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1Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
SUMÁRIO
PREFÁCIO 05 
INTRODUÇÃO 06
ANATOMIA E FUNCIONAMENTO NORMAL 09
 DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 10
 DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO 10
 TECIDO NERVOSO 11
 SINAPSES 13
 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) 15
 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 17
 VIAS MOTORAS - TRATOS 21
CONTROLE MOTOR 22 
 MOVIMENTO 22 
 TEORIAS DO CONTROLE MOTOR 24
 APRENDIZAGEM E REAPRENDIZAGEM MOTORA 26
AVALIAÇÃO GERAL 30
PRINCIPAIS PATOLOGIAS 32
AVE 34
 DEFINIÇÃO 34
 EPIDEMIOLOGIA 34
 FISIOPATOLOGIA / TIPO DE AVC 35
 HEMIPLEGIA / HEMIPARESIA 37
 AVALIAÇÃO 40
 CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 43
 CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 43
DOENÇA DE PARKINSON 46
 PATOLOGIA / FISIOLOGIA 47
4Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 47
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 49
 DIAGNÓSTICO 51
 CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 51
 AVALIAÇÃO 52
 CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 53
DOENÇA DE ALZHEIMER 56
 PATOLOGIA / FISIOLOGIA 56
 ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 57
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 57
 DIAGNÓSTICO 58
 CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 58
 AVALIAÇÃO 59
 CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 60
ESCLEROSE MÚLTIPLA 62
 PATOLOGIA / FISIOLOGIA 62
 ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA 62
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 63
 DIAGNÓSTICO 64
 CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA 65
 AVALIAÇÃO 66
 CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 67
CONSIDERAÇÕES FINAIS 73
A PRÁTICA DO MÉTODO PILATES – EXERCÍCIOS 74
 SOLO 74
 BOLA 96
 REFORMER 122
 CADILLAC 153
 BARREL 188
 CHAIR 197
5Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Este livro foi elaborado com o intuito de fornecer informações claras e precisas a respeito do funcionamento normal do corpo humano no que diz respeito ao controle motor e a biomecânica normal do movimento. Alguns conceitos 
básicos de neurologia e como os sistemas podem ser afetados por patologias 
neurológicas também são explanados. E por fim, como o método pilates pode ser 
usado como recurso terapêutico e de reabilitação nesses casos em específico. 
 Serão abordadas 4 (quatro) patologias neurológicas: Acidente vascular 
encefálico (AVE); Doença de Parkinson (DP); Doença de Alzheimer (DA); e a esclerose 
múltipla (EM);
 Exercícios baseados no método pilates foram elaborados e direcionados 
para cada patologia em questão. Não significa que sejam os únicos exercícios 
que podem ser utilizados em cada caso, mas já é um começo e uma luz para 
nortear as aulas de pilates para esta população. Cada capítulo do livro tem sua 
particularidade e seu valor no contexto geral, estabelecendo interações entre 
os temas, comparações entre os métodos de avaliação, tratamento e patologias, 
dissertando sobre pormenores neurológicos e expondo tendências, idéias e 
soluções que o método pilates pode apresentar.
 É um livro de extrema utilidade e que irá agradar ao leitor.
PREFÁCIO
6Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A população brasileira tem ficado cada vez mais velha com o passar dos anos. Desde a década de 1940, o Brasil experimenta um aumento na expectativa de vida, de 45,5 anos para 75,2 anos, em 2014, segundo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). O que é preocupante, porém, é que este aumento 
não esta, necessariamente, ligado ao crescimento da qualidade de vida. 
 Em um estudo publicado pelo The Lancet, em 2014, mostra um levantamento 
feito em 188 países, relatando o aumento da expectativa de vida mundial. Além 
disso, o periódico destaca que o número de pessoas que morreram em função de 
condições como doenças do coração ou neurológias aumentou de acordo com 
o crescimento populacional, porém, esse número diminuiu entre as faixas etárias 
específicas, mais suscetíveis à essas enfermidades. Essas doenças então entre as 
dez principais causas de morte mundiais, sendo os acidentes vasculares cerebrais 
( AVC’s) como a segunda maior cauda e a Doença de Alzheimer (DA) como a quinta 
maior causa de morte.
 O fato dessas duas patologias citadas estarem entra as que mais levam 
à óbito na população em geral, mas estarem diminuindo sua incidência entre as 
faixas etárias que nas quais compete sua maior incidência, pode ser vista como uma 
evolução na área de prevenção e tratamento dessas patologias. Mesmo assim, não 
podemos deixar de perceber a relevância que estas doenças têm nos dias de hoje e 
todo o impacto social e econômico que elas causam em nosso país, seja pelo óbito 
ou pelas complicações e/ou sequelas consequências dessas patologias instaladas. 
 Entre as patologias neurológicas que mais acometem a geração mais velha, 
o AVC apresenta a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil. A Doença de 
INTRODUÇÃO
7Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Parkinson também entra nas estatísticas, atingindo 1% da população com mais de 
65 anos, com sua etiologia ainda desconhecida, está é ainda mais difícil diagnosticar 
e prevenir. Outra doença relacionada com o aumento da expectativa de vida é 
DA. Não há dados sobre a incidência desta doença em nosso país, porém, em um 
estudo, os autores encontraram uma prevalência de Doença de Alzheimer em 54% 
dos casos, em pessoas com demência, após 85 anos. Lembrando que a DA é a causa 
mais frequente de demência. 
 Mas não podemos relacionar todas as patologias neurológicas com a velhice. 
Até porque num processo de envelhecimento natural nem sempre elas estarão 
relacionadas. No Brasil, em função de nossa história e do momento socioeconômico, 
é normal o processo de envelhecimento vir acompanhado de disfunções físicas e 
funcionais. Porém, esta visão já esta mudando. Estudos epidemiológicos recentes, 
como os relacionados com o crescimento do número de idosos saudáveis, estão 
forçando uma mudança nas hipóteses teóricas da velhice como sinônimo de doença.
 Outra patologia de grande impacto social e que não está diretamente 
relacionada com a velhice é a esclerose múltipla. A associação brasileira de esclerose 
múltipla (ABEM), estima que 35 mil brasileiros apresentem a doença.
 Em contrapartida, um fator que esta em constante crescente são os estudos 
relacionados a busca pela qualidade de vida. Para cada área de pesquisa existe 
diversos significados diferentes que giram em torno de uma possível definição 
para este tema. Pensando na área médica, muitas vezes, a qualidade de vida esta 
vinculada à relação custo/benefício no que diz respeito à manutenção da vida ou à 
capacidade funcional dos doentes. 
 Algumas patologias podem ser prevenidas com hábitos saudáveis de vida. 
Porém, uma vez diagnosticadas, o tratamento deve ser inicializado o quanto antes. 
Além da terapia medicamentosa, psicológica e todo acompanhamento médico e 
de toda equipe multidisciplinar, temos diversas opções para tratar a parte muscular 
e cognitiva. O tratamento Neuroevolutivo - Bobath, a Facilitação neuromuscular 
8Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
proprioceptiva - Kabat, fazem parte dessas opções e agora, utilizamos também, o 
Método Pilates. Sabemos que cada patologia neurológica acarreta alguma alteração 
específica e que os acometidos pode apresentar os mais diferentes sintomas. Mesmo 
assim,o que todas as patologias citadas tem em comum, além de serem problemas 
neurológicos é que todas apresentam em maior ou menor incidência, alterações 
motoras e cognitivas como: distúrbios de movimento, alterações no equilíbrio, 
fraqueza muscular, déficit de atenção, e que podem se beneficiar utilizando o 
Método Pilates.
Tal método vem se mostrado benéfico para melhora desses inúmeros fatores. 
Iniciando pela utilização do princípio da concentração, o paciente se encontra 
necessitando dessa correlação, mente / corpo ao realizar os exercícios. Com isso, a 
melhora tanto cognitiva, quanto motora acaba acontecendo.
 Precisamos deixar claro, que, na maioria das vezes, as patologias neurológicas, 
são irreversíveis e algumas até progressivas, porém podemos nos beneficiar, com 
esses paciente de uma melhora na força muscular, no alongamento muscular, no 
alinhamento corporal, no equilíbrio estático e dinâmico, na capacidade pulmonar, 
entre outros benefícios. E em consequência disto, tal paciente melhora sua 
performance nas atividades de vida diárias (AVD’s), na melhoria ou manutenção da 
independência e da qualidade de vida. 
 Como podemos proporcionar tudo isto a nosso paciente é o que veremos a 
seguir, na continuação teórica deste livro e toda parte prática do mesmo.
9Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ANATOMIA E 
FUNCIONAMENTO NORMAL
Este capítulo não tem como objetivo aprofundar-se em toda neuroanatomia e fisiologia do sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), mas sim apresentar as características mais funcionais relacionados a ele, fornecendo 
ao leitor embasamento para compreender o funcionamento normal do sistema e, 
num segundo momento, as condições patológicas. 
 Interagir com o meio, seja recebendo informações provenientes dele ou 
fornecendo à ele responsivamente, depende da integridade, mesmo que parcial, 
de nosso sistema nervoso (SN).
 Podemos dividir o SN relacionando sua estrutura ou função. Angelo Machado, 
2010 cita a divisão desse sistema em quatro bases: em critérios anatômicos, 
embriológicos, funcionais e na segmentação (metameria). Duas dessas divisões 
são importantes relacionando os temas abordados neste livro, a baseada em 
critérios anatômicos e funcionais. Com relação as outras o leitor deve considerar a 
busca em literaturas mais específicas.
10Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DIVISÃO ANATÔMICA DO SN
Toda essa esquematização do SN é puramente didática, uma vez que existe uma 
comunicação entre os sistemas. Mesmo assim, separamos em Sistema Nervoso 
Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). No primeiro podemos citar como 
parte integrante o encéfalo, composto pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, 
e a medula espinhal, envoltos pela proteção óssea do crânio e da coluna vertebral. 
No segundo, os nervos, gânglios e as terminações nervosas constituem este 
sistema. Eles fazem a ligação do SNC aos órgãos receptores e efetores em todo 
âmbito corporal.
DIVISÃO FUNCIONAL DO SN
Esta divisão está relacionada com a integração funcional dos sistemas em função 
das informações recebidas tanto internamente (regulação das funções corporais 
internas) quanto externamente (relação com o meio). Sendo assim, duas partes 
são definidas: sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso visceral (SNV). 
O primeiro consiste da relação do corpo com o meio externo, apresentando 
componentes aferentes, que levam as informações provenientes de estímulos 
externos, na periferia corporal, aos centros nervosos; e os componentes eferentes, 
que trata-se da questão voluntária de nossas ações, uma resposta vinda dos 
centros nervosos aos músculos estriados esqueléticos. 
O segundo preocupa-se em manter a homeostasia (equilíbrio fisiológico), 
através da inervação e controle das estruturas viscerais. Também trabalhando com 
vias aferentes, levando informações das vísceras ao sistema nervoso; e eferentes, 
denominado sistema nervoso autônomo, fazem o caminho inverso da via aferente 
e pode ser subdividido em sistema simpático e parassimpático.
11Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso é composto por neurônios e células gliais ou neuroglia. 
 O neurônio (fi gura 1) é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso. 
Eles recebem, processam e enviam informações a todo sistema. Já as células gliais 
aparecem em maior número que os neurônios, localizam-se entre os mesmos, 
e funcionam fazendo sustentação, revestimento ou isolamento, modulam a 
atividade neural e proteção.
NEURÔNIO
A principal função do neurônio é a condução de impulsos nervosos. Dito 
isso, entende-se que são células extremamente excitáveis, em função de uma 
linguagem elétrica, acarretando modifi cações do potencial de membrana. 
Figura 1. Neurônio
Fonte: Google imagens, 2016
12Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 Este potencial de membrana é a diferença elétrica (de voltagem) existente 
dentro e fora da célula nervosa. As cargas elétricas são responsáveis pelo potencial 
elétrico da membrana. Fora da mesma, predominam íons orgânicos de Sódio 
(Na+) e cloro (Cl-), já em seu interior existe um predomínio de íons com cargas 
negativas e potássio (K+). A movimentação desses íons por entre a membrana 
faz com que ocorram alterações no potencial elétrico. O recebimento correto de 
um estímulo e a consequente transmissão de um impulso nervoso, depende do 
correto funcionamento desta movimentação.
 A estruturação de um neurônio, basicamente, e em sua maioria, pode ser 
dividido em três regiões: corpo celular, dentritos e axônio.
 O corpo celular ou soma é composto pelo núcleo e citoplasma com várias 
organelas. Possuem formas e tamanhos extremamente variados. Do corpo surgem 
os dentritos e os axônios. E nele, assim como nos dentritos, é onde ocorre as 
sinapses (local de recepção de estímulos).
 Os dentritos tem como função receber estímulos, transformando o 
potencial de repouso da membrana, que, em repouso, tem predomínio de cargas 
negativas. Essas transformações podem ser dita despolarizadas (excitatória, com 
diminuição de carga negativa no interior da célula) ou hiperpolarizada (inibitória 
com aumento da carga negativa no interior da célula ou aumento da positividade 
fora da mesma).
 E os axônios são encontrados na grande maioria dos neurônios, apresentam 
comprimentos variáveis, de milímetro a mais de um metro. São especializado em 
gerar e conduzir o potencial de ação ou impulso nervoso, pela despolarização da 
membrana.
13Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
NEURÓGLIA
Em proporções bem maiores que os neurônios, não geram potencial de ação 
por não serem excitáveis. Mesmo assim, ajudam a manter as funções da células 
nervosas. No SNC podemos encontrar, entre outros, astrócitos e oligodendrócitos. 
Os astrócitos estão localizados principalmente na substancia cinzenta deste 
sistema e provavelmente tem funções relacionadas a troca de substancias 
específicas com a corrente sanguínea.
Os oligodendrócitos são encontrados na substância branca e alguns são 
responsáveis pela formação de bainha de mielina nos axônios localizados no SNC.
 No SNP podemos encontrar as células de Schwann, também responsáveis 
pela mielina do axônio de um único neurônio. A mielina é uma substância 
gordurosa e proporciona um alto grau de resistência elétrica.
SINAPSES
Figura 2. Sinapse
Fonte: Google imagem, 2016
14Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
As sinapses, que são a transmissão de impulsos nervosos, pode ocorrer por um 
processo elétrico ou químico. 
 O processo elétrico ocorre com menos frequência, é maissimples e permite 
a transferência rápida e direta da corrente iônica de uma célula para a outra.
No processo químico se faz necessário uma substância química, um 
neurotransmissor, para que a comunicação entre os elementos da estrutura neural 
aconteça. A maioria das sinapses ocorre por este processo.
Nele, o elemento pré-sináptico (terminal axônico da célula pré-sináptica) é 
separado do soma do neurônio pós-sinático por uma fenda sináptica. Nesta fenda 
serão liberados os neurotransmissores encontrados nas vesículas transmissoras 
dos neurônios pré-sinápticos. Essa liberação é feita por canais de Cálcio. Os íons 
de cálcio entram na célula pré-sináptica e estimulam o aumento da velocidade da 
abertura das vesículas, que se ligam a proteínas (sítios de liberação). As vesículas 
transmissoras, com função inibitória ou excitatória, liberadas na fenda sináptica, 
passam para o neurônio pós-sináptico.
Proteínas receptoras encontradas na membrana do neurônio pós-sináptico, 
ligam o neurotransmissor à um componente ionóforo, da fenda sináptica até o 
interior da célula. O componente ionóforo pode ser de canal iônico, que permite a 
passagem de tipos específicos de íons.
Os neurotransmissores são estruturas pequenas e de ação rápida. Serotonina, 
dopamina e acetilcolina são alguns exemplos dessas moleculas que induzem uma 
resposta mais aguda ao SN.
15Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Para tentarmos agir influenciando o SNC de alguma maneira, precisamos 
entender as vias que nos levam a obter e fornecer informações motoras ou 
sensitivas para o sistema. O SNP auxilia nesse processo, é composto por nervos, 
gânglios e terminações nervosas.
NERVOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS
Os nervos são feixes de fibras nervosas que unem o sistemas nevoso central 
aos órgãos na periferia. Tais fibras são prolongamentos dos axônios reforçadas 
por tecido conjuntivo e podem ser, de acordo com sua origem ou onde está 
localizadado o corpo celular, em espinhais (proveniente da medula espinhal) 
ou cranianos (proveniente do encéfalo), ou de acordo com sua composição, em 
mielínicas com neurilema ou amielinicas ou ainda, classificamos, próxima à sua 
terminação, em sensitivos ou mistos (motores e sensoriais).
 Como dito, em suas terminações, as fibras nervosas podem ser sensitivas 
ou aferentes e motoras ou eferentes. Quando estimuladas em seus receptores, as 
fibras sensitivas levam informação da periferia e órgãos até uma area específica no 
SNC. Esses receptores podem diferenciar-se em especiais ou gerais. Os especias 
são mais específicos e complexos, relacionados à gustação, audição, equilíbrio… 
e os gerais aparecem em maior concentração na pele, que responde ao contato ou 
ao seu estiramento durante o movimento.
 Pensando na parte nauroanatômica mais funcional alguns receptores devem 
ser analizados mais a fundo, como é o caso dos fusos neuromusculares e órgãos 
neurotendinosos (OTG). Ambos controlam a geração de força muscular, o primeiro 
tem como função detectar o movimento do músculo e suas variações enquanto o 
segundo identifica a tensão muscular.
16Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
FUSOS MUSCULARES 
 O fuso é formado por finas fibras musculares intrafusais envoltas por uma 
cápsula de tecido conjuntivo na região central que, paralelamente são fixadas nas 
fibras extrafusais. As fibras intrafusais são controladas por motoneurônios gama 
e as extrafusais por motoneurônios alfa. Estão relacionados com a postura e os 
movimentos voluntarios finos. É o principal órgão sensitivo do músculo, detectam 
e transmitem ao SNC modificações no comprimento (alongando ou encurtando) 
do músculos e até na velocidade com que essas modificações podem acontecer.
ÓRGÃOS NEUROTENDINOSOS DE GOLGI
 Os OTG são mecanoceptores encontrados nos tendões dos músculos, mas 
especificamente nos pontos em que as fibras musculares ligam-se em um tendão 
(junções músculo-tendinosas). Sendo assim, pela sua localização, ele consegue 
supervisionar a tensão que o músculo desenvolve ao contrair. Eles apresentam 
um maior limear de excitabilidade para o alongamento do que para a contração 
muscular, ou seja, respondem melhor a contração muscular do que ao alongamento. 
 Sua principal função é fornecer, ao SNC, feedback de força, evitando a 
utilização excessiva dessa força protegendo toda fibra muscular.
GÂNGLIOS
 Corpos de neurônios fora do SNC tendem a se agrupar e são denomidados 
de gânglios. São dilatações espalhadas pelo corpo funcionando como ligação 
entre neurônios e partes do SNC com todas as outras estruturas e órgãos.
17Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
 É dividido em encéfalo e medula espinhal. Podemos dizer que tais regiões são 
as que comandam o restante do corpo. A primeira é protegida pela caixa craniana 
e a segunda pela coluna vertebral. Os corpos dos neurônios desse sistema, quando 
emaranhados, damos o nome de substância cinzenta, e, os prolongamentos desses 
corpos damos o nome de subtância branca.
CÉREBRO: É a parte mais desenvolvida do encéfalo e é dividido em hemisfério 
direito e esquerdo unidos por uma conformação denominada corpo caloso. 
Podemos separar cada hemisfério em quarto lobos cerebrais, de acordo com suas 
principais funções: lobo frontal (cortex motor e pré-frontal), lobo parietal (cortex 
somatossensorial), lobo temporal (cortex auditivo) e lobo occipital (cortex visual). 
(Fig. 1.3) Deixando claro que aqui apenas algumas funções estão relacionadas 
com cada lobo, uma vez que encontramos em um mesmo lobo áreas com funções 
e estruturas bem distintas.
 O córtex cerebral é dito o principal centro intregrador de impulsos sensoriais 
e respostas motoras. Cada região tem sua vital importância dentro de um processo 
de reabilitação, porém falaremos mais a fundo sobre as áreas do córtex que 
participam do controle motor, direta ou indiretamente, em todo seu processo 
de planejamento, execução, além de todos os pormenores relacionados a este 
controle.
CÓRTEX SENSORIOMOTOR: Esta região do cérebro compreende as áreas 
motora primária (área 4 de Brodmann), área motora suplementar (área 6), o córtex 
pré-motor (área 6), córtex somatossensorial primário (áreas 1 e 3) e o córtex 
parietal posterior (áreas 5 e 7).
 As conexões de estímulo-resposta desta região são inúmeras. As entradas 
e saídas do córtex apresentam uma organização somatotópica, representada por 
18Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
um mapa corporal, onde os neurônios infl uenciam os músculos e a informação 
sensorial por todo o corpo. No mapa motor, duas característas chamam a atenção, 
primeiro que as células corticais infl uenciam os músculos do outro lado de sua 
localização e a segunda característica é o tamanho da representatividade dos 
músculos faciais e da mão.
Figura 3. Homúnculo Sensitivo e motor
Fonte: Google imagem, 2016
 Cada área citada esta relacionada a algum componente do movimento, não 
exclusivamente, mas apresentam uma função principal para que os movimentos 
voluntários aconteçam. 
O cortex pré-motor é responsável pela organização e orientação correta 
do corpo antes do movimento acontecer e por toda orientação sensorial dos 
membros além disso, quando aprendemos uma nova tarefa é esta área que esta 
ativa. Nesta área localiza-se o conhecido “homúnculo motor”. É dela que provem 
19Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
todas as respostas relacionados à movimentação voluntária, desde controle até 
coordenação dessa moticidade. Nessa região o controle é cruzado, ou seja, lesões 
nessa área ocasionam atrofia de alguns músculosdo lado contralateral do corpo. 
Agora, para comandar esse controle e coordenação, aprender como o movimento 
funciona, como refiná-los, mesmo sem necessariamente executá-los é o cortex 
pré-motor que realiza tal função.
A interpretação e tranformação da informação sensorial para coerencia na 
resposta motora é realizada no cortex parietal posterior. Quando precisamos 
iniciar um movimento esta região também se faz ativa. Lesão que acomentem 
essas duas áreas acarretam incapacidade de produzir estratégias corretas para 
que o movimento aconteça.
A área motora suplementar reage diante da necessidade de planejar um 
movimento e certificar o seguimento correto de ativação muscular do mesmo 
ou de outro. Já, o cortex somatossensorial tem a responsabilidade de fornecer 
informações sensoriais para realização do planejamento de um movimento mais 
específico e sua iniciação, além da modulação de um movimento já iniciado.
 E por fim, o cortex motor primário sintetiza os impulsos de outras áreas do 
SNC. Ele gera e transmite informações centrais para o tronco cerebral e medulla 
para que o movimento se inicie e seja modulado. 
 Quando falamos em planejarmos alguma tarefa, que demande um pouco 
mais de atenção e seja um pouco mais complexa, que necessite de uma projeção 
de resposta é o lobo frontal que necessita estar íntegro para esta função. Neste 
lobo estão inseridas funções como cognição e emoção também.
 Lesões no cortex motor acarretam frequeza ou paralisia de determinados 
musculos. Lesões no cortex pré-motor podem ocasionar dificuldades na velocidade 
dos movimentos automáticos. E lesões no lobo frontal acaretam dificuldade de 
planejar ou planejar erroneamente determinados movimentos.
20Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 CEREBELO: Localizado na fosse craniana posterior. Ele apresenta uma 
configuração parecida com a do cérebro no que diz respeito a composição e 
distribuição da susbtância branca e da cinzenta. Sua principal diferenciação é que 
o cerebelo funciona num nível inconsciente e involuntário e exclusivamente com 
função motora.
 O conhecimento sobre o cerebelo é de extrema importância, pois suas 
funções estão relacionadas com a gerência do equilíbrio e da postura, com o 
controle do tônus e da movimentação voluntária, além da aprendizagem motora.
 Diante de todas essas funções fica mais claro relacionar as possíveis 
alterações quando esta região do sistema nervoso é lesada. Podemos encontrar 
incoordenação dos movimentos (ataxias), perda de equilíbrio e hipotonia.
 NÚCLEOS DA BASE: São um conjunto de corpos de neurônios (como os 
gânglios) localizados abaixo do cortex. Participam do planejamento e controle 
dos movimentos, através de uma interacção com o cortex realizada através no 
tálamo. E não só fatores relacionados ao movimento, mas participam do processo 
cognitivo e de aprendizado também. 
 E mesmo esses núcleos não fazendo conexão com a medulla, alterações 
nessa região causam dirtúrbios motores como os característicos na Doença de 
Parkinson (vide capítulo Doença de parkinson).
 TRONCO ENCEFÁLICO: Todas as estruturas citadas a seguir apresentam 
funções comuns, porém não unicamente, de controlar funções vitais (respiração, 
sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal), além do equilíbrio corporal e 
movimentos esteriotipados do mesmo. Isto acontece através da integração de 
informações oriundas dos aparelho vestibular (órgão do equilíbrio), cortex cerebral 
e cerebelo. O Mesencéfalo está localizado entre o cérebro e a ponte encontra-se 
anteriormente com o tálamo e o hipotálamo. É uma região de trânsito de estímulos 
provinientes do cérebro e direcionados a ele. Além disso, o controle postural 
21Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
também está ligado a esta estrutura. A doença de Parkinson afeta a substância 
negra localizada nesta região.
A Ponte encontram-se localizados na Ponte alguns núcleos de nervos cranianos. 
Lesões nessa região podem causar desde alterações na sensibilidade da face até 
alterações de equilíbrio.
Já o Bulbo é uma região contínua da medula espinhal. Controla sinais vitais 
com ajuda da ponte. Apesar de ser pequeno em estrutura se comparado à outras 
do SNC, por ele passam um grande número de tractos motores e sensitivos, e 
quando lesionado pode acarretar as mais diversas alterações com os mais variados 
sintomas. 
VIAS MOTORAS - TRATOS
As vias motoras existem para conduzir estímulos que entram (aferente) ou saem 
(eferente) do SNC, através dos tratos. Os tratos são feixes de axônios que percorrem 
o caminho entre o cérebro e a medula. As vias podem ser diretas (piramidais) ou 
indiretas (extra-piramidais). A primeira controla os movimentos voluntários e a 
segunda controla e coordena os movimentos voluntários automáticos, a postura 
e o tônus.
Vale lembrar que a resposta oriunda do comando neural irá depender das condições 
em que se encontra, também, o sistema musculoesqueléticos, pois este sistema nem 
sempre gera o mesmo efeito biomecânico que foi comandado pelo SN.
Entender como todo esse processo se dá normalmente deixa mais clara a 
compreensão das falhas existentes nele. A fisiopatologia, assim como as lesões 
morfológicas existentes nas lesões neurológicas serão abordadas especificamente 
em cada capítulo das doenças estudadas neste livro.
22Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONTROLE MOTOR
Movimento é vida, ou pelo menos uma parte essencial da mesma. Segundo 
Dicionário Michaelis movimento é, dentro várias definições, ato de mover ou de se 
mover; mudança de lugar ou de posição; deslocação. Maneira como alguém move 
o corpo. E o Controle motor é a capacidade que o ser humano tem de regular e/ou 
orientar os mecanismos essenciais para que este movimento aconteça.
Saber sobre como o movimento acontece, como controla-lo, como aprender 
novos movimentos é tarefa primordial para o fisioterapeuta e para todos os 
outros profissionais que trabalham nessa área e que ensinam, educam, reeducam, 
analisam qualquer situação e pormenores relacionados a esta questão. Estudar o 
controle motor compete investigar todos os sistemas que controlam a execução 
de uma determinada ação.
Para conseguirmos entender as debilidades existentes, com relação ao controle 
motor, em pacientes com patologias neurológicas, devemos antes conseguir 
entender como funciona toda estrutura normal deste controle, para depois sermos 
capazes de agir diante de uma disfunção aparente.
O MOVIMENTO
 O movimento surge da influência e da ação mútua ou compartilhada de três 
fatores: o indivíduo, a tarefa e o ambiente (Fig. 1.1) E não só isso, vários processos 
em conjunto, como os associados à percepção, à cognição e à ação, fazem parte 
do estudo do controle motor para o movimento, muitas vezes restringindo a ação 
do mesmo.
23Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 A cognição é parte fundamental na execução de uma tarefa, incluem a 
atenção, a motivação e aspectos emocionais relacionados a um movimento 
específi co, tanto para o planejamento como para a execução. Entender o processo 
cognitivo relacionado à percepção e a ação são de suma importância para que 
consigamos um resultado positivo sobre a resposta motora que nosso paciente 
possa apresentar.
 A ação ou o simples fato de coordenar uma tarefa através dos muitos 
músculos e articulações chamamos de problemas de graus de liberdade. Controlar 
a ação implica em entender o resultado motor do sistema nervoso para os sistemas 
efetores. O sistema nervoso se organiza de tal maneira para limitar os graus de 
liberdade para que a tarefa aconteça. 
 Para a ação acontecer a percepção comoinformações sensoriais e 
psicológicas se faz essencial. O sistema sensorial, por meio de seus receptores, 
responde a estímulos internos e externos, além de detectar e perceber o corpo no 
espaço (propriocepção). Isso signifi ca perceber as características do ambiente e 
do corpo para que o movimento aconteça.
Figura 4. Movimento resulta da ação mútua entre indivíduo, a tarefa e o ambiente.
Fonte: SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOT, M. H., 2003, p. 2.
24Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Quando um dano ao sistema nervoso central acontece, como num acidente 
vascular cerebral, ocorre alterações aos sistema cognitivo, motor e sensorial / 
perceptual, em conjunto ou isoladamente. Para que uma melhora ou aquisição 
de uma função aconteça, o paciente precisa desenvolver novos padrões de 
movimento para executar suas tarefas funcionais, uma vez que os sistemas citados 
encontram-se comprometidos. Parte do tratamento desse tipo de patologia gira 
em torno de restabelecer a capacidade funcional, buscando independência 
funcional, ajudando o paciente a aprender ou reaprender a executar determinada 
tarefa, utilizando padrões de movimentos diferentes do que estava habituado.
TEORIAS DO CONTROLE MOTOR
 As teorias do controle motor existem para tentarmos explicar como o 
movimento acontece e como ele é controlado. São conhecimentos especulativos 
e abstratos, e talvez por este motivo não exista um consenso sobre as teorias que 
conhecemos, de qual seria a mais “correta” e aceita. 
 Mas ai perguntamos, porque preciso entender de controle motor e isto tem 
realmente função na prática clínica diária, uma vez que são só teorias? 
 E a resposta é, com certeza tem função em nossa vivência profissional. 
Tentar entender como tudo funciona, com relação a todo controle motor, nos 
ajuda a interpretar, tanto o comportamento, quanto as ações do paciente a fim de 
possibilitar opções para uma linha de tratamento, seja utilizando o método pilates 
ou qualquer outra técnica ou metodologia para este fim.
Antes de colocarmos um paciente para subir um lance de escada, precisamos 
perceber o que esta impedindo o paciente de o fazê-lo. Seria a dificuldade do 
mesmo de se perceber no espaço? Seria a falta da capacidade de planejar qual 
o ângulo que devo flexionar o quadril e o joelho para subir o degrau? Seria uma 
25Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
espasticidade em membro inferior que não estaria deixando? 
Muitas vezes não conseguimos tratar o problema, pois não sabemos o que 
está ocasionando tal adversidade. E muitas vezes não saberemos a causa, mas 
as teorias, juntas ou isoladamente, nos dão suporte para que saibamos de onde, 
possivelmente e/ou provavelmente, origina-se o problema que acarreta a perda 
de função ou dificuldade de execução da mesma.
Pensando nas patologias neurológicas o modelo clássico de controle motor, o 
modelo hierárquico, é o que embasa a terapia neurológica tradicional.
 Tal modelo sugere, através de um controle organizacional, que níveis 
superiores controlam e comandam níveis inferiores, em suma, um centro superior 
seleciona e transmite o programa motor a centros inferiores para execução do 
movimento ou uma tarefa.
 Já, a teoria reflexa, descreve que os reflexo são a base para o comportamento 
motor. Para Charles Sherrington, idealizador desta teoria, não existe movimento se 
não existir algum estímulo sensitivo. O estímulo provoca uma reação, que culmina 
em outra reação e assim sucessivamente, gerando um comportamento motor.
 E, na teoria dos sistemas, defende-se que para entender o funcionamento 
do controle neural dos movimentos precisamos considerar todo o sistema motor, 
conhecendo a forças extrínsecas e intrínsecas que atuam sobre nós. Para que um 
programa de reabilitação motora ou mesmo de atividade física com algum ganho 
de aquisição se mostre eficaz para indivíduos em fase de plasticidade cerebral, seja 
um recém nascidos (RN) ou um adulto, dependerá primariamente das teorias de 
controle motor que foram utilizadas para embasar a terapia.
26Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Pacientes com doenças neurológicas são incapazes de ter um 
comportamento motor “normal” porque o dano no SNC alterou 
a capacidade integrativa do cérebro. Fatores biomecânicos e 
metabólicos são igualmente alterados. O padrão de movimento 
executado pelo paciente é considerado um padrão de movimento 
funcional utilizado para atingir o objetivo. Dependendo da 
fisiopatologia do trauma e das complicações decorrentes, o 
padrão pode não ser eficiente, em termos de custos neurológicos, 
biomecânicos ou metabólicos, para o sistema. Todavia, o padrão 
é o preferido (propriedade emergente), oriundo de um sistema 
de auto-organização que permite ao indivíduo agir. Esse padrão 
preferido é resultado de limitações impostas ao indivíduo pela 
condição neurológica, assim como pelo ambiente e pela tarefa.
 O profissional identifica a forma de controle motor inapropriada e com base 
no sistema de controle motor, fisiológico ou biomecânico desenvolve hipóteses 
para fundamentar a linha de tratamento ou atividade a ser seguida.
APRENDIZAGEM E REAPRENDIZADO MOTOR
 Assim como o controle motor, o aprendizado também não tem um consenso 
quanto ao seu funcionamento. Newell descreve o aprendizado motor como sendo 
a procura pela solução do problema, que resulta da interação do ser humano com 
a tarefa e o ambiente. Mas os mecanismos para que isso ocorra não são claros. 
 Antigamente, duas teorias de controle e aprendizagem chamavam a atenção: 
a teoria de circuito aberto e a teoria de circuito fechado. A principal diferença 
entre as duas era a respeito do papel do “feedback” no controle de movimentos. 
27Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Hoje é consensual que fatores centrais e periféricos atuam no controle de 
movimento, que dependendo do tipo, terá um maior ou menor interferência 
desses centros. O cérebro apresenta capacidade de aprender, mesmo após algum 
tipo de lesão. Plasticidade é como denominamos esta capacidade de demonstrar 
uma modificação, adaptando-se e reorganizando-se estruturalmente. Os aspectos 
de recuperação funcional após uma lesão cerebral se mostram semelhantes ao 
aprendizado motor que ocorre em um cérebro integro, sendo assim muito do 
que se sabe sobre aprendizado motor no cérebro intacto pode ser utilizado no 
tratamento de portadores de doenças cerebrais a repetição é um desses aspectos.
 As frequentes repetições estimulam a criação de sinapses, favorecendo 
a plasticidade e por fim, a aprendizagem. Começamos com a realização de 
movimentos mais simples e seletivos (monoarticulares) para progressão de 
movimentos complexos (pluriarticulares).
INPUT
 Para que o reaprendizado aconteça o input (informações) é essencial e deve 
ser utilizado da maneira correta para que seja eficaz. Num geral, eles precisam ser 
variáveis, para que aconteça formação de redes nervosas, precisam significar algo 
para o indivíduo, para que ele se interesse pela atividade e potencialize o efeito do 
aprendizado pelas emoções e pela motivação, além disso as atividade treinadas 
precisam ser o mais parecidas com as situações cotidianas do aluno / paciente.
 Para que o mesmo tenha interesse nas atividades propostas, que goste e 
que seja algo motivador, o indivíduo precisa de consciência e atenção suficientes 
para que o aprendizado motor seja eficaz.
28Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
FEEDBACK
 É uma importante ferramenta utilizada pelos profissionais da área da saúde 
que atuam com reabilitação e também pelos professores de pilates e, que se não 
for usado de maneiracorreta e/ou excessivamente pode inibir o processo de 
aprendizado.
 Em que momento forneceremos o feedback ao aluno / paciente irá depender 
da tarefa dada a ele. Se for uma tarefa simples, podemos fornecer informações de 
maneira verbal, tátil e/ou visual após, aproximadamente, 20 repetições. Se for uma 
atividade mais complexa a frequência dos feedback pode ser após 4 a 6 tentativas. 
Tanto para os acertos, quantos para os erros que acontecem durante a execução 
do movimento devemos comunicar através desta ferramenta.
 Num geral, quando estamos desenvolvendo ou reaprendendo alguma nova 
habilidade motora, nossos neurônios aumentam o número de sinapses para que, 
através delas, consigamos coordenar e executar as novas atividades.
 Massey, relata que para aprendermos novas habilidades através do pilates 
precisamos construir metas de estabilidade, de equilíbrio, resistência muscular e 
coordenação. E para que isto aconteça, a integração sensorial se faz necessária 
para obtenção de repostas adaptativas de aprendizado motor. Em função dessa 
relação de sentidos e reposta motora, um modelo de teoria de desenvolvimento 
motor estabelecida é utilizada para que desenvolvamos uma progressão de 
exercícios dentro do método pilates.
 Pensando nessa teoria citada acima, podemos dividi-la em 3 (três) fases: a 
cognitiva, a associativa e a automática. Na primeira fase precisamos compreender e 
planejar o movimento. Repetir e ver (estímulo visual) a realização do exercício a ser 
aprendido ocorre nesta etapa que dura, em média, de 3 a 6 semanas. Na segunda, 
com duração de 8 semanas a 4 meses, acontece a associação do movimento, a 
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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
consciência, a coordenação e a lapidação na execução do mesmo. Por fim, na 
última fase, que acontece continuamente, a automatização dos movimentos, 
coordenados e com qualidade.
 Como exemplo dentro da técnica podemos citar que na primeira fase, 
aprendemos o padrão respiratório e a ativação da região do core, estabilizando 
centro conseguirmos habilidades em extremidades. Na fase associativa, 
fortalecemos o centro com desafios e os movimentos são mais coordenados. E, 
na fase automática, a realização completa dos exercícios é adquirida, sem exigir 
grande atenção.
 É interessante saber sobre este processo. Ele ajuda a guiar o profissional na 
tomada de decisões, tanto relacionados as atividades propostas, quanto o tempo 
(estimado) necessário que o aluno/paciente precisa para adquira tal habilidade, 
independente da existência de lesões encefálicas ou não.
30Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
AVALIAÇÃO GERAL
Neste capítulo abordaremos alguns aspectos gerais que devem ser observados 
na avaliação de indivíduos com patologias neurológicas. Testes, exames e escalas 
mais específicos relacionados a sintomas mais próprios de determinada patologia 
serão abordados nos respectivos capítulos.
Antes de darmos inicio a qualquer tipo atividade com nosso aluno / paciente, é 
necessário a realização de uma avaliação pelo profissional. Ela serve para nortear 
as possíveis condutas a serem adotadas com esse novo praticante. 
Devemos lembrar que esse paciente apresenta alguma sequela neurológica 
proveniente de alguns distúrbio, podendo ser por muitas vezes progressivo. Em 
cima da queixa principal desse aluno / paciente ou dos motivos que o levaram a 
procurar o pilates como atividade física é que devemos iniciar nossa observação.
A anamnese e o exame físico faz parte integrante do processo avaliativo. 
Por se tratar da aplicação método pilates a avaliação postural é extremamente 
importante e necessária, uma vez que esses indivíduos apresentam grande 
assimetria postural, em função de alterações neuromusculoesqueléticas. 
Devemos realizar a avaliação postural estática ou dinâmica. Na primeira 
observamos desvios posturais através de desequilíbrios musculares ou mesmo 
alterações no componente muscular (interessante investigar o porque essas 
alterações estão instaladas, se são resultados de lesões no SNC ou se são 
musculoesqueléticas. Na dinâmica solicitamos ao indivíduo que realize algum 
exercício e observamos padrões incorretos de movimento, que posteriormente 
facilitarão a tomada de decisão na hora de determinar os melhores exercícios a 
serem aplicados.
31Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
AVALIANDO O MOVIMENTO 
 No pilates não temos uma padrão de avaliação específico, mas além da 
avaliação postural, que deve ser realizada na vistas anterior, lateral e posterior, 
podemos analisar determinados movimentos para nos ajudam a identificar 
possíveis instabilidades e desequilíbrios. MASSEY sugere a aplicação de 9 (nove) 
exercícios, repetido 5 (cinco) vezes, sem que o avaliado receba informações sobre 
o método ou sobre a direção do movimento. 
 Os exercícios propostos para avaliação são: o agachamento (para estabilidade 
e controle dos membros inferiores); o avanço (observar instabilidade dinâmica 
dos membros inferiores e estabilidade de tronco no movimento combinado do 
quadril); equilíbrio em pé com uma perna (observar estabilidade do tronco à 
movimentação quadril); flexão de ombro (realizada em pé, observar estabilidade 
do ombro em relação ao tronco estável); flexão de braço (determinar a força e 
controle dos membros superiores e tronco); curl-up – abdominal com flexão parcial 
de tronco (observar a sequencia de movimento); desafio de quatro apoios (observar 
a capacidade do tronco de manter o alinhamento); Ponte (avaliar a estabilidade 
do centro em extensão); e a marcha (observando todos os pormenores da marcha 
como: movimento dinâmico, controle central, equilíbrio nas descargas de peso,...)
AVALIANDO A COORDENAÇÃO MOTORA
 Para pacientes neurológicos, é indispensável a avaliação da coordenação 
motora. Claramente já conseguimos observar se o paciente apresenta algum 
déficit nessa questão (ataxias) quando avaliamos a marcha, o equilíbrio e 
a movimentação voluntário. Mesmo assim, alguns testes de rápida e fácil 
aplicabilidade podem ser realizados.
32Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 A manobra calcanhar-joelho para identificar falta de coordenação em 
membros inferiores. Em decúbito dorsal, solicitamos que o avaliado encoste o 
calcanhar de uma perna sobre o joelho da outra e deslize sequencialmente pela 
tíbia. Devemos realizar o teste de olhos abertos e fechados, identificando assim se 
a ataxia é cerebelar ou sensitiva.
 A manobra índex-índex é utilizada para identificar ataxias em membros 
superiores. Com membros superiores em abdução e os dedos indicadores 
estendidos, o avaliado deverá encostar os pontas dos indicadores, pode ser 
realizada com olhos abertos e/ou fechados.
AVALIANDO TÔNUS
 Para avaliarmos o tônus necessitamos realizar a movimentação passiva 
ao nível da articulação, em todos os membros. Ele pode ficar acima do normal 
(hipertônico) ou abaixo dele (hipotônico).
REFLEXOS DE ESTIRAMENTOS FÁSICOS
 Importante avaliar pois relacionam-se com a origem do movimento corporal. 
A hiperatividade das respostas quase sempre se traduz em sinal patológico. Testar 
o reflexo patelar e o aquileu, em membros inferiores e os reflexos cubitopronador, 
estilorradial, bicipital e tricipital em membros superiores.
33Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
REFLEXOS EXTEROCEPTIVOS – CUTANEOPLANTAR
 Para testar este reflexo o examinador passa algum objeto (como uma 
caneta) na borda lateral do pé, partindo do calcanhar e continuando o caminho pé. 
Como resposta normal os artelhos flexionam. O sinal de Babinski é uma resposta 
patológica em resposta a uma lesão neurológica e quando oteste é realizado 
ocorre extensão do hálux com abertura em leque dos demais artelhos.
AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE
 Importante testar, pois o alterações neste quesito alteram as respostas 
motoras. A sensibilidade exteroceptiva relacionada a dor epicrítica e a sensibilidade 
táctil devem ser testadas. Assim como a sensibilidade proprioceptiva consciente 
também (cinestesia e artrestesia).
 Muitos das opções de avaliação descritas são simples e fáceis de serem 
aplicadas dentro do estúdio de pilates. Não são as únicas formas de avaliação 
existentes. Encontramos na literatura maneiras e ferramentas mais específicas que 
devem ser consultadas caso o profissional acredite existir a necessidade para tal.
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PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ACIDENTE VASCULAR 
ENCEFÁLICO
Apesar de parte deste capítulo se intitular acidente vascular cerebral (AVC), 
abordaremos de forma mais ampla sua principal síndrome, a hemiplegia ou 
hemiparesia, uma vez que ela pode ser ocasionada por diversas outras doenças 
(tumores, traumas, esclerose múltipla).
 Tanto a hemiplegia, perda da mobilidade de um hemicorpo, quanto a 
hemiparesia, perda parcial dessa mobilidade, são sequelas cada vez mais comuns, 
graves e potencialmente incapacitantes. Os AVC’s acontecem de forma súbita e 
específica, e o grau de incapacidade gerados por eles se devem, principalmente, à 
extensão da área acometida.
DEFINIÇÃO
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1992, o AVC é uma 
síndrome clínica caracterizada por sintomas/sinais neurológicos focais e de rápida 
evolução, com duração de mais de 24 horas ou que levem à morte sem outra causa 
aparente que não a vascular.
 Podemos dizer que esta definição já se faz um tanto antiga, uma vez que 
exames de imagens, tão fundamentais para auxiliar no diagnóstico correto, não 
eram realizados na época em que a definição foi elaborada.
35Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
EPIDEMIOLOGIA
 As doenças que afetam o sistema cardiovascular são a principal causa de 
morte no Brasil. O AVC é a origem mais simples de incapacidade neurológica e a 
primeira causa de morte dentre as doenças cardiovasculares. Tanto sua etiologia 
quanto os fatores de risco que causam esta patologia são, em sua maioria, já bem 
conhecidos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o fator mais predominante, 
além do histórico familiar de doença cardíaca, diabetes mellitus, obesidade, 
sedentarismo, fumo e uso de pílula anticoncepcional.
 É sabido também que com o aumento da idade, após 65 anos, a incidência 
aumenta significativamente, mas mesmo assim, não pode ser considerado um 
processo natural de envelhecimento. Os AVCs isquêmicos são mais comuns do 
que os hemorrágicos, numa proporção de 70% no primeiro, para 20% no segundo, 
e 10% dos casos permanecem inespecíficos. 
FISIOPATOLOGIA / TIPOS DE AVC
 Para que o tecido nervoso permaneça vivo e em atividade ele necessita de 
vascularização ininterrupta, sendo totalmente dependente de oxigênio e glicose. 
Caso esse fluxo seja interrompido por mais de 3 minutos, as células nervosas 
começam a sofre apoptose e, muitas vezes, as alterações decorrentes dessa 
necrose celular se tornam irreversíveis. 
