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POSSE - DIREITOS REAIS/DIREITO DAS COISAS

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DIREITO CIVIL V – COISAS
I UNIDADE
· Posse como direito ou como fato. Posse como direito real. CPC, o "forum rei sitae" e a competência absoluta e improrrogável (art. 47, § 2º, CPC)
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Teoria do diálogo das fontes
CONCEITO: A posse é uma relação fática de sujeição entre o possuidor e a coisa móvel ou imóvel. Sendo assim, posse não é propriamente um direito real, mas sim um fato que gera outros direitos. 
· O conceito também é dado pelo art. 1.196, CC.
· Atualmente a tendência maior é entender a posse como um fato jurídico, gerador de um estado de aparência, que repercute em diversas esferas de direitos e obrigações.
 O que regula a posse? São 3 teorias:
1ª Teoria – TEORIA SUBJETIVA 
Friedrich Carl von Savigny
· A posse é constituída de dois elementos:
Corpus – detenção/poder sobre a coisa (é o elemento objetivo, material, que é a disponibilidade sobre a coisa).
Animus – domínio sobre a coisa/intenção de dono (é o elemento subjetivo, que é a intenção de ter a coisa para si). 
· O problema é que quando se tem a figura do locatário não tem o sujeito. 
Ex.: Locatário – tem a coisa (detenção/corpus), mas não tem animus (elemento volitivo). Como não tem intenção de possuir a coisa, não é possuidor. Não há intenção de animus.
· A partir dessa teoria que se explica a Usucapião.
Poder sobre a coisa (“corpus”) + a intenção de dono (“animus domini”). Como não há o segundo elemento nos locatários, arrendatários, comodatário, etc, eles não seriam tecnicamente possuidores para Savigny. Importante para fins de usucapião.
2ª Teoria – TEORIA OBJETIVA
Rudolf Von Lhering
· A posse é definida pelo que o Direito Objetivo diz que é. É a destinação econômica que ele da ao bem. 
· Considerada uma teoria mais adequada.
· Para essa teoria, o sujeito que aluga o imóvel é o possuidor. Tem uma proteção. Pelo exercício de estar vivendo ali;
· Tem posse quem se comporta como dono, e nesse comportamento já está incluído o animus. (independe do querer ser dono – animus – bastando a vontade de agir como habitualmente faz o proprietário);
· Assim, o comportamento da pessoa em relação à coisa, similar à conduta normal do proprietário, é posse, independentemente da perquirição do animus ou intenção de possuir.
Basta que a pessoa tenha a aparência de proprietário, disponha fisicamente da coisa e que a explore para fins econômicos. O CC brasileiro filiou-se, desde o de 1916, a essa corrente, o que foi mantido pelo atual:
 CC: “Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. 
Para constituição da posse, basta que o sujeito disponha fisicamente da coisa. Para Ihering, o corpus é formado pela atitude externa do possuidor em relação à coisa. O possuidor passa a agir, em relação à coisa, com intuito de explorá-la, inclusive economicamente. Essa teoria foi adotada no Código Civil (art.1.196), o qual diz que se considera possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Portanto, para o CC, posse é quem exerce sobre a coisa algum, ou alguns, dos poderes inerentes à propriedade.
A posse pode ser desdobrada em direta e indireta. O locador é possuidor indireto, pois exerce um dos poderes inerentes à propriedade (colher frutos). O locatário usa a coisa (sem alterar sua substância), ou seja, exerce um dos atributos da propriedade, sendo possuidor direto.
3ª Teoria – TEORIA DA FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE
Hernandez Gil, Salleiles, Perozzi 
· Para esta teoria o mais importante é a autenticação social da posse, o respeito a ela.
Perozzi usa a metáfora do sujeito com o chapéu na rua. Para Savigny é possuidor porque tem intenção de ser dono e tem o bem à mão (Teoria Subjetiva). Para Ihering, é possuidor porque tem o domínio fático sobre a coisa (Teoria Objetiva). Para Gil, Salleilles e Perozzi, há posse pela aceitação da coletividade (Teoria da função social da posse). 
Obs.: O CONTRATO DE GAVETA no direito brasileiro é muito bem compreendido a partir dessa perspectiva.
Obs.: O domínio é o direito de propriedade aplicado as coisas corpóreas. Propriedade abriga as coisas corpóreas e incorpóreas 
Contrato de gaveta – Contrato que não vale para a lei, somente para o contratantes.
Ex.: “A” adquiriu uma casa e preenche os requisitos (perfil social) para o programa Minha Casa Minha Vida. É um contrato Intuitu Persone, já que tem que preencher requisitos subjetivos. Se “A” vender essa casa para outro é contrato de gaveta, pois não vale para a lei já que é um programa público. 
Entretanto, a Lei protege a aparência, nesse caso, mesmo sendo contrato de gaveta, a pessoa possui a posse. A posse é protegida por si mesmo.
Alguns juízes aceitam o uso das ações possessórias, quando se tem que aceitar o bem. 
POSSE E DETENÇÃO
• Posse: é exercida em nome próprio.
• Detenção (ou fâmulo da posse): é exercida em nome alheio.
· Detenção e Posse podem se confundir, entretanto o art. 1.198, CC, traz a conceituação do DETENTOR.
· Para que prove não ser o detentor da coisa, o agente terá de demonstrar, de forma inequívoca, que deixou de conservar a posse em nome de outrem, e de cumprir as ordens e suas instruções. 
· Se essa mudança decorrer de uma causa ou fato lícito, o detentor transmutar-se-á em possuidor justo, em relação àquele de quem houve a coisa. Assim, se o empregado adquirir o bem que até então pertenceu ao patrão, ele deixará de ser detentor, e tornar-se-á justo possuidor da coisa. Se, no entanto, a modificação de comportamento for oriunda de força própria proibida, o fâmulo da posse tornar-se-á possuidor precário da coisa, em relação ao possuidor anterior.
