Usucapião: Aquisição de Propriedade

Prévia do material em texto

Usucapião 
É forma de aquisição da propriedade através de prescrição aquisitiva. Serve também para a aquisição de outros direitos reais. As causas que suspendem ou interrompem a prescrição também valem para o usucapião (CC, art. 1224).
Não há usucapião entre cônjuges na constância do casamento.
Não há usucapião entre ascendentes e descendentes na pendência do poder familiar.
Não há prescrição contra os absolutamente incapazes (CC, art. 198).
O usucapião extraordinário é previsto no art. 1238 do CC. Exige:
ânimo de dono;
posse contínua;
posse mansa;
posse pacífica;
posse de 15 anos (reduzida para 10 se o possuidor estabeleceu moradia no imóvel ou realizou serviços produtivos).
O usucapião extraordinário não demanda justo título e boa-fé.
O usucapião ordinário é previsto no art. 1242 do CC. Exige o seguinte:
* animo de dono;
posse contínua;
posse mansa;
posse pacífica;
posse de 10 anos (reduzida para 05 se o possuidor adquiriu onerosamente o imóvel e nele estabeleceu moradia no imóvel ou realizou serviços produtivos);
boa-fé;
justo título.
Segundo o art. 2029 do CC, até dois anos após a entrada do CC/02, os prazos de usucapião para o possuidor que estabeleceu moradia no imóvel são acrescidos de 02 anos.
O usucapião especial rural, pro labore, é previsto no CC, art. 1239 e na CF/88, art. 191. Exige o seguinte:
ânimo de dono;
posse contínua;
posse mansa;
posse pacífica;
posse de 05 anos(tendo estabelecido moradia e tornar produtivo o imóvel);
imóvel de até 50 hectares.
Não se trata de usucapião que exige justo título e boa-fé.
O usucapião especial urbano, previsto no art. 183 da CF/88, exige o seguinte:
ânimo de dono;
posse contínua;
posse mansa;
posse pacífica;
posse de 05 anos ( não sendo proprietário de outro imóvel, tendo estabelecido nele moradia);
imóvel de até 250 metros quadrados.
O usucapião de bens móveis exige (CC. Arts. 1260/1261):
Animo de dono;
Posse mansa;
Posse pacífica;
Posse contínua;
Prazo de 03 anos, justo título e boa-fé (usucapião ordinário);
Prazo de 05 anos (usucapião extraordinário).
Frise-se que tal usucapião só pode ser concedido ao possuidor uma vez e não cabe em bens públicos. Também não é válido para terreno sem construção, pois exige moradia. Não se trata de usucapião que exige justo título e boa-fé.
Merece também registro o usucapião coletivo, previsto na Lei 10257/01. Exige que a área a ser objeto de usucapião seja maior do que 250 metros quadrados, ocupada por população de baixa renda para sua moradia por 05 anos, não sendo possível identificar os terrenos ocupados individualmente.
Após esta minudente especificação das modalidades de usucapião, fica claro que os pressupostos do usucapião são os seguintes:
Coisa suscetível de usucapião;
Posse;
Decurso de certo lapso temporal;
Justo título (apenas no usucapião ordinário);
Boa fé (apenas no usucapião ordinário).
Não há, segundo a doutrina majoritária, usucapião de bens públicos e bens fora do comércio.
Cabe usucapião de imóvel rural inferior ao módulo rural.
Cabe usucapião de bem tido como inalienável por ato jurídico.
Não tem ânimo de dono, não podendo usucarpir, o locatário e o comodatário.
Para existir usucapião a posse deve ser contínua, sem intervalos. Contudo, se o que postula usucapião mudou-se para outro local, mas manteve posse com ânimo de dono, ainda assim cabe falar em usucapião.
Cabe, na contagem de tempo para fins de usucapião, a soma dos tempos de outras posses. Conta-se o tempo por dias, não por horas. A contagem começa a fluir no dia seguinte ao da posse.
A ação de usucapião, com rito especial, é prevista no CPC, arts. 941/945. Exige prova atual da posse. Deve ser ajuizada no foro de situação da coisa. Exige a juntada, na exordial, da planta da área a ser usucarpida. Demanda intervenção do Ministério Público. Requer citação do proprietário e dos confinantes do imóvel. Por ser ação real imobiliária, requer a citação também dos cônjuges. Há necessidade de intimação da exordial da Fazenda Pública federal, estadual e municipal