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Exercícios multisensoriais para idosos

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Exercícios multisensoriais 
no equilíbrio 
e na prevenção de quedas 
em idosos 
Ejercicios multisensoriales para el equilibrio y la 
prevención de caídas en personas mayores 
 
 
GEPAFI – Grupo de Estudos e Pesquisas 
sobre Atividade Física para Idosos 
PPGR/FEF – Programa de Pós-graduação 
da Faculdade de Educação Física 
UnB - Universidade de Brasília 
(Brasil) 
Juliana Nunes de Almeida Costa | 
Carolina D’Umbra Gonçalves 
Gisele Balbino Araujo Rodrigues | 
Ana Patrícia de Paula 
Márcio de Moura Pereira | Marisete 
Peralta Safons 
jubrennercosta@yahoo.com.br 
 
 
 
Resumo 
 Introdução: O processo de envelhecimento provoca perdas que levam à diminuição do equilíbrio e ao 
aumento da freqüência de quedas em idosos, contudo há carência na educação física para idosos de propostas 
de exercícios viáveis, técnica e economicamente, para a prevenção de quedas nesta 
população. Objetivos: avaliar o efeito de um circuito de Exercícios Multisensoriais no equilíbrio e no risco de 
quedas em idosos. Metodologia: 26 indivíduos idosos (6 homens, 20 mulheres; idade 68 ± 7,98 anos), 
completaram este estudo. Foram realizadas 10 sessões de Exercícios Multisensoriais, organizados em forma de 
circuito composto por 13 estações de treinamento, com 2 sessões semanais de 45 minutos. O equilíbrio e o risco 
de quedas foram avaliados antes e depois da intervenção pela Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e pelo cálculo 
do Índice de Possibilidade de Queda (IPQ), utilizando-se o Teste “t” pareado de Student na comparação das 
médias calculadas. Resultados: O programa de Exercícios Multisensoriais promoveu a melhora significativa do 
equilíbrio (p = 0,04) entre os escores obtidos pela EEB no pré (52,31 ± 5,12) e no pós-teste (53,81 ± 2,76) e 
redução do risco de quedas de 19,23% (IPQ de Alto Risco) no pré-teste para nenhum caso (100% com IPQ de 
Baixo Risco) no pós-teste. Conclusão: Verificou-se neste estudo que exercícios multisensoriais organizados em 
forma de circuito de treinamento são capazes de promover melhora no equilíbrio e de reduzir o risco de quedas 
em idosos. 
 Unitermos: Idoso. Exercícios multisensoriais. Equilíbrio. Quedas 
 
Abstract 
 Introduction: The aging process leads to balance reduction and increased incidence of falls among older 
people, however there is a lack of exercise proposals which are technically and economically viable to prevent 
fall in this population. Objectives: to evaluate the effect of a Multisensory Exercise Circuit on balance and risk 
of falls in elderly subjects. Methods: 26 older subjects (6 men, 20 women; age 68 ± 7,98 years), completed 
this study. Subjects participated in 10 sessions of Multisensory Exercises, in a circuit composed of 13 training 
stations, two times a week. The duration of each session was 45 minutes. Balance and risk of falls were evaluated 
before and after the intervention using the Berg Balance Scale (BBS) and calculating the Possibility of Fall index 
(PF). Data was analyzed through Student´s paired t-test. Results: The Multisensory Exercise Program improved 
significant diference in balance (p=0,04) when BBS scores were compared before (52,31 ± 5,12) and after (53,81 
± 2,76) intervention. The prevalence of individuals with high risk of falls was 19,23% before the exercise program 
and following participation in the intervention, all subjects had low risk of falls, according to PF 
scores. Conclusion: This study has demonstrated that multisensory exercises, organized as circuit training, are 
capable to improve balance and reduce the risk of falls among older people. 
