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REVISÃO CONTRATOS 2º BIMESTRE 2018 (1)

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REVISÃO PROVA SEGUNDO BIMESTRE 2018
DEPÓSITO
Conceito: O depósito é o contrato pelo qual um dos contraentes (depositário) recebe do outro (depositante) um bem móvel, obrigando-se a guardá-lo temporária e gratuitamente, para restituí-lo quando lhe for exigido (CC.art. 627). 
Objeto: só podem ser objeto desse contrato coisas móveis corpóreas (p. ex., títulos de crédito, ações de uma sociedade, livros, mesa etc.), não se conciliando, porém, com a natureza fungível desses bens, embora excepcionalmente haja depósito de bens imóveis e fungíveis.
Espécies: O contrato de depósito divide-se nas seguintes modalidades:
1) depósito voluntário ou convencional, se resultante da vontade livre das partes (CC, arts. 627 a 646); Consenso espontâneo; pode ser pelo proprietário da coisa ou não – proprietário pode autorizar que outro deposite o bem.
2) depósito necessário (CC, arts. 647 a 652), Depósito necessário é aquele que o depositante por imposição legal ou premido por circunstâncias imperiosas, realiza com pessoa não escolhida livremente. Não é intuitu personae; É depósito obrigatório.
depósito legal, se decorrente de lei; 
depósito miserável, se efetuado por ocasião de alguma calamidade pública; e 
depósito do hoteleiro ou do hospedeiro; art. 649
3) depósito irregular, se incidir sobre bens fungíveis (dinheiro), e regular, se tiver por objeto coisas infungíveis. O depósito irregular recai sobre bem fungível ou consumível, de modo que o dever de restituir não tem por objeto a mesma coisa depositada, mas outra do mesmo gênero, qualidade e quantidade (CC, art. 645), regendo-se pelo disposto acerca do mútuo (CC, arts. 586 a 592).
4) depósito judicial ou sequestro, se realizado pelo juiz (CPC, art. 664);
5) depósito civil e comercial, ou melhor, empresarial, que, pelo art. 628 do Código Civil, será aquele que:
provier de atividade negocial; 
for praticado por profissão ou durante o exercício da empresa; logo, se faltarem tais requisitos, será civil o depósito.
O depositário terá o direito de:
receber do depositante as despesas necessárias feitas com a coisa e a indenização dos prejuízos oriundos do depósito (CC, art. 643;)
reter a coisa depositada até que se lhe pague a retribuição devida e o valor líquido das despesas necessárias e dos prejuízos a que se refere o art. 643 do Código Civil, provando-os imediatamente de modo suficiente (CC, art. 644). E, se essas despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante, ou, na falta desta, a remoção da coisa para o depósito público, até que se liquidem (CC, art. 644, parágrafo único);
exigir, havendo cláusula contratual expressa, a remuneração pactuada, pois estará afastada a gratuidade do depósito;
requerer o depósito judicial da coisa, quando por motivo plausível a não puder guardar e o depositante não lhe queira receber (CC, arts. 635 e 641) e nos casos do art. 633
compensação, se se fundar noutro depósito (CC, art. 638, in fine). 
O depositário terá a obrigação de:
guardar a coisa sob seu poder, sendo-lhe permitido invocar a ajuda de auxiliares, que ficarão sob sua responsabilidade;
ter na custódia da coisa depositada o cuidado e a diligência que costuma com o que lhe pertence (CC, art. 629), respondendo pela sua perda ou deterioração se contribuiu dolosa ou culposamente para que isso acontecesse;
não se utilizar da coisa depositada sem autorização expressa do depositante, sob pena de responder por perdas e danos (CC, art. 640), pois o depósito visa à custódia da coisa e não ao seu uso, nem a dar em depósito a outrem, e, se, devidamente autorizado, a confiar em depósito a terceiro, terá responsabilidade por culpa in eligendo (CC, art. 640, parágrafo único) pelos danos que ele causar à coisa depositada;
manter a coisa no estado em que lhe foi entregue; deverá respeitar o segredo da coisa sob sua guarda, pois assim prescreve o Código Civil.
restituir, no local estipulado ou no lugar do depósito, o objeto depositado in natura ou seu equivalente se: se tratar de depósito irregular; a coisa depositada se perder por força maior ou por fato inimputável ao depositário;
o herdeiro do depositário tiver vendido de boa fé a coisa depositada; será, então, obrigado a assistir o depositante na reivindicação e a restituir ao comprador o preço recebido (CC, art. 637); 
a perda da coisa se der por culpa do depositário. 
O depositário deverá restituir a coisa depositada ao depositante, não podendo, salvo nos casos dos arts. 633 e 634 do Código Civil, furtar-se à restituição do bem, alegando que ele não pertence ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar (CC, art. 638). 
