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1 LEGISLAÇÃO PARA A GESTÃO – ESTUDO DIRIGIDO Referência: Legislação para a Gestão. Curitiba: Editora InterSaberes, 2013. Autores: Geraldo Jobim & Gilberto Britto. Observem que este material “Estudo Dirigido” é de autoria de nossa Instituição e destinado ao estudo dos alunos a ela vinculados, portanto sua reprodução, divulgação ou uso indevido poderá ser objeto de aplicação dos procedimentos e penas relativas à Lei dos Direitos Autorais. Neste breve resumo, destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os livros, vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize- os da melhor maneira possível. Bons estudos! 2 ESTADO FEDERATIVO CONSTITUCIONAL O Estado Federado consiste na aliança ou união de vários espaços territoriais integrados, com poder político autônomo, porém, regidos constitucionalmente por fins sociais comuns”. “O Estado assume uma característica determinante no mundo contemporâneo: a de ser um Estado Federativo, o que se explica pelo surgimento de poderes políticos locais, com a preservação relativa da autonomia local. Nós vivemos num Estado Federativo: união, estados e municípios. Os municípios têm sua autonomia, os estados têm sua autonomia e a união têm que respeitar esse processo”. Dito de outro modo, os municípios brasileiros foram declarados entes federativos autônomos, o que implica que um prefeito é autoridade soberana em sua circunscrição. São chamados de Estados federativos, porque são dotados de autonomia política e fiscal. CONCEITO DE GOVERNANÇA COMO POLÍTICA DE ESTADO A necessidade de cooperação no contexto da solução de problemas comuns perece ser algo intrínseco ao conceito de urbano; a aglomeração metropolitana como consequência da integração das relações de produção dominante apresenta para a sociedade contemporânea atual o desafio de atuar coletivamente na solução dos problemas de seu hábitat. Isso requer um aprimoramento social no que consiste em debater de forma coletiva, participativa e responsiva o espaço habitado. A governança urbana envolve mudanças de atitudes políticas por parte dos gestores públicos, que se caracterizam por meio da formalização de espaços participativos, de compromissos e de cooperações, com o propósito de estabelecer parcerias coletivas na solução de problemas comuns. Assim, a governança urbana encontra-se também na habilidade dos governos e dos diferentes atores sociais locais em compartilharem com legitimidade, no contexto de suas competências, o processo de formulação e implementação das políticas públicas, com propósito de buscar o bem comum”. “A integração da rede de produtores rurais com determinado programa de alimentação escolar pode ser considerado um exemplo de governança”. ESTADO CONSTITUCIONAL INTERVENCIONISTA “A desigualdade social consequente, principalmente, da distribuição não equitativa das riquezas produzidas na sociedade, faz surgir grandes aglomerados de populações à margem da pobreza, bem como a organização de movimentos de proletariados que buscavam reivindicar melhores condições de trabalho. Nesse contexto, evidencia a emergência de um Estado intervencionista, assumindo e ampliando o seu papel e suas ações no sentido de assegurar os serviços fundamentais e de qualidade a toda a sociedade, passando a intervir em diferentes áreas”. “O Estado assume, após a crise de 1929, um novo papel no sistema capitalista, a função de interventor e regulador 3 das atividades econômicas, sociais e jurídicas da sociedade, assumindo, em muitos casos, a função de fomentador da economia, ampliando seus gastos em empreendimentos essenciais para o desenvolvimento econômico e social”. DA FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO Na obra O príncipe, do pensador Maquiavel, a denominação Estado refere-se a um território ou cidades independentes, conquistados ou fracionados e com poder político caracterizado e presente”. Ou seja, conforme podemos inferir a partir dessa explicação e do conteúdo apresentado na contextualização, Maquiavel analisa o Estado e o poder político como tendo natureza própria e sendo ponto central da política moderna. “O conceito de Estado de Maquiavel é um conceito que tem política, tem território e tem cidades, e esses territórios podem ser fracionados, quer dizer, o território não precisa ser limítrofe territorial com o território que representa a cidade sede do Estado”. Além disso, Maquiavel foi um dos primeiros pensadores a utilizar a denominação Estado. ELEMENTOS DO ESTADO MODERNO O Estado tem como sociedade política soberana deve ter um fim geral na sua relação de identidade com os anseios do povo, sendo este o bem comum”. “A finalidade da sociedade política é o bem comum bem comum é, por exemplo, a finalidade da nossa constituição. É a finalidade das principais constituições do mundo. Trata-se do bem comum de todos que vivem em determinada sociedade. O bem comum é estruturado a partir de uma legislação que permita que todos vivam em sociedade, que todos respeitem o direito individual e o direito coletivo” A soberania, considerada uma das características mais importantes do Estado moderno, tem despertado a atenção de estudiosos dos diferentes matizes do pensamento das ciências sociais, jurídicas e políticas. Na Revolução Francesa, a ideia de soberania exercida pelo povo toma corpo assumindo o sentido de soberania