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10 Apostila Crimes contra incolumidade publica - perigo comum art 250 e ss (1) corrigida (1)

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DIREITO PENAL IV
APOSTILA 10
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA (Arts. 250/285 do CP)
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM (Arts. 250/259 do CP)
Incolumidade pública 
"É a segurança e tranquilidade de um número indeterminado de pessoas" (Damásio de Jesus).
“É o estado de preservação ou segurança em face de possíveis eventos lesivos” (Nelson Hungria).
Perigo comum: gera perigo a um número indeterminado de pessoas. Não é necessário que o caso concreto demonstre o perigo comum, basta que se comprove que o meio usado poderia causar dano a várias pessoas, ainda que não haja uma situação de risco específico.
Os crimes podem ser de dano ou de perigo. No primeiro caso, a lei exige um dano efetivo (morrer, machucar etc.). No segundo, basta o perigo, que prescinde de resultado material (perigo de comer e morrer). 
O crime de perigo divide-se em:
perigo abstrato: apesar das teorias contra, ainda existe no Direito Penal. A conduta é presumida, pela lei, como perigosa. Os crimes de perigo abstrato terão a sua configuração com a mera prática da conduta típica pelo agente, sem a demonstração do risco efetivamente trazido.
perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido.
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 c/c art. 263 e 285 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta (crime preterdoloso):
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
Atenção: nos exatos termos do art. 285 do CP, não se aplicam as qualificadoras supra ao crime de Epidemia, art. 267 do CP, por ser crime hediondo (Lei nº 8072/1990) e já deter qualificadoras específicas §§ 1º e 2º do art. 267 CP.
INCÊNDIO (Art. 250 do CP)
TIPO PENAL: causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena: reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa.
Atenção: a conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas, senão configurará o crime tipificado no art. 132 do CP (expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente).
“Não é qualquer fogo, mas tão só o que acarreta risco para pessoas ou coisas. Ainda que esteja situado em lugar que o incêndio provoque perigo” (Magalhães Noronha).
Perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Causar: produzir, ocasionar, dirigir finalisticamente à conduta (Rogério Greco).
Incêndio: ação de atear fogo.
Expondo a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente.
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde, que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico.
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: na conduta prevista no caput do art. 250 do CP, é dolo, a conduta do agente deve ser dirigida a causar o incêndio expondo a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem. Existe a figura culposa prevista no §2º do art. 250 do CP, que será tratada adiante.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto), será atípica ou enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material “é a substância ou objeto incendiado” (Guilherme Nucci).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso: conduta do caput do art. 250 CP.
Crime culposo: §2º do art. 250 CP.
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não existe uma forma específica para o cometimento da conduta.
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas.
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, até mesmo o proprietário da coisa incendiada.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que o incêndio provocado pelo agente expor a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto (Rogério Greco).
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§ 1º do art. 250 do CP) aumentam em 1/3 (um terço):
Obs.: essas causas de aumento de pena aplicam-se somente à conduta típica do caput do art. 250 do CP, não se aplicando à modalidade culposa do (§2º do art. 250 do CP).
se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
Obs.: incorre na majorante tanto com a percepção da vantagem, quanto na promessa, não importa se há o efetivo recebimento da vantagem, mas a motivação e a intenção do agente (Guilherme Nucci).
se o incêndio é em:
casa habitada ou destinada a habitação;
Obs.: a casa deve estar servindo de moradia, seja de forma permanente, temporária ou intermitente (Rogério Greco).
edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
Obs.: 	- edifício público: pertencente aos entes públicos (União, Estados/DF e Municípios);
- edifício destinado a uso público: teatros, cinemas, prédios comerciais etc.;
- edifício destinado à obra de assistência social ou de cultura: hospitais, asilos, museus, creches, etc. (Rogério Greco).
embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
Obs.: 	navios, barcos, aviões, helicópteros, trens, ônibus, bondinho etc., mesmo que não estejam ocupados por pessoas no momento do incêndio (Rogério Greco).
estação ferroviária ou aeródromo;
Obs.: 	locais que importem em transporte sobre trilhos e campo de aviação, respectivamente (Rogério Greco).
estaleiro, fábrica ou oficina;
Obs.:	- estaleiro: local de fabricação ou conserto de navios; 
- fábrica: estabelecimento com fins industriais;
- oficina: estabelecimento em que pessoas fazem serviços manuais, ex.: oficina mecânica (Rogério Greco).
depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
Obs.: - segundo Nelson Hungria, a razão da majorante está na maior violência e difusividade do perigo comum; 
- depósito: local onde se armazenam coisas;
- explosivo: todo material capaz de produzir, pela ignição fulminante e brusca decomposição, uma irrefragável e expansiva desintegração de coisas adjacentes. Pode ser detonante (dinamite) ou deflagrante;
- combustível: é todo corpo que, embora sem a propriedade de imediata inflamação, se destina especialmentealimentar o fogo. Ex.: carvão, lenha, palha etc.;
- inflamável: toda substância (líquida, sólida ou gasosa) que, por sua natureza ou composição, tem a propriedade de fácil ignição e violenta formação de chamas, embora sem explodir. Ex.: petróleo, álcool etc. (Rogério Greco).
poço petrolífico ou galeria de mineração;
Obs.:	- poço petrolífico ou petrolífero: lugar de extração de petróleo;
- galeria de mineração: lugar de onde se extraem os minérios (Rogério Greco).
lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Obs.:	- lavoura: terreno lavrado ou cultivado;
- pastagem: terreno onde se pastoreiam os animais;
- mata: terreno onde se encontram e se desenvolvem árvores silvestres;
- floresta: terreno onde existe uma formação densa de árvores, onde as copas destas se tocam, havendo um espaço mínimo entre elas (Rogério Greco).
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
MODALIDADE CULPOSA (§ 1º do art. 250 do CP)
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
Excepcionalidade da culpa: um crime só pode ser punido como culposo quando há previsão expressa na lei; se a lei for omissa, o crime só é punido como doloso (parágrafo único do art. 18 do CP).
O tipo culposo é aberto: não há descrição da conduta. Compara-se a conduta do agente, no caso concreto, com a conduta de uma pessoa de prudência mediana. 
Obs.: excepcionalmente, o tipo culposo é um tipo fechado. Exemplos: receptação culposa, tráfico culposo (ministrar dose evidentemente maior) etc.
Modalidades de culpa
Imprudência: é a culpa de quem age (ex.: passar no farol fechado). É a prática de um fato perigoso, ou seja, é uma ação descuidada. Decorre de uma conduta comissiva.
Negligência: é a culpa de quem se omite. É a falta de cuidado antes de começar a agir. Ocorre sempre antes da ação (ex.: não verificar os freios do automóvel antes de pô-lo em movimento).
Imperícia: é a falta de habilidade no exercício de uma profissão ou atividade. 
Obs.: se a imperícia advier de pessoa que não exerce a arte ou profissão, haverá imprudência ou negligência (ex.: motorista sem habilitação).
Requisitos do fato típico culposo:
conduta voluntária;
resultado naturalístico involuntário;
nexo causal;
tipicidade;
previsibilidade objetiva: é a possibilidade de qualquer pessoa ter previsto o resultado; o que se leva em conta é se o resultado era ou não previsível para uma pessoa de prudência mediana, e não a capacidade de o agente prever o resultado;
ausência de previsão: não prever o previsível. Exceção: na culpa consciente, há previsão;
quebra do dever objetivo de cuidado: é o dever de cuidado imposto a todos. Existem três maneiras de violar o dever objetivo de cuidado. São as três modalidades de culpa.
Ação penal: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: acerca da modalidade culposa §2º do art. 250 do CP, trata-se de crime de menor potencial ofensivo, procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Provocar incêndio em casa afastada da cidade: configurará o crime de dano art. 163 do CP, visto que não ocorrerá o perigo comum.
Incêndio para provocar morte da vítima: configurará o crime de homicídio qualificado inciso III, do §2º do art. 121 do CP. Com a possibilidade de concurso material impróprio com o crime do art. 250 do CP, se também expôs um número indeterminado de pessoas ao perigo.
Incêndio e dano qualificado pelo emprego de substância inflamável (inciso II do parágrafo único, art. 163 do CP): responderá pelo art. 250 do CP com a majorante do §1º, pois no caso do dano qualificado pelo emprego de substância inflamável, se aplica caso o fato não consista em crime mais grave. 
Incêndio e estelionato para recebimento de indenização ou valor de seguro: responderá pelo crime tipificado no inciso V, do §2º, do art. 171 do CP. Com a possibilidade de concurso material impróprio com o crime do caput do art. 250 do CP, se também expôs um número indeterminado de pessoas, para alguns doutrinadores como Guilherme Nucci.
Incêndio provocado por motivação política: responderá pelo crime tipificado no art. 20 da Lei de Segurança Nacional nº 7.170/1983.
Incêndio e crime ambiental: responderá pelo crime tipificado no art. 41 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/1998. A diferença está no objeto tutelado pela norma, no art. 250, §1º do CP é a incolumidade pública, já na Lei nº 9.605/1998 é a mata e a floresta.
