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CAPÍTULO 1
Criança, aprendizagem e as interações 
Com projetos pedagógiCos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Reconhecer as diferentes formas de a criança aprender. 
 3 Favorecer as habilidades da criança e os novos desafios para sua aprendizagem. 
10
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
11
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
Contextualização
A primeira tarefa de um professor em formação é entender como a criança 
aprende, e para isso é necessário conhecer seu mundo cognitivo, emocional e 
corporal. Esses três aspectos são essenciais para estabelecermos as formas 
de trabalho no processo educativo. No entanto entender globalmente a criança 
implica também em situá-la no contexto atual, é necessário acompanhar as 
novas demandas da sociedade. 
Antes o modelo educacional atendia uma sociedade da era industrial, 
em que os saberes eram fragmentados em disciplinas sem conexão umas 
com as outras. O conhecimento pertencia exclusivamente ao professor, 
sendo repassado aos alunos como forma de memorização. Os trabalhos 
pedagógicos desenvolviam um planejamento estático, com base nos 
conteúdos, questionários e exercícios de fixação. Essa era basicamente a 
rotina da escola. 
Hoje o processo é outro. Na era da comunicação, onde os avanços 
tecnológicos não param, é necessário aprender a aprender. Reconhecer no 
aluno um ser em potencial, capaz de promover novas ideias a partir das que 
conhece, um ser que cria, transforma e compartilha saberes. Essa é a geração 
de estudantes que precisamos atender.
Em consonância com a era da comunicação, uma pedagogia que incentiva 
um trabalho com projetos, alicerçada aos seus pilares educativos, favorece a 
interação, participação e diálogo entre os pares, tornando o ambiente propício 
para o movimento, para a ação, para a construção. Nessa linha, descentraliza 
o professor do processo, e prioriza o aluno, e a sua aprendizagem. 
Nesse contexto, nesse primeiro capítulo iremos abordar a relação da 
criança com projetos e formas de aprendizagem.
Boa leitura!
a Criança e os Caminhos para a aprendizagem
Entendemos a aprendizagem como um processo contínuo, que inicia 
desde a vida uterina do ser, acompanhando-o ao longo de sua vida. 
Aprendemos o que necessitamos para sobreviver e para poder desenvolver-
nos no meio social com segurança e bem-estar.
12
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Os saberes do mundo 
social realizam-se 
pela atuação na 
sociedade. Nesse 
sentido, as crianças 
vão incorporando 
aos poucos às 
atividades do grupo, 
ao alcance de seu 
desenvolvimento.
Em tempos primórdios, precisávamos adquirir estratégias básicas de 
sobrevivência, como as técnicas de cultivo, de caça, de preparação de alimentos, 
do abrigo contra animais selvagens, entre outros. Hoje, as aprendizagens são 
outras. Deve-se aprender a movimentar-se no trânsito, a atravessar a rua, a 
interpretar manuais de aparelhos eletrônicos, de abrir um pacote de bolachas, 
mexer no computador, celular, entre outros. Desde uma simples tarefa a mais 
complexa, as ressignificações acontecem de acordo com cada época.
As formas de aquisição dessas habilidades sociais e afetivas variam entre 
diferentes sociedades. Por exemplo, em algumas delas, os adultos ensinam 
diretamente ou intervêm corrigindo as atividades dos aprendizes; em outras, a 
intervenção dos adultos é pequena e se favorece a aprendizagem autônoma; 
em outras, ainda, os jovens constituem grupos e formam sociedades 
relativamente independentes, nas quais os pequenos aprendem com outros 
companheiros maiores, com pouca intervenção dos adultos.
De acordo com Wallon (2010), existem diversas espécies de aprendizagem, 
consubstanciadas nas mais variadas atividades da vida humana. Algumas 
aprendizagens se dão desde os primeiros anos de vida e estão vinculadas 
ao cotidiano da pessoa, como sentar, andar, falar, entre outras. Outras 
acontecem de forma sistemática, em instituições próprias, como a escola. 
Estas aprendizagens estão relacionadas ao desenvolvimento da sociedade 
que, ao longo dos tempos e de acordo com as diferentes culturas, define o 
que os indivíduos devem saber nas várias áreas do conhecimento humano. 
Para Wallon (2010) o desenvolvimento não acaba na fase da adolescência, 
pois continua em ação no decorrer da vida. Afetividade e cognição estarão em 
constante movimento, alternando-se nas variadas formas de aprendizagens 
que o indivíduo congregará ao longo de sua existência.
Nesse contexto, as formas de aquisição são muito variadas entre as 
diferentes sociedades e vão desde um ensino com intervenções muito diretas 
dos adultos, a uma aprendizagem mais autônoma. No entanto, os adultos ou 
os indivíduos mais experientes costumam atuar de alguma forma quando se 
torna necessário.
Os saberes do mundo social realizam-se pela atuação na sociedade. Nesse 
sentido, as crianças vão incorporando aos poucos às atividades do grupo, ao 
alcance de seu desenvolvimento. A partir daí elas participam, observam o que 
acontece, recebem as explicações, ouvem as discussões e estratégias, o que 
é correto ou incorreto. Os comportamentos não aceitáveis são reprovados ou 
até castigados, ao passo que as condutas desejáveis são elogiadas. 