nacional, como resultado da unificação das concepções de nação e povo. O conceito território, assim como o de soberania, apresenta destaque somente no Estado moderno, porém sua importância aparece em todo o processo de evolução histórica do conceito de Estado, principalmente no conceito de cidade-Estado, quando relacionado a um espaço territorial de delimitação do poder. Outro elemento importante enquanto caracterização do Estado é o povo. Porém, o termo povo tem gerado grande imprecisão ao ser confundido com o termo nação (comunidade com características históricas e culturais próprias). A expressão cidadão apresenta grande importância na construção do conceito e nas relações do Estado como o povo. Na Grécia Antiga, como já foi visto anteriormente, o cidadão expressava uma pessoa ativa de uma sociedade política (cidade-Estado), sendo, portanto, um grupo seleto da sociedade. O povo assume, portanto, a característica que se torna mister para o 4 Estado, por ser o povo quem permite ao Estado, enquanto poder político, dar externalidade à vontade do conjunto dos cidadãos. Além disso, alguns cidadãos, por condições objetivas definidas pelo próprio Estado, adquirem, por direito, a condição de cidadãos ativos e participam na formação da vontade do Estado que constitui a sua finalidade, que é o bem comum”. TEORIAS SOBRE A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE POLÍTICA E SURGIMENTO DO ESTADO Segundo o Aristóteles, o ser humano é um animal político, com necessidades de conviver em sociedade, pois, entre todos os animais, é o único que possui razão, sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto. Aristóteles faz parte do leque de pensadores que defendem “a ideia de sociedade natural como consequência da própria natureza do homem”. SURGIMENTO DA SOCIEDADE URBANA E SURGIMENTO DO ESTADO LEGAL “A primeira importantemanifestação histórica acerca da gênese do urbano acontece na Idade Média, com o surgimento da cidade política, que se destaca por suas funções administrativas, de defesa, de morada para a nobreza e de exploração do território com forte supremacia sobre as aldeias”. “Outro importante momento histórico, segundo Lefebvre, acontece no final da Idade Média, quando a cidade política não resiste à transformação e ao domínio estabelecido pelo espaço de troca, criado com a presença cada vez maior de mercadorias e mercadores. No triunfo das lutas de “classes”, a supremacia da nova burguesia dominante fez com que a lógica do mercado transformasse a cidade em espaço de trocas, dando origem à cidade comercial” POLÍTICAS DE ESTADO E POLÍTICAS DE GOVERNO “A ação do Estado na sociedade, por meio dos instrumentos da administração pública, pode ser identificada na forma de dois conceitos constitucionalmente distintos, porém politicamente integrados, denominados: políticas de Estado e políticas de governo. As políticas de Estado no Brasil são definidas por lei com o propósito de atender aos objetivos sociais, econômicos e políticos do Estado em determinado momento histórico, podendo adequar-se às transformações histórico-evolutivas da sociedade por meio de alteração da lei. Entretanto, as políticas de governo relacionam-se às propostas e aos projetos de determinado governante eleito democraticamente para gestar por determinado período. As políticas de Estado podem ser compreendidas enquanto uma base estrutural para as políticas governamentais e de regulação que consolidam a gestão das políticas públicas sociais. Nesse sentido, a Constituição de 1988 elucida em 5 diversos momentos a divisão entre as funções do Estado e as funções do governo, com destaque aos artigos primeiro e segundo, bem como no que concerne à ordem econômica com enfoque sobre a livre iniciativa e a valorização do trabalho humano, conforme destacado no art. 170”. Dito de outro modo, políticas de governo são aquelas que o Executivo decide num processo elementar de formulação e implementação de determinadas medidas e programas, visando responder às demandas da agenda política interna. Políticas de Estado são aquelas que envolvem mais de uma agência do Estado, passando em geral pelo Parlamento ou por instâncias diversas de discussão, resultando em mudanças de outras normas ou disposições preexistentes. OS PRINCÍPIOS LEGAIS NA GESTÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO “No que concerne ao princípio da exclusividade, a proposta orçamentária deve conter somente matérias que versam sobre o orçamento do ente federativo. O princípio da unicidade ressalva que o orçamento deve ser uno, reunindo todas as previsões de receitas e despesas do governo e de empresas, autarquias e fundações a ele vinculadas. O princípio da anualidade determina que as estimativas de receitas e despesas devam ser realizadas para o período de um ano. O princípio da universalidade estabelece que o orçamento deva conter todas as receitas e despesas de todos os órgãos do ente federativo, incluindo poderes, autarquias, fundações e empresas estatais. No que concerne ao princípio da legalidade, o propósito é evidenciar os princípios constitucionais e os previstos na Lei n. 4.320/1964. O princípio da publicidade determina que o orçamento se torne público, sendo divulgado por veículos oficiais de comunicação. No que diz respeito ao princípio do equilíbrio, as despesas do orçamento não podem ultrapassar as receitas previstas para o período”. A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO ESTADO “A característica indispensável do Estado moderno no processo de interação com os anseios do povo e de proteção dos seus valores é a democracia. Os movimentos pela democracia nesses países foram de fundamental importância no processo de contínua construção e consolidação do conceito de Estado democrático, por meio da supremacia da vontade do povo, da preservação da liberdade e da igualdade de direitos. A participação democrática e discricionária do povo assegura como permanente a igualdade e a liberdade como objetivo- fim do Estado, constituído e estabelecido legalmente no que se denomina de Estado constitucional, com a definição legal de diferentes formas de democracia: democracia direta, semidireta e representativa”. 