Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Beatriz Machado SAÚDE MENTAL – AULA TEÓRICA 03 – EXAME DO ESTADO MENTAL 1. INTRODUÇÃO O exame do estado mental é a pesquisa de sinais e sintomas de alterações do funcionamento mental, que observamos durante a entrevista psiquiátrica. Podemos obter informações através de observação direta ou indireta Direta é quando nós observamos o paciente, sua aparência, seu comportamento Indireta é quando nós recebemos relatos de um parente, por exemplo, contando coisas sobre o paciente Faz parte do exame clínico Não deve ser feito apenas por psiquiatras: Todos os médicos deveriam fazer o exame psíquico do paciente. Tem importância clínica Na pesquisa Tem importância jurídica (diagnóstico pericial, por exemplo): Como nas perícias, quando precisamos avaliar o funcionamento mental do indivíduo quando ele cometeu um crime. Orienta decisão terapêutica: Quando estabelecemos uma hipótese diagnóstica e instituímos um tratamento, o exame psíquico seriado serve para ver se o tratamento obteve resposta terapêutica de sucesso. 2. FUNÇÕES MENTAIS QUE DEVEMOS AVALIAR A professora deu uma dica mnemônica de duas siglas para lembrarmos das funções que devemos avaliar Síndromes cerebrais orgânicas (ACASOMI) Apresentação Consciência Atenção Sensopercepção Orientação Memória Inteligência Quando as funções mentais do ACASOMI estão prejudicadas, em geral não temos somente comprometimento psiquiátrico, temos também alterações orgânicas. EX: Alterações de memória em geral estão envolvidas nas doenças neurodegenerativas. EX: Alterações de inteligência em geral estão envolvidas nos quadros de retardo mental. EX: Quadros de delirium são causados por alterações orgânicas (distúrbio hidroeletrolíticos, hiperglicemia, etc) e o paciente fica com consciência, atenção (e as demais funções) alteradas. Síndromes Psicóticas e Transtornos de Humor (AH PE JU CO L) Afetividade/humor Pensamentos Juízo critico Conduta Linguagem Quando as funções mentais do AH PE JU CO L estão prejudicadas, em geral temos mais relação com doenças funcionais psiquiátricas. Maria Beatriz Machado 3. ACASOMI 3.1. APRESENTAÇÃO – ACASOMI (A) É quando batemos o olho no paciente e começamos a entrevista-lo. Aparência: Pode nos trazer sinais que colaboram com o diagnóstico. Devemos verificar a vestimenta do paciente, sua higiene pessoal, modo de andar, se está usando adornos/maquiagem e qual a postura que ele adota. EX: O paciente esquizofrênico geralmente gosta de usar roupas de frio em um dia de calor, porque pode ser que ele esteja ouvindo vozes e isso abafe os sons, ou que esteja com medo e não queira ser identificado. EX: O paciente maníaco gosta de adornos exagerados, e de se vestir de maneira extravagante. EX: Os pacientes depressivos geralmente apresentam uma postura encurvada, e muitas vezes podem ter desleixo com a própria aparência. Atividade psicomotora e comportamento: Agitação psicomotora: Paciente que caminha constantemente, não consegue ficar quieto, apresenta pressão para falar e ansiedade. Retardo psicomotor: Paciente geralmente apresenta lentificação geral dos movimentos, da fala e do curso do pensamento, humor deprimido, resposta monossilábica, aumento na latência das respostas, fica na mesma posição por muito tempo, tem pouca gesticulação e expressão facial triste ou inexpressiva. Atitude frente ao examinador: Se o paciente está sendo amigável, cooperativo com a entrevista, irônico, hostil, defensivo.. Comunicação com o examinador: Características da fala do paciente, como: Quantidade: Se o paciente está responsivo, loquaz, taciturno, prolixo, volúvel, não espontâneo.. Velocidade: Rápida, lenta, tensa, hesitante, emotiva, monótona, forte, sussurrada Qualidade: Se o paciente tem defeitos de fala, como gagueira e tiques vocais Sentimentos despertados: Transferência (do paciente em relação a mim) e contratransferência (meus em relação ao paciente). 