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resumo direito tributário

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DIREITO TRIBUTÁRIO
I – INTRODUÇÃO
1. O ESTADO E O DIREITO.
Conceito: Há três elementos materiais do Estado: 
1º O povo: Conjunto de pessoas físicas ou naturais que mantém vínculo jurídico-político com o Estado. Difere de população e de nação. 
2° Território: Trata-se do espaço físico onde se exerce a soberania. É um conceito jurídico, não geográfico. 
3º Idioma/Língua: É o idioma falado por aquele povo, naquele território. 
- Esses elementos são o início para a formação do Estado. 
- Havendo esse três elementos a sociedade vai auto regulamentar-se, formando o Estado. 
- O Estado é a própria sociedade se organizando. 
- Não existe Estado sem sociedade estabelecendo métodos e normas para alcançar um objetivo. 
1.2. EFEITOS DO ESTADO
1º EFEITO: Reconhecimento do em torno. É o conhecimento que se tem daquele Estado externamente, ou seja, são as pessoas reconhecendo aquele Estado como tal. 
2º EFEITO: A forma pela qual o Estado é visto pela sociedade. É o reconhecimento que o Estado alcança da sua sociedade, com suas qualidades e defeitos, pois quem determina a qualidade do Estado é a sociedade. O Estado sendo visto, posto e positivado, assim ele se protege da intervenção de terceiros (soberania do Estado). 
OBS. NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO QUEM COMANDA É A CONSTITUIÇÃO EMANADA PELA SOCIEDADE. 
2. PROCESSO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL
2.1. O PROCESSO LEGISLATIVO COMPREENDE A ELABORAÇÃO DE: Emenda Constitucional (art. 60 CF); Leis Complementares (art. 69 CF); Lei Ordinária (art. 61 CF); Lei Delegada (art. 68 CF); Medidas Provisórias (art. 62 CF); Normas Infraconstitucionais. 
- O processo legislativo está previsto na constituição, que é, portanto, o ponto mais auto da pirâmide hierárquica do ordenamento jurídico: 
*Pirâmide hierárquica legislativa. 
- EMENDAS CONSTITUCIONAIS: Servem para complementar lacunas originarias e que surgem com o desenvolvimento da sociedade. 
- LEI COMPLEMENTAR: Somente são leis complementares aquelas que assim tiverem sido nomeadas na Constituição. Como o próprio nome indica, complementam o texto constitucional. 
* O art. 146, CF relaciona quais são as matérias que precisam ser legisladas por lei complementar, uma delas é para estabelecer normas gerias de legislação tributária. 
* A aprovação da lei complementar é mais rígida, sendo necessária a obtenção do voto da maioria absoluta dos senadores e dos deputados. E isso acontece porque nela é sempre tratada uma matéria importante e delicada. 
- LEI ORDINÁRIA: São atos legislativos que a Constituição trata, simplesmente por "leis", sem qualquer qualificativo. 
* As leis ordinárias exigem votação simples. Algumas matérias exigem aprovação do plenário, outras podem ser por votação de liderança partidária. 
OBS. Essas ferramentas legislativas que efetivamente tramitam no processo legislativo constitucional. O procedimento legislativo não admite atalhos. 
- LEI DELEGADA: A Constituição permite que o Congresso Nacional delegue poderes ao Chefe do Poder Executivo, por sua solicitação, para a elaboração de leis. A Constituição veda que seja objeto da delegação matérias sujeitas a lei complementar, matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional ou de competência privativa da Câmara ou do Senado Federal. 
- MEDIDAS PROVISÓRIAS: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá emitir MP, que deverá submetê-las ao Congresso para sua conversão em lei, no prazo de 60 dias. Esgotado esse prazo sem sua conversão em lei, perdem a eficácia desde a edição (os efeitos delas retroagem, voltam ao que era antes). 
* Existe uma discussão doutrinária sobre a MP poder instituir ou majorar impostos. O Art. 62, §2º da CF prevê: Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
* O Art. 62, § 1º que, quando a matéria é reservada a lei complementar é vedada a MP. Por esse motivo é que a CPMF ainda não foi aprovada (exige lei complementar), se não fosse assim já estaria aprovada. 
- NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS:
 Leis Tributárias: Lei Complementar e Ordinária 
 Legislação Tributária: Portarias, atos normativos etc. 
2.2. Valores, princípios regra. 
Todo o comando de conduta estabelecido pelo Direito fará parte da REGRA jurídica, cabendo aos PRINCÍPIOS o papel de estruturar todo o sistema jurídico e as NORMAS determinar os comportamentos. 
- VALORES: Alta abstração – norteiam todo o sistema jurídico. 
- PRINCÍPIOS: Média Abstração – determinam os comportamentos. 
-REGRAS: Baixa abstração – comandos de conduta estabelecido. 
2.2.1. PRINCÍPIO. 
Princípio é, por definição, um mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente para definir a lógica e racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. 
 O QUE É NORMA JURÍDICA? 
As normas jurídicas são estruturas fundamentais do Direito e nas quais são gravados preceitos e valores que vão compor a ordem jurídica. A norma jurídica é responsável por regular a conduta do indivíduo, e fixar enunciados sobre a organização da sociedade e do Estado. 
II – DIREITO FINANCEIRO.
1. O ESTADO E SUA ATIVIDADE FINANCEIRA 
A finalidade do Estado é a realização do bem comum, um ideal que promove o bem estar e conduz a um modelo de sociedade. 
Algumas dessas necessidades não são de natureza essencial, isto é, cabe ao Estado sua realização de forma direta e exclusiva (segurança pública, prestação jurisdicional, etc.) Tais atividades representam os interesses primários do Estado, sendo indelegáveis em função da indisponibilidade do interesse público. Outras representam os interesses secundários do Estado, tanto podendo ser desenvolvidas diretamente pelo Poder Público, como pelas concessionárias de serviço público. Quanto a maior gama de necessidades públicas, maior será a intensidade da atividade financeira do Estado. 
