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MANUAL DE PRÁTICAS BACTERIOLÓGICAS KÊSIA XISTO DA FONSECA RIBEIRO DE SENA ALDA DE ANDRADE CHIAPPETA UFPE 2014.1 RECIFE TÉCNICA DE SEMEADURA EM MEIO SÓLIDO, LÍQUIDO E SEMI-SÓLIDO Cuidados iniciais O isolamento, cultivo e identificação de microrganismos requerem técnicas adequadas de inoculação destes microrganismos em meios de cultura que possibilitem o seu rápido crescimento, livre de contaminações. Estas são as chamadas “técnicas assépticas”. Para sua execução, certas precauções especiais devem ser observadas pelo manipulador, a fim de preservar a pureza do cultivo e minimizar os riscos de infecção ou de intoxicação no laboratório. Assim, o estabelecimento de uma zona de esterilidade é garantida pela regulação da chama do bico de gás (Bico de Bunsen). É somente nesta zona, estéril, que os tubos ou recipientes com meios de cultura, estéreis ou com material a ser inoculado, deverão ser abertos ou manipulados. Qualquer outro material deverá ser mantido nesta área, para que seja preservada a sua esterilidade. As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de gás. Alças ou agulhas, de platina ou níquel-cromo, devem ser flambadas imediatamente antes e depois de qualquer transferência. Elas devem ser flambadas ao rubro imediatamente, em todo o seu comprimento, a partir de alguns centímetros do cabo de Kolle, , mantendo-as em posição vertical à chama do bico de Bunsen. Nunca iniciar a flambagem pela extremidade livre da alça ou agulha. Deixar esfriar nas proximidades da chama. Habituar-se a passar, ligeiramente, dentro da chama do bico de gás, também, imediatamente antes e depois da transferência, pipetas graduadas estéreis, pipetas Pasteur, ou alças de Drigalsky. Nunca abrir ou deixar abertos verticalmente os tubos ou frascos com culturas. Incliná-los, sempre, a aproximadamente 300C. No caso do tubo com agar inclinado, este deve ficar de preferência na horizontal. Flambar, também a boca dos tubos ou frascos contendo culturas e meios, imediatamente antes e depois da transferência. Cuidar de nunca depositar a tampa ou tampão de algodão dos tubos ou frascos sobre a bancada ou mesa de trabalho. Descartar pipetas usadas em recipientes contendo soluções detergentes ou desinfetantes. Tratar de dispor o material de trabalho em posição adequada à fácil manipulação, sem riscos de acidentes ou trocas. Manter os tubos, alças e agulhas sempre na posição vertical, em suportes e estantes apropriadas. Identificar adequadamente o material de trabalho. SEMEADURA EM MEIO SÓLIDO Por esgotamento Bactérias e fungos crescem na superfície de meios de cultivo sólidos, produzindo colônias compostas de centenas de células derivadas de uma única célula implantada na superfície do meio (cultura pura). Colônias de diferentes espécies freqüentemente apresentam aspectos característicos que fornecem um indicativo da provável identidade. As colônias de Staphylococcus aureus apresentam-se amarelo dourado, no meio agar nutritivo e as de bactérias não fermentadoras formam colônias incolores ou transparentes nos meio MacConkey e E M B. Os detalhes de cromogênese ou pigmentação fornecem indícios valiosos na identificação das bactérias. A técnica de esgotamento do inóculo pode ser realizada com facilidade e com o mínimo de equipamento, constituindo técnica de rotina para o isolamento de bactérias em culturas puras. PROTOCOLO: 1. Com o uso de uma alça de platina em O pegar uma porção do material em análise. 2. Levar a alça à superfície do meio de cultura apropriado e semear em zig zag em toda superfície do meio até esgotamento. 3. Após o período de incubação observar as colônias isoladas. (Preencher tabela 1) Com alça de Drigalsky Com a alça de Drigalsky o semeio poderá ser uniforme (por toda a placa) ou em colônias isoladas. Semeio uniforme 1. Fazer uma suspensão bacteriana em soro fisiológico com concentração padronizada. 2. Colocar 100 l da suspensão bacteriana em placa de Petri contendo meio apropriado. 3. Semear uniformemente os 100 l com a alça de Drigalsky por toda a superfície do meio. 4. Incubar a placa por tempo e temperatura adequados. Em colônias isoladas 1. Diluir a suspensão bacteriana do item 1 (acima) até 10-4 ou 10-5 diluições. 2. Prosseguir conforme itens 2, 3 e 4 do protocolo anterior. Obs.: caso não se consiga colônias isoladas diluir o material até a obtenção das mesmas. Com “swabs” Usado com freqüência na bacteriologia no semeio de espécimes clínicas para a realização do antibiograma. PROTOCOLO: l Fazer uma suspensão bacteriana em soro fisiológico com concentração padronizada. 2 Embeber o “swab” na suspensão bacteriana e semear na superfície do meio apropriado. 3. Incubar a placa por tempo e temperatura adequados. Em estrias Usado na realização de testes de dosagens. PROTOCOLO: 1. Fazer uma suspensão bacteriana em soro fisiológico com concentração padronizada. 2. Molhar a alça em L na suspensão bacteriana e passar levemente na superfície do meio. 3. Incubar conforme as exigências do microrganismo. Em tubo agar inclinado PROTOCOLO: 1. Tomar com uma alça de platina em (anel) uma amostra do material a ser analisado. 2. Semear a superfície do meio agar inclinado em zig zag. 3. Incubar conforme as exigências do microrganismo. SEMEADURA EM MEIO LÍQUIDO Os meios líquidos são utilizados como meio de enriquecimento ou quando é grande o volume de material clínico a ser semeado. PROTOCOLO: 1. Com a alça de platina em O tocar no material a ser analisado ou na espécie bacteriana. 2. Inocular o material no meio líquido. 3. Incubar conforme as exigências do microrganismo. 4. Observar a quantidade do crescimento e a distribuição do crescimento no meio de cultura. SEMEADURA EM MEIO SEMI-SÓLIDO (EM TUBOS) Por disseminação O meio tioglicolato reduz o O2 do meio e pode ser utilizado para o cultivo de microrganismos que apresentam diferentes exigências em relação ao O2. Desta maneira, os aeróbios crescerão somente na superfície do meio, os microaerófilos próximo a superfície, os anaeróbios somente na base e os facultativos em toda a extensão. PROTOCOLO: 1. Semear a cultura por disseminação em tubo de ensaio contendo o meio tioglicolato. 2. Incubar conforme as exigências do microrganismo. 3. Observar o crescimento ao longo do tubo. Preencher Tabela 2. Em picada Utilizado para verificar a motilidade bacteriana. PROTOCOLO: 1. Com a agulha de platina fazer o inóculo penetrar 0,5 a 1,0 cm no centro do meio de cultura em tubos. 2. Incubar conforme as exigências do microrganismo. 3. Observar o crescimento. Preencher Tabela 3. MÉTODOS DE COLORAÇÃO COLORAÇÃO DE GRAM Pelo método de coloração de Gram as bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a constituição da parede: Gram-positivas e Gram- negativas (Figura 1). As bactérias Gram-positivas, geralmente cocos coram-se em violeta, e as Gram-negativas, geralmente bastonetes coram-se em vermelho embora com algumas exceções nos dois casos (Tabela 4). Tabela 4. Exceções de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas Exigências de oxigênio Bacilos Gram-positivo Cocos Gram-negativo Aeróbios ou anaeróbios facultativos Bacillus Acinetobacter Corynebacterium Branhamella Listeria Neisseria Lactobacillus Erysipelothrix Anaeróbios Clostridium Veillonella Actinomyces Eubacterium BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS A parede celular das Gram-positivas apresenta uma camada espessa que representa 40 a 90% do seu peso formado por peptidoglicano. Muitas bactérias Gram-positivas(Staphylococcus e Streptococcus) contêm na parede os ácidos teicóicos. Quando os ácidos teicóicos estão ligados aos lípideos (fosfolípideos) da membrana plasmática são chamados de ácidos lipoteicóicos. Os ácidos lipoteicóicos podem atravessar a parede celular e ser detectado como antígenos na superfície da célula bacteriana. Alguns Streptococcus podem conter em sua parede polissacarídeos ligados ao peptidoglicano chamados carboidrato C. Os Streptococcus do grupo A também contém na parede proteínas associadas à sua virulência. BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS A parede celular das bactérias Gram-negativas é formada de uma quantidade pequena de peptidoglicano não excedendo a 10% do seu peso seco e de uma membrana externa constituída de uma dupla camada lipídica. Uma camada interna composta basicamente de fosfolipídeos, e uma externa contendo lipopolissacarídeos e proteínas. Os lipopolissacarídeos (LPS) também conhecidos como endotoxinas estão posicionados na membrana externa de modo que a porção polissacarídica fica exposta na superfície da célula bacteriana e constitui o antígeno somático ou antígeno O, de bactérias Gram-negativas. A porção lipídica, lipídeo A, é responsável pelo efeito