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Dir Const - Ponto - Vicente Paulo - exercícios 11 - Controle de Constitucionalidade das leis

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CURSOS ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROF. VICENTE PAULO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA Nº 11: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 
Iniciaremos, hoje, os comentários às questões sobre controle de 
constitucionalidade das leis, assunto que certamente representa o 
maior grau de dificuldade nas provas de Direito Constitucional. 
Digo isso pela minha experiência em sala de aula, em que ministro esse 
assunto em quatro encontros semanais de quase quatro horas cada um, 
e no final ainda tem gente não sabendo a distinção entre uma ação 
direta e um mandado de segurança! Explico e explico as distinções entre 
as vias concentrada e difusa e, ao final das aulas, ainda tem candidato 
criando uma terceira via, que eu chamo de via confusa! 
Bem, a explicação para isso é muito simples. O assunto controle de 
constitucionalidade, dentre todos os estudados no Direito Constitucional, 
é certamente aquele que está mais distante do nosso dia-a-dia. Se o 
candidato não for bacharel em Direito, se não praticar atividade forense, 
certamente ele ouvirá pela primeira vez expressões do tipo amicus 
curiae, eficácia erga omnes, inconstitucionalidade pro futuro – e tantas 
outras que são próprias, usuais no estudo do controle de 
constitucionalidade. 
Moral da história: o assunto controle de constitucionalidade das leis 
exige um estudo acurado, sem pressa. Você deve estudá-lo como se 
fosse uma disciplina à parte, que exigirá de você uma visão de todo o 
sistema de fiscalização da validade das leis. Não adianta ficar decorando 
aqui e ali, sem entender o todo, sem saber do que está falando! 
Portanto, conselho de amigo: se você ainda não fez esse estudo 
tranqüilo, que o faça agora, antes de iniciar a resolução dos exercícios 
desta aula – senão os meus comentários soarão como grego para você 
(e não há nenhuma expressão grega nesse assunto, há muitas em 
latim!). 
Mas, como sempre, todo o esforço tem a sua recompensa! Quem acerta 
uma questão difícil sobre controle de constitucionalidade numa prova 
passa na frente de milhares de candidatos! Ora, em diversos outros 
assuntos do Direito Constitucional – processo legislativo etc. – os 
candidatos estão praticamente nivelados, porque são tópicos de fácil 
aprendizado, que só exigem uma boa leitura e capacidade de 
memorização! Agora, em controle de constitucionalidade a coisa é 
diferente, o que contará na hora da prova será a condição que você teve 
de entender (e não decorar!) o assunto, principalmente quando a 
questão é apresentada nas famosas situações hipotéticas, nos casos 
práticos! Quem só decorou, dançou! Quem entendeu, passou! Escolha 
agora em que grupo você quer ficar – e bons estudos! 
1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Assinale a opção correta. 
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a) Os tribunais de justiça nos Estados podem desempenhar o controle 
abstrato de leis estaduais e municipais em face diretamente da 
Constituição Federal. 
b) Somente o Supremo Tribunal Federal (STF) é competente para 
desempenhar o controle incidental de constitucionalidade no Brasil. 
c) Qualquer indivíduo que tenha sofrido afronta a um direito 
fundamental pode ajuizar uma ação por descumprimento de preceito 
fundamental, perante o STF, desde que tenha exaurido os meios 
ordinários para restaurar o seu direito. 
d) As decisões de mérito do Supremo Tribunal Federal, tanto na ação 
direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de 
constitucionalidade, possuem efeito vinculante para os demais tribunais 
e para a Administração Pública, independentemente de a decisão ser 
sumulada pela Corte. 
e) Em nenhum caso, decisão administrativa de tribunais ou as normas 
do seu regimento interno podem ser objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade. 
Gabarito: “D” 
A assertiva “A” trata do controle abstrato nos estados-membros, mas, 
antes de chegarmos ao controle abstrato nos estados, vamos revisar, 
sucintamente, as duas vias de controle de constitucionalidade no Brasil: 
a via concreta e a via abstrata. 
No controle de constitucionalidade no Brasil, uma lei pode ser 
impugnada em concreto (diante de ofensa a direito, em determinado 
caso concreto submetido à apreciação do Poder Judiciário), ou em 
abstrato (quando a lei é impugnada “em tese”, sem vinculação a um 
caso concreto). 
No controle concreto, qualquer pessoa prejudicada por uma lei pode 
requerer, em qualquer processo concreto submetido à apreciação do 
Poder Judiciário, perante qualquer juiz ou tribunal, a declaração da 
inconstitucionalidade dessa lei, com o fim de afastar a sua aplicação a 
esse caso concreto (eficácia inter partes). 
Os pontos importantes dessa noção sobre controle concreto são os 
seguintes: (a) legitimação ativa: qualquer pessoa prejudicada pela lei; 
(b) competência para realizar o controle: qualquer juiz ou tribunal do 
Poder Judiciário, no âmbito de sua competência; (c) ações do controle: 
qualquer processo submetido à apreciação do Poder Judiciário, exceto as 
ações do controle abstrato; (d) eficácia da decisão do Poder Judiciário: 
eficácia somente para as partes do processo (inter partes). 
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No controle abstrato, somente os legitimados pela Constituição 
poderão requerer, numa ação especial, submetida à apreciação do 
tribunal de cúpula do Poder Judiciário, a declaração da 
constitucionalidade ou da inconstitucionalidade de uma lei, em tese, 
com o fim de proteger a harmonia do ordenamento jurídico, com 
eficácia geral (erga omnes). 
Os pontos importantes dessa noção sobre controle abstrato são os 
seguintes: (a) legitimação: somente os legitimados pela Constituição; 
(b) competência para realizar o controle: somente os tribunais de cúpula 
do Poder Judiciário (STF e TJ); (c) ações do controle: ADIN, ADIN POR 
OMISSÃO, ADECON e ADPF; (d) eficácia da decisão do Poder Judiciário: 
eficácia geral, atingindo todos os destinatários da lei (erga omnes). 
Temos dois tipos de controle abstrato no Brasil: um perante o Supremo 
Tribunal Federal (STF) e outro perante os Tribunais de Justiça (TJ). 
Cuidado! É importantíssimo você saber separá-los bem na hora da 
prova! Sério mesmo, trata-se de um dos pontos mais cobrados em 
concurso sobre controle de constitucionalidade! Todo examinador sabe 
da confusão que os candidatos tendem a fazer com esses dois controles 
abstratos! 
No STF, o controle abstrato é realizado por meio de quatro ações 
especiais, cada qual com objeto distinto, a saber: 
a) ADECON: nessa ação, o STF aprecia leis e atos normativos federais 
em face da CF; 
b) ADIN: nessa ação, o STF aprecia leis e atos normativos federais, 
estaduais e do Distrito Federal (desde que referentes à competência 
estadual) em face da CF; 
c) ADIN POR OMISSÃO: nessa ação, o STF aprecia omissões federais, 
estaduais e do Distrito Federal (desde que referentes à competência 
estadual) quanto ao dever de regulamentar direito previsto na CF; 
d) ADPF: nessa ação, o STF aprecia leis e atos normativos federais, 
estaduais, distritais e municipais em face da CF. 
No TJ, o controle abstrato é de normas estaduais e municipais em face 
da Constituição Estadual, conforme prevê o art. 125, § 2º, da 
Constituição Federal. Esse controle – de normas estaduais e municipais 
em confronto com a Constituição Estadual – será realizado nas ações 
abstratas que o Estado decidir instituir na sua Constituição. Poderão os 
Estados instituir todas as ações do controle abstrato hoje existentes 
perante o STF (ADIN, ADIN POR OMISSÃO, ADECON e ADPF), mas o 
ente federado não está obrigado a instituir todas elas. 