 Um AVC pode acontecer proveniente de dois processos: a isquemia ou a 
hemorragia. A isquemia é a causa mais comum. Ocorre uma obstrução em uma 
das artérias cerebrais ou em suas ramificações. Ela pode tanto ser ocasionada por 
placas ateroscleróticas que bloqueiam o fluxo sanguíneo causando a isquemia 
de determinada região ou por êmbolos secundários provenientes do coração ou 
36Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
de outros locais, e também causando esse processo. Menos comum, porém com 
sequelas geralmente muito mais graves e incapacitantes do que as ocasionadas 
por um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), é o acidente vascular cerebral 
causado por uma hemorragia (AVCh). A hipertensão, o aneurisma e malformação 
arteriovenosa podem causar este tipo de AVC.
 Independente da maneira como esse processo ocorra, as insuficiências 
focais provenientes dele dependerão do tamanho e da localização da lesão, além 
da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. Grandes artérias cerebrais, a média, 
posterior e anterior, ou suas ramificações são mais acometidas pela obstrução. 
Na tabela abaixo estão relacionados os sintomas clínicos das lesões vasculares 
em função do vaso afetado e das possíveis estruturas envolvidas. 
37Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Figura 5. Sintomas Clínicos de Lesões Vasculares
Fonte: Umphered, Darcy. Reabilitação Neurológica, 2002.
A HEMIPLEGIA E A HEMIPARESIA
 Podemos dizer que a hemiplegia ou hemiparesia é a sequela motora mais 
aparente e mais impactante pós-avc. No caso da hemiparesia aparecer em função 
do AVC temos um início súbito onde pode apresentar-se, no início, de forma flácida 
e, normalmente, evoluir para uma fase espástica. Caso não seja esta patologia a 
38Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
etiologia deste padrão, a evolução do quadro hemiplégico pode ser progressivo 
e variar bastante. Na fase flácida, os músculos acometidos ficam flácidos, 
hipotônicos. Uma hipo ou arreflexia é notada e os sinais de automatismo medular 
(conjunto de reações reflexas que aparecem na lesões graves de medula) estão 
ausentes. Na fase espástica, uma hipertonia muscular (espasticidade) é percebida 
nos músculos afetados, os reflexos estão presentes ou mesmo hiperativos e 
sinais de automatismo medular estão ativos como, clônus, sinal de Babinski e 
exacerbação de reflexos discretos.
 Quando um paciente hemiplégico vem a procura do método pilates, na 
maioria das vezes, ele já está na fase espástica da sequela. 
 Não raro é a associação de outros transtornos no lado acometido em 
comparação ao lado são, distúrbios tróficos na pele e sensitivos, artropatias 
dolorosas e edema são alguns deles. E também apresentarem outros sintomas em 
conjunto, como distúrbios sensoriais, sensitivos e cognitivos.
 Topograficamente podemos classificar as hemiplegias em completa ou 
incompleta, direta ou alterna. Completa quando a via piramidal é acometida 
superiormente a sua decussação, afetando um dimidio, e incompleta quando 
acomete um segmento. Pode ser direta quando as manifestações se dão do 
mesmo lado do corpo ou ser alterna quando a lesão piramidal se dá abaixo da 
cápsula interna, comprometendo partes em lados opostos. E ainda podemos 
dize-las proporcionais ou desproporcionais. A primeira é quando os déficit são 
equivalentes em todos os membros afetados e no segundo não, um membro é 
mais acometido que o outro.
 Essa classificação é importante, pois ajuda na possível localização da lesão, 
além de norteia um melhor jeito de traçar uma conduta a ser adotada. 
39Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
PADRÃO MUSCULAR COMUM
 Mesmo não sendo uma via de regra, pois sequelas que provem de patologias 
neurológicas nunca tem, podemos identificar alguns padrões que geralmente 
aparecem em alguns grupos de pacientes. Quando o hemiplégico evolui para 
a fase espástica, é observado um padrão flexor em membro superior e extensor 
em membro inferior acometido, isto devido a hipertonia predominante nos 
músculos antigravitacionais. A espasticidade é um fator de grande interferência 
no prognóstico. Ela pode mascarar atividade motora voluntária, juntamente com 
a força muscular, resultando muitas vezes em padrões anormais de movimento, 
principalmente com movimentos em bloco. 
O MEMBRO SUPERIOR
No membro superior uma rotação interna e adução é percebida com pronação 
de antebraço, e os punhose dedos estão flexionados e o polegar aparece aduzido. 
Quando solicitada a movimentação ativa desse membro ela acontece em bloco e 
o ombro mantem esse padrão de rotação interna e adução. 
A articulação escapuloumeral é a que mais sofre e apresenta alterações. Na 
fase flácida ela fica praticamente suspensa, somente com auxílio de ligamentos 
para mante-se posicionada. Tanto a gravidade quanto falhas no manuseio 
podem acarretar alterações significativas e irreversíveis que podem se manter 
até a fase espástica e perdurar durante toda a vida do paciente. O cuidado com 
está articulação é especialmente importante, pois precisamos estabiliza-la para 
conseguir movimentar as outras articulações mais distais a ela, além da mesma 
auxiliar no equilíbrio na hora da marcha e ser importante componente no que diz 
respeito a locomoção em cadeira de rodas e tranferências caso paciente necessite 
deste tipo de movimentação.
40Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
O MEMBRO INFERIOR
No membro inferior, a articulação coxofemoral aparece em rotação externa, 
joelho em extensão e o pé em equino. Principalmente na fase flácida, a falha na 
maneira correta de posicionar o membro mantem esse padrão, além da retração 
do tendão-de-aquiles que gera o padrão presente na articulação do tornozelo.
Quando o padrão de extensão é completo, a flexão dorsal ativa não acontece. 
Mas esse tipo de padrão é bem visto, uma vez que auxilia no processo de 
recuperação da marcha, mesmo que se mantenha uma postura anormal para este 
fim. Algumas compensações musculares e articulares acontecem em função do 
padrão patológico instalado. No caso da hiperextensão do joelho, é compensada 
por báscula da pelve em consequência de uma escoliose presente.
Os exercícios presente neste livro facilitarão o estímulo ao correto posicionamento 
das articulações envolvidas, tentando quebrar o padrão aparente e facilitando 
a movimentação normal das articulações. Mas não podemos pensar somente 
na questão motora de forma isolada. Esses paciente apresentam, muitas vezes, 
distúrbios de atenção e concentração, de linguagem, alterações de sensibilidade, 
e todos esse fatores irão influenciar diretamente no prognóstico do paciente, 
assim como na elaboração e seleção das atividades o mesmo.
AVALIAÇÃO
Antes de traçarmos uma conduta, é primordial a realização de uma avaliação. 
A avaliação ajuda a verificar os objetivos para aquele paciente e a nortear nossa 
rotina de atendimento / aula. Para este tipo de pessoa que busca o Pilates como 
forma de reabilitação ou manutenção da qualidade de vida, dentro de suas reais 
41Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
condições, devemos utilizar testes específicos para quantificar e qualificar nossa 
análise inicial. Quando fazemos um exame físico geral deste paciente, devemos 
olhá-lo como um todo, e não somente à hemiplegia.
Outro fator de extrema importância é que quando falamos em processo 
de recuperação funcional, não podemos esquecer que o mesmo depende da 
capacidade do paciente de compreender as instruções recebidas. Precisamos 
conseguir estabelecer uma forma eficiente de comunicação. Para isto, a linguagem 
– como capacidade de compreender, elaborar e / ou emitir recursos, mesmo que 
de maneira não tão apurada e completa, deve estar preservada.
AVALIAÇÃO POSTURAL
 A avaliação postural, como em todos os outros grupos de alunos e 
pacientes, deve ser realizada. Por definição, “postura é o modo como o indivíduo 
se apresenta no espaço e é determinada pelo equilíbrio dinâmico do sistema 
neuromusculoesquelético.” Uma boa postura se apresenta quando temos um 
melhor rendimento funcional com um menor gasto energético. Qualquer coisa 
diferente disto podemos considerar alteração postural.
 Existe hoje, inúmeros softwares e aplicativos que podem auxiliar neste tipo 
de avaliação. O SAPO é o programa mais conhecido, porém não acessível nos 
estúdios de pilates. A tecnologia dos aplicativos tem ajudado nessa questão. O 
PostureScreen e o Boa Postura são alguns desses aplicativos.
 Esta avaliação consiste em observamos e registrarmos alterações anatômicas 
que resultem em desvios posturais, e para isto inspecionamos o indivíduo nos 
planos anterior, posterior e lateral. Podemos utilizar como base o fio de prumo para 
posicionar o indivíduo e assim fazer as corretas observações. Tal avaliação deve ser 
feita para percebermos os desequilíbrios musculares e fazer com que consigamos 
42Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
prescrever corretamente os exercícios a fim de favorecer o posicionamento 
correto das estruturas e consequente melhora funcional evitando acentuação dos 
desequilíbrios aparentes. 
AVALIAÇÃO ESPECÍFICA
 Pensando na questão do sistema neuromusculoesquelético, precisamos 
verificar alguns pontos importantes. Devemos avaliar o desempenho motor; a 
amplitude articular, tanto a ativa, a ativa assistida, quanto a passiva; a força; o 
tônus muscular; o equilíbrio, estático e dinâmico; a coordenação; e a marcha.
 A funcionalidade também deve ser avaliada. Algumas escalas existem para 
facilitar este processo, como o Índice de Barthel e a Escala de Avaliação motora 
que são de fácil e rápida aplicabilidade. Para o desempenho motor podemos 
utilizar o teste Fugl-Meyer, porém o tempo de duração da aplicação do teste é 
relativamente alto e se torna um empecilho para a sua realização dentro do 
estúdio, mesmo sendo um teste com boa validade. 
Para o equilíbrio a Avaliação de equilíbrio de Berg (Berg Functional Balance 
Scale) pode ser utilizada, respeitando as alterações para pacientes com AVC. E 
para marcha temos o Timed Up & Go Test, também de fácil empregabilidade. 
 Toda avaliação se faz importante, como enfatizada a todo momento. Ela 
fornecerá informações para percebermos quais os movimentos e funções do 
paciente são possíveis de serem realizados ou não, e como os padrões anormais 
de movimentos vão interferir na capacidade ou no desempenho funcional. Em 
suma, com ela, podemos identificar os problemas, desenvolver estratégias para 
tentar sanar estes problemas e acompanhar o progresso ou regresso dos mesmos.
43Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA
 O tratamento medicamentoso para o AVC irá depender da etiologia 
do processo e de quais são os problemas associados que necessitem de uma 
intervenção mais específica e contínua farmacológica.
 Se isquêmico, ocasionado por um trombo ou êmbolo, a terapia anticoagulante 
geralmente é a mais indicada. Se for por hemorragia, de maneira profilática, a uso 
de drogas anti-hipertensivas são mais utilizadas. Independente de qual maneira 
aconteça, a conduta médica é sempre preventiva. 
 Para alguns problemas associados, os pacientes fazem uso de medicação 
contínua. No caso da espasticidade, temos drogas que atuam no sistema nervoso 
central e as que atuam na periferia. A desvantagem das drogas que atuam no SNC, 
como o diazepam, é que elas deprimem todo o sistema, causando sonolência 
e ansiedade, que pode interferir nas sessões de pilates. As drogas que atuam 
perifericamente apresentam um efeito temporário, mas conseguem diminuir 
os efeitos da espasticidade na musculatura acometida e, consequentemente, 
melhorar a funcionalidade ou posicionamento da estrutura. 
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES 
 Quando recebemos um paciente com disfunções motoras tão aparentes 
como a hemiplegia ou a hemiparesia, acabamos dando mais importância a este 
padrão patológico do que ao que o paciente realiza de maneira correta ou apresenta 
de qualidade motora. Focar no paciente como um todo é de vital importância para 
que ele melhorefuncionalmente e seja cada vez menos dependente nas atividade 
de vida diárias. É exatamente o que o conceito pilates se propõem, trabalhar o 
indivíduo como um todo.
44Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 Antes que qualquer movimento ocorra precisamos dar ao paciente 
estabilidade central. Para que os movimentos de membros superiores e inferiores 
aconteçam com qualidade e eficiência, minimizando o risco de possíveis lesões, 
devemos ensinar ao nosso paciente o princípio da centralização. Como já vimos, 
a hemiparesia acomete um dimidio, e isto inclui não só os membros e a face, 
mas também o tronco do indivíduo. Este muitas vezes esquecido durante os 
tratamentos. Com a perda da musculatura estabilizadora aumentamos a sobrecarga 
em outras estruturas e consequentemente aumentamos o gasto energético para 
realizar uma tarefa ou exercício podendo acarretar dor e fadiga. O tronco também 
tem fator primordial na mecânica respiratória. A paralisia de um lado do tórax 
causa a insuficiência respiratória levando a fadiga. A fadiga é o maior problema 
que acomete os pacientes hemiplégicos. A diminuição da capacidade respiratória 
associada ao aumento da demanda de oxigênio resultante dos padrões anormais 
de movimento atípicos causam esta condição de cansaço.
A fraqueza muscular ou paralisia resultante da hemiparesia nos músculos 
abdominais, eretores da espinha e do trapézio médio e inferior influenciam 
negativamente na capacidade respiratória, que depende de uma postura e de 
um bom equilíbrio muscular para ser ideal. Esses músculos debilitados dificultam 
a retificação da coluna superior incapacitando a mecânica do tórax de levantar 
e expandir para que a capacidade pulmonar seja maximizada. A respiração no 
pilates acontece de forma tridimensional ou costo lateral, procurando utilizar toda 
a capacidade que os pulmões tem para captar oxigênio. Exige atenção e consciência 
para sua realização, mesmo sendo o mais natural possível. Para estes pacientes 
devemos enfatizar ainda mais as inspirações longas e profundas para expansão 
da caixa torácica e lembrar que na expiração não devemos forçar o esvaziamento 
dos pulmões para que os músculos oblíquos não sejam ativados excessivamente, 
fazendo com que acarretem alterações na estabilidade da coluna.
 Sabemos, depois de realizar a avaliação, que algumas coisas o paciente 
consegue fazer e apresenta capacidade muscular para ativar determinados músculos 
45Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
e o que não. Importante salientar, que mesmo depois de muito tempo de lesão, vale 
acreditar na plasticidade neural e vale a estimulação de todas a musculatura a fim de 
melhorar toda capacidade neuromusculoesquelética deste indivíduo. Autores citam a 
plasticidade como uma propriedade intrínseca do SNC e que acontece durante toda a 
vida, e não somente 3 ou 6 meses após algum tipo de lesão. Além disso nosso sistema 
modifica-se continuamente em função de estímulos sensoriais e da atividade motora.
 Outro ponto importante é o direcionamento de atividade bimanuais. 
Alguns conceitos de reabilitação após o AVC dão ênfase somente a reabilitação 
do lado comprometido. Como já visto, o conceito pilates trabalha o paciente 
globalmente, Alguns estudos citam, que se movimentos bimanuais forem 
realizados simultaneamente, sugere-se uma interação coordenada do SNC, pois 
ambos atuando agem como uma unidade que supera a ação de um único membro.
 Quando inserimos o Pilates no programa de tratamento de um paciente, não 
devemos pensar como acontece com alguns protocolos de reabilitação que tem 
receio em fortalecer musculaturas espásticas pelo aumento de padrões anormais 
de movimentos, pois isto não acontece. Tanto o fortalecimento muscular quanto 
e/ou o condicionamento físico, ambos também proporcionados pelo conceito em 
questão, são capazes de beneficiar os pacientes acometidos com ganhos funcionais, 
sem que para isso ocorra alguma alteração no tônus. E ainda, quando comparada a 
outras formas de fortalecimento muscular, a utilização de treinamento combinando 
movimentos concêntricos e excêntricos apresentam resultados com maiores ganhos 
na força muscular e na performance funcional do membro inferior.
 Quando pensamos no paciente hemiparético, existem várias abordagens 
distintas que podem ser aplicadas. Facilitar os padrões normais de movimento e 
inibir padrões espásticos e estereotipados, como a teoria neuroevolutiva descreve 
é uma boa intervenção. O Pilates surge para complementar esta abordagem e 
incrementar as terapias/aulas conforme o terapeuta acredite que seja melhor para 
o paciente/aluno em questão.
46Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DOENÇA DE PARKINSON 
A Doença de Parkinson (DP) é uma patologia crônica, de caráter progressivo, 
lento e degenerativo do sistema extrapiramidal, e caracterizada por produzir, 
principalmente, mas não exclusivamente, um conjunto de distúrbios motores. É 
uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes do SNC. 
Vale destacar que para as manifestações clínicas geradas pela DP damos o nome 
de parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, e que algumas outras patologias 
podem apresentar o parkinsonismo como característica. 
PATOLOGIA / FISIOLOGIA
Como processo patológico, acontece no SNC, ou mais especificamente, na região 
dos núcleos da base (substância negra e corpo estriado) ocorre uma degeneração 
celular em função da redução da concentração de dopamina na sinapse. 
A dopamina é um importante neurotransmissor, de papel singular no controle 
dos movimentos e quando não funcionam adequadamente, afetam a dinâmica 
no circuito dos núcleos da base, acarretando os principais sinais e sintomas desta 
patologia. Este processo ocorre de maneira progressiva e irreversível. 
Não só de sintomas motores é descrita esta patologia. Os distúrbios mentais 
e autonômicos, por exemplo, são ocasionados por deficiência dopaminérgica, 
porém, não nos núcleos da base.
47Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA
A DP não apresenta uma causa definida, mas acredita-se que alguns fatores 
podem pré-dispor esta patologia, entre eles: neurotoxinas ambientais (uso de 
heroína), fatores genéticos e idade avançada.
Estatisticamente a prevalência desde doença aumenta com a idade, em 74% 
dos casos aparecem na faixa acima de 70 anos de idade. Isto não impede o 
aparecimento precoce dos sintomas até mesmo antes dos 21 anos. Estima-se que 
0,1% da população geral seja acometida pela doença. 
O sexo masculino acaba sendo o mais acometido, numa proporção pequena se 
comparado ao feminino. Outros fatores como classe social e diferenças geográficas 
parece não ter influência significativa na incidência desta patologia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Como manifestações básicas do DP, o parkinsonismo apresenta 4 distúrbios 
de movimento mais característicos: acinesia ou bradicinesia, rigidez, tremor de 
repouso e instabilidade postural. Estas são as principais, porém não os unicos 
sinais e sintomas. Com a progressao da doença outros fatores aparecem, tanto 
pela própria progressão fisiológica da doença quanto decorrentes dos sintomas 
físicos e de fatores psicossociais de cada pessoa acometida.
 
ACINESIA E BRADICINESIA
Acinesia e bradicinesia são, respectivamente, a ausência e diminuição dos 
movimentos, e são manifestações bem características desta patologia. Afeta os 
48Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
movimentos voluntários e os automáticos, tanto na iniciação quanto na execução 
dos mesmos. 
A predisposição em adotar e manter posturas fixas provem deste sintoma. Este 
fenômeno acontece em todotipo de movimentação e em todos os aspectos, 
desde a redução na expressão facial e na marcha em bloco, que acontece sem a 
movimentação dos braços, até em alterações na direção do movimento e em parar 
esta atividade. Os movimentos mais complexos sofrem mais com essas alterações 
do que os movimentos simples.
A acinesia pode ser subita (freezing), não tão comum no inicio dos sintomas, mas 
especialmente incapacitante numa fase mais avancada da DP e interfere muito na 
aplicabilidade de qualquer terapia ou atividade física. O indivíduo nao consegue 
iniciar o movimento ou acontece uma perda abrupta da capacidade de sustentar 
um movimento mais específico. Geralmente ocorre durante a marcha, mediante 
um obstáculo físico ou visual ou por uma tensão emocional.
 
RIGIDEZ MUSCULAR
A rigidez muscular presente nesses indivíduos e do tipo plástica. A resistência a 
movimentação em uma articulação é regular aumentada em toda a amplitude de 
movimento. Essa resistência pode ser suave (“cano de chumbo”) ou intermitente 
(“roda denteada”). Esse processo faz com que o indivíduo tenha um gasto energético 
maior para realizar os movimentos, percebendo um aumento no esforço o que 
pode acarretar em sensação de fadiga.
Acomete principalmente a musculatura flexora, surgindo alterações de tronco e 
membros (postura simiesca) que, geralmente, são assimétricas e unilateral.
 
49Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
TREMOR DE REPOUSO
O tremor acontece por contrações alternadas de grupos musculares opostos, 
acometendo mais extremidade em membro superiores do que inferiores. 
Também apresenta carater assimétrico ou unilateral. A movimentação voluntária 
diminui este padrão, enquanto a marcha, fatores emocionais e esforço cognitivo 
exacerbam este sintoma. Mesmo sendo esteticamente incapacitante, este sintoma 
dificilmente interfere nas AVD’s.
INSTABILIDADE POSTURAL
Esta manifestação clínica acontece em função da perda dos reflexos de 
readaptação postural, fazendo com que o tronco, que fica levemente caído 
a frente do corpo, não consiga reajustar o movimento, para voltar a posição 
anatômica e ereta, facilitando episódios de queda. As quedas são um problema 
sério no parkinsonismo e a terapia medicamentosa, geralmente, não é eficiente 
para diminuir a ocorrência deste problema. 
Não se sabe ao certo o que causa esta instabilidade postural, porém, entre as 
hipóteses existentes para explicá-la está a inefetividade do processamento sensorial 
ou também a falta de reações antecipatórias para controle postural, com defeitos na 
seleção das estratégias produzindo respostas inadequadas e mal-adaptadas.
A MARCHA
 O padrão da marcha adotado pelo parkinsoniano é bem característico e 
vale a descrição em um tópico a parte. Os passos são curtos, de baixa velocidade 
50Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
e ocorre um aumento da cadência. Conforme a doença progride, os passos se 
tornam mais curtos e mais rápidos, a este padrão de deambulação damos o nome 
de festinação que pode ser para frente (propulsão) ou para trás (retropulsão), 
tentando sempre encontrar o centro de gravidade.
 Tanto a marcha quanto a instabilidade postural são principal fator causador 
de incapacidade em casa e no trabalho desses indivíduos.
Além dessas principais alterações motoras citadas, existem outras que também 
são de suma importância durante a elaboração de um programa de aula / terapia, 
uma vez que interferem diretamente no andamento do programa, são elas: as 
manifestações cognitivas, psiquiátriacas e autonômicas. A primeira, quando 
presente na fase inicial, é discreta, mas com a progressão da doença pode até 
evoluir para uma grave demencia. A depressão esta presente em quase metade 
dos portadores desta patologia. Por este motivo deve-se ter cautela com os 
exercícios propostos, pois o risco de queda de nivel desses indivíduos é grande 
pelas manifestações motoras e pode agravar ainda mais o grau de depressão 
e descontentamento. E a última esta relacionada com obstipação intestinal e 
hipotensão postural.
Ainda aparecem sintomas relacionados a percepção e atenção, apresentando uma 
dificuldade em dividir esta atenção e ativar a “memória em atividade”. Estas deficiência 
interferem, e muito, nas estratégias de tratamento, em função da dificuldade em 
prender a atenção quando necessário, em selecionar respostas motoras corretas 
oriundas de um estímulo sensorial ou ainda, como já dito, dificuldade em dividir a 
atenção. Déficits de aprendizagem são comuns nesses indivíduos, sendo necessário 
uma prática maior na realização de uma atividade aprendida.
Observação: A broncopneumonia é uma das complicações mais sérias relacionais 
a DP e é a maior causa morte da mesma. Tal patologia provem da diminuição da 
atividade geral concomitante à falta de expansibilidade torácica.
51Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DIAGNÓSTICO
 O Diagnóstico é basicamente clínico realizado através de exames físicos e 
histórico médico. Para caracterizar esta patologia é necessário que pelo menos 
duas, das quatro principais manifestações motoras se façam presentes.
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA
 Como não se sabe a etiologia da DP, fica difícil fazer algo preventivo ou que 
combata a patologia. Sempre voltamos na premissa de tratar o indivíduo como 
único, pois mesmo a doença apresentando padrões e sintomas bem determinados, 
o acometimento e as desordens decorrentes dos principais sintomas são 
específicos de cada portador, e se manifestam e acometem lugares diferentes, 
com intensidades diferentes.
Dentro de um processo de reabilitação ou mesmo de atividade física qualquer, 
para este tipo de população, uma equipe multidisciplinar se faz necessária.
A principal terapia medicamentosa é realizada com a utilização da L-dopa, que é 
um precursor da dopamina no SNC. Apesar de não restaurar os neurônios perdidos, 
este medicamente ajuda aumentando a função dopaminérgica, amenizando os 
sintomas, mas nunca freando a evolução da DP. O principal problema é o tempo 
de utilização da droga associado aos efeitos colaterais decorrentes da mesma. 
Quanto maior a dose, mais intenso pode ser o feito colateral e independe de à 
quanto tempo o paciente / aluno usufrui do medicamento. 
Importante saber sobre, pois o uso do medicamento influencia o desempenho 
motor. O paciente / aluno estará num período “on” ou “off” da interação 
medicamentosa, no primeiro com efeito máximo da droga e, no segundo com 
52Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
efeito mínimo sendo que no período “on” é onde eles estão mais preparados para 
realização de exercícios físicos.
A conduta cirúrgica pode ser adotada quando o indivíduo não responde a 
medicação e/ou já se encontra em um estágio avançado da doença. 
AVALIAÇÃO
 Quando pensamos em nosso paciente / aluno portador do DP, precisamos 
avalia-lo perante sua deficiência e seu desempenho funcional. 
 A avaliação postural, assim como testes de força, comprimento muscular, 
tônus e, principalmente, a marcha (padrões e tempo de execução) e equilíbrio 
dinâmico (teste de alcance funcional), devem ser realizados sempre que necessários. 
Outro recurso de rápida e fácil utilização nos dias de hoje, é a filmagem do aluno / 
paciente realizando algum exercício ou durante a marcha, podendo utilizar como 
parâmetro para comparação na avaliação inicial e após algum tempo da realização 
das aulas de pilates. 
 Podemos utilizar as escalas para avaliar tanto os sintomas quanto alguma 
outra condição que o indivíduo apresente. A Escala de Contagem unificada da 
Doença de Parkinson (UPDRS) auxilia monitorando a progressão da doença e da 
eficáciamedicamentosa. Outra escala que pode ser aplicada é a Escala de Atividade 
de Parkinson (PAS), que mesmo uma escala nova e com poucos estudos para 
afirmar sua confiabilidade, parece útil na caracterização de problemas funcionais, 
num estagio moderado a severo da patologia. 
 Não esquecer dos índices e escalas já citadas neste livro e que podemos 
utilizar para deixar mais completa nossa avaliação. 
53Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES
 Com uma avaliação bem fundamentada e aplicada, fica mais fácil elaborar 
objetivos específicos para nosso aluno / paciente. Dentre as principais alterações 
que esses indivíduos apresentam, faremos uma abordagem pelo conceito pilates 
a fim de entender como e porque realizar determinado tipo de exercício.
 Somente neste momento, tiraremos o foco específico do aluno / paciente e 
pensaremos nos mecanismos fisiopatológicos, como eles agem e o que causam 
no sistema neuromuscular, para que assim possamos traçar objetivos gerais para 
uma intervenção com essa população.
 O Pilates como um conceito de reeducação do movimento auxilia na 
melhora das alterações motoras e em vários sintomas colaterais provenientes 
da DP. Em suma, para esses indivíduos, precisamos aumentar a quantidade de 
movimento e sua amplitude, para melhorar a capacidade de expansão da caixa 
torácica, facilitando as reações de equilíbrio que, por fim, resultará em melhora 
funcional, facilitando a independência e as AVD’s, beneficiando e melhorando a 
qualidade de vida. 
 Mesmo sabendo que o exercício físico é essencial para esta população, 
existem poucos artigos que falam sobre esta questão. 
 Alguns estudos relatam uma tendência do exercício físico, principalmente 
o aeróbico, em reduzir sintomas como bradicinesia e distúrbios da marcha, desde 
que realizados regularmente.
 O Pilates, entre outros pormenores, proporciona um trabalho muscular 
resistido e a realização de alongamentos dinâmicos que juntamente realizados com 
os seus princípios, desenvolvem tanto força, o alongamento, quanto melhoram o 
coordenação motora e o equilíbrio beneficiando os portadores da DP. 
54Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 O padrão respiratório aplicado no método é tão importante para trazer o 
indivíduo para realização do exercício (atenção direcionada para atividade) quanto 
para melhorar a expansibilidade da caixa torácica e a rigidez diafragmática, fator 
tão comprometido e de extrema importância nesses alunos / pacientes. 
 A aplicação dos exercícios flui de maneira mais adequada se conseguirmos 
diminuir o padrão de rigidez, para isso, a rotação das extremidades e do tronco 
assim como o balanço suave e lento proporcionam um relaxamento do indivíduo 
para que o mesmo consiga realizar as atividade subsequentes.
 Para que a assimilação de um estímulo externo ocorra e o indivíduo consiga 
interpretar e executar determinado movimento, uma constante estimulação 
cognitiva deve ser realizada. Estímulos verbais e visuais, além de feedback tátil são 
importantes e necessários para realização do movimento. Tais instruções fazem 
parte dos princípios da aprendizagem motora que, através da prática aleatória, 
faz com que o aluno / paciente aprenda a maneira correta de executá-lo e consiga 
com isso regular a extensão, a velocidade e a direção do mesmo. 
 Os padrões de contração muscular e alongamento utilizados no método 
pilates, como as contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e isométricas 
realizadas de maneira ampla e lenta auxiliam na reorganização do movimento 
do portador de DP. A amplitude de movimento acontecendo em sua totalidade é 
essencial para evitar mudanças nas propriedades dos músculos.
 Dentro da técnica e para este pacientes / alunos, podemos começar os 
exercícios com padrões simétricos bilaterais, que são mais fáceis de executar, 
para depois trabalhar com padrões recíprocos de movimento e, por fim, os 
padrões diagonais. Técnicas de mobilização (vide exercícios) auxiliam no ganho 
de mobilidade escapular e pélvica, para melhorar desempenho na realização dos 
movimentos.
55Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 A instabilidade postural e os desequilíbrios presentes nessa população pode 
ser trabalhada através da estabilização dinâmica. Para isso utilizamos os aparelhos 
de pilates e a infinidade de acessórios que, nos dias de hoje, a técnica dispõem. 
Estimular as reações de equilíbrio em todos os planos de movimento também são 
benéficas e essenciais.
 Os treinos de força funcional apresentam melhor resposta muscular do 
que a atividade de levantamento de peso e assim que a força for reestabelecida 
ou conquistada, o movimento melhora e as atividades funcionais podem ser 
realizadas. Por apresentar um padrão flexor muito acentuado a musculatura 
extensora do tronco deve ser trabalha assim como toda a mobilidade da coluna, 
diminuindo o padrão cifótico, proporcionando um alongamento axial, melhorando 
assim o padrão da marcha e rigidez. 
 Para essa população, uma boa aula de pilates deve conter: Muitas repetições; 
exercícios rítmicos e sequencias; feedbacks e estímulos sensoriais; movimentos de 
coluna, principalmente extensão e rotação; e os padrões respiratórios bem definidos.
 Devemos lembrar, que mesmo com tantos benefícios, sabendo que os 
exercícios melhoram a qualidade de vida, o humor, a iniciativa, além de diminuir 
a sintomas característicos da doença, a atividade física não impede a evolução 
da mesma, mas propicia ao aluno / paciente as vantagens acima descritas e por 
esse motivo o Pilates se faz uma ótima opção de atividade, seja para tratamento 
quanto para manutenção de benefícios já adquiridos.
56Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DOENÇA DE ALZHEIMER 
Com o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do envelhecimento, 
aumenta também a prevalência de algumas patologias próprias desta faixa etária, como 
é o caso das síndromes demenciais. Estima-se que, no Brasil, cerca de 38,9% dos idosos 
com mais de 85 anos apresentem algum tipo de demência. A Doença de Alzheimer (DA) 
é a causa principal desta condição, respondendo por 60% do total de casos.
 Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer a demência é uma doença 
mental caracterizada por prejuízo cognitivo que pode incluir alterações de 
memória, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, raciocínio, concentração, 
aprendizado, realização de tarefas complexas, julgamento, linguagem e habilidades 
visuais-espaciais. Todas essas características, em associação ou não, em maior ou 
menor grau, resultam em déficits nas atividades laborais e também nas AVD’s.
PATOLOGIA / FISIOLOGIA
A DA é uma patologia neurodegenerativa, progressiva além de irreversível, e 
por vezes, incapacitante. Nesses indivíduos, uma atrofia cortical difusa é aparente. 
Regiões como o córtex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e o estriado ventral 
sofrem pela morte neuronal e pela perda sináptica. Tal morte neuronal acontece 
por dois mecanismos: formação de placas amilóides (partes de proteínas) externas 
aos neurônios e, hiperfosforilação (acúmulo de filamentos anormais) da proteína 
tau, formando novelos neurofibrilares dentro dos neurônios. Há ainda uma falha 
que pode ocorrer na neurotransmissão de impulsos da atividade cognitiva, os 
núcleos de Meynert, também afetados pela degeneração, acarretam na diminuição 
da acetilcolina no córtex cerebral.
57Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ETIOLOGIA / EPIDEMIOLOGIA
Mesmo apresentando etiologia desconhecida, podemos relacionar a DA à fatores 
genéticos, não exclusivamente, mas o histórico familiar,além da idade avançada são 
os principais pormenores relacionados ao aparecimento desta patologia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Suas principais manifestações clínicas estão relacionadas a perda de memória. É 
o sintoma mais impactante, mas não o único e, com a progressão da doença eles 
surgem e se agravam cruelmente. 
No estágio inicial da doença à perda de memória recente e dificuldade na aquisição 
de novas habilidades o indivíduo apresenta dificuldade no desempenho das 
atividades instrumentais de vida diária (AIVD), mas ainda mantem-se independente. 
Progressivamente, há um declínio das funções cognitivas, alterações de comportamento 
e sintomas psicóticos. Na fase moderada, o déficit cognitivo é maior, e as AIVD e as 
atividade básicas de vida diárias (ABVD) tornam-se difíceis de realizar carecente de 
auxílio. Na fase final ou grave, a dependência é total.
A depressão é um dos sintomas potencialmente incapacitante, interferindo 
tanto nas execução das ABVD quanto na qualidade de vida desses indivíduos. É 
sabido que atividade física regular além de ser considerada uma alternativa de 
tratamento para este sintoma, diminui os sintomas depressivos em idosos com 
cognitivo preservado. Não se pode afirmar o mesmo com relação a depressão em 
portadores de DA, pela falta de literatura disponível. Vital TM realizou uma revisão 
sistemática sobre a atividade física e os sintomas de depressão em indivíduos com 
DA. Nele não foi encontrado um consenso em relação aos benefícios da realização 
de exercícios nessa população e ainda, opiniões divergentes aparecem sobre o 
58Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
detalhamento de um programa de exercícios físicos como qual o melhor tipo, qual 
intensidade e durante quanto tempo tais exercícios devem ser aplicados.
Quanto ao fator cognição o mesmo se repete. Existem estudos relatando os 
benefícios cognitivos alcançados pela ação de exercícios físicos sistematizados, 
porém nunca com grupo de indivíduos com DA e sim com a população idosa em 
geral. Mesmo assim, diante de outros achados, mesmo controversos, a prática 
regular de um programa de atividade física, concomitante à estimulação cognitiva 
pode trazer benefícios sobre as funções cognitivas, principalmente atenção, 
funções executivas e linguagem.
Não só de alterações cognitivas se caracteriza esta doença. Alterações motoras e 
funcionais se fazem presentes e deve-se dar a devida atenção a elas. Tanto na fase 
inicial da patologia ou mesmo em estágios pré-clínicos da DA distúrbios de marcha, 
fraqueza muscular global e alterações no controle postural são observados. O 
próprio déficit cognitivo leve já acarreta alterações de equilíbrio e coordenação. 
DIAGNÓSTICO
 O Diagnóstico da DA definitivo é realizado post-mortem, por análise 
histopatológica. Em função disto, para que o diagnóstico seja realizado em vida, 
por não existirem marcadores específicos, exames de imagens e laboratoriais 
auxiliam na exclusão de outras patologias e, quando diagnosticada, auxiliam no 
acompanhamento da progressão da doença.
59Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA
 Ainda não existe cura para esta patologia e seu quadro é irreversível, além de 
progressivo, como já mencionado. Atualmente a terapia medicamentosa é a mais 
utilizada. Ela atua na tentativa de diminuir os déficits cognitivo e distúrbios de 
comportamento. Para um trabalho mais efetivo com esses alunos / pacientes, uma 
abordagem multidisciplinar é defendida. Um estudo explana sobre as principais 
técnicas dentro dessa abordagem multidisciplinar que devemos seguir, são elas: 
treinamento cognitivo, técnica para melhor estruturação do ambiente, orientação 
nutricional, programas de exercícios físicos, orientação e suporte psicológico aos 
familiares e cuidadores. 
AVALIAÇÃO 
 Além da avaliação postural que devemos fazer deste aluno / paciente, 
devemos aproveitar a existência de outras ferramentas validadas para enriquecer 
ainda mais nossa avaliação. 
Todos os testes de função motora já foram citados neste livro, mas vale salientar a 
importância deles e de poder tê-los como opções. Para avaliarmos desempenho do 
equilíbrio a Escala de Berg é uma opção. Para avaliar o deslocamento e controle do 
centro de gravidade sobre uma base fixa utilizamos o Teste de Alcance Funcional. 
E, para equilíbrio associado a fluência verbal podemos utilizar o TUG (timed up 
and Go) modificado.
 Uma avaliação cognitiva a título de conhecimento pode ser realizada 
caso o profissional sinta a necessidade do mesmo, mas, o ideal é solicita-la a um 
profissional especializado.
60Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES
 Mesmo um programa de atividade física ser dito um importante coadjuvante 
no tratamento de indivíduos com DA, ainda é muito escasso a quantidade de 
estudos e muito controverso os tipos de programas que podemos utilizar.
 O Método Pilates entra como terapia coadjuvante . Mesmo com déficit na 
literatura, podemos relacionais as principais alterações motoras e algumas outras 
com os benefícios encontrados pela aplicação do pilates para melhora dos mesmos. 
Vale ressaltar que mais estudos devem ser feitos nessa área para que as respostas a 
terapia obtenha os resultados mais benéficos possível para o aluno / paciente.
 Pensando na parte motora, observamos algumas alterações na cinética e 
cinemática da marcha desses indivíduos. Existe uma diminuição na velocidade da 
marcha, no comprimento e na largura do passo. Tais alterações serão trabalhadas, 
também, pelo princípio da centralização, dando suporte para que os movimentos 
dos membros aconteça de forma mais biomecânica correta possível, minimizando 
o risco de lesões e quedas em função do padrão anormal da marcha. A fraqueza em 
membros e ainda o déficit no controle postural, são outros sintomas que podem 
aparecer e que o portador de DA pode se beneficiar com a prática do pilates. 
Os exercícios propostos não podem ser nem tão difíceis, impossibilitando sua 
execução, mas também nem tão fáceis que não careça de um determinado esforço 
cognitivo para tal.
 Um recurso a ser utilizado é a música durante a aula. Se for uma que remeta 
a infância ou adolescência do indivíduo pode auxiliar na memória recente. Outro 
recurso é demonstrar o exercício ao indivíduo, contar como realizá-lo e pedir que 
ele repita a explicação e, posteriormente a execução. 
 Com relação a realização e a periodização dos exercícios, podemos seguir os 
mesmos critérios utilizados no aprendizado motor citados neste livro, juntamente 
61Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
com os citados para aplicação do método pilates. Um estudo cita a importância 
da atividade física regular beneficiando a manutenção do equilíbrio, da força e da 
cognição em indivíduos com DA, aumentando a capacidade funcional global e a 
habilidade para desempenhar as ABVD. Por esse motivo, a aplicação do método de 
maneira correta pelo profissional deverá ser de grande valia para o aluno / paciente.
62Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ESCLEROSE MÚLTIPLA
A Esclerose Múltipla (EM) é uma patologia neurológica crônica, de caráter 
autoimune, mais comum em adulto jovens. 
Mesmo não sendo uma patologia tão conhecida e tão divulgada, apresenta-se 
como potencialmente incapacitante. A dificuldade em um prognóstico ocorre em 
função de seus sintomas serem tão imprevisíveis e as suas manifestações clínicas 
tão diferentes, apesar de bem conhecidas.
PATOLOGIA / FISIOLOGIA
Num indivíduo normal, a rapidez com que a condução de impulsos nervosos 
no SNC acontece, principalmente, é determinadapela propriedade isolante da 
mielina. A mielina é produzida pelos oligodendrócitos. Ambos são estruturas que 
sofrem lesões inflamatórias (placas) ocasionadas por um provável processo auto-
imune. E é este processo de desmielinização que se faz prejudicial no dinamismo 
da neurotransmissão. As lesões inflamatórias afetam o SNC e aparecem mais 
frequentemente na substância branca periventricular, no nervo óptico, na medula 
porção cervical e no tronco cerebral.
EPIDEMIOLOGIA / ETIOLOGIA
 O diagnóstico geralmente é realizado na fase adulto-jovem (entre 20 
e 40 anos) e raramente acontece na puberdade ou no período após 60 anos. 
63Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Num estudo não muito recente, estima-se que, na cidade de São Paulo, existam 
aproximadamente 5/100.00 habitantes, sendo o Brasil considerado um país com 
baixa incidência. Pessoas do sexo feminino, brancas e que possuem casos de EM 
na família apresentam uma maior propensão a desenvolver a patologia. Fatores 
prováveis de gatilho da doença são os ditos ambientais. Pessoas com predisposição 
genética associados a esses fatores podem desencadear a EM, possivelmente por 
algum agente externo, como um vírus, resultando em auto-imunização. Outra teoria 
existente é que o sistema imunológico da pessoa predisposta interpreta uma parte 
da lipoproteína mielínica como sendo um vírus e a destrói. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 As manifestações clínicas são extremamente variáveis em função da 
desmielinização poder acontecer em uma infinidade de locais dentro do SNC. A 
localização e o volume das lesões, assim como a sequencia de tempo que elas 
acontecem determinarão o tipo e os sinais e sintomas da EM. 
 Alterações cognitivas aparecem em até 70% dos portadores de EM, 
englobando comprometimentos na memória de curto prazo, no raciocínio 
conceitual e na resolução de problemas, mas não são as principais alterações. A 
fraqueza muscular, o cansaço, a parestesia, a espasticidade, as alterações visuais 
como visão dupla e diminuição da acuidade visual, a instabilidade na marcha e 
tremor (como resultado de doenças cerebelares), além de manifestações vesicais, 
podem ser descritas como sintomas comumente, recorrentes e/ou permanentes 
encontrados nessa patologia. 
 Os transtornos emocionais também se fazem presentes nos portadores 
desta doença, como a depressão, e podem competir frequentemente com a 
resposta obtida pelos pacientes / alunos durantes as aulas. 
64Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
 Uma observação importante e que não pode ser esquecida é que a 
temperatura influencia diretamente a propagação de um potencial de ação ao 
longo de uma membrana, podendo resultar em bloqueio na condução, fazendo 
com que os sintomas piorem muito. Sendo assim, o paciente / aluno deve evitar 
os extremos de temperaturas, principalmente o calor e exercícios exagerados.
 A patologia é caracterizada por surtos, que são déficits neurológicos agudos 
em partes não tão próximas dentro do SNC, alternados com períodos de remissão.
 O que irá definir o tipo de EM que o paciente/aluno apresenta, será como 
ele irá se recuperar de cada surto ou se irá. Saber sobre isto se torna de extrema 
importância na hora de elaborarmos exercícios físicos para este tipo de paciente. 
Saber se ele encontra-se em surto ou não e entender, mais ainda, que seus 
sintomas poderão ser diferentes ao longo da vida e com isso, sua conduta como 
profissional, precisará ser reavaliada a todo momento, assim como seu paciente/
aluno também. Pensando na evolução clínica da patologia, podemos classificar 
a EM em 4 tipos: EM recidivante-remissiva; progressiva primária; progressiva 
secundária e; progressiva recidivante. Os gráficos abaixo descrevem os tipos da 
doenças e suas características.
65Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Figura 6. Tipo de Esclerose Múltipla
Fonte: Google imagem, 2016
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado, basicamente, pela clínica do paciente. Como critérios 
adotados precisamos observar traços de múltiplas lesões no SNC e traços de, pelo 
menos, dois incidentes de distúrbios neurológicos num indivíduo entre 10 e 59 anos. 
 Esses distúrbios neurológicos apresentam-se de forma clínica ou paraclínica. 
Neste segundo, exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) e 
tomografia computadorizada (TC), tem ajudado a identificar a presença de placas 
desmielinizadas nos axônios, favorecendo a confirmação do diagnóstico.
66Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONDUTA GERAL / MEDICAMENTOSA
Além de um acompanhamento multidisciplinar, que nem sempre acontece, 
entender como agem os medicamentos administrados para este tipo de 
população são importantes em função de sabermos que respostas esperar ou não 
dependendo da interação medicamentosa existente. 
Duas intervenções são aceitas atualmente: a administração de fármacos que 
modificam a doença tentando diminuir o processo patológico subsequente e, 
fármacos específicos para tratamento dos sintomas que surgirem. 
No primeiro caso, a terapia medicamentosa tem como finalidade diminuir a 
taxa de recorrência ou a gravidade das recidivas e tem-se conseguido resultados 
satisfatórios. Na fase aguda, corticóides endovenosos são utilizados e tem-se 
mostrado eficazes no aumento do intervalo entre os surtos. Na segunda forma 
de tratamento medicamentoso, sua aplicação é muito relativa e específica. Para 
controlar a espasticidade pode-se utilizar o Baclofen; para o tremor pode-se 
usar drogas com efeitos sedativos (clonazepan); para fadiga a administração de 
amantadina mostra-se eficaz; e dá-se sequencia dependendo dos sintomas. 
O que deve ser observado, principalmente pelo paciente e pelo profissional que 
o atende com mais frequência, é que toda medicação pode acarretar algum efeito 
colateral. Na espasticidade o medicamento pode aumentar a fraqueza muscular 
e dificultar as AVD’s e, no caso do tratamento da fadiga o medicamento pode 
levar à insônia, por exemplo. Não é da alçada do educador físico, fisioterapeuta 
ou qualquer outro profissional da área da saúde que não o médico, interferir na 
administração de medicamentos, porém, é importante tentar observar como os 
medicamentos agem e o que podem trazer de possíveis efeitos colaterais e tentar 
observar se o paciente/aluno apresenta mais uma manifestação da EM ou se é um 
efeito provocado em reação a algum medicamento.
67Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
AVALIAÇÃO
Além da realização da anamnese, da avaliação postural, nesse perfil de pacientes, 
percepções subjetivas dos problemas, por muitas vezes, podem ser mais 
significativas do que algumas mensurações objetivas, mas isso não significa que 
essas mensurações não devam ser feitas, mesmo, as vezes, a avaliação funcional 
não correspondendo à clínica. 
Ainda assim, para avaliar funcionalidade podemos utilizar a Escala de 
Independência Funcional (FIM) ou índice de Barthel. Além da Escala de Kurtzke, 
utilizada para graduar a incapacidade na EM. Outro instrumento utilizado 
especificamente para portadores de EM, é o Multiple Sclerosis Quality of Live 
Inventory (MSQLI), trazendo dados relacionados a vários aspectos da vida do 
indivíduo, entre eles, o estado de saúde, a fadiga e o déficit visual.
CONDUTA BASEADA NO MÉTODO PILATES
Pensando na questão reabilitativa, o paciente / aluno só procura ou é 
encaminhando a algum centro de reabilitação ou relacionado a alguma atividade 
física especializada, quando a patologia já gerou danos irreversíveis ao SNC, 
gerando determinada incapacidade. O paciente/aluno deve ter a consciência 
que suas restrições com relação as incapacidadesjá instaladas não serão sanadas, 
porém, o objetivo principal da reabilitação é POTENCIALIZAR as funções, atenuando 
a invalidez e beneficiando a funcionalidade.
Porém, não podemos pensar somente na reabilitação funcional do indivíduo, uma 
fez que tal processo corre o risco de fracassar pelo caráter crônico e progressivo, 
que tanto a fisiologia da doença quanto os sintomas, podem apresentar. O enfoque 
compensatório, trabalhado de forma positiva, motiva o indivíduo a investir seu 
68Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
tempo e energia em alguma atividade, enfrentando as dificuldades a curto-prazo 
e planejando seu curso de vida a longo-prazo. 
Dito isso, é percebido a importância dos feedbacks positivos para esses 
pacientes/alunos durante a intervenção/aula de pilates. Os feedback tem como 
objetivo motivar o paciente/aluno, fornecer informações sobre a atividade em 
questão, além de reforçar instruções dadas. Existem 4 tipos de feedbacks, e a 
resposta que obteremos dependerá do tipo de feedback que daremos. São eles: 
positivo (repetição de um determinado comportamento / movimento); corretivo 
(mudança de um determinado comportamento / movimento); ofensivo (gera 
desprezo) e; insignificante (gera resposta mínima). Claramente os feedbacks 
ofensivo e insignificante, são pouco interessantes para aplicabilidade durante 
a execução de um exercício. Já, os feedbacks corretivos podem ser utilizados, 
mas devem ser transmitidos com cautela, uma vez que quadros de ansiedade e 
depressão são frequentes nessa população.
Antigamente a realização de qualquer tipo de atividade física era contra 
indicada para pacientes com EM, em função do mínimo aumento da temperatura 
corporal aumentar a fadiga, um dos principais sintomas. Este conduta tem outra 
visibilidade nos dias de hoje. O Pilates aparece como complemento de terapia que, 
quando bem aplicado, ajuda a combater os principais sintomas que acometem 
os portadores de EM, como veremos a seguir.
FADIGA
Como já dito, a fadiga é a mais comum manifestação clínica, afetando em 
torno de 90% dos pacientes / alunos. Além disso é dito o pior sintoma para a 
média de 55% desses indivíduos. Mesmo desconhecendo sua etiologia, é sabido 
que muitos fatores influenciam na manutenção ou exacerbação desse sintoma 
69Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
entre eles está a insônia (causada pelo aumenta da frequência urinária e /ou por 
espasmos musculares), o descondicionamento, fatores neuromusculares (axônios 
desmielinizados gastam mais energia), incapacidade (pela alteração do tônus, 
maior esforço para realização das AVD’s, etc).
Na literatura não temos nada específico sobre intervenção através do método 
Pilates sobre a melhora na fadiga. Porém, estudos descreveram que exercícios 
físicos aplicados de maneira correta para este tipo de população especificamente 
reduzem a fadiga geral e, para isso, melhora dos níveis de força e condicionamento 
aeróbio, contribuíram para esta aquisição. Com isso, o esforço para realização das 
AVD`s é reduzido e, consequentemente, a fadiga também. 
Quando elaboramos uma aula para esse público, devemos seguir algumas 
recomendações: Executar os exercícios em um ritmo moderado; obedecer alguns 
períodos de descanso; manter uma postura adequada durante as atividades. E 
não só durantes as aulas, mas estas são algumas das recomendações que devem 
ser seguidas também no cotidiano deste aluno/paciente. 
OBSERVAÇÃO: Para facilitar a realização de atividade física e não aumentar muito 
a temperatura e, consequentemente a fadiga, podemos fazer uso de recursos como: 
ar condicionados e ventiladores. A hora em que as sessões acontecem também 
podem facilitar este processo, sendo realizadas no período da manhã ou no final da 
tarde. E também, a hidratação constante durante a atividade auxiliam neste fator.
FRAQUEZA MUSCULAR
A redução da força pode ser desencadeada por vários fatores, entre eles o 
desuso; o déficit na condução dos impulsos nervosos diminuindo o acionamento 
das unidades motoras; a fadiga; e ainda a espasticidade num músculo antagonista.
70Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
Para compensar esse déficit de força ou ajudar no ganho da mesma, podemos adotar 
algumas condutas. Novamente, estudos com o conceito pilates e essa população 
ainda não são explorados, porém a realização de exercícios ativos assistidos, ativos 
ou contra-resistência tem se mostrado eficazes no ganho de força. Ganho que 
podemos alcançar com a aplicação deste conceito nesses pacientes/alunos. Embora 
exercícios fortalecedores não alterem a condição neurológica, o fortalecimento 
compensatório de grupos musculares não comprometidos, prevenindo fraqueza 
secundária por desuso, e o fortalecimento de músculos agonistas para superar a 
espasticidade em grupos musculares antagonistas podem favorecer a função.
O Pilates surge como método que condiciona o corpo e integra toda a função 
do mesmo com a mente. O ganho de controle muscular, força, equilíbrio e a 
consciência corporal decorrentes dessa integração, ampliam a capacidade de 
manter e melhorar os movimentos. Além disso a sistematização dos exercícios 
associados os princípios possibilita uma maior integração do indivíduo no seu 
cotidiano. Por ser um trabalho global, procura corrigir a postura e realinhar a 
musculatura, melhorando a estabilidade corporal.
ESPASTICIDADE 
Para controlar essa manifestação, devemos considerar a movimentação anormal, 
a hipertonicidade e a hiperexcitabilidade do reflexo. A utilização de uma rotina 
de alongamento é consensual para diminuição da espasticidade e consequente 
aumento da amplitude de movimento voluntário nos membros inferiores. 
Exercícios direcionados para as funções e sustentar o peso, em todos os planos de 
movimento, ajudarão a melhorar a movimentação normal além da manutenção 
da amplitude de movimento.
71Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
ALTERAÇÕES CEREBELARES
Tais alterações provocam problemas relacionados com déficit de equilíbrio 
e coordenação. Quando formos aplicar a técnica com esses pacientes/alunos 
devemos pensar em trabalhar com exercícios em sequencia (sequencia de 
exercícios funcionais), começar sempre em posturas mais baixas (exemplo: evoluir 
do decúbito dorsal, para o lateral, depois ajoelhado, depois semi-ajoelhado, 
para depois em pé). Podemos utilizar algumas referências visuais para facilitar a 
aquisição de equilíbrio, além da diminuição do tremor.
A MARCHA
Em função dos sintomas acima descritos, em associação ou não com outras 
manifestações, faz com que a marcha desde paciente/aluno não se encontre normal. 
Como a técnica do pilates prega, controlar o centro é o primeiro passo para dar a 
este indivíduo uma marcha com mais qualidade e que gaste menos energia para sua 
realização. Após isso o alongamento, como forma de adequar o tônus e aperfeiçoar 
a amplitude de movimento deve ser introduzido nas aulas / terapias. 
Estes não são os únicos sintomas, além disso, cada paciente/aluno deve ter sua 
própria linha de conduta adotada em função da evolução da EM e a intensidade e 
os tipos de manifestações encontradas. Não esquecer dos déficits cognitivos que 
podem aparecer e podem interferir no processo de reabilitação merecendo uma 
atenção especial.
O que podemos concluir é que aplicação do conceito pilates em cima de todos 
esses sintomas pode melhorar a funcionalidade, assim como a manutenção da 
independência funcional. Não por trabalhos específicos, mas por correlações 
existentes entre os benefícios do pilates nos sintomas que esse tipo de população 
72Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICASapresenta e o que a literatura atual nos fornece sobre a atividade física. O 
Pilates apresenta uma enorme possibilidade de movimentos, entre eles alguns 
demonstrados neste livro. Todos devem acontecer de forma rítmica, controlada, 
associando padrões respiratórios e correções posturais e quando aplicados 
corretamente, pode beneficiar amplamente os portadores de EM.
73Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento deste livro se deu para que exista um aporte teórico sobre 
o Método Pilates relacionado à patologias neurológicas. Mesmo não abordando 
todas as existentes, até porque são inúmeras, as principais incidentes nos dias 
de hoje apresentam uma abordagem mais específica neste descrito. Contudo, 
muito das condutas explanadas aqui podem e devem ser relacionadas a outras 
patologias que acometem o SN. 
Uma avaliação bem elaborada, mesmo que sucinta, nos mostra os pontos forte 
e os limitantes de cada indivíduo, seja do estado do sistema motor ou todos 
pormenores relacionados a ele ou a outros fatores incapacitantes, para que com 
isso, possamos traçar metas funcionais reais para cada um. Concentrar-se no 
processo de aprendizado ativo do aluno / paciente deve ser sempre a conduta 
adotada, exatamente o que estamos preconizando aqui.
O conceito em questão irá ajudar no fortalecimento global do aluno / paciente 
fazendo com que ele recupere ou mantenha o controle funcional nas ABVD ou 
em atividades laborais. E não só isso, a aplicação dos princípios oriundos do 
método pode ainda prevenir ou retardar o aparecimento de alteração no sistema 
neuromusculoesquelético, evitando possíveis disfunções. Os exercícios que 
fomentam este livro foram selecionados e / ou elaborados em função das principais 
alterações encontradas na população acometida por patologias neurológias e que 
a aplicação do método pode se fazer eficiente. 
Só não podemos esquecer que estabilidade emocional e a motivação, são 
alguns dos fatores que interferem drasticamente tanto no aprendizado motor 
quanto no desempenho do mesmo, pois isso, incorporar nosso aluno / paciente a 
rotina de aula e fazer com que seja agradável e satisfatório é função primordial do 
profissional que aplicará a técnica.
74Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO
SOLO
75Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
1. QUATRO APOIOS
OBJETIVOS
Estabilizar músculos cintura escapular e pélvica, preparando-os para exercícios 
mais intensos. Fortalecer os flexores da coluna, trasnverso abdominal e extensores 
do joelho. 
INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados 
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve 
neutras.Inspirare antes de iniciar o movimento.
2.Realizar a elevação dos joelhos do solo enquanto expira.
3. Retornar à posição inicial inspirarando.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.
- Manter a coluna na neutra
76Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Evitar a retroversão da pelve
- Evitar tensão no trapézio
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar: quando elevar os joelhos do solo, estender um dos quadris, em 
direção ao teto, mantendo joelho flexionado.
COMENTÁRIOS
 Os exercícios trabalhados em 4 apoios são benéficos para pacientes 
hemiplégicos e atáxicos. Exercícios com essa característica recrutam grandes 
grupos musculares como extensores do quadril e flexores da coluna, além de 
enfatizar a ativação da musculatura estabilizadora profunda.
77Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2. QUATRO APOIOS ALTERNANCIA 
DE MEMBROS
OBJETIVOS
Manter a estabilidade das cinturas escapular e pélvica e de toda coluna na 
posição de 4 apoios. Fortalecer os extensores do quadril, flexores da coluna e 
flexores do ombro.
INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados 
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve 
neutras, inspire.
2. Realizar a extensão de um dos ombros com cotovelo estendido e a extensão 
do quadril e joelho da perna contralateral ao expirar.
3. Retornar à posição inicial e realizar para o outro lado.
78Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.
- Manter a coluna na neutra
- Não estender a coluna cervical ou lombar
- Movimentar os membros sem perder a estabilidade região escapular e pélvica
- Manter o alinhamento da coluna cervical e cabeça com o restante da coluna.
- Manter a coluna na neutra
MODIFICAÇÕES
79Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Para facilitar: pode-se colocar uma bola apoiada na região abdominal e realizar 
o exercício. 
- Pode-se começar primeiro somente com membros superiores e depois só os 
membros inferiores, isoladamente.
- Para dificultar: Retire o contato dos joelhos com solo, igual no exercício Quatro 
Apoio, e, então, realizar a alternância.
COMENTÁRIOS
 Exige muita concentração de quem realiza. Trabalhar realizando exercícios 
em padrão cruzado estimula os dois hemisférios do cérebro, o que torna a tarefa 
bastante difícil para os pacientes com patologias neurológicas.
80Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3. GATO
OBJETIVOS
Mobilizar a coluna, partindo da posição 4 apoios. Fortalecer os flexores da coluna 
e extensores do quadril.
INSTRUÇÕES
1. Em seis apoios, mãos apoiadas no solo alinhadas com ombros; joelhos apoiados 
no solo e abduzidos na distância dos quadris; pés apoiados no solo. Coluna e pelve 
neutras, inspire.
2. Realize a flexão da coluna, mobilizando-a, iniciando do cóccix até a cabeça ao 
expirar.
3. Retornar à posição inicial Inspirarando.
81Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Permita durante a flexão que as escápulas protraiam, mas não tensione 
trapézio.
- O movimento acontece de forma ascendente e descendente, nunca para 
frente e para trás
- Não flexionar joelhos
- Não hiperestender coluna cervical e lombar na volta do movimento.
MODIFICAÇÕES
- Realizar a mobilização com os joelhos sem o contato com o solo.
- Variar o início da sequencia do movimento: primeiro começando do cóccix 
até a cabeça; depois aoo contrário, ou também, iniciando pela coluna torárica.
- Mudar o padrão respiratório, realizar em 4 tempos de respiração.
COMENTÁRIOS
 Exercícios de difícil aplicação, exigem muita consciência corporal e atenção 
para realização.
82Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
4. EXTENSÃO COM EXTENSÃO DE 
OMBROS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna e hiperextensores dos ombros.
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito ventral, pelve e coluna neutras. Membros superiores no ao lado do 
corpo. Membros inferiores com quadril aduzido e joelhos estendidos.
2.Realizar a extensão da coluna em bloco e a hiperextensão dos ombros.
3. Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não mobilizar a coluna para realizar a extensão.
- Manter os olhos na direção do colchonete.
83Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Os pés não devem perder apoio com solo.
- Ativação de glúteos e musculatura abdominal deve ser pedida a todo tempo.
- Manter a pelve neutra.
- Hiperestender os ombros um pouco além da altura da linha do corpo
- Manter as escápulas sempre estabilizadas
MODIFICAÇÕES
- Realizara mobilização da coluna até a altura das últimas costelas.
- Colocar o dorso das mãos sob a testa e realizar a extensão da coluna em 
bloco.
COMENTÁRIOS
 Indicado para pessoas com hipercifose torácica.
84Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
5. ONE LEG UP AND DOWN
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do quadril e extensores do joelho. Estabilização da região 
lombo-pélvica. 
85Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras, membros superiores ao lado do corpo. 
Um membro inferior deve estar com flexão de quadril e joelho e pé apoiado no solo; 
O outro membro inferior inicia com quadril em posição neutra, joelho estendido e 
tornozelo em flexão plantar.
2. Realize a flexão de quadril do membro inferior com o joelho estendido.
3. Retorne à posição inicial com dorsiflexão do tornozelo.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Realizar a flexão do quadril até onde seja possível manter a pelve na posição 
neutra.
- Evite compensações com o quadril.
MODIFICAÇÕES
- Posicionar os dois membros inferiores no solo com joelhos estendidos e 
flexionar um dos quadris até 90 graus.
- Utilizar acessórios para facilitar (elásticos) ou dificultar (caneleiras).
- Retirar o movimento de tornozelo facilita a execução.
COMENTÁRIOS
Deve-se evitar o contato do membro inferior com o solo a cada extensão do 
quadril, isso evita períodos de descanso durante o exercício.
86Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
6. CÍRCULO COM AS PERNAS
OBJETIVOS
Fortalecer músculos flexores e adutores de quadril. Estabilizar a região lombo-
pélvica. 
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras. Membros superiores alinhados ao 
lado do corpo. Um membro inferior deve estar com flexão de quadril e joelho e pé 
apoiado no solo; O outro membro inferior inicia com quadril em posição neutra, 
joelho estendido e tornozelo em flexão plantar.
2. Realize a circundação do quadril.
3. Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Realizar a circundação do quadril nos dois sentidos.
- Evitar hiperlordose lombar.
- Não deixar que o quadril oposto compense o movimento.
87Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Evitar movimentar os ombros para frente, tensionando musculatura da 
cintura escapular e pescoço
- Começar com uma amplitude pequena de movimento.
MODIFICAÇÕES
 
 
- Posicionar os dois membros inferiores no solo com os joelhos estendidos e 
realizar o movimento com dos membros inferiores.
- Utilizar acessórios para facilitar (elásticos) ou dificultar (caneleiras).
- Realizar movimentos para membro superior com o auxílio de um Magic 
Circle.
- Flexionar o joelho do membro inferior que realiza a circundução do quadril.
COMENTÁRIOS
Lembre-se, estamos tratando de paciente neurológicos, apesar de precisarmos 
de grandes movimentos, precisamos ter cautela. Por mais que o exercício seja 
simples, melhor iniciar com pequenas amplitudes e depois evoluir para amplitudes 
maiores, diminuindo o risco de lesões e de mais compensações.
88Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
7. FLEXÃO LATERAL
OBJETIVOS
Fortalecer flexores laterais da coluna, transverso abdominal e abdutores do 
quadril. 
INSTRUÇÕES
1. Sentado de lado, apoiado em um quadril, mantendo pelve e coluna neutras. 
Joelhos flexionados, o membro inferior de cima em rotação externa, pé apoiado no 
solo. Tronco sustentado pelo antebraço apoiado no solo, alinhando cotovelo fletido e 
ombro abduzido, apoiar o outro membro superior o joelho da perna de cima.
2.Realize a flexão lateral da coluna, estabilizando o ombro e as escápulas, estendendo 
os joelhos e mantendo o quadril estendido. O membro superior sobre a perna deve 
abduzir o ombro no prolongamento do corpo, formando um arco.
3. Retorne à posição inicial
89Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter o olhar sempre à frente, evitando rotação da cervical.
- A cabeça deve acompanhar a flexão do restante da coluna.
- Cuidar para não perder estabilidade do ombro de apoio.
- Ativar os flexores da coluna e transverso abdominal, solicitando-os sempre;
- Evitar a flexão e rotações de coluna
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, realizar com o braço de apoio com o cotovelo estendido, 
apoiando sobre a mão.
- Para facilitar, realizar a flexão lateral mantendo o joelho de apoio, apoiado 
no solo.
COMENTÁRIOS
 Quanto mais próximo os pés estiverem do corpo, maior será a amplitude de 
flexão lateral de coluna, quando mais afastado do corpo, menor.
90Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
8. CÍRCULOS COM OS BRAÇOS
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica e cintura escapular pelo movimento dos braços. 
Fortalecer os flexores e flexores horizontais do ombro.
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutra. Membros superiores ao lado do corpo, 
joelhos e quadril flexionados e pés apoiados no mat.
2.Realize a flexão dos ombros até onde as escápulas se mantenham estáveis e 
extenda horizontalmente os ombros, aduzindo-os na sequência. 
3. Retorne à posição inicial.
91Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não encostar os membros superiores no solo. 
- Realizar o movimento nos dois sentidos, partindo da abdução dos ombros.
MODIFICAÇÕES
- Realizar somente o movimento de flexão e extensão do ombro.
- Realizar o movimento para sentindos opostos com cada membro superior. 
Enquanto um membro superior abduz, flexiona horizontalmente e estende, o 
outro flexiona, estende horizontalmente e aduz.
expirar.
3. Retornar à posição inicial Inspirarando.
92Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
9. PONTE
OBJETIVOS
Mobilizar o quadril em flexão e extensão e coluna. Fortalecer os exetensores do 
quadril e coluna.
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, pelve e coluna neutras. Mantenha os membros superiores ao 
lado do corpo. Joelhos e quadril flexionados e calcanhares apoiados no solo.
93Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2.Realizar a extensão do quadril, mobilizando coluna e mantendo a dorsiflexão do 
tornozelo.
3. Retornar à posição inicial
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Mobilizar a coluna até a altura das escápulas.
- Não apoiar o peso do corpo na coluna cervical.
- Não hiperextender a coluna cervical
- Manter a estabilidade da pelve.
- Manter os tornozelos em dorsiflexão.
MODIFICAÇÕES
- Realizar a ponte com as plantas dos pés apoiadas no solo.
- Realizar a ponte unilateral.
COMENTÁRIOS
 A dorsiflexão é solicitada em função de muitos pacientes apresentarem um 
padrão de pé equino.
94Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
10. SIDE KICKS
OBJETIVOS
Fortalecer abdutores do quadril. Estabilizar região lombo-pélvica e cintura 
escapular. 
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito lateral, pelve e coluna neutras. Manter alongamento axial. O membro 
superior de apoio deve estar com ombro fletido no prolongamento do corpo e cotovelo 
estendido, com palma da mão para baixo e cabeça repousando sobre ele. O membro 
superior de cima deve estar com cotovelo flexionado e a mão apoiada no solo.
2.Realizar abdução do quadril do membro inferior de cima.
3. Retornar à posição inicial
95Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter estabilidade região lombo-pélvica e escapular.
- Manter a cabeça alinhada em conformidade com o restante da coluna, olhar 
para frente.
MODIFICAÇÕES
- Colocar o membro superiorde apoio mais a frente da linha do corpo facilita 
no controle do equilíbrio, aumentando a base de apoio.
- Flexionar o quadril e joelho do membro inferior de apoio, aumentando a 
base e melhorando a estabilidade.
- Manter o membro superior de cima abduzido para aumentar a dificuldade
- Associar movimentos de flexão plantar e flexão dorsal do tornozelo 
estimulando a coordenação
- Realizar a circundução do quadril quando este estiver abduzido.
96Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS COM
BOLA
97Karla Vergaças Seleme
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1. ABDUÇÃO EM PÉ
OBJETIVOS
Estabilização da região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecimento 
abdutores do quadril. 
INSTRUÇÕES
1.Em pé, corpo levemente inclinado sobre bola que está apoiada na parede. Pelve e 
coluna neutras. Membros inferiores aduzidos, joelhos estendidos e pés apoiados no solo.
2.Realizar a abdução do quadril do membro inferior mais longe da bola.
3.Retornar à posição inicial.
98Karla Vergaças Seleme
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DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Cabeça mantem-se alinhada com o restante da coluna;
- Não relaxar a musculatura abdominal;
- Evitar rotações de quadril;
- Manter a estabilidade da coluna;
MODIFICAÇÕES
- Realizar movimentos de circundação do quadril em ambos sentidos;
COMENTÁRIOS
 Exercício ótimo para estimular a lateralidade do paciente hemiparético.
99Karla Vergaças Seleme
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2. ADUÇÃO NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecer os adutores do quadril e flexores laterais da coluna. Estabilizar cintura 
escapular.