tóxico do LPS. As lipoproteínas estão covalentemente ligadas ao peptidoglicano contribuindo para a fixação da membrana externa ao peptidoglicano. As porinas são proteínas que formam canais de passagem através da membrana externa e funcionam como sítio de união específica para bacteriófagos, Vitamina B12 e outros nutrientes (Figura 1). Figura 1 – parede celular das bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. PEPTIDOGLICANO O peptidoglicano (mucopeptídeo ou mureína) é um heteropolímero formado por dois tipos de açúcares e alguns aminoácidos. Os açúcares são N-acetil-glicosamina e ácido N-acetil-murâmico. Os aminoácidos mais frequentes são: L e D-alanina, ácido D-glutâmico, ácido meso-diaminopimélico e L-lisina (Figura 2). Figura 2 – Estrutura do peptideoglicano Material: culturas desenvolvidas, soro fisiológico, pipetas, lâminas, alça de platina, kit para coloração de Gram (Cristal violeta + lugol + safranina ou fucsina + álcool). PROTOCOLO: 1. Fixar o esfregaço bacteriano pelo calor 2. Cobrir o esfregaço com cristal violeta 1 minuto 3. Escorrer e colocar lugol l minuto 4. Escorrer e lavar com álcool (tempo delicado) 5. Escorrer e cobrir o esfregaço com fucsina l minuto 6. Lavar em água corrente, secar e observar (tabela 5). COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN Os bacilos da tuberculose e da lepra (Micobactérias), quando tratados pela fucsina fenicada a quente, resistem ao descoramento subsequente por uma solução de ácido e assim, permanecem coradas em vermelho; outras não resistem ao descoramento e tomam a coloração de fundo. A existência de lipídeos fortemente ligados na parede celular das micobactérias está relacionada a ácido-resistência evidenciada pela coloração de Ziehl. PROTOCOLO: 1 - Corar a lâmina com fucsina de Ziehl concentrada, aquecendo a lâmina (mais ou menos 3 vezes) até a emissão de vapores durante 5 minutos (esperar 10 minutos). 2 - Escorrer o corante e diferenciar com álcool clorídrico a 1% (álcool a 95%, 100 ml, ácido clorídrico 1,19,1 ml) - tempo delicado. 3 - Lavar em água corrente. 4 - Corar o fundo rapidamente com solução diluída de azul de metileno (azul fenicado de Kühne ou azul alcalino de Loeffer, 1 parte; água destilada, 10 partes) 30 segundos. 5 - Lavar e secar. Bacilos ácidos resistentes, vermelhos, outros germes e núcleos celulares, azuis. CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DE CULTURA DE ROTINA NA BACTERIOLOGIA CLÍNICA Os meios de cultura são habitat artificiais que devem oferecer condições as mais próximas possíveis de um habitat natural para o crescimento e manutenção de microrganismos atendendo as suas necessidades particulares de crescimento. De maneira geral sempre possuem uma fonte de carbono, uma fonte de nitrogênio, indicadores de pH, e demais nutrientes que possibilitam o crescimento e / ou inibição de determinadas bactérias. MEIOS INDICADORES (DIFERENCIAIS) São aqueles que permitem o crescimento de várias espécies, ao mesmo tempo em que proporcionam um ambiente que facilita a diferenciação entre os diferentes microrganismos. Exemplo: Agar sangue. MEIOS SELETIVOS São aqueles que podem interferir no crescimento de certos microrganismos, ou evitá-los, ao mesmo tempo em que permitem o crescimento de outros. Entre as substâncias que podem ser usadas como agentes seletivos temos os corantes como o cristal violeta a eosina, o azul de metileno e o verde brilhante (estes inibem microrganismos Gram - positivos), as altas concentrações de Cloreto de sódio e os sais biliares. Exemplo: ágar TCBS. MEIOS SELETIVOS E INDICADORES São os que possuem as propriedades que os tornam ao mesmo tempo seletivos e diferenciais. Exemplo: Agar eosina azul de metileno (E M B), agar MacConkey, agar manitol salgado, agar bile esculina. AGAR MUELLER-HINTON É um dos meios base para a preparação do agar sangue e o meio utilizado no teste de sensibilidade a antimicrobianos ÁGAR SANGUE Neste meio pode-se observar a atividade hemolítica de algumas bactérias. A verificação da capacidade hemolítica é extremamente importante na escolha dos testes complementares e diferenciais do gênero Streptococcus. Como é altamente nutritivo, favorece o crescimento da maioria dos microrganismos causadores de infecções incluindo os patógenos exigentes. Além da base para preparo do agar sangue (Blood Ágar), outros meios são utilizados na preparação desse meio como o agar Mueller- Hinton ou agar Columbia entre outros. Na preparação do meio agar sangue deve-se observar os seguintes cuidados: 1. Após a autoclavação do meio base resfria-lo até aproximadamente 45-500C. 2. Adicionar aproximadamente 5% de sangue de carneiro (preferencialmente) desfibrinado e estéril. 3. Homogeneizar bem o frasco e distribuir o meio em placas de Petri de modo a formar uma camada de 4mm de espessura. OBS: - hemólise = hemólise parcial (forma-se ao redor da colônia um halo esverdeado) - hemólise = hemólise total (forma-se ao redor da colônia um halo transparente) - hemólise = ausência de hemólise AGAR MacCONKEY Meio amplamente empregado para isolar e identificar enterobactérias e outros bacilos Gram negativos entéricos a partir de fezes, urina, alimentos, águas residuais etc. As enterobactérias fermentadoras de lactose baixam o pH do meio o que é detectado pelo indicador vermelho neutro. Os típicos fermentadores de lactose formam colônias vermelhas a rosadas que podem ser rodeadas de um precipitado opaco de sais biliares. Os fermentadores fracos da lactose podem formar colônias ligeiramente rosadas. As não fermentadoras formam colônias transparentes, incolores ou âmbar (Figura 3). Outros Gram negativos não Enterobacteriacea, como Pseudomonas e Aeromonas também crescem neste meio. As bactérias Gram positivas são inibidas pelos sais biliares e pelo cristal violeta. A lactose é o único carboidrato presente no meio. ASPECTOS DAS COLÔNIAS EM ÁGAR MacCONKEY MICRORGANISMO CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS Escherichia coli Vermelhas ou rosadas, não mucóides. Podem se rodeadas de um precipitado opaco de sais biliares. Klebsiella sp Enterobacter sp Grandes, rosadas a creme, mucóides Serratia sp Vermelha ou rosadas. Não mucóides Proteus sp Incolores e transparentes Salmonella sp Incolores e transparentes Shigella sp Incolores e transparentes Gram positivos inibidos A B Figura 3 A -Colônias fermentadoras de Lactose (Escherichia coli) ; B – Colônias lactose negativa(Salmonella spp) ÁGAR EOSINA AZUL DE METILENO (E M B) Meio utilizado para o isolamento e diferenciação de enterobactérias a partir de fezes, água e outros materiais. A combinação da eosina e azul de metileno funciona como indicador promovendo um reconhecimento entre as colônias de organismos fermentadores da lactose e os que não fermentam a lactose, e também como inibidor de microrganismos Gram-positivos. A sacarose foi incluída no meio para detectar os coliformes que fermentam este carboidrato mais rápido do que a lactose. As colônias lactose positivas ou são escuras podendo apresentar um brilho metálico de tonalidade esverdeado (típicos fermentadores) ou possuem centros escuro com bordas acinzentadas ou são acinzentadas. Os microrganismos lactose ou sacarose negativos são incolores. ASPECTOS DAS COLÔNIAS EM ÁGAR EOSINA AZUL DE METILENO (E M B) MICRORGANIMOS CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS Escherichi coli Colônia de 2 a 3mm de diametro escura com brilho verde metálico Klebsiella sp Enterobacter aerogenes Colônias Grandes (4 a 6mm de diâmetro) mucóides com bordas claras e centro escuro Proteus sp Colônias incolores Salmonella sp Shigella sp Colônias incolores Gram positivos inibidos AGAR MANITOL SALGADO É um meio seletivo para o isolamento e identificação presuntiva de Staphylococcus aureus, a partir de amostras clínicas, alimentos e outros materiais. A elevada Concentração de sal (7,5%) inibe o crescimento de outras bactérias, deixando crescer apenas o gênero Staphylococcus. Ocorre degradação do manitol com formação de ácido e o vermelho de fenol funciona como indicador de pH. Uma viragem do vermelho original para amarelo indica degradação do manitol com formação de ácido. ASPECTOS DAS COLÔNIAS EM AGAR MANITOL SALGADO MICRORGANISMOS CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS MANITOL Staphylococcus aureus Amarela + Staphylococcus epidermidis Bacillus subtilis Brancas _ Enterococcus faecalis Escherichia coli Inibidas _ Proteus mirabilis Proteus vulgaris Parcialmente inibidas _ AGAR BILE ESCULINA É um meio usado para verificar a capacidade de certas bactérias em particular os Enterococcus (grupo D de Lancefild) crescerem em presença de bile (tolerância a bile) e de hidrolisarem a esculina. Os Enterococcus hidrolisam a esculina convertendo-a em glicose