juízo prolator 
da sentença. 
c) COMPETÊNCIA RELATIVA E COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 
 AS regras gerais de competência, formuladas pelas leis federais, para 
indicação do foro competente, podem ser dividas em duas categorias: as 
absolutas e as relativas 
 Chamam-se de absolutas, as normas de competência que são de 
ordem pública, são critérios criados para proteger os interesses públicos e 
relativas as que são institutídas para atedner os interessses das partes, ou a 
tutela de interesses particulares. 
 A competência absoluta se baseia em regras imodificáveis que, quando 
desrespeitadas, dão ensejo à formação de vícios de nulidade absoluta. Tais vícios 
são insanáveis e devem ser conhecidos de ofício pelo juiz, ou seja, sem 
provocação das partes. 
 O juízo que não cumpre as regras de competência absoluta é 
considerado absolutamente incompetente. A incompetência pode ser argüida a 
qualquer tempo e grau de jurisdição tanto pelo réu, como pelo juiz. O réu, 
preferencialmente, deve argüi-la em preliminar na contestação. 
 A competência relativa é aquela que pode vir a ser modificada seja pela 
vontade das partes através da eleição do foro, seja em virtude de prorrogação 
da competência. A inobservância das regras de competência relativa resulta na 
aparição de vícios sanáveis, ou seja, que não implicam diretamente na nulidade 
do processo, pois podem ser revertidos. 
 Caso a parte permaneça inerte, a competência será prorrogada, ou seja, 
o juízo inicialmente incompetente torna-se competente. O magistrado não 
poderá conhecer de ofício vício de competência relativa.( súmula 33 do STJ), 
EXCETO na hipótese do art. 63 §3º CPC 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo 
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir 
expressamente a determinado negócio jurídico. 
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de 
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, 
sob pena de preclusão. 
OBS: A incompetência absoluta do juizo pode ser suscitada de ofício pelo juiz e 
pelas partes a qualquer tempo e grau de jurisdição, embora o art. 337 II 
determine que deva ser alegada pelo réu como preliminar de contestação, pois 
ela não se sujeita a preclusão. Todavia ela não pode ser alegada em recurso 
especial ou extraordinário, não por causa de ter ocorrido a preclusão, mas por 
força da exigência específica de tais recursos, que pressupoem de um requisito de 
admissibilidade chamado de prequestionamento. 
Já a incompetência relativa também deve ser arguida como preliminar da 
contestação – art. 337 II CPC, mas sob pena de preclusão e juiz não pode 
conhecer de ofício. Assim, ou o réu alega ( o MP também pode suscitá-la art 65 § 
único) e o juiz a reconhece e determina a remessa dos autos para o juízo 
competente, ou não e a matéria preclui. Jamais vai gerar nulidade da sentença e 
nem ação rescisóia, já que se não invocada no momento oportuno, havera a 
prorrogação da competência. 
 
6. 2 - CRITÉRIOS DE DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 GIUSEPPE CHIOVENDA formulou oscritérios que deveriam ser 
utilizados pelo legislador para apuração da competência, adotada EM PARTE pelo 
CPC ( ARTS 62 E 63), sendo eles: 
1º) critério objetivo 
2º ) critério funcional 
3º) critério territorial; 
OBS: EXISTE UM CRITÉRIO NÃO ADOTADO POR CHIOVENDA. O DA QUALIDADE 
DAS PESSOAS QUE LITIGAM (RATIONE PERSONAE), DAS PESSOAS QUE ESTÃO 
EM LIDE E QUE É ACOLHIDO NO DIREITO BRASILEIRO. EX. SE UM DOS 
PARTICIPANTES É A UNIÃO, A COMPETÊNCIA É DA JUSTIÇA FEDERAL. SE É A 
FAZENDA PÚBLICO DO ESTADO OU MUNICÍPIO, SERA´COMPETENTE A VARA 
ESPECIALIZADA SE ELA EXISTIR. ETC. 
1º) O CRITÉRIO OBJETIVO. 
 É adotado quando a competência for determinada pelo valor atribúido à 
causa ou pela matéria (rationae materiae) que será discutida no processo. 
Ex. a lei de organização judiciária de são paulo determina que as ações com valor 
da causa superir a 500 salários mínimos devem correr exclusivamente nos juízos 
centrais, devem correr exclusivamente nos juízos centrais da comarca da capital. 
 Em relação à matéria temos a natureza da causa, RATIONE MATERIAE 
– COMO EX. AÇÃO TRABALHISTA, CÍVEL, ACIDENTE DE TRABALHO etc. 
 
2º) CRITÉRIO O FUNCIONAL. 
 Abrange a competência hierárquica, que identifica a competência dos 
tribunais, seja para julgamento dos recursos, seja para julgamento de causas de 
sua competência originária. 
 