Art. 1.208, CC. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
· Assim, os atos citados no artigo supracitado impedem o surgimento da posse, sendo aqueles que os praticam considerados meros detentores, sem qualquer relação de dependência com o possuidor.
Art. 1198, CC: Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Ex.: Caseiro; Manobrista (ele detém o automóvel enquanto estiver no estacionamento, mas não possui relação de posse. Manobrista exerce detenção em relação à empresa; esta é que é a possuidora, em razão de um contrato de depósito do carro no momento da condução).
· O Código Civil brasileiro orientou-se, quanto à distinção entre posse e detenção, pela teoria objetiva. 
· O possuidor exerce o poder de fato em razão de um interesse próprio; o detentor, no interesse de outrem.
· Os detentores não possuem posse, assim, não lhes assiste o direito de invocar, em nome próprio, a proteção possessória. Porém: 
· São chamados de “fâmulos da posse”. Embora não tenham o direito de invocar, em nome próprio, a proteção possessória, não se lhes recusa, contudo, o direito de exercer a autoproteção do possuidor, quanto às coisas confiadas a seu cuidado, consequência natural de seu dever de vigilância. Assim:
· O detentor, apesar de não servido pela natureza possessória em sua relação com a coisa, pode exercer a autotutela do art. 1.210, § 1º, do CC. 
· STJ fixou a tese de que a ocupação irregular de imóvel público é detenção (STJ, Súmula 618, 2018), o que significa insusceptibilidade de direito de retenção ou indenização por benfeitorias. (arts. 183 e 191, CF)
Obs.: O STJ entende que a ocupação irregular de área pública não induz posse e sim mera detenção, quando houver litígio entre o particular e o Poder Público. Contudo, mesmo se tratando de terras públicas, o STJ tem entendido que é possível a discussão da posse, se issoocorrer entre particulares. É possível a conversão da detenção em posse, quando há a quebra do vínculo de subordinação (Enunciado 301 do CJF).
	
· Se há tolerância do Poder Público, o uso do bem pelo particular não passa de mera detenção consentida.
Art. 1.201: É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
· Exercício da autotutela – o detentor possui;
· O art. 62 do Código de Processo Civil impõe àquele que detém a coisa em nome alheio e é demandado em nome próprio o ônus de nomear à autoria o proprietário ou possuidor. Assim, o detentor, quando demandado em nome próprio, deve indicar, por meio da aludida modalidade de intervenção de terceiro, o possuidor ou proprietário legitimado para responder ao processo, sob pena de responder por perdas, nos termos do art. 69 do citado diploma.
OCUPAÇÃO IRREGULAR DO IMÓVEL
STJ definiu que ocupação irregular de imóvel público não é posse, mas detenção. Imóvel público nunca está sujeito a Usucapião. (STJ, Súmula 618, 2018)
1. ATOS DE PERMISSÃO OU TOLERÂNCIA (CC, art. 1.208: "Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade"). 
2. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE: direta e indireta. Espiritualização da posse. 
3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE VÍCIOS: justa e injusta 
4. CONVALIDAÇÃO OU NÃO DA POSSE INJUSTA: "Interversio possessionis". 
5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À BOA FÉ. Efeitos práticos da distinção. 
6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO: posse nova e posse velha. Art. 558, do CPC. 
7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS EFEITOS: “Posse ad interdicta” e “Posse ad usucapionem”.
Posse Mediata x Imediata:
· Imediata – contato direto do exercício possessório; 
· Mediato – distante, mas com uma ligação com o bem.
Obs.: O locatário pode ingressar com ação contra o locador. A posse é uma espécie de fenômeno de paz social – se protege o tecido/paz social ao proteger a posse. Portanto, o locatário tem proteção contra o locador. (Art. 1197, CC)
2. Classificação da Posse:
ART. 1.197, CC. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. (parte final – interdito possessório)
· A relação possessória, no caso, desdobra-se. O proprietário exerce a posse indireta, como consequência de seu domínio. O locatário, por exemplo, exerce a posse direta por concessão do locador. Uma não anula a outra. Ambas coexistem no tempo e no espaço e são posses jurídicas (jus possidendi), não autônomas, pois implicam o exercício de efetivo direito sobre a coisa.
· POSSE DIRETA: exercida por quem tem o poder físico sobre a coisa – possui a coisa consigo (ex.: locatário).
· POSSE INDIRETA: exercido por meio de outra pessoa (ex.: locador).
· A vantagem dessa divisão é que o possuidor direto e o indireto podem invocar a proteção possessória contra terceiro, mas só o segundo pode adquirir a propriedade em virtude da usucapião. O possuidor direto jamais poderá adquiri-la por esse meio, por faltar-lhe o ânimo de dono, a não ser que, excepcionalmente, ocorra mudança da causa possessionis, com inversão do referido ânimo, passando a possuí-la como dono.
Obs.: O Enunciado 76 do CJF diz que o possuidor direto tem direito de defender sua posse contra o possuidor indireto, e vice-versa, assim como o próprio art. 1.197, CC, em sua parte final.
3. Posse exclusiva, composse e posses paralelas:
· Exclusiva: Posse de um único possuidor. É aquela em que uma única pessoa, física ou jurídica, tem, sobre a mesma coisa, posse plena, direta ou indireta.
Obs.: posse do esbulhador, cessada a violência ou a clandestinidade, é, perante a comunidade, posse plena exclusiva; se ele a arrendar a uma só pessoa, sua posse indireta será igualmente exclusiva, como exclusiva será a posse direta do arrendatário.
A posse exclusiva pode ser plena ou não:
· Plena: posse em que o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à propriedade, como se sua fosse a coisa. Pode, ou não, ser concomitantemente, posse exclusiva. 
· Composse: Há vários possuidores que têm, sobre a mesma coisa, posse direta ou indireta. É, assim, a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa.
Art. 1.199, CC: “Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores”.
Ex.: adquirentes de coisa comum, com marido e mulher em regime de comunhão de bens ou com coerdeiros antes da partilha.