3.2. CONSCIÊNCIA – ACASOMI (C) É o estado de lucidez ou de alerta É o estar desperto e ser capaz de responder a estímulos externos. Alterações da consciência: Hiperalerta: Ansioso, hiperatividade autonômica, respostas aumentadas aos estímulos, uso de drogas, abstinência e estresse pós-traumático. Alerta/consciente/vigil Obnubilação ou sonolência: Está alterada sua capacidade para perceber/responder/recordar estímulos comuns com a rapidez habitual EX: TCE, processos infecciosos agudos, efeitos do álcool, uso de substâncias depressoras do SNC Confusão: Já é um grau a mais de rebaixamento de consciência. Ocorre embotamento do sensório, dificuldade de compreensão, atordoamento e perplexidade, juntamente com desorientação, distúrbios das funções associativas e pobreza ideativa. EX: Fase aguda de doenças mentais orgânicas (delirium, demência), doenças associadas a fatores tóxicos, infecciosos ou traumáticos, na epilepsia e em situações de estresse emocional intenso. OBS: Não confundir confusão com delírio! EX: O paciente está dizendo que tem uma nave espacial pousando na frente do HR e dela estão saindo ETs (estar delirando). Maria Beatriz Machado EX: O paciente está com a consciência diminuída, não entende muito bem quando falamos com ele, não consegue encontrar palavras para se expressar (estar confuso). Estupor: É a ausência ou profunda diminuição de movimentos espontâneos, mutismo. EX: Esquizofrenia catatônica (muito comum), intoxicação, doenças orgânicas metabólicas, depressão grave (estupor depressivo), epilepsia, conversão. Coma: Há abolição completa da consciência, o paciente não responde aos estímulos OBS: Flexibilidade cérea é quando colocamos o paciente em determinada posição e ele fica nela. 3.2.1. OBSERVAÇÃO 3.2.1.1. DELIRIUM É uma síndrome confusional aguda de origem orgânica Nessa síndrome estão alteradas as funções do CASO MI Consciência: Confusão, obnubilação Atenção: Desatenção Sensopercepção: Alucinações Orientação: Desorientação temporal e espacial Se um paciente começa a apresentar agudamente esses quatro sintomas, ele está em delirium Lembrar que esse paciente pode ou não ter antecedente psiquiátrico. Temos dois tipos de delirium: Delirium hipoativo Delirium hiperativo Esse quadro tem uma flutuação durante o dia, onde muitas vezes o paciente fica totalmente agitado e depois totalmente calmo. O entardecer tende a piorar os sintomas de delirium. O delirium é tratado com: HALOPERIDOL (antipsicótico) Utilizamos mais quando o paciente está com delirium hipoativo (paciente fica confuso, desatento, com alucinações, desorientação e letárgica). RISPERIDONA (antipsicótico) Utilizamos mais quando o paciente está com delirium hiperativo (paciente fica com agitação psicomotora) Mesmo quando tratamos com os antipsicóticos, ainda temos que tratar o quadro orgânico, se não o paciente não vai melhorar. 3.3. ATENÇÃO – ACASOMI (A) É a dimensão da consciência que designa a capacidade para manter o foco em uma atividade É a direção da consciência. Vigilância: É a capacidade de voltar o foco de atenção para os estímulos externos. EX: Estou estudando e alguém me chama, então foco nessa pessoa. Tenacidade (atenção voluntária): É a capacidade de manter a atenção em determinado foco ou tarefa EX: Estou estudando e alguém fica me chamando, mas não desvio a atenção do estudo. Concentração: É a capacidade de manter a atenção voluntária mais tempo em alguma atividade mental EX: Estou tendo pensamentos sobre todas as tarefasque preciso fazer, mas naquele momento estou estudando e sou capaz de deixar esses pensamentos de lado para manter meu foco no estudo. Maria Beatriz Machado Alterações comuns na atenção: Desatenção (hipovigilância): Quando chamamos a pessoa e ela não presta atenção, perguntamos algo e a pessoa não sabe responder, quando ela esquece coisas. EX: Ocorre na depressão, demências, delirium, TDAH, mania aguda, ansiedade grave e como efeito adverso de medicamentos sedativos Distração (hipotenacidade): A pessoa não consegue prestar atenção muito tempo em uma conversa, não consegue ler um livro muito tempo ou fazer outras atividades por muito tempo. EX: Ocorre na depressão, mania, retardo mental e esquizofrenias. 