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POSSE aquisição

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MODOS DE AQUISIÇÃO DE POSSE
O Código Civil de 2002, coerente com a teoria objetiva de Ihering, adotada no art. 1.196, não fez discriminação dos modos de aquisição da posse, limitando-se a proclamar, no art. 1.204: “Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade”. A sua aquisição pode concretizar-se, portanto, por qualquer dos modos de aquisição em geral, como, exemplificativamente, a apreensão, o constituto possessório e qualquer outro ato ou negócio jurídico, a título gratuito ou oneroso, inter vivos ou causa mortis.
Os modos de aquisição da posse costumam ser classificados em: ■ Originários: quando não há relação de causalidade entre a posse atual e a anterior. É o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente, convalesce. Adquire-se a posse por modo originário, segundo Orlando Gomes 108, quando não há consentimento de possuidor precedente. ■ Derivados: quando há anuência do anterior possuidor, como na tradição precedida de negócio jurídico. Neste caso ocorre a transmissão da posse ao adquirente, pelo alienante.
a aquisição da posse pode concretizar-se por qualquer dos modos de aquisição em geral, é ela adquirida, originariamente, ■ pela apreensão da coisa; ■ pelo exercício do direito; e ■ pelo fato de se dispor da coisa ou do direito.
A apreensão consiste: ■ na apropriação unilateral de coisa “sem dono”. A coisa diz-se “sem dono” quando tiver sido abandonada (res derelicta) ou quando não for de ninguém (res nullius). ■ na retirada da coisa, de outrem, sem a sua permissão. 
■ Pelo exercício do direito adquire-se a posse dos direitos reais. O art. 1.379 do Código Civil proclama que “o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente” pode, preenchidos os demais requisitos legais, conduzir à usucapião. O exercício do direito não se confunde com gozo. Ter o exercício de um direito é poder usar esse direito, é ter-lhe a utilização, a realização do poder que ele contém.
O fato de se dispor da coisa caracteriza conduta normal do titular da posse ou domínio. 
SUCESSÃO NA POSSE
 A posse pode ser adquirida, também, em virtude de: ■ sucessão inter vivos; e ■ sucessão mortis causa.
QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE
 Proclama o art. 1.205 do Código Civil: “A posse pode ser adquirida: I — pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II — por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação”. 
 A exigência de capacidade 
A posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende, desde que capaz. Se não tiver capacidade legal, poderá adquiri-la se estiver representada ou assistida por seu representante (art. 1.205, I). O Código Civil de 2002 não se refere à aquisição por “procurador”, como o fazia o de 1916, considerando que a expressão “representante” abrange tanto o representante legal como o representante convencional ou procurador (cf. arts. 115 e s.). Entende-se, por uma ficção, que a vontade do representante é a do próprio representado. É preciso distinguir, no entanto, no tocante à capacidade do sujeito para a aquisição da posse, a mera situação de fato da decorrente de uma relação jurídica. 
Aquisição da posse por terceiro, sem mandato
 Admite-se, ainda, que terceiro, mesmo sem mandato, adquira posse em nome de outrem, dependendo de ratificação (CC, art. 1.205, II). Trata-se da figura do gestor de negócios.
Direito civil esquematizado®, v. 2 / Carlos Roberto Gonçalves ; coordenador Pedro Lenza. – 4. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado®) Bibliografi a.

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