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UM ATO DE CORAGEM. Direção: Nick Cassavetes; produção: Mark Burg. EUA: Playarte Pictures, 1 DVD.
Lançado em 2002, essa obra se trata do drama vivido por um casal que descobre repentinamente que seu filho possui uma doença, diagnosticada como cardiomegalia, e não pode receber um transplante de coração, pois o seu seguro de saúde (do tipo HMO) não cobre a condição. O pai, então, age de forma desesperada, e decide tomar os pacientes de um hospital como reféns até que o hospital coloque o nome de seu filho na lista dos recipientes de órgãos. 
Apesar de um pouco extenso, a narrativa do filme é instigante, pois aborda temas polêmicos e tão recorrentes dos dias atuais, tais como: o modelo de saúde americano, a ética dos profissionais de saúde, a relação do seguro com o plano de saúde familiar e a sobreposição do capitalismo. A história do filme surpreende o telespectador, mas também alerta e incentiva os mesmos, pelo fato de escancarar uma realidade que precisa ser mudada.
Nesse sentido, em comparação ao Brasil, o modelo de assistência à saúde dos países americanos se diverge bastante. Enquanto que na assistência de saúde brasileira há o Sistema Único de Saúde, que é gratuito, a fim de beneficiar e fazer valer o direito de que todo e qualquer cidadão tem à saúde, os Estados Unidos é regido por uma medicina totalmente privativa. Ou seja, para ter um atendimento é preciso ter recursos financeiros, o que é claramente exposto no filme.
Outro fato que chama a atenção nessa obra cinematográfica é o comportamento do médico. Ele negou-se a realizar a cirurgia que seria urgente e decidiria pela vida de uma pessoa, pelo fato deste não ter condições de pagá-la e age de forma fria. Todo grupo de profissionais possui um Código de Ética com normas de conduta próprias ao exercício profissional, e são essas normas que mantêm a credibilidade do grupo em questão; porém, na prática, há situações conflitantes que não basta aos profissionais recorrer a códigos e leis. Como colocar a vida humana em primeiro lugar se a realidade social não fornece condições para que este ato médico seja acessível a qualquer vida humana?
E ainda, os médicos, muitas vezes, subornados pelos planos de saúde, não trabalhavam em prol da integridade dos seus pacientes, como é visto no filme. Além disso, a postura da empresa na qual o pai, John, trabalhava, revela o quão grande é o descaso acerca da saúde do trabalhador e de sua família. Em prol do corte de gastos por parte da firma, mesmo atuando durante a mesma quantidade de horas do que antes, seus benefícios foram reduzidos. Essa atitude da empresa foi extremamente imoral, pois, de acordo com as normas estabelecidas, as horas de trabalho têm de ser recompensadas de acordo com as condições instituídas previamente. E os médicos, muitas vezes, subornados pelos planos de saúde, não trabalhavam em prol da integridade dos seus pacientes, como é visto no filme.
Obviamente, a questão dos planos de saúde se relaciona fortemente com o capitalismo, que visa o lucro acima de qualquer coisa, até, em muitos casos, da vida humana. No filme, é retratado no momento no qual o Estado não disponibiliza informações suficientes para que a família pudesse efetuar a reclamação ou processo necessário para revogar a decisão de rebaixar seu seguro saúde. Nota-se, dessa forma, que as diversas instituições que deveriam agir em prol da sociedade, não oferecem o suporte necessário para amparar os indivíduos nos momentos em que estes se encontram mais vulneráveis.
O descaso em relação ao bem-estar do indivíduo, desrespeito acerca da moral, bem como a indiferença perante a morte que, no caso, poderia ser evitada apenas mediante o não recebimento de um pagamento cujo impacto nas finanças do hospital seria insignificante, demonstram o quão ausente à sociedade se revela nos momentos em que os indivíduos mais necessitam de amparo. Com isso, o pai não cumpriu com os valores da sociedade em que vive ao ameaçar pessoas e impedir-lhes a liberdade; ele agiu de forma consciente e sabia que era responsável pelas consequências de tal ação, mas preferiu infringir a lei em nome do desejo em salvar a vida de seu filho, mesmo sabendo que seria julgado pela sua ação.
Essa obra, de extrema relevância, é uma boa escolha não só pelas pessoas apaixonadas por cinema, que gostam de uma boa história de drama, como também a todos aqueles que participam ou trabalham diretamente ou indiretamente com o sistema assistencial de saúde de cada cidade, estado ou país. A exposição dos assuntos enfatizados nessa dramaturgia ajuda na reflexão do que é ético, no aprendizado acerca do moralmente corretor, e tem a finalidade de tornar menos comuns essas problemáticas. 
O autor, Nick Cassavetes, nasceu em Nova York, filho da atriz Gena Rowlands e do ator e diretor de cinema greco-americano John Cassavetes. Depois de passar tanto de sua juventude cercado pela indústria cinematográfica, Cassavetes decidiu inicialmente que não queria entrar em campo. Porém, logo depois, continuou a carreira nos cinemas, como ator e diretor, respectivamente. A inspiração para o filme “Um ato de coragem” , foi sua filha Sasha, que nasceu com um defeito no coração e foi submetida a uma cirurgia substancial; e, sua adaptação posterior de My Sister's Keeper, foi baseada em parte na experiência médica de Sasha.  
*Jéssica Sampaio Silva, graduanda no curso de Enfermagem, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
 DEPARTAMENTO DE SAÚDE II – DS II
 DISCENTE: Jéssica Sampaio Silva
 DOCENTE: Lyra Cândida Calhau Rebouças
RESENHA CRÍTICA
UM ATO DE CORAGEM
Trabalho apresentado à professora Lyra Cândida Calhau Rebouças, ministrante da disciplina de Deontologia em Enfermagem e Bioética, para fins avaliativos.
JEQUIÉ (BA) – SETEMBRO
2019

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