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APOSTLA SUS (3)

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apostila
 
I - SUS, DIRETRIZES E OPERACIONALIZAÇÃO.
1.1 -A Assistência Social. o profissional de Serviço Social e a Política de Seguridade Social.
1.2 - – A rede HUMANIZASUS
II – POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL
III - PARÂMETROS DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE
3.1 - O Serviço Social na Saúde 
IV - A ASSISTÊNCIA SOCIAL. O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL E A POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL.
4.1 - Serviço Social é profissão, Assistência Social é Política Pública.
4.2 – A política de assistência e o trabalho interdisciplinar
4.3 - O trabalho do/a assistente social na Assistência Social 
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
I - SUS, DIRETRIZES E OPERACIONALIZAÇÃO
 Nossa discussão é possível a partir de uma definição conceitual dada por Cipriano Vasconcelos e Dário Pasche (2006), os quais apontam que: “O Sistema Único de Saúde (SUS) é o arranjo organizacional do Estado brasileiro que dá suporte à efetivação da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes desta política. Compreende um conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde, existentes nos âmbitos municipal, estadual e nacional, e ainda os serviços privados de saúde que o integram funcionalmente para a prestação de serviços aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratados ou conveniados para tal fim”. (VASCONCELOS e PASCHE, 2006, p. 531).       
 O SUS surge na década de oitenta, fruto da reivindicação social da sociedade civil através de movimentos pela reforma sanitária, sendo institucionalizado quando da promulgação da Constituição Nacional de 1988. É possível dizer que o SUS tem como objetivo integrar e coordenar as ações de saúde nas três esferas do governo. O artigo 4° da Lei 8.080/90 afirma que: O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde – SUS. Em sua concepção, é importante apontar que o SUS são se trata de um sistema de serviços assistencialistas, mas que visa “articular e coordenar ações promocionais e de prevenção, como as de cura e reabilitação.” (Ibidem, p. 532).
 O SUS traz uma nova concepção de saúde agora ampliada, pois passa a considerar outros fatores que, direta ou indiretamente, ao se pensar a saúde e qualidade de vida como aspectos econômicos, sociais, culturais e biotecnológicos. Uma visão integrada das ações e dos serviços de saúde. Logo, o caráter inovador estaria na criação de condições para a superação de uma visão de saúde pública que se concentrava na doença.
 Os princípios doutrinários que conferem legitimidade ao SUS: a universalidade, a integralidade e a equidade. 
 A universalidade está ligada à garantia do direito à saúde por todos os brasileiros, sem acepção ou discriminação, de acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. O significado deste princípio é extremamente relevante para a consolidação da democracia, pois, partir de então, não apenas as pessoas com carteira assinada (ligadas à previdência) poderiam contar com tais serviços, mas toda a população.
 A integralidade, parte da idéia de que existem várias dimensões que são integradas envolvendo a saúde dos indivíduos e das coletividades. Assim, o SUS procura ter ações contínuas no sentido da promoção, da proteção, da cura e da reabilitação. Como apontam Vasconcelos e Pasche (2006, p. 535), “esse princípio orientou a expansão e qualificação das ações e serviços do SUS que ofertam desde um elenco ampliado de imunizações até os serviços de reabilitação física e mental, além das ações de promoção da saúde de caráter nacional intersetorial.”
 A equidade “como princípio complementar ao da igualdade significa tratar as diferenças em busca da igualdade” (ELIAS, 2008, P. 14). Assim, este princípio veio ao encontro da questão do acesso aos serviços, acesso muitas vezes prejudicado por conta da desigualdade social entre os indivíduos. Neste sentido, fala-se em prioridade no acesso às ações e serviços de saúde por grupos sociais considerados mais vulneráveis do ponto de vista socioeconômico. 
 Na obra “A saúde como direito e como serviço”, Amélia Cohn (1991, p. 25) afirma que: “Constituir, portanto, a saúde como ‘um direito de todos e dever do Estado’ implica enfrentar questões tais como a de a população buscar a utilização dos serviços públicos de saúde tendo por referência a sua proximidade, enquanto para os serviços privados a referência principal consiste em ‘ter direito’. Da mesma forma, e exatamente porque essas questões remetem à tradição brasileira de direitos sociais vinculados a um contrato compulsório de caráter contributivo, contrapostos a medidas assistencialistas aos carentes, a equidade na universalização do direito à saúde está estreitamente vinculada às mudanças das políticas de saúde no interior de um processo de alteração da relação do Estado com a sociedade, o que vale dizer, da alteração do sistema de poder no país.”
 Após a discussão desses três princípios básicos passamos a ver o SUS, em outro aspecto como o direito à informação, requisito importante - do ponto de vista democrático - para vida do cidadão usuário do sistema. É fundamental que as informações acerca da saúde individual e coletiva sejam divulgadas pelos profissionais da saúde, os quais 
são assim responsáveis pela “viabilização deste direito” (VASCONCELOS e PASCHE, 2006, p. 536).
 Princípios e operacionalização do SUS a partir das suas diretrizes organizativas, é buscar garantia de um melhor funcionamento do sistema, dentre as quais estão: o processo de descentralização com comando único, o processo de regionalização e o processo de hierarquização dos serviços e participação comunitária.
 O processo de descentralização tinha como objetivo alcançar a municipalização da gestão dos serviços, o que certamente representou a quebra de um paradigma. Assim, para cada esfera de poder regional (União, Estado e Município) haveria um responsável local, mas articulado com as outras esferas. Ao se falar da descentralização faz-se necessário pensar na regionalização. Como apontam Vasconcelos e Pasche (2006), o objetivo da regionalização é ajudar na melhor e mais racional distribuição dos recursos entre as regiões, seguindo a distribuição da população pelo território nacional. Já com relação à hierarquização, o que se almeja é ordenar o sistema por “níveis de atenção e estabelecer fluxos assistenciais entre os serviços de modo que regule o acesso aos mais especializados, considerando que os serviços básicos de saúde são os que ofertam o contato com a população e são os de uso mais freqüente”. (Ibidem, p. 536).
 Outra diretriz muito importante ao SUS e que, certamente, está ligada também a uma mesma raiz democrática pertinente ao sistema é a participação comunitária e a criação dos conselhos. A participação comunitária foi assegurada por lei (8.142/1990), o que valoriza a idéia de democracia participativa. Neste mesmo sentido da valorização do SUS como um patrimônio e responsabilidade de todos, foram criados em 2006 três pactos: o Pacto pela vida, o Pacto em defesa do SUS e o Pacto de Gestão do SUS. Do ponto de vista da concepção das políticas para saúde, todos devem ser considerados.