Se houver dois ou mais depositantes e for divisível a coisa, deverá entregar a cada um a respectiva parte, salvo se existir solidariedade entre eles (CC, art. 639). 
Nada obsta a que a restituição do bem seja feita a outra pessoa que não o depositante, se ele a indicar no contrato de depósito. 
A morte do depositário não extingue a obrigação de restituir, pois o depósito se transmite como um direito ou como um dever aos herdeiros do depositante e do depositário. O depositário deverá restituir a coisa aos herdeiros ou ao inventariante, mediante autorização judicial, se o depositante falecer.
não transferir o depósito sem autorização do depositante.
O depositante terá o direito de:
exigir a restituição da coisa depositada, com todos os seus acessórios, a qualquer tempo, mesmo antes do vencimento do prazo estipulado; salvo disposição em contrário, essa restituição deverá dar-se no local em que tiver de ser guardada, correndo as despesas de restituição à conta do depositante (CC, art. 631).
impedir o uso da coisa depositada, se não o autorizou;
exigir a conservação da coisa no estado em que a entregou. 
O depositante terá a obrigação de:
pagar a remuneração do depositário, se convencionada;
reembolsar ex lege o depositário das despesas necessárias feitas com a coisa, indenizando-o dos prejuízos resultantes do depósito (CC, art. 643), e pagar ex contracto as úteis ou voluptuárias, desde que as tenha permitido;
responder pelos riscos do contrato de depósito, por ser ele o proprietário da coisa depositada;
dar caução idônea, exigida pelo depositário, se as despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente ou forem ilíquidos (CC, art. 644, parágrafo único).
Extinção:
O contrato de depósito extingue-se:
1) pelo vencimento do prazo;
2) pela manifestação unilateral do depositante, que tem o direito de exigir a restituição do bem a todo tempo;
3) por iniciativa do depositário que, se não quiser mais custodiar o bem, devolvê-lo-á ao depositante, e, se este se recusar a recebê-lo, poderá o depositário, tendo motivo plausível para não o guardar, requerer o seu depósito judicial (CC, art. 635);
4) pelo perecimento da coisa depositada, em razão de força maior ou caso fortuito, sem sub-rogação em outro bem;
5) pela morte ou incapacidade superveniente (interdição, falência) do depositário, se o contrato de depósito for intuitu personae;
6) pelo decurso do prazo de vinte e cinco anos, quando não reclamado o bem.
MANDATO
Conceito: “encarregar outrem de praticar um ou mais atos por nossa conta e por nosso nome, de modo que todos os efeitos dos atos praticados se liguem diretamente à nossa pessoa como se nós próprios os tivéssemos praticado, é o que tecnicamente se chama de conferir ou dar mandato” (Roberto de Ruggiero) – artigo 463.
Ideia de representação – mandatário representa o mandante – como se ele fosse – age em nome do mandante e não em nome próprio 
Mandato difere do termo mandado – este é ordem judicial – mandado de citação de intimação – aquele é instrumento de representação.
Mandante – quem outorga poder – representado.
Mandatário – quem recebe poder – representante.
A representação é um elemento da natureza do mandato.
Não há forma predeterminada – mas deve seguir a forma do ato a ser praticado. Só pode ser verbal se o ato permitir.Art. 657.
Procuração – é o instrumento do mandato.
Pode ser por instrumento público ou particular – forma respeita a exigência do ato.
Requisitos do artigo 654, § 1º CC.
Reconhecimento firma – facultativo. Dispensável na procuração judicial - CPC38. Pode ser assinada digitalmente, desde que certificada por Autoridade Certificadora credenciada (Lei 11.419/2006).
Procuração apud acta – outorgada verbalmente no momento da realização do ato ou lavrada pelo escrivão em juízo.
Substabelecimento – pode ser por instrumento particular.
Gratuito ou oneroso – artigo 658 CC.
Capacidade das Partes
Mandante – mandante deve ser capaz – instrumento particular.
Relativamente incapaz – por meio de seu representante – instrumento pode ser particular.
Absolutamente incapaz – instrumento público.
Analfabeto – instrumento público. Assinatura a rogo.
Mulher casada – pode outorgar poderes sem a anuência do cônjuge.
Entre cônjuges – instrumento público – artigo 1.647, I.
Exceção- mandato judicial – (regulada pelos artigos art.38 CPC e artigo 692 CC)
Mandatário - Capacidade geral, porém:
Relativamente incapaz (entre 16 e 18) pode ser mandatário, mas não responde perante o mandante – esse assume o risco. Art. 666. 
Falido, pródigo – também podem, pois só perdem a capacidade em relação à disponibilidade de seus bens.
