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Origens e Evolução do Factoring

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INTRODUÇÃO 	
	O presente trabalho tem como objetivo principal explicar e apresentar as origens etimológicas do termo factoring assim como o seu surgimento que deu-se início na antiguidade, mais precisamente na Idade Média onde a prática de faturização foi propagada por toda Europa e Estados Unidos, e mais tarde no Brasil por volta do ano de 1982. Fomentar, assessorar e promover o desenvolvimento é o objetivo principal do factoring, um contrato mercantil destinado exclusivamente a pessoas jurídicas, trouxe grandes benefícios para o mundo dos negócios.
	O contrato de factoring, também denominado contrato de faturização, isto é, uma espécie de fomento mercantil do qual é compactuado entre um credor e uma empresa ou instituição financeira para prestar serviços de administração do crédito concedido e garantir o pagamento das faturas emitidas. Fábio Konder Comparato (1978), propôs, chamar o contrato de fomento mercantil, pela expressão faturização, tendo a função econômica de poupar o empresário das preocupações empresariais decorrentes de outorga de prazos e facilidades para pagamento aos consumidores ou adquirentes. O mesmo teve a sua utilização proibida por um período determinado por ser considerado como atividade bancária exercida pelo Banco Central do Brasil, mas logo após o factoring foi permitido e passou ser utilizado livremente. Acredita-se que o uso de cláusulas específicas incluídas no contrato de faturização para o fomento mercantil, faz com o que diminui os problemas enfrentados pelo pequeno e médio empresário, servindo como uma ferramenta chave para os empreendedores em geral.
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO FACTORING
A faturização não é recente e vem de tempos bem longínquos, de origem greco-romana difundida pela Idade Média, sobretudo na região do Mediterrâneo, os comerciantes primários tinham o costume de delegar a agentes, isto é, um agente mercantil do qual eram encarregados de estocar e vender suas mercadorias onde os mesmos tinham a responsabilidade não só de administrar essas mesmas mercadorias mas também de garantir o pagamento destas. Sendo assim, esta forma de atividade comercial se disseminou rapidamente na era dos descobrimentos por outros povos, em seguida na Europa, expandindo-se nos Estados Unidos da América. Portanto, os serviços propostos pelos fatocrs eram de suma importância para a expansão do comércio naquela época, pois os centros de vendas eram muito distantes nos Estados Unidos e dessa maneira as indústrias começaram a contratar esses serviços oferecidos pelos factors para obter lucros com mais agilidade e continuar produzindo. 
Durante esse processo houve algumas mudanças e o fomento mercantil evoluiu, o que era antes um contrato de comissão, passou a ser um contrato de cessão de crédito do qual era remunerado e agora o antigo comissarista passa a cobrar diretamente do devedor, isto é, o factor assumiu a posição de financiador dos comerciantes, o que antes ele era encarregado de vender e cobrar agora ele também adiantava o valor das vendas de mercadorias efetuadas aos seus fornecedores, ou seja, ele substitui o comprador com o objetivo de melhorar essas transações de crédito e só cobra no final ao ultimo comprador. Entende-se que esse é um novo modelo de factoring, sendo reintroduzido na Europa por volta da década de 1960 e bem depois no Brasil, com um certo atraso, introduzido no ano de 1982, foi quando esse mesmo modelo passou a funcionar no país.
Em 11 de fevereiro de 1982 surge pela primeira vez o factoring no Brasil, com a fundação da ANFAC (Associação Nacional de Fomento Comercial), por Luiz Lemos Leite, seu fundador, localizada no Rio de Janeiro. Esta entidade precursora responsável por essa atividade, visava divulgar os objetivos e vantagens que o factoring traria para as pequenas e grandes empresas e poder ganhar espaço dentro delas. 
	“O maior desafio das empresas de faturização no Brasil foi a edição da Circular nº 703 do Banco Central, de 16 de junho de 1982, que considerou a atividade de fomento mercantil bancária. Desta forma, o factoring tornou-se proibido. De 1982 a 1988, a ANFAC lutou para revogar a medida, e em 1986, o Tribunal Federal de Recursos encerrou o processo em se discutia a legalidade da Circular nº 703 do Banco Central, sem resultado. Apenas em 30 de setembro, com a Circular nº 1359, a Circular nº 703 foi revogada, permitindo a faturização, enfatizando, porém, que a atividade de factoring não podia ser confundida com atividade de instituição financeira definida na Lei nº 4595/64 nem a ela se assimilar.” (ZAMINELI, Tiago, 2015).
3. CARACTERÍSTICAS E ESPÉCIES
O contrato de faturização se caracteriza por ser consensual, escrito, bilateral, oneroso, de prestação sucessiva, de exclusividade e sem forma legalmente determinada e suas cláusulas consistem: cessão dos créditos ao faturizador; assunção dos riscos pelo faturizador (isenção do faturizado); o valor da remuneração devida ao faturizador; a faculdade do faturizador de escolher os créditos a faturizar; o prazo de duração do contrato; exclusividade.
O Factoring Convencional ou com antecipação, é quando a empresa antecipa recursos sobre o valor dos títulos cedidos no momento da cessão ou até o vencimento. Enquanto no factoring sem antecipação a mesma empresa de factoring marca um dia determinado para o pagamento do produto da cobrança, nunca antes do vencimentos dos créditos cedidos. No caso do Collection Type Factoring, a empresa simplesmente realiza serviços de cobrança pagando a sua cliente um dia após o recebimento da fatura. 
O Factoring Intercredit, a empresa tem o objetivo de garantir o pagamento das faturas, mas somente realiza a cobrança dos títulos não recebidos pela cliente para ressarcimento de seus adiantamentos. Também existe o Factoring with recourse, neste, o devedor da conta recebe uma notificação e os serviços são prestados pelo factor com a ressalva de que se, em última instância, o freguês não pagar, o factoring pode cobrar de sua cliente. O Open factoring, acontece quando o agente financia as transações comerciais e aditivamente se encarrega das cobranças. Por fim o Undisclosed factoring, nessa modalidade o exportador vende ao factor suas mercadorias em cash e este as revende por meio do exportador estrangeiro na base de certo crédito.
REFERÊNCIAS: 
- Plataforma digital: https://jus.com.br/artigos/34820/factoring 
- Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 19 a 22 de outubro, 2015. DA UTILIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE FACTORING NO BRASIL, Thiago Zamineli de Lima.

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