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito lateral, antebraço e mão apoiados no solo com ombro abduzido e 
cotovelo estendido. O membro superior oposto abduzido. Quadril e joelho do membro 
inferior de apoio em contato com o solo. O membro inferior de cima levemente 
abduzido, joelho estendido e pé apoiado na bola.
2.Realizar a flexão lateral da coluna ao mesmo tempo que aduz o quadril 
pressionando a bola contra o solo.
3.Retorne à posição inicial.
100Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não deixar que somente os flexores laterais da coluna contribuam para 
retirar o quadril do solo.
- Forçar a bola para baixo com a perna para potencializar o trabalho dos 
adutores
MODIFICAÇÕES 
- O membro superior de cima pode auxiliar o movimento apoiando a mão no 
chão à frente do tronco;
- Estender joelho do membro inferior de apoio para dificultar o exercício;
- Utilizar uma bola menor facilita a execução do movimento.
COMENTÁRIOS
 Controlar quanta força será colocada tanto nos estabilizadores de tronco e 
cintura escapular quanto no membro inferior apoiado na bola exige muita atenção, 
concentração e capacidade de planejar o movimento.
101Karla Vergaças Seleme
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3. AFUNDO NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelho e alongar os flexores do quadril do 
membro inferior contralateral.. 
INSTRUÇÕES
1.Em pé, de costas para bola, um membro inferior estendido apoiado com o pe 
no solo; o membro inferior contralateral deve estar com joelho flexionado, quadril 
estendido e com o dorso do pé apoiado sobre uma bola atrás.
2.Realizar a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio empurrando a 
bola para trás. Ao mesmo tempo, estenda o quadril do membro inferior sobre a bola.
3.Retorne à posição inicial.
102Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não permitir que na flexão de joelho o mesmo passe a linha do dedão do pé 
de apoio.
- Manter cada perna alinhada com seu quadril, evitando compensações e 
movimentos errôneos. 
- Manter a ativação do transverso abdominal facilita a realização do 
movimento.
MODIFICAÇÕES
 
 
103Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Podemos realizar o exercício em frente a uma parede, com as mãos apoiadas. 
Dá mais segurança quando ensinamos este exercício pela primeira vez.
- Manter-se em flexão de quadril e joelho do membro inferior de apoio e, 
então, realizar a flexão e extensão do joelho sobre a bola.
- Para dificultar, associar movimentos dos braços durante a execução do 
exercício.
COMENTÁRIOS
 Tomar cuidado com a solicitação da realização de dupla tarefa. Apesar de um 
ótimo recurso para estimular as sinapses, alguns pacientes necessitam começar a 
aprender tarefas mais simples, para posteriormente, evoluir para as mais complexa, 
como é o caso de pacientes com a Doença de Parkinson e Alzheimer.
104Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
4. AGACHAMENTO NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho. 
INSTRUÇÕES
1.Em pé, apoiar a bola na parede e as costas sobre a bola. Levar os dois pés levemente 
à frete. Manter membros inferiores paralelos, abduzidos na distância do quadril e 
membros superiores ao lado do corpo.
2. Flexione o quadril e joelhos, empurrando a bola contra a parede
3. Retornar à posição inicial.
105Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Cuidar para não realizar rotação do quadril;
- Manter pelve e coluna neutra durante todo o exercício;
- Não transferir o peso corporal para frente e sim para a bola.
- Mantenha a cabeça alinhada com o restante do troco.
- Mantenha a organização entre cinturas pélvica e escapular;
- Evitar que os joelhos passem a ponta dos pés da hora da flexão.
- Não realizar retroversão da pelve.
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar podemos associar o movimento dos membros superiores à 
execução do movimento proposto.
- Apoiar somente o antepé e realizar a flexão do joelho e quadril dando ênfase 
à musculatura tríceps sural.
- Realizar o exercício unilateralemnte com um dos membros inferiores em 
flexão de quadril e extensão de joelho, sem contato com o solo.
COMENTÁRIOS
 O exercício parece simples, mas devemos tomar cuidado com as 
compensações aparentes, déficit de equilíbrio e para que o aluno não se sinta 
frustrado caso não consiga realizar a atividade proposta.
106Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
5. COORDENAÇÃO NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores da coluna, transverso abdominal e flexores do quadril. 
Dissociar cinturas escapular e pélvica. 
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito dorsal, membros inferiores em flexão de quadril e joelhos à 90 graus 
e ombros flexionados, cotovelos estendidos. Posicione uma bola entre as mãos e os 
joelhos.
2. Realizar a extensão do quadril e joelho, sem que o membro inferior encoste no 
solo e, simultaneamente, flexione o ombro do membro superior contralateral até o 
prolongamento do corpo.
3.Retorne à posição e faça com outro lado.
107Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter cinturas escapular e pélvica apoiadas confortavelmente no solo.
- Manter a pelve e coluna neutras.
- Evitar que a bola caia no chão.
MODIFICAÇÕES
 Realizar os movimentos só dos membros superiores e, depois, só dos 
membros inferiores, para ganhar melhor consciência corporal e depois sim realizar 
o movimento completo.
108Karla Vergaças Seleme
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6. EQUILÍBRIO EM PÉ
OBJETIVOS
Estimular equilíbrio na postura em pé e ativação de glúteo médio da perna de apoio. 
INSTRUÇÕES
1.Em pé, de frente para bola, flexione o quadril de um membro inferior e apoie o 
pé sobre a bola. Mantenha os membros superiores à frente do corpo.Inspire nessa 
posição.
2. Realizea extensão do joelho do membro inferior sobre a bola ao expirar.
3.Retorne à posição inicial inspirando.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Cuidar para não realizar a inversão do pé de apoio
- Manter a estabilidade da pelve e não permitir uma hiperlordose lombar
109Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter o peso do corpo no membro inferior de apoio e não no membro 
inferior sobre a bola.
MODIFICAÇÕES
- Alongar isquiotibiais quando realiza o movimento.
- Movimentos dos braços podem ser explorados numa dupla tarefa do 
movimento.
- Acessórios como: Magic Circle, Tooning Ball, elásticos ou outra bola, podem 
ser usados.
- Fechar os olhos durante a execução do exercício pode dificultar o movimento.
COMENTÁRIOS
 Fechar os olhos só será desafiador para o paciente se o mesmo não apresentar 
déficits visuais que prejudiquem seu equilíbrio quando de olhos abertos. Se isso 
acontecer, não ter a percepção visual facilitará no ganho de conscientização 
corporal e equilíbrio.
110Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
7. EQUILÍBRIO SENTADO
OBJETIVOS
Estimular a estabilidade da região lombo-pélvica. Fortalecer os estabilizadores 
do tornozelo e extensores do joelho. 
INSTRUÇÕES
1.Sentado na bola, em cima dos ísquios; quadris e joelhos flexionado e com pés 
apoiados no solo. Pelve e coluna neutras, membros superiores ao lado do corpo com 
as mãos repousando sobre a bola.
2.Realizar a extensão unilateral do joelho de forma alternada.
3.Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não pressionar a bola com os membros superiores.
- Evitar tensão em trapézio superior;
- Evitar retroversão da pelve.
111Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
 
 
 
- Para facilitar, apoiar a bola na parede.
- Para dificultar, flexionar os ombros até 90 graus ou até o prolongamento do 
corpo. 
- Para dificultar, colocar um pé à frente do outro e manter o alongamento axial 
e a estabilidade das cinturas escapular e pélvica.
112Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
8. EXTENSÃO DE COLUNA NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna. Estimular controle equilíbrio em decúbito 
ventral. 
INSTRUÇÕES
1.Em decúbito ventral sobre a bola. Posicione-se apoiado na altura do abdômen 
sobre a bola e estenda levemente a coluna, mantendo os membros superiores no 
prolongamento do corpo.
2.Realize a adução dos ombros e acentue a extensão de coluna.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Mesmo com o abdômen apoiado não esquecer de ativar os flexores da coluna 
e transverso abdominal para estabilizar pelve, assim como o glúteo máximo. 
113Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Cuidar com a hiperextensão cervical durante o movimento.
- Durante a atividade a bola não deve se movimentar.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se apoiar os pés na parede.
- Pode-se iniciar o movimento com as mãos apoiadas no solo e depois, 
estenda a coluna e aduza os ombros.
COMENTÁRIOS
 Combinação desafiadora de extensão de coluna com controle do powerhouse 
para manutenção do equilíbrio nesta posição.
114Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
9. PRANCHA LATERAL NA BOLA
OBJETIVOS
Fortalecimento dos flexores laterias da coluna e abdutores do quadril. 
Estabilidade região lombo-pélvica e cintura escapular. 
INSTRUÇÕES
1.Sentada no solo e encostada lateralmente sobre a bola, abraçando-a com ombro 
abduzido. Mantenha quadril e joelhos fletidos e em rotação externa. O membro 
superior oposto à bola deve estar acomodado sobre o joelho do mesmo lado.
2.Realize a extensão dos joelhos, flexionando lateralmente a coluna e subindo na 
bola até apoiar a mão no solo.
3.Mantenha a posição de prancha por alguns instantes ou retorne à posição inicial.
115Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Manter a estabilidade do ombro no braço que apoia no solo.
- Observar o alinhamento para que não haja compensações pela falta de 
estabilidade.
MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício sem a bola.
COMENTÁRIOS
 Este exercício é um pouco mais intenso, exigindo um controle muscular e 
consciência corporal maior por parte do paciente.
116Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
10. HUNDRED NA BOLA – 
VARIAÇÕES
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores da coluna e transverso abdominal. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, com os pés apoiados na bola, joelhos e quadris flexionados 
a 90 graus; mãos posicionadas atrás da cabeça com cotovelos fletidos e ombros 
abduzidos.
2. Realizar a flexão da coluna ao inspirar. 
3. Retorne à posição inicial expirando.
117Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Não tensionar a região cervical quando elevar o tronco.
- Evitar que os membros superiores se aproximem, com flexão horizontal dos 
ombros, no momento da flexão da coluna.
MODIFICAÇÕES
- Estender o quadril e joelhos quando a coluna flexiona, empurrando a bola.
- Alternar movimentos de flexão de quadril, sem movimentar a bola ao 
flexionar a coluna.
118Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
11. PONTE NA BOLA 
(APOIO ESCAPULAR)
OBJETIVOS
Mobilizar a coluna, fortalecer extensores do quadril coluna e joelhos. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre a bola, mantenha as escápulas, cervical e cabeça 
apoiadas na bola; os quadris e joelhos devm estar flexionados com pés apoiados no 
solo.
2.Realizar a mobilização de coluna, partindo da coluna lombar até à coluna torácica 
ao mesmo tempo que estende o quadril e o joelhos.
3.Retornar à posição inicial mobilizando primeiro a coluna torácica e por último a 
coluna lombar.
119Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- Mantenha o peso distribuído igualmente entre os dois pés;
- Mantenha a pelve nivelada.
- Cabeça e escápulas devem estar sempre em contato com a bola
- Cuidar com a hiperextensão do quadril e coluna sem a ativação abdominal 
adequada, devido ao possível desconforto na região lombar.
MODIFICAÇÕES
- Realizar a extensão do quadril unilateral com somente um membro inferior 
em contato com o solo;
- Realizar atividades com membros superiores enquanto mantemos a 
extensão do quadril isométrica, sem perder o nivelamento da pelve.
- Associar a rotações da coluna sobre a bola, mantendo a extensão do quadril.
120Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
12. SERRA NA BOLA
OBJETIVOS
Alongar os extensores do quadril, rotadores, extensores e flexores laterais da 
coluna. Fortalecer os rotadores, flexores laterais e extensores da coluna
INSTRUÇÕES
1.Sentado sobre a bola, em cima dos ísquios, mantenha os ombros abduzidos a 90 
graus, quadril e joelhos flexionados e pés apoiados no solo. Mantenha o alongamento 
axial.
2.Realize uma rotação de coluna no próprio eixo, e, sequencialmente, flexione a 
coluna associando a flexão lateral da coluna e entensão do joelho, tentando alçancar 
o pé. Retorne das flexões e depois para a posição inicial.
121Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS
- A perda de amplitude na hora da rotação da coluna são indicativos de déficit 
na ativação muscular dos oblíquos ou de consciência corporal.
- Usar como dica verbal: “crescer a tampa da cabeça para o teto” pode ajudar 
no crescimento axial.
MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício em cima de uma meia lua ou uma caixa.
122Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICASA PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO
REFORMER
123Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
1.ABERTURA DOS COTOVELOS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores horizontais de ombro. 
INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças, com pelve e 
coluna neutras. Os membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadril 
aduzido ou com membros inferiores cruzados um sobre o outro. Mantenha os ombros 
e cotovelos flexionados a 90 graus, com a radio-ulnar supinada e as alças apoiadas 
cima dos cotovelos.
2. Realize a extensão horizontal do ombro com os cotovelos sempre fletidos.
3. Retorne à posição inicial.
124Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com a anteriorização da cabeça;
- Solicita que os cotovelos “cresçam” para longe;
- Manter a pelve e coluna na posição neutra.
- Manter cotovelos alinhados com ombros.
- Manter estabilização escapular, evitando tensões na região cervical.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, sente sobre uma caixa para auxiliar na manutenção da pelve 
neutra devido ao encurtamento muscular e/ou falta de consciência corporal.
- Para dificultar, realize o movimento diferentes posturas: ajoelhado, semi-
ajoelhado ou em pé, diminuindo a base de apoio e aumentado a instabilidade.
COMENTÁRIOS
Movimentos realizados com os braços, sejam com o objetivo de fortalecer ou 
alongar, atuam diretamente na qualidade da movimentação da caixa torácica 
e consequente capacidade pulmonar. Tais exercícios devem ser abordados 
principalmente em associação à padrões respiratórios, para melhor controle 
fisiológico e estrutural do paciente com disfunções neurológicas.
125Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2. ABERTURA DOS BRAÇOS
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer os extensores horizontais de ombro. 
INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças, com pelve e coluna 
neutras. Os membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadris aduzidos 
ou com membros inferiores cruzados um sobre outro. Ombro flexionados e cotovelos 
estendidos e em rotação interna, palma das mãos voltadas para fora, segurando as 
alças.
2. Realize a extensão horizontal dos ombros com os cotovelos estendidos.
3. Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com a anteriorização da cabeça;
- Evitar que os ombros anteriorizem durante o movimento;
- Manter a pelve e coluna na posição neutra.
- Manter a estabilização escapular, evitando tensões na região cervical.
- Evitar a retroversão da pelve
- Manter os punhos estáveis.
126Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, sente sobre uma caixa para auxiliar na manutenção da pelve 
neutra devido ao encurtamento muscular e/ou falta de consciência corporal.
- Para dificultar, realize o movimento diferentes posturas: ajoelhado, semi-
ajoelhado ou em pé, diminuindo a base de apoio e aumentado a instabilidade.
- Mudar o posicionamento das rádio-ulnar.
COMENTÁRIOS
Movimentos realizados com os braços, sejam com o objetivo de fortalecer ou 
alongar, atuam diretamente na qualidade da movimentação da caixa torácica 
e consequente capacidade pulmonar. Tais exercícios devem ser abordados 
principalmente em associação à padrões respiratórios, para melhor controle 
fisiológico e estrutural do paciente com disfunções neurológicas.
127Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3. ARM FLEXION (SUPINE)
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do cotovelo e extensores do joelho.
INSTRUÇÕES
1. Deitado em decúbito dorsal sobre o carrinho do Reformer, com os membros 
inferiores na direção das cordas com quadril e joelho felitods a 90 graus; os membros 
superiores devem estar ao longo do corpo a radio-ulnar pronada segurando as alças 
com as mãos.
2. Inspire e então flexione o cotovelo ao expirar.
3.Retornar à posição inicial inspirando.
DICAS E CUIDADOS
- Muitas vezes a movimentação do carrinho com o movimento dos cotovelos 
128Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
gera insegurança no paciente;
- Cuidar com os cabelos compridos para que não se prendam na mola;
- Caso o paciente seja muito alto, podemos retirar o apoio de ombros para 
melhor acomodá-lo.
- Evite flexionar os joelhos ou estender o quadril.
- A pelve e a coluna devem permanecer neutras.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, diminua a resistência das molas.
- Para dificultar, associe movimentos dos membros inferiores aos dos braços.
- Fazer uso de acessórios nos membros inferiores. Pode-se utilizá-los entre 
tornozelos para ativar musculatura adutora ou por fora dos tornozelos para ativar 
musculatura adutora do quadril.
- Mudar o posicionamento da radio-ulnar, realizando o movimento em 
supinação.
COMENTÁRIOS
 Pacientes hemiparéticos que apresentam déficit de resposta motora nesta 
região em função do padrão flexor adotado pela espasticidade, podem ser 
estimulados a realizar somente a flexão de punho em pronação ou o movimento 
completo. Caso o paciente não consiga segurar a alça em função desse padrão, 
podemos auxiliar num movimento ativo assistido, porém nunca amarrar a mão do 
paciente junto aos equipamentos.
129Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
4. SHOULDER EXTENSION 
(CAT POSITION)
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer flexores do ombro e flexores da 
coluna juntamente com o trasnverso abdominal. Trabalhar a dissociação de 
cinturas escapular e pélvica, mantendo a conformidade entre as duas.
INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer, mãos alinhadas com os 
ombros e posicionadas na parte fixa do reformer. Enquanto isso, os pés devem estar 
alinhados com joelhos, e estes com os quadris e encostados no apoio de ombros. 
Mantenha a pelve e coluna neutras.
2. Realize a flexão dos ombros.
3. Retorne à posição inicial
130Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Manter sempre os joelhos na mesma linha dos quadris, ou seja, não sentar 
nos calcanhares.
- Não travar os cotovelos em extensão.
- Estabilizar as escápulas. 
- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, colocar molas menos resistentes.
- Para dificultar, colocar molas mais resistentes ou executar o exercício de 
maneira unilateral.
COMENTÁRIOS
 A postura em quatro apoios funciona como educativo para o paciente 
aprender a estabilizar musculatura profunda da coluna lombar. É importante 
manter um correto posicionamento, como o que foi descrito aqui, para que a 
prática de alguns exercícios não acarrete compensações, dores e possíveis lesões.
 O paciente hemiplégico com padrão espástico flexor em membro superior 
beneficia-se deste exercício pela co-contração e contração ativa da musculatura 
de membros superiores. Caso o paciente não consiga manter o posicionamento 
do membro superior adequadamente, o instrutor deve ajudá-lo.
131Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
5. HIP EXTENSION (CAT POSITION)
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer os estabilizadores de ombros, 
extensores do quadril e joelhos, flexores da coluna e transverso abdominal. 
Trabalhar dissociação de cinturas escapular e pélvica, mantendo a conformidade 
entre as duas.
INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer, mãos alinhadas com 
os ombros e posicionadas na parte fixa do reformer. Os pés devem estar alinhados 
com joelhos, e este com os quadris e encostados no apoio de ombros. Pelvee coluna 
neutras.
2. Realize extensão do quadril e joelho.
3. Retornar à posição inicial.
132Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não travar os cotovelos em extensão;
- Estabilizar escápulas 
- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, colocar molas menos resistentes.
- Para dificultar, colocar molas mais resistentes ou executar o exercício de 
maneira unilateral.
COMENTÁRIOS
 Os exercícios em quatro apoios, além de recrutar grandes grupos musculares, 
também auxiliam no controle neuromuscular. Tal postura faz parte do processo de 
desenvolvimento motor normal e, quando atendemos pacientes com alterações 
neurológicas, precisamos entender que a memorização de aquisições motoras são 
facilitadores e parte integrante no surgimento de novas habilidades funcionais.
133Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
6. COMBINATION MOVEMENT 
SHOULDER AND HIP (CAT POSITION)
OBJETIVOS
Estabilizar dinamicamente e manter alinhamento do tronco. Fortalecer flexores 
dos ombros, extensores do quadril e joelho, flexores da coluna e trasnverso 
abdominal. 
134Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
INSTRUÇÕES
1. Em posição de seis apoios sobre o carrinho do Reformer. Alinhe as mãos com 
os ombros e as posicione na parte fixa do Reformer. Os pés devem estar alinhados 
com joelhos, e este com os quadris e encostados no apoio de ombros. Pelve e coluna 
neutras.
2. Realize a flexão do ombro e posteriormente a extensão do quadril e joelhos.
3. Retorne à posição inicial, iniciando pela extensão do ombro e posteriormente 
flexão do quadril e joelhos.
DICAS E CUIDADOS
- Não travar os cotovelos em extensão.
- Estabilizar as escápulas. 
- A cabeça deve acompanhar o alinhamento do restante da coluna.
- Coordenar o movimento em fases e não realizar todos os movimentos de 
uma só vez.
COMENTÁRIOS
 Pacientes hemiplégicos com padrão espástico flexor em membro superior 
beneficia-se deste exercício pela co-contração e contração ativa dos músculos dos 
membros superiores. Caso o paciente não consiga manter o posicionamento dos 
membros superiores adequadamente o instrutor deve ajudá-lo.
135Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
7. FLYING LONG BOX
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna, quadril e ombros. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral, deitado sobre a caixa na altura do inicio do esterno. Os 
membros inferiores devem estar com joelhos estendidos e quadris aduzidos. Os 
membros superiores devem estar em extensão, segurando as cordas com as mãos e 
cotovelos também estendidos.
2. Realize a extensão dos ombros até a linha do quadril.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Não aumentar o grau de extensão da coluna;
- Não realizar hiperextensão da cervical;
- Manter os quadris sempre levemente estendidos.
- Manter ativação do powerhouse durante todo movimento.
136Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
 - Para facilitar, utilizar molas menos resistentes ou diminuir a amplitude do 
movimento;
- Realizar adução e abdução do ombro.
- Para dificultar, associar extensão de coluna ao movimento dos ombros, - 
utilizar algum acessório para adução do quadril, ou aumentar a amplitude de 
movimento, partindo de uma flexão da coluna.
137Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
8. FOOTWORK SIDE
OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelho e adutores do quadril da perna de apoio.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral sobre o carrinho do Reformer, pelve e coluna neutra. A cabeça 
deve estar apoiada sobre o apoio de cabeça elevado. O membro superior de baixo 
deve estar segurando apoio de ombro com o cotovelo flexionado. O membro superior 
de cima deve estar com a mão apoiada na frente do corpo com votovelo fletido. 
Mantenha o membro inferior de apoio no prolongamento do corpo com joelho 
estendido e quadril aduzido. O membro inferior de cima deve estar com quadril e 
joelho flexionados e com o pé apoiado na barra de pés.
2. Realize a extensão do quadril e joelho da perna de cima. 
3.Retorne à posição inicial.
138Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não permitir que a perna debaixo encoste no aparelho.
- Colocar uma bolinha murcha como apoio de cabeça;
- Manter a cabeça alinhada com o restante do corpo;
- Não permitir que o paciente faça uma hiperextensão lombar ao final do 
movimento;
- Manter estabilidade da região lombo-pélvica e cintura escapular.
- Estenda completamente o joelho e quadril, sem travar.
- Não pressionar o carrinho com o ombro.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, utilizar molas menos resistêntes;
- Para dificultar, utilizar molas mais resistentes.
- Realizar o exercício com o ombro abduzido.
- Realizar o exercício com rotação externa de quadril.
139Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Realizar o exercício com apoio do antepé na barra de pés.
- Para dificultar, utilizar uma caneleira na perna de baixo como resistência à 
adução do quadril.
COMENTÁRIOS
É um exercício fundamental para reeducação motora. Além de estimular a 
lateralidade, também estimula a consciência corporal para realizar a passada na 
marcha.