· Qualquer dos compossuidores pode valer-se do interdito possessório ou da legítima defesa para impedir que outro compossuidor exerça uma posse exclusiva sobre qualquer fração da comunhão. Nessa consonância decidiu-se que, “em se tratando de composse, ou compossessão, não pode o marido, sob pretexto de ser administrador dos bens do casal, despojar o consorte do uso e gozo dos móveis e utensílios existentes na habitação conjugal, para deles dispor à sua vontade, com ofensa da igualdade de direito de que gozam os cônjuges.
· Podem os compossuidores, também, estabelecer uma divisão de fato para a utilização pacífica do direito de cada um, surgindo, assim, a composse pro diviso. Permanecerá PRO INDIVISO se todos exercerem, ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa os poderes de fato (utilização ou exploração comum do bem). Na COMPOSSE PRO DIVISO, exercendo os compossuidores poderes apenas sobre uma parte definida da coisa, e estando tal situação consolidada no tempo (há mais de ano e dia), poderá cada qual recorrer aos interditos contra aquele que atentar contra tal exercício. Em relação a terceiros, como se fossem um único sujeito, qualquer deles poderá usar os remédios possessórios que se fizerem necessários, tal como acontece no condomínio (CC, art. 1.314).
· Não se deve, todavia, confundir composse (várias posses concomitantes sobre a mesma coisa) com posses paralelas, também denominadas posses múltiplas, em que ocorre concorrência ou sobreposição de posses (existência de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa). Neste caso, dá-se o desdobramento da posse em direta e indireta.
 Vícios:
1. Atos de Permissão ou Tolerância: 
· POSSE VIOLENTA: obtida por meio de esbulho, violência física ou moral, como a ameaça. Contudo, a violência tem que ser exercida contra a pessoa, não contra coisas.
· Em questões possessórias não se deve confundir violência com má-fé, pois a primeira pode existir sem a segunda.
· A violência estigmatiza a posse, impedindo que a sua aquisição gere efeitos no âmbito do direito. Ainda que exercida pelo proprietário, deve a vítima ser reintegrada, porque não pode o esbulhador fazer justiça pelas próprias mãos.
· POSSE CLANDESTINA: obtida às escuras, às escondidas, sem publicidade. 
· Ex.: furtar objeto ou ocupar imóvel de outro às escondidas.
· POSSE PRECÁRIA: obtida com abuso de confiança ou abuso de direito. Ocorre quando, havendo obrigação de restituição, o possuidor não o faz, passando a sua posse a ser precária. 
· O agente se nega a devolver a coisa, findo o contrato.
· Ex.: Locatário que recusa entregar o imóvel após o fim do contrato. Ou compromissado comprador que deixa de pagar as prestações avençadas. Neste caso, pode-se ajuizar ação de rescisão contratual, cumulada com ação de reintegração de posse. 
Os três vícios mencionados correspondem às figuras definidas no Código Penal como roubo (violência), furto (clandestinidade) e apropriação indébita (precariedade). O aludido art. 1.200 do Código Civil não esgota, porém, as hipóteses em que a posse é viciosa. Aquele que, pacificamente, ingressa em terreno alheio, sem procurar ocultar a invasão, também praticaesbulho, malgrado a sua conduta não se identifique com nenhum dos três vícios apontados.
Os vícios que maculam a posse são ligados ao momento da sua aquisição. O legislador brasileiro classifica a posse como justa ou injusta, levando em conta a forma pela qual ela foi adquirida. A precariedade, entretanto, difere dos vícios da violência e da clandestinidade quanto ao momento de seu surgimento. Enquanto os fatos que caracterizam estas ocorrem no momento da aquisição da posse, aquela somente se origina de atos posteriores, ou seja, a partir do instante em que o possuidor direto se recusa a obedecer à ordem de restituição do bem ao possuidor indireto.
A posse obtida clandestinamente, até por furto, é injusta em relação ao legítimo possuidor, mas poderá ser justa em relação a um terceiro que não tenha posse alguma. Para a proteção da posse não importa seja justa ou injusta, em sentido absoluto. Basta que seja justa em relação ao adversário. A tutela é dispensada em atenção à paz social.
A violência e a clandestinidade podem, porém, cessar. Nesse caso, dá-se, segundo expressão usada por alguns doutrinadores, o convalescimento dos vícios. Enquanto não findam, existe apenas detenção. Cessados, surge a posse, porém injusta, em relação a quem a perdeu. Com efeito, dispõe o retrotranscrito art. 1.208 do Código Civil que não induzem posse os atos violentos ou clandestinos,“senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”.
Na posse de mais de ano e dia, o possuidor será mantido provisoriamente, inclusive contra o proprietário, até ser convencido pelos meios ordinários (CC, arts. 1.210 e 1.211; CPC, art. 924). Cessadas a violência e a clandestinidade, a posse passa a ser “útil”, surtindo todos os efeitos, nomeadamente para a usucapião e para a utilização dos interditos. 
Procura-se conciliar o art. 1.208 do Código Civil, que admite a cessação dos vícios da posse, com a regra do art. 1.203, que presume manter esta o mesmo caráter com que foi adquirida, afirmando-se que este último dispositivo contém uma presunção juris tantum, no sentido de que a posse guarda o caráter de sua aquisição. Assim, admite prova em contrário.
Conflito entre o art. 1203 e o 1208, CC.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. (não prevê a convalidação da posse precária).
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. (segundo o prof., o art traz uma ideia de que se a posse for clandestina permanecerá clandestina independente da clandestinidade cessar, contrariando o art. 1208). 
Ex.: o locatário não paga o aluguel e não devolve o imóvel. Às vezes, a precariedade demanda notificação pessoal do possuidor, para que restitua. Outras vezes, o simples esgotamento do prazo sem a restituição já torna a posse precária.
· Posse justa: é a posse não violenta, não clandestina e não precária. Isenta de vícios e adquirida legitimamente.
· Posse injusta: é a posse violenta, clandestina ou precária. Contém vícios.
