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Peticionamento na Via Administrativa e Atuação Judicial em Direito Previdenciário

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1 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
Aula 3: Peticionamento na vida administrativa ............................................................................ 2 
Introdução ........................................................................................................................2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Considerações finais sobre a atuação na via administrativa ....................................3 
Revisão do benefício ......................................................................................................5 
Peticionamento na via administrativa .........................................................................5 
Atuação judicial ..............................................................................................................7 
Acidente de trabalho e a competência da justiça comum estadual ........................8 
Ritos, procedimentos processuais e valor da causa ................................................10 
Questões relativas à fixação de valor ........................................................................11 
Apreciação e valoração da prova na via judicial ......................................................13 
Atuação nos Juizados Especiais Federais – JEFs .....................................................14 
Atuação recursal ..........................................................................................................15 
A jurisprudência do STF ..............................................................................................18 
Execução nas ações previdenciárias: obrigações de fazer e pagar .......................19 
Atividade proposta .......................................................................................................20 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 20 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 20 
Exercícios de fixação ...................................................................................................20 
2 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Nesta aula, encerraremos a abordagem da atuação na via administrativa com 
um breve roteiro de peticionamento perante o INSS. A seguir, dar-se-á início ao 
estudo da atuação judicial no direito previdenciário. 
 
Objetivo: 
 
1. Empregar as petições com precisão e efetividade nas vias administrativa e 
judicial, dominando as ferramentas processuais. 
3 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
Conteúdo 
 
Considerações finais sobre a atuação na via administrativa 
Na atuação administrativa, a maioria dos casos não demanda uma petição 
inicial de requerimento administrativo, bastando deduzir o pedido mediante o 
preenchimento de formulários padronizados que constam dos sistemas 
corporativos do INSS e apresentar a documentação exigida para a espécie de 
prestação ou serviço. 
 
No caso de requerimento de benefícios previdenciários ou assistenciais, o foco 
da atuação do representante legal do cidadão segurado é a produção da prova, 
apta a trazer para a Administração a verdade real. Deve-se atentar 
principalmente para o preenchimento dos requisitos legais da qualidade de 
segurado e carência, fazendo prévia simulação da contagem de tempo de 
serviço e/ou contribuição para verificar se todos os vínculos empregatícios e 
períodos de trabalho como autônomo, avulso ou segurado especial foram 
considerados. 
 
 
4 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
Outro aspecto importante para a conferência é a relação dos salários-de- 
contribuição (SC) utilizados para cálculo do salário-de-benefício (SB) e Renda 
Mensal Inicial (RMI) do benefício. É essencial que se faça o batimento dos 
salários lançados nos sistemas corporativos com os efetivamente recebidos 
mediante recibos do empregador e termo de rescisão dos contratos de 
trabalho. 
 
Um erro de cálculo pode acarretar grave prejuízo no valor da Renda Mensal 
(RM) do benefício, demandando elaborar novo requerimento administrativo 
para correção. Desse modo, a prévia conferência e simulação de contagem de 
tempo e salários é medida essencial para evitar o retrabalho. 
 
 
Revisão do benefício 
Acerca da revisão do benefício, embora também haja formulários padronizados 
para essa espécie de requerimento, trata-se de caso em que uma petição mais 
elaborada é recomendável. Isto porque o benefício na forma como foi concedido 
detém os atributos dos atos administrativos, que são a presunção de 
legitimidade e veracidade, imperatividade e autoexecutoriedade. 
 
Assim, o requerimento voltado à revisão da prestação deverá infirmar esses 
atributos, demonstrando de forma cabal que houve erro na concessão, em geral 
pelo não cômputo da totalidade do tempo de serviço e/ou contribuição, ou erro 
no cálculo da Renda Mensal Inicial (RMI), por ausência de lançamento dos 
salários-de-contribuição corretos ou aqueles efetivamente recebidos e não 
declarados pelo empregador. 
 
Uma petição bem elaborada demonstrando o erro da Administração e cotejando 
com as provas documentais tem maior poder de persuasão, aumentando a 
chance de êxito do requerimento. A seguir, algumas orientações para o melhor 
peticionamento junto à Administração. 
 
 
 
5 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
Peticionamento na via administrativa 
É consenso que o peticionamento deve ser enxuto, preciso e com linguagem 
simples, visando facilitar a interpretação da prova dos autos. O melhor 
peticionamento deve seguir as seguintes orientações: 
 
1. Direcionamento: a petição deve ser dirigida à maior autoridade do órgão em 
que tramita ou irá tramitar o processo administrativo, no caso a Gerência 
Executiva (GEX) ou Agência da Previdência Social (APS), cuja autoridade máxima 
é o Gerente Executivo ou Gerente de APS. Assim, o requerimento deve ser 
dirigido “Ao Ilmo. Sr. Gerente Executivo do INSS – Gerência Executiva de 
 -UF” ou “Ao Ilmo. Sr. Gerente da Agência da Previdência Social de - 
UF”. 
 