 Keywords: Elderly. Multisensory exercises. Balance. Falls 
 
 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 135 - Agosto de 2009 
 
1 / 1 
 
Pulsa para ver el video (20.55 Mb) 
1. Introdução 
 As quedas e fraturas dos idosos brasileiros têm assumido proporções epidêmicas. A 
hospitalização por fratura de quadril, que é extremamente cara, aumenta aproximadamente 9% 
a cada ano. Estudos longitudinais demonstram que cerca de 50% das pessoas que caem e 
fraturam os quadris nunca mais serão caminhantes funcionais. Por outro lado, sabe-se que 
autonomia e independência são bons indicadores de saúde para o idoso e que estas variáveis são 
diretamente afetadas pelas quedas que, além de prejudicarem a qualidade de vida do idoso, 
ainda causam sérios prejuízos devido à imobilidade e à dependência em relação aos familiares e 
ao Estado (BRITTANY et al., 2006; REBELATTO E CASTRO, 2007; MS, 2007). 
 Com o aumento da expectativa de vida da população e dos altos custos financeiros com o 
tratamento de doenças prevalentes na velhice, as intervenções dirigidas aos idosos devem estar 
voltadas para os aspectos preventivos e não curativos. Dentre essas intervenções profiláticas, 
aquelas relacionadas à manutenção do equilíbrio e prevenção de quedas através de exercícios 
físicos, ocupam lugar de destaque, embora não exista consenso nos resultados (PEREIRA, GOMES 
e OLIVEIRA, 2007). 
 Em revisão sistemática sobre exercícios que melhorariam equilíbrio em pessoas idosas, feita 
na base Cochrane, foram avaliados 34 estudos envolvendo 2883 participantes, concluíram que 
os exercícios envolvendo marcha, equilíbrio, coordenação, exercícios funcionais, exercícios de 
força e exercícios múltiplos parecem ter grande impacto na melhora do equilíbrio. Contudo, 
exercícios envolvendo habilidades de equilíbrio parecem ser mais efetivos do que exercícios 
usuais, porém há limitações de evidências na literatura para efeitos duradouros (HOWE et 
al.,2007; BAKER et al.;2007; ELING e KURT, 2007; PEREIRA et al., 2008; GILLESPIE et al. 2008). 
 Está claro na literatura, portanto, que o declínio do desempenho físico e da independência 
funcional devido ao envelhecimento aumenta o risco de quedas. Está claro também que estes 
riscos podem ser minimizados com a prática de exercícios físicos. Entretanto, permanece a 
controvérsia quanto a qual modalidade física seria ideal para a prevenção dos riscos de queda. 
 De acordo com SPIRDUSO (2005), o treinamento dos mecanismos de equilíbrio aumenta a 
autoconfiança das pessoas mais idosas, melhora as suas capacidades funcionais e, 
conseqüentemente, sua mobilidade. Por isso, melhorar o desempenho em tarefas do dia-a-dia 
que demandam equilíbrio é fundamental para o acompanhamento e diagnóstico de possíveis 
alterações do equilíbrio em pessoas idosas. 
 Verifica-se, ainda, que a prevenção de quedas reduz a morbidade e mortalidade (GUIMARÃES 
e FARINATTI, 2005; CALLISAYA et al. 2009), minimizando o declínio das Atividades de vida diária, 
atividades físicas e sociais. Diversas propostas têm sido feitas em relação a exercícios preventivos 
para quedas, geralmente propondo trabalhos unidimensionais em que apenas uma variável é 
tratada dentro de cada prescrição, obrigando o idoso à realização de treinamentos múltiplos 
visando à melhora do equilíbrio e prevenção de quedas. 
 Entretanto, levando-se em conta a complexidade do fenômeno da queda e a situação real do 
idoso brasileiro, com limitações físicas e restrições financeiras, atendido basicamente pela rede 
pública de saúde (FPA, 2006), fazem-se necessárias pesquisas e projetos que desenvolvam 
intervenções de simples execução, baixo custo e facilmente replicáveis. 
 Exercícios organizados de maneira a trabalhar os principais sistemas envolvidos na 
manutenção da postura, que neste trabalho serão denominados de Exercícios Multisensoriais, são 
uma opção prática, simples, barata e de fácil implantação em escolas, praças, parques e postos 
de saúde. Isso faz desta atividade a resposta ideal para o aprendizado motor relacionado ao 
equilíbrio,promovendo uma melhora importante desta função e a prevenção em relação ao 
número de quedas em idosos. 