Art. 1200, CC
4. Convalidação ou não da posse injusta: 
· Esbulho Possessório é um ato pelo qual, o possuidor se vê despojado da posse, ou seja, de alguma forma ele se vê através de um ato violento, clandestino ou até mesmo por um abuso de confiança, expulsado daquela posse que ele tinha sob determinada coisa, aquela posse que por ele era exercida. Consiste na privação total da posse do bem, ou seja, o possuidor perde todo o contato com a coisa esbulhada.
· A turbação ocorre quando um terceiro impede o livre exercício da posse sem que o legítimo possuidor a perca integralmente e muitas vezes se dá por meio de um ato clandestino e violento. É como se fosse um esbulho em menor grau. O possuidor perde somente parte da posse do bem e não perde totalmente o contato com a coisa.
A posse, mesmo injusta, é posse. Isso significa que é possível defender essa posse injusta em face de terceiros, inclusive se valer de ações possessórias em caso de esbulho e turbação. Isso porque o vício da posse pode ser relativo, somente dizendo respeito a determinadas pessoas.
Portanto, uma posse que nasce violenta ou clandestina poderá ser convalidada caso cesse a violência ou a clandestinidade. Este é o entendimento que prevalece na doutrina. Após 1 ano e 1 dia do ato de violência ou da clandestinidade, a posse é convalidada, deixando de ser injusta e passa a ser justa. A posse precária, no entanto, continuará sendo injusta.
Obs.: 2ª parte do art. 1.208, CC: “senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”. Assim, no caso de posse violenta e/ou clandestina, caso cessem, a posse pode ser convalidada. A posse precária não pode ser convalidada.
 Todavia, cessada a violência ou a clandestinidade, continuam os mencionados atos a produzir o efeito de qualificar, como injusta e com os efeitos daí resultantes, a posse que a partir de então surge.
Preleciona CARVALHO SANTOS: “Só depois de cessar a violência é que começa a posse útil. O que quer dizer que, desde que a violência cessou, os atos de posse daí por diante praticados constituirão o ponto de partida da posse útil, como se nunca tivesse sido eivada de tal vício”.
Em suma, enquanto perdurar a violência ou a clandestinidade não haverá posse. Cessada a prática de tais ilícitos, surge a posse injusta, viciada, assim considerada em relação ao precedente possuidor. Desse modo, ainda que este, esbulhado há mais de um ano, não obtenha a liminar na ação de reintegração de posse ajuizada, deverá ser, a final, reintegrado em sua posse. Todavia, em relação às demais pessoas, o detentor, agora possuidor em virtude da cessação dos vícios iniciais, será havido como possuidor. A injustiça da posse fica circunscrita ao esbulhado e o esbulhador.
· Outro exemplo de detenção por disposição expressa da lei encontra-se no art. 1.224 do Código Civil.
5. Classificação quanto à Boa-fé: 
• Posse de boa-fé: é a posse que ignora a existência de um vício que impede a aquisição da coisa. (decorre da consciência de se ter adquirido a posse por meios legítimos). 
A lei protege o possuidor de boa-fé e dá a ele o Direito de Retenção (ius retentionis). Só se tem o direito de retenção na qualidade de possuidor de boa-fé se alegar isso na contestação. Mas há o direito de entrar com ação para receber pagamento do que gastou.
· Possuidor de boa fé possui direito à percepção dos frutos. 
· Confere ao possuidor, não proprietário, os frutos provenientes da coisa possuída; exime-o de indenizar a perda ou deterioração do bem em sua posse; regulamenta a hipótese de quem, com material próprio, edifica ou planta em terreno alheio; e, ainda, outorga direito de ressarcimento ao possuidor pelos melhoramentos realizados.
“Art. 917, CPC. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa;”
 Não serve para ações possessórias. Não cabem embargos por retenção de benfeitoria.
Nas ações especiais, como possessória, as fases não tem separação. Quando o juiz da a ordem de despejo, por ex, o sujeito deve sair do imóvel, não há fase anterior. 
* In albis- em branco *
• Posse de má-fé: é a posse em que há conhecimento do vício que acomete a coisa. Por isso, ela é considerada subjetiva, ou seja, é de conhecimento inequívoco do possuidor.
"forum rei sitae"
Art. 1.212, CC – Retira a possibilidade de se recuperar a posse das coisas aos terceiros de boa-fé. Assim, o possuidor esbulhado não poderá reaver a coisa que estiver com terceiro que não saiba que ela foi esbulhada. O direito de sequela do possuidor é, portanto, restrito, e cede ante a boa-fé.
A boa-fé não é essencial para o uso das ações possessórias. Basta que a posse seja justa. Ainda que de má-fé, o possuidor não perde o direito de ajuizar a ação possessória competente para proteger-se de um ataque à sua posse. A boa-fé somente ganha relevância, com relaçãoà posse, em se tratando de usucapião, de disputa sobre os frutos e benfeitorias da coisa possuída ou da definição da responsabilidade pela sua perda ou deterioração
O Código Civil estabelece “presunção de boa-fé” em favor de quem tem justo título, “salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção” (art. 1.201, parágrafo único).
· Para fins de qualificação da posse como de boa-fé, para fins exclusivamente possessórios, não se exige que seja capaz, em tese, de transmitir o domínio, sendo definido simplesmente como a causa jurídica, a razão eficiente da posse. Nessa visão, um contrato de locação, de comodato, de compromisso de compra e venda, bem como a cessão de direitos hereditários configuram um estado de aparência que permite concluir estar o sujeito gozando de boa posse, devendo ser considerado justo título para os fins do parágrafo único do art. 1.201 do Código Civil.
Art. 1202, CC. Destarte, no que respeita os frutos, benfeitorias e acessões, “não se há de perquirir apenas se a posse foi adquirida com boa ou má-fé, mas se no momento da colheita daqueles, ou da realização destas, a boa-fé persistia. Apenas enquanto perdurar a boa-fé o possuidor torna seus os frutos colhidos, e faz jus à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, com direito de retenção, podendo, ainda, levantar as voluptuárias que não lhe forem indenizadas. Também para fins de usucapião exige-se que a boa-fé persista durante todo o lapso prescricional. A má-fé superveniente obstaculiza a usucapião ordinária”.
