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TEORIA DOS CÍRCULOS ÉTICOS- IED- Ricardo Maurício

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Teoria dos Círculos Éticos 
Ao longo das funções oferecidas pelos diversos profissionais do direito sendo possível visualizar 
as seguintes concepções:
Concepção dos Círculos Concêntricos 
Trata-se de corrente desenvolvida durante a Idade Antiga e a Idade Media. Para esse visão, o 
direito seria o nucelo do mundo moral, havendo uma total coincidência entre os círculos éticos. 
Nesse sentido, a violação à uma norma jurídica, acarretaria necessariamente a violação à uma 
norma moral.
OBS: Esta concepção foi desenvolvida a partir da influência dos jusnaturalismo, o qual defendia a 
existência de direitos naturais, atuais direitos humanos. (Doutrina dos Direitos Naturais) 
Embora a concepção dos círculos concêntricos tenham mérito de demonstrar a aproximação do 
direito com a moral possibilitando o debate sobre a justiça, tal visão sofre profundas críticas:
a) Não haveria um código universal e absoluto de moralidade, nem tão pouco de justiça, pois 
tanto a moral quanto o direito sofreriam variações no tempo e no espaço. (Diversidade 
Histórico-Cultural) 
b) Nem sempre direito e moral regulam da mesma forma a conduta humana
Concepção dos Círculos Éticos Separados 
Trata-se de visão defendida durante a Idade Moderna, pois sustentava a ideia de que o direito e a 
moral não deveriam se comunicar, a fim de não comprometer a objetividade, a certeza e a 
previsibilidade no funcionamento da ordem jurídica. Nesse sentido, a moral deveria ocupar-se 
com as consciências subjetivas de cada individuo em sociedade, enquanto o direito deveria 
disciplinar a organizar do Estado e a relação do poder publico com os cidadãos. Assim, a criação 
e aplicação das normas jurídicas deveriam ser neutralizadas de qualquer influência das instâncias 
morais. 
Esta cisão do direito em face da moral, além de permitir a aplicação previsível do direito 
possibilitou a consolidação do capitalismo no campo econômico e da democracia representativa 
no planos politico, pois a lei estabelecia regras estáveis e seguras para as relações sociais.
Ocorre que, esta separação entre direito e moral, acarretou a realização de profundas injustiças, 
pois o direito se converteu num instrumento tecnocrático (a serviço do poder) de opressão e 
tirania, por parte daqueles que ocupavam o Estado.
Embora tal visão tenha possibilitado o avanço do estado de direito e do capitalismo na 
modernidade, essa separação favorece a aplicação positivista e dogmática. 
Concepção dos Círculos Éticos Secantes 
Trata-se de concepção segundo a qual direito e moral apresentariam uma crescente zona de 
intercessão, alem de preservar zonas autônomas de regulação do agir ético. Essa visão foi 
influenciada pelo pôs positivismo jurídico, movimento que se consolidou após a segunda grande 
guerra mundial, o processo de internalização dos direitos fundamentais, teve papel decisivo na 
aproximação da ordem jurídica com a ordem moral. Retomou-se o debate sobre a justiça, sob 
uma perspectiva multicultural.
Embora tal visão tenha um mérito de demonstrar a intima correlação entre direito, moral e justiça, 
bem como possibilitar a efetivação dos direito humanos fundamentais, muitas criticas podem ser 
oferecidas:
a) O risco da perda de identidade da ordem jurídica (diluição no mundo moral).
b) Favorecimento à subjetividade do interprete, com risco de decisões arbitrarias pelo poder 
judiciário

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