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Observeque o STF realiza controle abstrato em face da Constituição 
Federal, enquanto o TJ realiza controle abstrato em confronto com a 
Constituição Estadual. 
Feita essa sucinta revisão (os detalhes sobre esses controles serão 
estudados ao longo desta aula, nos comentários aos exercícios), 
passemos aos comentários da questão da Esaf. 
A assertiva “A” está errada porque os tribunais de justiça não realizam 
controle abstrato em face da Constituição Federal. Eles só dispõem de 
competência para realizar controle abstrato de normas estaduais e 
municipais em face da Constituição Estadual (art. 125, § 2º). A 
competência para a realização de controle abstrato em confronto com a 
Constituição Federal é exclusiva do STF. 
A assertiva “B” está errada porque o controle incidental (concreto) é 
realizado por qualquer tribunal ou juiz do Poder Judiciário. Diante de um 
caso concreto, qualquer juiz ou tribunal do Poder Judiciário pode 
declarar a inconstitucionalidade de uma lei, para afastar a sua aplicação 
a esse caso concreto. 
A assertiva “C” está errada porque a argüição de descumprimento de 
preceito fundamental – ADPF só pode ser proposta por um dos 
legitimados pela Constituição, enumerados no art. 103, I ao IX, da 
Constituição. Todas as ações do controle abstrato perante o STF têm os 
mesmos legitimados, que são os apontados no art. 103, I ao IX, da 
Constituição. 
A assertiva “D” está certa, porque, de fato, as decisões de mérito do 
STF na ADIN e na ADECON possuem efeito vinculante em relação aos 
demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e 
indireta, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal (art. 102, § 
2º). 
Significa dizer que nenhum outro órgão do Poder Judiciário, ou nenhum 
órgão ou entidade da Administração Pública direta e indireta, nas 
esferas federal, estadual, distrital ou municipal poderá desrespeitar a 
decisão do STF em ADIN e ADECON. Se o STF declarou a 
inconstitucionalidade, não poderão os demais órgãos do Poder Judiciário 
ou a Administração Pública dar aplicação à lei. Se o STF declarou a 
constitucionalidade, não poderão os demais órgãos do Poder Judiciário 
ou a Administração Pública negar aplicação à lei. 
Importante destacar que o efeito vinculante das decisões do STF não 
alcança o próprio STF, nem o Poder Legislativo, no tocante à função 
legislativa. Significa dizer que a declaração da inconstitucionalidade de 
uma lei em ADIN ou ADECON pelo STF não impede que o Poder 
Legislativo edite nova norma de conteúdo semelhante. 
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Veja que a parte final do enunciado diz “independentemente de a 
decisão ser sumulada pela Corte”. Não há que se falar em aprovação de 
súmula para as decisões do STF no controle abstrato. Por que não? Ora, 
se as próprias decisões do STF no controle abstrato já são dotadas, por 
si sós, de eficácia erga omnes e efeito vinculante, qual seria o sentido 
de se aprovar uma súmula sobre a matéria? Entenderam? Seria “chover 
no molhado” aprovar uma súmula vinculante para uma decisão que já é, 
por si só, dotada de efeito vinculante! 
A assertiva “E” está errada porque regimentos e decisões 
administrativas dos tribunais do Poder Judiciário, que possuam conteúdo 
normativo, podem ser impugnados em ADIN perante o STF. 
Cuidado! Embora a denominação do instituto seja “controle de 
constitucionalidade das leis”, não é correto afirmar que somente as leis 
em sentido estrito (isto é, aprovadas pelo Legislativo e sancionadas pelo 
chefe do Executivo) podem ser objeto de controle de 
constitucionalidade. Atos administrativos em geral, que possuam 
conteúdo normativo, também podem ser objeto de controle de 
constitucionalidade, inclusive por meio de ADIN. 
A título de exemplo, cito as seguintes espécies normativas que podem 
ser impugnadas em ADIN perante o STF, desde que possuam conteúdo 
normativo: 
a) emendas à Constituição Federal, bem assim dispositivos da 
Constituição dos Estados-membros; 
b) leis federais e estaduais (ordinárias, complementares, delegadas) ou 
do Distrito Federal, desde que no desempenho de atribuições estaduais; 
c) tratados internacionais; 
d) medidas provisórias federais e estaduais; 
e) decretos do Presidente da República e do Governador de Estado 
(desde que não sejam regulamentares); 
f) decretos legislativos que aprovem tratados internacionais; 
g) decretos do Presidente da República que promulguem os tratados e 
convenções internacionais; 
h) decretos legislativos do Congresso Nacional que suspendam a 
execução dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa, nos termos 
do art. 49, V, da CF; 
i) regimentos dos tribunais do Poder Judiciário; 
j) atos de pessoa jurídica de Direito Público da União e dos Estados; 
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l) pareceres normativos do Poder Executivo aprovados pelo Presidente 
da República ou pelo Governador de Estado; 
m) resoluções e decisões administrativas dos tribunais do Poder 
Judiciário. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Uma lei declarada inconstitucional pelo 
STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade, como regra geral, 
a) não pode ser reeditada pela Casa Legislativa que a votou, sob pena 
de ofensa à autoridade da decisão da Suprema Corte. 
b) é considerada inválida desde quando editada, e, portanto, desde 
antes da decisão do STF. 
c) somente deixa de produzir efeitos jurídicos a partir do trânsito em 
julgado da decisão do STF. 
d) somente é considerada excluída do ordenamento jurídico depois de 
suspensa a sua vigência pelo Senado Federal. 
e) somente deixa de ser considerada válida nas relações jurídicas de 
que faça parte o autor da ação. 
Gabarito: “B” 
Essa questão nos remete ao estudo dos efeitos da decisão do STF em 
ADIN. 
Em regra, a decisão do STF em ADIN é dotada de: 
a) eficácia erga omnes – alcança todos os destinatários da lei; 
b) efeitos ex tunc – a decisão retroage à data da edição da lei, 
reconhecendo a invalidade da lei desde o seu nascimento; 
c) efeito vinculante – os demais órgãos do Poder Judiciário e a 
Administração Pública direta e indireta nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal não poderão desrespeitar a decisão firmada pelo 
STF; 
d) efeito repristinatório tácito – a declaração da inconstitucionalidade da 
lei torna aplicável a legislação anterior acaso existente, que havia sido 
revogada pela lei agora declarada inconstitucional. 
Entretanto, por razões de segurança jurídica ou diante de relevante 
interesse social, poderá o STF, ao proclamar a inconstitucionalidade, 
desde que por deliberação de dois terços dos seus membros: 
a) restringir os efeitos da sua decisão – restringir o alcance geral 
(eficácia erga omnes) ou o efeito repristinatório tácito da sua decisão, 
por exemplo; 
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b) outorgar efeitos ex nunc à sua decisão – afastar a retroatividade da 
sua decisão (efeitos ex tunc), preservando a validade dos efeitos já 
produzidos pela norma, fixando que a pronúncia de inconstitucionalidade 
só vale daí por diante; 
c) fixar um outro momento para o início da eficácia da sua decisão – 
poderá entender o STF que o melhor momento para o início da eficácia 
da sua decisão não é a data de edição da lei (ex tunc), nem a data da 
declaração da inconstitucionalidade (ex nunc), mas sim um outro 
momento, que será fixado pelo STF na sua decisão. 
Feita essa breve revisão, passemos ao exame das assertivas da 
questão. 
A assertiva “A” está errada porque o efeito vinculante das decisões do 
STF não alcança o Poder Legislativo,isto é, não impede o Poder 
Legislativo de editar nova norma de conteúdo semelhante ao daquela 
que foi declarada inconstitucional em ADIN. 