e esculetina; essa em presença dos íons férricos presentes no meio (citrato férrico), forma um complexo marrom escuro ou negro que resulta em um enegrecimento difuso do meio. ASPECTOS DAS COLÔNIAS EM AGAR BILE ESCULINA MICRORGANISMOS CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS Enterococcus faecalis Enterococcus faecium Colônias puntiformes marrons, meio marrom escuro Bacillus subtilis Colônias rizóides de coloração creme amarronzada, meio marrom escuro AGAR SALMONELLA SHIGELLA ( AGAR SS) É um meio seletivo utilizado para inibir o crescimento de Escherichia coli e outros coliformes, porém permite o crescimento de Salmonella e Shigella de fezes (principalmente), água, alimentos e outros materiais. A alta concentração de sais biliares e citrato de sódio inibem todas as bactérias Gram-positivas e muitos microrganismos Gram-negativos, incluindo os coliformes. A lactose é o único hidrato de carbono e o vermelho neutro é o indicador para a detecção de ácidos. O tiossulfato de sódio funciona como fonte de enxofre. Qualquer bactéria que produza H2S desenvolve enegrecimento das colônias, pela reação do gás sulfídrico com o citrato férrico (indicador de H2S) do meio. ASPECTOS DAS COLÔNIAS EM AGAR SALMONELLA SHIGELLA (AGAR SS) MICRORGANISMOS CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS Shigella sp. Incolores Salmonella sp. Proteus sp. Incolores, com centro negro se produzem H2S Escherichia coli Pequenas que vão de rosa a vermelho Klebsiella sp. Enterobacter sp. De maior tamanho que a Escherichia coli, mucoides,opacas, de creme a rosa TIOGLICOLATO O meio tioglicolato reduz o O2 do meio e pode ser utilizado para o cultivo de microrganismos que apresentam diferentes exigências em relação ao O2. Os microrganismos anaeróbios desenvolvem-se no fundo do tubo, os microaerófilos, na parte média, os aeróbios na camada superficial, e os facultativos em toda a extensão. Tem como redutor de 02 o tioglicolato e a cisteina, como indicador a rezasurina sódica. AGAR HEKTOEN ( HEKTOEN ENTERIC AGAR ) É um meio seletivo para isolamento de patógenos intestinais. Aumenta o desenvolvimento de Salmonella e Shigela ASPECTOS DAS COLÔNIAS NO MEIO HE MICROORGANISMO CARACTERISTÍCAS DAS COLÔNIAS E. coli Alaranjado a salmão Klebsiella Alaranjado a salmão Salmonella Azul esverdeado com centro negro Shigella Esverdeado Proteus Inibindo colônias, as que crescem são esverdeadas com centro negro MEIO CLED (BROLACIN) - Finalidade: meio não seletivo e diferencial, utilizado na urocultura - Principais componentes: lactose, L-cisteína, azul de bromotimol - Resultados : Fermentadores de lactose: colônias amarelas e meio amarelo Não fermentadores de lactose: colônias azuis e meio azulado ASPECTOS DAS COLÔNIAS NO MEIO CLED MICRORGANISMOS CARACTERÍSTICAS DAS COLÔNIAS E. coli Colônias de tamanho médio de coloração amarelada, podendo apresentar centro ligeiramente escuro Klebsiella Colônias grandes amareladas e mucóides Proteus Colônias azuis, translúcidas com bordas irregulares Salmonella e Shigella Colônias variando de azuladas a azul escuro Enterococcus faecalis Colônias puntiformes amareladas com meio amarelo Staphylococcus sp Colônias pequenas, opacas e de cor amarela intensa, com meio amarelo Pseudomonas sp Coloração fracamente verde azulada, superfície fosca e contornos irregulares. Odor adocicado. Agar azul esverdeado STAPHYLOCOCCUS CARACTERÍSTICAS GERAIS: Gênero de cocos Gram-positivos da família Micrococcaceae; geralmente dispostos em aglomerados irregulares (cachos de uva ou desordenadamente), imóveis, com cerca de 1 m de diâmetro, de modo geral sem formação de cápsulas; produzem pigmento variando de branco a amarelo-dourado profundo. Alguns são considerados parte da flora normal da pele, sendo também comumente encontrados no ar e no meio ambiente. Crescem bem em caldo ou agar-simples, em pH 7, a temperatura de 370C, a maioria, anaeróbio facultativo. Devido ao grande número de cepas resistentes, todas as infecções estafilocócicas requerem que os isolados sejam submetidos a testes de sensibilidade antimicrobiana. São catalase +. O gênero compreende várias espécies, sendo três delas de interesse médico: S. aureus, S. epidermidis, e S. saprophyticus. STAPHYLOCOCCUS AUREUS É tipicamente de cor amarelo-dourado, coagulase positiva, caracteriza-se por produzir pústulas, abscessos ou furúnculos. Provoca: impetigo, feridas infeccionadas, pielite, artrite, infecção puerperal, meningite, septicemia, abscesso cerebral, endocardite, enterite e supuração em quase todos os órgãos. Algumas cepas produzem cápsulas. Em placas de agar-sangue desenvolve-se freqüentemente um halo de hemólise em torno das colônias. A proteína A está presente em 90% das cepas de S. aureus ligada ao peptidoglicano. A proteína A tem a capacidade de se ligar ao fragmento Fc da IgG; esta reação, direta ou indiretamente, provoca efeito anti-fagocitário, liberação de histamina, reações de hipersensibilidade e lesão plaquetária. Contém o polissacarídio ácido teicóico do tipo A. S. aureus apresentam as seguintes enzimas extracelulares: 1) COAGULASE - Tem atividade semelhante a protrombina,capaz de transformar o fibrinogênio em fibrina. A fibrina dificulta o englobamento dos cocos ao mesmo tempo em que estabelece uma barreira tendente a limitar o foco de infecção. Pode se apresentar na forma livre ou fixa, sendo necessários métodos diferentes para detectar cada uma delas. A coagulase fixa está unida a parede celular bacteriana e não está presente nos filtrados de cultivos enquanto a coagulase livre encontra-se presente nos filtrados das culturas. 2) CATALASE - É uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Excluindo os estreptococos, a maioria das bactérias aeróbia e anaeróbia facultativa possui atividade catalase positiva. 3) ESTAFILOQUINASE - Ativa o plasminogênio gerando plasmina que dissolve a fibrina. 4) HIALURONIDASE - Despolimeriza o ácido hialurônico existente nos espaços intercelulares que condicionando uma diminuição de viscosidade, propícia a difusão do microrganismo ou de suas toxinas. 5) DESOXIRIBONUCLEASE (DNAse) - Despolimeriza o DNA do meio. Toxinas presentes: 1) HEMOLISINAS (,, e ) - A mais comum em amostras de origem humana é a , que é tóxica para plaquetas humanas e letal para animais quando inoculada pôr via sistêmica. É demonstrável pela sua ação hemolítica sobre hemácias de coelho. 2) LEUCOCIDINA - Provoca a lise dos grânulos citoplasmáticos dos leucócitos (neutrófilos) e macrofagos humanos e de coelho com liberação do seu conteúdo enzimático. 3) ENTEROTOXINAS - Termoestáveis a 1000C por ½ hora; resistentes a tripsina, responsáveis por casos agudos de intoxicação alimentar consecutivas à ingestão de alimentos, em particular produtos de confeitaria contaminados com estafilococos toxigênicos. Epidemiologia, Virulência e Tratamento As fossas nasais (30 a 50%), garganta, intestino e pele são locais onde o S. aureus pode ser encontrado. A transmissão pode ocorrer por contato direto ou indireto, por bactérias do mesmo indivíduo ou de portadores doentes ou não. Ferimentos com penetração de corpos estranhos, lesões traumáticas, queimaduras, doenças debilitantes como o câncer, diabetes, cirrose hepática, AIDS, favorecem consideravelmente a infecção. Como prevenção devem der adotadas medidas de higiene que possam impedir a contaminação dos ferimentos cutâneos e dos operadores dos doentes que apresentem lesões supurativas. Os componentes principais que determinam a virulência do S. aureus são a produção de toxinas (-toxinas e leucocidinas) e a presença de antígenos superficiais de ação antifagocitária. As Drogas de escolha para o tratamento são as penicilinas, as tetraciclinas, cloranfenicol, eritromicina, cefalosporinas e os aminoglicosídeos. É conveniente lembrar que algumas cepas de S. aureus são produtoras de - lactamase, tornando as penicilinas inativas. STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS É habitante normal da pele e das mucosas, coagulase negativa. Ocasionalmente causa infecção, inclusive septicemia. Tem sido isolado de infecções associadas a implantação de próteses cardíacas, articulares e vasculares, bem como em associação com endocardite, mesmo na ausência de próteses vasculares. STAPHYLOCOCCUS SAPROPHYTICUS É coagulase negativa. Tem predileção pelo trato urinário, especialmente em mulheres jovens, nas quais causa infecção aguda, podendo também causar infecção urinária no homem, particularmente depois dos 50 anos. A patogenicidade da bactéria está relacionada à sua capacidade de aderir às células do epitélio urinário. Apresenta o polissacarídeo ácido teicóico do tipo B. PROVAS MAIS UTILIZADAS EM LABORATÓRIO PARA CARACTERIZAÇÃO DE STAPHYLOCOCCUS 1) CATALASE PROTOCOLO: 1. Colocar uma colônia da bactéria no centro de uma lâmina 2. Gotejar sobre a colônia, água oxigenada a 3%. 