Não podem: Absolutamente incapazes.
Quanto a declaração da vontade - Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Quanto a extensão dos poderes
Geral – a todos os atos - Art. 660
Especial – a um ato específico
Em termos gerais – entende-se apenas os poderes de administração – as demais cláusulas devem vir expressas. - Art. 661.
Ratificação
A princípio quem não tem mandato não pode representar.
E quem tem mandato deve agir no limite dos poderes recebidos.
Se agir sem mandato ou fora dos poderes o mandante pode posteriormente ratificar e validar os atos praticados.
Irrevogabilidade - A princípio é revogável, porém pode ter o caráter da irrevogabilidade quando:
Cláusula de irrevogabilidade - CC683.
Causa própria CC685 - Cessão de créditos – compra e venda por procuração; Contratos de gaveta.
Cláusula de irrevogabilidade for condição de negócio bilateral - É acessório a outro contrato, como é acessório, segue o principal.
CC686- negócios já entabulados – deverão ser cumpridos.
Obrigações mandatário: 
Obrigação de praticar um ou mais atos em nome do mandante e obrigação de fazer.
Agir em nome do mandante, dentro dos poderes conferidos – se exceder é mero gestor de negócios até a ratificação – CC665. Ratificação valida o ato e retroage CC662.
Aplicar diligência habitual na execução do mandato e indenizar eventuais prejuízos que tenha culpa: Se não aplicar diligência terá culpa; diligência do homem médio; responde por atos do substabelecido – CC667 se agir com desídia na escolha ou se não era autorizado a substabelecer 
Prestar contas ao mandante CC668 – espontâneas ou a pedido do mandante 
Apresentar o instrumento de mandato àqueles com quem negociar em nome do mandante 
Concluir o negócio começado – CC674
Obrigações do Mandante:
Satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário CC675
Adiantar despesas necessárias à execução do mandato
Pagar a remuneração ajustada
Indenizar por prejuízos 
Há direito de retenção se não pagar
Extinção
Art. 682. Cessa o mandato:
I - pela revogação (mandante) ou pela renúncia (mandatário); ambos podem ocorrer sem justificativa 
II - pela morte ou interdição de uma das partes; (contrato intuitu personae)
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer.
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Irrevogabilidade do Mandato
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais. Em causa própria significa que a outorga é de interesse exclusivo do mandatário e como forma de alienação de bens. Utilizada nos contratos de gaveta (SFH).
Mandato Judicial – requisitos importantes
MANDATO + PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
CAPACIDADE – MANDATÁRIO LEGALMENTE HABILITADO – OAB – CAPACIDADE POSTULATÓRIA
LEI 8.906/94 CPC – arts. 36 e 37
INSTRUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR
MENOR PODE DESDE QUE ASSISTIDO OU REPRESENTADO
EM CAUSAS URGENTES PODE ATUAR SEM PROCURAÇÃO E APRESENTAR EM 15 DIAS
OBRIGAÇÃO DE MEIO E NÃO DE RESULTADO
NÃO PRECISA RECONHECIMENTO DE FIRMA
Responsabilidade dos atos do substabelecido – 3 hipóteses segundo Silvio Rodrigues:
Mandatário tem poderes para substabelecer – não tem responsabilidade – a não ser que o mandante prove a nomeação recaiu sob pessoa notoriamente incapaz ou insolvente.
Mandatário não tem poderes para substabelecer – omisso - responde pelos prejuízos que o mandante sofrer. 
Mandatário não tem poderes – proibido expressamente de substabelecer – responde por prejuízos inclusive de caso fortuito, força maior.
TRANSPORTES
Conceito: Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.
Espécies: Pessoas: artigos 734 a 742 CC.
 Coisas: artigos 743 a 756 CC.
Aplicação do Código de Defesa do Consumidor - Aplica-se neste tipo de contrato as regras estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 22 e parágrafo único, que estabelecem que os órgãos públicos, por si e por suas empresas concessionárias permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, além de fornecerem serviços adequados, eficientes e seguros, respondem pelos danos que causarem aos usuários. 
Transporte de Pessoas:
Direito de incolumidade do passageiro e suas bagagens: A obrigação prevista neste artigo, bem como prevista no artigo 17 do Decreto 2.681/1912 (Responsabilidade Civil das Estradas de Ferro), responsabilidade objetiva, teoria do risco presumido, salvo comprovados o caso fortuito ou força maior e culpa exclusiva da vítima, não cabe a alegação de culpa concorrente, pelos defeitos da estrada por exemplo ou pela culpa concorrente da vítima, situação em que não será reduzida proporcionalmente a indenização devida (entendimento do CDC). Obrigação de resultado.