3º) CRITÉRIO TERRITORIAL. 
 É utilizada pelo CPC para a indicação do foro e pelas leis de organização 
judiciária, para a indicação do juízo competente. 
 Leva em conta a localização territorial, seja o domicílio dos litigantes, 
seja a situação do imóvel que é disputado entre eles. Arts 46 E 47 CPC 
 
6.3 - CRITÉROS DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA: 
 SÃO ABSOLUTOS OS CRITÉRIOS EM RAZÃO DA MATÉRIA , DA PESSOA 
EM LIDE E O CRITÉRIO FUNCIONAL. 
 SÃO RELATIVOS OS CRITÉRIOS DO TERRITÓRIO ( EXCETO NO CASO DO 
ART. 47 QUE É ABSOLUTO – TRATA DA SITUAÇÃO DO IMÓVEL E DO ART. 53 III 
C/C ART.80 DA LEI 10741/2003 – que trata DO FORO DA RESIDÊNCIA DO IDOSO 
na causas que versem sobre dirietos assegurados pelo ESTATUTO DO IDOSO) E 
DO VALOR DA CAUSA. 
 
6.4 – A COMPETÊNCIA RELATIVA. 
a) Competência territorial: é a competência do foro (circunscrição territorial), ou 
seja, é a competência da Comarca na Justiça Estadual ou a competência da Seção 
Judiciária na Justiça Federal. 
 Regra geral de competência territorial é o domicílio do réu, para as 
demandas pessoais e para as demanas reais imobiliárias (art. 46 do CPC). Esse 
artigo prevê varias situações sobre a regra geral: 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
Se o réu tiver mais de um domicílio fica a critério do autor demandar em qualquer 
deles 
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for 
encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro 
de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer 
foro. 
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro 
de qualquer deles, à escolha do autor. 
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência 
ou no do lugar onde for encontrado. 
 
 Há regras de foros especiais que merecem expressa referência: 
a) O Código De Defesa do Consumidor – CDC- no art. 101 I diz que o foro 
competente para a discussão das relações de consumo é o do domicílio do autor 
consumidor. Não é regra de competência absoluta porque o beneficiário pode 
abrir mão dela. 
 b) O art 47 do CPC decorre a regra geral para ações reais imobiliárias, em que o 
forum será o juizo da situação da coisa, forum rei sitae (competência absoluta) 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de 
situação da coisa. 
Exceto nas hipóteses grifadas do §1º do art. 47 em que a competência territorial será 
absoluta, em outras hipóteses envolvendo ações imobiliárias a competência será 
concorrente. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio 
não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e 
de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo 
tem competência absoluta. 
 
 OBS. DEMANDA ACERCA DOS LIMITES DO EXERCÍCIO DO DIREITO REAL DE 
SUPERFÍCE, NA HIPÓTESES DE USUSFRUTO, USO E HABITAÇÃO, A REGRA É DE 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
c) Competência do foro do domicílio do autor da herança – art 48 CPC. 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a 
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, 
ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I – o foro de situação dos bens imóveis; 
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
 Não é o caso de competência absoluta, já que a doutrina e 
jurisprudência entendem ser o inventário um procedimento de jurisdição 
voluntária, podendo ser instaurado perante outro foro, diferente do domicílio do 
autor da herança, sobretudo quando o espólio apresentar vários bens móveis, 
localizados em municípios de diferentes Estados. 
 Quando o espólio for réu em litígios que envolva direito de propriedade, 
vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra 
nova, o foro é do domicilio da coisa e não do autor da herança. 
d) Foro do domicílio do ausente. Art 49 CPC – (art 22 CC) 
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, 
também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições 
testamentárias. 
 
e) FORO DO DOMICÍLIO REPRESENTANTE LEGAL DO INCAPAZ – ART 50 CPC e art. 
76 § único do código civil. 
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. 
 
 f) - REGRAS ESPECIAIS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO, DOS ESTADOS E DISTRITO 
FEDERAL. 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a 
União. 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da 
coisa ou no Distrito Federal. 
ESTADOS E DISTRITO FEDERAL 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado 
ou o Distrito Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, 
no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
 