A assertiva “B” está certa, porque, como vimos, em regra, a declaração 
de inconstitucionalidade em ADIN produz efeitos retroativos (ex tunc), 
tornando a lei inválida desde o seu nascimento. 
A assertiva “C” está errada porque a outorga de efeitos não-retroativos 
(ex nunc) à decisão em ADIN é medida excepcional, que só pode ser 
firmada por motivos de segurança jurídica ou diante de relevante 
interesse social, por dois terços dos integrantes do STF. A regra 
continua sendo a outorga de efeitos retroativos (ex tunc) à decisão em 
ADIN. 
A assertiva “D” está errada porque não há atuação do Senado Federal 
nas ações do controle abstrato do STF. A possibilidade de suspensão da 
execução da lei declarada definitivamente inconstitucional pelo STF só 
existe no controle concreto (CF, art. 52, X). Não faz sentido falar-se em 
atuação do Senado no controle abstrato, haja vista que a sua função no 
controle concreto é conferir eficácia erga omnes à decisão do STF que, 
até então, só produzia eficácia inter partes. Ora, no controle abstrato, as 
próprias decisões do STF já são dotadas, por si sós, de eficácia erga 
omnes, não fazendo sentido, portanto, falar-se em outorga dessa 
eficácia pelo Senado Federal. 
A assertiva “E” está errada porque diz que a lei declarada 
inconstitucional pelo STF em ADIN somente deixa de ser considerada 
válida nas relações jurídicas de que faça parte o autor da ação, o que 
não é verdade, haja vista que a decisão em ADIN é dotada de eficácia 
geral (erga omnes), alcançando todos os destinatários da lei. Se a lei foi 
declarada inconstitucional, será ela retirada do ordenamento jurídico, e 
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essa eficácia vale para todos os brasileiros que até então estavam 
sujeitos à sua aplicação. 
3) (ESAF/APO/MPOG/2005) Sobre controle de constitucionalidade 
perante a Constituição Federal, assinale a opção correta. 
a) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar 
originariamente a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual. 
b) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância quando 
a decisão recorrida julgar inconstitucional lei ou ato de governo local 
contestado em face da Constituição Federal. 
c) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância quando 
a decisão recorrida julgar inválida lei local contestada em face de lei 
federal. 
d) Para que o Supremo Tribunal Federal admita recurso extraordinário, 
é preciso que o recorrente demonstre a repercussão geral da questão 
constitucional discutida no caso concreto; porém, a recusa, pelo 
Tribunal, da admissão do recurso extraordinário só poderá ocorrer pela 
manifestação de dois terços de seus membros. 
e) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal nas ações diretas de inconstitucionalidade, por força de 
expressa determinação constitucional, produzirão eficácia contra todos e 
efeito vinculante, apenas no âmbito da administração pública direta e 
indireta federal. 
Gabarito: “D” 
A assertiva “A” está errada porque a ADECON não admite lei ou ato 
normativo estadual como seu objeto, mas somente lei ou ato normativo 
federal (CF, art. 102, I, a). 
As assertivas “B” e “C” estão erradas porque apresentam duas hipóteses 
de cabimento de recurso extraordinário não previstas no texto da 
Constituição. Determina a Constituição que cabe ao STF julgar, 
mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última 
instância, quando a decisão recorrida (art. 102, III): 
i) contrariar dispositivo desta Constituição; 
ii) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
iii) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição. 
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iv) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Como se vê, as duas hipóteses apresentadas nas assertivas “B” e “C” – 
“julgar inconstitucional lei ou ato de governo local contestado em face 
da Constituição Federal” e “julgar inválida lei local contestada em face 
de lei federal” – não estão presentes no texto da Constituição. 
A assertiva “D” está certa, e trata de uma inovação introduzida pela EC 
nº 45/2004 (Reforma do Judiciário), que é a exigência de comprovação 
de repercussão geral para a interposição de recurso extraordinário 
perante o STF. Essa regra está apresentada no art. 102, § 3º, da 
Constituição, nestes termos: 
“No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos 
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, 
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros”. 
Essa regra deve ser assim entendida: (a) na interposição do recurso 
extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei; (b) 
se o STF entender que o autor não conseguiu comprovar essa 
repercussão geral, poderá recusar o recurso extraordinário; (c) 
porém, para que o STF recuse o recurso extraordinário por esse motivo 
– ausência da comprovação da repercussão geral – será necessária a 
manifestação de oito Ministros (dois terços dos membros do STF). 
O intuito dessa exigência constitucional é evitar que cheguem ao STF, 
mediante recurso extraordinário, casos concretos sem nenhuma 
relevância jurídica, como acontece hoje em dia (briga de vizinhos, 
canelada em sogra etc.). Agora, o recorrente deve comprovar que a 
questão constitucional discutida no recurso extraordinário extrapola o 
caso concreto, possuindo a tal repercussão geral. Se o STF entender 
que não houve essa comprovação, poderá recusar o recurso 
extraordinário, desde que haja manifestação de dois terços dos seus 
membros nesse sentido. 
A assertiva “E” está errada porque as decisões do STF em ADIN, por 
força de expressa determinação constitucional, produzirão eficácia 
contra todos (erga omnes) e efeito vinculante relativamente aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal (CF, art. 102, § 2º). 
4) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Somente o Supremo Tribunal Federal 
pode julgar, em abstrato, a constitucionalidade de uma lei em face da 
Constituição Federal. 
Item CERTO. 
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Compete exclusivamente ao STF realizar controle abstrato em face da 
Constituição Federal. Os TJ também realizam controle abstrato, mas 
somente em face da Constituição Estadual (CF, art. 125, § 2º). 
5) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Decidido pelo STF, em ação direta de 
inconstitucionalidade, que uma lei é inconstitucional, nenhum outro 
órgão do Judiciário pode decidir em sentido contrário, qualquer que seja 
o processo que esteja analisando. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição que as decisões do STF nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade 
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos 
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e 
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 102, § 2º). 
Logo, nenhum outro órgão do Poder Judiciário (e também da 
Administração Pública) poderá decidir em sentido contrárioao que foi 
decidido pelo STF em ADIN. 
6) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os Tribunais de Justiça dos Estados não 
podem declarar a inconstitucionalidade de lei federal. 
Item ERRADO. 
Os tribunais de justiça não podem declarar a inconstitucionalidade de lei 
federal somente no controle abstrato (CF, art. 125, § 2º). 
No controle difuso, em casos concretos submetidos à sua apreciação, os 
tribunais de justiça podem declarar a inconstitucionalidade de lei 
municipal, estadual ou federal. 
Fixe bem estas duas idéias: (a) os tribunais de justiça não realizam 
controle abstrato em face da Constituição Federal (controle 
concreto eles podem realizar normalmente, tanto em face da 
Constituição Estadual, quanto em face da Constituição Federal); (b) os 
tribunais de justiça não têm competência para declarar a 
inconstitucionalidade de lei federal no controle abstrato (no controle 
concreto eles podem declarar a inconstitucionalidade de lei federal, 
estadual ou municipal). 
7) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Todos os legitimados para propor ação 
direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal 
também o são para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade 
perante a mesma Corte. 
Item CERTO. 
A EC nº 45/2004 igualou a legitimação ativa em todas as ações do 
controle abstrato perante o STF. Logo, os legitimados enumerados no 
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art. 103, I ao IX, da Constituição podem propor todas as ações do 
controle abstrato perante o STF (ADIN, ADIN POR OMISSÃO, ADECON e 
ADPF). 