3.4. SENSOPERCEPÇÃO – ACASOMI (S) É a capacidade de perceber e interpretar os estímulos que se apresentam aos órgãos dos sentidos Sensação é o que chega a um dos órgãos dos sentidos Percepção é o que o nosso cérebro entende disso Ilusões: Percepção errônea de um objeto real Pode ser normal, mas também pode ocorrer no delirium, síndromes depressivas, descolamento de retina, distância da acomodação visual, lesão temporal posterior, intoxicação por drogas EX: Vemos uma cadeira e enxergamos que ela é um leão, por exemplo. Alucinações: Não precisamos ter uma sensação externa. Percepção sensorial sem o objeto presente Tudo que conhecemos pode ser alucinável. Podemos alucinar com o cheiro, tato.. OBS: Se temos algo para deformar é ilusão, se não temos algo para deformar é alucinação. Tipos de alucinações: Visuais: Transtornos mentais orgânicos (delirium, demência), luto normal, depressão psicótica, epilepsia do lobo temporal (a área que processa nossa percepção visual é o lobo temporal), transtornos afetivos e psicóticos É normal no despertar (hipnopômpicas) ou ao preceder estados semicomatosos, e antes de dormir (hipnagógicas). Auditivas: Podem ser elementares ou complexas. Elementares: Apenas barulhos Complexas: Vozes São comuns na esquizofrenia, TAB e síndromes cerebrais orgânicas. Táteis: Picadas de inseto (síndrome de abstinência alcóolica grave (delirium tremens), intoxicação por cocaína, anfetamina). Distinguem-se da hiperestesia e hipoestesia comuns nos transtornos conversivos (converter emoções em sintomas) e alterações neurológicas. EX: Namorado terminou a relação e a paciente se sentiu rejeitada (emoção), começando a se cortar (converteu a emoção em algo físico). Olfativas: Pode variar de acordo com o estado de humor, como cheiros ruins no corpo de alguém com baixa estima, ou cheiro de podre ou de veneno na comida do paciente esquizofrênico. Pode corresponder na aura de epilepsia do lobo temporal também Maria Beatriz Machado Cenestesia: Sensações anormais em partes do corpo. O paciente vê alguma parte do corpo deformada ou apodrecida. Síndrome de Cotard: Paciente tem uma percepção de si mesmo onde acredita estar morto Consegue se ver no caixão, ou apodrecendo, etc. Cinestesias: Alucinações que envolvem o movimento corporal. São sensações alteradas no movimento do corpo. EX: Paciente pode ter sensação de que o ambiente está entrando nele Sinestesia: Alucinações combinadas Possui alucinação visual, tátil, olfativa, etc. EX: Paciente diz que ouviu a sirene da polícia, viu o carro, e depois sentiu que foi algemado.. Outras: Pseudoalucinações, despersonalização e desrealização Dizem mais respeito a consciência do eu. O paciente não consegue perceber quem é e nem o ambiente onde está, tudo fica estranho. É muito comum na síndrome de pânico. 3.5. ORIENTAÇÃO – ACASOMI (O) É a capacidade do indivíduo de se situar em relação a si mesmo, no tempo, e no espaço. Perde-se primeiro a orientação temporal, depois espacial e por último a orientação auto-psiquíca A recuperação se dá na ordem inversa É comum nos quadros de delirium e síndrome de abstinência alcóolica grave, em síndromes cerebrais orgânicas, nos transtorno dissociativos-conversivos, na esquizofrenia, nos transtornos bipolares.. 3.6. MEMÓRIA – ACASOMI (M) É a capacidade de registrar, fixar, evocar e reconhecer objetos, pessoas e fatos ocorridos. Temos inúmeros tipos de memória, mas acabamos estudando mais a memória de fixação e evocação, porque quando há alteração de memória, são essas que sofrem alterações mais agudas. Memória de fixação Memória de evocação Imediata: Guardamos conteúdo e resgatamos após minutos Recente (curto prazo): Guardamos conteúdo e resgatamos após horas ou alguns dias Remota (longo prazo): Guardamos conteúdo e resgatamos após meses ou anos 3.7. INTELIGÊNCIA – ACASOMI (I) É a capacidade de assimilar conhecimentos, compreender a relação entre eles, e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos, de raciocinar logicamente e de forma abstrata, manipulando conceitos, números e palavras Para avaliar a inteligência do indivíduo, não necessariamente precisamos de testes padronizados, conseguimos através da entrevista. Teoria das