2. Objetivos 
 Este trabalho tem por objetivo desenvolver, testar e apresentar à comunidade científica uma 
proposta de atividade física integrada a espaços públicos como praças, parques e postos de 
saúde, utilizando equipamentos de fácil obtenção, manipulação e instalação com o objetivo de: 
• Melhorar o equilíbrio de pessoas idosas; 
• Prevenir quedas em idosos; 
• Propiciar a indivíduos idosos vivências e experiências de encontro, cooperação e 
superação; 
• Valorizar a prática da atividade física em idosos com ênfase na saúde. 
3. Métodos 
 O Estudo piloto de implantação do Circuito de Exercícios Multisensoriais foi realizado na 
Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (FEF-UnB) e consistiu em 2 etapas: na 
primeira etapa trabalhou-se o desenvolvimento do equipamento e na segunda foram avaliados 
os efeitos da sequência de exercícios sobre o equilíbrio e o risco de quedas no público alvo. 
3.1. Amostra 
 De acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta 
as pesquisas envolvendo seres humanos, a participação na pesquisa foi voluntária e deu-se após 
aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP-FS/UnB (Registro 109/2008) e 
após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
 A amostra foi selecionada entre idosos da comunidade, caracterizando-se como uma amostra 
de conveniência e foi composta por 26 idosos, de ambos os sexos, praticando exercícios 
multisensoriais. 
3.2. Protocolo de intervenção 
 O treinamento foi desenvolvido ao longo de 24 semanas, na forma de aulas de 45 minutos de 
duração, com uma freqüência de 2 práticas semanais de acordo com metodologia baseada em 
estudos prévios (FARINATTI et al.,2004; RIBEIRO e PEREIRA, 2005; ZAMBALDI et al., 2007). O 
programa de intervenção foi composto das seguintes fases: Alongamento com duração de 10 
minutos, Exercícios multisensoriais com duração de 30 minutos e Volta à Calma com 5 minutos 
de duração. 
 O equipamento foi organizado espacialmente na forma de um Circuito de Treinamento 
constituído de unidades autônomas e complementares, denominadas Estações, onde o 
treinamento pode ocorrer de forma individual ou em grupo. O circuito também permite que outros 
implementos possam ser acrescentados a cada estação de acordo com a necessidade de 
incremento de dificuldade conforme a progressão do aluno. Cada módulo foi estruturado de 
forma a facilitar a utilização intuitiva do circuito de treinamento, de maneira que cada usuário 
possa estruturar sua seqüência pessoal de exercícios sob orientação de um professor (SAFONS e 
PEREIRA, 2004). 
3.2.1. Detalhamento da proposta do circuito de exercícios multisensoriais 
 Os exercícios multisensoriais são desenvolvidos em 
forma de um circuito composto por treze 
estações que consistem em movimentos de cabeça, 
pescoço e olhos; exercícios de controle postural em 
várias posições (sentado, em apoio bipodal e unipodal, 
andando de frente, de costas, lateralmente, em flexão 
plantar e calcanhar); exercícios com olhos vendados e 
uso de superfície instável como descritos logo a seguir. 
O grau de dificuldade será aumentado ao longo do 
treinamento. Os exercícios são planejados levando-se 
em consideração a segurança dos praticantes. 
 As treze estações do circuito são dispostas em ordem 
que vai de “A” a “M”. O idoso pode começar os exercícios 
em qualquer uma destas estações e durante a aula, em 
tempos determinados, o idoso passa para próxima 
estação, completando duas voltas em um total de trinta 
minutos. 
 Para que o circuito seja pintado no chão (Figura 01), foram projetadas as 
seguintes dimensões totais e parciais: 
• Dimensão total do circuito – 15m x 15m 
• Distância de uma estação a outra – 1m 
• Tamanho da pegada – 0,34m x 0,14m (referente a um calçado 
masculino tamanho 42). 