 ESSE ARTIGO deve ser interpretado em consonância com Os §§1º e 2º do 
art. 109 da CR/88 tratam de competência territorial nas ações em que a União 
(Administração Direta) é parte: 
Locais em que não existem sede da Justiça Federal (não há varafederal) x 
Competência por Delegação: 
_ Regra: deve se descobrir qual seção judiciária que o local integra, que será o 
local da propositura da demanda. 
_ Excepcionalmente: o art. 109, §§3º e 4º da CR/88 cria o fenômeno processual 
chamado “Competência por Delegação”, podendo o autor se valer da vara 
estadual para a propositura da demanda, sem que a competência seja transferida 
pela Justiça Estadual, já que todos os recursos inerentes a este processo serão de 
competência do TRF. Para a Competência por Delegação deve haver expressa 
previsão legal,constitucional ou infraconstitucional, assim nas ações coletivas não 
se aplica a Competência por Delegação por falta de previsão legal. 
Hipóteses em que se aplica a Competência por Delegação: 
_ Ações contra o INSS; §3º do art 109 CF/88 
_ Ações de execução fiscal;ART 15, I, DA LEI N. 5010/1966 (executivos fiscais) 
_ Ações de usucapião especial de imóveis rurais – art 4º da Lei 6969/1981. 
OBS: 
• Ação de adjudicação compulsória: quando o vendedor se nega a transferir a 
escritura.Segundo o STJ (AgRg no Resp. 773992) é aplicável o art. 47 do CPC, 
sendo competência absoluta do local do imóvel. 
• Ação de rescisão contratual c/c reintegração de posse de imóvel: segundo o STJ 
(Resp.1033447) não se aplica o art.47 do CPC (aplica-se as regras de competência 
relativa), pois a reintegração de posse é uma mera consequência da rescisão 
contratual, podendo ou não ser proposta no local do imóvel ou no foro de eleição 
sendo competência relativa, sendo assim o pedido de rescisão contratual o 
pedido principal (mais relevante) o qual não se aplica o art. 95 do CPC. 
• Execução hipotecária: segundo o STJ (AgReg no Ag 465144) não se aplica o art. 
47 do CPC (aplica-se as regras de competência relativa), pois a execução 
hipotecária é uma execução de pagar quantia certa, que tem como garantia o 
imóvel, assim o objeto da execução hipotecária é o dinheiro e não o imóvel, 
sendo, portanto, uma ação pessoal e não uma ação real. Parcela da Doutrina 
(Dinamarco) possui o mesmo entendimento do STJ. 
Porém, outra parte da Doutrina (Leonardo Greco) entende que á execução de 
hipoteca é uma ação real defendendo a aplicação do art. 47 do CPC. 
• Ação de desconstituição de hipoteca: segundo o STJ (Resp. 1051652) não se 
aplica o art. 47 do CPC (aplica-se as regras de competência relativa), por ser uma 
ação de rescisão contratual, sendo o imóvel hipotecado o objeto indireto da ação. 
g) - REGRAS DO ART. 53 CPC. 
Art. 53. É competente o foro: 
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
SÃO FOROS SUBSIDIÁRIOS E NÃO CONCORRENTES; O PRIMEIRO É 
PREFERENCIAL AO SEGUNDO, QUE É PREFERENCIAL AO TERCEIRO. A HIPÓTESE É 
DE COMPETÊNCIA RELATIVA. 
SE HOUVER GUARDA COMPARTILHADA, O FORO DEVE SER O DE domicílio do 
réu, já que ele também é o guardião do incapaz. 
 
OBS: AS DEMANDAS CÍVEIS EM CUJA CAUSA DE PEDIR SE AFIRME A 
OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER (ART. 
7º LEI 11.340/06) PODERÃO TRAMITAR À ESCOLHA DA AUTORA, NO FORO: 
A) DO SEU DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA; 
B) DO LUGAR DO FATO EM QUE SE BASEIA A DEMANDA; 
C) DO DOMICÍLIO DO SUPOSTO AGRESSOR ( ART. 15 LEI 11.340/06) 
SÃO FOROS CONCORRENTES CUJA ESC OLHA CABE À DEMANDANTE. É 
HIPÓTESE DE COMPETÊNCIA RELATIVA. 
 
AÇOES DE ALIMENTOS. 
II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
VALE PARA AÇÕES CUMULADAS COM INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E 
REVISIONAL DE ALIMENTOS. É COMPETência relativa. 
 
QUANDO A PESSOA JURÍDICA É DEMANDADA, COMPETENTE É O JUIZO ; 
 
III – do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
(NESSE CASO É O FORO DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO, A AÇÃO DEVE SER 
AJUIZADA ONDE ELA DEVA SER SATISFEITA, CUMPRIDA. INCIDE PARA OS CASOS 
DE OBRIGAÇÃO CONTRATUAL, APLICANDO-SE PARA AÇÃO QUE VISE 
ANULAÇÃO DE CONTRATO OU DECLARAÇÃO DE SUA VALIDADE. 
EXCEÇÃO A ESSA ALÍNEA D: 
NOS CONTRATOS DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL, AS AÇÕES ORIUNDAS 
DESSE CONTRATO, O JUIZO COMPETENTE É DO REPRESENTANTE COMERCIAL 
(ART. 39 DA LEI 4.886/1965) HÁ DECISÕES DO STJ QUE CONSIDERAM A NATUREZA 
DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA A ESSA REGRA, O QUE TORNA ILÍCITA A 
CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO QUE A MODIFIQUE.) 
 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; É COMPETÊNCIA RELATIVA APLICÁVELA NAS AÇÕES INDIVIDUAIS, 
CONTUDO, AÇÃO COLETIVA QUE VERSA SOBRE DIREITO DO IDOSO OBSERVARÁ 
O ART. 8º DA LEI 10.741/2003, QUE ESTABELECE REGRA DE COMPETÊNCIA 
TERRITORIAL ABSOLUTA. 
 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
praticado em razão do ofício; 
 