A escola, por sua vez, poderá contribuir para o processo da aprendizagem 
provocando interesse, curiosidade, entusiasmo, anseio pela pesquisa, estímulo, 
13
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
Para uma 
aprendizagem 
significativa sugerimos 
a descentralização do 
professor e fixação 
dos conteúdos para 
a problematização do 
conteúdo, por meio de 
projetos.
amor pelo conhecimento. Mas o que ocorre é que muitas vezes a escola 
tende a transferir as informações por meio de repetição, da memorização e 
de enunciados que, geralmente, os estudantes não entendem. Isso porque 
por muitos anos, o ensino e a aprendizagem foram considerados intimamente 
ligados, ou seja, para acontecer aprendizagem era necessário que houvesse 
ensino e vice-versa. Isso se dava, principalmente, em função de haver uma 
crença de que a aprendizagem era centrada no professor, que assumia total 
responsabilidade e controle pelo processo.
Para uma aprendizagem significativa sugerimos a descentralização do 
professor e fixação dos conteúdos para a problematização do conteúdo, por meio 
de projetos. Essa estratégia contribui não só para aprendizagens relacionadas aos 
conteúdos, como também insere o aluno como eixo principal desse processo, suas 
interações, reflexões, autonomia, relações e discursos. Afinal, numa pedagogia de 
projetos, o aluno deve ser o gestor de seu conhecimento. 
Para tanto é necessário também que o professor tenha competências 
básicas para lidar com projetos. Perrenoud (2000), em seus estudos sobre as 
competências profissionais para ensinar, sintetizou dez características que o 
profissional da educação deve possuir, que são:
Figura 1 - 10 competências para educar
Fonte: Adaptado de Perrenoud (2010).
14
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Este novo professor 
precisa deixar de 
lado velhos hábitos 
e materiais com 
sequências rígidas 
e buscar novos 
conhecimentos, 
interligando as 
disciplinas e 
contextualizando os 
conteúdos ao tema.
Nesse sentido, a motivação deve partir da prática docente, do interesse do 
aluno e da necessidade de conhecer, tendo o conteúdo um real significado ao 
aprendiz e que a interação entre professor e aluno seja de parceria em prol do 
conhecimento, e que não sofra nenhum bloqueio ou outro tipo de interferência 
que funcione como inibidor da aprendizagem.a partiCipação dos alunos no 
desenvolvimento dos projetos
Trabalhar com projetos exige do professor uma postura diferente 
daquela a que estamos acostumados. Este novo professor precisa deixar 
de lado velhos hábitos e materiais com sequências rígidas e buscar novos 
conhecimentos, interligando as disciplinas e contextualizando os conteúdos 
ao tema. Não é fácil quebrar velhos paradigmas com currículo normalmente 
inflexível e conteúdos fragmentados, obrigatórios e uniformes, e abrir 
espaço para o novo, para a pesquisa, para o debate. Enfim, o professor 
que trabalha com projetos precisa tornar-se um pesquisador e não temer 
os desafios, pois eles surgirão, inevitavelmente. No entanto, nem todos 
os professores estão dispostos a este novo olhar sobre a educação. Nem 
todas as escolas desejam avançar neste sentido, de modo que, de acordo 
com Morin (2000, p. 15), em muitas delas, ainda hoje:
[...] nos ensinam a isolar os objetos (de seu meio ambiente), 
a separar as disciplinas (em vez de reconhecer suas 
correlações), a dissociar os problemas, em vez de reunir e 
integrar. Obrigam-nos a reduzir o complexo ao simples, isto 
é, a separar o que está ligado; a decompor, e não a recompor; 
a eliminar tudo o que causa desordens ou contradições em 
nosso entendimento.
Nossa sociedade tecnológica abre espaço para a informação abundante, 
mas o conhecimento só é conhecimento quando está organizado, relacionado 
com as informações e inserido no contexto destas. Sabemos que só o 
conhecimento não é suficiente nos dias de hoje. O que de fato faz a grande 
diferença é o que fazemos com o conhecimento que temos. Para que esta 
ou aquela informação nos será útil? De que forma aplico, na prática, fora da 
instituição, os conhecimentos adquiridos dentro dela? No que posso ajudar, a 
partir daquilo que sei fazer? De que maneira posso contribuir com o planeta 
ou com a cidade onde vivo?, entre outros questionamentos que precisam ser 
respondidos com tranquilidade pelas crianças. 
15
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
Mas que projeto? 
O projeto político-
pedagógico da escola? 
O projeto de sala de 
aula? O projeto do 
professor? O projeto 
dos alunos? O projeto 
de informática? 
O projeto da TV 
Escola? O projeto da 
biblioteca?
Para saber mais sobre projetos pedagógicos, acesse o link 
abaixo e entenda “O que um bom projeto de Educação Infantil 
precisa ter?”: 
 Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/ 
 palavra-especialista-clelia-cortez-projeto-educacao-infantil-751323.
shtml>.
Acompanhe agora a leitura complementar que diz respeito a Pedagogia 
de Projetos, texto de Maria Elisabette Brisola Brito Prado (2005):
PEDAGOGIA DE PROJETOS: 
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES (Parte – I)
 Atualmente, uma das temáticas que vêm sendo discutidas no 
cenário educacional é o trabalho por projetos. Mas que projeto? 