	
MOMENTO QUE A POSSE PASSA A SER DE MÁ-FÉ: A jurisprudência tem proclamado que a citação para a ação é uma dessas circunstâncias que demonstram a transformação da posse de boa-fé em posse de má-fé, pois, em razão dela, recebendo a cópia da inicial, o possuidor toma ciência dos vícios de sua posse. Os efeitos da citação retroagirão ao momento da citação, a partir do qual o possuidor será tratado como possuidor de má-fé, com todas as consequências especificadas nos arts. 1.216 a 1.220 do Código Civil. Ou, conforme a hipótese, desde a data do conhecimento dos termos da Contestação. Nada impede, entretanto, que o interessado prove outro fato que demonstre que a parte contrária, mesmo antes da citação, já sabia que possuía indevidamente.
· Ação possessória – protege a posse
· As ações possessórias visam preservar ou restaurar um estado de fato ameaçado ou inovado arbitrariamente.
Lei n. 8.952, de 13 de dezembro de 1994, do § 2º ao art. 10 do Código de Processo Civil: “Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticado”.
· O aludido parágrafo, como observou o Superior Tribunal de Justiça, resolve a controvérsia em torno da necessidade ou não de intervenção do outro cônjuge nas ações possessórias, tornando-a dispensável (o que importa no reconhecimento de que a ação não tem natureza real), “salvo nos casos de composse ou de atos por ambos praticados”.
São 3 tipos de ação de posse (especiais):
· Interdito proibitória – quando há AMEAÇA;
· Manutenção de posse – quando há TURBAÇÃO; 
· Reintegração de posse – quando há ESBULHO. (devolver o imóvel)
· Denominados de Interditos Possessórios
· Ação reivindicatória (IMISSÃO) – protege a propriedade
· Só cabe reintegração se o sujeito tiver tido posse anterior da propriedade
· Art. 1.212 – O possuidor pode intentar a ação de esbulho ou a de indenização contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes. § 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. § 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente. § 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
ATENÇÃO: COMPRAR APÓS A CITAÇÃO TORNA O SUJEITO POSSUIDOR DE MÁ-FÉ. NÃO TEM DIREITO DE RETENÇÃO, AINDA QUE ALEGUE NA CONTESTAÇÃO. 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
6. Quanto ao Tempo: 
• Posse nova: a posse que conta com até 1 ano, ou seja, com menos de 1 ano e dia.
• Posse velha: a posse que conta com ou mais de 1 ano e dia.
 O código diz que se a posse for menos de 1 ano e 1 dia é uma posse especial.
Art. 1.211: “Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso”.
O dispositivo em apreço não distingue entre a posse velha e a posse nova. Caberá ao juiz, em cada caso, avaliar a melhor posse, assim considerando a que não contiver nenhum vício.
O art. 924 do Código de Processo Civil possibilita a concessão de liminar initio litis ao possuidor que intentar a ação possessória “dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho”. Passado esse prazo, o procedimento será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
“É cabível a ação possessória mesmo superado o ano e dia, com a única alteração relativa ao descabimento da concessão liminar da manutenção ou reintegração”
Não se deve confundir posse nova com ação de força nova, nem posse velha com ação de força velha. Classifica-se a posse em nova ou velha quanto à sua idade. Todavia, para saber se a ação é de força nova ou velha, leva-se em conta o tempo decorrido desde a ocorrência da turbação ou do esbulho. Se o turbado ou esbulhado reagiu logo, intentando a ação dentro do prazo de ano e dia, contado da data da turbação ou do esbulho, poderá pleitear a concessão da liminar (CPC, art. 924), por se tratar de ação de força nova. Passado esse prazo, no entanto, como visto, o procedimento será ordinário, sem direito a liminar, sendo a ação de força velha.
É possível, assim, alguém que tenha posse velha ajuizar ação de força nova, ou de força velha, dependendo do tempo que levar para intentá-la, contado o prazo da turbação ou do esbulho, assim como também alguém que tenha posse nova ajuizar ação de força nova ou de força velha.
Obs.: Tais prazos vão influenciar no cabimento de liminares em ações possessórias
7. Quanto aos Efeitos:
· Posse ad interdicta: a posse pode ser defendida por meio dos interditos (ações possessórias diretas). Essa posse não conduz à usucapião. É a posse fundada em contrato de locação, comodato, depósito, etc. Para ser defendida pelos interditos basta que a posse seja justa, isto é, que não contenha os vícios da violência, clandestinidade ou precariedade. 
· Posse ad usucapionem: é a que se prolonga por determinado lapso temporal estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. Gera direito de propriedade. Admite-se usucapião, devendo a posse ser mansa, pacífica, duradoura, ininterrupta e deve ter a intenção de ser dono. 
Obs.: O locatário não tem posse ad usucapionem, pois a posse é contratual. Enquanto se entender como locatário não há essetipo de posse.
!! Ação de Despejo para desalojar alguém em casos de contrato de locador e locatário. 
Obs.: quando se fala em posse ad usucapionem, adota-se a teoria de Savigny, levando em conta que a posse seria um exercício fático com animus domini (intenção de ser dono).
Assim, ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e boa-fé, dá origem à usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características, prolonga-se por quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião extraordinária, independentemente de título e boa-fé (CC, art. 1.238).
AULA 3 
Art. 560, CPC – Enfoque Processual:
· A liminar é concedida em AÇÕES DE FORÇA NOVA, se o esbulho ou turbação foi praticado a mais de ano e dia, não tem direito a liminar. Será, portanto, rito ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
· Isso significa que somente haverá o rito especial, constituído de duas fases (a primeira para a concessão de liminar), se a ação for ajuizada no prazo de ano e dia da turbação ou do esbulho, caso em que a possessória será considerada “ação de força nova”. Passado esse prazo, o rito será o ordinário e a ação, “de força velha”, seguindo-se, então, o prazo para a contestação, a instrução e o julgamento.