Exame pericial: será necessário exame pericial nos exatos termos do art. 173 do CPP
EXPLOSÃO (Art. 251 do CP)
TIPO PENAL: expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena: reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa.
Atenção: como no crime do art. 250 do CP, a conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
Obs.: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Expor a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente.
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde, que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico.
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
Mediante explosão: comoção seguida de detonação e produzida pelo desenvolvimento repentino de uma força ou pela expansão súbita de um gás (Dicionário Aurélio).
Arremesso: lançar a substância ou coisa.
Simples colocação de engenho de dinamite: dinamite é nitroglicerina com a absorção por certas matérias sólidas (Nelson Hungria).
Substância de efeitos análogos: que podem causar explosão com efeitos idênticos à dinamite. Ex.: explosivos TNT. Explosivo: é todo material capaz de produzir, pela ignição fulminante e brusca decomposição, uma irrefragável e expansiva desintegração de coisas adjacentes. Pode ser detonante (dinamite) ou deflagrante (Rogério Greco).
Obs.: será necessário exame pericial para constatação no caso concreto de que a substância utilizada pelo agente possuía efeitos análogos à dinamite. Senão configurará a figura privilegiada do §1º do art. 251 do CP (Rogério Greco).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: na conduta prevista no caput do art. 251 do CP, é dolo, a conduta do agente deve ser dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem. Além da figura privilegiada, que também é o dolo, §1º do art. 250 do CP, existe a figura culposa prevista no §3º do art. 250 do CP, que serão tratadas adiante.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto), enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material é a dinamite ou substância de efeitos análogos.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME(Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso: conduta do caput e §1º do art. 251 CP.
Crime culposo: §3º do art. 251 CP.
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma vinculada: exige uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e os patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que a explosão ou o arremesso ou a simples colocação de engenho explosivo trouxer perigo à vida, à integridade física e ao patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto (Rogério Greco).
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
MODALIDADE PRIVILEGIADA (§ 1º do art. 251 do CP)
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos.
Obs.: a lei entende como de maior gravidade a utilização de dinamite ou substância de efeitos análogos, em face dos danos que poderiam causar, passíveis de um maior juízo de censura e pena.
Atenção: cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§ 2º do art. 251 do CP) aumentam em 1/3 (um terço):
São as mesmas hipóteses e coisas atingidas com previsão § 1º, do art. 250 do CP.
Obs.: essas causas de aumento de pena aplicam-se às condutas típicas do caput e do §1º, do art. 251 do CP, não se aplicando à modalidade culposa do (§3º do art. 251 do CP).
MODALIDADE CULPOSA (§ 3º do art. 251 do CP) No caso de culpa:
se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos:
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
nos demais casos (substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos):
Pena: detenção, de de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Atenção: observadas as medidas de segurança e autorizações, em se ocorrendo um caso fortuito ou força maior, agente não poderá ser responsabilizado pelo crime (ex.: tempestade e um estoque regular explodir).
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: 	- quanto à modalidade privilegiada §1º do art. 251 do CP, cabe hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995);
- acerca da modalidade culposa §3º do art. 251 do CP, trata-se de crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Explosão provocada por motivação política: responderá pelo crime tipificado no art. 20 da Lei de Segurança Nacional nº 7.170/1983.
Pesca mediante utilização de explosivos: responderá pelo crime tipificado no inciso I do art. 35 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/1998.
Exame pericial: será necessário exame pericial nos exatos termos do art. 175 do CPP.
Homicídio praticado com emprego de explosivo: configurará o crime de homicídio qualificado inciso III, do §2º do art. 121 do CP. Com a possibilidade de concurso material impróprio com o crime do art. 250 do CP, se também expôs um número indeterminado de pessoas ao perigo.
Queima de fogos de artifício: configura contravenção penal prevista no art. 28 da LCP – Lei de Contravenções Penais Decreto lei nº 3.688/1941.
USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE (Art. 252do CP)
TIPO PENAL: expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Atenção: cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
Obs.: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Expor a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente.
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde, que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico.
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
Usando de gás tóxico – gás: substância de forma fluida, ou que seja capaz de se expandir misturando-se ao ar em forma de vapor ou fumaça (não pode ser sólida nem líquida); – Tóxico é o gás venenoso. Ex.: gases provenientes de ácido cianídrico, benzina etc. (Rogério Greco).