O projeto político-pedagógico da escola? O projeto de sala de 
aula? O projeto do professor? O projeto dos alunos? O projeto de 
informática? O projeto da TV Escola? O projeto da biblioteca? Essa 
diversidade de projetos que circula freqüentemente no âmbito do 
sistema de ensino muitas vezes deixa o professor preocupado em 
saber como situar sua prática pedagógica em termos de propiciar 
aos alunos uma nova forma de aprender integrando as diferentes 
mídias nas atividades do espaço escolar. 
Existem, em cada uma dessas instâncias do projeto, propostas 
e trabalhos interessantes; a questão é como conceber e tratar a 
articulação entre as instâncias do projeto para que de fato seja 
reconstruída na escola uma nova forma de ensinar, integrando 
as diversas mídias e conteúdos curriculares numa perspectiva de 
aprendizagem construcionista.
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
Essas indagações têm levado, muitas vezes, a interpretações múltiplas, 
ocasionando práticas equivocadas e distanciadas do seu propósito. Sem 
16
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Na pedagogia de 
projetos, o aluno 
aprende no processo 
de produzir, levantar 
dúvidas, pesquisar 
e criar relações que 
incentivam novas 
buscas, descobertas, 
compreensões e 
reconstruções de 
conhecimento.
saber ao certo a diferença entre projeto e um projeto pedagógico, alguns 
docentes abarcam o mesmo conceito para todos os projetos. No entanto, uma 
pedagogia por projetos não é apenas trabalhar um tema com início meio e fim. 
A complexidade é que faz a diferença. Pois um projeto que não tem pesquisa, 
participação do aluno, e não produz conhecimento, não pode ser considerado 
um projeto pedagógico. Sendo este um propósito de construção, elaboração, 
descobertas, e não necessariamente tem fim em si mesmo, pois provoca no 
pesquisador, na maioria das vezes, a necessidade de mais indagações. É uma 
fonte inesgotável, pois o saber transcende o conteúdo. 
Veremos este assunto mais adiante na continuação desse texto.
PEDAGOGIA DE PROJETOS: 
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES (Parte – II)
Segundo Valente (1999), o construcionismo “significa a 
construção de conhecimento baseada na realização concreta de 
uma ação que produz um produto palpável (um artigo, um projeto, 
um objeto) de interesse pessoal de quem produz” (p. 141). Na 
pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, 
levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam 
novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de 
conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele 
que ensina por meio da transmissão de informações – que tem 
como centro do processo a atuação do professor – para criar 
situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que 
se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as 
mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido 
naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas 
situações. A esse respeito Valente (2000) acrescenta: “(...) no 
desenvolvimento do projeto o professor pode trabalhar com [os 
alunos] diferentes tipos de conhecimentos que estão imbricados 
e representados em termos de três construções: procedimentos e 
estratégias de resolução de problemas, conceitos disciplinares e 
estratégias e conceitos sobre aprender” (p. 4). 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
17
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
Neste fragmento, Valente (1999) esclarece sobre o papel do professor 
frente a pedagogia de projetos, no sentido de motivar a pesquisa, incentivar a 
ação e mediar o conhecimento. Um projeto desenvolvido de forma tradicional, 
ou seja, expositiva, direcionada e não mediada, descaracteriza toda a principal 
função do projeto pedagógico que é por si só movimento. Movimento do 
pensar, do agir e do conhecer. Na sequência do texto o destaque é um alerta 
sobre a mediação dos projetos pedagógicos e a função do professor.
PEDAGOGIA DE PROJETOS:
FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES (Parte – III)
No entanto, para fazer a mediação pedagógica, o professor 
precisa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, ou 
seja, entender seu caminho, seu universo cognitivo e afetivo, 
bem como sua cultura, história e contexto de vida. Além disso, é 
fundamental que o professor tenha clareza da sua intencionalidade 
pedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do 
aluno, garantindo que os conceitos utilizados, intuitivamente ou 
não, na realização do projeto sejam compreendidos, sistematizados 
e formalizados pelo aluno. 
Outro aspecto importante na atuação do professor é o de 
propiciar o estabelecimento de relações interpessoais entre 
os alunos e respectivas dinâmicas sociais,valores e crenças 
próprios do contexto em que vivem. Portanto, existem três 
aspectos fundamentais que o professor precisa considerar para 
trabalhar com projetos: as possibilidades de desenvolvimento 
de seus alunos; as dinâmicas sociais do contexto em que atua e 
as possibilidades de sua mediação pedagógica. O trabalho por 
projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem 
e, conseqüentemente, na postura do professor. Hernández (1988) 
enfatiza que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma 
opção puramente metodológica, mas como uma maneira de 
repensar a função da escola” (p. 49). 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
18
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Pegamos o gancho sobre os três aspectos fundamentais para prática docente 
ao considerar um trabalho por projetos pedagógicos. Prado (2005) cita três:
1ª As possibilidades de desenvolvimento de seus alunos: Esse é um 
ponto muito importante, pois se trata do respeito à individualidade de 
cada sujeito, considerando os diferentes tempos de aprender de cada 
pessoa. Nesse sentido o que ocorre é que muitas vezes um professor 
espera pelo mesmo resultado de todos os alunos. É um grande equívoco. 