2. Qualificação do segurado ou beneficiário. 
 
 
3. Descrição dos fatos, do objeto do pedido e outros dados pertinentes. 
 
 
4. Eventual fundamentação jurídica, se necessário. Via de regra, somente 
questões que possam gerar controvérsia devem ser objeto de fundamentação 
técnico-jurídica. O requerimento deve primar pela simplicidade. Tratando-se de 
subsunção simples dos fatos às normas não é necessário, na via administrativa, 
a exposição das leis ou atos que fundamentam o pedido. O INSS já detém 
formulários que, necessariamente, vão instruir os autos com menção às normas 
aplicáveis. 
 
5. No caso de contagem de tempo de contribuição ou serviço, é importante 
transcrever cronologicamente os vínculos e tempos de contribuição ou serviço 
que se pretende computar para fins de carência, e a simulação da contagem do 
tempo, para que fique claro o que se pretende. 
 
6. Recomenda-se apresentar uma simulação de cálculo da Renda Mensal Inicial 
(RMI), especialmente quando houver múltiplos vínculos no Período Básico de 
Cálculo (PBC), a fim de minorar a chance de erro de cálculo. 
 
6 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
7. Por fim, deduzir o pedido, que pode ser a concessão de benefício, serviço ou 
revisão de benefício. 
 
 
 
 
 
Atuação judicial 
Competência para processamento das ações 
 
A primeira questão prática a ser enfrentada no caso de judicialização da relação 
jurídicaprevidenciária é a definição do juízo competente para processar e julgar 
a ação. Como se sabe, trata-se de questão de ordem pública geradora de 
nulidade absoluta dos atos decisórios do processo. A maioria das ações 
previdenciárias tramita nos Juizados Especiais Federais ou em varas federais no 
rito ordinário, é a regra geral. Excetuam-se as ações derivadas de acidente de 
trabalho, chamadas de ações acidentárias, de competência da Justiça Estadual. 
 
No caso dos benefícios por incapacidade, que representam a maioria das ações 
em trâmite, a definição da competência se dá pelo fato gerador do direito ao 
benefício, que é a ocorrência ou não de acidente de trabalho ou doença 
profissional geradora de incapacidade ou redução de capacidade laborativa nos 
termos da Lei 8.213/91. 
7 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
Acidente de trabalho e a competência da justiça comum estadual 
Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos termos da 
Constituição Federal, é imprescindível que tenha ocorrido o acidente de 
trabalho. O sinistro é a causa de pedir do benefício que se está requerendo 
administrativa ou judicialmente. E no caso dos pedidos revisionais ou que 
busquem um benefício derivado – em geral pensão por morte derivada de 
aposentadoria por invalidez acidentária –, o acidente é a causa de pedir remota, 
o fundamento jurídico que acarreta o deslocamento da competência. 
 
Infelizmente a dispersão jurisprudencial que prejudica a segurança jurídica no 
país tem ocasionado mais distorções na definição da competência no direito 
previdenciário. É que vários Juizados Especiais Federais não estão aplicando a 
jurisprudência do STJ e STF e estão processando ações acidentárias, 
especialmente as revisionais de benefícios acidentários. 
 
Muitas dessas decisões vêm sendo mantidas nas Turmas Recursais, e como não 
é possível interpor recurso sobre matéria processual para a Turma Nacional de 
Uniformização dos JEFs – TNU, fato é que vem sendo descumprida a 
competência absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar as demandas 
decorrentes de ações acidentárias. 
 
Dispositivo da Constituição Federal 
Vejamos o dispositivo da Constituição Federal: 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal 
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
(...) 
 § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio 
dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de 
8 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do 
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras 
causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. 
 
Conclui-se que são três as hipóteses de competência para processamento de 
ações que visam à concessão ou à revisão de benefício previdenciário: 
 
1) Competência originária da Justiça Federal para processar e julgar ações de 
natureza previdenciária em sentido estrito, com recurso dirigido aos Tribunais 
Regionais Federais e Turmas Recursais dos JEFs; 
 
2) Competência delegada à Justiça Estadual para processar e julgar ações de 
natureza previdenciária em sentido estrito quando não houver vara federal no 
domicílio do segurado ou beneficiário, com recurso dirigido aos Tribunais 
Regionais Federais; 
 
3) Competência originária da Justiça Estadual para processar e julgar ações de 
natureza acidentária (decorrentes de acidentes de trabalho), com recurso 
dirigido aos Tribunais de Justiça dos Estados. 
 