· Não há vantagem alguma para o proprietário em promover ação possessória se o esbulho sofrido data de mais de ano e dia, pois ela seguirá o rito ordinário, sem liminar. Melhor será ajuizar desde logo a reivindicatória.
· Se, no entanto, nenhum dos litigantes for proprietário e estiverem disputando o imóvel a título de possuidores, com base no jus possessionis, a única via judicial de que se podem valer é a possessória. Nesse caso, se for intentada no prazo de ano e dia, seguirá o rito especial, com possibilidade de obtenção da liminar. Se já houver passado o prazo de ano e dia, ao possuidor só restará o ajuizamento da possessória, que seguirá, porém, o rito ordinário, sem liminar. 
Ex.: “A” possui o imóvel e “B” entra com ação de reintegração a mais de 1 ano e 1 dia – é ação de força velha. Não tem mais direito a liminar. Todavia, pode-se ingressar com tutela de urgência (ou antecipada ou de evidência). 
· CASO DE REINTEGRAÇÃO – AÇÃO POSSESSÓRIA: Se um sujeito tem uma propriedade e parte dela foi invadida, deve fazer uma inicial ou nela imbutir uma espécie de fisionomia topográfica, definir um mapa com a área ocupada. Deve-se delimitar a área para a ação, pois este é um pressuposto básico. A liminar pode não ser concedida se não houver a delimitação.
Art. 562, CPC – justificação: audiência pra oitiva de testemunhas.
Quando o juiz tem desconfiança quanto ao prazo... 
Obs.: Audiência de suma importância, pois raramente um tribunal reforma uma decisão de um juiz em uma ação possessória quando se ouviu testemunhas. Pois o juiz tem condição de aferir a situação de forma mais próxima por estar em contato com o caso. 
AÇÃO DE FORÇA VELHA – não cabe liminar (cabe tutela de urgência)
Art. 565, CPC. Nas ações possessórias coletivas (litígio coletivo), se for de força velha, ainda assim pode conceder liminar. (é uma exceção, normalmente não cabe liminar). 
· Em ações de dissídios coletivas há uma exceção, pois prioriza-se a vida das pessoas, a necessidade. Assim, mesmo sendo de força velha, concede liminar. 
· Audiência de mediação – aquela que tenta aproximação entre as partes. Aproximação do diálogo. Quem se chama para essa audiência? PARÁG. 4º, art. 565, CPC.
Art. 674, CPC. Embargos de Terceiro.
OPOR EMBARGOS DE TERCEIRO
	
· Uma das ações mais importantes.
· Todo 3º que não é réu. Entra em qualquer momento da ação. 
· Todo sujeito que não é réu, é terceiro. Se você é terceiro C, a briga entre A e B não lhe diz respeito. Desse modo, cabe ao embargante, nos embargos, “tão somente defender seu domínio e posse, não se lhe permitindo, de forma alguma, arguir nulidades por acaso existentes no processo principal, ou, ainda, prescrição da execução movida contra o executado”.
· O juiz julga preferencialmente o embargo de terceiro.
Dispõe o art. 674 do Código de Processo Civil de 2015: “Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro”.
Observe-se que a mera ameaça de constrição autoriza a inibição do ato judicial por meio da referida ação. A ação de embargos de terceiro guarda acentuada semelhança com as possessórias, pois, assim como estas, exige uma posse e um ato de turbação ou esbulho. Tal ação pode, com efeito, ser também usada para a defesa da posse, revestindo-se, neste caso, inquestionavelmente, de caráter possessório. Todavia, o legislador, corretamente, não a incluiu entre elas, em razão das diferenças que as distinguem.
O Supremo Tribunal Federal já admitiu a oposição de embargos de terceiro em ações possessórias, mesmo depois do trânsito em julgado da sentença no processo de conhecimento. Na mesma linha proclamou o Superior Tribunal de Justiça: “O trânsito em julgado de sentença adotada em reintegratória de posse não constitui óbice aos embargos de terceiro”. 
“Translatio iudicii”- quando se ingressa com uma ação em um foro incompetente, sem má-fé, no código anterior, quando se verifica a incompetência a liminar caía, no atual não. (art. 64, CPC)
PRINCÍPIO DA “ACTIO DUPLEX” 
Art. 556, CPC – reconvenção – inverte e o autor que passa a ser condenado o réu se torna réu reconvinte (se torna paralelamente réu e autor) e o autor réu reconvindo (se torna réu). “Pedido contraposto”.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS POSSESSÓRIAS OU CONVERSIBILIDADE DOS INTERDITOS
Um grupo de pessoas quer invadir a propriedade de um sujeito. Ingressa-se, então, com INTERDITO PROIBITÓRIO. Entretanto, o judiciário não despachou em um tempo (10 dias) e nesse lapso temporal as pessoas invadem. Neste caso, o autor converte em REINTEGRAÇÃO DO INTERDITO. 
· PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE, SERELIDADE, MAIOR AGILIDADE DA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL.
· É uma aplicação do princípio da mihi factum dabo tibi jus, segundo o qual a parte expõe o fato e o juiz aplica o direito.
· A correção pode ser feita pelo juiz já ao despachar a inicial e proferir decisão concessiva ou denegatória da liminar, bem como na sentença definitiva. Pode ser realizada também na fase recursal, pelo juízo de segundo grau
Ver. Fração real x fração ideal
Ver súmula 84 do STJ. 
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE – mesma coisa de reinvindicação de posse (termo utilizado atualmente)
· Não existe mais como ação ESPECÍFICA. 
· Não é ação possessória
· A pessoa quer entrar no imóvel sem nunca ter tido a posse porque é proprietária.
Ex.: comprar casa da caixa que há pessoas morando. Compra-se a propriedade, mas não tem posse.