O foco do todo processo educacional, no atual paradigma, é o aluno, e 
diante disso a preocupação deve ser acompanhar sua aprendizagem, seu 
desenvolvimento individual, seus progressos. Mesmo que ele esteja num 
grupo, o olhar do professor deve ser também individualizado.
2ª As dinâmicas sociais do contexto em que atuam: Este aspecto envolve 
os acontecimentos que transitam entre a sociedade e escola. Esses 
ocorridos não podem estar isolados ao considerar um projeto pedagógico, 
pois devem responder a uma questão social e real, pertinente ao contexto 
em que esses alunos atuam.
3ª As possibilidades de sua mediação pedagógica: Nesse contexto o 
professor deve valer-se de seu conhecimento não para transmitir prontamente 
sua percepção sobre um determinado assunto, mas para guiar o aluno a 
ser um investigador e pesquisador de seu saber. Deve o docente promover 
relações de discussão, debates e estratégias de troca de saberes entre 
alunos de forma inter e transdiciplinar.
Essa compreensão é fundamental, porque aqueles que 
buscam apenas conhecer os procedimentos, os métodos 
para desenvolver projetos, acabam se frustrando, pois não 
existe um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da 
complexidade que envolve a realidade de sala de aula, do 
contexto escolar. 
Mas que realidade? Claro que existem diferenças e todas 
precisam ser tratadas com seriedade para que a comunidade 
escolar possa constituir-se em um espaço de aprendizagem, 
favorecendo o desenvolvimento cognitivo, afetivo, cultural 
e social dos alunos. Uma realidade com a qual o professor 
depara atualmente é caracterizada pela chegada de novas 
tecnologias (computador, Internet, vídeo, televisão) na 
escola, que apontam novos desafios para a comunidade 
escolar. O que fazer diante desse novo cenário? De 
repente, o professor que, confortavelmente, desenvolvia 
sua ação pedagógica – tal como havia sido preparado 
durante sua vida acadêmica e pela sua experiência em 
sala de aula – se vê diante de uma situação que implica 
novas aprendizagens e mudanças na prática pedagógica. 
(PRADO, 2005, p. 13-14). 
19
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
É por essa razão que consideramos fundamental direcionar o professor 
num contexto de aprendiz, um eterno aprendiz. 
Se antes era fundamental para a escola um professor organizado e redentor 
de todo saber, hoje a pauta é outra. Ele é quem deve inspirar a vontade, o 
desejo de aprender, e motivar os alunos a buscarem, a serem gestores de seu 
conhecimento. Nesse sentido os projetos pedagógicos se inserem como um 
aliado ao novo perfil de aprendizagem, em que todos aprendem com todos.
A pedagogia de projetos, embora constitua um novo desafio 
para o professor, pode viabilizar ao aluno um modo de 
aprender baseado na integração entre conteúdos das várias 
áreas do conhecimento, bem como entre diversas mídias 
(computador, televisão, livros) disponíveis no contexto da 
escola. Por outro lado, esses novos desafios educacionais 
ainda não se encaixam na estrutura do sistema de ensino, 
que mantém uma organização funcional e operacional – 
como, por exemplo, horário de aula de 50 minutos e uma 
grade curricular seqüencial – que dificulta o desenvolvimento 
de projetos que envolvam ações interdisciplinares, que 
contemplem o uso de diferentes mídias disponíveis na realidade 
da escola e impliquem aprendizagens que extrapolam o tempo 
da aula e o espaço físico da sala de aula e da escola. Daí a 
importância do desenvolvimento de projetos articulados que 
envolvam a co-autoria dos vários protagonistas do processo 
educacional. (PRADO, 2005, p. 14).
Isso explica a razão de muitas práticas inovadoras não darem certo, 
uma vez que esbarram nos sistemas educacionais engessados, presos a um 
sistema de currículo pautado somente em conteúdos. Essa inflexibilidade do 
próprio sistema educacional fragiliza e compromete todo um fazer pedagógico, 
em prol do cumprimento de conteúdos, em que o objetivo se encerra em 
números (notas), tornando a educação meramente quantitativa, perdendo seu 
enfoque na qualidade que é a verdadeira cátedra de um sistema educativo. 
Outro ponto de discussão é se a gestão escolar está em sintonia com os 
projetos de sala, tornando uma unidade educativa que pensa em parceria.
O fato de um projeto de gestão escolar estar articulado com 
o projeto de sala de aula do professor, que por sua vez visa 
propiciar o desenvolvimento de projetos em torno de uma 
problemática de interesse de um grupo de alunos, integrando 
o computador, materiais da biblioteca e a televisão, torna-se 
fundamental para o processo de reconstrução de uma nova 
escola. Isso porque a parceria que se estabelece entre os 
protagonistas (gestores, professores, alunos) da comunidade 
escolar pode facilitar a busca de soluções que permitam 
viabilizar a realização de novas práticas pedagógicas, tendo 
em vista a aprendizagem para a vida. (PRADO, 2005, p. 14).