Para entender o Direito Financeiro e o Tributário, é interessante termos em mente que estes ramos estão intimamente ligados a Atividade Financeira do Estado. 
Isso se resume em sendo a atividade despendida pelo Estado (União, estados, Distrito Federal e municípios) para realizar a captação, gestão e aplicação dos recursos públicos com o objetivo de manter a execução das necessidades públicas. 
Assim sendo, podemos dizer que a Atividade Financeira do Estado passa pelas seguintes etapas: 
1. Captação ou obtenção de recursos, que chamaremos de receita; 
2. Administração tanto dos recursos arrecadados como do patrimônio estatal, que chamaremos de gestão; 
3. Aplicação destes recursos nos gastos com as necessidades públicas, que chamaremos de despesa. 
Ressalta-se que a despesa deverá constar no exercício financeiro (orçamento anual). 
1.1. DIREITO FINANCEIRO
O Direito Financeiro pode ser visto como gênero que versa sobre receitas, despesas, orçamentos e créditos públicos. 
É este ramo que vai versar sobre os orçamentos como instrumento de fixar limites quanto às receitas e despesas no exercício financeiro de determinado período. Além disso, as normas que são consideradas do direito financeiro vão especificar formas, condições e delimitar tanto a obtenção da receita quanto o gasto do dinheiro público. 
2. Qual é a ocupação que o Estado tem com a tarefa financeira? 
Existem duas variáveis da tarefa financeira: 
 Receita 
 Despesas 
2.1.1. DESPESAS
A despesa pública é o conjunto de dispêndios do Estado para o funcionamento dos serviços públicos, ou seja, é o conjunto de gastos públicos num determinado período de tempo, para atendimento das necessidades da coletividade. Esse conjunto de dispêndios deve observar todas as normas de responsabilidade fiscal daquele que está na gestão da coisa pública. 
 Qual é olimite das despesas? A despesa deve ser menor do que as receitas. 
 Por que é bom que sobre receita? Para que o Estado possa progredir patrimonialmente. 
2.1.2. RECEITAS
A receita pública é todo o valor arrecadado pela Administração Pública para fazer frente as despesas públicas. A Receita Pública poderá ter diversas origens, portanto é comum serem divididas da seguinte maneira: 
 Receitas Patrimoniais (ORIGINÁRIAS): Tem origem no próprio patrimônio estatal, ou seja, é quando a receita é gerada com a exploração do próprio patrimônio público, geralmente por alienação de bens ou serviços. Aqui há uma relação de coordenação e não de imposição com as partes da relação. Ex: Minério, turismo. 
 Receitas Tributárias: Quando o Estado obtém recursos mediante exploração do patrimônio de terceiros. São aquelas receitas impostas pelo Estado ao particular de forma a obrigatória, exemplo de receitas derivadas são os tributos, multas, etc. Aqui a uma relação jurídica de imposição, ou seja, o estado impõe prestações ao particular. Há aqui a transferência da riqueza do particular ao erário. 
OBS. Assim, os TRIBUTOS são receita derivada, pois o particular não tem escolha em pagar ou não tais valores decorrentes deles, sob pena de sanção imposta pelo ESTADO. 
 Receitas ordinárias: são as receitas periódicas, de caráter constante, que se renovam de ano a ano na peça orçamentária. Assim, todos os tributos especificados na peça orçamentária constituem receitas ordinárias. 
 Receitas extraordinárias: são aquelas inconstantes, esporádicas, às vezes excepcionais, e que, por isso, não se renovam de ano a ano na peça orçamentária 
 RECEITAS CORRENTES: decorrem do poder impositivo do Estado (tributos em geral) e da exploração da atividade econômica; 
 RECEITAS DE CAPITAL: provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas. 
3. ORÇAMENTO
É um planejamento para equilibrar receita e despesas. É conhecido, também, como uma peça que contém a aprovação prévia das receitas e das despesas para um período determinado. Atualmente, não caracteriza mero documento de natureza contábil, mas espelha toda a vida econômica de uma nação. 
CONCEITO: é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo por certo período, a realizar despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins, adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação de receitas já previstas em lei. 
OBS. O orçamento não contém todas as autorizações para todas as receitas e todas as despesas dentro de um determinado período, uma vez que podem ocorrer fatos supervenientes, dotações insuficientes e outras causas que exigem créditos adicionais. 
3.1. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO
ART. 65, CF. As leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I – O plano plurianual; 
II – as diretrizes; 
III – os orçamentos anuais. 
 LEI DO PLANO PLURIANUAL (PPA): Visa estabelecer programas e metas governamentais de longo prazo. Nos termos do art.165, §1º, da CF, tal lei deverá instituir, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras dela decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada. 
 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO): é aquela que compreende as metas e prioridades da Administração Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual e dispondo sobre a alteração da legislação tributária e estabelecendo política de aplicação das agências financeiras de fomento. 
- Trata-se da lei que visa determinar efetivamente as metas que devem ser cumpridas no orçamento anual. 
OBS. A LDO não visa alterar a legislação tributária, ela apenas orienta quais as alterações que devem ocorrer na legislação tributária para que as metas e prioridades possam ser cumpridas, de maneira mais acertada pela Administração Pública. 
- As agências financeiras de fomento são aquelas agências financeiras vinculadas a Administração Pública e que estão intimamente ligadas com a implementação de programa de investimento e incentivo junto ao cidadão. EX: CAIXA E BB. 