Observa-se a distinção terminológica utilizada na praxe forense. Costuma-se 
distinguir as ações ditas “previdenciárias” em sentido estrito das ações 
“acidentárias”. São “previdenciárias” em sentido estrito as ações que não se 
originam de um acidente de trabalho ou doença profissional, cuja definição 
técnica está na Lei nº 8.213/91. São “acidentárias” as ações que derivam de 
um acidente de trabalho, conforme já se expôs. 
 
Interessante observar que a jurisprudência anterior do STJ entendia que a 
concessão do benefício acidentário era de competência da Justiça Estadual, e, 
no caso de revisão desse benefício, a competência seria da Justiça Federal, 
com o fundamento de que, após a concessão, a prestação entraria na mesma 
sistemática do benefício previdenciário não acidentário. 
 
9 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Por esse precedente, o benefício acidentário, depois de concedido, entraria na 
vala comum dos benefícios não acidentários. Segue decisão do STJ de 1992 
nessa linha: 
Processo: CC 3363 RJ 1992/0019388-9. Relator(a): 
Ministro Assis Toledo. Julgamento: 17/09/1992. 
Órgão Julgador: S3 - Terceira Seção. Publicação: DJ 
05.10.1992 p. 17.064. PROCESSUAL CIVIL. 
COMPETÊNCIA. REAJUSTE DE BENEFÍCIO 
ACIDENTÁRIO. TEM NATUREZA PREVIDENCIÁRIA A 
AÇÃO QUE, SEM PRETENDER QUALQUER EXAME DE 
MATÉRIA RELACIONADA À LEGISLAÇÃO 
ACIDENTÁRIA, PEDE APENAS A REVISÃO DE 
CÁLCULO DE BENEFICIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
FEDERAL. 
 
Posteriormente, o STF decidiu que, em relação à revisão de benefício 
acidentário, a competência também seria da Justiça Comum Estadual 
(conforme acórdãos anexados no APRENDA MAIS). Assim, no entender do 
STF, tanto revisão quanto 3 concessão de benefício acidentário seriam de 
competência da Justiça Comum Estadual, devendo o recurso ser dirigido ao 
Tribunal de Justiça. 
 
O que se verifica é que, em relação à concessão de benefício acidentário, 
nunca houve divergência entre o STJ e o STF, pois sempre entenderam que a 
competência é da Justiça Estadual. A divergência então existente era somente 
na situação de revisão do benefício acidentário. Essa questão foi superada, de 
modo que, atualmente, em razão da jurisprudência mais recente do STF e do 
STJ, quando se tratar de concessão ou mesmo de revisão de benefício 
acidentário, o recurso deve ser dirigido ao Tribunal de Justiça. 
 
Por fim, cabe salientar que o STJ pacificou o entendimento de que, para o 
controle de competência dos Juizados Especiais Federais, é cabível Mandado de 
Segurança no Tribunal Regional Federal, como se vê no acórdão do RMS 
10 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
37.959 – BA. A íntegra dessa decisão está no aprenda mais. 
 
Para nosso estudo, importa conhecer a jurisprudência sobre o tema e ajuizar as 
ações no juízo competente a fim de evitar nulidades e retardamento da ação. 
 
Reiteramos a sugestão para conferir, na íntegra, as decisões do STJ e STF 
sobre competência, no aprenda mais. 
 
Ritos, procedimentos processuais e valor da causa 
Vejamos as modalidades de ritos e sua compatibilidade com o ramo 
previdenciário, considerando que alguns ritos processuais não são aplicáveis. 
 
Comum Ordinário (CPC) 
Maior amplitude probatória, atos mais rígidos, maior disponibilidade de 
recursos, é o rito das ações previdenciárias com valor da causa superior a 60 
(sessenta) salários mínimos ou que demandem prova complexa, julgada 
incompatível com o rito dos JEFs. É o mais utilizado também nas ações 
acidentárias que tramitam na Justiça Comum Estadual. 
 
Comum Sumário (CPC) 
Ideia de concentração de atos. Utilizado raramente, em geral nas ações 
acidentárias que tramitam na Justiça Comum Estadual, cujo valor da causa não 
exceda 60 (sessenta) salários mínimos. Há uma audiência de conciliação que, 
frustrada, demandará nova audiência de instrução e julgamento.É comum os 
juízes designarem audiência una, concentrando conciliação, instrução e 
julgamento, sempre respeitando o prazo em dobro da fazenda pública. 
 
 
Juizados Especiais Estaduais 
Rito especial da Lei 9.099/95 para pequenas causas privadas. Incompatível com 
as ações previdenciárias por conta da imposição constitucional do foro federal 
para o INSS e as próprias disposições da lei que o rege. 
 