3. Observar a imediata formação de bolhas = catalase-positiva (Figura 3). Figura 3 – Prova de catalase positiva, mostrando efervescência. 2) COAGULASE FIXA PROTOCOLO: 1. Colocar uma gota de água destilada sobre uma lâmina 2. Misturar na gota uma alçada do microrganismo 3. colocar uma gota do plasma junto à gota da suspensão bacteriana e misturar bem 4. Inclinar suavemente a lâmina de um lado para o outro, observando a formação de um precipitado = coagulase positiva (Figura 4). Figura 4- Prova de Coagulase fixa 3) COAGULASE LIVRE PROTOCOLO: 1. Colocar 0,5 ml de plasma em um tubo estéril 2. Adicionar 0,5 ml de cultivo puro crescido em Caldo (cérebro-coração) BHI 3. Misturar suavemente por rotação 4. Colocar o tubo em Banho-maria a 370 C 5. Observar, de 30 em 30 minutos, a formação de um coágulo visível, durante as primeiras 4 horas. 4) DNAse 1. Distribuir o meio ágar-DNAse em placa de Petri 2. Fazer o semeio da bactéria e incubar pôr tempo adequado 3. Colocar na placa uma solução de ácido clorídrico 1N, para revelação 4. Em torno das colônias de S. aureus ocorre um halo de transparência DNAse positiva (Figura 5). Figura 5 – Prova de DNAse 5) SENSIBILIDADE A NOVOBIOCINA 5 g. 1. Semear a bactéria em placa de Petri 2. Colocar o disco de Novobiocina 5 µg 3. Incubar adequadamente Observar a ocorrência de halo de inibição ao redor do disco. As amostras resistentes mostram zonas de inibição de 6 a 15 mm, enquanto as sensíveis apresentam halos de 16 mm ou mais. As cepas de Staphylococcus saprophyticus são resistentes. Resistente = S. saprophyticus - halo menor ou igual a 15 mm Sensível = S. epidermidIs - halo maior ou igual a 16 mm 6) AGAR MANITOL S. aureus ao contrário de S. epidermidis fermenta manitol com produção de ácido. O meio agar manitol é altamente seletivo para isolamento de estafilococos patógenos (aureus) em cultivo misto. As colônias de estafilococos crescem bem no meio, formando um halo amarelo ao seu redor, que indica a produção de ácido a partir do manitol. 1. Semear a bactéria no meio agar manitol. 2. Incubar adequadamente. 3. Observar o halo amarelo ao redor das colônias de S. aureus. STREPTOCOCCUS CARACTERÍSTICAS GERAIS: São cocos Gram-positivo, da família Streptococcaceae: dispostos em cadeias ou aos pares: a maioria imóveis, com cerca de 0,5 a 0,75m de diâmetro, geralmente acapsulados. Amplamente encontrados em animais e no homem, a maioria, constituindo parte da flora normal, mais algumas espécies são responsáveis por problemas infecciosos importantes. São aeróbios ou anaeróbios facultativos . São fermentadores de glicose. Não crescem bem em agar ou caldo simples, sendo necessária a adição de sangue em pH 7,0, temperatura de 370C. São catalase negativa. Os Streptococcus de importância médica podem ser convenientemente agrupados com base na hemólise em agar-sangue: - hemólise completa = Beta hemolítico, Hemólise parcial = Alfa hemolítico, Não hemólise = Gama hemolítico: pela presença ou ausência de antígeno carboidrato grupo específico, ou seja, Grupo de Lancefield, identificado com letras do alfabeto; ou pela classificação do Manual de Bergey, em um grupo piogênico, um grupo oral ( grupo viridans = -hemolítico) e um grupo lático. Os principais estreptococos de interesse médico são: Streptococcus -hemolítico: Streptococcus pyogenes (Streptococcus Grupo A) Streptococcus agalactiae (Streptococcus Grupo B) Streptococcus α-hemolítico: Streptococcus pneumoniae Streptococcus Orais (Grupo viridans): Streptococcus salivarius Streptococcus sanguis Streptococcus mitis Streptococcus mutans (não hemolítico) Enterococcus: (Grupo D) - pode produzir ou hemólise ou não hemólítico. STREPTOCOCCUS PYOGENES (Streptococcus do Grupo A de Lancefield): S. pyogenes pode ser divididoem tipos sorológicos devido a presença da proteína M e T, podendo ser distinguidos 60 e 26 sorotipos de S. pyogenes, respectivamente. São Beta-hemolíticos. Provocam infecções das vias aéreas superiores (faringo-amígdalites), pele (piodermites e erisipela). As faringo-amigdalites estreptocócicas podem se acompanhar de febre reumática e glomerulonefrite e evoluir dando origem a infecções em outros órgãos ou tecidos, tais como sinusites, otites e mastoidites. As otites e mastoidites podem evoluir para bacteriemias e meningites. A piodermite mais característica é o impetigo, que pode ser seguido de glomerulonefrite, mas não de febre reumática. A erisipela é uma infecção estreptococica aguda da pele , que nos idosos, pode acompanhar-se de bacteriemia. Sequelas: Como sequela das infecções estreptococicas temos a febre reumática e a glomerulonefrite, ambas doenças de natureza imunológica. Proteína M: A proteína M é um antígeno da parede celular. É um importante fator de virulência, devido a sua capacidade de interferir com a fagocitose. Toxinas: 1. Toxina eritrogênica, toxina escarlatínica ou toxina de Rick - produzida por amostras de estreptococos isolados de casos de escarlatina (doença infecciosa aguda, caracterizada por angina exantema). 2. Estreptolisina S - é oxigênio-estável, não imunogênica, responsável pelo halo de hemólise ( é uma hemolisina) em torno das colônias de S. pyogenes e pela morte de uma parte dos leucócitos que fagocitam a bactéria. 3. Estreptolisina O - É oxigênio-sensível e fortemente antigênica; conduz à formação da antiestreptolisina (ASLO ou AEO). A determinação do título do anicorpo contra a estreptolisina O é de grande valor diagnóstico na febre reumática onde títulos superiores a 125 unidades são indicadores de infecçao estrepcócica recente. Sabe-se que a estreptolisina O provoca a lise dos lisossomas dos leucócitos, liberando enzimas hidrolíticas, que são destrutivas tanto para os leucócitos quanto, eventualmente, para outras células. Enzimas: 1. Estreptoquinase (Fibrinolisina) - Tem a capacidade de dissolver coágulos, pela transformação do plasminogênio em plasmina. Sua ação é bloqueada pelo anticorpo específico formado no decurso da infecção (anti-estreptoquinase). 2. Desoxirribonuclease - Degrada o DNA. São formados anticorpos contra a enzima no decorrer da infecção. 3. Hialuronidase - Dissolve o ácido hialurônico. É o componente presumível do poder invasor dos estreptococos (fator de difusão). Sua ação é bloqueada pelo anticorpo no decurso da infecção. Epidemiologia, virulência e tratamento: Quadro demonstrativo de algumas diferenças epidemiológicas entre faringo- amigdalites e piodermites estreptococcicas Faringo-amigdalite Piodermite Transmissão Gotículas Respiratórias Contato pessoal e vetores (moscas) Clima associado com maior freqüência Frio Quente Associação com febre reumática Sim Não Associação com glomerulonefrite Sim Sim O antibiótico de escolha é a penicilina G; para pacientes alérgicos a penicilina, recomenda-se o emprego de eritromicina. STREPTOCOCCUS AGALACTIAE (Beta-hemolítico do grupo B): Tem sido encontrado em culturas vaginais de pacientes grávidas assintomáticas e em culturas uretrais de seus esposos assintomáticos. Aproximadamente 25 a 35% das mulheres são portadoras vaginais desta espécie. Sua importância tem aumentado devido a sua crescente freqüência em infecções do recém- nascido, como meningites e bacteremias. A bactéria é sensível às penicilinas, cefalosporinas, eritromicina,a maioria das amostras é resistente ao cloranfenicol. STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE (Pneumococcos) É normalmente capsulado (cápsula formada de polissacarídeos); apresenta-se aos pares, com forma de chama de vela. As células medem aproximadamente 1,0 um. É - hemolítico. Provoca pneumonia aguda, otite média, sinusite, meningite e endocardite. Aproximadamente 90% das pneumonias bacterianas são causadas pelos pneumococos. A esplenectomia parece predispor a infecção e a infecção viral pode um ser precursor para a pneumonia. Epidemiologia, virulência e tratamento: Em torno de 40 a 70% dos indivíduos normais são portadores de pneumococos na garganta. A incidência de pneumonia é maior em crianças com menos de 5 anos, adultos com mais de 50 anos, no sexo masculino e durante os meses frios. Como fatores de virulência temos a cápsula, devido a sua propriedade antifagocitária: a pneumolisina (hemolisina) e a adesina, que fixa a bactéria a receptores glicoprotéicos existentes nas células epiteliais dos aparelhos respiratório e auditivo. O antibiótico de escolha é a penicilina G. STREPTOCOCCUS do Grupo Viridans Ocorrem na boca e no intestino, podendo passar para o sangue e localizar-se em válvulas previamente lesadas, dando origem a endocardite bacteriana subaguda ou endocardite lenta. São três as espécies que têm sido isoladas de casos de endocardite lenta: S. sanguis, no sangue, S. salivarius e S. mitis. O S. mutans está ligado diretamente ao processo cariogênico. Estes estreptococos raramente são identificados a nível de espécie e quando isolados, são denominados Streptococcus -hemolítico ou ou Streptococcus viridans. ENTEROCOCCUS (Grupo D) São encontrados normalmente no intestino humano, porém entre outras infecções, pode causar endocardite e infecção urinária. Podem apresentar resistência múltipla aos antibióticos, inclusive penicilina e cefalosporinas. Tais microrganismos tornaram-se importantes agentes de doenças humanas, principalmente as enfermidades decorrentes de infecção hospitalar, devido à sua resistência a agentes antimicrobianos como penicilinas e cefalosporinas de diversas gerações, bem como resistência de alto nível a aminoglicosídeos e a vancomicina. Considerados, por longo tempo, como uma das categorias de estreptococos apresentadores de antígeno D (anteriormente denominado de Streptococcus faecalis), os enterococos são diferenciados das espécies não-enterococos (Streptococcus bovis) baseando-se em suas características fisiológicas e de susceptibilidade a antimicrobianos. A proposta de transferência de alguns estreptococos grupo D para o gênero Enterococcus foi baseada na capacidade de crescer em temperaturas de 10°C e 45°C, hidrolisar esculina em presença de 40% de bílis, desenvolver-se na presença de NaCl a 6,5%, crescer em pH 9,6 e produzir pirrolidonil peptidase, associadas aos dados de estudos de hibridização de ácidos nucléicos. Apesar de existir 12 espécies de enterococos duas são importantes em casos de endocardite: Enterococcus faecalis que contam com 85% e Enterococcus faecium contando com 10% dos casos. 15%, de uma forma geral, estão ligado à endocardite em valva nativa, e 15%, também, dos casos em valva protética. São isolados mais freqüentes em idosos e mulheres jovens, ocorrendo devido à infecção ou manipulação do trato urinário. PROTOCOLO DAS PRINCIPAIS PROVAS DE IDENTIFICAÇÃO DE STREPTOCOCCUS CATALASE A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água (Figura 1). Excluindo os Estreptococos, a maioria das bactérias aeróbia e anaerobia facultativa possui atividade catalase. É usada para diferenciar estreptococos (catalase negativa) de estafilococos (catalase positiva). PROTOCOLO: 1. Colocar uma alçada de bactéria no centro de uma lâmina, 2. Sobre a alçada colocar 1 a 2 gotas de peróxido de hidrogênio a 3%, 3. Esperar o aparecimento de bolhas: = catalase positiva HIDRÓLISE DO HIPURATO A hipuricase é uma enzima produzida pelos Streptococcus do grupo B, que provoca a hidrólise do ácido hipúricocom a formação de benzoato de sódio e glicina. Pode-se verificar a hidrólise do hipurato, detectando o benzoato de sódio usando cloreto férrico ou detectando a glicina usando a ninhidrina (Figura 6) Figura 6 – Hidrólise do hipurato PROTOCOLO: PROVA DO BENZOATO 1. Inocular um tubo de caldo hipurato com o microrganismo. Incubar a 350C durante 20 horas. 2. Centrifugar o tubo e transferir 0,8 ml do sobrenadante para um tubo estéril 3. Adicionar ao tubo 0,2 ml do reativo cloreto férrico e misturar bem. Ao se adicionar o cloreto férrico, forma-se um precipitado abundante que se torna límpido após dez minutos. Se o precipitado persistir por mais de dez minutos, há formação de benzoato de sódio, indicando hidrólise do hipurato - prova positiva. PROVA DA GLICINA 1. Inocular em um tubo contendo 0,4 ml de reativo hipurato de sódio o Streptococcus e misturar bem. 2. Incubar durante duas horas. Acrescentar 0,2 ml do reativo ninhidrina e misturar bem. O aparecimento de uma cor púrpura logo após a adição do reativo de ninhidrina indica a presença de glicina, ou uma reação positiva da hidrólise do hipurato. Streptococcus eta hemolítico grupo A - Streptococcus eta hemolítico grupo B + PROVA DE CAMP Identifica Streptococcus hemolítico do grupo B. A atividade hemolítica da lisina do Staphylococcus sobre os eritrócitos se intensifica por um fator extracelular produzido pelo Streptococcus do grupo B (Figura 7). Figura 7 - Prova de Camp PROTOCOLO: 1. Semear em estria o Streptococcus a ser identificado de forma perpendicular a outra estria de uma cepa de Staphylococcus aureus produtor de hemolisina (Figura 7). Formaçâo de um seta = CAMP + . TESTE DA BACITRACINA As identificações devem ser feitas em ágar sangue sem tensão de CO2 ou os resultados podem ser conflitantes. PROTOCOLO: 1. Semear meia placa de ágar sangue com o estreptococo a ser identificado, como para um antibiograma 2. Colocar o disco de bacitracina 0,04 U. I. 3. Incubar por uma noite a 35ºC sem CO2 4. Observar a zona de inibição. Streptococcus pyogenes (grupo A) - halo de inibição maior ou igual a 12mm ( sensível) Streptococcus agalactiae ( grupo B) – halo menor ou igual a 11mm ( resistente) PYR TEST (L-pyrrolidonyl-beta-naphtylamide) O PYR TEST destina-se à identificação de Streptococcus pyogenes (Streptococcus Beta hemolítico do Grupo A) e Enterococcus spp. A hidrólise do L-pyrrolidonyl-beta-naphtylamide através da enzima L-pyroglutamyl-aminopeptidase, presente tanto no Streptococcus pyogenes como no Enterococcus spp, é verificada através da reação do PYR Reagente (-dimetilamina cinamaldeido) com a beta-naphtylamide livre, formando um composto final de coloração vermelha brilhante. PROTOCOLO . Com o auxílio de uma alça previamente flambada, fazer um esfregaço da bactéria recém isolada á ser identificada no disco ou fita de PYR umedecido. . Aguardar 5 minutos, a temperatura ambiente, e colocar uma gota do PYR Reagente. . As reações positivas ocorrem em até 1 minuto. LEITURA . PYR positivo: O desenvolvimento de uma cor vermelho-cereja indica resultado positivo para Streptococcus pyogenes ou Enterococcus spp. (Figura 8). . PYR negativo: Uma coloração amarela ou alaranjada indica resultado negativo. HIDRÓLISE DA ESCULINA (Prova da Bile Esculina) A prova da Bile Esculina está baseada na capacidade de certas bactérias, especialmente os Streptococcus do grupo D hidrolisar esculina em presença de bile produzindo glicose mais esculetina. A esculetina em presença de ferro (presente no meio) reage produzindo um escurecimento do meio de cultura. A prova pode ser feita em placa semeando a cultura em meio de Bile Esculina e após incubação observa-se a zona marron escura ao redor da colônia = prova positiva; ou em tiras de papel Bile Esculina onde se observa o escurecimento do papel na zona de reação do microrganismo que hidrolisa a Esculina = prova positiva (Figura 9). Figura 9 – Hidrólise da esculina Streptococcus grupo D = positivo. Outros Streptococcus = negativo. TOLERÂNCIA A NACL 6,5% Os Enterococcus ( grupo D) crescem em meio que contenham 6,5% de NaCl, os não Enterococcus (grupo D) são inibidos. Observação: Todos os estreptococos do grupo D de Lancefield apresentam a bile esculina positiva, seja Enterococcus sp ou Streptococcus do grupo D não enterococo (Streptococcus bovis). Quanto ao teste da tolerância ao NaCl a 6,5%, somente os enterococos são positivos. PROVA BILE SOLUBILIDADE A prova de Bile Solubilidade pode ser realizada em meio líquido (com o microrganismo em estudo crescido) ou em placa (com colônias isoladas do microrganismo) sendo comumente realizada em placa . A turbidez de uma suspensão da bactéria em meio líquido clareia visivelmente quando adiciona-se o reativo desoxicolato de sódio ou taurocolato de sódio e as colônias crescidas na superfície do meio desaparecem (Figura 10). Figura 10 – Prova de Bile solubilidade. PROVA EM PLACA DE AGAR PROTOCOLO: 1. Sobre uma colônia bem rescida em placa de agar sangue, colocar uma gota de desoxicolato de sódio a 2% 2. Inocular a placa a 350C durante 30 minutos A colônia solúvel em bile desaparece deixando em seu lugar uma área parcialmente hemolisada - Prova Positiva = S. pneumoniae. As colônias insolúveis em bile ficam intactas = Estreptococos - hemolíticos. SUCEPTIBILIDADE A OPTOQUINA A optoquina inibe seletivamente o desenvolvimento do S pneumoniae a uma concentração de 5 g ou menos, formando uma zona de inibição de 14 mm ou mais. Outros Streptococcus hemolítico apresentam zona de inibição com menos de 10 mm ou são resistentes (Figura 11). Figura 11 - Suscetibilidade a optoquina PROTOCOLO: 1. Semear um quarto de uma placa de ágar sangue com a cepa alfa hemolítica a ser testada; 5. Aplicar um disco de optoquina; 6. Incubar a 35oC em tensão aumentada de CO2 - método da vela por 18 a 24 horas 7. Uma zona de inibição de 14 mm ou mais à volta de um disco de 6 mm significa sensibilidade e identifica o Streptococcus pneumoniae. Streptococcus pneumoniae = S Streptococccus grupo viridans = R TABELA DE DIFERENCIAÇÃO PRÁTICA DAS ESPÉCIES DE STAPHYLOCOCCUS Espécie Prot. de superf. celular Produção de Hemolisina