20
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Nesse aspecto o que faz a diferença entre as escolas que apresentam 
bons resultados e elevam a sua qualidade educativa, ultrapassa a boa vontade 
dos envolvidos. É indispensável a conexão e a articulação de todos os projetos 
como eixo principal de um fazer pedagógico em que todos contribuem para a 
sua realização.
 
A pedagogia de projetos, na perspectiva da integração entre 
diferentes mídias e conteúdos, envolve a interrelação de 
conceitos e princípios, os quais sem a devida compreensão 
podem fragilizar qualquer iniciativa de melhoria de qualidade 
na aprendizagem dos alunos e de mudança da prática do 
professor. (PRADO, 2005, p. 14).
Nesse sentido, apresentamos alguns conceitos de projetos, “[...] bem como 
possíveis implicações envolvidas na perspectiva da pedagogia de projetos, que 
se viabiliza pela articulação entre mídias, saberes e protagonistas (PRADO, 
2005, p. 14). É importante o esclarecimento do conceito de projeto, para que 
fique clara a integração de conteúdos e mídias. Essa junção potencializa a 
forma de compreender, favorecendo tanto a mediação docente quanto o 
envolvimento do aluno, pois as mídias respondem as demandas atuais dessa 
geração de aprendizes.
Para saber complementar o que discutimos até aqui acesso o 
link <http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/
etapa_4/p4_04.html> e saiba sobre a pedagogia de projetos na 
integração com as mídias.
Vamos conhecer o conceito de projeto, conforme os estudos de Prado (2005):
CONCEITO DE PROJETO(Parte I)
A idéia de projeto envolve a antecipação de algo desejável 
que ainda não foi realizado, traz a idéia de pensar uma realidade 
que ainda não aconteceu. O processo de projetar implica analisar 
o presente como fonte de possibilidades futuras (Freire e Prado, 
1999). Tal como vários autores sugerem, a origem da palavra 
projeto deriva do latim projectus, que significa algo lançado para 
a frente. A idéia de projeto é própria da atividade humana, da sua 
forma de pensar em algo que deseja tornar real, portanto o projeto 
21
Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
O ato de projetar 
requer abertura para 
o desconhecido, para 
o não-determinado 
e flexibilidade para 
reformular as metas à 
medida que as ações 
projetadas evidenciam 
novos problemas e 
dúvidas.
é inseparável do sentido da ação (Almeida, 2002). Assim, Barbier 
(In Machado, 2000) salienta: “(...) o projeto não é uma simples 
representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma idéia; é o 
futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar 
em real, uma idéia a transformar em acto” (p. 6). 
No entanto, o ato de projetar requer abertura para o desconhecido, 
para o não-determinado e flexibilidade para reformular as metas à 
medida que as ações projetadas evidenciam novos problemas e 
dúvidas. Um dos pressupostos básicos do projeto é a autoria – seja 
individual, em grupo ou coletiva.
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
Queremos apresentar aqui outros conceitos de projetos a partir dos 
estudos de Barbosa e Horn (2008):
Quadro 1 - Conceitos de Projeto
Um plano de trabalho, ordenado e particularizado para seguir uma ideia ou um propósito, 
mesmo que vagos.
Um plano com características e possibilidades de concretização.
Um plano de ação intencionado que potencializa a capacidade de avaliar o futuro a quem 
propõe ou vive; que, por antecipar-se na consciência e ter como base o passado e o presente, 
oferece uma consequente capacidade metodológica para a escolha dos meios necessários 
para a concreta realização do plano.
Uma abertura para possibilidades amplas de encaminhamentos e de resolução, envolvendo 
uma vasta gama de variáveis, de percursos imprevisíveis, imaginativos, criativos, ativos e 
inteligentes, acompanhados de uma grande flexibilidade de organização.
Uma proposta que permite criar, sob forma de autoria singular ou de grupo, um modo próprio 
para abordar ou construir uma questão e respondê-la. 
Proposta essa que possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo; momen-
tos de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e também de liberdade; mo-
mento de individualidade e de sociabilidade; momentos de interesse e de esforço; momentos 
de jogo e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato educativo.
Uma proposta que leva as crianças a pensarem em temas importantes do seu ambiente, 
refletirem sobre a atualidade e considerarem a vida fora da escola.
22
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
“Não se faz projeto 
quando se tem 
certezas, ou quando 
se está imobilizado por 
dúvidas” (Machado, 
2000, p. 7).
Cabe ao professor 
elaborar projetos para 
viabilizar a criação 
de situações que 
propiciem aos alunos 
desenvolverem seus 
próprios projetos.
Uma proposta elaborada e executada para as crianças aprenderem a estudar, a pesquisar, 
a procurar informações, a exercitar a crítica, a duvidar, a argumentar, a opinar, a pensar, a 
gerir as aprendizagens, a refletir coletivamente.
E o mais importante, os projetos são elaborados e executados com as crianças e não para 
as crianças.
Fonte: Adaptado de Barbosa e Horn (2008).
Na continuidade da leitura complementar discutiremos a importância dos 
alunos de criarem seus próprios projetos, de forma investigativa e reflexiva:
CONCEITO DE PROJETO (Parte I)
A esse respeito, Machado (2000) destaca que não se pode 
ter projeto pelos outros. É por essa razão que enfatizamos que 
a possibilidade de o professor ter o seu projeto de sala de aula 
não significa que este deverá ser executado pelo aluno. Cabe ao 
professor elaborar projetos para viabilizar a criação de situações 
que propiciem aos alunos desenvolverem seus próprios projetos. 