Asfixiante: é aquele de natureza sufocante, que atua nas vias respiratórias, impedindo a vítima de respirar. Ex.: gases provenientes de cloro, bromo etc. (Rogério Greco).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, a conduta do agente deve ser dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem com o uso do gás tóxico ou asfixiante. Existe a figura culposa prevista no parágrafo único do art. 252 do CP, que será tratada adiante.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto), enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material “é o gás tóxico ou asfixiante” (Rogério Greco).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso: conduta do caput do art. 252 CP.
Crime culposo: parágrafo único do art. 252 CP.
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma vinculada: exige uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamenteapontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que após a utilização do gás tóxico ou asfixiante trouxer perigo à vida, à integridade física e ao patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto (Rogério Greco).
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
MODALIDADE CULPOSA (Parágrafo único do art. 252 do CP):
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: 	- em ambas as modalidades, dolosa ou culposa, caput e parágrafo único do art. 252 do CP, cabe hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995);
- acerca da modalidade culposa, parágrafo único do art. 252 do CP, trata-se de crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe além da hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Homicídio qualificado pelo emprego de gás asfixiante: configurará o crime de homicídio qualificado inciso III, do §2º do art. 121 do CP. Com a possibilidade de concurso material impróprio com o crime do art. 252 do CP, se também expôs um número indeterminado de pessoas ao perigo.
Utilização de gás lacrimogêneo pela polícia: a utilização deverá observar a necessidade de repelir agressões injustas, atuais e iminentes, atuando em legítima defesa, ou ainda, no estrito cumprimento do dever legal. O abuso, concebido como excesso, deverá ser punido responsabilizando criminalmente a autoridade pelo seu ato ilegal, bem como o uso sem a mínima necessidade, no crime tipificado no art. 252 do CP.
Contravenção penal de emissão de fumaça, vapor ou gás: configura contravenção penal prevista no art. 38 da LCP – Lei de Contravenções Penais Decreto lei nº 3.688/1941, a emissão de fumaça, vapor ou gás, abusivamente que possa ofender ou molestar alguém. Caberá à perícia comprovar a lesividade, se não atingiria um número indeterminado de pessoas, enquadrando, então, no tipo do art. 252 do CP.
Exame pericial: será necessário exame pericial nos exatos termos do art. 175 do CPP.
FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO POSSE OU TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS OU GÁS TÓXICO, OU ASFIXIANTE (Art. 253 do CP)
TIPO PENAL: fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
Atenção: a lei penal quis antecipar a punição, buscando impedir a prática dos comportamentos tipificados nos arts. 251 e 252 do CP.
Obs.: perigo abstrato - a conduta é presumida, pela lei, como perigosa. Os crimes de perigo abstrato terão a sua configuração com a mera prática da conduta típica pelo agente, sem a demonstração do risco efetivamente trazido (posição majoritária). Para Rogério Greco, é perigo concreto e deve ser provado o risco.
“Trata-se de delito de perigo abstrato. Dessa forma, o perigo constitui unicamente a ratio legis, isto é, o motivo que inspirou o legislador a criar a figura típica delitiva” (Luiz Regis Prado).
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Fabricar: é produzir, criar. Compreende qualquer processo idôneo de elaboração, mecânico ou químico, não excluída a simples adição de uma substância a outra ou a outras (composição). Ainda, com a reprodução, transformação ou aperfeiçoamento de matérias já por si explosivas (Magalhães Noronha).
Fornecer: entregar a alguém, a título gratuito ou oneroso (Rogério Greco).
Adquirir: comprar (título oneroso) ou obter (título gratuito) (Rogério Greco).
Possuir: ter a posse, guardar, estar a sua disposição (Rogério Greco).
Transportar: importa em remover, conduzir, levar de um lugar para outro, seja a remoção a título oneroso ou gratuito (Rogério Greco).
Sem licença da autoridade: é o elemento normativo, autorização da autoridade competente in casu de explosivos é o Exército Brasileiro.
Substância ou engenho explosivo: que podem causar explosão. Explosivo: é todo material capaz de produzir, pela ignição fulminante e brusca decomposição, uma irrefragável e expansiva desintegração de coisas adjacentes. Pode ser detonante (dinamite) ou deflagrante (Rogério Greco).
Gás tóxico ou asfixiante: – gás: substância de forma fluida, ou que seja capaz de se expandir misturando-se ao ar em forma de vapor ou fumaça (não pode ser sólida nem líquida); – tóxico é o gás venenoso. Ex.: gases provenientes de ácido cianídrico, benzina etc.; – asfixiante é aquele de natureza sufocante, que atua nas vias respiratórias, impedindo da vítima respirar. Ex. gases provenientes de cloro, bromo etc. (Rogério Greco).