 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (art. 165, § 5º, I, CF): compreende três orçamentos distintos: 
 O orçamento Fiscal: compreende as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidade da Administração Pública Direta e Indireta, inclusive das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
 O Orçamento de Investimento: abrange o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica). 
 O Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as receitas e despesas cuja finalidade seja o atendimento da assistência social, previdência social e saúde. 
*Todas as leis orçamentárias são de iniciativa do Poder Executivo, cabendo ao Presidente da República enviar ao Congresso Nacional os projetos de lei e propostas orçamentárias, conforme art. 84, XXIII, CF. 
* Apesar de a CF trazer nos textos concernentes às leis orçamentárias a expressão “administração pública federal”, tais leis devem existir no âmbito dos ESTADOS E MUNICIPIOS, de acordo com o principio da simetria constitucional. 
4. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ORÇAMENTÁRIOS.
*Os princípios são os alicerces nos quais se estruturam as normas jurídicas. Para que o orçamento seja válido, necessita da observância de princípios específicos determinados pela Constituição de forma explicita ou implícita. 
 Legalidade 
 Exclusividade 
 Programação 
 Publicidade 
 Universalidade 
 Unicidade 
 Orçamento participativo 
 Equilíbrio orçamentário 
 Especificação 
 Princípio da não vinculação da receita de impostos 
1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Tem base no art. 5º, III, CF. É um princípios constitucional que se aplica no Orçamento. 
Art. 5º, II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
Em matéria orçamentária, esses princípios significa que a Administração Pública se subordina as prescrições legais. Nesse sentido a Constituição exige que leis de iniciativa do Presidente da república estabeleçam o Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamentos anuais. 
Além disso, esse princípio também abarca os planos, programas, operações e aberturas de crédito, transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma dotação para a outra (arts. 48, II, TR IV, 166, 167, I, III, V VIE IX da CF) 
*O princípio impõe aos Administradores uma legalidade formal e material na prática de todos os atos: os atos devem se respaldar inteiramente nas leis orçamentárias e outras leis que delas decorrem (deve-se obedecer as normas infra legais) 
*A ilegalidade não está apenas quando se pratica algo que não está previsto nas normas, mas também na não coadunabilidade com as normas. 
* Quando se utiliza a verba para outra finalidade deve-se levar ao conhecimento do Poder Legislativo para a ratificação. 
1.2. PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
Este princípio está ligado ao conteúdo do orçamento e está expresso o art. 165, § 8º da CF: 
Art. 165, § 8º: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação de despesa, não se inclui nessa proibição à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações e crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
Portanto, em regra, o orçamento anual deve conter: 
- A previsão de receita e; 
- A fixação de despesa. 
Exceção: poderá conter, ainda que por antecipação de receita: 
- Autorização para a abertura de créditos suplementares; 
- Autorização para a contratação de operações de crédito. 
*NÃO SÃO MATÉRIAS ESTRANHAS AO ORÇAMENTO, TEM NATUREZA ORÇAMENTÁRIA. 
*Crédito Suplementar: Se a Administração arrecadou mais o que precisava para pagaras despesas o excedente pode vir a ter novos rumos, desde que seja feito um pedido para isso. O que constará no orçamento anual será um pedido de pré-autorização para que, sempre que houver um excedente de 5% da receita, utilizar o crédito suplementar. 
1.3. PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO
Os programas de governo de e qualquer política pública deve ter uma programação que constará no plano plurianual (planos e programas nacionais, regionais e setoriais). É um planejamento dentro do orçamento, o qual deve ser levado a aprovação. EX: Fome Zero. 
*Esses programas devem ser aprovados para existir. 
*Toda lei orçamentária deverá trazer em seu bojo uma programação para execução da atividade financeira, descrevendo quais as metas e objetivos a serem tratados num determinado lapso temporal. 
1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Impõe ao Administrador o dever de fazer com que a sociedade conheça os seus atos. Não basta apenas disponibilizar as informações, deve-se fazer com que ela chegue ao conhecimento da sociedade. 
Este princípio de desdobra em outros dois sub princípios: 
 CLAREZA: A forma pela qual a informação é disponibilizada deve ser compatível com o entendimento do destinatário. Todo o teor técnico da matéria orçamentária deve ser expresso de forma clara, ordenada, objetiva e completa, permitindo o seu entendimento não só pelos especialistas, mas por todos que tenham interesse nas informações. 
 TRANSPARÊNCIA: Forma pela qual a informação é disponibilizada para que a sociedade possa ver o que está sendo feito. 
1.5. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
Tudo deve ser incluído no orçamento, ou seja, as parcelas da receita e da despesa devem vir no orçamento no valor bruto, sem qualquer dedução. 
*Este princípio significa a inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta no orçamento anual. 
1.6. PRINCIPIO DA UNICIDADE
Cada ente federativo terá apenas um orçamento. A União terá um orçamento uno, que abarcará todos os órgãos e entidades. Assim também será os ESTADOS, MUNICIPIOS E DISTRITO FEDERAL. Tudo deve ser unificado para ser enviado ao Legislativo de uma só vez. 
1.7. PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
É a possibilidade de a sociedade participar dos trâmites orçamentários. 
1.8. PRINCÍPIO DO EQUILIBRIO ORÇAMENTÁRIO:
Este princípio postula que deve haver o equilíbrio entre despesas e receitas para evitar o endividamento público. 
Não se deve gastar mais do que se arrecada. 
1.9. PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO
As receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação. 
É o princípio que proíbe que a Lei do Orçamento consigne dotações globais. 
1.10. PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DA RECEITA DE IMPOSTOS
O imposto é um tributo que serve para o custeio de serviços e obrais gerais da Administração Publica, onde sua arrecadação é desvinculada de qualquer despesa especifica. Como é o caso do IPTU, pago pelos contribuintes e serve para a manutenção de todo o município, não sendo especificado a área de sua atuação. 
