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DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL 2 6. DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL O conceito de raça foi criado ao longo dos séculos XV e XVI. Portan- to, ele é uma elaboração sócio histórica que vinculou muitas pessoas ao preconceito a partir de então, principalmente a partir do século XIX, quando a antropologia física vai dar suporte a teorias raciais através do Darwinismo Social. Os negros tiveram uma herança pesada da escravidão ao longo da história. No Brasil, além dos negros, os índios também foram vitima- dos por esse processo. Os negros se organizaram e conquistaram avanços na Constituição brasileira e em projetos como as ações afirmativas. Quanto aos ín- dios, alguns avanços também foram estabelecidos, mas sabemos muito bem as diferenças das teorias e das práticas sociais. 3 6.1 Teorias raciais As teorias raciais estabelecidas no século XIX buscavam tipificar uma determinada raça e classificá-la como inferior, mostrando os quesitos pelos quais uma raça seria considerada superior em relação a outra. Com forte influência europeia, as raças arianas eram sempre consi- deradas superiores em detrimento das raças africanas. A partir da presença da teoria do Darwinismo Social, a antropologia física tam- bém reforçou as teorias arianas naquele momento, de forma a esta- belecer o preconceito racial “justificado” pela ciência. No Brasil, ao longo do século XIX, as correntes europeias lançaram grande influência no que se refere à “salvação” do país, diante de tamanha miscigenação. Com o suporte de cientistas da época, como o médico baiano Nina Rodrigues, houve o apoio da imigração euro- peia para o branqueamento do povo brasileiro e a defesa da esteri- lização de mulheres negras. Os antropólogos chegaram a conclusão de que uma sociedade vista pelos seus valores internos, ou seja, sem influências exter- nas, era o seu verdadeiro objeto de estudos. Assim, surge a an- tropologia moderna, que busca entender a cultura e estudá-la sem tipificar ou classificar como superior ou inferior os seres hu- manos. As culturas dos povos simplesmente diferem entre si, não há superioridade. Apesar das mudanças realizadas dentro da antropologia, a socieda- de não tomou o mesmo rumo. Tanto a sociedade brasileira como a mundial são extremamente enraizadas nos preconceitos advindos da sociedade do século XIX. As minorias são uma realidade, sofrem discriminação e ainda encon- tram dificuldades de inserção na sociedade e no mercado de trabalho. Em 2001, temos no Brasil o movimento de ações afirmativas, o qual exigia a criação de leis que condenassem o racismo e o regime de cotas para os negros e indígenas no ensino superior público e em empregos públicos. 6.2 Negro A desigualdade no Brasil abrange o âmbito econômico, social e, prin- cipalmente, o da educação e das oportunidades. Negros e pardos representam 53,6% de toda a população brasileira e, mesmo sendo 4 maioria, ocupam a minoria de espaços considerados importantes, como cargos de relevância social. 6.3 Indígena A efetivação de direitos de cidadania para povos indígenas pressu- põe o reconhecimento de sua autonomia enquanto coletividade di- ferente. Assim, a participação indígena na construção de políticas públicas diferencia-se de outros grupos sociais à medida que é re- presentativa de coletividades com especificidades que distinguem da sociedade nacional. A proposta de criação de um Conselho Nacional de Política Indígena para consolidar o espaço de participação indígena nacional e confe- rir caráter deliberativo à atual Comissão Nacional de Política Indíge- na consiste numa das principais reivindicações dos povos indígenas na atualidade. 6.4 Identidade cultural: indígena e negro A presença da cultura indígena e africana está incorporada em nossa dinâmica e expressão cultural através da religião, música, dança, co- mida e um número enorme de palavras que estão em nosso vocabu- lário e nos permitem expressar com tamanha riqueza um universo enorme de ideias e sentimentos. Mais de 500 anos de história nos fez adotar um comportamento próprio, um caldeirão cultural, uma ética própria que compõe um quadro nacional de diversidade sem igual. 5 6.5 Políticas públicas e cotas Em dados objetivos, houve maior inclusão dos negros com a política de cotas. Em 1997 era 1,8% da população negra que ingressou no ensino superior. Em 2011, saltou para 11,9%, em 2014, 30,9% das vagas em institutos federais e 22,4% nas universidades foram desti- nadas a pretos, pardos e indígenas. O salto no número de ingressos se deve às cotas raciais e também à capacidade dos estudantes. 6 REFERÊNCIAS Cultura. Disputas por território continuam a massacrar indígenas no brasil. Disponível em: <http://tvcul- tura.com.br/videos/18642_disputas-por-territorio-continuam-a-massacrar-indigenas-no-brasil.html>. Acesso em: 13 jun. 2018. Politize! Cotas raciais no Brasil: entenda o que são! Disponível em: <http://www.politize.com.br/cotas- -raciais-no-brasil-o-que-sao>. Acesso em: 13 jun. 2018.
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