 E finalmente o SUS e a questão da Integração. “A integração de recursos, de meios e de pessoal na gestão do sistema é preconizada nas leis e normas como condição básica para assegurar eficácia e eficiência ao sistema” (Ibidem, p. 537). Da mesma forma, para a além da compreensão dos princípios edas diretrizes organizativas do SUS, é importante destacar a questão da racionalização do sistema com vistas ao melhor desempenho e atendimento de seus objetivos.
 O sistema único de saúde e sua institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta pela construção de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas no atendimento público da saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a despeito disso, o SUS contribuiu para o fortalecimento da cidadania nacional, uma vez que o direito ao atendimento à saúde é um importantíssimo direito social
Outros princípios:
 Resolubilidade: É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência; devendo referenciá-lo a outro nível de complexidade quando não for capaz de dar a devida assistência na resolução e direito do usuário. 
 A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.
 
 O nível primário de atenção corresponde às Unidades Básicas de Saúde e deverá resolver 80% dos problemas que absorverem. O nível secundário corresponde aos Centros de Especialidades e devem resolver 15% dos problemas, cabendo os 5% restantes ao nível terciário de atenção à saúde, onde estão os hospitais de referência.
 Complementaridade do setor privado, a Constituição definiu, que, existindo a insuficiência do setor público, torna-se lícita a contratação de serviços privados, no entanto, deve-se dar sob três condições: 
1- a celebração do contrato, conforme as normas do direito público, ou seja, o interesse público prevalecendo sobre o particular; 
2- a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade etc.; como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em nome do Serviço Público; 
3 - a integração dos serviços aprovados deverá se na mesma lógica organizativa do SUS. Todo serviço privado contratado passa a seguir as determinações do sistema público, em termos de regras de funcionamento, organização e articulação com o restante da rede de atendimento nas diversas áreas. 
 Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na seqüência, complementar a rede assistencial, dando preferência ao setor privado sem fins lucrativos (Hospitais Filantrópicos - Santas Casas), conforme determina a Constituição. Torna-se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a serem cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais devem constar, em anexo, dos convênios e contratos.
1.1 - A Rede HumanizaSUS
A Rede HumanizaSUS é a rede social das pessoas interessadas e/ou já envolvidas em processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS. O objetivo é criar uma rede de colaboração, que permita o encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um.
 Podemos falar ainda de uma arena aberta pela Política Nacional de Humanização para ampliar o diálogo em torno de seus princípios, métodos, diretrizes e dispositivos.Uma aposta no coletivo. Uma aposta na inteligência coletiva. Uma aposta na constituição de coletivos inteligentes.
Aposta no Coletivo HumanizaSUS. Coletivo que se constitui em torno desse imenso acervo de conhecimento comum, que se produz sem cessar nas interações desta Rede. A grande aposta é que essa experiência colaborativa aumente nossa potência coletiva para o enfrentamento dos grandes e complexos desafios da humanização no SUS. Nesse sentido, cabe esclarecer que não apenas os conteúdos, mas as próprias ferramentas e o design do portal resultam dessa prática colaborativa, já que o objetivo é que esta Rede, sob todos seus aspectos, se construa na mais estreita sintonia possível com as necessidades intelectuais e afetivas do coletivo.
A história do HumanizaSUS e a Política Nacional de Humanização 
 Em 2001, a humanização do SUS ganhou seu primeiro nome: era o Programa Nacional de Assistência Hospitalar, uma ação do Ministério da Saúde que buscava implantar e ordenar as ações no campo da atenção humanizada nos serviços de saúde. Este Programa foi inicialmente operacionalizado através de um projeto piloto em hospitais: o Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH). O PNHAH visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar , através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente as relações entre usuários e profissionais da área da saúde. Desde então, a humanização avançou também em outras instâncias do SUS, e o que era um programa se transforma, ao final de 2003, em uma Política: a Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção (PNH).
 Com a PNH, as ações de humanização voltam-se também para as demais  instâncias da saúde, pois a Política objetiva a garantia e efetivação do SUS, através da mudança dos modos de fazer, dos modelos de atenção e gestão da saúde. A PNH entende humanização como a valorização dos diferentes sujeitos - usuários, trabalhadores e gestores - implicados no processo de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde.
E terminamos afirmando o SUS que queremos só é possível em uma construção coletiva, em Rede.
	
Referência bibliográfica.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/medicina/artigos/38572/sus-principios-e-diretrizes#!2#ixzz3je9VMNeW –
Paulo Silvino Ribeiro - Colaborador Brasil Escola - Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Doutorando em Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
II - POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL 
 Para compreendermos a Política de Saúde no Brasil precisamos destacar desde os períodos anteriores à ação estatal na área da saúde até os dias de hoje, para isso precisamos compreender as determinações sócio-históricas. 
1.1 Os Antecedentes a Intervenção Estatal No século XVIII não havia assistência médica pública, os atendimentos eram realizados filantropicamente em hospitais particulares, muitos deles mantidos pela igreja. No século XIX ocorreram algumas transformações econômicas e políticas, surgiram algumas iniciativas no âmbito da saúde pública como campanhas No final do século o movimento operário ainda em crescimento, tem como uma de suas reivindicações a questão da saúde. Braga (1986, p. 41-42) apud Bravo (2008, p.90) afirma que: a saúde emerge como “questão social” no Brasil no inicio do século XX, no bojo da economia capitalista exportadora cafeeira, refletindo o avanço da divisão do trabalho, ou seja, a emergência do trabalho assalariado. Em 1923 foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) um antecedente ao previdenciário brasileiro. Com as CAPs os operários tinham direito a assistência médica-curativa, fornecimento de medicamentos, aposentadoriatanto por tempo de serviço como nos casos de velhice ou invalidez, pensão para os dependentes e auxilio funeral. As CAPs eram financiadas pela União, empregadoras e empregados e administrada pelos empregados e empregadores, no entanto, o presidente era nomeado pelo Presidente da República. Contudo esse direito a saúde era restrito ao trabalhador, ou seja, um direito contributivo e era desigual também entre os setores, pois aqueles que conseguiam se organizar como as empresas ferroviárias e marítimas tiveram primeiramente seus direitos garantidos. 