140Karla Vergaças Seleme
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9. FRONT SPLITS
OBJETIVOS
Alongar os flexores e extensores do quadril, ao mesmo tempo, fortalecer os 
extensores do quadril e joelho.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, ao lado do carrinho, mantenha um pé no solo perto do início do Reformer 
com joelho e quadril semi-flexionado. O outro membro inferior deve estar sobre o 
carrinho do Reformer, com joelho semi-flexionado e quadril levemente estendido e pé 
sobre o apoio de ombros. Segure a barra de pés com as mãos.
2. Realize a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio empurrando o 
carrinho para trás enquanto o membro inferior contralateral estende o quadil e joelho.
3.Retorne à posição inicial.
141Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Deve-se manter o alinhamento da pélve durante todo o movimento;
- Mantenha o joelho sempre apoiado no carrinho.
- Não realizar a hiperextensão da lombar.
MODIFICAÇÕES
- Posicionar o membro inferior de apoio mais a frente.
- Retirar o joelho do apoido do carrinho.
- Estender o joelho do membro inferior de apoio ao realizar o movimento
COMENTÁRIOS
 O movimento de avanço é um importante educativo para melhorar a qualidade 
das trocas posturais que realizamos com nossos pacientes. Principalmente vindo 
de posturas mais baixas para as mais altas, como sentado para o de pé.
142Karla Vergaças Seleme
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10. LEG SERIES – ON LEG
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica. Fortalecer flexores e extensores do quadril 
simultaneamente.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre o carrinho do Reformer, posicione uma alça na planta 
em de um dos pés. Inicie com os quadris flexionados a 90 graus e joelhos estendidos. 
Mantenha os membros superiores ao longo do corpo.
2. Realize a extensão dos quadris até onde se consiga manter a pelve neutra. 
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Certifique-se de que a alça que não será utilizada está travada.
- Manter a estabilidade da região lombo-pélvica durante todo o movimento
143Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Flexionar o quadril no início do movimento até onde a pelve consiga se 
manter na neutra, não necessariamente até 90 graus.
MODIFICAÇÕES
- Realizar movimentode flexão e extensão dos joelhos.
- Realizar movimentos de circundução do quadril.
- Associar movimento dos de membros superiores
COMENTÁRIOS
Muita atenção e concentração deve ser dada a este exercício. Existe a necessidade 
de ativar o powerhouse para manter a estabilidade pélvica. Enquanto um membro 
inferior ativa os flexores de quadril o membro contralateral ativa os extensores, 
essa diferença de contração de segmento para o outro, ao mesmo tempo, carece 
de uma seletividade estimula a coordenação neuromucular. 
144Karla Vergaças Seleme
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11. REMADA 
(SENTADA E AJOELHADA)
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do ombros e flexores do cotovelo.
INSTRUÇÕES
1. Sentada de frente para as alças, sobre o carrinho do Reformer, mantenha os 
membros inferiores cruzados com joelhos flexionados e quadril flexionado em 
rotação externa. Os membros superiores deveme star à frente do corpo com cotovelos 
estendidos e segurando as alças com as mãos.
2. Realize a flexão dos cotovelos e extensão dos ombros.
3.Retorne à posição inicial.
145Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Sentar em cima de uma caixa, caso exista a necessidade, para melhorar o 
alinhamento corporal e ajudar a mante a estabilização lombo-pélvica.
- Sentar com os joelhos estendidos e quadris alinhados.
- Começar com a radio-ulnar em pronação e supinar até a posição neutra 
durante o movimento.
- Para dificultar, realizar o exercício na posição ajoelhada ou em pé.
COMENTÁRIOS
 Realizar na posição ajoelhado exige maior controle.
146Karla Vergaças Seleme
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12. ROTATION OR TWIST
OBJETIVOS
Estabilização da região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecimento dos 
rotadores da coluna.
INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre o Reformer, com pernas cruzadas, de lado para os apoios de 
ombro. Inicie o movimento em rotação da coluna em direção às alças. Mantenha 
os membros superiores à frente do corpo com cotovelos fletidos e mãos unidas 
segurando as alças.
2. Realize a rotação da coluna em direção à barra de pés.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Não permita que movimentos de membros superiores.
147Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Busque sempre o alongamento axial.
- Mantenha a pelve alinhada durante todo movimento.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, posicione um Magic Circle apoiado entre o processo xifoide e 
as mãos, auxiliando na consciência do movimento.
- Realizar sentado sobre uma caixa mais alta.
- Para dificultar, realizar o exercício na posição ajoelhada.
COMENTÁRIOS
 Este exercício exige muita consciência corporal.
148Karla Vergaças Seleme
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13. SHOULDER EXTENSION
OBJETIVOS
Estabilizar região lombo-pélvica e cintura escapular. Fortalecer os extensores do 
ombro. 
INSTRUÇÕES
1. Ajoelhada sobre o carrinho do Reformer, de frente para as alças e com os joelhos 
apoiados no apoio de ombros. Segure as alças com as mãos mantendo a radio-ulnar 
em pronação e cotovelos estendidos.
2. Realize a extensão dos ombros.
3. Retorne à posição inicial.
149Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Cuidar com o movimento inicial, paciente não uma consciência corporal 
adequada pode se desequilibrar e cair. 
- Os pés devem permanecer apoiados sobre o carrinho.
- Não anteriorizar os ombros durante a execução do movimento.
MODIFICAÇÕES
- Realizar o exercício na posição sentada com joelhos estendidos e membros 
inferiores cruzados um sobre o outro.
- Para dificultar, pode-se modificar o padrão respiratório. 
- Para dificultar, pode-se realizar a extensão dos ombros, mantê-la e realizar a 
rotação da coluna cervical para os dois lados, e após, alinhar a cervical e retornar 
à posição inicial.
COMENTÁRIOS
 Cuidar com a intensidade das molas, se muito resistentes podem desequilibrar 
o aluno para frente, se pouco resistentes o aluno terá maior dificuldade de manter 
a estabilidade do tronco.
 Associar padrões respiratórios com movimento da cabeça pode ser benéfico 
para melhorar a capacidade pulmonar e o controle durante a movimentação. Se 
for realizar a rotação da coluna cervical faze-lo de forma lenta.
150Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
151Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
14. SKIN MODIFIED
OBJETIVOS
Fortalecer estabilizadores quadril da perna de apoio assim como os extensores 
de quadril e joelho. Alongar os flexores do quadril do membro inferior sobre o 
aparelho e o extensore do membro contralateral.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, ao lado do Reformer, posicione um membro inferior apoiado na base do 
carrinho e com joelho flexionado. Os membros superiores devem estar ao longo do 
corpo.
2. Realizar a flexão do joelho e quadril do membro inferior de apoio. Ao mesmo tempo 
estenda o quadril e o joelho do membro inferior sobre o carrinho, empurrando-o. 
Ainda, flexione os ombros a 90 graus.
3.Retorne à posição inicial.
152Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não permitir que rotações do joelho.
- Não realizar uma hiperextensão lombar.
- Manter pelve e coluna sempre neutras.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se segurar a barra de pés com as mãos.
- Para dificultar, pode-se fechar os olhos durante a realização do movimento.
- Associar movimentos de membros superiores concomitantes ao de membros 
inferiores;
- Acessórios podem ser acrescentados para dificultar o exercício.
COMENTÁRIOS
 Este é um exercício difícil que exige muito controle de powerhouse para 
equilibra-se na posição e realizar o movimento. Tomar cuidado ao exolher a 
ressitência das molas. Molas muito resistentes podem desequilibrar o aluno.
153Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO
CADILLAC
154Karla Vergaças Seleme
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1. ELBOW KNEELING EXTENSION 
OBJETIVOS
Fortalecer os estensores do cotovelo, flexores da coluna e trasnverso abdominal. 
INSTRUÇÕES
1. Ajoelhada, entre os postes verticais do Cadillac. Segure a barra de madeira com 
as mãos, com molas vindas de trás. Iincline levemente o tronco para frente com a 
radio-ulnar pronada, mantendo ombros e cotovelos a 90o.
2. Inspire antes de iniciar e realize a extensão dos cotovelos expirarando.
3. Retorne à posição inicial inspirarando.
155Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- A inclinação é realizada pela extensão do joelho;
- Não realizar hiperextensão lombar;
- Oriente o posicionamento correto dos ombros, punhos e cabeça, mesmo 
durante a execução. 
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, utilize molas menos resistentes.
- Ao invés da barra de madeira, podemos utilizar as alças de mão para realizar 
o exercício de forma unilateral.
- Para dificultar, feche os olhos durante a realização do exercício, ou utilizar 
molas mais resistentes. 
- Realizar na postura semi-ajoelhada.
- Realizar o exercício em pé.
COMENTÁRIOS
 Pacientes hemiparéticos apresentam grande incidência de lesões de ombro 
do lado não acometido. Dessa forma, visto que este exercício é indicado para 
estabilização da cintura escapulo-umeral se torna uma boa opção. O exercício 
é contra-indicado para pacientes com lesões agudas de escápula, ombro e/ou 
cotovelo. 
 Pacientes idosos e/ou com dificuldade de subir no Cadillac podem realizar 
este exercício em pé ao lado do aparelho, ajustando a barra às suas necessidades. 
156Karla Vergaças Seleme
PILATESNAS patologias NEUROLÓGICAS
Lembrando que trabalhar as posturas ajoelhadas e semi-ajoelhada são 
importantes no processo de aprendizado motor, principalmente de pacientes com 
desequilíbrios musculares que provoquem uma assimetria corporal por influencia 
de alterações de tônus e também por apresentarem déficit de equilíbrio.
 O fechamento dos olhos durante a execução do exercício pode facilitar o 
mesmo quando o paciente apresenta alguma alteração visual, como diplopia. 
Entretanto, pode dificultar em função da manutenção do equilíbrio na postura 
ajoelhada e consciência corporal durante a realização do movimento com a perda 
da referencia visual.
157Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2. MERMAID WITH ARM FLEXION
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores laterais da coluna e flexores do cotovelo.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, mantenha a pelve e coluna neutras. Posicione o membro 
superior de apoio com cotovelo estendido sob a cabeça. O membro superior de cima 
deve estar com o ombro semi-abduzido e segurando a alça com a mão. Mantenha um 
quadril fletido e outro estendido, com os pés apoiados nas baras verticais do Cadillac.
2. Inspire e realize a flexão lateral da coluna, ao mesmo tempo que flexiona o cotovelo 
em direção ao ombro expirarando. Permita a adução do membro superior de apoio.
3. Retorne à posição inicial inspirando.
158Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Evite sobrecarga no punho;
- Evite “prender” o membro superior que fará a flexão do cotovelo próximo ao 
corpo, mantenha o alinhamento.
- Mantenha o alinhamento pélvico.
- A cabeça e a coluna cervical deve acompanhar o movimento d e flexão 
lateral da coluna.
- Não realizar a hiperextensão lombar;
MODIFICAÇÕES
- Ao utilizar molas menos resistentes a flexão do cotovelo fica facilitada, 
enquanto a flexão lateral da coluna se torna mais difícil.
- Ao utilizar molas mais resistêntes se dificulta a flexão do cotovelo, porém 
facilita-se a flexão lateral da coluna.
- Posicionar a radio-ulnar do membro inferior de apoio em supinação e, quando 
realizar a flexão lateral da coluna, tirá-la do apoio mantendo a abdução do ombro.
COMENTÁRIOS
 Indicado para quem tem déficit de lateralidade e equilíbrio. Observar 
atentamente a estabilidade da cintura escapular. A mudança no posicionamento 
das pernas, invertendo-as, poderá aumentar a ativação muscular por desafiar 
estabilidade pélvica, e, dependendo das alterações de tônus ou características 
musculares do paciente, pode facilitar ou dificultar o movimento.
159Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3. ABDUCTION STANDING
OBJETIVOS
Fortalecer musculatura abdutora do quadril.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, em cima do Cadillac e de frente para barra horizontal segure a barra com 
as mãos. Prenda a alça de pés no membro inferior mais distante e inicie o movimento 
em leve flexão do quadril.
2. Realize a abdução do quadril ao expirar.
3. Retorne à posição inicial ao inspirar.
160Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Manter a coluna sempre alinhada e neutra, evitando rotações e flexões;
- Manter o alinhamento pélvico
- Evitar sobrecarga na cintura escapular;
- Estimular o alongamento axial;
- Manter a extensão dos joelhos durante todo o movimento.
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, retira uma das mãos do apoio.
COMENTÁRIOS
 Indicado como educativo para pacientes com dificuldade na marcha por 
oferecer estímulos de fortalecimento da musculatura estabilizadora do quadril 
e coluna. O glúteo médio, responsável pela abdução do quadril tem função 
estabilizadora e são recrutados durante diversos movimentos de vida diária. O 
trabalho dos estabilizadores da marcha deve ser priorizado uma vez que esta 
habilidade é uma das mais prejudicadas por patologias neurológicas.
161Karla Vergaças Seleme
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4. ADUCTION STANDING
OBJETIVOS
Fortalecer musculatura adutora do quadril
INSTRUÇÕES
1. Em pé, em cima do Cadillac e de frente para barra horizontal segure a barra com 
as mãos. Prenda a alça de pés no membro inferior mais próximo e inicie o movimento 
em leve flexão do quadril.
2. Realize a adução do quadril ao expirar.
3. Retorne à posição inicial ao inspirar.
162Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Manter a coluna sempre alinhada, evitando rotações e flexões;
- Manter a estabilidade e alinhamento pélvicos.
- Evitar a sobrecarga na cintura escapular;
- Estimular o alongamento axial;
- Manter os joelhos estendidos durante todo movimento;
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, retire uma das mãos do apoio na barra horizontal;
COMENTÁRIOS
 Indicado como educativo para pacientes com dificuldade na marcha por 
oferecer estímulos de fortalecimento da musculatura estabilizadora do quadril 
e coluna. Os adutores do quadril são responsáveis pela estabilização da pelve 
e são recrutados durante diversos movimentos de vida diária. O trabalho dos 
estabilizadores da marcha deve ser priorizado uma vez que esta habilidade é uma 
das mais prejudicadas por patologias neurológicas.
163Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
5. EXTENSION WITH CROSS SPRING
OBJETIVOS
Fortalecimento dos extensores do quadril e coluna, abdutores do quadril e 
flexores plantares do tornozelo. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, um membro inferior em flexão de quadril e joelho e pé apoiado 
no solo; o outro membro inferior deve estar em flexão de quadril e extensão de joelho 
com alça oposta fixa na planta do pé. Segure as barras verticais com as mãos, tendo 
ombros fletidos e cotovelos semi-flexionados.
2. Inspire antes de iniciar e expire realizando a extensão do quadril com leve abdução 
até a amplitude em que se mantêm a pelve e lombar neutras
3. Retorne à posição inicial inspirando.
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão lombar ou cervical, mas também não retificá-las.
164Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter a pelve na posição neutra.
- Evitar tensionar a cintura escapular;
- Manter a perna contralateral estável;
MODIFICAÇÕES
- Quanto mais baixa a fixação da mola, menor será a resistência para extensão 
do quadril e maior será a necessidade de ativação dos flexores do quadril.
- Quanto mais alta a fixação da mola, maior será a resistência para extensão.
- Para dificultar, posicione os membros superiores ao longo do corpo ou - 
combine a circundução do quadril nos dois sentidos.
COMENTÁRIOS
 A alça cruzada faz com que os músculos abdutores tenham que ser ativados 
para vencer a tendência de adução do quadril promovida pelas molas.
165Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
6. ARM FLEXION 
OBJETIVOS
Fortalecimento dos flexores do cotovelo. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, joelhos e quadris flexionados com pés apoiados no solo. 
Posicione os membros superiores ao lado do corpo, cotovelos estendidos e radio-
ulnar pronada, segurando as alças com as mãos.
2. Inspire e realize a flexão do cotovelo expirando.
3. Retorna à posição inicial inspirarando.
DICAS E CUIDADOS
- Manter pelve e coluna na posição neutra.
- Evitar tensão na cintura escapular.
- Evitar abdução dos ombrosdurante a realização do movimento.
- Evitar movimentos de flexão do punho durante a flexão do cotovelo
166Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Manter o quadril flexionado a 45 graus e joelhos estendidos sem apoio dos 
pés com o solo.
- Realizar somente o movimento de extensão e flexão dos punhos
- Realizar a flexãocotovelo, com a radio-ulnar em supinação.
- Realizar o exercício alternadamente. 
COMENTÁRIOS
 Apesar de um paciente hemiparético apresentar padrão flexão de membro 
superior, fortalecer essas estruturas se faz importante, uma fez que musculaturas 
com aumento de tônus não podem ser consideradas fortes. Além disso, não 
foram encontrados dados na literatura pesquisada que indica aumento do padrão 
patológico ao fortalecer essas estruturas.
167Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
7. COORDENATION STANDING
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores do ombro, extensores do cotovelo, rotadores e flexores da 
coluna, assim como o trasnverso abdominal.
INSTRUÇÕES
1. Em pé de costas para o aparelho, posicione os membros inferiores abduzidos na 
largura dos quadris. Segure as alças com as mãomantendo os cotovelos fletidos e 
radio-ulnar neutra.
2. Alternadamente realize a flexão do ombro, extensão do cotovelo e pronação da 
radio-ulnar simultaneamente. Ao mesmo tempo, flexione o quadril contralateral e 
apoie o pé à frente com leve flexão do joelho. O membro inferior de apoio irá estender 
o quadril como consequência do movimento. 
3. Retorna à posição inicial.
168Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão lombar;
- Não realizar a anteriorização da cabeça;
- Manter a coluna estável, sem rotações ou flexões contra as tendências.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, realize somente movimento dos membros superiores.
- Para facilitar realizar o exercício de forma concentrada.
COMENTÁRIOS
Indicado para pacientes com patologias que acarretem déficit de equilíbrio 
dinâmico e de coordenação motora, especialmente patologias que causem 
alterações na dinâmica da marcha. 
Se o paciente apresentar algum déficit de equilíbrio já pré-instalado, como uma 
ataxia ou uma alteração de tônus, molas de baixa resistência irão dificultar ainda 
mais a execução do exercício. 
Vale inicialmente utilizar molas de maior resistência para que ele consiga os 
benefícios oriundos da coordenação e não se sinta frustrado com a não realização 
do exercício.
169Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
8. FLYING
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores da coluna e do cotovelo. Alongar os flexores do ombro 
e da coluna.
INSTRUÇÕES
1. Decúbito ventral sobre o cadillac. Mantenha os ombros estendidos com flexão dos 
cotovelos apoiados sobre a coluna lombar segurando as alças nas mãos. Mantenha a 
cervical alinhada e inspire antes de iniciar o movimento.
2. Realize extensão da coluna cervical e torácica e lombar, mobilizando-as. Ao 
mesmo tempo estenda os cotovelos e hiperestenda os ombros ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirarando.
170Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.
- Manter a estabilidade escapular.
- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.
MODIFICAÇÕES
- Realizar somente movimento dos membros superiores;
- Colocar acessórios para auxiliar na ativação da musculatura adutora do 
quadril como uma bola pequena ou o Magic Circle.
COMENTÁRIOS
 Pacientes com doença de parkison, que apresentam padrão flexor corporal, 
necessitam de exercícios de extensão da coluna para melhora da consciência 
corporal e alinhamento global. 
A capacidade pulmonar, juntamente com os movimentos da caixa torácica 
devem ser enfatizados nestes pacientes. As molas de maior resistência facilitam e 
auxiliam o movimento de extensão do ombro e coluna.
171Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
9. FLYING 2
OBJETIVOS
Fortalecer extensores de coluna e extensores do ombro. Alongar os flexores da 
coluna.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral sobre o Cadillac. Mantenha os membros superiores no 
prolongamento do corpo segurando as alças com as mãos. Inspire antes de iniciar o 
movimento.
2. Realize extensão da coluna cervical e torácica e extensão dos ombros ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirarando.
172Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.
- Manter a estabilidade escapular.
- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, realize somente movimento de membros superiores.
- Pode utilizar acessórios para estimular a ativação da musculatura adutora 
do quadril, como uma bola pequena ou Magic Circle.
- Para dificultar, inverter o padrão respiratório.
COMENTÁRIOS
 Quando invertemos o padrão respiratório nos movimentos de extensão 
de coluna, estimulamos a expiração a ser realizada no curso do movimento, para 
que com ela, ativando os músculos abdominais, exista suporte para facilitar e 
estabilização lombo-pélvica evitando que uma hiperextensão lombar. 
Para algumas pessoas inverter o padrão torna-se muito difícil para coordenação 
da respiração com o movimento, o que é normal, visto que o padrão respiratório 
invertido vai “contra” a mecânica normal do movimento.
173Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
10. LOW TRÍCEPS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, joelho e quadris flexionados e pés apoiados no aparelho. 
Segurar a barra torre com as mãos com os ombros e cotovelos flexionados a 900. A 
barra torre deve estar presa a molas ascendentes. Inspire antes de iniciar o movimento.
2. Realize a extensão do cotovelo ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirarando.
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hiperextensão da cervical.
174Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter a estabilidade escapular.
- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.
- Evitar sobrecarga sobre os punhos.
MODIFICAÇÕES
- Pode-se utilizar acessórios para estimular a ativação dos adutores de quadril 
como uma bola pequena ou o Magic Circle.
- Colocar uma bola sob os membros inferiores em flexão de quadril e joelhos 
a 90 graus.
- Alterar o padrão respiratório: Inspirar em 3 tempos flexionando os cotovelos 
e expirar em 1 tempo fazendo a extensão completa do cotovelo.
COMENTÁRIOS
 Podemos variar o padrão respiratório para melhorar expansibilidade da 
caixa torácica e para aumentar o tempo de ativação concêntrica dos extensores 
do cotovelo.
175Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
11. OFFERING
176Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo e flexores dos ombros.
INSTRUÇÕES
1. Sentada, de costas para as alças de mãos, mantenha os membros inferiores 
com joelhos estendidos e quadris aduzidos. Inicie o movimento com os cotovelos 
flexionados a 90 graus segurando as alças com as mãos tendo a radio-ulnar em 
supinação.
2. Realize a extensão do cotovelo e flexão ombros ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirando.
DICAS E CUIDADOS
- Não realizar hieperextensão ou flexão lombar.
- Não realizar hiperextensão da coluna cervical.
- Manter a estabilidade escapular e pélvica.
- Manter alinhamento dos punhos.
- Ativar musculatura abdominal durante todo o movimento.
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, utilizar molas mais resistentes.
- Pode-se utilizar acessórios para proporcionar ativação dos adutores do 
177Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
quadril, como uma bola pequena ou um Magic Circle.
- Para facilitar, pode-se sentar sobre umacaixa ou outro apoio caso paciente 
não consiga manter a pelve neutra com os joelhos estendidos.
- Para facilitar, pode-se sentar com quadrilabduzido e joelhos flexionados 
envolvendo o aparelho com os membros inferiores.
- Para daptar, flexionar levemente os joelhos em busca do correto 
posicionamento da pelve pode ser uma alternativa;
- Alternar movimentos de pronação e supinação da radio-ulnar.
- Após a realização da flexão de ombro e extensão de cotovelo, realizar a 
extensão horizontal dos ombros e depois retornar à posição inicial.
COMENTÁRIOS
 Paciente com doença de parkison, esclerose múltipla, hemiplegias, entre 
outras patologias que apresentam padrão flexor corporal, se beneficiam de 
exercícios sentados, pois é nesta posição que os eretores de coluna são mais 
recrutados para a manutenção da postura e consequente ganho de consciência 
corporal e alinhamento global. 