8) (ESAF/AFC/STN/2005) Sobre controle de constitucionalidade, assinale 
a única opção correta. 
a) Caberá recurso extraordinário da decisão de Tribunal que declarar a 
inconstitucionalidade de lei federal ou que julgar válida lei estadual ou 
municipal contestada em face de lei federal. 
b) Da decisão, em representação de inconstitucionalidade, proposta 
perante Tribunal de Justiça, que considerar inconstitucional uma lei 
municipal, contestada em face de dispositivo da constituição estadual 
que é mera reprodução de dispositivo da constituição federal, caberá, 
segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, recurso 
extraordinário. 
c) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade produzirão, por força 
de expressa determinação constitucional, eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais Poderes e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
d) No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, para 
que o Supremo Tribunal Federal examine a admissão do recurso, só 
sendo admitido o recurso que obtiver manifestação favorável de dois 
terços dos membros do Tribunal. 
e) É cabível a ação declaratória de constitucionalidade em relação à lei 
ou ato normativo federal ou estadual, tendo legitimidade para a sua 
propositura, apenas, o Presidente da República, o Procurador-Geral da 
República e as Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. 
Gabarito: questão ANULADA, por conter duas assertivas certas. 
Embora essa questão tenha sido anulada pela Esaf, devemos examiná-
la, porque suas assertivas são ótimas (a anulação ocorreu, unicamente, 
porque há duas assertivas certas). 
A assertiva “A” está certa porque a EC nº 45/2004 introduziu essa nova 
possibilidade de cabimento do recurso extraordinário, ao dispor que 
cabe ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida 
julgar válida lei local contestada em face de lei federal (art. 102, 
III, d). 
Muito cuidado com esse acréscimo de competência do STF na hora da 
prova! Mas, muito cuidado mesmo! 
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Por que? 
Porque a competência repassada ao STF foi, tão somente, para 
examinar controvérsia, em recurso extraordinário, quando a decisão 
recorrida julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
A competência será do STF somente se o conflito envolver lei (ato 
legislativo, em sentido estrito) local contestada em face de lei federal. 
Se o conflito for de ato (atos administrativos em geral) de governo local 
contestado em face de lei federal, a competência é do Superior Tribunal 
de Justiça - STJ, em recurso especial (CF, art. 105, III, b). 
A assertiva “B” está certa porque, segundo a jurisprudência do STF, na 
hipótese de ajuizamento de ADIN perante o TJ com a alegação de 
ofensa à norma constitucional estadual que reproduz dispositivo da 
Constituição Federal de observância obrigatória pelos Estados, 
contra a decisão do TJ é cabível a interposição de recurso extraordinário 
para o STF. 
Vejamos um exemplo. Suponha que uma lei – estadual ou municipal - 
seja impugnada em ADIN perante o TJ, com a alegação de ofensa ao 
artigo 40 da Constituição do Estado. Suponha, agora, que esse artigo 40 
da Constituição do Estado seja mera reprodução de dispositivo da 
Constituição Federal (sabemos que diversas regras previstas na CF são 
de reprodução obrigatória pela Constituição do Estado). Nessa hipótese, 
o TJ apreciará a ADIN, firmando sua posição sobre a validade da lei, 
sendo cabível, contra a sua decisão, a interposição de recurso 
extraordinário para o STF. 
Um outro ponto importante sobre esse recurso extraordinário. Segundo 
a jurisprudência do STF, a sua decisão nesse recurso extraordinário 
contra decisão do TJ em ADIN terá eficácia geral (erga omnes), por se 
tratar de controle abstrato, eficácia essa que se estende a todo o 
território nacional. 
Essa eficácia erga omnes é importante porque, em decorrência dela, a 
decisão do STF nesse recurso extraordinário, caso seja declarada a 
inconstitucionalidade da norma, não será comunicada ao Senado 
Federal, para os efeitos do art. 52, X, da Constituição Federal. Afinal, 
se a própria decisão do STF já é dotada de eficácia erga omnes, 
retirando a norma do ordenamento jurídico, não há que se falar em 
suspensão da execução dessa norma pelo Senado Federal. 
Em resumo: 
i) cabe recurso extraordinário para o STF contra decisão do TJ no 
controle abstrato sempre que a norma da Constituição Estadual eleita 
como parâmetro para a declaração da inconstitucionalidade da norma 
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estadual ou municipal impugnada for de reprodução obrigatória da 
Constituição Federal; 
ii) a decisão do STF nesse recurso extraordinário é dotada de eficácia 
erga omnes, razão pela qual não será comunicada ao Senado Federal, 
para os fins do art. 52, X, da Constituição Federal. 
A assertiva “C” está errada porque afirma que o efeito vinculante da 
decisão do STF em ADIN alcança os demais Poderes, e, como vimos, o 
Poder Legislativo não é alcançado por essa força vinculante. 
Na verdade, o efeito vinculante alcança os demais órgãos do Poder 
Judiciário e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal (CF, art. 102, § 2º). Não são atingidos 
pelo efeito vinculante o próprio STF e o Poder Legislativo. 
A assertiva “D” está errada porque a deliberação de dois terços dos 
membros do STF é para recusar o recurso extraordinário, e não para 
admiti-lo. É o que estabelece o § 3º do art. 102 da Constituição Federal, 
incluído pela EC nº 45/2004, nos termos seguintes: 
“No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos 
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, 
somente podendo recusá-lopela manifestação de dois terços de seus 
membros.” 
Veja que a exigência de dois terços é para a recusa do recurso 
extraordinário, e não para a aceitação. A regra continua sendo a 
aceitação do recurso extraordinário. Para que o STF recuse o recurso 
extraordinário, pela não-comprovação da “repercussão geral” das 
questões constitucionais nele discutidas, serão necessários votos de oito 
Ministros (dois terços do Tribunal). 
A assertiva “E” está errada porque não cabe ADECON contra lei ou ato 
normativo estadual, mas somente contra lei ou ato normativo federal 
(CF, art. 102, I, a). 
9) (ESAF/AFC/CGU/2003) A extrapolação, pelo Poder Executivo, no uso 
do seu poder regulamentar, caracteriza, segundo a jurisprudência do 
STF, uma ilegalidade e não uma inconstitucionalidade, uma vez que não 
há ofensa direta à literalidade de dispositivo da Constituição. 
Item CERTO. 
Sabe-se que cabe ao chefe do Executivo - nas esferas federal, estadual 
e municipal - expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das 
leis (CF, art. 84, IV). Trata-se do denominado poder regulamentar do 
chefe do Executivo. 
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Sabe-se, também, que no exercício do poder regulamentar o chefe do 
Executivo não pode extrapolar os limites da lei, isto é, não pode inovar, 
indo além do conteúdo da lei. Afinal, o poder regulamentar, como a 
própria denominação indica, é para regulamentar o conteúdo da lei, com 
o fim de facilitar a sua execução, e não para extrapolar esse conteúdo 
legal. 
Segundo a jurisprudência do STF, se o decreto regulamentar extrapolar 
o conteúdo da lei regulamentada teremos um mero caso de 
ilegalidade, e não uma inconstitucionalidade, haja vista tratar-se de 
conflito entre ato regulamentar e lei regulamentada, sem ofensa direta à 
Constituição Federal. 
Aliás, é exatamente por esse motivo – conflito entre ato regulamentar e 
lei regulamentada é caso de ilegalidade, e não de 
inconstitucionalidade, pois não há ofensa direta à Constituição – que o 
STF não admite a aferição da validade de atos regulamentares em 
ADIN. 
10) (ESAF/AFT/2003) No âmbito da Administração Pública Federal, a 
suspensão, pelo Senado Federal, da execução de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal tem 
efeitos ex tunc. 
Item CERTO. 