São níveis de projetos distintos que se articulam nas interações 
em sala de aula. Por exemplo, o projeto do professor pode 
ser descobrir estratégias para que os alunos construam seus 
projetos tendo em vista discutir sobre uma problemática de seu 
cotidiano ou de um assunto relacionado com os estudos de certa 
disciplina, envolvendo o uso de diferentes mídias disponíveis no 
espaço escolar. Isso significa que o projeto do professor pode ser 
constituído pela própria prática pedagógica, a qual será antecipada 
(relacionando as referências das experiências anteriores e as 
novas possibilidades do momento), colocada em ação, analisada 
e reformulada. 
De certa forma, essa situação permite ao professor assumir uma 
postura reflexiva e investigativa da sua ação pedagógica e, portanto, 
caminhar no sentido de reconstruí-la com vistas a integrar o uso das 
mídias numa abordagem interdisciplinar. Para isso, é necessário 
compreender que no trabalho por projetos as pessoas se envolvem 
para descobrir ou produzir algo novo, procurando respostas a 
questões ou problemas reais. “Não se faz projeto quando se tem 
certezas, ou quando se está imobilizado por dúvidas” (Machado, 
2000, p. 7). Isso significa que o projeto parte de uma problemática 
e, portanto, quando se conhece a priori todos os passos para 
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Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
A pedagogia de 
projetos deve permitir 
que o aluno aprenda-
fazendo e reconheça 
a própria autoria 
naquilo que produz 
por meio de questões 
de investigação que 
lhe impulsionam 
a contextualizar 
conceitos já 
conhecidos e 
descobrir outros que 
emergem durante o 
desenvolvimento do 
projeto.
solucionar o problema, esse processo se constitui num exercício e 
aplicação do que já se sabe (Almeida, 2002). 
Projeto não pode ser confundido com um conjunto de 
atividades que o professor propõe para que os alunos realizem 
a partir de um tema dado pelo professor ou sugerido pelo aluno, 
resultando numa apresentação de trabalho. Na pedagogia de 
projetos, é necessário “ter coragem de romper com as limitações 
do cotidiano, muitas vezes auto-impostas” (Almeida e Fonseca 
Júnior, 2000, p. 22) e “delinear um percurso possível que pode 
levar a outros, não imaginados a priori” (Freire e Prado, 1999, p. 
113). Mas, para isso é fundamental repensar as potencialidades 
de aprendizagem dos alunos para a investigação de problemáticas 
que possam ser significativas para eles e repensar o papel do 
professor nessa perspectiva pedagógica, integrando as diferentes 
mídias e outros recursos existentes no contexto da escola. 
A pedagogia de projetos deve permitir que o aluno aprenda-
fazendo e reconheça a própria autoria naquilo que produz por meio 
de questões de investigação que lhe impulsionam a contextualizar 
conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem durante 
o desenvolvimento do projeto. Nessa situação de aprendizagem, 
o aluno precisa selecionar informações significativas, tomar 
decisões, trabalhar em grupo, gerenciar confronto de idéias, enfim, 
desenvolver competências interpessoais para aprender de forma 
colaborativa com seus pares. 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
Nesse contexto, ao lidar com projetos, que é bem diferente de atividades 
temáticas, torna-se imprescindível que o aluno lide com problemáticas, 
investigue, troque ideiase se comunique com todas as fontes, seja entre pares, 
mídias, pesquisas, livros; e agregue ao seu conhecimento, qualidades para 
sua formação humana, de autonomia, pro-atividade, liderança, e competência 
para atuar em grupos.
Elaborar e atuar nos projetos caracteriza em debruçar-se no desconhecido, 
na dúvida, em busca de respostas que muitas vezes abrem para outras 
questões a serem pesquisadas. Diante disso, o professor deve pautar os 
projetos a partir de uma condição flexível em que o aluno possa adentrar e criar 
seus próprios projetos, permitindo que o aluno aprenda-fazendo e perceba a 
sua marca nas produções.
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 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
APRENDENDO E “ENSINANDO” COM PROJETOS (Parte I)
A mediação do professor é fundamental, pois, ao mesmo tempo 
que o aluno precisa reconhecer sua própria autoria no projeto, ele 
também precisa sentir a presença do professor, que ouve, questiona 
e orienta, visando propiciar a construção de conhecimento do 
aluno. A mediação implica a criação de situações de aprendizagem 
que permitam ao aluno fazer regulações, uma vez que os 
conteúdos envolvidos no projeto precisam ser sistematizados para 
que os alunos possam formalizar os conhecimentos colocados em 
ação. O trabalho por projeto potencializa a integração de diferentes 
áreas de conhecimento, assim como a integração de várias mídias 
e recursos, os quais permitem ao aluno expressar seu pensamento 
por meio de diferentes linguagens e formas de representação. Do 
ponto de vista de aprendizagem no trabalho por projeto, Prado 
(2001) destaca a possibilidade de o aluno recontextualizar aquilo 
que aprendeu, bem como estabelecer relações significativas 
entre conhecimentos. Nesse processo, o aluno pode ressignificar 
os conceitos e as estratégias utilizados na solução do problema 
de investigação que originou o projeto e, com isso, ampliar seu 
universo de aprendizagem.