IV – do lugar do ato ou fato para a ação: 
ESTABELECE O FORO PARA AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
EXTRACONTRATUAL 
a) de reparação de dano; MEDIDA DE ECONOMIA , TENDO EM VISTA A 
POSSIBILIDADE DE SE FAZEREM PERÍCIAS NO LOCAL DO DANO COM 
MENOS CUSTOS 
 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
 
 
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em 
razão de delito(AÇÃO CIVIL EX DELICTO) ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
REGRA DE FORO CONCORRENTES E COMPETÊNCIA RELATIVA. 
 
Obs: FOROS DISTRITAIS E SUSEÇÕES JUDICIÁRIAS. 
 Foros distritais é a divisão territorial da comarca. A orientação 
predominante é no sentido de serem considerados tais foros como absolutos, 
pois sua instituição decorreria de normas cogentes, para atender à melhor 
distribuição da justiça. 
 Já a Justiça Federal divide-se territorialmente em seções judiciárias. 
Cada Estado Membro corresponde a uma seção. A seção judiciária divide-se, por 
sua vez em subseções: a distribuição da competência federal dentro do território 
do Estado membro. A subseção está para a seção judiciária, assim como o distrito 
está para a comarca. 
Exatamente por isso, tem-se entendido que a divisão territorial da seção judiciária 
gera hipótese de competência territorial absoluta. 
 
b) Competência pelo valor da causa: 
 A competência pelo valor da causa é definido a partir do valor do 
pedido, um dos elementos da demanda. Ex: 
 Juizados Especiais: 
 Lei nº 9099/95: Regulamenta os Juizados Especiais Estaduais, o qual é 
competente para julgar as causas de até 40 salários mínimos para atuação. 
Conforme o Enunciado 1 do FONAJE, trata-se de competência relativa, pois a 
opção pelo Juizado Especial Estadual é livre, ficando à critério da parte, a qual 
pode ingressa na Justiça Comum. 
 Nas causas com valor acima de 40 salários mínimos, não sendo 
admitida a renúncia ao valor excedente, a competência é absoluta da Justiça 
Comum, ou seja, os Juizados Especiais Estaduais são absolutamente 
incompetentes em relação ao valor da causa. 
 O art. 63 do CPC permite a modificação da competência em razão do 
valor da causa. É portanto, regra de competência relativa. 
 Todavia na justiça federal o sistema é diferente. A Lei nº 10259/01: 
Regulamentaos Juizados Especiais Federais, sendo que o art. 3º, §3º da referida 
Lei, as causas de até 60 salários mínimos é de competência absoluta dos 
Juizados Federais, sendo a Justiça Comum Federal absolutamente incompetente 
para a causa. 
 Nas causas com valor acima de 60 salários mínimos, a competência é 
absoluta da Justiça Comum Federal, ou seja, os Juizados Especiais Federais serão 
absolutamente incompetentes em relação ao valor da causa. 
 A Lei nº 12.153/09: Cria os Juizados Especiais da Fazenda Pública 
Estadual e Municipal, segundo o art. 4º, §2º da referida Lei, trata-se de 
competência absoluta nas causas de até 60 salários mínimos. Nas causas com 
valor acima de 60 salários mínimos, a competência é absoluta da Justiça Comum 
Estadual, sendo os Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual e Municipal 
absolutamente incompetente. 
 
6.5- LEGITIMIDADE PARA A ALEGAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA: 
 Autor: não tem legitimidade para arguir a incompetência relativa em 
razão de uma preclusão lógica, pois a propositura da ação é o momento que o 
autor trata da competência relativa. 
 Réu: tem legitimidade para arguir a incompetência relativa, sendo o 
legitimado padrão. 
 Juiz: segundo a Súmula 33 do STJ o Juiz não pode declarar de ofício a 
incompetência relativa. 
Exceções à Súmula 33 do STJ: hipóteses em que o Juiz poderá declarar de ofício 
a incompetência relativa. 
 Nos Juizados Especiais: a incompetência territorial é conhecida de 
ofício pelo Juiz (por tratar de um microssistema – Lei 9099/95), mesmo sendo 
uma incompetência relativa por natureza. 
 O art 39 da lei dos juizados especiais facilita a solução do problema, 
pois reputa ineficaz a sentença proferida pelo juiz acima do limite por ela 
previsto. 
 O art 63 § 3º permite ao juiz de ofício, antes da citação do réu, 
modificar a competência relativa em contratos de eleição de foro, se considerar 
essa cláusula abusiva, podendo remeter os autos ao juízo do foro do domicílio do 
réu. 
 