3.2.2. Detalhamento dos exercícios que compõem cada estação do circuito 
 
Figura 01: Estações do Circuito de Equilíbrio 
• Estação “A”: Passadas laterais com deslocamento para direita e 
para esquerda. 
• Estação “B”: Exercício em apoio unipodal (direita e esquerda). 
 
• Estação “C”: Marcha sensibilizada (com o apoio apenas dos 
calcanhares) de costas. 
• Estação “D”: Marcha de costas, com o apoio total dos pés. 
• Estação “E”: “Acertar o alvo”, de costas, com as bolas 
acopladas por cordas nas laterais. 
• Estação “F”: Marcha sobre superfície instável (colchão). 
• Estação “G”: Marcha com o apoio apenas do terço anterior dos 
pés. 
• Estação “H”: Marcha, de frente, pernas afastadas, com o apoio 
total dos pés. 
• Estação “I”: Alcance multidirecional (níveis de dificuldade com 
alturas variadas, sendo estas representadas pelos números 
1,2,3). 
• Estação “J”: Marcha, de frente, pernas cruzadas, com o apoio 
total dos pés. 
• Estação “L”:“Bola na cesta” (níveis de dificuldade com 
distâncias variadas, sendo estas representadas pelos números 
1,2,3). 
 
• Estação “M”: Marcha com estreitamento de base e em trajeto 
circunferencial. 
• Estação “N”: Andar em linha reta para frente e para trás. 
3.3. Protocolo de avaliação 
Equilíbrio 
 Para avaliação do equilíbrio foi utilizada a Escala de Equilíbrio de Berg - EEB, que avalia o 
indivíduo em tarefas cotidianas (Anexo 01) e consiste em catorze itens pontuados de 0 a 4, 
perfazendo um total de 56 pontos, onde um índice igual ou menor a 36 está associado a 100% 
de risco de quedas. Este teste apresenta boa objetividade de teste-reteste (ICC=0,98), boa 
confiabilidade (0,96) e correlação de moderada a alta com outros instrumentos de avaliação 
funcional do equilíbrio (SANGLARD et al., 2007). 
3.4. Estatística 
 Este foi um estudo de caráter experimental, utilizando um Grupo Experimental (G1), submetido 
à pré-teste e pós-teste de verificação do Equilíbrio e do Risco de Queda, através da EEB - Escala 
de Equilíbrio de Berg e do IPQ – Índice de Possibilidade de Quedas (variáveis dependentes – VD), 
antes e depois de 24 semanas de intervenção com um Programa de Exercícios Multifatoriais 
(variáveis independentes - VI), de acordo com o desenho experimental mostrado na Tabela 1. 
Tabela 1. Desenho experimental do projeto 
VI VI VD VD 
EXERCÍCIOS 
MULTIFATORIAIS 
TEMPO EQUILÍBRIO IPQ 
G1 T1: pré-teste 
 T2: pós-teste 
Onde: VI – variáveis independentes; VD – variáveis dependentes. 
 Os cálculos de Média e Desvio Padrão foram utilizados na estatística descritiva. A comparação 
das médias obtidas no pré-teste e no pós-teste das variáveis dependentes foi feita feita através 
da aplicação de prova paramétrica (Teste “t” pareado de Student) testando a Hipótese Nula (H0) 
de que não haveria diferenças significativas entre os testes do grupo (THOMAS e NELSON, 2002; 
BISQUERRA et al., 2004). 
 Em todos os testes foi adotado um nível de significância menor ou igual a 5% (p£0,05). 
4. Resultados 
 Na análise descritiva, os 26 idosos que participaram deste estudo apresentaram média e 
desvio-padrão para idade, respectivamente, de 68,00±7,98 anos. Quanto ao número de quedas, 
verificou-se uma prevalência de 1,92 quedas por indivíduo nos últimos 4 anos. 
 O programa de Exercícios Multisensoriais promoveu a melhora significativa (p≤0,04) do 
equilíbrio entre os escores obtidos pela EEB (Tabela 2) no pré-teste (52,31 ± 5,12) e no pós-
teste (53,81 ± 2,76). 