"jus publicum privatorum pactis mutari non potest" Direito Público, o pacto privado não pode mudar.
O furto de título ao portador rege-se, hoje, exclusivamente pelo disposto no art. 907 do Código de Processo Civil, que dispõe: “Aquele que tiver perdido título ao portador ou dele houver sido injustamente desapossado poderá: I - reivindicá-lo da pessoa que o detiver; II - requerer-lhe a anulação e substituição por outro”.
Art. 1.228, CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
· Ação reivindicatória ou imissão de posse
Art. 557, CPC. Se um sujeito ingressar uma ação contra outro e alegar que é proprietário, não pode ser em âmbito de ação possessória a discussão. É proibido discussão dominial (de domínio) dentro de uma ação possessória. Será, portanto, ação de imissão na possede natureza PETITÓRIA.
· Se protege a manutenção
· A ação de imissão de posse é no fundo uma ação reivindicatória. 
· Trata-se, no entanto, de ações distintas, que têm aplicações em diferentes situações, pois a ação de reivindicação, segundo Gildo dos Santos, “cuida de domínio e posse que se perderam por ato injusto de outrem. Na imissão, a situação é diversa. O proprietário quer a posse que nunca teve. Não perdeu o domínio, nem a posse. Tem o domínio e quer a posse também, na qual nunca entrou”. Assim, o objetivo da imissão é consolidar a propriedade, em sentido amplo, enquanto a reivindicação tem por fim reaver a propriedade.
Sendo irrelevante o nome dado à demanda, se, proposta a ação de imissão na posse, caracterizar-se a ação proposta, pelo pedido e causa de pedir, como reivindicatória, nada impede que se a aprecie como tal, procedendo-se às necessárias diligências para o regular julgamento da matéria de fundo, se for o caso.
Ex.: Milena ingressa ação contra Pedro e Ananda (Ananda é embargos de terceiro). Pedro alega que é proprietário, mas o juiz não reconhece esse argumento, pois não cabe em ação possessória. Pedro então pode entrar com nova ação pedindo reintegração.
- "jus possessionis": a posse em si (ação possessória)
· Se alguém, assim, instala-se em um imóvel e nele se mantém, mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria uma situação possessória, que lhe proporciona direito a proteção. Tal direito é chamado jus possessionis ou posse formal, derivado de uma posse autônoma, independentemente de qualquer título. tão somente o direito fundado no fato da posse (possideo quod possideo) que é protegido contra terceiros e até mesmo o proprietário. O possuidor só perderá o imóvel para este, futuramente, nas vias ordinárias. Enquanto isso, aquela situação será mantida. E será sempre mantida contra terceiros que não possuam nenhum título nem melhor posse.
- "jus possidendi": decorrente do título de propriedade (ação de imissão de posse)
· Direito à posse, conferido ao portador de título devidamente transcrito, bem como ao titular de outros direitos reais.
· Nesses exemplos, a posse não tem qualquer autonomia, constituindo-se em conteúdo do direito real. Tanto no caso do jus possidendi (posse causal, titulada) como no do jus possessionis (posse autônoma ou formal, sem título) é assegurado o direito à proteção dessa situação contra atos de violência, para garantia da paz social.
Obs.: Embora possa um proprietário violentamente desapossado de um imóvel valer-se da ação reivindicatória para reavê-lo, preferível se mostra, no entanto, a possessória, cuja principal vantagem é possibilitar a reintegração do autor na posse do bem logo no início da lide. E a posse, como situação de fato, não é difícil de ser provada.
Como se pode verificar, a posse distingue-se da propriedade, mas o possuidor encontra-se em uma situação de fato, aparentando ser o proprietário. Se realmente o é, como normalmente acontece, resulta daí, como consta da lição de ASCENSÃO retrotranscrita, “a coincidência da titularidade e do exercício, sem que tenha sido necessário proceder à verificação dos seus títulos”.
Todavia, se o possuidor não é realmente o titular do direito a que a posse se refere, das duas uma: a) o titular abstém-se de defender os seus direitos e a inércia vai consolidando a posição do possuidor, que acabará eventualmente por ter um direito à aquisição da própria coisa possuída, por meio da usucapião; ou b) o verdadeiro titular não se conforma e exige a entrega da coisa, pelos meios judiciais que a ordem jurídica lhe faculta, que culminam na reivindicação e permitem a sua vitória. Enquanto não o fizer, o possuidor continuará a ser protegido. Assim, se o titular do direito não toma a iniciativa de solicitar a intervenção da pesada máquina judicial, as finalidades sociais são suficientemente satisfeitas com a mera estabilização da situação fundada na aparência do direito.
Súmula 237, STF. Posse “ad usucapiendum” – apta à usucapião.
A usucapião é ação declaratória e não constitutiva. 
Pode-se arguir a usucapião em defesa. Todavia, o instante em que o juiz julga, Maria contra João e Maria diz que tem tempo de 10 anos, o juiz julga improcedente a demanda de João. O juiz alega que nega o pedido de João tendo em vista que Maria tem posse de ad usucapiendum, apto a usucapião. 
· O cônjuge tem legitimidade de entrar com embargos de terceiro em ação que não foi citado.
· O CPC exige-se a citação de todos os cônjuges, exceto os casados em separação de bens. 
· No caso de imissão – art 73, CPC
· No caso do regime de comunhão universal de bens: marido herda terreno do pai, ao separar-se, a mulher tem direito a parte.
· Na união estável segue a mesma regra dos casados em comunhão de bens – Principio da Simeteria.
· As benfeitorias necessárias são aquelas que necessitam de uma proteção, do contrário o imóvel sofre um dano. Ex.: a casa não tem telhado, colocar o telhado é uma benfeitoria necessária. Colocar uma grade é benfeitoria útil, porém não necessária. E tem as voluptuárias, para decoração.
Art. 1219, CC: o possuidor de boa-fé tem direito a indenização das benfeitoirias necessárias e úteis. 