1.2 - Intervenção Estatal: 1930 a 1964 A partir da década de 30 ocorreram diversas modificações na sociedade brasileira, as características políticas e econômicas se alteraram, o Estado redefiniu o seu papel e a industrialização foi o processo mais marcante nesse período, pois esse processo acelerou a urbanização, ampliou a massa trabalhadora e criou os novos sujeitos sociais - os assalariados urbanos - que passaram a reivindicar respostas às questões sociais , a partir disso ocorreu o surgimento das políticas sociais nacionais que pudessem responder as questões sociais de forma orgânica e sistemática. 
A política de saúde era nacionalmente formulada e foi organizada nesse período em dois subsetores: o da saúde pública que predominou até meados da década de 60 e o da medicina previdenciária que passou a predominar. As questões sociais em geral e em particular as questões relacionadas à área da saúde. 1966. Algumas iniciativas foram empregadas no período de 1930 a 1940, como a criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) em substituição as CAPs com o objetivo de ampliar o número de categorias vinculadas ao Instituto, para que não houvesse reivindicações no âmbito da ampliação da cobertura da política de saúde. Os IAPs funcionavam administrativamente como os CAPs e o dinheiro que vinha do financiamento dos empregados e empregadores era investido no financiamento da industrialização.
 Segundo Bravo (2008, p.92): A Política Nacional de Saúde, que se esboçava desde 1930, foi consolidada no período de 1945-1950. [...] A situação da Saúde da população, no período de 1945 a 1964 (com algumas variações identificadas principalmente nos anos de 50,56 e 63, em que os gastos com saúde pública foram mais favoráveis, havendo melhoria das condições sanitárias), não conseguiu eliminar o quadro de doenças infecciosas e parasitárias e as elevadas taxas de morbidade e mortalidade infantil, como também a mortalidade geral. 
A partir de 1950 o fornecimento de atendimento hospitalar estruturou-se também de forma privada devido aos interesses capitalistas de empresas médicas que visualizaram nesta área fins lucrativos, no entanto, a assistência previdenciária ainda era oferecida apenas pelos institutos. 
 A ditadura militar modelou um novo Brasil, com uma tendência de desenvolvimento econômico e social, ampliando a política assistencial, para com isso aumentar o poder de regulação do Estado sobre a sociedade, colocando uma cortina de fumaça nas tensões sociais e na repressão e com essa ampliação tornar o regime militar legitimo. Em 1966 a Previdência Social e os IAPs unificaram-se, com isso a medicina previdenciária cresceu e a saúde pública entrou em declínio. Nesse período foi implantado um modelo privilegiado do produtor privado, esse modelo dentre outras características estendeu a cobertura previdenciária a praticamente toda população urbana e após 1973 aos trabalhadores rurais, autônomos e domésticas. A ditadura militar desde 1964 buscava consolidar sua hegemonia, no entanto essa não foi alcançada, e assim surgiram novas formas de legitimar a dominação burguesa e suas conseqüências foram buscadas.
 Com isso a Política Social de 1974 a 1979 procurou maior efetividade no enfrentamento das expressões da questão social para canalizar as reivindicações. Bravo (2008, p.94) conclui esse período afirmando que: A política nacional de saúde enfrentou permanente tensão entre a ampliação dos serviços, a disponibilidade de recursos financeiros, os interesses advindos das conexões burocráticas entre os setores estatal e empresarial médico e a emergência do movimento sanitário. As reformas realizadas na estrutura organizacional não conseguiram reverter a ênfase da política de saúde, caracterizada pela predominância da participação da Previdência Social, através de ações curativas, comandadas pelo setor privado. 
O Ministério de Saúde, entretanto, retomou as medidas de saúde pública, que, embora de forma limitada, aumentaram as contradições do Sistema Nacional de Saúde, ressaltando a Década de 1980: Construção do Projeto de Reforma Sanitária 
A Assembléia Constituinte se transformou em uma arena política dividida entre a Federação Brasileira de Hospitais (setor privado) e a Associação de Indústrias Farmacêuticas, e como forças opostas a estas, a Plenária Nacional pela Saúde na Constituinte que congregava duzentas entidades como sindicatos, 
 Os instrumentos de luta utilizados pela Plenária foi à capacidade técnica de formular teleologicamente um projeto de texto claro e consciente, além da pressão posta através da mobilização da sociedade (participação de 200 entidades). Na área da Saúde o texto constitucional atende grande parte das reivindicações do movimento sanitário, prejudica os interesses dos empresários do setor hospitalar e não altera nenhum fator para a indústria farmacêutica. Contudo, os artigos 196 a 200 da Constituição Federal de 1988 referem-se à saúde, e definem aspectos como os ressaltados no artigo 196: Art 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
 Além desses pontos existem outros com igual importância como a definição de que as ações e serviços passaram a ser de relevância pública, cabendo ao poder público a ação de regulamentação, fiscalização e controle, estas integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único com descentralização, atendimento integral, participação da comunidade e veda a destinação de recursos públicos para auxílio às instituições privadas com fins lucrativos. No entanto, a Constituição Federal não incorporou todas as propostas da Reforma Sanitária, pois o financiamento não ficou totalmente definido, não foi definido também em relação aos direitos dos trabalhadores de poderem recusar o trabalho em locais insalubres e o direito de obter informações em relação à toxidade dos produtos manipulados. Por mais que a mudança no arcabouço jurídico trouxe um fortalecimento do setor público e a universalização do atendimento, trouxe pouco impacto na melhoria das condições de saúde da população, pois era necessária sua operacionalização e não houve. 
No final da década de 80, já havia incertezas quanto à implementação da Reforma Sanitária, pois, a ineficácia do setor público, fragilidade das medidas e a ausência de resultados acarretaram a redução do apoio popular. O financiamento foi definido na Lei 8.080 de 1990. Nos anos 90, o Estado tem um redimensionamento influenciado pela Política Neoliberal, assim à força conservadora brasileira entrou em cena para que a Constituição não fosse regulamentada, lutando para a redução dos direitos sociais e trabalhistas, pelo sucateamento da saúde e educação e o desmonte da Seguridade Social reduzindo-a a previdência social, retornando a idéia de que só tem o direito quem é contribuinte. A Reforma do Estado ou Contra Reforma é a estratégia de colocar o Estado como promotor e regulador, transferindo para o setor privado as atividades que antes eram suas, vinculando a saúde e outras políticas sociais ao mercado, estabelecendo parcerias com a sociedade civil (ONG´s) assumindo apenas os custos, priorizando a assistência medica-curativa em detrimento de ações de promoção e proteção da saúde e muitas outras propostas que vem em detrimentoda Reforma Sanitária. No governo Lula que teve início em 2003 houve algumas inovações no âmbito das políticas sociais e conseqüentemente no âmbito da saúde que ocorreu um retorno a concepção sanitária e a concepções postas na Constituição Federal, no entanto, a Reforma Sanitária ainda deve ser bandeira de luta e como se refere o Ministério da Saúde na Biblioteca Virtual sobre Sergio Arouca: Pouco antes de morrer, Arouca dizia que era preciso retomar os princípios básicos da reforma sanitária, que não se resumiam à criação do SUS. Ela mostrava que o conceito de saúde e doença estava ligado a trabalho, saneamento, lazer e cultura. Por isso, era preciso discutir a saúde não como política do Ministério da Saúde, mas como uma função de Estado permanente.