Sensi. a Novob 5g HHialuruonidase Dnase Coagulase Catalase S. aureus + + * sensível + + + + S. epidermidis - - sensível d - - + S. saprophyt- ticus - - resistente ND - - + * Geralmente dá resultados mas não para todas as cepas. d = 11-895 de cepas são positivas ND = O teste não determina a espécie TABELA DE IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA DOS STREPTOCOCCUS GRUPOS Hemólise Bac. CAMP Hidrólise do Hipurato Susc. a Optoq. Bile Sol. Hidr. da Esc. Tol. NaCl 6,5% PYR Grupo A beta + + Grupo B beta + + Grupo D Enterococcus alfa, beta, gama + + + Grupo viridans alfa, gama R S. pneumoniae alfa S + Grupo D não Enterococcus alfa, gama + Hem = Hem Bac = Teste debacitracina CAMP = Teste de CAMP Hid. Hipurato = Hidrólise do Hipurato Optoq. = Teste de optoquina Bile Sol. = Prova de Bile Solubilidade Hid Esculina = Hidrólise das Esculina toler. NaCl 6,5% = Crescimento em 6,5% de Na Cl PYR = Teste de PYR ( Pyrrolidonyl-Beta-Naphthylamida) NEISSERIA CARACTERÍSTICAS GERAIS: São cocos Gram negativos, agrupados dois a dois, em forma de grãos de café. Esta morfologia típica só se observa nos exsudatos (no pus da uretrite gonocócica ou no líquor de meningite meningocócica), nas quais é característica a localização dos diplococos no interior de polimorfonucleares. Nas culturas, as Neisserias tendem rapidamente a autólise e coram-se palidamente, apresentando formas aberrantes de cocos minúsculos ou intumescidos (formas gigantes). Idênticas formas são observadas nos exsudatos de casos tratados com sulfas ou antibióticos. São exigentes e requerem meios enriquecidos para crescimento (agar sangue, agar chocolate, thayer-martin). A maioria das espécies necessitam para seu crescimento uma umidade relativamente elevada e uma tensão de CO2 entre 5 e 10%. Produzem catalase e citocromo oxidase. As espécies de maior interesse clínico são: N. gonorrhoeae e N. menigitidis. N. gonorrhoeae A N. gonorrhoeae (gonococo) é o agente causal da gonorréia ou blenorragia, sendo o homem o único hospedeiro natural. A infecção localiza-se primeiramente na uretra, daí podendo propagar-se a outros órgãos do aparelho urinário e genital, pode também se implantar no reto, na conjuntiva ocular e nas articulações. As infecções gonocócicas nem sempre são sintomáticas e tanto homens como mulheres podem servir como portadores. Não é capsulada. Utiliza glicose. Coloração de Gram Figura 12 - N. gonorrhoeae (gonococo) N. meningitidis A N. meningitidis (meningococo) é o agente causador da meningite cérebro-espinhal, que caracteríza-se por febre, cefaléia interna, náusea, vômitos, rigidez na nuca e, freqüentemente “rasch” petequial. Possuem capsula. Utiliza glicose e maltose. DIFERENCIAÇÃO PRÁTICA DAS ESPÉCIES DE NEISSERIA São realizadas provas de utilização de hidrato de carbono. Espécie glicose maltose sacarose lactose N. gonorrhoeae + - - - N. meningitidis + + - - ENTEROBACTÉRIAS PROVAS MAIS UTILIZADAS - Fermentação de lactose - Redução de Nitratos - Atividade de Citocromo-oxidase - Atividade de descarboxilase (lisina, ornitina e arginina) - Produção de Sulfeto de hidrogênio - Produção de Indol - Utilização de Citrato - Reação de Vermelho de metila - Motilidade - Atividade de ortonitrofenil galactosidade (ONPG) - Produção de Acetil-metil-carbinol (Voges-Proskauer) - Produção de urease FERMENTAÇÃO DE LACTOSE Por definição, a fermentação é um processo metabólico de oxidação-redução que tem lugar em um ambiente anaeróbico; no qual um substrato orgânico serve como aceptor de hidrogênio (elétron) em lugar do oxigênio. Nos sistemas de provas bacteriológicas este processo é detectado por observação visual das mudanças de cor dos indicadores de pH quando os produtos ácidos são formados. A lactose é um dissacarídeo composto por glicose e galactose ligadas por um átomo de oxigênio (ligação galactosídica). A hidrólise desta ligação é feita pela enzima -galactosidase e a transmigração da lactose através da parede celular é feita pela enzima -galactosidase-permease. A ausência de uma dessas duas enzimas impede a utilização da lactose pela bactéria. A fermentação da lactose prossegue com a degradação da glicose através da via EMP (Embden – Meyerhof). GLISOSE 6-FOSFATO FRUTOSE 6- FOSFATO FRUTOSE 1,6 DIFOSFATO GLICERALDEÍDEO 3-FOSFATO Figura 13 – Fermentação ácida mista através da via de Embden – Meyerhof. Os meios mais utilizados para identificação de bacilos fermentadores são o agar-ferro de Klinger (KIA) e o agar tríplice-açúcar-ferro (TSI). As fórmulas de KIA e TSI são idênticas, exceto que o TSI contém 10g por litro de sacarose, além de glicose e lactose. O meio deve ser colocado no tubo de ensaio, de modo que a extensão da parte inclinada seja igual a da profunda, com a aproximadamente 3 cm cada uma. esta configuração resulta em duas câmaras de reação em um mesmo tubo, sendo a porção inclinada aeróbia e a porção inferior ou base, relativamente anaeróbia. PROTOCOLO: 1. Tocar a colônia de bactéria a ser identificada com uma laça de inoculação em agulha. 2. Inocular a bactéria atravessando a parte profunda do meio inclinado, até atingir cerca de 3 mm a 5 mm do fundo do tubo. 3. Após remoção da laça da parte profunda do meio, fazer estrias na superfície inclinada com um movimento em S. 4. Incubar os tubos em estufa de 360C durante 18 a 24 horas. 5. Fazer a leitura, obedecendo os critérios abaixo: - Ápice vermelho / Base vermelha (alcalino – alcalino) Ausência de fermentação de carboidratos. - Ápice vermelho / Base amarela (alcalino – ácido) Fermentação de glicose. GLICOSE ÁCIDO PIRÚVICO Ácido Propiônico Ácido Succínico Acetaldeído Álcool Etílico Ácido Fórmico Acetil CoA Ácido Acético Acetil-Metil (Acetoína) Ácido Butírico Álcool Butílico 2,3 Butilano (glicol) (Butanodiol) ÁCIDO LÁTICO H2 + CO2 - Ápice vermelho / Base amarela (negra) (alcalino – ácido – negra) Fermentação de glicose + produção de H2S. - Ápice amarelo / Base amarela (ácido – ácido) fermentação de glicose, lactose e sacarose. REDUÇÃO DE NITRATOS Todas as enterobactérias , exceto certos biotipos de Enterobacter agglomerans e Erwinia, reduzem nitratos. Os organismos que reduzem nitratos têm a capacidade de retirar oxigênio dos nitratos para formar Nitritos e outros produtos de redução. NO3 + 2e - + 2H NO2 + H2O Nitrato Nitrito A presença de Nitratos no meio teste é detectada pela adição de -naftilamina e ácido sulfanílico, com a formação de um corante de diazônio vermelho, -sulfabezeno-aro- -naftilamina. PROTOCOLO: 1. Inocular uma alçada cultura a ser identificada no maio de Nitrato. 2. Incubar a 350C durante 18 a 24 horas. 3. Após a incubação, adicionar ao meio 1 ml de reativo A (5g de -naftilamina + 1l de ácido acético [5N], 30%) e logo após, 1 ml do reativo B (8g de ácido sulfanílico + 1l de ácido acético [5N], 30%). 4. O aparecimento de uma cor vermelha dentro de 30 segundos após a adição dos reativos indica a presença de Nitritos. ATIVIDADE DE CITOCROMO-OXIDASE Todas as enterobactérias são citocromo-oxidase-negativa. O sistema citocromo é encontrado nos organismos aeróbios e microaeróbios e anaeróbios facultativos. O teste da oxidase é importante na identificação de organismos que não possuem a enzima ou são anaeróbios obrigatórios. Os citocromos participam da última ligação da cadeia respiratória transferindo elétrons (hidrogênio) ao oxigênio, com formação de H2O. No teste de citocromo oxidase, são usados reativos corantes dicloridrato de -fenilenodiamina,que atuam como aceptores de elétrons substituindo o oxigênio. A - fenilenodiamina é incolor no estudo reduzido, mas na presença de citocromo oxidase o oxigênio se oxida formando azul de indofenol Figura 14). Figura 14 - Citocromo oxidase. PROTOCOLO: 1. Adicionar às tiras de oxidase, uma alça da colônia que se quer identificar. 2. Esperar 10 segundos e observar o aparecimento de uma cor azul escura no local da inoculação (Citocromo oxidase positiva). Obs.: Nãos e deve usar alças de inoculação de aço inoxidável porque os produtos de oxidação formados na superfície, ao serem esterelizados na chama, podem produzir reações falso-positivas. ATIVIDADE DE DESCARBOXILASE (LISINA, ORNITINA E ARGININA) A reação de descarboxilação é produzida pelas enzimas descarboxilases, que são capazes de atuar na porção carboxila (COOH) dos ácidos, formando aminas de reação alcalina. Cada enzima descarboxilase é específica para um aminoácido. Os aminoácidos freqüentemente avaliados na identificação das enterobactérias são lisina, ornitina e arginina; a lisina produz a amina específica cadaverina; ormitina produz putrescina e arginina, citrulina. Na conservação de arginina em citrulina ocorre uma desidrose. PROTOCOLO: 1. Inocular uma colônia do microrganismo em estudo em dois tubos com caldo descarboxilase de Moeller, um contendo o aminoácido a ser avaliado e o outro como controle; sem aminoácido. 