6 O CONCEITO CONSTITUCIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA “O capítulo sete da Constituição Federal apresenta como enfoque a administração pública, definindo regras para a atuação dos gestores públicos e servidores públicos em todas as esferas da federação. De acordo com o art. 37 da Constituição (Ibid., p. 56): “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. O Decreto-lei de n. 200, de 25 de fevereiro de 1967, denominado Estatuto da Reforma Administrativa, classificou a administração federal de direta e indireta. Assim, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem ser compreendidos, no contexto de uma estrutura de poder público com organização político-estrutural federativa, enquanto entidades jurídicas de direito público com poderes políticos e funções constitucionalmente estabelecidas. Na concepção jurídica, a administração pública, no que se refere à execução de suas atribuições, deve ser compreendida por meio de dois conceitos. O primeiro reside no conceito formal ou estrutural, entendido por intermédio da designação de órgãos formalmente e juridicamente responsáveis por funções executivas na gestão das políticas pública. O segundo conceito refere-se ao aspecto material ou funcional da administração pública, por meio das funções e da natureza das atividades exercidas por cada órgão público, que se encontram legalmente definidas”. POLÍTICAS PÚBLICAS “Partido do conceito constitucional de políticas públicas e participação social, cabe destacar que os conselhos sociais são mecanismos legais e institucionais de controle social, tornando-se espaços democráticos de decisão e participação da sociedade na construção, no controle e na fiscalização das políticas públicas. Dito de outro modo, os conselhos são importantes porque são espaços de discussão pública vinculados a órgãos de decisão política. Sua finalidade é estimular a participação da sociedade na definição de prioridades para a agenda política, bem como na formulação, no acompanhamento e no controle das políticas públicas. Os conselhos são constituídos em todos os níveis de governo: nacional, estadual e municipal e, nas mais diversas áreas. Os conselhos possibilitam a inserção de temas e atores sociais na agenda política. Nos conselhos, tanto o Estado quando a sociedade civil partilham o poder decisório. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES “Direitos: O principal direito da administração é o de exercer suas prerrogativas de forma direta, sem a intervenção do Judiciário. Ao contratado cabe recorrer ao Judiciário sempre que não concordar com as pretensões da administração e não lograr se compor amigavelmente com ela. O principal direito do contratado é o 7 de receber o preço nos contratos de colaboração (execução de obras, serviços e fornecimentos), na forma e no prazo convencionais. Obrigações: Da administração - Pagamento do preço ajustado (contratos de colaboração); prestação do objeto contratual e pagamento da remuneração convencionada ao particular (contratos de atribuição). Do contratado - Cumprimento da prestação prometida (contrato de colaboração); pagamento da remuneração convencionada(contratos de atribuição) ”. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO “O direito administrativo é o ramo que, pela estrutura administrativa dos órgãos de Estado, busca zelar pelo interesse público e exprimi-lo nas relações com os particulares. A supremacia do órgão caracteriza-se pela verticalidade nas relações entre a administração e o particular, ao contrário da horizontalidade das relações entre os particulares. O Estado manifesta sua vontade de forma unilateral. Podemos dizer que o direito administrativo rege toda e qualquer atividade da administração, independentemente desta provir do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. Assim, podemos afirmar que é o ramo do direito que se dedica à dinâmica do Estado, reservando o aspecto estático e estrutural ao direito constitucional ”. A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E AS COMPETÊNCIAS DO GESTOR PÚBLICO O planejamento, a execução e a gestão das políticas públicas pelos governos se encontram vinculadas, principalmente, à aplicação das políticas fiscais. No contexto da reflexão sobre a legislação, que trata da estrutura das receitas da administração pública, torna-se necessário analisar o objetivo fim da arrecadação pública, que é o de cobrir as despesas do setor público, bem como estabelecer breve investigação sobre os métodos utilizados para a definição das políticas de gasto no setor público”. A