Não exime a responsabilidade do transportador de pessoas a culpa exclusiva de terceiro (art. 735) e a cláusula de não indenizar (arts 734 CC e 51, I CDC).
Não se aplica as regras do contrato de transporte gratuito, por amizade ou cortesia (artigo 736 e artigo 392 CC), exceto os aparentemente gratuitos (vantagem indireta ao transportador)
Transportador está sujeito a horários e itinerários, responde por perdas e danos, salvo força maior.
Obrigações do passageiro – sujeitar-se às normas vigentes e instruções regulamentares das empresas de transporte de pessoas.
Não se admite a recusa de contratar por parte do transportador, a não ser nos casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem.
Rescisão unilateral do contrato pelo passageiro (tempestiva): O passageiro pode desistir da viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem. Mas terá de comunicar o transportador em tempo de ser renegociada a passagem.
Direito de desistência do passageiro: Mesmo depois de iniciada a viagem, no meio do percurso, portanto o passageiro pode desistir do transporte, tendo direito à restituição do valor da passagem correspondente ao trecho não utilizado, desde que tique provado que, em seu lugar, outra pessoa foi transportada no percurso faltante.
O usuário que deixou de embarcar, que não se apresentou na hora determinada para a partida, que, intempestivamente tenha desistido da viagem, não terá direito ao reembolso do valor da passagem, a não ser que prove que outra pessoa comprou o seu assento.
Direito de retenção do transportadorem caso de desistência do passageiro: Em qualquer dos casos previstos neste artigo, a título de multa compensatória, o transportador terá direito de reter até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro.
Obrigação do transportador: Em qualquer hipótese, ainda que por caso fortuito, se a viagem for interrompida, o transportador fica obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, se o passageiro concordar por modalidade diferente, à sua custa. Durante a espera do novo transporte, correm por conta do transportador as despesas de estada e alimentação do usuário.
Direito de retenção da bagagem pelo transportador: No caso de o viajante não ter pago a passagem no início ou durante o percurso, terá de fazê-lo ao final, uma vez executado ou concluído o transporte. Não o fazendo, o transportador tem direito de retenção sobre a bagagem e outros objetos pessoais do passageiro, para garantir-se do pagamento do valor da passagem.
Transporte de Coisas:
Conceito e partes: No contrato de transporte de coisas participam o remetente ou expedidor— pessoa que entrega a coisa a ser transportada — e o transportador — pessoa que recebe a coisa, obrigando-se a transportá-la. O destinatário ou consignatário é a pessoa a quem é destinada a coisa. As vezes, o expedidor é ao mesmo tempo destinatário, como no caso em que o remetente envia coisas em seu próprio nome, de um lugar para outro.
Descrição da coisa transportada e destinatário: A descrição ou especificação da coisa transportada é necessária, para que não se confunda com outras. Para tanto, deve estar caracterizada pela sua natureza, valor, peso, quantidade e o que mais for preciso para determinar sua identificação. O destinatário deve estar indicado, ao menos, pelo nome e endereço, podendo constar outros dados, como nacionalidade, estado civil, número de carteira de identidade, inscrição na Junta Comercial, número no cadastro de pessoas jurídicas etc.
Nota de conhecimento de transporte: também chamado conhecimento de frete ou conhecimento de carga, prova o recebimento da coisa e da obrigação de transportá-la. No conhecimento, a coisa deve estar identificada, com os dados mencionados no artigo anterior. Lei especial deve mencionar os demais requisitos do conhecimento. 
O conhecimento é documento emitido pelo transportador: está preso ao princípio da literalidade: o que está escrito vale e deve ser cumprido. Os direitos e deveres das partes estão nele consignados, pelo que goza de autonomia. E considerado título de crédito, embora impróprio, representando as coisas ou mercadorias objeto do transporte e mencionadas no documento. Em regra, é título à ordem, e como tal, pode ser endossado; o último endossatário e detentor do conhecimento presume-se titular da mercadoria constante no título. É claro, o conhecimento nominativo com a cláusula “não à ordem” não pode ser endossado. 
Para facilitar a elaboração do conhecimento e dar mais segurança à relação entre as partes, o transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas que serão transportadas, em duas vias. Uma das vias, devidamente autenticada pelo transportador, ficará fazendo parte integrante do conhecimento.
Direito de indenização do transportador de coisa: O contrato de transporte, como qualquer contrato, é regido pelos princípios da probidade e boa-fé (art. 422). Se o remetente apresenta ao transportador a relação das mercadorias com informação inexata ou falsa descrição destas, o transportador será indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva ser ajuizada no prazo de cento e vinte dias, a contar da data em que ocorreu o dano, sob pena de decadência
Uma das obrigações do remetente é a de entregar a mercadoria devida e convenientemente embalada, atendendo á natureza e características da coisa que será transportada Sendo inadequada a embalagem verifica-se que ela pode pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e outros bens, o transportador pode recusar a coisa, negando-se a efetuar o transporte.