A capacidade pulmonar, juntamente com os movimentos da caixa torácica 
devem ser enfatizados nestes pacientes.
178Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
12. POSTURAL CHANGE
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelhos, estimular o equilíbrio dinâmico.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para as barras verticais, com as molas fixas através das alças de 
coxa acima dos joelhos. Inspire antes de iniciar o movimento.
2. Realize a flexão do joelho e quadril do membro inferior à frente e a extensão do 
quadril e flexão do joelho do membro inferior atrás ao expirar.
3. Retornar à posição inicial inspirando e realize o movimento alternadamente.
DICAS E CUIDADOS
- Evitar transferir o peso corporal para o membro inferior atrás
179Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Solicitar ao paciente que “empurre o chão com o pé da frente” para retornar 
à posição inicial.
- Evitar a inversão do tornozelo.
- O membro inferior de trás também deve auxiliar no movimento de retorno 
à posição inicial.
- Ativar músculos do powerhouse para auxiliar na estabilidade do tronco.
- Estabilizar cintura escapular.
MODIFICAÇÕES
- Se o paciente necessitar ele pode segurar-se com as mãos nas barras do 
aparelho.
- Associar exercícios com membros superiores para dificultar.
COMENTÁRIOS
 Indicado para auxiliar pacientes com dificuldade nas trocas posturais, na 
marcha e com déficits de equilíbrio. 
As molas estão inseridas no contexto do exercício para facilitar a passagem 
da postura semi-ajoelhada para em pé. Pacientes com patologias neurológicas 
apresentam dificuldades nas trocas posturais com consequente impacto na 
realização de atividades funcionais. 
Podemos facilitar utilizando molas mais pesadas e diminuir a intensidade 
progressivamente até que o paciente não precise mais de auxílio.
180Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
13. ROLLING BACK WITH ROTATION
OBJETIVOS
Fortalecer musculatura extensora da coluna e do quadril, flexores do cotovelo e 
extensores horizontais do ombro.
INSTRUÇÕES
1. Sentada, de frente para as molas segure as alças com as mãos. Mantenha os 
joelhos estendidos e os ombros fletidos à frente do corpo. 
2. Realize a extensão da coluna e do quadril, mobilizando-a. Simultaneamente, 
associe a rotação da coluna com a flexão do cotovelo e extensão horizontal do ombro 
para o mesmo lado.
3. Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Mantenha os membros inferiores apoiados no aparelho o tempo todo.
- A pelve deve se manter neutra durante todo o movimento.
181Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Evitar anteriorização da cabeça;
- Caso paciente apresente muito encurtamento muscular em extensores do 
quadril pode-se flexionar levemente os joelhos para facilitar.
MODIFICAÇÕES
- Realizar o movimento por partes, primeiro a extensão da coluna e depois a 
rotação.
- Associar com padrões de contagens invertidos, como contar até 10 de trás 
para frente, por exemplo.
COMENTÁRIOS
 Indicado para pessoas com desvios posturais e pessoas que apresentem 
distúrbios de lateralidade ou assimetria corporal muito intensa. 
O profissional precisa saber graduar bem a escolha da intensidade da mola 
aplicaca aos pacientes. Neste caso, se ela for muito resistente o paciente terá 
dificuldade em extender a coluna, dificultando a mobilização da coluna.
182Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
14. SHOULDER BRIDGE
OBJETIVOS
Mobilizaçao de coluna e fortalecimento dos extensores do quadril, joelho e 
coluna.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal, com os membros superiores ao longo do tronco, quadril e 
joelhos flexionados e pés apoiados no aparelho. Posicione as alças acima dos joelhos.
2. Realize a extensão do quadril e joelhos mobilizando a coluna.
3. Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Mantenha o alinhamento dos tornozelos, joelhos e quadris, não deixando 
que o quadril abduza ou aduza.
183Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
 - Utilizar molas de menor resistência dificulta a extensão do quadril.
- Para dificultar, flexione os ombros até 90 graus.
- Para dificultar, associe movimentos de membros inferiores e superiores, 
utilizando ou não por acessórios.
- Realizar o exercício em flexão plantar.
- Realizar a extensão do quadril de maneira unilateral, com o membro 
contralateral sem contato com o solo, associando movimentos de flexão e extensão 
de joelhos e/ou quadril.
COMENTÁRIOS
As molas auxiliam na execução do movimento, fazendo uma leve tração nos 
membros inferiores à medida que o quadril estende. Essa tração proporciona em 
uma descompressão da articulação coxo-femora.
184Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
15. SIDE PLANK (WITH ARM ADUCTION)
OBJETIVOS
Fortalecer músculos estabilizadores de cintura escapular e pélvica. Fortalecer os 
flexores laterais da coluna, abdutores do quadril e adutores do ombro.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, apoie o cotovelo e antebraço no Cadillac mantendo a 
abdução do ombro e flexão do cotovelo. O membro superior livre deve estar com ombro 
abduzido a 90 graus, cotovelo estendido e segurando a alça com a mão. Mantenha os 
joelhos estendidos.
2. mantaneha a postura e realize a adução do ombro.
3. Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Manter o cotovelo de apoio alinhando com o ombro. 
185Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter a pelve alinhada com o restante do corpo.
- Ative musculatura abdominal.
MODIFICAÇÕES 
- Para facilitar, flexione o joelho do membro inferior de apoio mantando-o em 
contato com o solo.
- Para facilitar, posicionar um membro inferior a frente do outro.
- Para dificultar, abduzir o quadril do membro inferior livre e sutente em 
isometria durante todo o movimento.
- Associar movimentos de membros inferiores e superiores.
186Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
16. SQUAT
OBJETIVOS
Fortalecer extensores do quadril e joelhos. 
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para as molas, posicione alças de coxas logo acima dos joelhos. 
2. Realize a flexão quadril e joelho, mantendo o alinhamento corporal e flexionando 
os ombros à frente.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Realizar o movimento de forma lenta e controlada.
- Não realizar grande amplitude de movimento.
187Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Evitar a anteriorização da cabeça.
- Evitar compensações na cintura escapular.
- Não realizar hiperextensão lombar.
- Cuidado para não tirar o antepé do apoio durante a realização do exercício.
- Evitar rotações dos joelhos.
MODIFICAÇÕES
- Pode-se posicionar uma caixa atrás do paciente para aumentar a sensação 
de segurança, como se fosse um banco para sentar-se.
- Utilizar molas de menorresistência podem dificultar a execução.
- Realizar o exercício com os olhos fechados;
COMENTÁRIOS
 Indicado para auxiliar pacientes com dificuldade nas trocas posturais, na 
marcha e com déficits de equilíbrio.
188Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO
BARREL
189Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
1. ELBOW EXTENSION TIP
OBJETIVOS
Fortalecer extensores do cotovelo, flexores dos ombros e da coluna e transverso 
abdominal.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, com tornozelos em flexão plantar, joelhos estendidos em frente ao Barrel, 
pelo lado de fora do aparelho, apoie as duas mãos no aparelho com cotovelos 
estendidos e ombros fletidos a 90 graus.
2. Realize a flexão do cotovelo e extensão do ombro.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não anteriorizar.
- Não realizar hiperextensão lombar;
- Manter o alinhamento corporal como se o aluno fosse uma flecha.
190Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Manter os tornozelos em posição neutra.
- Aproximar-se do Barrel para facilitar o movimento.
- Afastar-se do Barrel para dificultar o movimento.
- Apoiar somente um membro inferior no solo e o outro permanece suspenso 
em extensão do quadril.
- Mudar a posição das mãos, segurando o barrel pelas laterais, alterando assim 
o movimento que passa de extensão e flexão para extensão e flexão horizonta.
- Discos de equilíbrio podem ser colocados sob os pés para dificultar o 
movimento.
COMENTÁRIOS
 Indicado para patologias que necessitam de um controle postural e de 
equilíbrio em posição ortostática. É um ótimo exercício para pacientes que 
ainda apresentem dificuldade realizar o exercício prancha, seja em função de 
fraqueza muscular em membros superiores, ou em flexores da coluna e trasnverso 
abdominal.
191Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2. SIDE BODY
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores laterais da coluna e mobilizar a coluna vertebral.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito lateral, sobre o barrel, apoie os pés sobre a base do barrel com joelhos 
estendidos, pelve e coluna neutras. Posicione os dorsos das mãos na testa com ombros 
abduzidos e cotovelos fletidos. Inspire antes de iniciar o movimento.
2. Realize a flexão lateral da coluna contra a gravidade ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirarando.
DICAS E CUIDADOS
- O dorso das mãos é colocado na testa para evitar a flexão cervical durante o 
movimento.
192Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Evitar desequilíbrios da pelve tanto para trás quanto para frente.
- Ativar o powerhouse.
MODIFICAÇÕES 
- Aproximar o barrel do paciente.
- Apoiar os pés no espaldar em posições mais altas.
- Aumentar o torque resistente estendendo os cotovelos e posicionando os 
membros inferiores no prolongamento do corpo. Pode-se ainda, utilizar bastões 
ou pesinhos para criar maior resistência.
- Associar movimentos de rotação da coluna com a flexão lateral;
- Realizar a flexão lateral em sua amplitude completa.
COMENTÁRIOS
Pacientes com Alzheimer beneficiam-se deste exercício por ser simples de 
realizar, o comando verbal e a demonstração dos exercícios pelo profissional 
auxiliam no aprendizado dos exercícios.
193Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3. STRETCHING AND MOBILIZATION
OBJETIVOS
Alongar os extensores do quadril e coluna. 
INSTRUÇÕES
1. Em pé, do lado de fora do barrel, flexione o quadril e joelho de um dos membros 
inferiores e apoie o pé em um degrau alto do espaldar. Segure com as mãos o espaldar 
no nível mais alto. Inspire antes de iniciar o movimento.
2. Realize a extensão do joelho e flexão da coluna ao expirar.
3. Retorne à posição inicial inspirando.
DICAS E CUIDADOS
- Pode usar a dica verbal de “crescer” o calcanhar para longe;
- Procure manter os joelhos estendidos ao final do movimento.
194Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Apoiar o pé mais abaixo no espaldar para facilitar.
- Mobilizar a coluna em flexão enquanto estende joelho.
- Apoiar o pé mais alto no espaldar para dificultar
195Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
4. SUPINE STRETCH
OBJETIVOS
Mobilizar coluna em extensão e flexão, alongar e fortalecer os extensores da coluna.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de costas para o barrel, mantenha os joelhos levemente flexionados. 
Membros superiores devem estar à frente do corpo, alinhados. Inspire antes de iniciar 
o movimento.
2. Expire e extenda a coluna mobilizando-a, inspire ao final do movimento.
3.Retorne à posição inicial flexionando a coluna ao expirar. 
DICAS E CUIDADOS
- Manter o posicionamento da cabeça em conformidade com o restante da coluna.
- A coluna deve ficar bem apoiada no barrel.
196Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Pode-se solicitar ao paciente que coloque as mãos apoiadas na nuca.
- Cuidar com tonturas e vertigens que o paciente possa apresentar, nesse 
caso, diminua a amplitude de movimento ou interrompa a execução.
MODIFICAÇÕES
- Quanto mais distante o paciente estiver do barrel, menor a amplitude de 
movimento e mais fácil será executar.
- Para dificultar, pode-se segurar pesinhos nas mãos, ou outros acessórios.
- Apoiar-se mais próximo ao topo do barrel para dificultar o movimento ao 
aumentar a amplitude de movimento.
- Para dificultar, aproximar os pés, diminuindo a base de apoio e aumento a 
instabilidade.
- Distribuir o peso corporal igualmente entre os dois pés.
COMENTÁRIOS
 Indicados para pacientes com hipercifose torácica, que apresentam 
fraqueza na musculatura flexora do tronco e dificuldade em manter-se em pé 
sobre uma base estável pequena. Fique atento quando diminuir a base de apoio 
do pacienteneste exercício. Pacientes acostumados a um padrão de marcha com 
base alargada, como os portadores de Parkinson, sentem maior dificuldade, tanto 
na extensão da coluna, quanto na manutenção da postura em bases de apoio 
menores.
197Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
A PRÁTICA COM O 
MÉTODO PILATES
EXERCÍCIOS NO
CHAIR
198Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
1. CALF
OBJETIVOS
Fortalecer os flexores plantares do tornozelo. 
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para cadeira, flexione um joelho e quadril e apoie o antepé sobre 
o pedal. O membro inferior de apoio deve estar com joelho estendido e quadril em 
leve extensão com o pé apoiado no solo. Mantenha a coluna alinhada com o membro 
inferior de apoio e apoie as mãos no assento da cadeira.
2. Realizar a flexão plantar do tornozelo contra a resistência das molas.
3. Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Manter estabilidade cintura escapular.
199Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter cabeça alinhada com o restante da coluna.
- Não realizar hiperextensão lombar.
- Não permitir que o joelho se movimente ou perca o apoio com a Chair.
- Não permitir elevação do calcanhar do membro inferior de apoio.
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar realize o movimento sem apoiar as mãos no assento da 
cadeira.
COMENTÁRIOS
 Indicado para pacientes com déficit equilíbrio, dificuldades em manter-se 
em pé com alinhamento da coluna, ou mesmo durante a marcha, seja por déficit 
em controle muscular ou falta de consciência corporal. 
Este exercício promove estímulos de forma mais segura para a estabilização 
do quadril, utilizando o apoio das mãos, para posterior controle mais complexo, 
sem auxilio dos membros superiores, exigindomais da consciência corporal e 
equilíbrio estático.
200Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
2. FOOTWORK – 
ONE LEG PUMP FRONT
OBJETIVOS
Fortalecer estabilizadores do quadril, trasnverso abdominal e extensores do 
joelho e quadril. 
OBS: Este exercício deve ser realizado com molas mais leves inicialmente, priorizando 
a estabilização do movimento.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para a cadeira, flexione o quadril e joelho de um dos membros 
inferiores e apoie o antepé sobre pedal da Chair. Mantenha os membros superiores à 
frente do corpo.
2.Realizar a extensão do quadril e joelho, empurrando o pedal para baixo.
3.Retornar à posição inicial.
201Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não perder a alongamento axial.
- Não realizar hiperextensão lombar;
- Manter o pé de apoio em posição neutra, evitando a inversão do tornozelo. 
- Evitar tensões em cintura escapular.
- Ao estender o joelho e quadril evite que o pedal toque no solo entre as 
repetições.
MODIFICAÇÕES
 - Apoiar as mãos na barra da 
cadeira para facilitar.
- Posicionar as mãos atrás da 
cabeça com ombros abduzidos e 
cotovelos fletidos.
- Utilizar acessórios em membros 
superiores para associar movimentos 
alternados por segmento.
- Utilizar acessórios que 
proporcionem uma superfície instável 
sobre o membro inferior de apoio, como discos de rotação ou espumas.
202Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
COMENTÁRIOS
 Além de indicado nas patologias ortopédicas relacionadas a articulação 
dos joelhos, pacientes que apresentam necessidade em estimular a atividade 
do glúteo médio e seletividade do quadril também são beneficiados por esse 
exercício devido a necessidade estabilizadora do membro inferior de apoio.
203Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
3. GOING UP AND FRONT 
WITH COORDENATION
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelhos. Estimular equilíbrio dinâmico e o 
controle excêntrico do movimento.
INSTRUÇÕES
1. Em pé, de frente para cadeira, flexione o quadril e o joelho de um dos membros 
inferiores e apoie o pé sobre o assento da Chair. O outro membro inferior deve estar 
com o pé sobre o pedal do aparelho. Segure as barras laterais com as mãos.
2. Realizar, primeiramente, a flexão dorsal e plantar do tornozelo do membro inferior 
sobre o pedal. Após, mantnha a flexão plantar e estenda o quadril e joelho do membro 
inferior a frente permitindo que o pedal eleve.
3.Retorne à posição inicial.
204Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
DICAS E CUIDADOS
- Evitar a flexão da coluna.
- Não realizar hiperextensão lombar;
- Evite sobrecarregar em membros superiores, principalmente punhos.
- Retornar completamente o pedal ao chão, de forma lenta e controlada, para 
realizar os movimentos de tornozelo antes de estender quadril e joelho novamente.
MODIFICAÇÕES
- Para dificultar, subir sem segurar nas barras.
- Para dificultar, pode-se ainda, associar movimentos de membros superiores 
com auxílio de acessórios, como faixas elástica, halteres e Magic Circle.
- Ainda, pode-se utilizar acessório para aumentar a instabilidade a apoio do 
membro inferior que está sobre o assento da Chair.
COMENTÁRIOS
 Uma vez que os tratamentos da maioria das patologias neurológicas buscam 
a melhora da capacidade funcional do paciente, este exercício pode ser utilizado 
como educativo, além de fortalecimento muscular, para diversas atividades do dia 
a dia, como subir e descer escadas, por exemplo. Se a execução inicialmente for 
muito difícil pode-se começar o exercícios com molas de maior resistência, apoio 
das duas mãos sobre a barra e sem associar os movimentos de tornozelo. Evolua 
progressivamente tornando a tarefa mais complexa.
205Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
4. FOOTWORK - ALTERNATE
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho. Fortalecer e estabilizar músculos 
eretores da coluna, favorecendo o alongamento axial.
INSTRUÇÕES
1. Sentado sobre os ísquios no assento da cadeira, mantenha os quadris e joelhos 
flexionados, coluna e pelve neutra, e os pés sobre pedais dissociados.
2. Realize a extensão do joelho e quadril de unilateral, enquanto o outro lado 
sustenta o pedal sem que haja movimentação porém, com certa resistência.
3. Repetir alternadamente e retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- O paciente deve sentar-se bem à frente no assento cadeira;
206Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Cuidado para não realizar retroversão ou anteversão da pelve.
- Evitar tensões excessivas em cintura escapular. 
MODIFICAÇÕES
- Manter os pés em posição neutra.
- Não segurar as barras de apoio para dificultar o movimento.
- Apoiar nos pedais com o antepé estimula o fortalecimento dos flexores 
platares.
COMENTÁRIOS
 Em se tratando de uma pequena base de suporte para o sentar, nossos 
pacientes terão bastante dificuldade em manter o alongamento axial, ocasionado 
tanto pela fraqueza de eretores de coluna, quanto também pelo encurtamento 
muscular da cadeia muscular posterior. 
Como uma opção para aumentar a amplitude do movimento pode-se solicitar 
que o paciente sente sobre uma caixa pequena, podendo diminuir o desconforte 
devido à pouca flexibilidade.
207Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
5. HOLDING BACK
OBJETIVOS
Fortalecer extensores do joelho e quadril. 
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito dorsal sobre a cadeira e o seu extensor, mantenha os ombros flexionados 
a 90 graus. Flexione os joelhos e quadril e apoie os pés sobre os pedais da Chair. 
2. Realizar a extensão do quadril e joelho.
3.Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não flexionar a coluna cervical durante o exercício.
- Não realizar hiperextensão da coluna lombar.
- Manter os pés apoiados sobre os calcanhares durante todo o movimento.
- Manter o alongamento axial nessa postura.
208Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Executar o mocimento de forma unilateral, mantendo o membro inferior 
livre com flexão de quadril e extensão de joelho. 
- Associar movimentos de membros superiores com o uso de acessórios 
como, halteres, faixa elástica ou Magic Circle.
- Pode-se utilizar o apoio sobre o antepé nos pedais dando ênfase ao 
fortalecimento dos flexores plantares do tornozelo.
COMENTÁRIOS
Alguns pacientes apresentam um padrão postural flexor acompanhado da 
retroversão de pélvica, como é o caso de pacientes com Alzheimer e Parkinson. 
Por outro lado, pacientes hemiparético tendem a apresentar anteversão da pelve. 
Este exercício se adequa aos dois perfis de pacientes, buscando sempre a pelve 
neutra.
209Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
6. SITTING SIDEWAYS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do quadril e joelho. Fortalecer e estabilizar músculos 
eretores da coluna, favorecendo o alongamento axial.
INSTRUÇÕES
1. Sentada de lado na cadeira, com membros inferiores abduzido, quadril e joelho 
flexionados, pelve e coluna neutra. Apoie um pé sobre o pedal da Chair e o outro sobre 
uma caixa. Mantenha os ombros fletidos a 90 graus a frente do corpo.
2.Realiza a extensão do quadril e joelho contra a resistência do pedal.
3.Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Cuidado para não realizar retroversão ou anteversão da pelve durante o 
movimento.
210Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
- Manter alongamento axial.
- Não realizar a flexão lateral da coluna associada ao movimento do pedal,procure manter estabilidade.
MODIFICAÇÕES 
- Para facilitar, pode-se posicionar uma caixa para pacientes com encurtamento 
muscular em cadeia posterior sentarem sobre.
- Associar movimentos com os membros superiores utilizando acessórios 
como faixa elástica e Tonning ball.
COMENTÁRIOS
 Alguns pacientes se beneficiam de exercícios que trabalham grandes 
amplitudes de movimento, como no caso do paciente com doença de Parkinson. 
Todos os exercícios em que o paciente necessita manter a manutenção da postura 
da coluna, sem auxílios externos, são exercícios que visam o recrutamento dos 
músculos eretores da coluna e musculatura abdominal estabilizadora, necessários 
nas atividades funcionais, como nas trocas posturais.
211Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
7. SWAN WITH ARM FLEXION
OBJETIVOS
Fortalecer extensores da coluna e dos ombros. Mobilizar coluna em extensão.
INSTRUÇÕES
1. Em decúbito ventral no solo de frente aos pedais da cadeia apoie as mãos no 
pedal. Mantenha os membros superiores no prolongamento do corpo com cotovelos 
estendidos.
2. Realize a extensão dos ombros contra a resistência dos pedais e, ao mesmo tempo 
estenda a coluna a coluna.
3. Retorne à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Evitar extensão excessiva da coluna cervical.
- Manter o alinhamento corporal, principalmente entre as cinturas escapular e pélvica
- Evitar tensionar músculos da cintura escapular.
212Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Colocar molas mais resistentes facilitam a extensão da coluna, mas dificultam 
a extensão do ombro.
- Colocar molas menos resistentes dificultam a extensão da coluna, mas 
facilitam a extensão do ombro.
- Colocar acessórios entre os membros inferior para estimular os adutores do 
quadril.
213Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
8. TRICEPS
OBJETIVOS
Fortalecer os extensores do cotovelo, quadril e joelhos. 
INSTRUÇÕES
1. De costas para o pedal da Chair, flexione quadril e joelhos e permaneça em flexão 
plantar. Segure o pedal do aparelho com as mãos, tendo os ombros em hiperextensão 
e em rotação interna. 
2. Realizar a extensão do cotovelo.
3. Retornar à posição inicial.
DICAS E CUIDADOS
- Manter a flexão do joelho durante o movimento.
- Manter o alinhamento corporal, alongamento axial.
214Karla Vergaças Seleme
PILATES NAS patologias NEUROLÓGICAS
MODIFICAÇÕES
- Para facilitar, pode-se sentar o aluno sobre uma caixa, com joelhos e quadril 
flexionados à 900 e pés apioados no solo.
- Fechar os olhos durante a realização do movimento.
COMENTÁRIOS
 Trabalhamos o equilíbrio graduando a tensão que a mola exerce durante 
o exercício. Se deixarmos o exercício ser realizado com molas menos resistentes, 
ficará muito mais intenso o estímulo para os membros inferiores e estabilizadores 
da coluna. 
Se optarmos por molas mais resistentes, será proporcionada maior estabilidade, 
menor recrutamento da musculatura de mebros inferiores, entretanto será maior 
a demando para os extensores do cotovelo. Escolha a resistência das molas de 
acordo com o objetivo traçado para seu paciente.

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