6.6- FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA. 
 Pelo atual CPC é na preliminar da contestação. Art. 337 inciso II. 
• Quando houver a apresentação de defesa oral pelo réu (Juizados Especiais e 
procedimento sumário), ficando a arguição de incompetência relativa registrada 
na ata de audiência. 
• Nos Juizados Especiais, a incompetência relativa alegada como preliminar da 
contestação (art. 30 da Lei 9099/95). 
Obs: Consequências do Reconhecimento da Incompetência Relativa: 
 A natureza da incompetência relativa é dilatória (aumenta o tempo de 
duração do processo), pois uma vez reconhecida haverá a remessa do processo 
ao Juízo competente. 
 Exceção: a natureza da incompetência relativa será peremptória, 
gerando a extinção do processo sem resolução do mérito. Nos Juizados Especiais 
a incompetência territorial (incompetência relativa) é causa de extinção do 
processo, art. 51, III da Lei 9099/95. 
 
6.7 - MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA RELATIVA 
 A modificação da competência ocorre quando se amplia a esfera de 
competência de um órgão judiciário para conhecer certas causas que não 
estariam, ordinariamente, compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. Só 
há modificação da competência relativa. 
 Critério de modificação da competência relativa: legal (conexão e 
continência) e voluntária (foro de eleição e não alegação de incompetência 
relativa) da competência. 
 Prorrogação Legal de Competência: decorre de expressa previsão legal, 
sendo a vontade das partes irrelevantes. 
a) CONEXÃO. 
 CONEXÃO é uma relação de semelhança entre demandas, que é 
considerada pelo direito positivo como apta para a produção de determinadas 
efeitos processuais. A conexão pressupõe demandas distintas, mas que mantêm 
entre si algum nível de vínculo. 
Conceito Legal de Conexão: art. 55 do CPC, 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a 
causa de pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um 
deles já houver sido sentenciado. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: 
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
jurídico; 
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem 
conexão entre eles. 
 