Obrigação de recusa pelo transportador: Além dos casos previstos no artigo 746, e com maior razão, o transportador terá de recusar, “deve obrigatoriamente recusar”’, a coisa cujo transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacompanhada dos documentos exigidos por lei ou regulamento. Não se trata de uma faculdade do transportador, mas de um dever legal. O Objeto transportado tem de ser lícito.
Direito de desistência pelo remetente: Como no transporte de pessoas, em que o passageiro tem direito a rescindir o contrato antes de iniciada a viagem (Art. 740), no transporte de mercadoria, até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do transporte e pedi-la de volta, ou ordenar que seja entregue a outro destinatário. Dever de indenizar do remetente: Em ambos os casos, terá de pagar os acréscimos de despesa decorrentes da contraordem, mais as perdas e danos que houver.
Dever do transportador de incolumidade sobre a coisa transportada: A cláusula de incolumidade (art. 734) considera-se ínsita, também, no transporte de coisas, O transportador deve tornar todas as cautelas para manter a mercadoria em bom estado e entregá-la no prazo ajustado ou previsto. Este artigo indica as principais obrigações do transportador
Responsabilidade civil do transportador de coisas: No contrato de transporte de coisas, a responsabilidade do transportador—limitada ao valor constante do conhecimento — tem início no momento em que ele, ou os seus prepostos, recebem a coisa, e se encerra com sua entrega ao destinatário, ou depositada em juízo, se o destinatário não for encontrado. 
Correm os riscos por conta do transportador, sendo sua responsabilidade objetiva, salvo força maior devidamente comprovada, ou se a coisa se perdeu ou deteriorou por culpa exclusiva do remetente, como na hipótese de vício próprio da coisa, sendo ela facilmente deteriorável, por exemplo, e tendo sido circunstancia omitida pelo expedidor.
A responsabilidade do transportador começa a correr desde o momento em que recebe a mercadoria acaba com a efetiva entrega desta em seu destino. Pode ocorrer de antes de iniciada, efetivamente, a viagem, ou depois de terminada, seja a coisa depositada ou guardada nos armazéns do transportador, regendo-se a questão, no que couber, pelas disposições do contrato de depósito (arts. 627 e s.).
É no conhecimento que devem constar as cláusulas de aviso ou de entrega em domicilio. O conhecimento é a prova do contrato de transporte, e o que nele for previsto deve ser cumprido. 
Feita essa ressalva, quando a mercadoria chega ao destino, o transportador não é obrigado a dar aviso ao destinatário, nem a entregá-la em domicílio, se assim não foi convencionado ou ajustado.
Interrupção do transporte: Pode ocorrer o caso de, após ter sido entregue a mercadoria ao transportador, o transporte não poder ser feito ou sofrer longa interrupção. Em qualquer hipótese, o transportador deverá, incontinenti, solicitar instruções ao remetente, e zelará pela coisa, persistindo sua responsabilidade com relação ao perecimento ou deterioração daquela, salvo força maior.
Omissão do remetente: Perdurando o impedimento, sem que haja culpa do transportador, e não havendo manifestação do remetente, que, solicitado, não deu instrução alguma, poderá o transportador sair do impasse depositando a coisa em juízo, ou vendendo-a, obedecidos os preceitos legais e regulamentares ou os usos locais, depositando o valor.
Mas o impedimento pode ser por fato imputável ao transportador (por exemplo: por falta de manutenção, apresentou defeito o sistema hidráulico da caneta), e ele poderá depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só poderá vendê-la se for perecível.
Dever do transportador de informar: Em ambos os casos (§1º e §2º), o transportador deve informar o remetente da efetivação do depósito ou da venda.
Obrigação quando depositada a coisa pelo transportador e direito à remuneração:prevê o caso de o transportador manter a coisa depositada em seus próprios armazéns, e continuará a responder por sua guarda e conservação, sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual poderá ser contratualmente ajustada ou se conformará aos usos adotados em cada sistema de transporte (terrestre, aéreo, aquaviário).
Terminada a viagem, as mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a quem apresentar o conhecimento endossado (Art. 744), e quem as receber deve conferi-las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de decadência dos direitos. 
Pode ocorrer, todavia, que, no ato de entrega e conferência, não tenha sido verificada perda parcial ou avaria, até porque não seria possível percebê-las à primeira vista. Conserva o destinatário sua ação contra o transportador, desde que denuncie o dano em dez dias a contar da entrega.