5. FISCALIZAÇÃO E O CONTROLE ORÇAMENTÁRIO
A fiscalização e o controle orçamentário são exercidos pelo PODER LEGISLATIVO, com o auxilio do TRIBUNAL DE CONTAS. 
Tribunal de Contas: é um órgão, relativamente autônomo, que vai acessorar o Poder Legislativo na fiscalização. Ele é um órgão consultivo da Administração Pública em Geral e de assessoria do Poder Legislativo em matérias orçamentárias. 
*O TC controla a atividade contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional. 
*O TC atua quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas. 
SUBVENÇÃO
Repasse de verbas para entidades ou órgãos para que consigam atingir suas metas. Ex: Casa de Idosos, é uma ação social (presta serviço que também é estatal), pode receber subvenções, desde que não atinja suas metas, se comprovado os requisitos. 
*O Poder público fiscalizará se a quantia subvencionada está sendo utilizada para aquele fim. 
RENÚNCIA DE RECEITAS
Quando o administrador tem o poder, de oficio, de arrecadar e não o faz. Ex: Quando isenta alguém de uma arrecadação; ceder bens públicos de forma não onerosa; tempo que a Administração Pública demora para executar as dívidas fiscais (o prazo prescricional da dívida fiscal é de 5 anos. 
*Uma isenção nunca será declarada senão por lei. 
6. QUEM PODE SER FISCALIZADO.
- Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, desde que, de alguma forma se relacionem com os dinheiros e bens públicos. 
III. DIREITO TRIBUTÁRIO
O sistema Nacional Tributário é conhecido como SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO, pois sua base está na Constituição. 
A Constituição é a fonte de maior importância, pois orienta a interpretação e a aplicação de todas as demais normas jurídicas existentes na seara fiscal. A CF tem um capítulo próprio denominado “SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL”, previsto no art. 145 até o 162. 
1. O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO:
- Estabelecer As Espécies Tributárias; 
- Determinar A Competência Tributária; 
- Limitar O Poder De Tributar; 
- Tratar Das Repartições De Receitas Tributárias. 
*O principal núcleo do Direito Tributário é a Constituição 
* O conteúdo tributário é trabalhado em LEI COMPLEMENTAR. 
* Trata-se de um Direito de alta intensidade obrigacional. 
* Direito alelo e manente da sociedade desde que optou por este Estado. 
A receita derivada é o objeto de link entre o direito tributário e o orçamentário, sendo assim, o Direito Tributário é o direito que disciplina o processo de retirada compulsória, pelo Estado, da parcela de riquezas do particular, mediante a observância dos princípios norteadores. É a disciplina jurídica que estuda as relações entre o fisco e o contribuinte. 
Este é um Direito de sobreposição, pois se sobrepõe à institutos de ouras aréas de ciências jurídicas. Por assim dizer, não é o Direito Tributário que se ocupa em definir institutos, mas utiliza o que já está definido pelas outras aréas. 
Também, é um direito plenamente vinculado ao sistema normativo, ou seja, caminha estritamente ao lado dos termos da norma jurídica (valores, princípios, regras e suas interpretação conjunta). 
2. TRIBUTOS
O tributo é o cerne dos estudos do Direito Tributário. É uma espécie de receita derivada, na qual é explorado o patrimônio de terceiros. A definição de tributo é encontrada no art. 3º do CTN: 
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituida em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Em outras palavras, tributo é a prestação em dinheiro exigida compulsoriamente pelos entes políticos, de quem revele capacidade contributiva ou que se relacione direta ou indiretamente a atividade estatal específica. 
2.1. CARACTERISTICAS DO CONCEITO DO CTN:
1ª PRESTAÇÃO: a prestação é o objeto da relação obrigacional, é aquilo que o credor pode exigir do devedor. No Direito Tributário, o devedor é o sujeito passivo e o credor é o sujeito ativo. 
2ª PECUNIÁRIA: prestação pecuniária faz alusão direta a dinheiro, moeda. Portanto, a prestação será feita em moeda. (tranferência de dinheiro do contribuinte para o Estado) 
3ª COMPULSÓRIA: a obrigação independe da vontade do contribuinte, é obrigatória, irrenunciável. 
*Motivação negativa: quando não tem o querer e nem o dever, entra na compulsoriedade: 
Obrigação: 
- Querer: quando tem motivação 
- Dever: tem baixa motivação 
- Compulsório: motivação negativa. 
4ª NÃO CONSTITUI SANÇAÕ POR ATO ILÍCITO: são tributados os fatos lícitos, ainda que realizados ilicitamente (por ex: auferir renda, ser proprietário de algo). Deste modo, penas ou sanção imposta pela prática de ato ílicito não é tributo. 
* Auferir renda é lícito, ainda que realizado por meios criminosos, portanto, é tributável (princípio do “NON OLET”) 
*MULTA NÃO TEM NATUREZA TRIBUTÁRIA, NÃO É TRIBUTO. Até asmultas aplicadas por inobservância de regras tributarias têm natureza penal, não sendo tributo. 
5ª INSTITUIDO EM LEI: O tributo deve estar previsto em lei, por força do art. 5º, II da CF (princípio da legalidade). 
6ª COBRADO MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENEMENTE VINCULADA: O sujeito ativo deve cobrar o tributo sem qualquer margem para juízo de conveniência ou oportunidade (não há discricionariedade). Ocorrendo o fato gerador, o tributo deve ser exigido em estrita conformidade com a lei. Além disso, o tributo deve ser arrecadado diretamente pela administração pública. 