 Há conexão quando duas ou mais ações tiverem em comum pelo menos 
um de seus elementos: o pedido ( o bem da vida sobre o qual se pretende recaia 
a prestação da tutela jurisdicional) ou a causa de pedir ( as razões pelas quais se 
pretende o bem da vida e a tutela jurisdicional respectiva). Não há necessidade de 
identidade de partes. 
 O § 3º do art. 55 do cpc traz outra hipótese de conexão, mais aberta. A 
conexão, neste caso, decorrerá do vínculo que se estabelece entre as relações 
jurídicas litigiosas. Haverá conexão se a mesma relação jurídica estiver sendo 
examinada em ambos os processos, ou se diversas relações jurídicas, mas entre 
elas houver um vínculo de prejudicialidade ou preliminaridade. (ex. ação de 
investigação de paternidade e alimentos. A relação jurídica de filiação e relação 
jurídica de alimentos, embora distintas, umbilicalmente ligadas) 
Ex: propositura de duas ações de indenização por perdas e danos contra um 
mesmo réu que, através de ato ilícito, ceifou a vida do genitor dos autores das 
demandas. Havendo mais de um filho, eles, vítimas da demanda preferiram 
demandar separadamente, originando a existência de duas ações distintas, com 
idêntica causa de pedir. 
Outros exemplos: ação de usucapião proposta pelo possuidor e ação 
reivindicatória proposta pelo proprietário, tendo por objeto o mesmo imóvel 
disputado pelas partes nas duas ações; 
Ação de manutenção de posse, proposta pelo possuidor e ação reivindicatória 
proposta pelo proprietário da coisa, envolvendo o mesmo imóvel disputado pelas 
partes; 
Ação de consignação em pagamento, proposta pelo locatário e ação de despejo 
por falta de pagamento, proposta pelo locador, na primeira ofertando os 
alugueis; na segunda pleiteando-se rescisão do contrato pela suposta falta de 
pagamento dos mesmos alugueis; 
Ação revisional de alimentos proposta pelo filho, pretendo majoração do valor da 
pensão e ação de exoneração de alimentos proposta pelo pai com pedido de 
extinção do dever de prestar alimentos. 
 Segundo a Teoria da Substanciação, a causa de pedir é formada por fato 
e fundamento jurídico,não há necessidade de uma identidade plena da causa de 
pedir, bastando a identidade parcial da causa de pedir (identidade de fato ou de 
fundamento jurídico 
 Diversos institutos processuais pressupõem conexão: cumulação de 
pedidos, litisconsórcio, reconvenção, modificação de competência etc. 
 A conexão pode caracterizar-se de maneira diferente para cada um 
desses institutos. Assim é possível falar de conexão para modificação de 
competência, que se baseia em certo nível de vínculo entre as demandas, e de 
conexão como pressuposto para a reconvenção, que se verifica a partir do 
preenchimento de pressupostos diferentes. 
 A conexão é fato jurídico processual que normalmente produz o efeito 
jurídico de determinar a modificação da competência relativa, de modo a que umúnico juizo tenha competência para processar e julgar todas as causas conexas. É 
esta que iremos examinar. 
 Tem por finalidade promover a eficiência processual (já que 
semelhantes, é bem possível que a atividade processual de uma causa sirva a 
outra) e evitar a prolação de decisões contraditórias. A reunião das causas em um 
mesmo juízo é o efeito principal e desejado, exatamente porque atende muito 
bem às funções da conexão. 
Obs: é possível conexão sem a reunião de causas. Ex. causas conexas que 
tramitem em juizos com competências materiais distintas ou por procedimentos 
distintos. Nesse caso não haverá a reunião dos processos porque haveria 
alteração de competência absoluta, que não se admite no direito brasileiro, ou 
porque as causas não poderiam ser reunidas para tramitar por procedimentos 
diversos. 
 A conexão então, fará com que uma das causas fique suspensa, à espera 
da decisão da outra, de modo a evitar que sejam proferidas decisões 
contraditórias – art. 313, V, “a” CPC. 
 A conexão não é a reunião dos processos. É fato que pode ter essa 
consequência. Essa distinção entre o fato (conexão) e o efeito (reunião) está bem 
posta no enunciado n. 235 da súmula da jurisprudencia do STJ : “ A conexão não 
determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”. 
 Esse enunciado foi reproduzido no § 1º do art. 55 do CPC. 
Nesses casos, a coerência de entendimentos deve ser buscada de maneira 
diversa, observando-se, por exemplo, o que já foi objeto de julgamento no 
processo ainda a julgar ou, ainda, ao longo do segmento recursal. 
OBS: JUÍZO PREVENTO: 
 A prevenção é critério para exclusão dos demais juízos competentes de 
um mesmo foro ou tribunal. Funciona como mecanismo de integração em casos 
de conexão. É o instrumento para que se saiba em qual juízo serão reunidas as 
causas conexas. 
 A prevenção significa o juizo que primeiro tomou conhecimento da 
causa, no caso de ações conexas. 
 • Prevenção se dará com o registro ou distribuição da petição inicial. 
Art 59 CPC. 
 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
REGISTRO para vara única, distribuição para várias varas cíveis 
 Há conexão entre demanda executiva e demanda de conhecimento 
e conexão entre demandas executivas. 
 
 Art. 55. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput: 
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
jurídico; 
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
 
Ex. demanda de revisão ou extinção de contrato e outra que determine a 
execução desse mesmo. 
Obs 2 : conexão por afinidade. Um novo modelo de conexão para o julgamento 
de casos repetitivos. 
Arts 976 CPC, (incidente de demandas repetitivas), julgamento de recursos 
extraordinários ou especiais repetitivos(arts 1036-1041 CPC). 
 A CONEXÃO aqui não visa a reunião das causas para processamento e 
julgamento simultâneos. A escolha de alguns casos pilotos que funcionam como 
amostras e sobrestamento dos demais processos á espera da tese jurídica a ser 
aplicada a todos os casos é conexão por afinidade entre as causas repetitivas. Ex. 
ações do FGTS. 
b) CONTINÊNCIA. 
Conceito Legal de Continência: art. 56 do CPC. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto 
às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
 
 Trata-se de uma conexão qualificada, haja vista, que toda causa em que 
houver continência já estará caracterizada a conexão. 
Ex: Se se pede a anulação de um contrato em uma demanda, e a anulação de uma 
cláusula do mesmo contrato, embora diferentes os pedidos, o primeiro engloba o 
segundo. 
 Pedido de anulação do ato de inscrição de crédito tributário na dívida ativa e 
pedido de anulação do ato de lançamento. 
Obs: art 57 CPC 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, 
no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso 
contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
 