Não há unanimidade doutrinária a respeito dos efeitos da decisão do 
Senado Federal que determina a suspensão da execução da lei 
declarada definitivamente inconstitucional pelo STF no controle 
concreto, na forma do art. 52, X, da Constituição. Alguns doutrinadores 
defendem que a decisão do Senado produzirá efeitos retroativos (ex 
tunc), enquanto outros propugnam pelos efeitos meramente 
prospectivos (ex nunc). 
Entretanto, no âmbito da Administração Pública federal essa 
controvérsia perdeu o significado prático, haja vista que o Presidente da 
República resolveu adotar os efeitos retroativos (ex tunc), editando 
decreto nesse sentido (Decreto nº 2.346, de 10/10/1997). 
Portanto, no âmbito da Administração Pública federal não há mais 
controvérsia: a suspensão, pelo Senado Federal, da execução da lei 
declarada definitivamente inconstitucional produz efeitos ex tunc 
(retroativos). 
Vale registrar que essa regra vale somente para a Administração 
Pública federal, haja vista que decreto do Presidente da República não 
vincula, nessa matéria, os demais entes federados. 
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11) (ESAF/AFT/2003) Segundo a atual disciplina do processo da ação 
direta de inconstitucionalidade, é possível a declaração de 
inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade da lei, diferindo-se a 
data da nulidade para um termo futuro, especificado na decisão. 
Item CERTO. 
Vimos que por razões de segurança jurídica ou diante de relevante 
interesse social, poderá o STF, ao proclamar a inconstitucionalidade em 
ADIN, desde que por deliberação de dois terços dos seus membros: 
a) restringir os efeitos da sua decisão – restringir o alcance geral 
(eficácia erga omnes) ou o efeito repristinatório tácito da sua decisão, 
por exemplo; 
b) outorgar efeitos ex nunc à sua decisão – afastar a retroatividade da 
sua decisão (efeitos ex tunc), preservando a validade dos efeitos já 
produzidos pela norma, fixando que a pronúncia de inconstitucionalidade 
só vale daí por diante; 
c) fixar um outro momento para o início da eficácia da sua 
decisão – poderá entender o STF que o melhor momento para o início 
da eficácia da sua decisão não é a data da edição da lei (ex tunc), nem a 
data da declaração da inconstitucionalidade (ex nunc), mas sim um 
outro momento, que será fixado pelo STF na sua decisão. 
Portanto, de acordo com a letra “c”, acima, é possível que o STF 
proclame a inconstitucionalidade da lei em ADIN sem pronunciar a sua 
nulidade desde a data da sua publicação (ex tunc), optando por diferir o 
momento da invalidade da lei para uma data futura, que será fixada 
pelo próprio STF na sua decisão. 
12) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, admite-se 
Recurso Extraordinário de decisão de Tribunal de Justiça Estadual que, 
em sede de representação de inconstitucionalidade estadual, declarou 
constitucional uma lei municipal confrontada com dispositivo da 
Constituição Estadual cujo conteúdo é reprodução obrigatória de 
conteúdo de dispositivo da Constituição Federal. 
Item CERTO. 
Segundo a jurisprudência do STF, cabe recurso extraordinário para o 
STF contra decisão do TJ no controle abstrato sempre que a norma da 
Constituição Estadual eleita como parâmetro para a declaração da 
inconstitucionalidade da norma estadual ou municipal impugnada for de 
reprodução obrigatória da Constituição Federal. 
Vimos, também, que a decisão do STF nesse recurso extraordinário é 
dotada de eficácia erga omnes, razão pela qual não haverá 
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comunicação ao Senado Federal, para os fins do art. 52, X, da 
Constituição Federal. 
13) (ESAF/AFT/2003) É admissível a propositura, perante o STF, de uma 
Ação Direita de Inconstitucionalidade contra uma lei distrital que 
disciplinou a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano em 
desconformidade com o texto da Constituição Federal. 
Item ERRADO. 
Somente as leis e atos normativos do Distrito Federal editados no uso 
de competência estadual podem ser impugnadas em ADIN perante o 
STF. 
Na hipótese tratada no enunciado da questão, como o IPTU é imposto 
de competência municipal (CF, art. 156, I), a lei distrital não poderá ser 
objeto de ADIN perante o STF. 
Mas, cuidado! As leis e atos normativos do Distrito Federal editados no 
uso de competência municipal poderão ser objeto de ADIN perante o 
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT, em face da 
Lei Orgânica do Distrito Federal. 
14) (ESAF/AFT/2003) A doutrina e a jurisprudência reconhecem o efeito 
repristinatório em relação à lei que foi revogada por lei declarada 
inconstitucional pelo STF. 
Item CERTO. 
A declaração da inconstitucionalidade de uma lei pelo STF tem efeito 
repristinatório tácito em relação à legislação anterior, que havia sido 
revogada pela lei ora declarada inconstitucional. 
Se a Lei 1 foi revogada pela Lei 2, e esta é ulteriormente declarada 
inconstitucional pelo STF, a Lei 1, que estava fora do ordenamento 
jurídico, é tacitamente repristinada. 
Em se tratando de ADIN, essa repristinação da lei revogada ocorre tanto 
na concessão da medida cautelar (provisoriamente, até que o STF 
aprecie o mérito da ação), quanto na decisão definitiva de mérito 
(agora, em caráter definitivo). 
Cuidado! É comum o candidatofazer uma confusão danada com esse 
assunto na hora da prova, em razão de ter aprendido, no bê-á-bá do 
Direito, com a Professora Fulaninha, que no Brasil não existe 
repristinação tácita! O candidato decora essa frase horrorosa e a leva 
para onde vai! Sai aplicando essa frase em tudo o que vê pela frente, 
até na vida pessoal! Sério, não é brincadeira, já vi aluna em Brasília 
falando em suspender a eficácia do(a) atual namorado(a), e repristinar 
expressamente o(a) antigo(a)! 
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Bem, brincadeiras à parte, é melhor separarmos bem as coisas. 
Essa tradicional regra, segundo a qual não existe repristinação tácita no 
Brasil, está prevista na Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, que 
trata da revogação sucessiva de leis. Entenderam? A LICC refere-se 
à inexistência de repristinação tácita na revogação sucessiva de leis. 
Assim, se temos a Lei 1, que é revogada pela Lei 2, que 
posteriormente é revogada pela Lei 3, temos o seguinte: (a) com a 
revogação da Lei 2 pela Lei 3, no silêncio da Lei 3 a Lei 1 não será 
automaticamente revigorada (não ocorrerá repristinação tácita); (b) 
porém, a Lei 3, ao revogar a Lei 2, poderá revigorar a Lei 1, desde que 
o faça expressamente (poderá ocorrer repristinação expressa). 
Essa regra da LICC, aplicável ao caso de revogação sucessiva de leis, 
não pode ser aplicada à declaração de inconstitucionalidade das leis pelo 
STF, situação em que o entendimento é distinto: (a) com a declaração 
da inconstitucionalidade da Lei 2, a regra é a repristinação tácita da Lei 
1, que havia sido por ela revogada; (2) essa repristinação da Lei 1 
poderá ser afastada, desde que o STF o faça expressamente na sua 
decisão. 
Ora, não fique mais decorando as frases sem entender o seu real 
sentido, imagine a situação na prática! Já disse antes, o tempo de 
decoreba em concurso já passou! Suponha que você esteja pagando 
determinado imposto, com base na Lei 1, à alíquota de 5%. 
Ulteriormente, essa Lei 1 é revogada pela Lei 2, que fixa a alíquota do 
mesmo imposto em 20%, deixando você endividado e desesperado! 
Imagine agora que essa Lei 2 tenha sido impugnada em ADIN perante o 
STF. Pergunto: você estará torcendo para que tipo de decisão do STF? 