 Observou-se, também, uma redução expressiva no risco de quedas. Este risco que era de 
19,23% no pré-teste (que corresponde a um IPQ de Alto Risco de queda) baixou para nenhumcaso no pós-teste (0%, que corresponde a um IPQ de Baixo Risco de queda). 
Tabela 2. Teste de equilíbrio (M ± DP) 
 EEB 
T1: pré-teste 52,31 ± 5,12 
T2: pós-teste 53,81 ± 2,76 * 
*p = 0,04 
5. Conclusão 
 Este estudo confirmou que a prática do Circuito de Exercícios Multisensoriais é capaz de 
incrementar equilíbrio de forma significativa em idosos. 
 Como é consenso na literatura científica que a melhora do equilíbrio e a redução de quedas 
são claramente objetivos a serem alcançados no trabalho com idosos, conclui-se que o Circuito 
de Exercícios Multisensoriais pode ser utilizado com esta finalidade, agregando as vantagens de 
ser de baixo custo, de fácil aplicação, de permitir o atendimento em grupos e de ser de grande 
versatilidade quanto a local, horário e roupas para sua prática. 
 Outros estudos são necessários, entre idosos praticantes de Circuito de Exercícios 
Multisensoriais, para se averiguar correlações entre o equilíbrio e as demais variáveis do 
condicionamento físico. 
Bibliografia 
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adults. Age and Ageing, v 36, p 375-381, 2007. 
• BISQUERRA, R.; SARRIERA, J. C.; MARTÍNEZ, F. Introdução à estatística: enfoque 
informático com o pacote estatístico SPSS. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
• BRITTANY, A.; MATSUMURA, M.D.; ANNE, F et al. Balance in Elderly. Clin Geriatr Med. v 
22, p 395-412, 2006. 
• CALLISAYA,M,L.;BLIZZARD,L.;SCHMIDT,M,D.;McGINLEY,J.L.;LORD,S.R.;SRIKANTH,V.K. 
A population-based study of sensorimotor factors affecting gait in older people. Age and 
Ageing, v 38, p 290-295, 2009. 
• ELING, D. B. e KURT, M. Effect of additional functional exercises on balance in elderly 
people. Clinical Rehabilitation, v 21, p 112-121, 2007. 
• FARINATTI, P. T. V.; LOPES, L. N. C. Amplitude e cadência do passo e componentes da 
aptidão muscular em idosos: um estudo correlacional multivariado. Revista Brasileira de 
Medicina do Esporte, v. 10, p.389-394, 2004. 
• FPA (Fundação Perseu Abramo). Idosos no Brasil: Vivências, desafios e expectativas na 
3ª Idade. 2007. Disponível em www.fpabramo.org.br . 
• GILLESPIE, L.D; GILLESPIE, W.J; ROBERTSON, M.C; LAMB, S.E; CUMMING, R.G; ROWE 
BH. Intervenciones para la prevención de caídas en las personas ancianas. Cochrane 
Database Syst Rev. n.2, 2008. 
• GUIMARÃES, J. M e FARINATTI, P. T. Análise descritiva de variáveis teoricamente 
associados ao risco de quedas em mulheres idosas. Revista Brasileira de Medicina e 
Esporte, v11, n 5, p 299-305, 2005. 
• MIYAMOTO, S.T. et al. Brazilian version of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res, 
v. 37, n. 9, p. 1411-1421, 2004. 
• MS (Ministério da Saúde). Envelhecimento e Saúde da pessoa Idosa. Cadernos de 
Atenção Básica, Brasília DF, n 19, 2007. 
• PEREIRA, M.M.; GOMES, L.; OLIVEIRA, R.J. Síncopes e quedas na prática do Tai Chi 
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2007. http://www.efdeportes.com/efd112/sincopes-e-quedas-na-pratica-do-tai-chi-
chuan-em-idosos.htm 
• PEREIRA, M.M.; OLIVEIRA, R.J.; SILVA, M.A.F.; SOUZA, L.H.R.; VIANNA, L.G. Efeitos do 
Tai chi chuan na força dos músculos extensores dos joelhos e no equilíbrio em mulheres 
idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 2, p. 121-6, 2008. 