O tributo é o principal instituto do Direito Tributário, pode-se até dizer que é o único objeto e instituto jurídico deste. 
*A Constituição não cria tributos, apenas outorga competência impositiva. As leis ordinárias de cada entidade tributante é que instituem os tributos. 
* Excepicionalmente, a Constituição impõe a criação de tributos por meio de lei complementar. EX: Imposto sobre grandes fortunas, imposto decretado pela União no exercicio de sua competencia residual, empréstimo compulsório e as contribuições sociais do §4º do art. 195. 
*Medida Provisória não pode legislar sobre CRIAÇÃO OU AUMENTO de tributos. 
2.2. CARACTERÍSTICAS INERENTES ÀS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
 FISCALIDADE: a fiscalidade traduz a exigência de tributos com o objetivo de abastecimento dos cofres públicos, sem outros interesses. Significa olhar para o tributo, simplesmente, como ferramenta de arrecadação. 
 EXTRAFISCALIDADE: ocorre quando o Estado-Fisco não visa apenas à arrecadação, mas também atingir finalidades incentivadoras ou inibitórias de comportamentos, com vista à realização de outros valores, constitucionalmente contemplados (EX: Incentivar a atividade Industrial (IPI); Proteger o mercado interno (Imposto de Importação). 
 PARAFISCALIDADE: Sujeito ativo delegado fica com os recursos arrecadados para realizar suas atividades essenciais. Arrecadação realizada por alguémm em paralelo ao fisco, transferindo essa delegação. É a permissão pelo ente que retém a competência tributária de atribuir a outro o poder de arrecadar, fiscalizar e administrar os tributos. 
*A fiscalidade e a parafiscalidade nunca se misturam, não terá as duas ao mesmo tempo em uma mesma espécie de tributo. 
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A competência tributária significa poder atribuído pela Constituição Federal para instituir-se tibutos. Tal competência é atribuída para os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municipios. 
- Concorrente; 
- Exclusiva; 
- Extraordinária e; 
- Residual. 
3.1. COMPETÊNCIA CONCORRENTE
Art. 145 da CF: A UNIÃO, OS ESTADOS, OS MUNICÍPIOS E O DISTRITO FEDERAL têm competência para instiruir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas; III – contribuição de melhoria. 
3.2. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA:
É a competência determinada para a União para a instituição das chamadas constribuições especiais, previstas no art. 149 da CF. Essas constribuições se subdividem em: 
- Contribuições sobre a Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): são aquelas instituidas pela União para intervir no domínio econômico, com a finalidade de regular determinada área econômica do país. 
- Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: Também denominadas parafiscais, são aquelas cobradas das entidades de classe ou de determinadas categorias profissionais. 
3.3. COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
É a competência da União para instituição de tributos em situações excepcionais, em que se prove a inexistência de recursos financeiros para fazer frente a gastos públicos imprevisíveis, tais como nos casos de guerra, calamidade pública etc. 
Neste caso a União poderá Instituir dois tributos distintos: 
 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: A União pode, mediante LEI COMPLEMENTAR, instituir EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS: 
I – Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou iminente; 
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
 IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA (IEG): Instituidos pela União, independentemente de lei complementar, nos casos de guerra externa e sua iminência, nos termos do art. 154, II da CF. 
3.4. COMPETÊNCIA RESIDUAL
Permite a União, Instituir, mediante lei complementar, outros impostos que não foram atribuidos pela Constituição a nenhum ente, desde que observe requisitos específicos e cumulativos previstos no art. 154, I: 
 Intituição mediante LEI COMPLEMENTAR 
 Que tais impostos sejam não cumulativos; 
 Que tenham o fato gerador e a base de cálculo diferente de todos os impostos já previstos na Constituição. 
3.5. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA:
3.5.1. INALTERABILIDADE: As pessoas políticas não podem ampliar suas competências. Somente emenda constitucional poderá realizar tal intento. 
3.5.2. FACULTATIVIDADE: o ente federativo pode exercitar ou não sua compet}ência tributária. EX: imposto sobre grandes fortunas, pois a União não exerceu sua competência para instituir tal imposto. 
3.5.3. PRIVATIVIDADE: as competências conferidas pela CF a determinado ente federativo implicam interdição, negação desse mesmo poder a outro ente federativo. 
3.5.4. INDELEGABILIDADE: não é possível ao ente político que recebeu a competência delegá-la a outro ente ou entidade pública ou privada. (art7º). 
3.5.5. IRRENUNCIABILIDADE: Em razão de a competência ser proveniente de uma regra constitucional, mesmo que o ente político não a queira, ou dela não se valha, essa atitude não lhe entrega o direito de renunciar à competencia. 
3.5.6. INCADUCABILIDADE: essa característica garante ao ente político valer-se desse poder de tributar quando desejar, sem que tenha de se preocupar com a sua “prescrição”. O não exercício da competência tributárias não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído (art. 8º). 
4. CAPACIDADE ATIVA
A Capacidade Ativa não se confunde com a Competência: 
COMPETÊNCIA: vem em decorrência de regra Constitucional, que define a Competência para INSTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. 
CAPACIDADE ATIVA: vem delegada em decorrência de uma LEI ORDINÁRIA, que delega as funções de ARRECADAR, FISCALIZAR TRIBUTOS, EXECUTAR LEIS, SERVIÇOS, ATOS OU DECISÕES ADMINISTRATIVAS EM MATÉRIA TIBUTÁRIA. 
 As funções da Capacidade Ativa são delegáveis, a competência que é indelegável. 
 Tais Funções são conferidas por uma pessoa jurídica de direito público á outra, nos termos no art. 18, § 3º da CF. 