Pode chegar a mercadoria ao destino e haver dúvida acerca de quem seja o destinatário. O transportador deve depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for possível obter instruções do remetente. Se a demora puder ocasionar a deterioração da coisa, o transportador deverá vendê-la — obedecidos os preceitos legais e regulamentares, é claro—, depositando o saldo em juízo.
Responsabilidade solidária dos transportadores no transporte cumulativo: No transporte cumulativo (Art. 733) a responsabilidade dos transportadores — “todos os transportadores” — pelo dano causado é solidária, mas este artigo ressalva a apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento (indenização pelo prejuízo) recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo percurso houver ocorrido o dano.
FIANÇA
Fiança = obrigação acessória que assegura o cumprimento de uma obrigação principal. Co-fiança – vários fiadores.
Conceito: A fiança é um contrato mediante o qual uma parte (fiador) assume para com outra, credor de determinada obrigação de terceiro (afiançado), a garantia de por ela responder caso aquele não venha adimple-la. Essa segurança oferecida constitui contrato acessório ao principal, onde subsiste a obrigação por este garantida. É garantia fidejussória, por tratar-se de garantia pessoal, e, como tal, uma espécie do gênero garantia. A doutrina o reconhece como um contrato unilateral, consensual, em regra não oneroso, acessório, solene (formal), e intuitu personae. Restrita – interpretação restritiva – CC 819 / 214 STJ. Obrigação subsidiária (benefício de ordem CC 827)
Classificação / espécies: convencional; legal - CC .1.400 e judicial - CPC 804
Extensão da fiança: limitada, ilimitada. Limite: obrigação principal artigo 822 e 823 CC
Pode recair sobre: contratos atuais e futuros (821 CC) - extintos não pode.
Requisitos subjetivos: regra geral da capacidade; outorga conjugal – cc1647 – exceção ao regime de bens de separação absoluta; CC1649 – anulabilidade )a questão da meação). Fiador – requisitos pessoais – credor pode recusar CC 825 - substituição – CC 82
Efeitos:
Fiador deve sempre pagar – herdeiros respondem - CC836 – nos limites da herança.
Benefício de ordem – ou de excussão – CC827 – significa que o patrimônio do devedor responde antes do que o patrimônio do fiador.
Exceções no CC828 – nos contratos de locação, em regra, há renuncia ao benefício de ordem ou a qualidade de principal pagador, ou seja, acaba não tendo o benefício.
Solidariedade – CC829 – mais de um fiador – solidariedade presumida entre eles – cada um pelo todo e depois regressa.
Sub-rogação – se o fiador paga, se sub-roga nos direitos do credor – CC346 III e 349.
Pode afiança ser estipulada ainda que contra a vontade do devedor.
A fiança somente será válida se o mútuo feito a pessoa menor tiver a prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver.
Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído.
O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor (benefício de ordem).
O fiador que alegar o benefício de ordem, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Não aproveita este beneficio ao fiador: se dele o renunciou expressamente; se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; se o devedor for insolvente, ou falido.
O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado- sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação.
De rigor, a morte do fiador extingue a fiança, mas a obrigação correspondente passa aos seus herdeiros, limitada, porém, às forças da herança e aos débitos existentes até o momento do falecimento.
SEGUROS
Conceito: O contrato de seguro daquele pelo qual uma pessoa (segurador) se obriga para com outra (segurado), mediante o pagamento de um prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado pelo que venha a sofrer pessoa ou coisa resultante de riscos futuros, incertos e predeterminados como objeto do seguro. O segurador seja entidade constituída e autorizada para a atividade securitária.
Formal: a apólice é o instrumento do contrato de seguro. O bilhete de seguro é instrumento bastante satisfatório para a ampliação e simplificação das operações. O “certificado” deverá ser objeto de normas de nível regulamentar ou de prescrições da apólice ou do bilhete. Não é o instrumento, mas a simples confirmação da existência do seguro.
A proposta é o elemento informador prévio, que serve como declaração de vontade do segurado em face do segurador, que se aperfeiçoa com o pagamento do prêmio pago pelo segurado.
Tipos de apólice: Apólice nominativa - identificam nominalmente a seguradora e o segurado, e, ainda, o terceiro beneficiário, quando existente; figurando aquele que contrata em favor deste último como estipulante. Desde que autorizado o contrato, são transferíveis por cessão do direito. Seguro de pessoa
Apólice à ordem ou ao portador - são as que operam a transmissibilidade pela forma do endosso. Consideram-se apólices ao portador, quando produzem os seus efeitos em favor de quem as detenha, por transferência informal. Seguro de dano.
Co-seguro a operação pela qual o mesmo risco de determinado segurado em um único contrato é repartido entre duas ou mais empresas seguradoras, dele resultando a apólice que indicará, dentre elas, a seguradora líder que atuará na administração do contrato e representará as demais.