 
Em se tratando dos conteúdos, a pedagogia de projetos é 
vista por seu caráter potencializador da interdisciplinaridade. 
Isto de fato pode ocorrer, pois o trabalho com projetos 
permite romper com as fronteiras disciplinares, favorecendo 
o estabelecimento de elos entre as diferentes áreas do 
conhecimento numa situação contextualizada da aprendizagem. 
No entanto, muitas vezes o professor atribui valor para as práticas 
interdisciplinares, e com isso passa a negar qualquer atividade 
disciplinar. Essa visão é equivocada, pois Fazenda (1994) enfatiza 
que a interdisciplinaridade se dá sem que haja perda da identidade 
das disciplinas. Nesse sentido, Almeida (2002) corrobora com 
essas idéias destacando: 
“(...) que o projeto rompe com as fronteiras disciplinares, 
tornando-as permeáveis na ação de articular diferentes áreas de 
conhecimento, mobilizadas na investigação de problemáticas 
e situações da realidade. Isso não significa abandonar as 
disciplinas, mas integrá-las no desenvolvimento das investigações, 
aprofundando-as verticalmente em sua própria identidade, ao 
mesmo tempo, que estabelecem articulações horizontais numa 
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Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
relação de reciprocidade entre elas, a qual tem como pano de 
fundo a unicidade do conhecimento em construção” (p. 58). 
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
Para melhor compreender a pedagogia de projetos, devemos vê-la como 
uma ponte entre as disciplinas, que une e cria vínculos de forma interdisciplinar, 
tornando o saber uma rede de conexões, numa interligação que liga conteúdos 
ao pensar crítico. E nessa perspectiva o ensino deixa de ser passivo para 
caracterizar-se como um holomovimento.
APRENDENDO E “ENSINANDO” COM PROJETOS (Parte II)
O conhecimento específico – disciplinar – oferece ao aluno 
a possibilidade de reconhecer e compreender as particularidades 
de um determinado conteúdo, e o conhecimento integrado – 
interdisciplinar – dá-lhe a possibilidade de estabelecer relações 
significativas entre conhecimentos. Ambos se realimentam e um não 
existe sem o outro. Esse mesmo pensamento serve para orientar a 
integração das mídias no desenvolvimento de projetos. Conhecer 
as especificidades e as implicações do uso pedagógico de cada 
mídia disponível no contexto da escola favorece ao professor criar 
situações para que o aluno possa integrá-las de forma significativa 
e adequada ao seu desenvolvimento do seu projeto. Por exemplo, 
quando o aluno utiliza o computador para digitar um texto, é 
importante que o professor conheça o que envolve o uso desse 
recurso em termos de ser um meio pedagógico, mas um meio que 
pode interferir no processo de o aluno reorganizar suas idéias e a 
maneira de expressá-las.
 
De igual maneira em relação a outras mídias que estão ao alcance 
do trabalho pedagógico. Estar atento e buscando a compreensão do 
uso das mídias no processo de ensino e aprendizagem é fundamental 
para sua integração no trabalho por projetos. De fato, a integração 
efetiva poderá ser desenvolvida à medida que sejam compreendidas 
as especificidades de cada universo envolvido, de modo que as 
diferentes mídias possam ser integradas ao projeto, conforme suas 
potencialidades e características, caso contrário, corre-se o risco da 
simples justaposição de mídias ou de sua subutilização. Isso nos 
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 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
reporta a uma situação já conhecida de muitos professores que atuam 
com a informática na educação. 
Um especialista em informática que não compreende as 
questões relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem 
terá muita dificuldade para fazer a integração das duas áreas de 
conhecimento – informática e educação. Isso também acontece 
no caso de um especialista da educação que não conhece as 
funcionalidades, as implicações e as possibilidades interativas 
envolvidas nos diferentes recursos computacionais. Claro que não 
se espera a mesma expertise nas duas áreas de conhecimento 
para poder atuar com a informática na educação, mas o 
desconhecimento de uma das áreas pode desvirtuar uma proposta 
integradora da informática na educação. Para integrá-las, é preciso 
compreender as características inerentes às duas áreas e às 
práticas pedagógicas nas quais essa integração se concretiza. 
Essa visão atualmente apresenta-se de forma mais ampla, uma 
vez que o desenvolvimento da tecnologia avança vertiginosamente 
e sua presença na escola se torna mais freqüente a cada dia. 
Uma preocupação é que o professor não foi preparado para 
desenvolver o uso pedagógico das mídias. E para isso não basta que 
ele aprenda a operacionalizar os recursos tecnológicos, a exigência 
em termos de desenvolver novas formas de ensinar e de aprender 
é muito maior. Essa questão, no entanto, diz respeito à formação do 
professor – aquela que poderá ser desenvolvida na sua própria ação 
e de forma continuada, pois hoje com a tecnologia basta ter o apoio 
institucional que prioriza a qualidade do trabalho educacional. 