política fiscal consiste na política fazendária de gestão, seja no município, na união, seja no estado. Então, a política fiscal está relacionada à despesas e receitas do ente federativo. A gestão das receitas e despesas. Como as receitas são arrecadas e como são gastas”. CONCEITO DE ACCOUNTABILITY NA GESTÃO PÚBLICA “O accountability é o processo pelo qual as organizações públicas e os indivíduos que as integram tornam-se responsáveis por suas decisões e ações, incluindo a salvaguarda de recursos públicos, a imparcialidade e todos os aspectos de seu desempenho. O termo accountability pode ser aceito como o conjunto de mecanismos e procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade”. Dito de outro modo, 8 accountability caracteriza a boa governança no setor público. O conceito envolve a obrigação de se prestar contas à população. População com acesso a informação pode prevenir o mau uso do poder. No âmbito das instituições públicas, essa obrigação pode ser entendida como um dever imposto àqueles que detêm o poder de Estado, para garantir a visibilidade aos seus atos e, consequentemente, gerar um maior grau de confiança entre governantes e governados. TRANSPARÊNCIA NA LEGISLAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA A transparência na administração pública é para todas as esferas de governo, com previsões legais na Lei Complementar n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) e na Lei Complementar n. 131/2009. A principal legitimação da transparência encontra-se na Lei n. 131/2009, assegurada no incentivo à participação popular e na realização de audiências públicas no processo de elaboração e execução do orçamento público. Estabelece que a transparência seja assegurada mediante liberação na internet de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, sendo as informações de cada ato praticado pela administração pública em relação à arrecadação e às despesas disponibilizadas para acompanhamento e controle da sociedade” A RESPONSABILIDADE FISCAL NA LEGISLAÇÃO DO BRASIL “No Brasil, a Lei Complementar n. 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal, tem como propósito sanar o espaço punitivo contra o mau administrador público, promovendo um rígido controle do endividamento público nos diferentes entes federativos. A Lei Complementar n. 101/2000 dispõe sobre uma série de normatizações relacionadas com as responsabilidades no processo de gestão fiscal dos recursos públicos. A princípio, torna-se indispensável destacar o pressuposto legal do conceito de responsabilidade na gestão fiscal, principalmente por sua vinculação ao eficiente gerenciamento dos recursos públicos, exigindo do administrador público a gestão com equilíbrio do erário público. Assim, qualquer processo expansivo ou depressivo na gestão fiscal passa a exigir do gestor público, além de estimativas de custos, comprovação de dotação orçamentária e financeira suficientes, dentro dos aspectos legais da LRF”. A LEGISLAÇÃO DE CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA “É responsabilidade de cada poder a estruturação de sistemas de controle interno (controladorias) com atuação integrada com os sistemas de outros 9 poderes. O controle externo da aplicação dos recursos públicos é exercido pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas. Destaca-se que os tribunais de contas assumem importante atribuição constitucional, principalmente no que concerne a julgamento, inspeção e auditoria na gestão dos recursos pelos órgãos da administração pública. Nesse sentido, observa-se que a controladoria, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas assumem importância singular no controle e na fiscalização da aplicação coerente do erário público. É mister salientar a importância constitucional que assume o Ministério Público, previsto no art. 129, na utilização de instrumentos jurídicos com o intuito de assegurar os interesses sociais, públicos e individuais”. DA LEGISLAÇÃO APLICADA A despesa com pessoal é contabilizada dentro da categoria despesas correntes. De acordo com o livro base da disciplina, “ As despesas correntes podem ser subdivididas em duas subcategorias: despesas de custeio e transferências correntes. As despesas de custeio são representadas pelos gastos com todo o pessoal que se utiliza a pessoa jurídica, bem como os gastos com a manutenção da obra pública. Já as transferências correntes englobam as subvenções sociais e econômicas, além dos pagamentos de pensionistas e inativos. Por sua vez, as despesas de capital são aquelas que englobam os custos da pessoa jurídica no que diz respeito aos investimentos e que produzem aumento patrimonial equivalente. Fazem parte desses investimentos os recursos utilizados para o planejamento e a execução de obras públicas, os equipamentos e as instalações, os materiais de duração permanente e as aquisições de imóveis”. O MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA (MEGP) “O MEGP foi alicerçado sobre os princípios constitucionais e possui, como pilares da boa gestão pública, treze fundamentos da excelência gerencial”. Segundo o Instrumento para Avaliação da Gestão Pública (2010), o Modelo adota os seguintes fundamentos: Pensamento sistêmico: entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo, com foco na sociedade. Aprendizado organizacional: busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e experiências. Cultura da inovação: promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experimentação e à implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial para a atuação da organização. Liderança e constância de propósitos: é exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização. 