Tributo é o gênero, do qual decorrem 5 espécies: 
5. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
 IMPOSTOS – não vinculado 
 TAXAS - Vinculado 
 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS - Vinculado 
 OUTRAS CONTRIBUIÇÕES - Vinculado 
 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Vinculado
VINCULADOS: O tributo é vinculado, em alguns casos, áquilo que a lei estabelece, em outros, à razão social. Esses tributos dependem de contra prestação pré-constituida. 
NÃO VINCULADOS: Não tem vinculação com a lei ou razão social. Não dependem de contra prestação. 
5.1. TAXAS 
É o tributo exigível em razão do EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA ou pela ultilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. 
Portanto, as TAXAS se dividem: 
- TAXA DE POLÍCIA: 
É aquela cobrada pelo exercício regular do poder de polícia. 
PODER DE POLÍCIA: É o poder de fiscalização administrativa do Estado, por meio de seus órgãos e agente públicos. 
* O Poder de Polícia tem por finalidade limitar direitos individuais relaticos a liberdade e propriedade em favor do interesse coletivo. 
- TAXA DE SERVIÇO: 
Cobrada pela prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, que são utilizados de forma efetiva ou potencial. 
SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO: aquele que possui usuários determinados ou determináveis. 
SERVIÇOS PÚBLICO DIVISÍVEL: é o que pode ser mensurado entre os usuários. 
*Todo serviço específico acaba sendo divisível. 
Serviços Efetivos: Aqueles efetivamentesprestados. 
Serviços Potenciais: Colocado a disposição das pessoas, cobrados independentes do uso. 
 TAXA ≠ TARIFA
A classificação de taxa ou tarifa dependerá da natureza da verba remuneratória. O que define a natureza da verba remuneratória é a natureza do serviço: 
- Serviços púbicos vinculados à soberania (INDELEGÁVEIS): Serviços que o Estado obrigatoriamente tem que prestar, não pode delegá-lo. 
- Serviços públicos não vinculados a soberania (DELEGÁVEIS): Serviços que o Poder Público tem qu prestar, porém, pode delegar a qualquer terceiro. Este serviço será remunerado por Tarifa e não por taxa. 
INDELEGAVÉL = REMUNARADO POR TAXA 
DELEGÁVEL = TARIFA 
 Quando o serviço DELEGÁVEL for prestado pelo ESTADO? Será PREÇO PÚBLICO (TARIFA), porque é a natureza do serviço que define a natureza remuneratória e não quem presta o serviço. 
 NATUREZA DOS TRIBUTOS QUANTO A NATUREZA DOS SERVIÇOS:
- Serviços Delegáveis: RECEITAS ORIGINÁRIAS 
- Serviços Indelegáveis: RECEITAS DERIVADAS 
5.1.2. Cálculo da Taxa 
A TAXA não pode ser calculada como um imposto qualquer. Ela será cálculada da seguinte forma: 
CUSTO DO DEPARTAMENTO QUE DESENVOLVE E PRESTA O SERVIÇO ÷ PELO NÚMERO DOS USUÁRIOS POTENCIAIS. 
*É INCONSTITUCIONAL uma taxa cobrada por um serviço inexistente, indivisível, indeterminado. 
5.2. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
É o tributo cobrado pelo Estado em decorrência de obra pública que porporciona valorização do imóvel do indivíduo tributado. Destina-se a custear parcialmente a obra realizada. 
- OBRA PÚBLICA: Intervenção no ambiente, promovida por agente público, visando o interesse público. 
 Qual melhoria pode dar ensejo á esse tributo: Valorização imobiliária dos imóveis do entorno, resultantes de uma obra pública. (esta obra deve ser PROMOVIDA E CUSTEADA pelo Poder Público). 
5.2.1. REQUISITOS FORMAIS
Art. 81 do CTN. A contribuição de melhoria é instituida para fazer frente aos custos de obras pública, de que decorra valorização imobiliária, tendo que respeitar 2 limites: 
 LIMITE GLOBAL (Total): O Estado não pode ter lucro, portanto, somadas todas as contribuições de melhoria arrecadadas, o valor final não deve ultrapassar o custo total da obra. 
 LIMITE INDIVIDUAL: O valor máximo de contribuiçaõ de melhoria exigida de um proprietário não pode ultrapassar o valor da valorização do seu imóvel. 
5.2.2. REQUISITOS ESSENCIAIS À CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA:
Aqueles do art. 82: 
I - Deve haver publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) Memorial decritivo do projeto; 
b) Orçamento do custo da obra; 
c) Determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) Delimitação das zona beneficiada; 
e) Determinação do fator de absorção do benefício da valorização para tota a zona ou para cada uma das aréas diferenciadas, nela contidas. 
 Descrever o que será feito, como será feito, os materiais que serão utilizados e sua qualidade. 
 O valor total da obra, com o devido orçamento de mão de obra, materiais etc. 
 É o valor que será arrecadado pela contribuiçaõ de melhoria, ou seja, o valor que será ressarcido pelos contribuintes (não poderá ultrpassar o valor da obra). 
 Determinaçaõ das aréas que terão seus imóveis valorizados. 
 Determinação da porcentagem de valorização de cada aréa. EX: Imóveis mais próximos das obras pagam uma porcentagem maior do que os imóveis mais longe. 
II – A fixação do prazo, não inferior a 30 dias, para impugnação dos interessados a qualquer dos elementos do inciso anterior. 
III – Regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuizo da sua apreciação judicial. 
*Se a obra desvaloriza o imóvel: Não há previsão de ressarcimento, há a prevalencia do interesse comum da sociedade em detrimento do particular, salvo se tal obra potencialmente desvalorizadora foi direcionada, pela discricionariedade do agente, para tal lugar, com a finalidade de causar prejuízo a A ou B. Neste caso o agente pode ser condenado a indenizar pela desvalorização aplicada ao imóvel. 