Material destinado à sua fabricação: trata-se de material voltado à fabricação de substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante. Não é preciso que a substância só possa ser usada para o fabrico de explosivo, mas que, em determinado contexto, seja usada para tal fim (Guilherme Nucci).
Obs.: trata-se de crime misto alternativo, caso o agente pratique uma ou mais condutas previstas no tipo, importará em infração única (Rogério Greco).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, somente admite a forma dolosa.
Obs.: o desconhecimento por parte do agente de que o objeto detém natureza explosiva, tóxica ou asfixiante poderá alegar o erro de tipo (art.20 do CP), bem como o desconhecimento da necessidade de obter autorização para transporte.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. O objeto material é a substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, e o material destinado à sua fabricação (Rogério Greco).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum: posição majoritária.
Crime de perigo concreto: posição minoritária.
Crime de forma livre: não exige uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime unissubsistente: no caso de possuir.
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: consoante a posição majoritária, com a simples prática de qualquer das condutas do tipo. no momento em que após a utilização do gás tóxico ou asfixiante trouxer perigo à vida, à integridade física e ao patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto (Rogério Greco).
TENTATIVA:majoritariamente, não é admitida a tentativa. Porém, para Rogério Greco e Cezar Roberto Bitencourt, é possível, no caso de crime plurissubsistente, podendo fracionar a inter criminis.
 
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: trata-se de crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe, além da hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Lei de Segurança Nacional: no caso do agente adquirir engenho explosivo privativo das forças armadas, responderá pelo crime tipificado no art. 12 da Lei de Segurança Nacional nº 7.170/1983.
Estatuto do Desarmamento Lei nº 10.826/2003: para Rogério Greco, o art. 253 do CP foi parcialmente revogado pelo inciso III, do art. 16 do Estatuto do Desarmamento Lei nº 10.826/2003, especificamente no que diz respeito aos núcleos fabricar e possuir substância ou engenho explosivo. 
Exame pericial: será necessário exame pericial para concluir acerca dos materiais.
INUNDAÇÃO (Art. 254 do CP)
TIPO PENAL: causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Penas: - no caso de DOLO, reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa; 
 - no caso de CULPA detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
Obs.: na modalidade culposa de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
Atenção: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Causar: produzir, ocasionar, dar causa, dirigir finalisticamente para causar a inundação (Rogério Greco).
Inundação: alagamento de um local de notável extensão, não destinado a receber águas (Nelson Hungria).
Obs.: não basta, para o crime de inundação, qualquer alagamento ou transbordamento; é necessário que não esteja mais no poder do agente dominar a força natural das águas, cujo desencadeamento provocou, criando uma situação de perigo comum (Liszt-Schmidt apud Nelson Hungria).
Expondo a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente.
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde, que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico.
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o crime de inundação sob exame pode ser cometido na forma dolosa, bem como na forma culposa previstos na pena atribuída para cada forma.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto) será atípico ou se enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material “é a grande quantidade de água liberada para efeito do cometimento do crime” (Rogério Greco).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso
Crime culposo
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não exige uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo 
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e os patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que a invasão das águas já tomou proporções que concretizam a inundação, e já expõe a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de outras pessoas (Magalhães Noronha). Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto.
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
MODALIDADE CULPOSA 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: 	acerca da modalidade culposa, trata-se de crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Inundação com a intenção de causar morte em alguém: configurará o crime de homicídio qualificado inciso III, do §2º do art. 121 do CP. Com a possibilidade de concurso material impróprio com o crime do art. 250 do CP, se também expôs um número indeterminado de pessoas ao perigo, responderá pelo crime tipificado no art. 20 da Lei de Segurança Nacional nº 7.170/1983.
Usurpação de águas: se a intenção do agente não era criar uma situação de perigo, bem como se tiver praticado a conduta com a finalidade de desviar ou represar, em proveito próprio ou alheio, águas alheias, responderá pelo crime tipificado no inciso I do art. 161 do CP.
Dano: se o alagamento for “de pouca monta, incapaz de produzir perigo extensivo, poderá constituir tão somente crime de dano (art. 163 do CP)” (Luiz Regis Prado).
PERIGO DE INUNDAÇÃO (Art. 255 do CP)
TIPO PENAL: remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Penas: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Obs.: cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
Atenção: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
Obs.: trata-se de crime misto alternativo, caso o agente pratique uma ou mais condutas previstas no tipo, importará em infração única (Rogério Greco).
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Remover: afastar, retirar, transpor, transferir (Rogério Greco).
Destruir: eliminar, aniquilar, acabar com (Rogério Greco).