 SE o processo no qual está veiculada a ação continente (a que tem objeto 
mais amplo) tiver sido ajuizado anteriormente, no processo que está veiculado a 
ação contida (a que tem objeto menos amplo) deverá ser proferida sentença sem 
resolução de mérito ( art. 485 X). 
 Se contudo, o processo que contém a ação contida for anterior ao que 
contém a ação continente, ambos devem necessariamente serem reunidos para 
julgamento conjunto. 
FORMAS DE ALEGAÇÃO . 
QUALQUER DAS PARTES pode alegar a conexão/continência, assim como o juiz 
pode conhecer de ofício. Ao réu é na preliminar da contestação e ao autor é na 
petição inicial quando pede a distribuição por dependência 
Efeito da Conexão e da Continência: reunião dos processos perante o Juízo 
prevento. 
A reunião das demandas tem como objetivo: a harmonização dos julgados (evitar 
decisões contraditórias) e a economia processual (evitar e repetição da prática de 
atos processuais). 
c) OUTRAS REGRAS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA . ARTS 60 E 61 CPC. 
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção 
judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. 
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. 
 
d) Prorrogação Voluntária: é fundada no exercício expresso de vontade das 
partes no caso concreto. Tendo como espécies a cláusula de eleição de foro (art. 
63 do CPC) e a vontade unilateral do autor. 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, 
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir 
expressamente a determinado negócio jurídico. 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz 
de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na 
contestação, sob pena de preclusão. 
 
6.8 - ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA: 
a) Competência Absoluta Funcional: 
 Pelo critério funcional: De acordo com Luiz Wambier “A competência 
funcional é determinada pela função que o órgão jurisdicional deve exercer no 
processo. (...) A competência funcional pode ser determinada a partir do objeto 
do próprio juízo, da hierarquia e das distintas fases do procedimento”. 
 Assim, por exemplo, em uma ação de despejo tem competência 
funcional os juízes de direito de primeira instância e, ao final, caso haja recurso 
nesta ação, terá competência funcional para conhecer da ação e julgar o recurso 
uma das câmaras do Tribunal de Justiça respectivo. 
 O critério funcional será sempre de competência absoluta, portanto, 
caso seja desobedecido ensejará causa de nulidade absoluta, que não pode ser 
sanada. 
b)competência em razão da matéria: 
 É aquela determinada em virtude da natureza da causa(objeto), Desta 
forma, temos que uma ação de divórcio apenas deverá ser conhecida por juízo de 
vara da família, bem como um inventário deverá ser processado pela vara de 
sucessão. Cada Estado da federação tem liberdade para determinar a existênciade varas especializadas por matéria como, por exemplo, a criação de uma vara 
especializada para conhecer processos de falência e recuperação de empresas ou 
uma vara especializada em questões imobiliárias. O critério de determinação da 
competência pela matéria é de natureza absoluta, portanto, imodificável. 
c) Competência Absoluta em razão da Pessoa (Ratio Personae): 
 Leva em conta as partes envolvidas. Ex. vara privativada da fazenda 
pública, criada para processuar e julgar causas que envolvam entes públicos. 
 Há casos de competência de Tribunal determinada em razão da pessoa, 
como a prerrogativa do exercício de algumas funções (mandado de segurança 
contra ato do presidente da República é da competência do STF, por exemplo: art. 
102 I d da CF/88) 
 
LEGITIMIDADE PARA ALEGAR A INCOMPETENCIA ABSOLUTA. 
 Todos os sujeitos processuais podem arguir a incompetência absoluta, inclusive o 
autor, por tratar-se de matéria de ordem pública, a qual não há preclusão de 
qualquer natureza. 
Obs.: O Juiz deve conhecer de ofício a incompetência absoluta. 
 
6.8.1 - FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. 
 A alegação pode ser feita por qualquer forma, abrangendo a alegação oral (em 
audiência ou em sustentação oral no TJ ou TRF), bem como por forma escrita 
como um tópico de petição típica (petições previstas pela Lei, ex.: contestação, 
especificação de provas), ou ainda por meio de peça autônoma. 
6.8.2 – Momento de Arguição da Incompetência absoluta: 
 A qualquer momento do processo, ou seja, desde a propositura até o 
esgotamento das vias ordinárias de impugnação, não cabendo alegação originária 
(feita pela primeira vez) em sede de RE ou Resp., em razão do 
prequestionamento. 
6.8.3– Consequências do Reconhecimento da Incompetência 
 A natureza da incompetência absoluta é dilatória (aumenta o tempo de 
duração do processo), pois uma vez reconhecida haverá a remessa do processo 
ao Juízo competente. 
Exceções: a natureza da incompetência absoluta será peremptória, gerando a 
extinção do processo, nas seguintes hipóteses: 
• A incompetência sendo em razão da matéria, pessoa, ou do valor da causa nos 
Juizados Especiais não gera a remessa do processo para a Justiça Comum, ou seja, 
será extinto o processo. 
• A incompetência absoluta na ação rescisória (AR 3418 do STJ) gera a extinção do 
processo, haja vista, que a ação rescisória é sempre de competência de Tribunal 
que é sempre competência absoluta, ou seja, o Tribunal não encaminha a ação 
rescisória para outro Tribunal. 
• Havendo a cumulação de dois pedidos de diferentes competências absolutas 
(ex.: pedido “A” de competência da Justiça Estadual e pedido “B” de competência 
da Justiça Federal) sendo a ação distribuída em um Juízo absolutamente 
incompetente para ambos os pedidos (ex.: distribui na Justiça do Trabalho), 
devendo haver a extinção do processo). 
Atos já praticados pelo Juízo absolutamente incompetente: 
Atos postulatórios: serão válidos. 
 Atos de saneamento: serão válidos. 
 Atos probatórios: serão válidos. 
 Atos decisórios: serão considerados nulos. 
 