Referências Bibliográficas 
ANDRADE, L. O. M. de, BARRETO, I. C. de H. C. SUS passo a passo: história, regulamentação, financiamento, políticas nacionais. – 2 ed. Ver. Ampl. – São Paulo: Hucitec; 2007. 
AROUCA, S. Reforma Sanitária. 1998. Disponível em: http://www. ministeriodasaude.gov.br. Acesso em 21 de abr. 2009. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa. Brasília, DF: Senado, 1988 
BRASIL. Lei Orgânica Da Assistência Social - lei nº8.742, de 7 de dezembro de 1993. Brasília, DF: Senado, 1993. 
BRASIL. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde/NOB-SUS 96 - Brasília: Brasília, DF: Senado, 1993.
Legislação brasileira para o serviço social: coletânea de leis, decretos e regulamentos para instrumentação da (o) assistente social / organização
Conselho Regional de Serviço Social do Estado de São Paulo, 9ª Região-Diretoria Provisória- 2.ed.ver., ampl. e atual. até dezembro de 2005-São Paulo: O Conselho, 2006. MOTA, A. E. [et al], (Orgs). Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional – 3 ed. – São Paulo: Cortez: Brasília
III - PARÂMETROS DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SUS
3.1 - O Serviço Social na Saúde 
 O Serviço Social desde seu surgimento tem relação com a saúde, no Brasil o período de 1930 a 1945 foi caracterizado, pelo surgimento desta profissão, que tinha no período influência européia, a saúde fazia parte da formação profissional, no entanto não era a área que concentrava a maior parte dos profissionais. A partir de 1945 ocorre o aprofundamento do capitalismo e o término da 2ª Guerra Mundial o que traz conseqüências sociais, com isso ocorre à expansão do Serviço Social na área da saúde, a atuação deste profissional também é ampliada. 
 Os assistentes sociais brasileiros passaram a defender o ensino e a profissão nos Estados Unidos, pois compreendiam que a estes fatores neste país haviam atingido um grau superior aos demais, com isso se desvincula do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
 Neste mesmo período houve um agravamento na saúde da população, sobretudo a população de países periféricos como nos referiu anteriormente a Política Nacional de Saúde que se esboçava desde 1930 foi consolidada no período de 1945-1950, com ela redefiniu-se um novo conceito de saúde, que requisitou a atuação de outros profissionais para trabalhar na saúde e com eles o assistente social. 
 Sucede a ênfase no trabalho em equipe multidisciplinar o que ampliou a abordagem em saúde, introduzindo programas com alguns segmentos da população que mais necessitavam da atenção médica, já que era inviável a atenção médica universal, e introduziu conteúdos preventivos e educativos, o profissional do Serviço Social atuou nesses programas prioritários e tinha sua intervenção relacionada à tarefa educativa em relação aos hábitos de higiene e saúde. 
 Nessa perspectiva o assistente social passa a trabalhar nos hospitais sendo um intermediário entre a população e a instituição, para assim viabilizar o acesso dos usuários aos serviços e benefícios, que nesse período passou a ser custeados total ou parcialmente pelos próprios beneficiados, para realizar tal intermediação o profissional utilizava-se de plantão, triagem ou seleção, encaminhamento, concessão de benefícios e orientação previdenciária. As propostas racionalizadoras na saúde a partir da década de 50 não tiveram repercussão no Serviço Social na saúde. Após a década de 60 que a situação começou a modificar surgindo um debate na profissão questionando o conservadorismo, que rebateu no Serviço Social na saúde, sedimentando sua ação na pratica curativa, principalmente na assistência médica previdenciária.
 De 1974 à 1979 o Serviço Social passou por um processo organizativo e surgiram novas direções para a profissão, no entanto no âmbito da Saúde a profissão não se alterou. Na década de 80 a profissão ampliou o seu debate teórico e incorporou algumas temáticas como o Estado e as políticas sociais fundamentadas no marxismo, nesse contexto o Serviço Social passa por uma revisão interna, assim surge uma disputa pela nova direção dada pela profissão. 
 Com a Constituição Federal de 1988 foi consolidada a conquista da saúde como um direito de todos e dever do Estado, nela constitui também um Sistema Único de Saúde do qual já falamos anteriormente. A saúde juntamente com a assistência social e previdência social passam a integrar a Seguridade Social. A conjuntura neste período era de crise do Estado brasileiro, de falência da atenção à saúde e do movimento de ruptura com a política de saúde vigente e a construção de uma reforma sanitária brasileira. Neste contexto o Serviço Social sofreu influências, contudo estava passando por um processo interno de revisão, um processo de negação do Serviço Social tradicional, e foi neste período o início da maturidade da tendência hegemônica atual da profissão, neste período ocorreu à vinculação da profissão com a tradição marxista. 
 Conforme Bravo (1996) apud Bravo e Matos (2008, p. 204): Num balanço do Serviço Social na área da saúde dos anos 80, mesmo com todas essas lacunas no fazer profissional, observa-se uma mudança de posições, a saber: a postura crítica dos trabalhos em saúde apresentados nos Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais de 85 e 89; a apresentação de alguns trabalhos nos Congressos Brasileiros de Saúde Coletiva; a proposta de intervenção formulada pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS), Associação Nacional dos Assistentes Sociais (ANAS) e Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) para o Serviço Social do INAMPS; e a articulação do CFAS com outros conselhos federais da área da saúde Contudo, os avanços e debates construídos na época não foram suficientes para articular na década de 90 a categoria ao Movimento de Reforma Sanitária. Nesta mesma década consolida-se o projeto político econômico neoliberal que confronta com o projeto profissional hegemônico no Serviço Social e com o projeto da Reforma Sanitária, com isso a dificuldade de construir e concretizar uma prática de um Estado participativo e de políticas sociais equânimes e universais é maximizado. O Projeto da Reforma Sanitária é questionado e o projeto de saúde articulado ao mercado ou privatista é consolidado, com esta consolidação o Estado reduz a sua atuação, garantindo apenas o mínimo aos que não podem pagar e os demais, os cidadãos consumidores, pagam pelo atendimento. 