Inutilizar: compreende a situação na qual, embora aparentemente mantido o obstáculo natural, ou obra destinada a impedir inundação, estes já não conseguem cumprir as funções para as quais foram originariamente criados, tornando-se,pois, imprestáveis a esse fim (Rogério Greco).
Prédio próprio: bem imóvel pertencente ao agente.
Alheio: bem imóvel pertencente ao outra pessoa.
Expondo a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente.
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico.
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
Obstáculo natural: são os naturalmente inerentes ao local onde estão contidas as águas. (Ex.: margens do rio) (Rogério Greco). Magalhães Noronha: “escavadas e rebaixadas, fazem-no transbordar e correr, fora de seu álveo, pondo em risco a incolumidade pública”.
Obra destinada impedir: é a obra construída artificialmente pelo homem. Ex.: diques, barragens, comportas etc. (Rogério Greco).
Inundação: alagamento de um local de notável extensão, não destinado a receber águas (Nelson Hungria).
Obs.: “não basta, para o crime de inundação, qualquer alagamento ou transbordamento: é necessário que não esteja mais no poder do agente dominar a força natural das águas, cujo desencadeamento provocou, criando uma situação de perigo comum” (Liszt-Schmidt apud Nelson Hungria).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo somente pode ser cometido na forma dolosa, não existe a previsão legal da forma culposa. 
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto) será atípico.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material “é o obstáculo ou obra destinado a impedir inundação” (Rogério Greco).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não exige uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo 
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento da efetiva remoção, destruição ou inutilização de obstáculo natural ou obra destinado a impedir inundação, e no caso concreto que expõe a perigo a vida, integridade física e patrimônio de outras pessoas (Rogério Greco).
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco), posição minoritária.
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Necessidade de perícia: será necessário exame pericial por se tratar de crime que deixa vestígios nos termos do art. 158 do CPP.
Concurso entre os delitos de Inundação e Perigo de Inundação: no caso de ocorrer a inundação, em virtude da conduta do agente, que, por exemplo, destrói uma obra destinada a impedi-la, deverá ser aplicada a regra do concurso formal de crimes, tal como preconizado por Hungria.
DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO (art. 256 do CP)
TIPO PENAL: causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Penas: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Obs.: cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
Atenção: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Causar: produzir, ocasionar, dar causa, dirigir finalisticamente para causar desabamento ou desmoronamento (Rogério Greco).
Desabamento: queda de qualquer construção suscetível de – vir abaixo: edifícios, muros, pontes, monumentos, galerias, andaime etc. (Bento de Faria).
Desmoronamento: ato determinante da desagregação de partes de alguma coisa. Ex.: terra da montanha, quando se faz rodar uma barreira etc. (Bento de Faria).
Obs.: tanto o desabamento quanto o desmoronamento podem ser totais ou parciais, pouco importando o vulto da construção ou o seu estado ruinoso ou a vetustez. São indiferentes os meios utilizados desde que causem o desabamento ou o desmoronamento, que podem ainda ser a causa das mesmas ocorrências em relação a outras construções anexas ou próximas (Bento de Faria).
Expondo a perigo a vida: consiste em colocar a vida de terceiros em perigo com a conduta do agente (Rogério Greco).
Integridade física: engloba tanto a integridade corporal, que consiste no dano anatômico prejudicial ao corpo humano, quanto a ofensa à saúde, que é a provocação de perturbações de caráter psicológico e/ou fisiológico. 
Patrimônio de outrem: bens de titularidade de outra(s) pessoa(s).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: na conduta prevista no caput do art. 256 do CP é dolo, a conduta do agente deve ser dirigida a causar o desabamento ou desmoronamento expondo a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem, sendo possível, ainda, o dolo eventual. Existe a figura culposa prevista no parágrafo único do art. 256 do CP, que será tratada adiante.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem (dependendo do caso concreto), será atípico ou se enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material “é o morro, pedreira ou semelhante” (Guilherme Nucci).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso: conduta do caput do art. 256 CP.
Crime culposo: parágrafo único do art. 256 CP.
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não existe uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte: como regra, há prova pericial, tratando-se de infração com vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoasque tiveram suas vidas, a integridade física e patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento, porém não somente quando o agente os produz, mas quando, em razão deles, expõe a perigo a vida, integridade física e patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto (Rogério Greco).
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente, em que se pode fracionar o inter criminis (Rogério Greco).
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
MODALIDADE CULPOSA (parágrafo único do art. 256 do CP)
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano.
Obs.: crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: - em ambas as modalidades, dolosa ou culposa, caput e parágrafo único do art. 256 do CP, cabe hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995).