10 Orientação por processos e informações: compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como basea medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis. Visão de futuro: indica o rumo de uma organização e a constância de propósitos que a mantém nesse rumo. Geração de valor: alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas. Comprometimento com as pessoas: Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, de oportunidade para desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reconhecimento. Foco no cidadão e na sociedade: direcionamento das ações públicas para atender, regular e continuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas organizações públicas. Desenvolvimento de parcerias: desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno uso das suas competências complementares para desenvolver sinergias. Responsabilidade social: atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cidadania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais [...] preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, potencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas necessidades. Controle social: atuação que se define pela participação das partes interessadas no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades da administração pública e na execução das políticas e dos programas públicos. Gestão participativa: estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta administração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho” Segundo o Instrumento para Avaliação da Gestão Pública (2010), o MEGP é constituído por um sistema de gestão composto de um conjunto de oito partes integradas e interatuantes que concorrem para o sucesso da organização no cumprimento de sua missão institucional. As oito partes são assim compostas: (1) Liderança; (2) Estratégias e planos; (3) Cidadãos; (4) Sociedade; (5) Informação e conhecimento; 11 (6) Pessoas; (7) Processos (8) Resultados”. ÓRGÃOS PÚBLICOS Órgãos públicos são classificados como independentes. São consideradas independentes as Corporações Legislativas, Congresso Nacional, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores -, as Chefias do Executivo - a Presidência da República, os governadores de estados e do Distrito Federal e os prefeitos municipais - os Tribunais Judiciários e Juízos Singulares - o Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Justiça dos Estados-Membros, Tribunais de Júri e Varas de Justiça Comum e Especial, Ministério Público Federal e Estadual, Tribunais de Contas da União, Estados- Membros e Municípios”. AGENTES PÚBLICOS Agentes políticos - São os componentes do governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Possuem liberdade funcional, exercendo suas atribuições com prerrogativas próprias, conforme estipuladas na Constituição e em leis especiais. Não são servidores públicos nem se sujeitam ao regime jurídico único estabelecido na Constituição, embora recebam, pelo desempenho de suas atividades, por meio dos cofres públicos. Exercem funções governamentais, judiciais ou quase judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridades públicas supremas, possuindo plena liberdade funcional equiparável à independência dos juízes nos seus julgamentos, e para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil, por eventual erro de sua atuação, exceto nos casos de má-fé ou abuso de poder. São os chefes de Executivo, membros das corporações legislativas, os membros do Poder Judiciário, os membros do Ministério Público, os membros dos Tribunais de Contas, os representantes diplomáticos e as demais autoridades que atuam com independência funcional no exercício de suas atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, estranhas ao quadro do serviço público”. AGENTES ADMINISTRATIVOS “Agentes administrativos - São submetidos ao regime único das instituições estatais em que estão lotados e à hierarquia funcional ligados ao Estado por relações profissionais. Não fazem parte do Poder Estatal, são somente 12 servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, encargos ou responsabilidades profissionais dentro do órgão a que servem. De forma objetiva, são os destinatários das normas de comando que decorrem do poder hierárquico e a elas estão sujeitos disciplinarmente. São considerados os prepostos do Estado e somente agem em seu nome, de onde redunda, em caso de ação ou omissão, a responsabilidade civil da administração pública”. DAS ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Os atos administrativos, de qualquer espécie, praticados sem o respaldo do interesse público, configuram desvio de finalidade. A administração pública se orienta por um elenco de princípios, dentre os quais figura o princípio da finalidade, de forma que sua atuação, em qualquer ato que lhe exteriorize a vontade só pode ser licitamente praticado se destinado ao seu precípuo objetivo, representado pelo interesse público. O contraste que se estabeleça entre o ato e a sua finalidade torna-o passível de ser atacado através do controle judicial, e também pela via da ação popular, que é meio especial, constitucional de que está munido todo o cidadão nacional para exigir a anulação de ato administrativo que, ao divorciar-se da sua finalidade, mostre-se lesivo a patrimônio público que se inclui no que seja interesse da coletividade”. Fonte: FANUCK, Lia Celi. O Estado, os serviços públicos e a administração de pessoal. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 2, n. 4, p. 440-448, Dec. 1986. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X1986000400004&lng=en&nrm=iso>. access on 16 May 2019. Os tipos de atos administrativos são: “(1) decreto (2) portaria; (3) regulamento; (4) ordem de serviço; (5) instruções; (6) circulares; (7) avisos (autorização, permissão e licença); (8) parecer, apostila; (9) certidão; (10) atestados”. DOS PODERES E DOS DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO São deveres do administrador público: “Poder-dever de agir: Os dois núcleos verbais se confundem para marcar a atuação do administrador público. Para o particular, agir é uma faculdade. Já para o administrador público, é uma 13 obrigação de atuar e insuscetível de renúncia enquanto persiste a investidura. A jurisprudência pátria já formou uma tranquila orientação, no sentido de que o vocábulo poder significa “dever" quando se trata de atribuições de autoridades público-administrativas no exercício do múnus de que estão transitoriamente investidas. Dever de probidade: Esse dever exige do agente público que desempenhe suas funções de forma reta, leal e honesta. Sob tal enfoque, o administrador deve buscar o melhor resultado para sua função. Tal deveré tão indissociável da conduta do administrador que o agente que não atuar com lisura estará sujeito às sanções penais cabíveis decorrentes dessa infração. A consequência do agir é tão grande que a Constituição Federal estampou de forma imperiosa que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da cabível ação penal. Destinou também, na esfera infraconstitucional, articulado diploma tratando das condutas e de suas correspondentes sanções, ficando demonstrada de forma cabal a suma importância desse postulado no âmbito da fiscalização da atuação do agente público. Dever de prestar contas: É obrigação de quem administra a coisa pública e não comporta qualquer exceção. Abrange todos os atos da administração. Alcança não só administradores, mas todo e qualquer responsável por valores públicos. Tal princípio tem destacada importância no capítulo da Constituição Federal que trata da gestão financeira. (Dever de eficiência: É o princípio pelo qual se buscam os melhores resultados para a administração pública. Não se limita à atuação do agente público pelo que a lei estabelece, mas objetiva um desempenho que acarrete satisfação para a coletividade. E o mais moderno princípio da doutrina administrativa e preocupa de tal modo o constituinte, que foi encartado na Constituição Federal um dispositivo que deve balizar o desempenho do agente público, sob os aspectos da qualidade e quantidade”. DA LEGISLAÇÃO APLICADA A finalidade da Lei de Improbidade Administrativa (LIA) são: “ O desiderato desse dispositivo legal, se considerarmos o enfoque sistemático da legislação pátria, foi o de reforçar o controle sobre a essencial probidade do agente público, já almejada por ocasião da edição da Iei n° 8.429, de 2 de junho de 1992 (Brasil, 1992). Também de âmbito federal, a chamada lei da improbidade foi editada em época na qual eclodiam nos recantos mais escondidos da nação denúncias e fatos comprovados de mal-uso do dinheiro público. De estrutura avançada e complexa, a lei de improbidade procurou listar no polo ativo da relação jurídica todos aqueles que, por qualquer liame, estabelecessem vínculo com a administração pública. Por isso, independentemente da espécie de investidura, para os fins dessa lei é considerado agente público todo aquele que exerce alguma atividade pública. A conceituação genérica do agente público teve a proposital intenção de abarcar sob seu manto todos aqueles que mantinham com 14 o Poder Público alguma relação que lhes garantisse contraprestação advinda do erário. O diploma foi além de estabelecer o rol de núcleos ativos e omissivos na configuração da transgressão funcional. A par das penas de natureza criminal, civil e de repercussão administrativa preconizadas nas legislações pertinentes, impôs o aludido diploma legal sanções de natureza patrimonial. Esse dispositivo inovou também ao tentar dar conhecimento à sociedade do conjunto patrimonial respectivo dos agentes públicos. A partir do advento da nova legislação, a investidura dos destinatários da norma ficou condicionada à apresentação da declaração de bens que integram seu patrimônio. Com essa medida, instituiu- se um mecanismo que possibilitou aos órgãos de controle interno e externo da administração a verificação do crescimento patrimonial, considerando-se precipuamente a módica remuneração oferecida pelos cofres públicos. Assim, em uma análise superficial, é possível perceber que os comandos da lei de improbidade atenderam às emanações constitucionais voltadas à legalidade, à moralidade e à eficiência do serviço público”. OS PRINCÍPIOS LEGAIS NORTEADORES DO CONTROLE O princípio da publicidade exige transparência e publicação dos atos praticados para que o cidadão tenha acesso