11 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Juizados Especiais Federais 
Lei 10.259/01. Rito mais flexível, mutável de acordo com a estrutura e 
demanda local. É o rito mais utilizado para processamento de ações 
previdenciárias atualmente. Caracteriza-se pelos princípios da oralidade, 
informalidade, simplicidade, economia processual e celeridade, previstos na Lei 
9.099/95 e aplicáveis aos JEFs por não haver conflito. Busca-se a concentração 
dos atos em audiência, especialmente nas ações que demandam a colheita de 
prova testemunhal. É comum e recomendável que a causa seja sentenciada em 
audiência, especialmente nos casos de instrução para comprovação de labor 
rural para aposentadorias e auxílios e relação de dependência para pensão por 
morte. 
 
Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios 
Lei 12.153/2009. Inaplicável às ações previdenciárias por força das próprias 
disposições normativas (Artigo 5º). 
 
Questões relativas à fixação de valor 
Questão prática importantíssima diz respeito à fixação do valor da causa para 
definir o rito, especialmente a fim de delimitar a competência de Juizados 
Especiais Federais e Varas Federais Comuns com tramitação pelo rito ordinário. 
Sabe-se que, em razão do valor da causa, a competência do Juizado Especial 
Federal se limita a 60 (sessenta) salários mínimos, nos termos do Artigo 3º, 
caput, da Lei 10.259/01. Nesse ponto, a competência do Juizado Especial é 
indiscutivelmente absoluta, por força do mesmo Artigo 3º, parágrafo 3º da lei. 
 
Por sua vez, o valor da causa, em se tratando de pedido de prestação 
previdenciária, compõe-se das parcelas vencidas mais 12 (doze) parcelas 
vincendas. 
 
Em relação às parcelas vencidas, admite-se a renúncia ao montante excedente 
a 60 (sessenta) salários mínimos, desde que expressa. Normalmente, em casos 
12 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
de superação do teto do Juizado Especial Federal, o juiz já intima a parte para 
manifestar ou não sua renúncia ao que sobejar ao teto (em caso de patrocínio 
por advogado a renúncia exige poderes específicos na procuração), sob pena de 
extinção do feito ou remessa a uma Vara da Justiça Federal Comum. 
Veja o que diz o Artigo 3º, parágrafo 2º da Lei 10.259/01 e demais 
características acerca da fixação de valor. 
 
Artigo 3°, parágrafo 2°, da Lei nº 10.259/01 
Ocorre que, em relação às 12 (doze) parcelas vincendas, vigora a 
irrenunciabilidade, por força do Artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 10.259/01, 
que dispõe: 
Art. 3º (...) § 2º Quando a pretensão versar sobre 
obrigações vincendas, para fins de competência do 
Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá 
exceder o valor referido no artigo 3º, caput. 
A tese encontra ressonância também no Enunciado nº 17 do FONAJEF: “Não 
cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos 
Juizados Especiais Federais.”. 
Dessa forma, caso a mensalidade do benefício pretendido consistir em montante 
que, multiplicado por 12 (doze), supere 60 (sessenta) salários-mínimos, ocorre a 
incompetência absoluta do Juizado Especial Federal, devendo a causa ser 
ajuizada pelo rito ordinário. 
Com efeito, a hipótese se configurará quando a prestação pretendida ostentar 
valor próximo ao teto dos benefícios da Previdência Social. A competência 
absoluta comporta cognoscibilidade e reconhecimento de ofício pelo juízo em 
qualquer tempo e grau de jurisdição. 
É importante que fique claro que tentar manipular o valor da causa para deslocar 
o rito aos JEFs ou às varas federais pode acarretar a imposição da pena de 
litigância de má-fé. O profissional deve fixar o valor da causa nos termos do 
Código de Processo Civil e da Lei nº 10.259/01, de modo que se expresse 
13 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
efetivamente o proveito econômico da parte, caso se sagre vencedora. 
 
 
 
Apreciação e valoração da prova na via judicial 
As espécies de provas admitidas e mais comuns no direito previdenciário, já 
estudadas no âmbito do processo administrativo, são as mesmas que instruirão 
as ações judiciais. A diferença do direito probatório nas vias administrativa e 
judicial reside na inexistência de tarifação e de limitações para o juiz, ao 
contrário do servidor administrativo, que deve necessariamente observar o 
Decreto 3.048/99 e a IN n.º 77/2015. 
 
Nessa linha, ao servidor administrativo só é permitido processar a Justificação 
Administrativa se houver início de prova material – ressalvados os casos de 
força maior – e desde que haja no mínimo três testemunhas. 
 
A valoração da documentação também é mais limitada na via administrativa. 
Por exemplo, o servidor do INSS só reconhecerá um longo lapso de tempo rural 
se houver pelo menos três marcos documentais, do início, meio e fim do tempo 
de serviço. 
 
No âmbito judicial vige a livre apreciação e valoração das provas, agregada ao 
livre convencimento motivado. O juiz detém ampla liberdade para apreciação 
do acervo probatório. A título exemplificativo, o juiz pode reconhecer o exercício 
de atividade rural somente com base em prova testemunhal e depoimento 
pessoal do segurado, ato que não é lícito ao servidor do INSS. 
 