Ex.: piscina na casa de alguém e depois o desalojar (era possuidor de boa-fé). Se for uma piscina plástica pode tirar, senão, não pode, pois pode afetar o imóvel
· Assegura-se o direito de retenção aos possuidores de boa-fé
· Depois da sentença determinando desocupação, não se pode vim com embargos de retenção de benfeitoria. Deve pedir na citação, depois disso não vale. Só assegura-se a indenização das benfeitorias necessárias. Deve sair do imóvel, se não for pago pela benfeitoria, ingressa-se com ação de indenização.
O art. 1.219 do Código Civil assegura ao possuidor de boa-fé o direito de retenção por benfeitorias necessárias e úteis. Esse direito é exercido na contestação ou em reconvenção, conforme dispõe o § 2º do art. 538 do Código de Processo Civil de 2015, verbis: “O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento”.
· As benfeitorias úteis são indenizáveis se previamente autorizadas pelo locador/proprietário.
· Bens públicos não são somente da Adm. Pública: um particular na condição de usuário de bem público pode ingressar com ação possessória de algum bem público, como uma estrada, por exemplo. 
COMUNHÃO DE POSSE
Art. 1.199, CC
Pai falece e deixa 5 filhos: tem-se uma comunhão, cada um deles pode exercer direito sobre toda coisa pois ainda não teve divisão.
Indivisa – coisa que não pode dividir, como uma casa pequena para 5 pessoas.
REsp 537.363
Cessionário
DIREITO A SUCESSÃO ABERTA – se for comprar algo de bem de herança, entra na condição de cessionário, mas para ter segurança legal deve-se ir ao tabelionato de...
PERDA E AQUISIÇÃO DA POSSE
Constituto possessório ou cláusula constitute – deixa de possuir em nome próprio para possuir em nome alheio. Ex.: Proprietário vende imóvel e passa a ocupá-lo como locatário.
REsp. 173.183 – Neste caso acima, se o proprietário quiser retomar o imóvel o STJ decidiu que tem direito a reintegração, pois quem vendeu, vendeu também a posse indireta. 
“Traditio brevi manu” – ao contrário: locatário que compra o imóvel. Deixa de possuir em nome alheio para possuir em nome próprio. 
Proprietário oferece imóvel para locatário por R$300.000, locatário tem preferencia, mas não tem o dinheiro. Descobre depois que o proprietário vendeu pra outro e alegou ficticiamente que foi R$100.000 para pagar menos imposto. Se o locatário pegar os R$100.00 e depositar na justiça, tem direito ao imóvel. Ocorre a “Traditio brevi manu”. 
Turbação – é manutenção
Esbulho – é reintegração
AQUISIÇÃO DA POSSE
· É necessário a fixação da data da aquisição da posse, pois os vícios decorrem da forma pela qual ela é adquirida, surgindo em seu momento inicial. Além disso, serve para apurar se o lapso de ano e dia transcorreu para definir se é posse nova ou velha. Ademais, marca, também, o início do prazo de usucapião;
Art. 1204, CC. Adquire-sea posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
MODOS ORIGINÁRIOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE
· Originários e Derivados:
· Originários: não há relação de causalidade entre posse atual e a anterior. É o que ocorre quando há esbulho, e o vício, posteriormente convalesce. Adquire-se a posse por modo originário quando não há consentimento do possuidor precedente. 
· Derivada: quando há anuência do possuidor anterior, como ocorre na tradição precedida de N. Jurídico. Há, assim, transmissão da posse ao adquirente, pelo alienante.
 Exige-se a condição de possuidor para a propositura dos interditos (CPC, art. 926), mesmo que não tenha título (possideo quod possideo). O detentor, por não ser possuidor, não tem essa faculdade. Não basta ser proprietário ou titular de outro direito real. Se somente tem o direito, mas não a posse correspondente, o agente terá de valer-se da via petitória, não da possessória, a não ser que se trate de sucessor de quem detinha a posse e foi molestado.
Havendo posse escalonada ou em níveis (locador, locatário, sublocatário), em que há um possuidor direto e mais de um possuidor indireto, é preciso verificar qual das posses foi ofendida na ação movida entre eles. Entretanto, contra terceiros, há legitimação concorrente dos possuidores de diferentes níveis, podendo instaurar-se litisconsórcio não obrigatório.
Contra o terceiro que recebeu a coisa de boa-fé não cabe ação de reintegração de posse, pela interpretação a contrario sensu do citado dispositivo legal (1212). Contra este terá o esbulhado a ação petitória Legitimada passivamente para a ação é a pessoa jurídica de direito privado autora do ato molestador, não o seu gerente, administrador ou diretor, se estes não agiram em nome próprio. Também são legitimadas as pessoas jurídicas de direito público, contra as quais pode até ser deferida medida liminar, desde que sejam previamente ouvidos os seus representantes legais. 
Quando o Poder Público desapossa alguém sem o processo expropriatório regular, não há dúvida de que pratica esbulho. A jurisprudência, porém, ao fundamento de que a obra pública não pode ser demolida e de que ao proprietário nada mais resta, vem convertendo os interditos possessórios em ação de indenização, denominada desapropriação indireta. Essa conversão, todavia, deve ocorrer somente se houve pedido alternativo de indenização e se o apossamento está consumado, sendo o imóvel empregado realmente em obra pública13. Caso não tenha sido formulado o pedido alternativo, é de se proclamar a carência de ação movida contra o Poder Público, ante a intangibilidade da obra pública, máxime quando já ultimada, por pertinente, a desapropriação indireta.
No entanto, é perfeitamente cabível ação possessória contra o Poder Público quando este comete atentado à posse dos particulares, agindo more privatorum, isto é, como qualquer particular, e não para realizar obra pública. Tem-se entendido, contudo, que o particular, nestes últimos casos, deve reagir prontamente, pois não mais poderá pretender interditar a obra se já estiver construída ou em construção, nada mais lhe restando então que pleitear a respectiva indenização.

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