• REBELATTO ,J.R.; CASTRO,A.P. Efeito de um programa de revitalização de adultos sobre 
a ocorrência de quedas dos participantes. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 11, n. 5, 
p 383-389, 2007. 
• RIBEIRO, A. S. B.; PEREIRA, J. S. Melhora do equilíbrio e redução da possibilidade de 
queda em idosas após os exercícios de Cawthorne e Cooksey. Revista Brasileira de 
Otorrinolaringologia, v 71, n 1, p 38-46, 2005. 
• SAFONS, M.P.; PEREIRA, M. M. Circuito de treinamento físico para idosos: um relato de 
experiência. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 10, n. 74, p. efd74, 
2004. http://www.efdeportes.com/efd74/idosos.htm 
• SANGLARD, R.C.F.; PEREIRA, J.S.; HENRIQUES, G.R.P.; GONÇALVES, G.B. A influência 
do isostretching nas alterações do equilíbrio em idosos. Revista Brasileira Ciência e 
Movimento, v 15, n 2, p 63-71, 2007. 
• SPIRDUSO, W.W. Equilíbrio, Postura e Locomoção. Dimensões Físicas do 
Envelhecimento, ed Manole, São Paulo, p 168 – 199, 2005. 
• THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3.ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2002. 
• ZAMBALDI, P. A.; COSTA, T.A.B.N.; DINIZ, G.C.L.M et al. Efeito de um treinamento de 
equilíbrio em um grupo de mulheres idosas da comunidade: estudo piloto de uma 
abordagem específica, não sistematizada e breve. Acta Fisiatr., v 14,n 1, p 17 – 24, 2007. 
Anexo. Avaliação do equilíbrio 
Escala de equilíbrio funcional de Berg - Versão Brasileira 
Nome ____________________________________ Data __________ 
Local _______________________ Avaliador____________________ 
Descrição do item ESCORE (0-4) 
1 . Posição sentada para posição em pé _____ 
2 . Permanecer em pé sem apoio _____ 
3 . Permanecer sentado sem apoio _____ 
4 . Posição em pé para posição sentada _____ 
5 . Transferências _____ 
6 . Permanecer em pé com os olhos fechados _____ 
7 . Permanecer em pé com os pés juntos _____ 
8 . Alcançar a frente com os braços estendidos _____ 
9 . Pegar um objeto do chão _____ 
10. Virar-se para olhar para trás _____ 
11. Girar 360 graus _____ 
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau_____ 
13. Permanecer em pé com um pé à frente _____ 
14. Permanecer em pé sobre um pé _____ 
Total _____ 
Instruções gerais 
 Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão escritas. Ao pontuar, 
registrar a categoria de resposta mais baixa, que se aplica a cada item. 
 Na maioria dos itens, pede-se ao paciente para manter uma determinada posição durante um 
tempo específico. Progressivamente mais pontos são deduzidos, se o tempo ou a distância não 
forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem próximo 
do paciente) ou fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador. Os pacientes devem 
entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam as tarefas. As escolhas sobre 
qual perna ficar em pé ou qual distância alcançar ficarão a critério do paciente. Um julgamento 
pobre irá influenciar adversamente o desempenho e o escore do paciente. Os equipamentos 
necessários para realizar os testes são um cronômetro ou um relógio com ponteiro de segundos 
e uma régua ou outro indicador de: 5; 12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem 
ter uma altura adequada. Um banquinho ou uma escada (com degraus de altura padrão) podem 
ser usados para o item 12. 
1. Posição sentada para posição em pé 
Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar. 
( ) 4 capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente 
( ) 3 capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos 
( ) 2 capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas 
( ) 1 necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se 
( ) 0 necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se 
2. Permanecer em pé sem apoio 
Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos 
( ) 3 capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão 
( ) 2 capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio 
( ) 1 necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio 
( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio 
 Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número total de 
pontos para o itemNo. 3. Continue com o item No. 4. 