É por essa razão que se deve tentar exaurir os meios de prova na via 
administrativa, e se não houver suficiência, o caso se sujeitará à reserva de 
jurisdição. 
 
Atuação nos Juizados Especiais Federais – JEFs 
A atuação nos JEFs é estratégica. Demanda-se habilidade para trabalhar num 
rito flexível, mas limitado nos aspectos probatório e recursal. Nas ações que 
14 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
demandam comprovação de tempo de serviço e contribuição, ou relação de 
dependência, a audiência é de fundamental importância e concentra a produção 
da maioria das provas. 
 
O trabalho de instrução na colheita dos depoimentos pessoais e de 
testemunhas define o destino do processo. O rito vem sendo adaptado pelos 
juízes para aumentar a velocidade de tramitação, de modo que aumenta a 
responsabilidade das partes quanto ao aspecto qualitativo da prova. 
 
Consequência disso é que tem se tornado comum em juizados especiais os 
processos mal instruídos em grau recursal, em geral por conta do açodamento 
na colheita de provas ocasionado pela obsessão da celeridade. Assim é que se 
abreviam vistas necessárias de atos processuais importantes como laudos e 
depoimentos que determinam o resultado da demanda, sacrificando o 
contraditório. 
 
Nesses casos, deve-se requerer o saneamento dos processos em grau recursal, 
solicitando diligências e/ou providências não realizadas, como a abertura de 
vista para manifestação sobre laudos periciais complementares, contas, etc., 
sempre que imprescindível à obtenção da justiça. 
 
A necessidade de preparação para trabalhar em juizados especiais e turmas 
recursais é muito subestimada, e esta percepção ajudou a evoluir a qualidade 
da atuação. O rito é flexível, o que dá ao juiz muita liberdade na condução do 
processo. Isto traz efeitos benéficos e maléficos, naturalmente. 
 
Como o sistema é regido pelos princípios da oralidade, simplicidade, 
informalidade, economia processual e celeridade, alguns operadores têm aequivocada visão de que atuar nos juizados é fácil porque é simples. Essa visão 
é distorcida, já que a maior liberdade do magistrado e a menor dilação 
probatória reforçam a necessidade de inteligência e eficácia pelo operador. 
 
15 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Atuação recursal 
No rito ordinário, são cabíveis os recursos previstos no Código de Processo Civil. 
A recorribilidade é ampla, viabilizando a insurgência desde as decisões 
interlocutórias pela via dos agravos retido e de instrumento, passando pela 
apelação, embargos de declaração e infringentes nos tribunais de segunda 
instância, até os recursos de fundamentação vinculada dirigidos às cortes 
superiores, que são o Recurso Extraordinário para o STF, o Recurso Especial 
para o STJ, os respectivos agravos que visam destrancá-los quando inadmitidos 
na origem, e os embargos de divergência. 
 
Atenção maior merece o rito dos Juizados Especiais Federais. 
Lei nº 10.259/01 
Pela Lei n.º 10.259/01, contra decisões de primeira instância só é admitido 
recurso de sentença definitiva, ressalvados os casos de deferimento de medidas 
cautelares pelo juiz nos termos dos arts. 4º e 5º. Pela conjugação destes dois 
artigos se extrai a hipótese de cabimento de recurso contra decisão 
interlocutória, que algumas turmas admitem com a denominação de agravo de 
instrumento. Como a Lei não utiliza esta nomenclatura, nada impede que seja 
denominado como recurso contra medida cautelar. Entendemos que este 
recurso é cabível contra decisão que deferir medida cautelar ou mesmo 
antecipatória da tutela. 
 
As decisões das turmas recursais desafiam Pedido de Uniformização de 
Interpretação de Lei Federal – PEDILEF, também denominado Pedido de 
Uniformização de Jurisprudência – PU, que deve ser dirigido à Turma Regional 
de Uniformização dos JEFs quando se tratar de divergência entre turmas da 
mesma região judiciária, ou para a Turma Nacional de Uniformização dos JEFs 
– TNU quando se tratar de divergência entre turmas de regiões diferentes (Art. 
14 da Lei n.º 10.259/01). 
 
16 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Anote-se que não é cabível Pedido de Uniformização de Jurisprudência em 
matéria processual, o que torna as decisões das turmas recursais soberanas 
quanto ao direito instrumental. Aqui reside um dos maiores desafios da atuação 
recursal no sistema dos JEFs. É necessário conhecer e construir a jurisprudência 
processual, em razão da inviabilidade de acesso à instância superior. 
 
Outra questão de relevo é que não há previsão legal para decisões 
monocráticas do relator que julguem o recurso no rito dos JEFs. A única 
hipótese utilizada na praxe é a chamada decisão monocrática “referendada”, 
que é uma decisão tecnicamente colegiada, pois passa pelo crivo da turma. 
 