O fato de a pedagogia de projetos não ser um método para ser 
aplicado no contexto da escola dá ao professor uma liberdade de 
ação que habitualmente não acontece no seu cotidiano escolar. No 
entanto, essa situação pode provocar um certo desconforto, pois 
seus referenciais sobre como desenvolver a prática pedagógica 
não se encaixam nessa perspectiva de trabalho. Assim, surgem 
entre os professores vários tipos de questionamentos, que 
representam uma forma interessante na busca de novos caminhos. 
Mas se o trabalho por projetos for visto tanto pelo professor como 
pela direção da escola como uma camisa-de-força, isso pode 
paralisar as ações pedagógicas e seu processo de reconstrução. 
Uma questão que gera questionamento entre os professores é o 
fato de quenem todos os conteúdos curriculares previstos para 
serem estudados numa determinada série/nível de escolaridade 
são possíveis de serem abordados no contexto do projeto. 
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Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
Essa é uma situação que mostra que o projeto não pode ser 
concebido como uma camisa-de-força, pois existem momentos 
em que outras estratégias pedagógicas precisam ser colocadas 
em ação para que os alunos possam aprender determinados 
conceitos. Nesse sentido, é necessário que o professor tenha 
abertura e flexibilidade para relativizar sua prática e as estratégias 
pedagógicas, com vistas a propiciar ao aluno a reconstrução 
do conhecimento. O compromisso educacional do professor é 
justamente saber o que, como, quando e por que desenvolver 
determinadas ações pedagógicas. E para isso é fundamental 
conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza da 
sua intencionalidade pedagógica. 
Outro questionamento que normalmente vem à tona diz 
respeito à duração de um projeto, uma vez que a atuação 
do professor segue um calendário escolar e, portanto, pensar 
na possibilidade de ter um projeto sem fim cria uma certa 
preocupação em termos de seu compromisso com os alunos 
de uma determinada turma. Nesse sentido, uma possibilidade 
seria pensar no desenvolvimento de um projeto que tenha começo, 
meio e fim, tratando esse fim como um momento provisório, ou 
seja, que a partir de um fim possam surgir novos começos.
 
A importância desse ciclo de ações é justamente para que o 
professor possa criar momentos de sistematização dos conceitos, 
estratégias e procedimentos utilizados no desenvolvimento do 
projeto. A formalização pode propiciar a abertura para um novo 
ciclo de ações num nível mais elaborado de compreensão dando, 
portanto, o formato de uma espiral ascendente, representando o 
mecanismo do processo de aprendizagem.
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/
arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016.
Conforme o texto, há pontos relevantes quando se trata de projetos na 
escola. O professor deve estar atento para não confundir projetos de trabalhos 
com aula temática. Na pedagogia de projetos, o aluno é conduzido a produzir, 
levantar questões, pesquisar e criar relações que incentivam novas pesquisas 
e consequentemente novas questões. Nessa concepção, o professor é o 
propulsor do conhecimento, é ele quem impulsionará ao desconhecido, 
lançando questões, permitindo que o aluno seja o autor de seus projetos, e 
reconheça sua marca em cada etapa da pesquisa. 
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 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais
Atividades de Estudos: 
1) Agora vamos refletir sobre a questão dos projetos no contexto 
das práticas atuais. Em sua opinião, é possível um trabalho 
com projetos mesmo num sistema pautado em notas? Por quê?
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2) Quais as contribuições da pedagogia por projetos para a 
formação do aluno? Elenque cinco:
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algumas Considerações
Conforme você viu neste primeiro capítulo, a pedagogia de projetos 
favorece a aprendizagem do aluno, uma vez que lida com a participação e 
pesquisa dos diversos temas envolvidos. Mas para que isso aconteça, é 
necessário, o acompanhamento e o discernimento do professor em parceria 
com os alunos.
Como visto no texto sobre os fundamentos e as implicações no trabalho 
com projetos, há que se considerar uma série de questões quando se trata da 
prática em si. Uma delas é a forma interdisciplinar que será aplicada, outra é 
a questão da duração e o cuidado para não se prolongar, ou esgotar-se em si 
mesmo. Um projeto deve promover a abertura para novas pesquisas, e não 
findar-se nela mesma.
Resaltamos aqui a importância de um trabalho com projetos em que o 
aluno reconheça sua autoria, o seu fazer, caso contrário seria uma forma 
diferente de trabalhar de numa concepção tradicional.
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Criança, aprendizagem e as interações Com projetos pedagógiCos Capítulo 1 
No próximo capítulo apresentaremos um modelo de escola com projetos 
diferenciados e suas implicações na educação e desenvolvimento dos alunos.
referênCias
MORIN, E. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 2 ed. São 
Paulo: Cortez: Brasília-DF: UNESCO,2000. 
PERRENOUD, P. et al. As Competências para ensinar no século XXI: a 
formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 
2002.
PRADO, M. E. B. B. Pedagogia de projetos: fundamentos e implicações. In: 
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; MORAN, José Manuel (Org.). 
Integração das tecnologias na educação. Brasília: Ministério da Educação/
SEED/TV Escola/Salto para o Futuro, 2005. cap. 1, artigo 1.1, p. 12-17. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/1sf.pdf>. Acesso 
em: 25 jan. 2016. 
WALLON, H. A evolução psicológica a criança. São Paulo, Martins Fontes. 
2010. 
30
 Projetos Pedagógicos na Educação Infantil e Anos Iniciais

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