2. Colocar uma camada de óleo mineral estéril nos dois tubos, até completar aproximadamente 1 cm da superfície do meio. 3. Inocular a 350C durante 18 a 24 horas. Tubo controle = amarelo. Tubo contendo aminoácido descaboxilado = púrpura (positivo). Tubo contendo aminoácido sem haver reação de descarboxilação = amarelo (negativo). PRODUÇÃO DE SULFETO DE HIDROGÊNIO A produção de H2S pode ser detectada em um sistema analítico, se as seguintes condições estiverem presentes: a) Existir uma fonte de enxofre no meio (peptonas, tisulfato de sódio). b) Existir um indicador de H2S no meio (Citrato férrico, sulfato ferroso, ferro peptonado, etc.). c) O meio favoreça o crescimento da bactéria e a bactéria possua os sistemas enzimáticos produtores de H2S. Em todos os sistemas de detecção de H2S, o ponto final é um precipitado negro, insolúvel, de sulfeto de metal pesado, formado no meio. Pode-se observar este enegrecimento no meios TSI, SIM, KIA, etc. (Figura 15). Figura 15 - Produção de sulfeto de hidrogênio PROTOCOLO: 1. Inocular no meio TSI ou SIM o microrganismo a ser identificado. 2. Inocular a 350C durante 18 a 24 horas. 3. Observar o precipitado negro ao longo do tubo positivo. Ausência do precipitado negativo. PRODUÇÃO DE INDOL O indol é um dos produtos do metabolismo do aminoácido triptofano. As bactérias que possuem a enzima triptofanase, são capazes de degradar o triptofano com produção de indol, ácido pirúvico e amônia (NH3). O indol pode ser detectado em meio apropriado através do desenvolvimento de cor vermelha, após a adição de uma solução contendo -Dimetilamino-benzaldeido. Pode-se utilizar os meios sulfeto-indol-motilidade (SIM), motilidade-indol-ortina (MIO), indol-nitrato ou tiras impregnadas com reativo de KOVAC. PROTOCOLO: 1. Inocular o microrganismo, em estudo, no meio contendo triptofano. 2. Incubar a 350C durante 18 a 24 horas. 3. Após o período de incubação, adicionar 15 gotas do reativo de KOVAC. 4. O desenvolvimento de uma cor vermelha na superfície de contato entre o meio de cultura e o reativo, segundos após a adição, indica a presença de indol = prova positiva. UTILIZAÇÃO DE CITRATO Algumas bactérias podem obter energia por via diferente da fermentação de carboidratos, utilizando citrato como única fonte de carbono. Qualquer meio utilizado para detectar a utilização de citrato pelas bactérias em estudo deve ser isento de proteínas e carboidratos como fontes de carbono. A utilização de citrato por uma bactéria é detectada em meio de citrato (fórmula de Simmons), através da produção de subprodutos alcalinos. o meio contém citrato de sódio como única fonte de carbono, fosfato de amônia como única fonte de nitrogênio e o azul de bromotimol como indicador (amarelo em pH abaixo de 6,0 e azul em pH acima de 7,6). As bactérias capazes de utilizar o citrato são também capazes de extrair nitrogênio do sal de amônio, com produção de amônia, levando à alcalinização do meio, a partir da conversão do NH3 + em hidróxido de amônia (NH4OH). PROTOCOLO: 1. Semear uma colônia obtida de um isolamento primário em um tudo de ágar citrato. 2. Inocular o tubo a 350C durante 24 a 48 horas. 3. O desenvolvimento de uma cor azul escura indica que a bactéria foi capaz de utilizar o citrato contido no meio, com formação de produtos alcalinos. azul escuro = positivo Crescimento visível de colônias ao longo do tubo = positivo (se inoculado por mais de 24 horas aparecerá a cor azul) (Figura 16). Figura 16 - Utilização de citrato. REAÇÃO DE VERMELHO DE METILA A prova de vermelho metila é uma análise quantitativa de produção de ácido e requer organismos positivos que produzam ácidos fortes (láctico, acético, fórmico) a partir da glicose através da via da fermentação ácida mista. O vermelho de metila só é considerado positivo após a inoculação prolongada (48 a 72 horas) superando o sistema estabilizado de pH do meio; as bactérias que formam ácidos fortes descartáveis pelo indicador vermelho de metila somente durante as fases iniciais de incubação não são consideradas positivas. O meio freqüentemente utilizado é o caldo vermelho de metila Vorges-Proskauer (VM/VP), formulado por Clark Leebs (verificar a figura 1). PROTOCOLO: 1. Inocular o microrganismo em estudo no caldo vermelho de metila. 2. Incubar o caldo a 350C durante 48 a 72 horas. 3. Após o período de incubação adicionar 5 gotas do reativo vermelho de metila ao caldo. 4. O desenvolvimento de uma cor vermelha estável na superfície do meio indica uma prova positiva. PRODUÇÃO DE ACETIL-METILCARBINOL (ACETOÍNA) VOGES-PROSKAUER A acetoína é um subproduto da via butileno glicol. Organismos como os membros do grupo Klebsiella-Enterobacter-Hafnia-Serratia, produzem acetoína como principal subproduto do metabolismo da glicose e formam quantidades menores de ácidos mistos. na presença de oxigênio atmosférico e de hidróxido de potássio a 40%, a acetoína é convertida em diacetila e o -naftol atua como catalisador para revelar um complexo de cor vermelha (verificar a figura 1). PROTOCOLO: 1. Inocular em caldo vermelho de metila/Voges Prokskauer o microrganismo em estudo. 2. Incubar durante 24 horas a 350C. 3. Após o período de incubação, transferir 1ml de caldo para um tubo estéril e adicionar 0,6 ml de - naftol a 5% e, 0,2 ml de KOH a 40%. 4. Agitar o tubo suavemente e deixa-lo repousar durante 10 a 15 minutos. 5. O aparecimento de uma cor vermelha 15 minutos ou mais após a adição dos reativos indica a presença de diacetila, produto de oxidação da acetoína e uma prova positiva. Obs.: Não fazer a leitura após o período de 1 hora. ATIVIDADE DE ORTONITROFENIL GALACTOSIDASE Esta prova permite a detecção da enzima -galactosidase muito mais rapidamente que a prova de fermentação da lactose. Isto é útil na identificação dos organismos fermentadores tardios de lactose que são deficientes em -galactosidase-permease. O ortonitrofenil-galactosideo (ONPG) é estruturalmente semelhante à lactose, exceto que a glicose foi substituída pelo ortonitrofenil. Através da ação da enzima - galactosidase, o ONPG hidrosila desdobrando-se em dois resíduos galactosidase e ortonitrofenol. PROTOCOLO: 1. Transferir uma laçada d bactéria em estudo de meios de cultura contendolactose (KIA,TSI) para um tubo contendo 0,5 ml de solução fisiológica, formando uma suspensão abundante. 2. Adicionar à suspensão uma gota de tolueno e misturar vigorosamente durante alguns segundos (liberação de enzima). 3. Adicionar à suspensão uma gota do reativo ONPG. 4. Colocar em banho-maria a 370C. A maior parte das provas são positivas em 1 hora, embora, possa ocorrer a visualização da cor amarela com 5 a 10 minutos, porém as reações não devem ser interpretadas como negativas antes de 24 horas de incubação. PRODUÇÃO DE UREASE Os microrganismos que possuem a enzima urease têm a capacidade de hidrolisar a uréia com liberação de amônia. A amônia reage em solução para formar carbono de amônia, resultando na alcalinização e aumento do pH do meio. O caldo de uréia de Stuart e o agar uréia de Christensen são os dois meios mais comumente utilizados nos laboratórios clínicos para a detecção de atividade de urease (Figura 17). Figura 17 - Produção de urease. PROTOCOLO: 1. Inocular o caldo com uma laçada do organismo em estudo ou estriar a superfície do agar. 2. Incubar os dois meios a 350C durante 18 a 24 horas. As bactérias que hidrolisam a uréia rapidamente podem produzir reações positivas dentro de 1 a 2 horas; as espécies menos ativas podem requerer 3 ou mais dias. CALDO STUART AGAR DE CHRISTENSEN Cor vermelha em todo o meio Positivo Positivo (Espécies de Proteus) Cor vermelha inicial somente no ápice e ND Positivo gradualmente em (Espécie de Klebsiella) todo o meio Cor amarela ND Negativo Motilidade As bactérias movem-se por meio de flagelos que variam em número e localização nas diferentes espécies. As colorações de flagelos são úteis para esta determinação, porém não são comumente usadas em laboratórios clínicos. Os meios para provas de motilidade possuem concentrações de agar 0,4% ou menos (agar semi-sólido). A prova de motilidade é interpretada realizando-se um exame macroscópico do meio para observar uma zona de crescimento difusa, que parte da linha de inoculação. Podem ser usados os meios SIM, MIO ou o meio teste de motilidade. Entre as enterobactérias, as espécies de Shigella e Klebsiella são imóveis. A maior parte das espécies móveis de enterobactérias pode ser detectada a 350C, porém Yersinia enterocolítica é móvel a 220C mas não a 350C, isto porque as suas proteínas flagelares se desenvolvem mais rapidamente em temperaturas mais baixas. A Pseudomonas aeruginosa, aeróbia obrigatória, produz uma película que se estende sobre a superfície em forma de leque, a partir da linha de inoculação, porque não cresce nas partes mais profundas do meio, deficiente em oxigênio. PROTOCOLO 1. Inocular em “picada” a bactéria em estudo nos meios apropriados. 