Após o julgamento pelas Turmas de Uniformização Regional ou Nacional, para 
fazer subir a matéria para as cortes superiores somente é cabível a petição no 
Incidente de Uniformização de Jurisprudência – IUJ para o STJ, conforme § 4º 
do art. 14 da Lei 20.259/01, e o Recurso Extraordinário – RE para o STF. 
 
É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de Uniformização Regional 
e Nacional (Questão de Ordem n.º 32 da TNU). Após o julgamento do PEDILEF 
Nacional, remanescendo divergência com julgado do STJ, deve se interpor a 
petição no Incidente de Uniformização de Jurisprudência. 
 
Controvérsia recente diz respeito à interposição simultânea de Pedido de 
Uniformização de Lei Federal dirigido à TNU e de Recurso Extraordinário 
endereçado ao STF. Oportuno recordar que o Recurso Extraordinário – RE em 
face de decisões de Turmas Recursais possui o prazo de 15 (quinze) dias para 
interposição. Por sua vez, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei 
Federal conta com o prazo de 10 (dez) dias para interposição, contados da 
intimação da decisão recorrida. 
 
17 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Após o julgamento pelas Turmas de Uniformização Regional ou Nacional, para 
fazer subir a matéria às cortes superiores somente são cabíveis o Incidente de 
Uniformização de Jurisprudência (IUJ) ao STJ e o Recurso Extraordinário (RE) 
ao STF. 
 
É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de Uniformização Regional 
e Nacional (Questão de Ordem nº 32 da TNU). Após o julgamento do PEDILEF 
Nacional, remanescendo divergência com julgado do STJ, deve-se interpor o 
Incidente de Uniformização de Jurisprudência. 
Controvérsia recente diz respeito à interposição simultânea de Pedido de 
Uniformização de Lei Federal dirigido à TNU e de Recurso Extraordinário 
endereçado ao STF. É oportuno recordar que o Recurso Extraordinário (RE), em 
face de decisões de Turmas Recursais, possui o prazo de 15 (quinze) dias para 
3 interposição. Por sua vez, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei 
Federal conta com o prazo de 10 (dez) dias para interposição, contados da 
intimação da decisão recorrida. 
 
 
A jurisprudência do STF 
A jurisprudência do STF entendia pela necessidade de se efetuar a interposição 
concomitante dos recursos, de forma a evitar a inadmissibilidade do Recurso 
Extraordinário por intempestividade ou preclusão. 
 
Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal modificou seu entendimento, no 
sentido de que o R.E. deve ser interposto após o julgamento do PEDILEF, 
quando só então se pode falar em “decisão de única ou última instância”, como 
prevê a Constituição Federal. Sobre esse tema, confira os Embargos de 
Divergência no Recurso Extraordinário n.º 468.483/AM (Relator: Min. LUIZ FUX, 
Data de Julgamento: 24/05/2012, Data de Publicação: DJe-106: 30/05/2012, 
Publicação: 31/05/2012). 
 
Por fim, o STJ sumulou o cabimento do Mandado de Segurança nos JEFs, a 
18 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
fim de submeter às turmas recursais decisões tidas como violadoras de direito 
líquido e certo das partes: 
 
Súmula 376. Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de 
segurança contra ato de juizado especial. 
 
No mesmo sentido, é o enunciado 88 do FONAJEF: 
 
 
É admissível mandado de segurança para Turma Recursal de ato jurisdicional 
que cause gravame e não haja recurso. 
 
Um exemplo concreto da possibilidade de utilização do Mandado de Segurança 
no Juizado Especial Federal são as decisões proferidas na execução, como a 
decisão que homologa os cálculos de liquidação. Ressalte-se que em algumas 
regiões as turmas recursais admitem o agravo de instrumento também nesta 
hipótese. Como se disse anteriormente, é imprescindível para atuação nos JEFs 
conhecer a jurisprudência das turmas recursais da região. 
 
 
 
 
Execução nas ações previdenciárias: obrigações de fazer e pagar 
As execuções previdenciárias se concretizam, na maioria dos casos, em duas 
obrigações, sendo uma de fazer, consistente na implantação ou revisão do 
benefício previdenciário, e outra de pagar quantia certa, que são as parcelas 
atrasadas ou diferenças de remuneração devidas em decorrência da revisão. 
 
19 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
No rito ordinário, as execuções se dão nos termos dos Artigos 632 e 730 do 
CPC, com citação do INSS para implantar o benefício ou revisão e para pagar 
a quantia certa apurada em liquidação de sentença. Julgada definitiva, a 
execução expede o precatório ou requisição de pequeno valor respectiva. 
 
Artigos 815 e 534 
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado 
será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não 
estiver determinado no título executivo. 
 