7 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA: 
 É o fato de dois ou mais juizes se darem por competentes (conflito 
positivo. Art. 66 I CPC) ou incompetentes (conflito negativo. Art. 66 II CPC) para o 
julgamento da mesma causa ou de mais de uma causa (em caso de reunião por 
conexão – art 66 III CPC) 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 
II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a 
competência; 
III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de 
processos. 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, 
salvo se a atribuir a outro juízo. 
 
 
 Não haverá conflito de competência, quando o Juízo “A” remete o 
processo para o Juízo “B” que por sua vez remete o processo ao Juízo “C”. Já que 
haveria conflito se o Juízo “A” entendesse ser competente o Juízo “B” e este 
entendesse ser competente o Juízo “A”. 
 Segundo o STJ (CC 37401) se demanda proposta perante o Juízo “A” 
que acolhe a exceção de incompetência (competência relativa) remetendo o 
processo para o Juízo “B”, o Juízo “B” não poderá suscitar o conflito de 
competência por tratar de incompetência relativa não podendo o conhece-la de 
ofício (Súmula 33 do STJ). 
Obs.: A natureza jurídica do conflito de competência é de incidente processual. 
 
 LEGITIMIDADE PARA ARGUIR O INCIDENTE DE CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
(ART. 953 DO CPC): 
 todos os sujeitos processuais (qualquer Juízo, autor, réu, terceiro 
interveniente, MP como fiscal da d Lei), sendo que o Juízo faz por meio de ofício e 
os demais através de petição. 
O JULGAMENTO DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA SERÁ SEMPRE DE UM 
TRIBUNAL. 
Obs.: O réu deverá escolher entre a exceção de competência e o conflito de 
competência, assim o réu que excepciona não poderá suscitar o conflito de 
competência, bem como o réu que suscita o conflito não poderá excepcionar. 
– Competência para julgar o conflito de competência: 
STF: art. 102, I, “o” da CR/88. Quando os envolvidos forem tribunais superiores 
STJ: art. 105, I, “d” da CR/88. Se o conflito envolver juizes de tribunais diversos 
TJ e TRF: julgam conflito de Juízo de 1º grau. Juizes vinculados a esses tribunais. 
Obs.: Se os Juízos de 1º grau forem de Justiças distintas, será competente para 
julgar o conflito o STJ. 
Obs.: Se no conflito de competência o Juízo estadual que estiver atuando na 
competência por delegação (art. 109, §§ 3º e 4º da CR/88) caberá ao TRF julgar o 
conflito. 
Segundo a Súmula 428 do STJ que revogou a Súmula 348 do STJ, havendo um 
conflito de competência entre a Justiça Comum Federal de 1º grau e o Juizado 
Especial Federal deverá ser julgado no TRF. Havendo conflito entre a Justiça 
Comum Estadual e o Juizado Especial Federal deverá ser julgado pelo TJ. 
PROCEDIMENTO. ART954 CPC 
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo 
Ministério Público ou pelo juiz. 
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de competência 
relativos aos processos previstos no art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que 
suscitar. 
Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência 
relativa. 
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o 
arguiu suscite a incompetência. 
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal: 
I – pelo juiz, por ofício; 
II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição. 
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à 
prova do conflito. 
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se 
um deles for suscitante, apenas do suscitado. 
Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar 
as informações. 
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, 
quando o conflito for positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de 
conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas 
urgentes. 
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua 
decisão se fundar em: 
I – súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
II – tese firmadaem julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de 
competência. 
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministério Público, no 
prazo de 5 (cinco) dias, ainda que as informações não tenham sido prestadas, e, em seguida, o 
conflito irá a julgamento. 
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, 
pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente. 
Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito serão remetidos ao 
juiz declarado competente. 
Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e 
juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o que dispuser o regimento interno do tribunal. 
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o julgamento do conflito de 
atribuições entre autoridade judiciária e autoridade administrativa.

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