 Com isso Bravo e Matos (2008, p. 206) colocam as diferentes requisições para o Serviço Social: O projeto privatista requisitou, e vem requisitando, ao assistente social, entre outras demandas: seleção socioeconômica dos usuários, atuação psicossocial através de aconselhamento, ação fiscalizatória aos usuários dos planos de saúde, assistencialismo através da ideologia do favor e predomínio de práticas individuais. Entretanto, o projeto da reforma sanitária vem apresentando, como demandas, que o assistente social trabalhe as seguintes questões: busca de democratização do acesso às unidades e aos serviços de saúde, atendimento humanizado, estratégias de interaçãoda instituição de saúde com a realidade, interdisciplinaridade, ênfase nas abordagens grupais, acesso democrático às informações e estimulo à participação cidadã. 
 O governo Lula teve inicio em 2003, neste programa de governo a saúde é entendida como um direito fundamental e há o compromisso com a garantia do acesso universal, igualitário e integral as ações e serviços de saúde, o Ministério tecido desde a década de 80 a Saúde busca incorporar a Reforma Sanitária, busca também ampliar o atendimento do SUS ressaltando também a política de educação para o SUS, a capacitação dos conselheiros de saúde, ampliação dos agentes comunitários de saúde e fortalecimento do Programa de Saúde da família. Contudo as ações do governo em relação à saúde não estão sendo suficientes já que ora o governo fortalece a Reforma Sanitária, ora o Projeto privatista. As forças conservadoras que fortalecem o Projeto privatista rebatem sobre o Serviço Social, essas forças interferem no posicionamento de que o marxismo não apresenta respostas às demandas atuais.
 Na saúde segmentos de profissionais ao se especializarem na saúde passam a identificar como sanitarista, pois acabam exercendo outras atividades distanciando da ação do Assistente Social que deve passar pela compreensão dos aspectos sociais, econômicos, culturais que interferem no processo saúde-doença e a busca para o enfrentamento destas questões. Nesse sentido o profissional do Serviço Social deve através de seu conhecimento teórico-metodológico das diferentes expressões da questão social na área da saúde, criar meios para que os usuários (cidadãos em geral) possam adquirir consciência de seu direito à saúde e compreendam esta como dever do Estado em prove-la, como também fortalecer o caráter público das ações e serviços de seguridade social. Este profissional deve efetivar a promoção, prevenção, proteção, como está posto nos princípios do SUS, podendo ser realizado também trabalhos educativos com a comunidade, fortalecendo também as ações e serviços de atenção básica, pois estes são portas de entrada do sistema de saúde.
 O Assistente Social deve criar espaços coletivos para a democratização de informações e conhecimentos para que através de uma prática reflexiva e crítica desse processo de promoção da saúde e prevenção de doenças possam acontecer. Essas ações não devem se restringir aos usuários dos serviços, mas também aos profissionais da saúde de uma forma geral. O eixo central para o trabalho do Assistente Social na saúde é a busca da criativa e incessante da incorporação dos conhecimentos e das novas requisições, articulados aos princípios do projeto de reforma sanitária e ético-político do Serviço Social. O profissional do Serviço Social deve articular aos demais profissionais trabalhando com uma equipe multiprofissional e interprofissional da saúde para que juntos possam defender o Sistema Único de Saúde e formular estratégias para a consolidação dos direitos á saúde. . 
 O profissional deve trabalhar no fortalecimento da rede se esta já estiver articulada, se não o trabalho deve estar na construção desta rede, para que todos os componentes da rede estejam com sua ação particular e também relacionada com os outros para que atinjam o objetivo comum, a consolidação das políticas sociais, pois só assim a saúde será efetivada integralmente, pois ela está integrada aos demais direitos. Este profissional deve publicizar a informação do direito de participar das decisões sobre a política de saúde através do Conselho de Saúde, Orçamento plurianual de investimentos, e outros instrumentos de debates para a consolidação e ampliação destes direitos. O Assistente Social tem a tarefa de possibilitar a reflexão e a participação dos usuários. 
IV - A ASSISTÊNCIA SOCIAL. O PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL E A POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL.
 A política de Assistência Social, legalmente reconhecida como direito social e dever estatal pela Constituição de 1988 e pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), vem sendo regulamentada intensivamente pelo Governo Federal, com aprovação pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), por meio da Política Nacional de Assistência Social (2004) e do Sistema Único de Assistência Social (2005). 
 O objetivo com esse processo é consolidar a Assistência Social como política de Estado; para estabelecer critérios objetivos de partilha de recursos entre os serviços sócio-assistenciais e entre estados, DF e municípios; para estabelecer uma relação sistemática e interdependente entre programas, projetos, serviços e benefícios, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família, para fortalecer a relação democrática entre planos, fundos, conselhos e órgão gestor; para garantir repasse automático e regular de recursos fundo a fundo e para instituir um sistema informatizado de acompanhamento e monitoramento, até então inexistente. Para a efetivação da Assistência Social como política pública, contudo, é imprescindível sua integração e articulação à seguridade social e às demais políticas sociais. 
 Por isso, a concepção de Assistência Social e sua materialização em forma de proteção social básica e especial (de média e alta complexidades), conforme previsto na PNAS/SUAS, requer situar e articular estas modalidades de proteção social ao conjunto das proteções previstas pela Seguridade Social. Dito de outro modo, a Assistência Social não pode ser entendida como uma política exclusiva de proteção social, mas deve-se articular seus serviços e benefícios aos direitos assegurados pelas demais políticas sociais, a fim de estabelecer, no âmbito da Seguridade Social, um amplo sistema de proteção social. Nessa perspectiva, a intervenção profissional na política de Assistência Social não pode ter como horizonte somente a execução das atividades arroladas nos documentos institucionais, sob o risco de limitar suas atividades à “gestão da pobreza” sob a ótica da individualização das situações sociais e de abordar a questão social a partir de um viés moralizante. 