- acerca da modalidade culposa, parágrafo único do art. 256 do CP, trata-se de crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Dano praticado por desabamento ou desmoronamento: se a conduta do agente foi dirigida finalisticamente a produzir dano em coisa alheia, praticado por meio do comportamento de causar desabamento, poderá se amoldar ao tipo penal do art. 163 do CP, caso não tenha colocado em risco a incolumidade pública.
Desabamento de construção: levando em consideração a gravidade do fato, poderá a conduta do agente configurar a contravenção penal prevista no art. 29 da LCP – Lei de Contravenções Penais Decreto lei nº 3.688/1941.
Desabamento ou desmoronamento como meio para a prática do delito de homicídio: se a finalidade do agente era, por meio do desabamento ou desmoronamento, causar a morte de alguém, e o comportamento tiver também exposto a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, deverá ser responsabilizado por homicídio qualificado (tentado ou consumado) em concurso formal com o delito do art. 256 do CP. Caso não tenha havido perigo para a incolumidade pública, o dano causado pelo desabamento, que foi utilizado como meio para a prática do homicídio, será absorvido pelo crime de homicídio.
SUBTRAÇÃO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO
(Art. 257 do CP)
TIPO PENAL: subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Penas: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Atenção: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Subtrair: tirar, remover, apoderar-se, podendo essa subtração ser temporária ou permanente (Rogério Greco).
Ocultar: importa em esconder, encobrir, não permitindo que sejam achados os objetos mencionados pelo tipo penal, impedindo, assim, a utilização deles (Rogério Greco).
Inutilizar: é tornar imprestável a coisa ao fim a que era destinada (Rogério Greco).
Por ocasião de incêndio: no momento em que se tem fogo ateado.
Inundação: alagamento de um local de notável extensão, não destinado a receber águas (Nelson Hungria).
Naufrágio: afundamento de uma embarcação, após um acidente ou batalha naval.
Outro desastre: acidente grave; sinistro, desgraça, fatalidade.
Calamidade: grande desgraça, acontecimento funesto, calamidade.
Aparelho, material, ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro, ou salvamento: meios instrumentos sobre o qual se recai a ação do agente, destinados à debelação do perigo ou salvamento. Ex.: bombas de incêndio, caixas de alarme ambulâncias, salva-vidas, extintores de incêndio, medicamentos, desinfetantes, bocas d’agua etc. (Nelson Hungria).
Impedir: frustrar total ou parcial (Nelson Hungria).
Dificultar serviço de tal natureza: criar embaraço, pode ser praticado por meio de violência, ou fraude, ou destruição de fonte de comunicação (Nelson Hungria).
Obs.: trata-se de crime misto alternativo, caso o agente pratique uma ou mais condutas previstas no tipo, importará em infração única (Rogério Greco).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não há previsão para a modalidade culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. Já o objeto material é o aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não existe uma forma específica para o cometimento da conduta.
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime permanente: acerca da conduta ocultar.
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram suas vidas, a integridade física e patrimônios expostos a perigo. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que o agente praticar as condutas do tipo, e expor a perigo a vida, integridade física e patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto. Posição minoritária de Rogério Greco. A posição majoritária consuma-se com as condutas independentemente da exposição ao perigo ou frustração do salvamento.
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
FORMAS QUALIFICADAS NOS CRIMES DE PERIGO COMUM (art. 258 do CP)
Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta:
lesão corporal de natureza grave: a pena privativa de liberdade é aumentada de ½ (metade);
morte: é aplicada em 2x (dobro).
 No caso de culpa, se do fato resulta:
lesão corporal: a pena aumenta-se de ½ (metade); 
morte: aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço).
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Concurso de crimes: se o próprio agente foi quem deu causa ao incêndio, inundação etc., responderá em concurso material, com o presente crime art. 257 do CP, com o respectivo crime de perigo comum. Se o processo empregado constitui crime (furto, constrangimento ilegal, violência físicaou moral, resistência etc.), haverá concurso material (Nelson Hungria).
Subtração sem que ocorra exposição a perigo comum: responderá por furto art. 155 do CPP, pois não expôs a perigo comum, e se tinha a intenção de subtraí-lo para utilizá-lo momentaneamente, será furto de uso, considerado fato atípico.
DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA (Art. 259 do CP)
TIPO PENAL: difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Penas: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Atenção: perigo concreto - a lei exige uma situação efetiva de perigo, é o perigo que deve ser demonstrado caso a caso. São aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação de que a conduta do agente trouxe, realmente, a probabilidade do dano ao objeto jurídico protegido. A conduta do agente deve ser destinada a um grupo indeterminado de pessoas. Posição minoritária do qual é seguidor Rogério Greco, já a posição majoritária é que seja um perigo abstrato.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO
Difundir: espalhar, disseminar, propagar (Rogério Greco).