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o 
dever depagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo 
discriminado e atualizado do crédito contendo: 
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas 
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária 
utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. 
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu 
próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto 
nos §§ 1o e 2o do art. 113. 
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. 
 
Nos JEFs, o cumprimento é um pouco diferente, como se vê nos dispositivos 
da Lei 10.259/01: 
 
Artigo 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, 
que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será 
efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia 
20 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
da sentença ou do acordo. 
 
Artigo 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito 
em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, 
contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada 
para 
a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco 
do Brasil, independentemente de precatório. 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade proposta 
 
Analise os autos do processo administrativo previdenciário constante no banco 
de dados https://www2.jf.jus.br/phpdoc/virtus/questoesdeordem.php, 
denominado processo administrativo para avaliação. 
 
Após análise dos autos, elabore recurso contra a decisão que indeferiu o 
benefício, apontando os defeitos formais e materiais do processo, 
fundamentando juridicamente a necessidade de reforma da decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 
 
ESPELHO DE CORREÇÃO DA ATIVIDADE DE ELABORAÇÃO DE RECURSO 
ADMINISTRATIVO 
 
PEÇA: RECURSO ORDINÁRIO 
 
1. Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e 
estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado) 2,5 pontos 
2. Competência e endereçamento: 2,5 pontos 
 
O estudante deverá interpor o recurso perante o órgão prolator da decisão 
recorrida, que é a Agência da Previdência Social. Assim, o Recurso Ordinário 
deve ser dirigido, na folha de apresentação, ao Ilmo. Sr. Gerente da APS 
xxxxx/Município/Estado. 
 
As razões do recurso devem ser dirigidas aos Ilmos. Srs. Conselheiros da Junta 
de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social. 
 
3) Desenvolvimento do tema (razões fáticas e jurídicas) 2,5 pontos 
 
3.1) Fundamentação fática e jurídica do pedido 
 
O estudante deverá fundamentar que: 
 O de cujus detinha qualidade de segurado na data do óbito, em razão da data 
de término do seu último contrato de trabalho (fl. 06) e a prorrogação do 
período de graça; 
 Deverá ser apontado o fundamento do período de graça e a causa de sua 
prorrogação, (art. 15, inciso II e § 2º da Lei 8.213/91); 
22 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 Deverá ser fundamentado que o fato de o cujus ter recebido benefício da LOAS 
pouco antes de falecer não importa ao reconhecimento de sua qualidade de 
segurado na data do óbito; 
 Deverá ser apontado que o óbito não ocorreu sob a vigência do Decreto 
83.080/79, sendo, portanto, inexigível a carência de doze contribuições para a 
concessão da pensão. O óbito ocorreu em 2009, já na vigência da Lei 8.213/91. 
 
3.2) Provas 
 
A peça deve apontar as provas documentais que fundamentam a concessão, que 
são a CTPS e as certidões de casamento e óbito. 
 
4) Pedido 2,5 pontos 
 
Reforma da decisão, concedendo a pensão por morte desde a data de entrada 
do requerimento administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Referências 
 
AMADO, F. Direito e processo previdenciário. Bahia: Jus Podium, 2013. 
 
BALERA, W. Direito previdenciário. 9. ed. Método: São Paulo, 2012. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: 
Presidência da República, 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>Acesso 
em: 18 ago. 2014. 
 
______. Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Brasília: Presidência da 
República, 1999. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm>Acesso em: 18 
ago. 2014. 
 
______. Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009. Brasília: Presidência da 
República, 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6932.htm>Acesso em: 18 ago. 2014. 
 
______. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Brasília: Presidência da 
República, 1991. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>Acesso em: 18 
ago. 2014. 
 
______. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Brasília: Presidência da 
República, 1999. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: 18 ago. 
2014. 
 
______. Orientação Interna nº 170 INSS/DIRBEN, de 28 de junho de 2007. 
Brasília: Instituto Nacional do Seguro Social, 2007. 
24 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
______. Portaria MPS nº 548, de 13 de setembro de 2011. Brasília: 
Previdência Social, 2011. Disponível em: 
<http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/66/MPS/2011/548.htm>. Acesso 
em: 18 ago. 2014. 
 
CASTRO, C. A. P. de; LAZZARI, J. B. Manual de direito previdenciário. Rio de 
Janeiro: Forense, 2013. 
 
IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2012. 
 
VIANNA, J. E. A. Curso de direito previdenciário. São Paulo: LTr, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
Exercícios de fixação 
 
1. Sobre a competência para processar e julgar ações previdenciárias, assinale a 
alternativa incorreta: 
 
A. A competência para processar e julgar ação de concessão de auxílio-
doença decorrente de LER/DORT ocupacional é da Justiça Comum 
Estadual. 
 
B. Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos termos 
da Constituição Federal, é prescindível que tenha ocorrido o acidente de 
trabalho. 
 