3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão ou 
num banquinho 
Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços cruzados por 2 minutos. 
( ) 4 capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos 
( ) 3 capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão 
( ) 2 capaz de permanecer sentado por 30 segundos 
( ) 1 capaz de permanecer sentado por 10 segundos 
( ) 0 incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos 
4. Posição em pé para posição sentada 
Instruções: Por favor, sente-se. 
( ) 4 senta-se com segurança com uso mínimo das mãos 
( ) 3 controla a descida utilizando as mãos 
( ) 2 utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida 
( ) 1 senta-se independentemente, mas tem descida sem controle 
( ) 0 necessita de ajuda para sentar-se 
5. Transferências 
Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra para uma 
transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-se de uma cadeira com apoio de braço 
para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras (uma com 
e outra sem apoio de braço) ou uma cama e uma cadeira. 
( ) 4 capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos 
( ) 3 capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos 
( ) 2 capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão 
( ) 1 necessita de uma pessoa para ajudar 
( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa com segurança 
6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados 
Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança 
( ) 3 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão 
( ) 2 capaz de permanecer em pé por 3 segundos 
( ) 1 incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se em pé 
( ) 0 necessita de ajuda para não cair 
7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos 
Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar. 
( ) 4 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com 
segurança 
( ) 3 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com 
supervisão 
( ) 2 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 30 segundos 
( ) 1 necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos 
durante 15 segundos 
( ) 0 necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por 15 
segundos 
8. Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé 
Instruções: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar a frente o mais longe 
possível. O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço estiver a 
90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida a ser registrada 
é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo 
que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente para usar ambos os braços para evitar 
rotação do tronco. 
( ) 4 pode avançar à frente mais que 25 cm com segurança 
( ) 3 pode avançar à frente mais que 12,5 cm com segurança 
( ) 2 pode avançar à frente mais que 5 cm com segurança 
( ) 1 pode avançar à frente, mas necessita de supervisão 
( ) 0 perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo 
9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé 
Instruções: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés. 
( ) 4 capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança 
( ) 3 capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão 
( ) 2 incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o equilíbrio 
independentemente 
( ) 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando 
( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair 
10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto 
permanece em pé 
Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo sem 
tirar ospés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito.(O examinador poderá pegar um 
objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento). 
( ) 4 olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição do peso 
( ) 3 olha para trás somente de um lado, o lado contrário demonstra menor distribuição do peso 
( ) 2 vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio 
( ) 1 necessita de supervisão para virar 
( ) 0 necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair 
11. Girar 360 graus 
Instruções: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-se completamente ao 
redor de si mesmo em sentido contrário. 
( ) 4 capaz de girar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos 
( ) 3 capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos 
( ) 2 capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente 
( ) 1 necessita de supervisão próxima ou orientações verbais 
( ) 0 necessita de ajuda enquanto gira 
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto 
permanece em pé sem apoio 
Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que cada pé 
tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes. 
( ) 4 capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 8 
movimentos em 20 segundos 
( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em mais que 
20 segundos 
( ) 2 capaz de completar 4 movimentos sem ajuda 
( ) 1 capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda 
( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair 
13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente 
Instruções: (demonstre para o paciente) Coloque um pé diretamente à frente do outro na mesma 
linha; 
se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente do outro pé e 
levemente para o lado. 
( ) 4 capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e permanecer 
por 30 segundos 
( ) 3 capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado, 
independentemente, e permanecer por 30 segundos 
( ) 2 capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos 
( ) 1 necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos 
( ) 0 perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar de pé 
14. Permanecer em pé sobre uma perna 
Instruções: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar. 
( ) 4 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 10 segundos 
( ) 3 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos 
( ) 2 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 3 segundos 
( )1 tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora permaneça 
em pé independentemente 
( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair 
Escore total (Máximo = 56) 
Fonte: MIYAMOTO, S.T. et al. Brazilian version of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res , 
vol.37, n.9, p 1411-1421, 2004.

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