 Isso significa que a complexidade e diferenciação das necessidades sociais, conforme apontada no SUAS e na PNAS, e que atribui à Assistência Social as funções de proteção básica e especial, com foco de atuação na “matricialidade sócio-famíliar”, não deve restringir a intervenção profissional, sobretudo a do/a assistente social, às abordagens que tratam as necessidades sociais como problemas e responsabilidades individuais e grupais. Isso porque todas as situações sociais vividas pelos sujeitos que demandam a política de Assistência Social têm a mesma estrutural e histórica raiz na desigualdade de classe e suas determinações, que se expressam pela ausência e precariedade de um conjunto de direitos como emprego, saúde, educação, moradia, transporte, distribuição de renda, entre outras formas de expressão da questão social.
 
4.1 - Serviço Social é profissão, Assistência Social é Política Pública.
 
 O Serviço Social como profissão, em sete décadas de existência no Brasil e no mundo, ampliou e vem ampliando o seu raio ocupacional para todos os espaços e recantos onde a questão social explode com repercussões no campo dos direitos, no universo da família, do trabalho e do “não trabalho”, da saúde, da educação, dos/as idosos/as, da criança e dos/as adolescentes, de grupos étnicos que enfrentam a investida avassaladora do preconceito, da expropriação da terra, das questões ambientais resultantes da socialização do ônus do setor produtivo, da discriminação de gênero, raça, etnia, entre outras formas de violação dos direitos. Tais situações demandam ao Serviço Social projetos e ações sistemáticas de pesquisa e de intervenção de conteúdos mais diversos, que vão alémde medidas ou projetos de Assistência Social.
 Os/as assistentes sociais possuem e desenvolvem atribuições localizadas no âmbito da elaboração, execução e avaliação de políticas públicas, como também na assessoria a movimentos sociais e populares. O primeiro curso de Serviço Social no Brasil surgiu em 1936 e sua regulamentação ocorreu em 1957. O processo de reconceituação gestado pelo Serviço Social desde a década de 1960 permitiu à profissão enfrentar a formação tecnocrática conservadora e construir coletivamente um projeto ético-político profissional expresso no currículo mínimo de 1982 e nas diretrizes curriculares de 1996 e no Código de Ética de 1986 e 1993, nos quais as políticas sociais e os direitos estão presentes como uma importante mediação para construção de uma nova sociabilidade. Trata-se de uma profissão de nível superior, que exige de seus/suas profissionais, formação teórica, técnica, ética e política, orientando-se por uma Lei de Regulamentação Profissional e um Código de Ética. 
 A Assistência Social, como um conjunto de ações estatais e privadas para atender a necessidades sociais, no Brasil, também apresentou nas duas últimas décadas uma trajetória de avanços que a transportou, da concepção de favor, da pulverização e dispersão, ao estatuto de Política Pública e da ação focal e pontual à dimensão da universalização. A Constituição Federal de 1988 situou-a no âmbito da Seguridade Social e abriu caminho para os avanços que se seguiram. 
 A Assistência Social, desde os primórdios do Serviço Social, tem sido um importante campo de trabalho de muitos/as assistentes sociais. Não obstante, não pode ser confundida com o Serviço Social, pois confundir e identificar o Serviço Social com a Assistência Social reduz a identidade profissional, que se inscreve em um amplo espectro de questões geradas com a divisão social, regional e internacional do trabalho. 
 A Assistência Social possui interface com todas as políticas públicas e envolve, em seus processos operativos, diversificadas entidades públicas e privadas, muitas das quais sequer contam com assistentes sociais em seus quadros, mas com profissionais de outras áreas ou redes de apoio voluntárias nacionais e internacionais. Serviço Social, portanto, não é e não deve ser confundido com Assistência Social, embora desde a origem da profissão, os/as assistentes sociais atuem no desenvolvimento de ações sócio-assistenciais, assim como atuem nas políticas de saúde, educação, habitação, trabalho, entre outras. 
 A identidade da profissão não é estática e sua construção histórica envolve a resistência frente às contradições sociais que configuram uma situação de barbárie, decorrentes do atual estágio da sociabilidade do capital em sua fase de produção destrutiva, com graves conseqüências na força de trabalho. 
4.2 – A política de assistência e o trabalho interdisciplinar
 A política de Assistência Social, por sua vez, comporta equipes de trabalho interprofissionais, sendo que a formação, experiência e intervenção histórica dos/as assistentes sociais nessa política social não só os habilitam a compor as equipes de trabalhadores/as, como atribuem a esses/as profissionais um papel fundamental na consolidação da Assistência Social como direito de cidadania. Os/as assistentes sociais brasileiros/as vêm lutando em diferentes frentes e de diversas formas para defender e reafirmar direitos e políticas sociais que, inseridos em um projeto societário mais amplo, buscam cimentar as condições econômicas, sociais e políticas para construir as vias da equidade, num processo que não se esgota na garantia da cidadania. 
 A concepção presente no projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro articula direitos amplos, universais e equânimes, orientados pela perspectiva de superação das desigualdades sociais e pela igualdade de condições e não apenas pela instituição da parca, insuficiente e abstrata igualdade de oportunidades, que constitui a fonte do pensamento liberal. São estes parâmetros que balizam a defesa da Seguridade Social, entendendo que esta deve incluir todos os direitos sociais previstos, no artigo 60 da Constituição Federal (educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência, alimentação e Assistência Social) de modo a conformar um amplo sistema de proteção social, que possa responder e propiciar mudanças nas perversas condições econômicas e sociais dos/as cidadãos/ãs brasileiros/ as. 
 A Seguridade Social deve pautar-se pelos princípios da universalização, da qualificação legal e legítima das políticas sociais como direito, do comprometimento e dever do Estado, do orçamento redistributivo e da estruturação radicalmente democrática, descentralizada e participativa. 
 Os movimentos específicos do Conjunto CFESS-CRESS na luta pela instituição e consolidação da Assistência Social como política pública e dever estatal situam-se nesta compreensão de direitos, Seguridade Social e cidadania. Esta tem sido a bússola que vem orientando, historicamente, sua ação em momentos importantes no processo de reconhecimento da Assistência Social como direito social e política de Seguridade Social, entre os quais cabe destacar durante a Constituinte (1987-1988), o CFESS participou ativamente nas subcomissões e Comissão da Ordem Social, sendo um ardoroso defensor da Seguridade Social como amplo sistema de proteção social, que deveria incluir a Assistência Social. 