Objeto lícito: pois não se poderá cogitar que tal risco advenha de operações ilícitas, trata-se da liceidade do requisito objetivo do seguro.
O risco é, de fato, a expectativa do sinistro. Elemento essencial a constituição do contrato de seguro, sem ele não se poderá formar o contrato para efeito de a seguradora assumi-lo e acobertar o segurado.
A indenização securitária (cobertura) ou a satisfação do interesse legítimo do segurado é feita, geralmente, em pecúnia. Nos seguros de coisas, entretanto, torna-se possível cláusula que disponha diferentemente, indicando-se a reposição do bem ou a sua recomposição, por exemplo, mediante conserto ou reparos, em vez de certa quantia em dinheiro a ele correspondente pelo valor segurado na apólice. 
Obrigações do segurado:
Pagar o valor do prêmio antes da ocorrência do sinistro, fato gerador do dever de pagar pelo segurador.
Segurado é obrigado a pagar o prêmio ainda que não haja a ocorrência do sinistro (não verificação do risco).
Informar todas as situações preexistentes quando requeridas pelo segurador para a efetivação do contrato - consideram a probidade e a boa-fé em todo o sistema contratual, nele incluídas as fases preparatória e pós-executória.
A má-fé somente ocorre, operando a resolução do contrato, quando o segurado, ao fazer as declarações, omite-se de caso pensado, viciando, por conseguinte, o contrato.
Entretanto, se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito de resolvero contrato, caso o risco ainda não se tenha verificado, ou de cobrar, mesmo após a ocorrência do sinistro, a diferença do prêmio.
Responder pelo agravamento do risco quando agir intencionalmente ou dolosamente.
Informar a ocorrência do sinistro e tomar as providências para minorar as suas consequências - que inadimplidos o sujeitam à perda do direito de garantia.
Obrigações do segurador:
Quando o segurador conhecer da inexistência do risco, ou que este passou a desmerecer a cobertura securitária, estará incorrendo em má-fé quando, apesar disso, expedir a apólice, locupletando-se à custa da credulidade do segurado. A lei sanciona essa improbidade penalizando o segurador com o pagamento em dobro do prêmio estipulado, tendo-se por nulo o contrato.
Responsabilizar-se pelos atos de seus agentes (corretor de seguros).
Agir com probidade e boa fé para a consecução do negócio firmado com o segurado em todas as fases do contrato.
Seguro de dano:
Valor indenizatório superior ao adequado da coisa sinistrada ou do interesse segurado – responsabilidade penal e civil = proibição legal.
A duração do contrato, o risco é compreendido no tempo em que a coisa segurada se acha recebida pelo transportador ou seus prepostos até o momento de sua entrega no lugar do destino.
A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, salvo a mora (inadimplemento do segurador).
A cumulação de seguros de uma mesma coisa pelos mesmos riscos somente é permitida se o primeiro seguro não alcançar o seu valor integral, ou seja, o valor do interesse segurado ao tempo da conclusão do contrato. A duplicidade de apólices apenas terá lugar quando pretender o segurado atender a integralidade do valor, ainda não protegido em sua totalidade. 
O seguro de um interesse por menos do que efetivamente valha acarretará a redução proporcional da indenização, na hipótese de sinistro parcial — exceto se houver disposição expressa em contrário. Afasta a presunção.
Isenta-se o segurador de qualquer responsabilidade se o risco não for o normalmente previsto e declarado - entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie. 
A transferência do contrato a terceiro por alienação ou cessão do interesse segurado é admitida como válida, salvo existindo cláusula expressa em contrário.
É direito do segurador de sub-rogar-se, nos limites do valor correspondente, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o causador do dano.
Os direitos e ações que o segurado teria contra o autor do dano serão do segurador, que houve de responder pela garantia, tendo, por consequência, os  meios de recuperar a quantia indenizatória que pagou ao segurado.
Seguro de responsabilidade civil: por tal contrato, transferem-se ao segurador as indenizações eventualmente devidas pelo segurado a terceiros, resultantes de atos ilícitos determinantes dos prejuízos por ele causados e pelos quais seria responsabilizado. Os seguros de responsabilidade civil obrigatórios são,  pela natureza social de que se revestem, satisfeitos em face da simples ocorrência do dano, independentemente da apuração da culpa.
	Seguro de pessoa:
O capital é livremente estipulado pelo proponente, porque difere do seguro da coisa, em que pelo princípio indenitário a indenização há de corresponder a um valor certo do dano sofrido pelo segurado. Em seguro de pessoa, esse princípio não é aplicável, e sim o previdenciário, porquanto o prejuízo é abstrato, a garantia é contra os riscos de morte, de perigo à sua integridade física, de quebra e comprometimento da saúde, e de acidentes dos mais variados, aos quais se acha sujeito o segurado, e, afinal, o valor da vida é inestimável. Por isso, resulta possível contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou mais de um segurador.