*Se a obra, de interesse público, for realizada por particulares? Pode haver contribuição dos beneficiários, que não se encaixam nas contribuições de melhorias, por ser realizadas por PARTICULARES. 
6. OUTRAS CONTRIBUIÇÕES (CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS) 
As constribuições especiais são caracterizadas por sua finalidade e não pelo fato gerador. Podem ser caracterizadas, também, como contribuições PARAFISCAIS. 
As contribuições especiais são: 
 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
 CONTRIBUIÇÕES CIDE 
 CONTRIBUIÇÕES INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS 
6.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
São tributos da competencia da União, cuja finalidade é o custeio da seguridade social (previdencia, saude e assistencia). A contribuição social é a atribuição da capacidade ou titularidade de certos tributos a certas pessoas, que não são o próprio Estado, em benefício das próprias finalidades. 
É um tributo destinado a custear atividades estatais específicas que não são inerentes ao Estado. Tem, como destino, a intervenção no domínio econômico (exemplo: fundo de garantia do tempo de serviço), o interesse das categorias econômicas ou profissionais (exemplo: contribuição sindical) e o custeio do sistema da seguridade social (exemplo: previdência social). 
Podendo ser divididas em: 
 Previdenciarias: Quando destinadas especificamente ao custeio da Previdencia Social, formadas pelas contribuições dos segurados e das empresas. 
 Não previdenciarias: Quando destinadas ao custeio da Assistencia Social e da Saude Publica (COFINS). 
6.2. CIDE ( Contribuição intervenção domínio economico). 
São tributos da União, cuja finalidade é extrafiscal e de arrecadação vinculada, de intervenção do mercado. 
Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico criada por emenda constitucional em 2001. A CIDE é cobrada sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás e álcool etílico. 
São contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da União na economia do país. 
Sendo de duas formas: 
 CIDE sobre ROYALTIES (privilégio)
As pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como a signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. 
Sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, em cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração previstos nos contratos relativos ao fornecimento de tecnologia, prestação de serviços de assistência técnica, cessão e licença de exploração de patentes. 
 CIDE sobre Combustivel
A pessoa jurídica que importar ou comercializar no mercado interno petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível. Incindindo sobre a importação ou comercialização desses produtos 
6.3. INTERESSES DE CATEGORIA PROFISSIONAIS
É a contraprestação que se deve em razão da assistencia prestada pelo Estado a determinado grupo da sociedade, da qual decorra beneficio especial para o cidadão que dele participe. 
São tributos da União, mas cobrados por entidades de classe, que ficam com os recursos arrecadados para que possam realizar suas atividades. 
Exemplo: OAB;CREA. 
7. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Serve para atender a situações excepcionais, e só pode ser instituído pela União. Consiste a tomada compulsória de certa quantidade de dinheiro, pelo Estado ao contribuinte a titulo de ‘’empréstimo’’, a ser resgatado em determinado prazo estabelecido por lei. 
É um tributo que se fundamenta na tomada compulsória do contribuinte de certo montante em dinheiro a título de 'empréstimo', permitindo o resgate deste valor em prazo determinado, de acordo com as determinações previstas em lei. Somente podem ser instituídos pela União e em casos excepcionais, tais como: guerra externa, ou sua iminência; calamidadepública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; ou conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
8. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
As Limitações ao Poder de Tributar são, em sentido lato, como obstáculos estabelecidos pela própria Constituição Federal, para que o Ente Tributante não exceda o exercício de suas atribuições, impondo, desta forma, ao contribuinte, uma carga onerosa insuportável. É, portanto, o disciplinamento jurídico de tais competências. 
As limitações ao poder de tributar devem ser observadas sob 2 aspectos: o primeiro diz respeito aos princípios, os quais regulam, norteiam a competência dos entes políticos; o segundo, às imunidades, regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou fatos afim de proteger determinados conteúdos axiológicos contidos na constituição. 
TIPOS DE LIMITAÇÕES:
- Princípios e; 
- Imunidades 
fisco: São regras que limitam a atuação do fisco. 
contribuinte: garantias constitucionais fundamentais - portanto, são cláusulas pétreas (imunidades e princípios). 
146 CF. a regulamentação infraconstitucional de limitações ao poder de tributar depende de Lei Complementar (precisar criar lei para viabilizar a aplicação concreta dos princípios e imunidades) 
8.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
A Constituição Federal prescreveu inúmeros princípios tributários, que limitam o poder de tributar e constituem o escudo de proteção dos contribuintes. 
8.1.1. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
Esse princípio tem por objetivo alcançar a justiça fiscal, dividindo a carga tributária de acordo com a capacidade econômica de cada contribuinte, permitindo, ainda, ao fisco investigar as atividades e bens do contribuinte com vistas ao atingimento deste propósito. 
*FISCO é a denominação dada ao Estado enquanto desenvolve atividade de tributação 
Art. 145, §1- CRFB. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
* aplicável só aos impostos. 
*"Sempre que possível"- adaptação brasileira, tornou-se uma sugestão, não é mais um obrigação. 
* Tributação indireta: é aquela que não leva em consideração a capacidade econômica do contribuinte. Nesses casos, a carga tributária é a mesma de quem recebe 50,00 e 1.000,00. 
*Tributação Direta: leva em consideração a capacidade econômica do contribuinte (só o imposto de renda) 
Além disso, esse princípio prestigia o PRINCÍPIO DA ISONOMIA, de sorte que trata igualmente as pessoas na medida de suas desigualdades. 
Todavia, a aplicação deste princípio não significa que o fisco pode confiscar todo o patrimônio que o "mais favorecido" adquiriu, a carga tributária para este será mais elevada do que a do "menos favorecido", de sorte que estes só irão contribuir de modo diferente, mas sem abusos. 