 Neste processo, contrapôs-se às forças que defendiam que a Seguridade Social deveria se limitar à Previdência Social, no transcorrer do processo de elaboração e aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, 1989-1993), o Conjunto CFESS-CRESS combateu ferozmente o veto do então Presidente Collor ao primeiro Projeto de LOAS; articulou a elaboração e apresentação ao Congresso de um amplo e alargado Projeto de Lei de Assistência Social (que infelizmente não foi aprovado); lutou no âmbito do Legislativo contra vários Projetos de Lei que defendiamações extremamente restritivas de Assistência Social; apresentou inúmeras emendas ao Projeto de Lei, que veio a ser aprovado e sancionado em 1993, no intuito de ampliar a renda per capita para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), incluir diferentes programas, projetos e serviços e garantir a descentralização e o exercício do controle social de forma autônoma pelos Conselhos nas três esferas (muitas foram acatadas); após a aprovação da LOAS, o CFESS continuou lutando arduamente para sua implementação: entrou com ação judicial para que o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) fosse instituído em 1994; participou de cinco gestões no CNAS, representando o segmento dos/ as trabalhadores/as; elaborou e tornou público diversas manifestações em defesa do cumprimento da LOAS e, mais recentemente, do SUAS; em todos os estados brasileiros, os CRESS inseriram-se nas lutas pela formulação das leis orgânicas estaduais e municipais de Assistência Social e pela instituição dos conselhos de Assistência Social; atualmente o CFESS possui assento no CNAS e os CRESS participam de diversos conselhos municipais e estaduais, bem como de fóruns que constituem espaços democráticos de luta pela defesa da Assistência Social e da Seguridade Social; o Conjunto CFESS-CRESS participou ativamente dos processos de discussão e debates para elaboração da PNAS, da NOB/SUAS e da NOB/ RH, tendo elaborado e encaminhado ao CNAS diversas sugestões para a NOB/RH, sendo que muitas foram incluídas no documento final. 
 O compromisso ético, político e profissional dos/as assistentes sociais brasileiros/as, do Conselho Federal de Serviço Social e dos Conselhos Regionais de Serviço Social na luta pela Assistência Social não se pauta pela defesa de interesses específicos de uma profissão ou de um segmento. Suas lutas fundamentam-se:no reconhecimento da liberdade, autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; na defesa intransigente dos direitos humanos e na recusa do arbítrio e do autoritarismo; na ampliação e consolidação da cidadania, com vistas à garantia dos direitos das classes trabalhadoras; na defesa da radicalização da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; no posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegurem universalidade de acesso aos bens e serviços, bem como sua gestão democrática e no empenho para a eliminação de todas as formas de preconceito. Estes são alguns dos princípios fundamentais que estruturam o Código de Ética dos/as assistentes sociais brasileiros/as, que orientam e imprimem direção à intervenção do CFESS e que devem fundamentar a intervenção dos/ as assistentes sociais na política de Assistência Social.
 4.3 - O trabalho do/a assistente social na Assistência Social 
 As atribuições e competências dos/as profissionais de Serviço Social, sejam aquelas realizadas na política de Assistência Social ou em outro espaço sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos/as profissionais, quanto pelas instituições empregadoras. No que se referem aos direitos dos/as assistentes sociais, o artigo 2º do Código de Ética assegura:
 Art. 2º - Constituem direitos do/a assistente social:
 a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;
 b) livre exercício das atividades inerentes à profissão; 
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais; 
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional; 
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; 
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código; 
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população; 
h) ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções; 
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
No que se refere aos deveres profissionais, o artigo 3º estabelece: 
Art. 3º - São deveres do/a assistente social: 
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a Legislação em vigor; 
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da profissão; 
c) abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes; 
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades. 
 Tendo em vista o disposto acima, o perfil do/a assistente social para atuar na política de Assistência Social deve afastar-se das abordagens tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas conservadoras que tratam as situações sociais como problemas pessoais que devem ser resolvidos individualmente. 
 O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional (conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS), demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação dos determinantes sócio-econômicos e culturais das desigualdades sociais. A intervenção orientada por esta perspectiva crítica pressupõe a assunção, pelo/a profissional, de um papel que aglutine: leitura crítica da realidade e capacidade de identificação das condições materiais de vida, identificação das respostas existentes no âmbito do Estado e da sociedade civil, reconhecimento e fortalecimento dos espaços e formas de luta e organização dos/as trabalhadores/as em defesa de seus direitos; formulação e construção coletiva, em conjunto com os/as trabalhadores/as, de estratégias políticas e técnicas para modificação da realidade e formulação de formas de pressão sobre o Estado, com vistas a garantir os recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos necessários à garantia e ampliação dos direitos. 
 As competências e atribuições dos/as assistentes sociais, na política de Assistência Social, nessa perspectiva e com base na Lei de Regulamentação da Profissão, requisitam, do/a profissional, algumas competências gerais que são fundamentais à compreensão do contexto sócio-histórico em que se situa sua intervenção: • apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade; 
 • análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do Capitalismo no país e as particularidades regionais; 
• compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico, no cenário internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; 
• identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 1996). 
 São essas competências que permitem ao/à profissional realizar a análise crítica da realidade, para, a partir daí, estruturar seu trabalho e estabelecer as competências e atribuições específicas necessárias ao enfrentamento das situações e demandas sociais que se apresentam em seu cotidiano. As competências específicas dos/as assistentes sociais, no âmbito da política de Assistência Social, abrangem diversas dimensões interventivas, complementares e indissociáveis: 
 1. uma dimensão que engloba as abordagens individuais, familiares ou grupais na perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e equipamentos públicos. Essa dimensão não deve se orientar pelo atendimento psicoterapêutico a indivíduos e famílias (próprio da Psicologia), mas sim à potencialização da orientação social, com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais; 
 2. uma dimensão de intervenção coletiva junto a movimentos sociais, na perspectiva da socialização da informação, mobilização e organização popular, que tem como fundamento o reconhecimento e fortalecimento da classe trabalhadora como sujeito coletivo na luta pela ampliação dos direitos e responsabilização estatal; 
 3. uma dimensão de intervenção profissional voltada para inserção nos espaços democráticos de controle social e construção de estratégias para fomentar a participação, reivindicação e defesa dos direitos pelos/as usuários/as e trabalhadores/as nos Conselhos, Conferências e Fóruns da Assistência Social e de outras políticas públicas;
 4. uma dimensão de gerenciamento, planejamento e execução direta de bens e serviços a indivíduos, famílias, grupos e coletividade, na perspectiva de fortalecimento da gestão democrática e participativa, capaz de produzir, intersetorial e interdisciplinarmente, propostas que viabilizem e potencializem a gestão em favor dos/as cidadãos/ãs; 
 5. uma dimensão que se materializa na realização sistemática de estudos e pesquisas que revelem as reais condições de vida e demandas da classe trabalhadora, e possam alimentar o processo de formulação, implementação e monitoramento da política de Assistência Social; 
 6. Umadimensão pedagógico-interpretativa e socializadora de informações e saberes no campo dos direitos, da legislação social e das políticas públicas, dirigida aos/às diversos/as atores/atrizes e sujeitos da política: os/as gestores/as públicos/as, dirigentes de entidades prestadoras de serviços, trabalhadores/as, conselheiros/as e usuários/as. 