Ah, você estará torcendo para que o STF declare a inconstitucionalidade 
da Lei 2, para que você volte, imediatamente, a pagar o imposto à 
alíquota de 5%, prevista na Lei 1, certo? Certo. O que é isso? Por que 
com a declaração da inconstitucionalidade da Lei 2 você volta 
automaticamente a pagar a alíquota menor, prevista na antiga Lei 1? 
Ora, isso nada mais é do que a repristinação tácita da Lei 1, causada 
pela declaração da inconstitucionalidade da Lei 2! 
Leia, releia esse comentário, e não venha mais dizer por aí que 
aprendeu com o professor tal que não existe repristinação tácita no 
Brasil! Não me irrite, logo agora, no final do curso on-line! (risos) 
15) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, não cabe 
concessão de medida cautelar em sede de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por omissão. 
Item CERTO. 
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A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que não cabe 
concessão de medida cautelar em ADIN por omissão. 
A razão é muito simples. Na ADIN por omissão, nem na própria decisão 
definitiva de mérito o STF editará a norma faltante, simplesmente dará 
ciência ao Poder competente para a adoção das providências 
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo 
em trinta dias (CF, art. 103, § 2º). 
Ora, se nem na decisão definitiva de mérito o STF tomará providências 
efetivas no tocante à omissão legislativa, qual seria o conteúdo da 
antecipação mediante a concessão de medida cautelar? Enfim, se a 
decisão definitiva é praticamente “um nada” em termos práticos, qual 
seria o sentido de antecipar, em medida cautelar, esse “nada”?! 
Vale lembrar que em todas as outras ações do controle abstrato perante 
o STF – ADIN genérica, ADECON e ADPF – é cabível a concessão de 
medida cautelar. 
16) (ESAF/AFT/2003) Segundo o entendimento do STF, é possível ao 
Autor requerer a desistência em relação a uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, desde que demonstre razões de interesse público 
para essa desistência. 
Item ERRADO. 
O STF não admite a desistência das ações do controle abstrato. 
Significa dizer que, uma vez proposta a ação, não poderá o autor dela 
desistir. 
O fundamento para esse entendimento é que no controle abstrato o 
autor da ação não está defendendo interesse subjetivo, próprio, mas 
sim a supremacia da Constituição. Logo, a sua função é unicamente 
suscitar perante o STF uma relevante controvérsia constitucional. Feito 
isso, ele perde o direito de disposição sobre a ação proposta. 
Pelo mesmo motivo, o STF também não admite a desistência do pedido 
de medida cautelar nas ações abstratas (aqui, veja, a situação é 
diferente: o autor não quer a desistência da ação, mas somente do 
pedido de medida cautelar nela formulado). 
17) (ESAF/AFT/2003) A admissão de Ação Declaratória de 
Constitucionalidade, para processamento e julgamento pelo STF, 
pressupõe a comprovação liminar de existência de divergência 
jurisdicional, caracterizada pelo volume expressivo de decisões judiciais 
que tenham por fundamento teses conflitantes. 
Item CERTO. 
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Para que uma ADECON seja conhecida pelo STF é imprescindível que o 
autor da ação comprove a existência de relevante controvérsia 
judicial sobre a validade da lei. 
A razão para esse pressuposto de admissibilidade da ADECON é um 
tanto quanto óbvio. Se foi publicada determinada lei e se não existe 
nenhuma controvérsia judicial sobre a sua validade, não faz sentido 
requerer ao STF a declaração da sua constitucionalidade. Ora, se a lei foi 
publicada e não há nenhuma controvérsia sobre a sua validade, 
prevalece o princípio da presunção de constitucionalidade das leis e, 
portanto, não faz o menor sentido a mais alta Corte do país declarar o 
óbvio, isto é, que a lei é constitucional, válida! 
Como o autor comprovará, nos autos, a existência da relevante 
controvérsia judicial sobre a validade da lei? Essa comprovação é feita 
mediante a juntada aos autos de decisões de juízos inferiores sobre a 
validade da lei, proferidas no controle difuso de constitucionalidade. O 
autor comprovará, por exemplo, que enquanto os juízes federais no Rio 
Grande do Sul têm declarado a lei constitucional, os magistrados 
federais no Ceará têm declarado a lei inconstitucional; que enquanto o 
Tribunal Regional Federal da 4ª Região tem considerado a lei 
constitucional, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região tem declarado a 
lei inconstitucional – e assim por diante. 
Cuidado! Importantíssimo destacar que, segundo a jurisprudência do 
STF, a controvérsia para legitimar a propositura da ADECON deve ser 
judicial, isto é, instaurada perante os órgãos do Poder Judiciário, em 
casos concretos, na via difusa. A comprovação da existência de 
controvérsia doutrinária sobre a validade da lei não é suficiente. 
Portanto, não é suficiente a comprovação de que, por exemplo, o 
constitucionalista Alexandre de Moraes entende que a lei é 
constitucional, ao passo que o doutrinador José Afonso da Silva entende 
que ela é inconstitucional. Enfim, a relevante controvérsia tem que ser 
judicial, e não doutrinária. 
18) (ESAF/AFT/2003) É posição majoritária, no STF, o entendimento de 
que não é possível o deferimento de medida cautelar, com efeito 
vinculante, em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade. 
Item ERRADO. 
Embora a Constituição só outorgue expressamenteefeito vinculante às 
decisões definitivas de mérito em ADIN e ADECON (“As sentenças 
definitivas de mérito”, diz o art. 102, § 2º, da CF), o STF firmou 
entendimento de que também a decisão que concede medida cautelar 
nas ações do controle abstrato é dotada de efeito vinculante 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração 
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Pública direta e indireta nas esferas federal, estadual, distrital e 
municipal. 
19) (ESAF/AFC/2000) Cabe, com exclusividade, a órgão do Poder 
Judiciário (o Supremo Tribunal Federal) o julgamento em tese da 
constitucionalidade de leis federais. 
Item CERTO. 
Compete exclusivamente ao STF o julgamento em tese da 
constitucionalidade de leis federais, isto é, somente esse Tribunal tem 
competência para realizar controle abstrato de leis e atos normativos 
federais. 
Os TJ também realizam controle abstrato, mas somente de leis 
estaduais e municipais em face da Constituição Estadual (CF, art. 125, § 
2º). 
20) (ESAF/AFC/2000) Sobre o controle abstrato de normas em face da 
Constituição Federal, assinale a opção correta. 
a) Nos Estados-membros, compete aos Tribunais de Justiça o 
controle abstrato das normas estaduais e municipais em face da 
Constituição Federal. 
b) Qualquer juiz ou tribunal federal pode declarar a 
inconstitucionalidade, em tese, de lei federal. 
c) Decidindo o Supremo Tribunal Federal pela inconstitucionalidade, 
em tese, de uma lei federal, para que essa decisão produza efeitos 
contra todos, a lei deverá ter os seus efeitos suspensos pelo Senado 
Federal. 
d) Declarada constitucional uma lei federal, em ação declaratória de 
constitucionalidade, nenhum outro tribunal do país pode, depois, 
declarar a mesma lei inconstitucional. 
e) O Procurador-Geral da República está legitimado a propor ação 
declaratória de constitucionalidade de lei estadual, se a União 
demonstrar interesse na manutenção da lei. 
Gabarito: “D” 
A assertiva “A” está errada porque os tribunais de justiça só realizam 
controle abstrato de normas estaduais e municipais em face da 
Constituição Estadual (CF, art. 125, § 2º). 
A assertiva “B” está errada porque somente o STF dispõe de 
competência para declarar a inconstitucionalidade, em tese, de lei 
federal. Nenhum outro órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, tem 
competência para declarar a inconstitucionalidade em tese (controle 
abstrato) de normas federais. 