Seguro em relação à vida de terceiro: Quando o seguro de pessoa não compreender a do próprio segurado, mas de outrem, o proponente terá de justificar as razões legítimas e lícitas para a instituição do benefício, sejam de ordem jurídica, econômica, moral ou sentimental.
A lei permite a substituição do beneficiário do seguro de vida, por ato unilateral de vontade do segurado, o que se dará por ato inter vivos ou mortis causa.
Em se tratando de seguro de vida, é certo que a livre escolha dos beneficiários. Por isso, diz-se que o segurado pode, legitimamente, preterir os próprios parentes, em favor de estranhos. É lícito, porém, ao segurado não indicar, desde logo, o nome do beneficiário, ou, fazendo-o, por alguma razão, não prevalecer tal nomeação; nessas duas hipóteses negativas, a lei determina seja o montante segurado pago, pela metade, ao cônjuge não separado judicialmente, revertendo-se a outra metade aos herdeiros do segurado, obedecida, obviamente, a ordem da vocação hereditária.
Além da vedação da penhora (impenhorabilidade – não recai sobre as dívidas do segurado), o capital estipulado não se comunica com a herança (não será objeto de herança), para os efeitos legais. A inclusão do montante, estipulado no seguro, no acervo hereditário, colocando o beneficiário, quanto a essa estipulação, em igualdade de condições com os demais herdeiros, representaria um verdadeiro contrassenso. É que, se o segurado almeja privilegiar o beneficiário
O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida do segurado.
No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro.
Suicídio: O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato. É nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro.
Na apólice de seguro de pessoa não se compreende a garantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do segurado.
O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem.
Contratos de intermediação – principais diferenças:
COMISSÃO: comissão é o contrato pelo qual uma pessoa (comissário) adquire ou vende bens, em seu próprio nome e responsabilidade, mas por ordem e por conta de outrem (comitente), em troca de certa remuneração, obrigando-se para com terceiros com quem contrata.
Remuneração, que recebe igualmente a designação de comissão, deverá ser convencionada entre esse e o comitente em percentual sobre o valor do negócio ou valor nominal;
Comissário age em nome próprio, obrigando-se pessoalmente, apesar de seguir instruções do comitente (CC, art. 694)
Comissário deverá ser em regra, empresário, ainda que o comitente não o seja.
Aplicação das disposições atinentes ao mandato, no que couber, e, na omissão legal ou contratual, seus efeitos reger-se-ão pelos usos.
A Comissão del credere vem a ser uma modalidade de comissão que se opera com a cláusula del credere, que é o pacto inserido no contrato no momento de sua celebração, pelo qual o comissário assume a responsabilidade de responder pela solvência daquele com que vier a contratar no interesse e por conta do comitente.
Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência (relação de emprego), obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. - Artigo 722 
Corretores especiais: Imóveis, Seguros e Valores mobiliários.
Remuneração: a conduta mais correta é o acerto da remuneração devida, quer por percentuaisdeterminados ou valor pré-fixado pelo contrato firmado entre as partes contratantes.
Contrato de meio e não de fim, salvo comprovada omissão ou inércia do corretor.
Será devida a remuneração ao corretor, mesmo que o negócio tenha sido iniciado e concluído entre vendedor e comprador, quando o contrato de corretagem foi firmado com exclusividade, salvo se foi inerte ou ocioso.
O corretor de seguros é responsável por todo o processo de contratação e gerenciamento de um seguro, que começa com a indicação da seguradora e termina com a liquidação do sinistro, ou com a renovação da apólice, normalmente depois de um ano.(Resultado)
Agência e distribuição: Trata-se de contrato em que o agente ou representante comercial exercita, com a devida remuneração, a promoção de negócios, à conta do agenciado ou representado, em regime de habitualidade e com autonomia nas atividades que se desenvolvem em área previamente definida de atuação. 
Distingue-se o agente do distribuidor, porquanto este último caracteriza-se como tal ao dispor o bem a ser negociado e aquele desempenha a agência sem a disponibilidade da distribuição do referido bem. 
Na definição do Código, o contrato de agência (ou de representação comercial autônoma) é aquele pelo qual uma pessoa - o agente - assume, em caráter não eventual, e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover à conta de outra - o preponente ou fornecedor - mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada.
Distribuição acordo em que fabricante, oferecendo vantagens especiais compromete-se a vender, continuadamente, seus produtos ao distribuidor, para revenda em zona determinada. O distribuidor à sua disposição a coisa a ser negociada

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