8.1.2. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A regra constitucional determina que a instituição ou majoração de tributos deva ser estabelecida por Lei (atos normativos primários que tenham o mesmo nível de eficácia da lei ordinária). 
A criação, o aumento, a restrição e a extinção de tributos dependem de lei. Abrange também a concessão e revogação de isenção, remissão anistia. 
Não se pode exigir (instituir) ou aumentar tributos sem lei anterior que o defina. Além, desta vedação, a aplicação da legalidade tem que ser observada em dois sentidos: 
1º Interpretação expansiva: A legalidade tem interpretação expansiva, na qual deve se observar se o principio não esta sendo afetado em dois sentidos: 1. Na hora de legislar sobre o tributo (legalidade objetiva); 2. Na competência de quem o exercita (legalidade formal). 
2º Tipicidade Tributária (tipicidade fechada/cerrada): A tipicidade significa que o legislador deve descrever nos mínimos detalhes o fenômeno que deseja tributar. Deve ser descrito o fato gerador, o sujeito ativo e passivo, a base de calculo, a alíquota, de forma que seja possível fazer a subsunção, ou seja, o enquadramento do fato concreto na norma tributaria previamente descrito. 
8.1.3. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Todos são iguais perante a lei, de modo que a tributação deve alcançar todos os contribuintes, para atingir a igualdade em matéria tributaria os contribuintes que se encontrem em situações equivalentes serão tratados igualmente e os que estiverem em situação diferente serão tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades. 
Esse princípio veda o tratamento diferenciado de pessoas em situações equivalentes, impedindo, assim, discriminações tributárias, privilegiando ou favorecendo determinados contribuintes. 
Tributação indireta- não é isonômica, haja vista que não se traça um perfil do contribuinte para a instituição do tributo. 
Tributação direta- é isonômica, pois observa a renda, patrimônio e a realidade econômica de cada contribuinte. Ex. I.R. 
** Tributação negativa (isenção, benefício fiscal). Não pode haver isenção sem obediência ao princípio da isonomia, de sorte que não se pode estabelecer tratamento desigual de pessoas em situações equivalentes, isentando um e cobrando do outro. 
8.1.4. PRINCÍPIOS CRONOLÓGICOS DA TRIBUTAÇÃO
São eles: 
- Principio da irretroatividade da legislação tributária; 
- Principio da anterioridade originária; 
- Principio da anterioridade mitigada 
São princípios, porém, estão mais pertos de regras. 
8.1.4.1 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
a) A cobrança de tributos não pode retroagir a fatos pretéritos, ou seja, não se pode cobrar tributos de fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 
Vedação à retroatividade da lei tributária para instituir ou majorar tributos, para os demais casos que não estes a Le tributária poderá retroagir. 
Casos em que a Lei tributária retroagirá a fatos pretéritos: 
I Quando seja expressamente interpretativa. 
II - Tratando-se de ato não definitivamente julgado 
a) Quando deixe de defini-lo como infração; 
b) Quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
Também quando trouxer tratamento mais favorecido ao contribuinte ( Art 112 CTN). Ex: isenção. 
8.1.4.2. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ORIGINÁRIA
Principio da anterioridade prevê que um tributo não poderá ser cobrado, ser exigido no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
Só pode cobrar no próximo exercício, isto é, no ano seguinte, e precisa ter lei para cobrar o tributo. 
*Deve respeitar a anterioridade para a INSTITUIÇÃO ou MAJORAÇÃO do tributo. 
8.1.4.3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE MITIGADA (NONAGESIMAL)
Além de o tributo respeitar o exercício financeiro seguinte, deverá respeitar entre um exercício financeiro e o próximo pelo menos 90 dias da data da publicação da Lei que instituiu ou majorou o tributo. 
*Há tributos que devem respeitar apenas a anterioridade originária ou anual, outros apenas a nonagesimal e ainda aqueles que devem respeitar ambas as anterioridades. 
*A extrafiscalidade de um tributo afasta a garantia da anterioridade, mas deve respeitar a irretroatividade para instituir um tributo ou majora-lo. 
8.1.4.4 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
Proíbe exageros na cobrança de tributos. Impede o tributo tenha uma força expropriatória, que retire todo o patrimônio do contribuinte ou que inviabilize o exercício de uma atividade econômica. 
Não pode utilizar o tributo como meio para confiscar o patrimônio particular. Inviabiliza a existência do patrimônio particular. Ex: IPTU, com alíquota muito alta. 
O confisco é o fisco expropriando: transferindo o bem tributário do particular ao erário (transfere o valor total do bem). 
8.1.4.5 PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO
O que se quer proteger é o direito de livre locomoção. Segundoeste principio, os entes políticos não podem estabelecer limitações ao trafego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. 
A exceção a este principio diz respeito a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder publico. 
9. IMUNIDADES
A imunidade é uma limitação do exercicio do poder de tributar, esta prevista na Constituição. 
As imunidades tributarias são as vedações absolutas ao poder de tributar, certas pessoas ou certos bens. É um obstaculo decorrente de regra da Constituição a incidencia de regra juridica de tributação. O que é imune não pode ser tributado. 
*Estar imune, não deixa de estar sujeita a outros tributos. 
Conforme disposto no Art 150 CF – Sem prejuizo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios: 
VI. Instituir impostos sobre:
a) Patrimonio, renda ou serviços, uns aos outros. 
b) Templos de qualquer culto. 
c) Patrimonio, renda ou serviços de partidos politicos, inclusive suas fundações das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e da assistencia social, sem fins lucrativos, atendidos aos requisitos da lei. 
d) Livros e jornais, periodicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros.

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