às informações e possa exercer o controle externo. A eficiência exige que todos os atos e ações sejam executados com eficiência, agilidade e qualidade, com utilização correta e proveitosa dos recursos públicos”. Esse conteúdo também foi discutido na Vídeo-Aula 5 e, ainda no livro base da disciplina, “O princípio da publicidade, insculpido no art. 37 da Constituição Federal, exige a ampla divulgação dos atos praticados pela administração pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. A publicidade consiste na divulgação oficial de seus atos para conhecimento público, visando dar início aos seus efeitos externos. Todos os atos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade. É requisito de validade universal. A publicidade não é elemento formativo do ato, porém, é um requisito de sua eficácia. A princípio, todos os atos administrativos são públicos, somente admitindo-se sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da administração, nos casos estabelecidos em lei. A publicidade abrange todos os atos da administração pública”. ESPECIFICIDADES E PRINCÍPIOS DO CONTROLE Segundo Pereira (2009), são três os principais objetivos gerais do controle interno, a saber: informação, conformidade e desempenho”. Fazem o controle externo da gestão pública orçamentária as seguintes instituições: Tribunal de Contas, Ministério Público, Sociedade civil e casa legislativa. Os princípios específicos do controle são assim definidos (Castro, 2008; Attie, 2010, citados 15 por Corbari; Macedo, 2011): a. Da segregação das funções: esse princípio estabelece a independência das funções de controle das demais funções operacionais e de gestão. O pessoal que exerce o controle jamais deve realizar outra função administrativa, como contabilidade, recursos humanos, orçamento ou licitação, sob pena de não realizar o controle com independência”. OS PRINCÍPIOS LEGAIS NORTEADORES DO CONTROLE Nesse momento das discussões acerca da atuação do gestor público no contexto dos instrumentos legais de sua atuação, torna-se importante destacar os princípios legais específicos do controle da gestão orçamentária na administração pública, com observância aos princípios constitucionais previstos no art. 37. O princípio da legalidade destaca que todos os atos relacionados com a administração pública devem seguir as previsões legais, sob pena de ato ilícito”. Esse conteúdo também foi discutido na Vídeo-Aula 5 e, ainda foi apresentado no livro base da disciplina, “A lei traduz os anseios coletivos e, para atender a esses interesses, por atos do Poder Legislativo, estabelece normas a serem seguidas. Assim, a administração pública é regida pelo princípio da legalidade que norteia seus atos, ou seja, em consonância com a lei, possui legitimidade. Entre os particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o que a lei não proíbe, e esse é o entendimento consagrado na doutrina moderna, corresponde ao que já vinha explícito no art. 4º da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789 (Biblioteca Virtual..., 1789): "A liberdade consiste em fazer tudo aquilo que não prejudica a outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem outros limites que os que asseguram aos membros da sociedade o gozo desses mesmos direitos. Esses limites somente podem ser estabelecidos em lei". A obediência ao referido preceito constitucional é garantida por meio de outro direito, assegurado pelo mesmo dispositivo, em seu inciso XXXV, em decorrência do qual "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão", ainda que ela decorra de ato da administração. Tal postulado prevê, ainda,outros remédios jurídicos contra a ilegalidade administrativa, como a ação popular, o habeas corpus, o habeas data, o mandado de segurança e o mandado de injunção”. OS PRINCÍPIOS LEGAIS NORTEADORES DO CONTROLE Nesse momento das discussões acerca da atuação do gestor público no contexto dos instrumentos legais de sua atuação, torna-se importante destacar os princípios legais específicos do controle da gestão orçamentária na administração. 16 INVESTIDURA DOS AGENTES PÚBLICOS As características dos agentes públicos que possuem vínculos (ou investidura) de tipo vitalícia são: “Vitalícia - É a investidura feita em caráter perpétuo, nos termos da Constituição Federal, válida somente para determinados cargos, como magistrados, membros dos Tribunais de Contas e do Ministério Público, dependendo de processo judicial para sua desconstituição”. A diferença entre investidura administrativa de investidura política é a seguinte: “Administrativa - É destinada à composição dos quadros do serviço público em geral, abrangendo os integrantes dos Três Poderes e das autarquias e fundações. A forma usual da investidura acontece por nomeação, através de decreto ou portaria, e, em alguns casos, pela admissão, designação, eleição administrativa e contratação, nos termos regulamentares, regimentais ou estatutários. Política - É feita através da eleição, direta ou indireta, por determinados eleitores, dependendo da representação, se proporcional ou majoritária, na Constituição Federal (arts. T e 14)” SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO “ Como corolário desse princípio, os atos administrativos devem ser impessoais e não dirigidos a uma pessoa ou grupo de pessoas. Visam sempre a sua finalidade, ou seja, à satisfação do interesse