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Isso porque, além do STF, somente os TJ têm competência para realizar 
controle abstrato no Brasil, mas eles só realizam esse controle abstrato 
de leis e atos normativos estaduais e municipais em face da Constituição 
Estadual (CF, art. 125, § 2º). 
Todos os demais juízes e tribunais do País só podem declarar a 
inconstitucionalidade incidentalmente, diante de um caso concreto, no 
chamado controle difuso de constitucionalidade. 
A assertiva “C” está errada porque o Senado Federal só dispõe de 
competência para suspender a execução de lei declarada 
inconstitucional pelo STF no controle concreto, e não no controle 
abstrato, em tese. No controle abstrato, não há atuação do Senado 
Federal, haja vista que a própria decisão do STF já é dotada de eficácia 
contra todos, retirando a lei do ordenamento jurídico (eficácia erga 
omnes). 
A assertiva “D” está certa porque a decisão do STF em ADECON produz 
efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e 
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal (CF, art. 102, § 2º). Logo, nenhum outro tribunal ou juízo 
inferior poderá desrespeitar a decisão do STF, em qualquer que seja o 
processo. 
A assertiva “E” está errada porque a ADECON só admite como objeto 
leis e atos normativos federais (CF, art. 102, I, a). 
21) (ESAF/PFN/2004) Assinale a assertiva correta. 
a) A lei que houver sido editada antes de 1988, não é objeto passível de 
controle abstrato no âmbito do Supremo Tribunal Federal. 
b) Se a lei, objeto de ação direta de inconstitucionalidade, for revogada 
depois de proposta a demanda, mas antes do julgamento, o mérito da 
ação deverá ser apreciado pelo Supremo Tribunal Federal, se 
comprovado que a lei interferiu em situações jurídicas concretas durante 
a sua vigência. 
c) O Governador ou a Assembléia Legislativa do Estado em que se 
produziu uma lei, cuja compatibilidade com a Constituição Federal é 
objeto de decisões judiciais conflitantes, pode propor ação declaratória 
de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 
d) É obrigatória a oitiva do Advogado-Geral da União em todos os 
processos de controle abstrato de constitucionalidade no Supremo 
Tribunal Federal. 
e) Nenhum órgão do Executivo Federal pode dar aplicação a uma lei 
declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, em ação 
direta de inconstitucionalidade. 
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Gabarito: “E” 
A assertiva “A” está errada porque leis editadas antes de 1988, o 
chamado direito pré-constitucional, podem ser objeto de controle 
abstrato perante o STF, desde que mediante argüição de 
descumprimento de preceito fundamental – ADPF. 
O direito pré-constitucional não pode ser objeto de ADIN e ADECON, 
mas pode ser objeto de ADPF, que também é ação do controle abstrato. 
Cuidado! Há duas inovações da ADPF, que a distinguem da ADIN, que 
têm sido reiteradamente cobradas em concurso: (a) a possibilidade de 
aferição do direito pré-constitucional; (b) a possibilidade de aferição 
de controvérsia sobre leis e atos normativos municipais. 
A assertiva “B” está errada porque o STF não julga ADIN contra direito 
revogado. 
O fundamento para esse entendimento do STF tem a ver com o objeto 
da ADIN. O objeto da ADIN é retirar lei inconstitucional do ordenamento 
jurídico. Se a lei foi revogada, ela já foi retirada do ordenamento jurídico 
pelo ato de revogação. Logo, com a revogação da lei impugnada, a 
ADIN fica sem objeto. 
Assim, temos o seguinte: 
i) se a ADIN for proposta depois da revogação da lei, a ação não será 
conhecida, por ausência de objeto; 
i) se a ADIN é proposta com a lei em vigor, mas antes do seu 
julgamento a lei é revogada, a ação é considerada prejudicada, por 
perda de objeto. 
Mas, e se lei tiver produzido efeitos concretos no período de sua 
vigência? 
Bem, se a lei tiver produzido efeitos concretos durante a sua vigência, 
antes da revogação, esses efeitos poderão ser discutidos perante o 
Poder Judiciário, mas somente no controle difuso, diante de casos 
concretos (o que não se admite é a discussão sobre os efeitos de lei 
revogada em ADIN). 
A assertiva “C” está errada porque em ADECON só pode ser discutida a 
validade de leis e atos normativos federais (CF, art. 102, I, a), e o 
enunciado refere-se à lei produzida pelo Estado-membro. 
Uma consideração interessante sobre esse assunto. Na Reforma do 
Judiciário, implementada pela EC nº 45/2004, a intenção inicial era 
ampliar a legitimação para a propositura da ADECON, bem assim o seu 
objeto, que passaria a contemplar, também, leis e atos normativos 
estaduais. 
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Entretanto, o texto promulgado contemplou apenas a ampliação da 
legitimação (que passou a ser a mesma da ADIN, prevista no art. 103, I 
ao IX), não fazendo o mesmo com o objeto da ação (a ADECON 
continua tendo por objeto, somente, leis e atos normativos federais). 
Com isso, a reforma ficou meio capenga, meio sem sentido, pois me 
parece difícil imaginar uma situação em queo Governador de Estado ou 
a Mesa da Assembléia Legislativa tenha interesse em requerer ao STF a 
declaração da constitucionalidade de uma lei federal! 
A assertiva “D” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, o 
Advogado-Geral da União não atua em ADIN por omissão, nem em 
ADECON. 
Determina a Constituição que quando o STF apreciar a 
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, 
previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou 
texto impugnado (art. 103, § 3º). 
Como se vê, a função do Advogado-Geral da União no controle abstrato 
é defender a norma, quando ela é impugnada, em tese, perante o STF. 
Por isso, ele não atuará em ADIN por omissão (porque não há norma a 
ser defendida, haja vista que essa ação é proposta em razão da 
inexistência de norma regulamentadora), nem em ADECON (porque 
nessa ação não é requerida a inconstitucionalidade da norma, mas sim a 
declaração da sua constitucionalidade). 
A assertiva “E” está certa porque a decisão do STF em ADIN é dotada de 
efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e 
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal (CF, art. 102, § 2º). 
Ficamos por aqui hoje. Já temos informações demais para uma semana! 
Na próxima aula comentaremos outros exercícios sobre controle de 
constitucionalidade. 
Bons estudos, 
Vicente Paulo 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
 
1) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Assinale a opção correta. 
a) Os tribunais de justiça nos Estados podem desempenhar o controle 
abstrato de leis estaduais e municipais em face diretamente da 
Constituição Federal. 
b) Somente o Supremo Tribunal Federal (STF) é competente para 
desempenhar o controle incidental de constitucionalidade no Brasil. 
c) Qualquer indivíduo que tenha sofrido afronta a um direito 
fundamental pode ajuizar uma ação por descumprimento de preceito 
fundamental, perante o STF, desde que tenha exaurido os meios 
ordinários para restaurar o seu direito. 
d) As decisões de mérito do Supremo Tribunal Federal, tanto na ação 
direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de 
constitucionalidade, possuem efeito vinculante para os demais tribunais 
e para a Administração Pública, independentemente de a decisão ser 
sumulada pela Corte. 
e) Em nenhum caso, decisão administrativa de tribunais ou as normas 
do seu regimento interno podem ser objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade. 
2) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) Uma lei declarada inconstitucional pelo 
STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade, como regra geral, 
a) não pode ser reeditada pela Casa Legislativa que a votou, sob pena 
de ofensa à autoridade da decisão da Suprema Corte. 
b) é considerada inválida desde quando editada, e, portanto, desde 
antes da decisão do STF. 
c) somente deixa de produzir efeitos jurídicos a partir do trânsito em 
julgado da decisão do STF. 
d) somente é considerada excluída do ordenamento jurídico depois de 
suspensa a sua vigência pelo Senado Federal. 
e) somente deixa de ser considerada válida nas relações jurídicas de 
que faça parte o autor da ação. 
3) (ESAF/APO/MPOG/2005) Sobre controle de constitucionalidade 
perante a Constituição Federal, assinale a opção correta. 
a) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar 
originariamente a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual. 
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b) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância quando 
a decisão recorrida julgar inconstitucional lei ou ato de governo local 
contestado em face da Constituição Federal. 
c) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância quando 
a decisão recorrida julgar inválida lei local contestada em face de lei 
federal. 
d) Para que o Supremo Tribunal Federal admita recurso extraordinário, 
é preciso que o recorrente demonstre a repercussão geral da questão 
constitucional discutida no caso concreto; porém, a recusa, pelo 
Tribunal, da admissão do recurso extraordinário só poderá ocorrer pela 
manifestação de dois terços de seus membros. 
e) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal nas ações diretas de inconstitucionalidade, por força de 
expressa determinação constitucional, produzirão eficácia contra todos e 
efeito vinculante, apenas no âmbito da administração pública direta e 
indireta federal. 
4) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Somente o Supremo Tribunal Federal 
pode julgar, em abstrato, a constitucionalidade de uma lei em face da 
Constituição Federal. 
5) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Decidido pelo STF, em ação direta de 
inconstitucionalidade, que uma lei é inconstitucional, nenhum outro 
órgão do Judiciário pode decidir em sentido contrário, qualquer que seja 
o processo que esteja analisando. 
6) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os Tribunais de Justiça dos Estados não 
podem declarar a inconstitucionalidade de lei federal. 
7) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Todos os legitimados para propor ação 
direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal 
também o são para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade 
perante a mesma Corte. 
8) (ESAF/AFC/STN/2005) Sobre controle de constitucionalidade, assinale 
a única opção correta. 
a) Caberá recurso extraordinário da decisão de Tribunal que declarar a 
inconstitucionalidade de lei federal ou que julgar válida lei estadual ou 
municipal contestada em face de lei federal. 
b) Da decisão, em representação de inconstitucionalidade, proposta 
perante Tribunal de Justiça, que considerar inconstitucional uma lei 
municipal, contestada em face de dispositivo da constituição estadual 
que é mera reprodução de dispositivo da constituição federal, caberá, 
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segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, recurso 
extraordinário. 
c) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade produzirão, por força 
de expressa determinação constitucional, eficácia contra todos e efeito 
vinculante, relativamente aos demais Poderes e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
d) No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, para 
que o Supremo Tribunal Federal examine a admissão do recurso, só 
sendo admitido o recurso que obtiver manifestação favorável de dois 
terços dos membros do Tribunal. 
e) É cabível a ação declaratória de constitucionalidade em relação à lei 
ou ato normativo federal ou estadual, tendo legitimidade para a sua 
propositura, apenas, o Presidente da República, o Procurador-Geral da 
República e as Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. 
9) (ESAF/AFC/CGU/2003) A extrapolação, pelo Poder Executivo, no uso 
do seu poder regulamentar, caracteriza, segundo a jurisprudência do 
STF, uma ilegalidade e não uma inconstitucionalidade, uma vez que não 
há ofensa direta à literalidade de dispositivo da Constituição. 
10) (ESAF/AFT/2003) No âmbito da Administração Pública Federal, a 
suspensão, pelo Senado Federal, da execução de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal tem 
efeitos ex tunc. 
11) (ESAF/AFT/2003) Segundo a atual disciplinado processo da ação 
direta de inconstitucionalidade, é possível a declaração de 
inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade da lei, diferindo-se a 
data da nulidade para um termo futuro, especificado na decisão. 
12) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, admite-se 
Recurso Extraordinário de decisão de Tribunal de Justiça Estadual que, 
em sede de representação de inconstitucionalidade estadual, declarou 
constitucional uma lei municipal confrontada com dispositivo da 
Constituição Estadual cujo conteúdo é reprodução obrigatória de 
conteúdo de dispositivo da Constituição Federal. 
13) (ESAF/AFT/2003) É admissível a propositura, perante o STF, de uma 
Ação Direita de Inconstitucionalidade contra uma lei distrital que 
disciplinou a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano em 
desconformidade com o texto da Constituição Federal. 
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14) (ESAF/AFT/2003) A doutrina e a jurisprudência reconhecem o efeito 
repristinatório em relação à lei que foi revogada por lei declarada 
inconstitucional pelo STF. 
15) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, não cabe 
concessão de medida cautelar em sede de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por omissão. 
16) (ESAF/AFT/2003) Segundo o entendimento do STF, é possível ao 
Autor requerer a desistência em relação a uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, desde que demonstre razões de interesse público 
para essa desistência. 
17) (ESAF/AFT/2003) A admissão de Ação Declaratória de 
Constitucionalidade, para processamento e julgamento pelo STF, 
pressupõe a comprovação liminar de existência de divergência 
jurisdicional, caracterizada pelo volume expressivo de decisões judiciais 
que tenham por fundamento teses conflitantes. 
18) (ESAF/AFT/2003) É posição majoritária, no STF, o entendimento de 
que não é possível o deferimento de medida cautelar, com efeito 
vinculante, em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade. 
19) (ESAF/AFC/2000) Cabe, com exclusividade, a órgão do Poder 
Judiciário (o Supremo Tribunal Federal) o julgamento em tese da 
constitucionalidade de leis federais. 
20) (ESAF/AFC/2000) Sobre o controle abstrato de normas em face da 
Constituição Federal, assinale a opção correta. 
a) Nos Estados-membros, compete aos Tribunais de Justiça o 
controle abstrato das normas estaduais e municipais em face da 
Constituição Federal. 
b) Qualquer juiz ou tribunal federal pode declarar a 
inconstitucionalidade, em tese, de lei federal. 
c) Decidindo o Supremo Tribunal Federal pela inconstitucionalidade, 
em tese, de uma lei federal, para que essa decisão produza efeitos 
contra todos, a lei deverá ter os seus efeitos suspensos pelo Senado 
Federal. 
d) Declarada constitucional uma lei federal, em ação declaratória de 
constitucionalidade, nenhum outro tribunal do país pode, depois, 
declarar a mesma lei inconstitucional. 
e) O Procurador-Geral da República está legitimado a propor ação 
declaratória de constitucionalidade de lei estadual, se a União 
demonstrar interesse na manutenção da lei. 
21) (ESAF/PFN/2004) Assinale a assertiva correta. 
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a) A lei que houver sido editada antes de 1988, não é objeto passível de 
controle abstrato no âmbito do Supremo Tribunal Federal. 
b) Se a lei, objeto de ação direta de inconstitucionalidade, for revogada 
depois de proposta a demanda, mas antes do julgamento, o mérito da 
ação deverá ser apreciado pelo Supremo Tribunal Federal, se 
comprovado que a lei interferiu em situações jurídicas concretas durante 
a sua vigência. 
c) O Governador ou a Assembléia Legislativa do Estado em que se 
produziu uma lei, cuja compatibilidade com a Constituição Federal é 
objeto de decisões judiciais conflitantes, pode propor ação declaratória 
de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 
d) É obrigatória a oitiva do Advogado-Geral da União em todos os 
processos de controle abstrato de constitucionalidade no Supremo 
Tribunal Federal. 
e) Nenhum órgão do Executivo Federal pode dar aplicação a uma lei 
declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, em ação 
direta de inconstitucionalidade.

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