inteligências múltiplas (existem 7 tipos de inteligência) Linguística Lógico-matemática Espacial Musical Cinestésico-corporal Interpessoal Intrapessoal Os transtornos mentais comuns da inteligência são o retardo mental e a demência. Maria Beatriz Machado 4. AH PE JU CO L 4.1. AFETIVIDADE E HUMOR – AH PE JU CO L (AH) Humor: É um estado subjetivo de ânimo. É o tônus afetivo num determinado momento Não conseguimos dizer como está o humor de uma pessoa a menos que perguntemos a ela. Afeto: É algo objetivo. É o que a pessoa demonstra em relação aquilo que ela está sentindo Palavras da professora É a expressão do humor do indivíduo em relação a uma ideia, fato ou representação mental Slide da professora Conseguimos dizer como está a afetividade de uma pessoa só de olharmos para ela. O afeto pode ser congruente com o humor ou não. EX: Estou feliz por dentro, e por fora estou sorrindo Afeto congruente com o humor. EX: Estou triste por dentro, mas por fora estou sorrindo Afeto não congruente com o humor. OBS: É aqui que confundimos muito. Geralmente quando olhamos a expressão facial de uma pessoa dizemos “ela está feliz, ou de mau humor..” porém, não estamos avaliando o humor da pessoa ao olhar para ela, e sim sua afetividade, que pode ou não estar de acordo com seu humor. Avaliação da afetividade: Não avaliamos somente perguntando para a pessoa qual o seu humor. Conseguimos avaliar através da fácies do paciente, postura, conteúdo do relato, tipo de afeto que transmite.. Humor: Normal (eutímico), deprimido, alegre, triste, ansioso, eufórico, exaltado ou expansivo ou maníaco, irritável, irritado ou colérico, lábil, incontinente, indiferente, aplainado ou achatado, embotado.. Afeto: Se é congruente ou incongruente com o humor e com o conteúdo do pensamento Verificar se o paciente está falando coisas tristes, alegres.. Conceitos importantes em afetividade: Tônus afetivo: É a capacidade do indivíduo de manter aquele afeto EX: Começar feliz durante uma entrevista e terminar feliz também. Eutimia: Humor normal Incontinência afetiva: Não conseguir segurar a expressão afetiva EX: Contamos algo muito feliz para alguém, e a pessoa invés de somente sorrir, começa a gargalhar Coerência afetiva: Ter o mesmo afeto que relata sentir Apatia ou indiferença afetiva: A indiferença é o início e a apatia é o grau mais avançado Ambivalência afetiva: Quando o paciente demonstra sentimentos antagônicos sobre determinado assunto Incongruência afetiva: Quando o pacientenão demonstra ou demonstra de forma estranha o que realmente está sentindo 4.2. PENSAMENTO – AH PE JU CO L (PE) É o conjunto de funções integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos, integrar estímulos externos e internos, analisar, abstrair, julgar, concluir, sintetizar e criar. Pode ser dividido em: Forma, curso e conteúdo. Quando vamos avaliar o pensamento, pensamos em: Produção do pensamento (qual a estrutura dele): Lógico: Se é coerente Ilógico: Irreal, difícil ou impossível de seguir a linha de raciocínio, desagregado Mágico: Misticismo, poderes, influência à distância Maria Beatriz Machado Curso (velocidade que se pensa): Acelerado Lentificado Com fuga de ideias: Geralmente ocorre quando o paciente está com pensamento acelerado. Ele tem muitas ideias ao mesmo tempo e nenhuma delas é concluída. Frouxidão ou perda de associações Tangencialidade: Não ocorre aprofundamento dos assuntos, o paciente detém-se em detalhes e tem dificuldade de falar sobre o ponto de interesse em si Circunstancialidade: Conta coisas desnecessárias ao invés de chegar ao ponto em questão Bloqueio de pensamento: O paciente está falando e de repente para e não conseguimos conversar mais nada. EX: Ocorre muito em pacientes esquizofrênicos, onde as vozes dizem para eles pararem de falar sobre o que estavam contando. Perseveração: Paciente fica repetindo a mesma ideia várias vezes Associação por rimas: Paciente fica falando por rimas. Conteúdo (ideia, assunto do pensamento em si): Pode estar ou não conectado com a realidade Delírio ou ideia delirante: Ideia falsa ou crença irreal com impossibilidade de