público. No que diz respeito a sua influência na elaboração da lei, é oportuno lembrar que uma das distinções que se costuma fazer entre os direitos privado e público (e que vem desde o direito romano) leva em conta o interesse que se tem em vista proteger; o direito privado contém normas de interesse individual, e o público, normas de interesse público. Ocorre que, da mesma forma que esse princípio inspira o legislador ao editar as normas de direito público, também vincula a administração pública, ao aplicar a lei, no exercício da função administrativa. E no princípio da legalidade que a administração pública encontra respaldo para justificar o exercício de seus poderes, tais como desapropriar, requisitar e punir, resguardando os interesses coletivos”. EFICIÊNCIA “Apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado tal princípio em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. Com o advento da Emenda Constitucional (EC) n° 19 (Brasil, 1998), esse princípio se tornou obrigatório na administração pública e integra o rol de atributos exigidos no art. 37 da Constituição Federal. Todos os atos administrativos devem ser exercidos com presteza e perfeição, não sendo 17 suficiente somente o agir de acordo com a legalidade, mas se exigindo resultados positivos para o serviço público”. USO E ABUSO DE PODER O uso e abuso de poder se caracteriza a partir de abuso de poder, excesso de poder e omissão da administração. De acordo com o livro base da disciplina, “ O uso do poder é o exercício legal de prerrogativas da autoridade. O uso dessa faculdade não pode ser feito com abuso, mas sim de acordo com as normas legais, isto é adstrito à finalidade do ato: Abuso de poder. Ainda que revestida de competência legal, a autoridade que praticar abuso em suas funções estará praticando abuso de poder, eivando de vício seu ato. Excesso de poder. É ato arbitrário. Ocorre quando a autoridade, ainda que competente para tal, excede suas atribuições, tornando o ato ilícito passível de anulação. Omissão da administração. Caracteriza vício da atividade administrativa e afronta diretamente princípios como o da legalidade e o da eficiência, pois decorre da inércia do Poder Público em acolher, ou não, a postulação dos seus administrados. Pode encerrar desinteresse à pretensão individual ou coletiva quando deixa, por exemplo, de se manifestar acerca do pedido de permissão para uso de bem público ou de atuar efetivamente na vigilância sanitária de determinada coletividade. Comporta inequivocamente determinação judicial para a sua recomposição”. DA LEGISLAÇÃO APLICADA “A licitação, de forma sucinta, é a utilização de um procedimento estabelecido em lei para que a administração obtenha a melhor proposta dos interessados na prestação de um serviço ou na compra de produto necessário à realização de sua atividade-fim. Utilizando esse procedimento, o Poder Público observa o princípio da publicidade ao tornar visível à coletividade seu interesse na busca da contratação. Da mesma forma, consagra o princípio constitucional da isonomia ou da igualdade entre os cidadãos, para que estes participem do certame de acordo com seu particular interesse e visem oferecer ao Estado a mais vantajosa das propostas. Feita essa pequena digressão, retornamos ao ordenamento legal pertinente à matéria. Os contrastes entre o público e o privado, em matéria de aquisição, exsurgem a cada item que analisamos. Assim, três núcleos de ação informam o agir do particular na esfera contratual: o objeto lícito, a vontade das partes e o valor ao bem a ser negociado. Sob tais parâmetros, não está ao alcance do Poder Público e de terceiros impor sua vontade. Daí se deduz que a liberdade contratual privada somente encontra limite na infringência à legalidade do objeto a ser negociado. No que tange ao público, porém, não olvidando a tríplice formação citada, há que se observar todos os princípios que informam a atuação do agente público, com notada 18 ênfase no interesse e na finalidade públicos. Assim agindo, o Poder Público cumpre na íntegra sua função: proporcionar, de forma legal, transparente e eficaz, os serviços necessários à população. Nessa esteira, por meio do estatuto licitatório - Lei Federal n* 8.666/1993 - e de alterações posteriores, normatiza- se não só a escolha do rito a ser seguido para a aquisição, mas também os bens que podem ser alvo desse negócio, já que ao Estado não é permitido praticar atos de mercancia. Assim, a administração só pode adquirir os bens que utilizará na prestação de serviços para a coletividade ou para a manutenção e a reposição do seu maquinário. Seguindo essa senda, são regulados também os valores dos negócios a serem firmados, que serão dispensados do certame licitatório, e as situações caracterizadas como extraordinárias, que, da mesma forma, não precisam se submeter ao procedimento normal, porque exigem da administração uma resposta célere, sob pena de a demora decorrente do processo normal de contratação causar maior dano â situação de carência que esteja ocorrendo na prática”. Este material “Estudo Dirigido” é de autoria de nossa Instituição e destinado ao estudo dos alunos a ela vinculados, portanto sua reprodução, divulgação ou uso indevido poderá ser objeto de aplicação dos procedimentos e penas relativas à Lei dos Direitos Autorais.
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