2. Incubar a 350C durante 18 a 24 horas. 3. Observar, após o período de incubação, o desdobramento em forma de leque, a partir da linha de inoculação = motilidade positiva. TABELA DE IDENTIFICAÇÃO BIOQUÍMICA DE ENTEROBACTÉRIAS Bactéria G/G LAC H2S URE IND MOB ORN LIS CIT FAL E.coli + + - - + +/- +/- + - - Shigella - - - - -/+ - -/+ - - - Salmonella + - + - - + + + + - S. typhi - - + - - + - + - - C.freundii + -/+ + +/- - + -/+ - + - C.diversus + -/+ - +/- + + + - + - K pneumoniae + + - + - - - + + - K. oxytoca + + - + + - - + + - Enterobacter + + - - - + + + + - E. aerogenes + + - - - + + + + - Serratia + + - - - + + +/- + - P. vulgaris + - + + + + - - +/- + P. mirabilis + - + + - + + - -/+ + P. rettgeri -/+ - - + + + - - + + P. Stuartii - - - -/+ + + - - + + M. morgani + - - + + + + - - + Edwardsiella + - + - + + + + - - Y. enterocolit. - - - +/- +/- - + - - - COPROCULTURA Legenda: G/G = Glic./Gás URE = Uréia ORN = Ornitina Descarboxilase LAC = Lactose IND = Indol LiS = Lisina Descarboxilase H2S = Gás Sulfídrico MOB = Mobilidade FAL = Fenilalanina Desaminase PROTOCOLOS DE IDENTIFICAÇÃO 16 – 24 hs / 370C 18 – 24 hs / 370C _______________________ ______________________ IDENTIFICAÇÃO BIOQUÍMICA(2) Agar Inclinado TSI Ureia Mio LIA CIT FAL (18-24 hs /370) Salina Antibiograma (4) (1) Meios de enriquecimento seletivo de enterobactérias. (2) bateria padrão de provas bioquímicas de identificação. (3) Provas sorológicas para confirmação de patógenos entéricos. (4) O antibiograma deve ser realizado após confirmação de patógenos por sorologia. Amostra Fecal Caldo Tetrationato/Selenito F (1) 6-8 horas / 37 0 C Agar EMB Agar SS Agar Hektoen Agar SS Sorologia (3) - Salmonella - E. coli TSI = triple sugar iron Ureia = Ureia de Christensen LIA = lisine iron agar MIO = mobilidade CIT = citrato de Simmons FAL = fenilalanina Fezes Lactose (+) Lactose (-) E. Coli / Coliformes CITROBACTER: Lactose (-/+), Ureia (+/-), H2S (+/-), Indol (+/-), Lisina (-) H2S (+) (-) Malonato Citrobacter freundil Fenilalanina (+) Identificação Bioquímica Simplificada dos Principais Gêneros: Pesquisa de Leucócitos Agar E M B Agar SS TSI / Ureia H2S no TSI (-) (+) Shigella Salmonella Sorologia Proteus / Providencia/ MorganellaSalmonella: Lactose (-), Ureia (-), H2S (+), Indol (-), Lisina (+) Citrato (+) (-) S. enteritidis Ornitina (+) S. brotyphi Sorologia (-) S.cholerae suis (+) C. diversus (-) C. amalonaticus Fenilalanina (+) + - ENTEROBACTER: Lactose (+), Ureia (+/-), H2S (-), Indol (-), Lisina (+/-) Lisina (+) E. cloacae (+) (-) Ornitina (-) E. agglomerans E. aerogenes PROTEUS: Lactose (-), Ureia (+), H2S (+), Lisina (-) (+) Proteus vulgaris Indol (-) Proteus mirabilis PROVIDENCIA: Lactose (-), Ureia (+/-), H2S (-), Indol (+), Lisina (-) Ureia (+) (-) Adonitol Citrato (+) (-) (+) (-) P. rettgeri P. stuarii P. alcalifasciens P. rustigianii Alguns esquemas necessitam de complementação com algumas provas que não são necessariamente utilizadas na rotina diária de laboratório. OBSERVAÇÃO: PODE-SE UTILIZAR TAMBÉM O MEIO CLED EM SUBSTITUIÇÃO DO SANGUE E EM B Sangue UROCULTURA Alça calibrada (0,001 mL) EMB ANTIBIOGRAMA Provas de Identificação Protocolo: 1. Homogeneizar a urina; 2. Com alça de platina calibrada (0,001mL) retirar uma alçada de urina; 3. Inocular nos meios EMB e sangue (com a mesma alçada de 0,001mL); 4. Incubar as placas a 37ºC por 24h; 5. Após 24h, observar o crescimento, contar as colônias (se houver) e calcular (multiplicar pelo fator de diluição = 1000) Gram + : nº de colônias no sangue x 2 x 1000 Garm – : (nº de colônias no sangue + nº de colônias no EMB) x 1000 6. Se não houver crescimento, incubar por mais 24h 7. Em caso positivo, realizar as provas de identificação Resultados: - Até 10.000 UFC/mL = contaminação - 10.000 a 90.000 UFC/mL = suspeita de infecção - Mais de 100.000 UFC/mL = indício de infecção (suspeita de contaminação na coleta) Coleta da urina: - Coleta de jato médio em tubo ou frasco estéril (deve ser entregue ao paciente um folheto explicativo junto com o recipiente de coleta) Sangue CULTURA DE OROFARINGE / SECREÇÃO Coleta com Swab EMB Gram Caldo BHI / TSB (37ºC / 2-6h) Sabouraud (pesquisa de fungos) Identificação Antibiograma Manitol Salgado (pesquisa de S. aureus) 24 – 48 horas após o cultivo primário fazer o subcultivo Período máximo de incubação: 7 dias (se as culturas permanecerem sem crescimento o resultado do teste é negativo) HEMOCULTURA COLETA Anticoagulante: Polianetol Sufonato de Sódio (SPS) 0,05mL 1:10 (Sangue:meio de cultura) Aerobiose (BHI – caldo Columbia) Anaerobiose (Tioglicolato) Agar Chocolate Agar Sangue EMB Thayer-Martin Subcultivos SECREÇÃO URETRAL/VAGINAL (segundo Silva, 2005) Gram Giemsa Swab 1 Swab 2 Stuart a fresco ou tempo real A.S. e A.H. G.C. ou A.ch S.B. Swab 3 MYCOGEN Swab 4 C T Chlamydia A.S. – Agar sangue de carneiro 5% A.H. – Agar sangue humano 5% C.G. – Thayer-Martin S.B. – Sabouraud MYCOGEN – Mycoplasma A. ch – Agar chocolate MICROSCOPIA DECISÃO CULTURA DE SECREÇÃO URETRAL/VAGINAL COLETA Gram Thayer-Marttin Caldo BHI/TSB Oxidase (–) (+) Agar Sangue EMB Caldo TSB Antibiobrama Testes de Identificação para Neisseria (glicose, maltose, lactose) Testes de Identificação para Gram (+) e (–) Coagulase IDENTIFICAÇÃO DE COCOS CATALASE Staphylococcus Streptococcus Grupo A PYR + - hemólise Bac – S ( + ) ( – ) S. epidermidis (nov – S) S. saprophyticus (nov – R) DNAse – Manitol – S. aureus Nov – S Manitol + Hemolisina + DNAse + ou - hemólise Provas Negativas Identificação Sorológica (Grupos A, B, C, D, E, F, G) Grupo B S. agalactiae CAMP + Grupo D Bile Esculina NaCl 6,5% Enterococcus (PYR +) Não Enterococcus (PYR –) ( + ) ( – ) Grupo Viridans Optoquina R S S. pneumoniae CULTURA DE LCR COLETA Gram EMB Agar Sangue Agar Chocolate Enriquecido Esquema de Identificação Centrifugação Antibiograma Ziehl-Neelsen TESTE DE SUSCETIBILIDADE ANTIMICROBIANA ANTIBIOGRAMA Os testes de suscetibilidade antimicrobiana medem a capacidade de um antibiótico ou outro agente microbiano inibir o crescimento bacteriano “in vitro”. Estes testes devem ser feitos no laboratório clínico por dois motivos principais. Para guiar o clínico na seleção do melhor agente antimicrobiano para o paciente. Para acumular informações epidemiológicas sobre a resistência de microrganismos de importância em saúde pública dentro da comunidade. O método de difusão em disco, recomendado pelas agências oficiais, usando como método de referência e técnica de rotina em laboratório clínico é o Bauer-Kirby modificado. MÉTODO MODIFICADO DE BAUER & KIRBY PROTOCOLO: 1. Distribuir o meio Müeller-Hinton em placa, formando uma superfície nivelada, com profundidade de aproximadamente 4 mm. 2. Secar as placas por 10-30 minutos a 350C. As placas não utilizadas podem ser estocadas em sacos plásticos no refrigerador por 2 semanas. 3. Transferir 3 a 5 colônias do microrganismo a ser testado, da placa de isolamento primário, para um tubo com 5 ml de solução salina. 4. Comparar o tubo com o padrão de Turbidez da Escala de McFarland (N: 0,5 de turbuidez), e ajustar a densidade da suspensão do teste ao padrão, adicionando mais bactérias ou solução salina. 5. Fazer a semeadura da suspensão bacteriana com um “swab”, passando-o sobre toda superfície do meio de cultura por três vezes, girando a placa num ângulo de 600 após cada aplicação, em seguida passar o “swab” ao redor das bordas as superfície do agar. 6. Deixar o inóculo secar por alguns minutos a temperatura ambiente. 7. Colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do meio semeado assepticamente e uniformemente obedecendo a mesma distância. Deve-se colocar um máximo de sete discos por placa; seis podem ser distribuídos em espaços iguais aproximadamente 15 mm da borda da placa, e um disco colocado no centro. Cada disco deve ser delicadamente pressionado para assegurar contato uniforme com o meio. 8. Esperar 30 minutos após a colocação dos discos e incubar a 350C por um período de 16 a 18 horas. 9. Fazer a leitura medindo o diâmetro de cada zona de inibição em mm. O método de Bauer & Kirby e suas modificações reconhecem três categorias de suscetibilidade: suscetível, suscetibilidade intermediária, resistente (Tabela 2). - Suscetível quando a infecção causada pelo microrganismo está propensa a responder ao tratamento com a droga, na dose recomendada. - Suscetibilidade intermediária é aplicável a cepas que são “moderadamente suscetíveis” a um antibiótico que pode
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