conteúdo, certeza extraordinária, não compartilhado por outros com a mesma cultura, religião e na mesma sociedade, e impossibilidade de remover esta pela certeza lógica Facilitando: É uma crença fácil que não conseguimos remover do paciente com argumentação lógica. Podem ser delírios de: Inserção, irradiação ou roubo do pensamento, influencia, perseguição, grandeza, erotomaníaco, infidelidade, ruína, niilista. Obsessões: Ideias, imagens ou impulsos repetitivos desagradáveis que entram involuntariamente na mente do paciente, e ele não consegue se livrar delas OBS: As obsessões são diferentes dos delírios, porque nas obsessões o paciente tem crítica de pensamento, ele sabe que essas ideias não são verdades, e no delírio não, o paciente acredita realmente naquela ideia e toma ela como verdade absoluta. 4.3. JUÍZO CRÍTICO – AH PE JU CO L (JU) É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa, e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo É a capacidade que temos de julgar com nossa moral, com o que aprendemos de certo ou errado. EX: Está muito calor, mas eu sei que não posso ir de biquíni na faculdade. No delírio temos alteração do juízo crítico e do pensamento Paciente julga inadequadamente uma realidade. Insight: É a forma mais complexa de juízo crítico OBS: A professora disse que é como se o juízo crítico fosse uma forma mais geral de julgar o que é certo e errado, e o insight seria um juízo crítico do paciente sobre sua doença. Portanto, o insight envolve um grau de compreensão do paciente sobre si mesmo, seu estado emocional, sua doença e as consequências destas sobre si, pessoas que o cercam e sua vida em geral. 4.4. CONDUTA – AH PE JU CO L (CO) São os comportamentos observáveis do indivíduo Comportamento motor, atitudes, atos, gestos, tiques, impulsos, verbalizações, etc. Avaliação da conduta: Observação do paciente durante a entrevista, de perguntas objetivas ou de entrevistas com os familiares. Maria Beatriz Machado Pesquisa-se dados sobre os hábitos do paciente, como o que costuma fazer todos os dias e em situações especiais. Procuram-se alterações indagando sobre o uso de drogas, roubos, tentativa de suicídio, hostilidade, compulsões, impulsos, comportamentos agressivos, rituais, vida sexual, relacionamentos interpessoais, etc. 4.5. LINGUAGEM – AH PE JU CO L (L) É a maneira como a pessoa se comunica, verbal ou não verbalmente, envolvendo gestos, olhar, expressão facial ou por escrito. Costuma-se dar mais ênfase à fala, avaliando-se: Quantidade: Loquaz, prolixo, taciturno, não-espontâneo ou normal Velocidade/fluxo: Verbalização rápida, lenta, hesitante, monótona Qualidade: Tartamudez, ecolalia Volume: Alto ou baixo A gramática e sintaxe, e o vocabulário ou escolha de palavras. Alterações da linguagem: Disartria: Dificuldade de articular palavras devido a uma causa central Quando a dificuldade é em grau extremo, chamamos de anartria. Disfasia: Dificuldade ou perda de capacidade de compreender significado das palavras e/ou a incapacidade de se utilizar dos símbolos verbais Em grau extremo, chamamos de afasia Disfonia: Defeito (geralmente motor) da fala que resulta em alteração da sonoridade das palavras devido a uma causa periférica (traqueia, aparelho respiratório) Geralmente é causada por um defeito do aparelho fonador. Bradilalia: Falar devagar Taquilalia: Falar rápido Ecolalia: Ficar repetindo a última palavra do discurso Precoce: Comum no autismo, demência, retardos mentais EX: “Fulano você quer água?” e o paciente fica repetindo “quer água, quer água, quer água” Tardia: Paciente assiste um filme, por exemplo, e horas depois fica repetindo alguma fala do personagem Logorreia: Produção aumentada de palavras Como se fosse uma “hemorragia” de palavras Mutismo Coprolalia: Ficar falando palavrão, palavras de baixo calão Comum na síndrome de Tourette Neologismos: Inventar termos para dizer algo que está querendo Comum na esquizofrenia Jargonofasia (salada de palavras): Fala muitas palavras desconexas formando frases sem sentido Pararespostas: Perguntamos uma coisa e o paciente responde outra
Compartilhar