Doença: “com referência às plantas e aos animais, é qualquer processo patológico determinante do seu enfraquecimento, degenerescência ou morte. Relativamente aos animais, são consideradas doenças infecto-contagiosas: peste bovina, febre aftosa, raiva (...)” (Bento de Faria).
Praga: “é um mal que não representa o processo e desenvolvimento mórbido da doença, mas traduz antes um surto maléfico e transeunte semelhante à epidemia” (Bento de Faria).
Que possa causar dano: que haja possibilidade do bem ser diminuído, inutilizado ou deteriorado.
Floresta: terreno onde existe uma formação densa de árvores, onde as copas destas se tocam, havendo um espaço mínimo entre elas (Rogério Greco).
Plantação de utilidade econômica: área onde são cultivadas plantas de utilidade econômica (Rogério Greco). Ex.: soja.
Animais de utilidade econômica: aqueles cuja criação interfere na economia nacional, a exemplo do gado de corte (Rogério Greco).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: na conduta prevista no caput do art. 259 do CP é o dolo, a conduta do agente deve ser dirigida a difundir doença ou praga que possa causar dano à floresta, plantação ou animais de utilidade econômica. Existe a figura culposa prevista no parágrafo único do art. 259 do CP, que será tratada adiante.
Obs.: caso não seja dirigida finalisticamente a causar dano à floresta, à plantação ou a animais de utilidade econômica (dependendo do caso concreto), será atípico ou enquadrará na conduta culposa.
Atenção: é possível a responsabilização penal em virtude de conduta omissiva quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
OBJETIVIDADE JURÍDICA: proteger a incolumidade pública. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME (Rogério Greco)
Crime comum: com relação ao sujeito ativo e passivo, pois qualquer um pode praticar.
Crime doloso
Crime comissivo
Crime omissivo impróprio: quando o agente gozar do status de garantidor (§2º do art. 13 do CP).
Crime de perigo comum
Crime de perigo concreto
Crime de forma livre: não existe uma forma específica para o cometimento da conduta. 
Crime vago: não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas.
Crime instantâneo
Crime permanente: acerca da conduta ocultar.
Crime monossubjetivo: que pode ser cometido por uma pessoa e uma conduta.
Crime plurissubsistente: que pode ser cometido em concurso de agentes e várias condutas. 
Crime não-transeunte (como regra, há prova pericial, tratando-se de infração penal que deixa vestígios).
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a coletividade/sociedade, as pessoas que tiveram sua floresta, plantação ou animais de utilidade econômica prejudicada. Sendo um crime vago, não precisa efetivamente apontar as pessoas expostas (Rogério Greco).
CONSUMAÇÃO: por se tratar de um crime de perigo concreto, no momento em que o agente praticar as condutas do tipo, e expor a perigo a vida, integridade física e patrimônio de outras pessoas. Situação que deverá ser demonstrada no caso concreto. Posição minoritária de Rogério Greco. A posição majoritária consuma-se com as condutas independentemente da exposição ao perigo ou frustração do salvamento.
TENTATIVA: possível, no caso de crime plurissubsistente (Rogério Greco).
MODALIDADE CULPOSA (parágrafo único do art. 259 do CP)
Penas: detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Obs.: no caso concreto estando o réu dotado dos requisitos é direito subjetivo e deverá ser aplicada somente a multa. Crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
AÇÃO PENAL: Iniciativa Pública Incondicionada. 
Obs.: na modalidade culposa e observado o caso concreto estando o réu dotado dos requisitos, é direito subjetivo e deverá ser aplicada somente a multa. Crime de menor potencial ofensivo procedimento da Lei nº 9.099/1995. Cabe a hipótese de suspensão condicional do processo (art. 89 Lei nº 9.099/1995), composição e transação penal.
OBSERVAÇÃO – DESTAQUES (Rogério Greco)
Concurso de crimes: se o próprio agente foi quem deu causa ao incêndio, inundação etc., responderá em concurso material, com o presente crime art. 257 do CP, com o respectivo crime de perigo comum. Se o processo empregado constitui crime (furto, constrangimento ilegal, violência física ou moral, resistência etc.), haverá concurso material (Nelson Hungria).
Subtração sem que ocorra exposição a perigo comum: responderá por furto art. 155 do CPP, pois não expôs a perigo comum, e se tinha a intenção de subtraí-lo para utilizá-lo momentaneamente, será furto de uso, considerado fato atípico.
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