 A materialização dessas diversas dimensões surge de possibilidades e pode se desdobrar em diversas competências, estratégias e procedimentos específicos, com destaque para: 
• realizar pesquisas para identificação das demandas e reconhecimento das situações de vida da população, que subsidiem a formulação dos planos de Assistência Social; 
• formular e executar os programas, projetos, benefícios e serviços próprios da Assistência Social, em órgãos da Administração Pública, empresas e organizações da sociedade civil; 
• elaborar, executar e avaliar os planos municipais, estaduais e nacional de Assistência Social, buscando interlocução com as diversas áreas e políticas públicas, com especial destaque para as políticas de Seguridade Social;
 • formular e defender a constituição de orçamento público necessário à implementação do plano de Assistência Social; 
• favorecer a participação dos/as usuários/as e movimentos sociais no processo de elaboração e avaliação do orçamento público; 
• planejar, organizar e administrar o acompanhamento dos recursos orçamentários nos benefícios e serviços sócio-assistenciais nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS); 
• realizar estudos sistemáticos com a equipe dos CRAS e CREAS, na perspectiva de análise conjunta da realidade e planejamento coletivo das ações, o que supõe assegurar espaços de reunião e reflexão no âmbito das equipes multiprofissionais; 
• contribuir para viabilizar a participação dos/as usuários/as no processo de elaboração e avaliação do plano de Assistência Social; prestar assessoria e consultoria a órgãos da Administração Pública, empresas privadas e movimentos sociais em matéria relacionada à política de Assistência Social e acesso aos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; 
• estimular a organização coletiva e orientar/as os usuários/as e trabalhadores/as da política de Assistência Social a constituir entidades representativas; 
• instituir espaços coletivos de socialização de informação sobre os direitos sócio-assistenciais e sobre o dever do Estado de garantir sua implementação; 
• assessorar os movimentos sociais na perspectiva de identificação de demandas, fortalecimento do coletivo, formulação de estratégias para defesa e acesso aos direitos; • realizar visitas, perícias técnicas, laudos, informações e pareceres sobre acesso e implementação da política de Assistência Social;
 • realizar estudos sócioeconômicos para identificação de demandas e necessidades sociais;
 • organizar os procedimentos e realizar atendimentos individuais e/ou coletivos nos CRAS;
 • exercer funções de direção e/ou coordenação nos CRAS, CREAS e Secretarias de Assistência Social; 
• fortalecer a execução direta dos serviços sócio-assistenciais pelas prefeituras, governo do DF e governos estaduais, em suas áreas de abrangência; 
• realizar estudo e estabelecer cadastro atualizado de entidades e rede de atendimentos públicos e privados; 
• prestar assessoria e supervisão às entidades não governamentais que constituem a rede sócio-assistencial; 
• participar nos Conselhos municipais, estaduais e nacional de Assistência Social na condição de conselheiro/a; 
• atuar nos Conselhos de Assistência Social na condição de secretário/a executivo/a; 
• prestar assessoria aos conselhos, na perspectiva de fortalecimento do controle democrático e ampliação da participação de usuários/as e trabalhadores/as; 
• organizar e coordenar seminários e eventos para debater e formular estratégias coletivas para materialização da política de Assistência Social; 
• participar na organização, coordenação e realização de conferências municipais, estaduais e nacional de Assistência Social e afins; 
• elaborar projetos coletivos e individuais de fortalecimento do protagonismo dos/as usuários/as; • acionar os sistemas de garantia de direitos, com vistas a mediar seu acesso pelos/as usuários/as; 
• supervisionar direta e sistematicamente os/as estagiários/as de Serviço Social. 
 A realização dessas competências e atribuições requer a utilização de instrumentais adequados a cada situação social a ser enfrentada profissionalmente. O uso das técnicas e estratégias não deve contrariar os objetivos, diretrizes e competências assinalados, ou seja, estes não devem ser utilizados com a perspectiva de integração social, homogeneização social, psicologização dos atendimentos individuais e/ou das relações sociais, nem se destinar ao fortalecimento de vivências e trocas afetivas em uma perspectiva subjetivista. A definição das estratégias e o uso dos instrumentais técnicos devem ser estabelecidos pelo/a próprio/a profissional, que tem o direito de organizar seu trabalho com autonomia e criatividade, em consonância com as demandas regionais, específicas de cada realidade em que atua. 
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A luta pela Construção do Projeto de Reforma Sanitária foi e é de grande valia para toda a sociedade brasileira, pois o Brasil é um dos países do mundo com a melhor legislação em relação à saúde e tem posto em lei a conquista da universalidade e da equidade do atendimento a saúde. O aparato legal é extenso, completo e complexo contém a garantia na Constituição Federal que consolida esta como direito, consolida também o Sistema Único de Saúde, além deste a Norma Operacional Básica e a Lei Orgânica da Saúde são avanços visíveis para a sociedade, no entanto a discrepância entre a lei e a sua execução é visível, pois como nos referimos neste trabalho as dificuldades do atendimento à saúde ainda são muitas, contudo devemos ressaltar que esses direitos foram promulgados há pouco tempo se visualizarmos toda a história. Ressaltamos também que a saúde da população não depende somente do SUS, mas também de investimento de recursos de políticas econômicas e sociais. A garantia de emprego, salário, moradia, saneamento básico, comida, educação, lazer e transporte interferem nas condições de saúde e de vida. Saúde não é só atendimento médico, mas também prevenção, educação, recuperação e reabilitação conforme está previsto no aparato legal. Caminhar em direção ao projeto ético-político profissional do Serviço Social é caminhar opostamente ao projeto capitalista neoliberal, contudo o trabalho do profissional de serviço social deve estar na perspectiva de possibilitar que os usuários conheçam os seus direitos e se comprometam e se envolvam na fiscalização, acompanhamento do atendimento, se organizem, reivindique melhorias, possam propor e decidir através dos instrumentos de participação.
 
Responsável: Maria de Fátima Ferreira da Silva 
 CRESS - 878 Al
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