C. No caso dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, 
a definição da competência se dá pelo fato gerador do direito ao 
benefício, que é a ocorrência ou não de acidente de trabalho ou doença 
profissional geradora de incapacidade. 
 
D. Ação de restabelecimento de auxílio-doença decorrente de 
complicações do vírus HIV pode tramitar na Justiça Comum Estadual 
em razão da competência constitucional delegada. 
 
2. Sobre ritos, procedimentos e valor da causa, assinale a alternativa correta: 
 
A. O rito dos Juizados Especiais Federais caracteriza-se pelos princípios da 
oralidade, informalidade, simplicidade, economia processual e 
celeridade. É o rito mais utilizado para processamento de ações 
previdenciárias com valor até quarenta salários mínimos. 
 
B. Quando houver vara federal do Juizado Especial na localidade e vara 
comum estadual da competência delegada, o segurado poderá optarpelo rito mais vantajoso. 
 
26 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
C. A competência absoluta não comporta cognoscibilidade e 
reconhecimento de ofício, devendo ser arguida na primeira 
oportunidade em que a parte contrária se manifestar nos autos. 
 
D. O valor da causa, em se tratando de pedido de prestação 
previdenciária, compõe-se das parcelas vencidas, das quais se admite a 
renúncia expressa ao montante excedente a 60 (sessenta) salários 
mínimos, acrescido de 12 (doze) parcelas vincendas. 
 
 
3. Quanto à prova na via judicial, marque “V” para item correto e “F” para item 
errado: 
 
( ) Ao servidor administrativo só é permitido processar a Justificação 
Administrativa se houver início de prova material e desde que haja no mínimo 
três testemunhas, sem ressalvas. 
 
( ) Nas vias administrativa e judicial, são comuns as espécies de provas. A 
diferença reside na inexistência de tarifação e de limitações para o juiz, ao 
contrário do servidor administrativo. 
 
( ) O magistrado poderá reconhecer um longo lapso de tempo rural se houver 
pelo menos três marcos documentais, do início, meio e fim do tempo de serviço. 
 
( ) O juiz pode reconhecer o exercício de atividade rural somente com base em 
prova testemunhal e depoimento pessoal do segurado, ato que também é lícito 
ao servidor do INSS. 
 
 
 
 
 
 
27 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
4. Acerca da atuação recursal, marque a alternativa incorreta: 
 
A. Decisão que concede antecipação de tutela determinando o 
restabelecimento de auxílio-doença em sentença é atacável pela via do 
recurso inominado. 
 
B. Contra as decisões do relator que neguem seguimento ou deem 
provimento a recurso nos tribunais, é cabível agravo interno. 
 
C. A decisão da Turma Recursal dos JEFs do Rio de Janeiro que divergir de 
decisão da Turma Recursal dos JEFs do Espírito Santo desafia Pedido de 
Uniformização de Interpretação de Lei Federal Regional. 
 
D. É imperativa a interposição sucessiva dos Pedidos de Uniformização 
Regional e Nacional. 
 
5. Marque “C” para item correto e “E” para item errado: 
( ) Cabe mandado de segurança contra ato de juizado especial. 
( ) A competência para processar mandado de segurança contra ato de juizado 
especial é das turmas recursais, salvo para controle de competência, quando 
será dos tribunais regionais federais. 
( ) Não é cabível Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal que 
verse sobre direito instrumental. 
( ) Jurisprudência atual do STF entende que Pedido de Uniformização e Recurso 
Extraordinário devem ser interpostos de forma concomitante. 
 
A. E, C, C, E 
B. E, E, C, C 
C. C, E, C, E 
D. C, C, C, E 
 
 
 
28 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA 
 
 
 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
 
Justificativa: Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos 
termos da Constituição Federal, é imprescindível que tenha ocorrido o acidente 
de trabalho. A alternativa 4 (quatro) está correta, porque é possível que esta 
ação corra na Justiça Comum Estadual quando não houver vara federal no 
domicílio do segurado. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: 1) O correto é sessenta salários. 2) A competência do Juizado 
Especial é absoluta por força do Artigo 3º, parágrafo 3º da Lei 10.259/01. 3) A 
competência absoluta comporta cognoscibilidade e reconhecimento de ofício 
pelo juízo em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
Questão 3 - F, V, V, F 
Justificativa: 1) Ressalvam-se as hipóteses de caso fortuito e força maior. 4) Ao 
servidor do INSS, não é possível o reconhecimento sem início de prova 
material. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de 
Uniformização Regional e Nacional (Questão de Ordem n.º 32 da TNU). 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: O Supremo Tribunal Federal firmou recente entendimento no 
sentido de que o R.E. deve ser interposto após o julgamento do PEDILEF, 
quando só então se pode falar em “decisão de única ou última instância”, como 
prevê a Constituição Federal.

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