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Material Teórico Direito Tributário Introdução e Conceituação Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa cod TribCDS1904_a01 2 Introdução O papel primordial do Estado é permitir a seus habitantes o acesso à plenitude dos direitos que lhes são reconhecidos no ordenamento jurídico. Aliás, esta foi uma pretensão dos constituintes ao erigirem como objetivos da República do Brasil: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, com garantia do desenvolvimento nacional; com erradicação da pobreza e da marginalização, buscando reduzir as desigualdades sociais e regionais. Ainda mais, o Brasil busca promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (Constituição Federal, art. 3o). Para tornar possível esta missão, a atividade estatal foi estruturada para gerir e administrar o patrimônio público, obtendo receitas (principalmente através de tributos) e as harmonizando com as despesas (utilização dos recursos de patrimônio para atingir as finalidades pretendidas pelo Estado). O sistema tributário do nosso país foi concebido através de importantes regras, institutos e princípios que regem o vínculo existente entre o Fisco e o contribuinte. Esta normatização própria é o que chamamos de Direito Tributário. Vamos iniciar nosso estudo, portanto, conhecendo as características que permeiam o Direito Tributário. A palavra “Direito” é um termo que admite várias acepções. Nos ensina Senise Lisboa1 que a palavra é de origem latina e tem como significado aquilo que está em conformidade com a norma - “Direito = directum”, “diritto” no idioma italiano e “derecho” em espanhol: “Para efeitos deste tópico, no qual tratamos o direito como ciência ética, pode- se afirmar que direito é o conjunto de normas jurídicas elaboradas a partir de princípios naturais e da razão humana, que atribui ou autoriza uma série de condutas em sociedade”. 1 1 Senise Lisboa, Roberto. Manual de direito civil, v.1: teoria geral do direito civil – 5 ed.reform. –São Paulo: Saraiva, 2009, p.3. 3 Como o Direito Tributário visa, em especial, regular a obrigação de entregar dinheiro aos cofres do governo, toda a gama de normas desta disciplina fica atrelada à figura do poder estatal. Nos ensina Wilson Accioli2 como é significante o entendimento do Estado e sua personalidade jurídica pois “sabe-se da importância do tema no mundo moderno mormente quando se tem em conta a organização do patrimônio do Estado, o que vai lhe permitir administrar os negócios públicos, manter as forças armadas, distribuir o ensino, realizar trabalhos comuns, aquistar direitos, contrair obrigações. Diante de todos esses encargos, o Estado é obrigado a despender imensos recursos, os quais, juntamente com as receitas programadas, figuram no orçamento do Estado, que é, em síntese, uma avaliação anual de seu patrimônio”. Pode-se afirmar, então, que o Direito Tributário é ramo do direito comum, mas inserido no Direito Público. Isto significa que uma série de princípios fundamentais de direito público, bem como o regime jurídico de direito público são a ele aplicáveis. Vamos detalhar, nesta oportunidade, quais são as consequências do Direito Tributário estar ligado aos princípios fundamentais de Direito Público e estar inserido no regime de Direito Público. Imagine que você recebe em seu domicílio o boleto de cobrança do IPTU do seu imóvel. Você questiona “qual é o vínculo que me obriga a pagar esta quantia?” “como este documento de arrecadação do município me identificou e quantificou o valor que está ali está descrito?”. Muito bem, toda esta estrutura de cobrança e detalhamento dos tributos existe porque o interesse do coletivo se sobrepõe ao interesse individual. As regras votadas no Congresso Nacional, mais especificamente, em 1988, através da Constituição Federal, reconheceram nos tributos um dos instrumentos obrigatórios para manter financeiramente nosso país. Assim, a obrigação de pagar o tributo, de prestar declaração e manter atualizados os dados financeiros ao Fisco é consequência direta da supremacia do interesse público sobre o nosso interesse individual. Por outro lado, não pode o órgão público abrir mão e disponibilizar este interesse público. A atuação do administrador público deve obedecer a lei. Quando o IPTU foi entregue ao contribuinte, uma série de informações foi colhida pelo Fisco, através de órgãos específicos, os quais mapearam requisitos próprios que a lei elegeu para recolhimento da quantia determinada. Por isso a indisponibilidade do interesse público nos dá a garantia de que o servidor ou o agente público devem cumprir suas funções em atenção ao corpo social, não podendo sacrificar o todo em detrimento de um. 2 Accioli, Wilson. Teoria Geral do Estado – Rio de Janeiro: ed. Forense, 1985, p. 128. 4 Temos, portanto, os elementos que nos auxiliam a compreender os Princípios Fundamentais do Regime de Direito Público (denominados assim na obra de Celso Antonio Bandeira de Mello3): 1. Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado: “proclama a superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele sobre o do particular, como condição, até mesmo, da sobrevivência e asseguramento deste último. É pressuposto de uma ordem social estável, em que todos e cada um possam sentir- se garantidos e resguardados”. 2. Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos: significa que “as pessoas administrativas não tem, portanto disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização. Esta disponibilidade está permanentemente retida nas mãos do Estado (e de outras pessoas políticas, cada qual na própria esfera) em sua manifestação legislativa”. Ponto fundamental no Direito Tributário é entender a repercussão do regime jurídico que deve ser aplicado quando se fala em tributação. O normal é cada indivíduo receber tratamento equivalente ao ser sujeito de direitos e deveres. Quando se estabelece um contrato entre duas pessoas, por exemplo, ambas serão incumbidas de responsabilidades e arcarão com sanções por descumprimentos de cláusulas - em situação de igualdade. Isto acontece quando estamos em um regime jurídico de direito privado. No entanto, quando há interesse público envolvido, o regime jurídico pode ser estabelecido de forma diversa, privilegiando o coletivo. A satisfação dos interesses e das necessidades do ente social é enfatizada e sobrepuja a vontade individual. Este é o regime jurídico de direito público. O Prof. Reinaldo Zychan de Moraes menciona que a divisão em Direito Público e Direito Privado é originada no Direito Romano, particularmente na obra de Ulpiano, sendo destacado que no: • Direito Público: as normas de Direito Público “assegurariam diretamente o interesse da sociedade e indiretamente o do particular”. • Direito Privado: essas normas visam “atender imediatamente o interesse dos indivíduos e mediatamente o do poder público”. 3 Melo, Celso Antonio Bandeira de, 1936 – Elementos de direito adminitrativo – 2 ed. ver. ampl. e atual. com a Constituição Federal de 1988. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1990. p. 21 e 26. 5 Podemos, ainda afirmar que, em contrapartida ao interesse público, “em direito privado, portanto, pela subjacência sempre presente do interesse privado, a regra é a livre manifestação da vontade, a liberdade contratual, a igualdade entre as partes da relação jurídica (os interesses privados são vislumbrados como equivalentes).Além disso, a regra em direito privado é a disponibilidade dos interesses, podendo os particulares abrir mão de seus direitos, ressalvados aqueles considerados indisponíveis, pois, como já destacado, a necessária subjacência do interesse privado não exclui a existência de disposições cogentes relativas à ordem pública” – Prof. Ricardo Alexandre4. São critérios para distinção do direito público/direito privado, nas palavras do Prof. Reinaldo Z. de Moraes: • Interesse Público: que prevalece nas relações firmadas pelo Direito Público, o que não ocorre no direito privado, que, se caracteriza pela igualdade na relação entre as partes envolvidas, sem prevalência do interesse de qualquer delas. • Sujeito da relação jurídica com prerrogativas de autoridade: no Direito Público, em razão da prevalência do interesse público, há um desequilíbrio nas prerrogativas das partes nas relações jurídicas, de forma que o Poder Público detém prerrogativas de autoridade, podendo, de forma unilateral, alterar (dentro de certos limites) essa relação. Essa possibilidade não é aplicável no Direito Privado, pois nesse vige o equilíbrio entre as partes. 4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado – 4a ed – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2010, p. 36. 6 Finalmente, diz a doutrina5 que o Direito Tributário é, quanto à sua natureza, um direito cujo vínculo é obrigacional: em um lado da relação jurídica há o contribuinte e noutro, o ente estatal. O Direito Tributário e outros ramos do DIREITO O Direito Tributário é ramo autônomo na ciência jurídica. Todavia se relaciona com o Direito Constitucional (“ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado” - José Afonso da Silva). O nosso “Sistema Tributário Nacional” recebeu dos artigos 145 a 162 da Constituição Federal todas as bases do fundamento de validade das espécies tributárias e princípios. A relevância deste ponto de convergência entre o Direito Constitucional e o Direito Tributário pode ser entendida nas palavras da Profª Ritinha Alzira Stevenson Georgakilas6 ao determinar que “no tocante às normas constitucionais, a imperatividade assume uma feição particular, qual seja, a da sua supremacia em relação aos demais preceitos de um mesmo ordenamento jurídico. Em outras palavras, as Constituições, além de imperativas, são supremas, assumindo um lugar de destaque ou proeminência em relação às demais normas, que a ela se deverão conformar, seja quanto ao modo da sua elaboração, ou processo legislativo e a respectiva competência, seja quanto à matéria que tratam, a qual, a nosso ver, deve ser também compatível com o conteúdo da Constituição”. Acerca da competência é necessário saber que é de atribuição concorrente da União, com os Estados e Distrito Federal, legislar sobre Direito Tributário: 5 Sabbag, Eduardo. Manual de direito tributário – 2º ed – São Paulo: Saraiva, 2010.p. 45. 6 Ferraz Júnior, Tércio Sampaio, 1941 – Constituição de 1988: legitimidade, vigência e eficácia, supremacia ? Tercio Sampaio, Ferraz Júnior, Maria Helena Diniz, Ritinha Alzira Stevenson Georgakilas. São Paulo: Atlas, 1989. p. 100. 7 Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; Como verificamos no item anterior, o Direito Tributário também se relaciona com o Direito Administrativo (que é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta e direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” - Hely Lopes Meirelles). A supremacia do interesse público sobre o direito privado é um dos pilares da tributação. Se a norma tributária é de índole pública, Eduardo Sabbag, diz que as consequências disso ocasionam: que o Estado é parte da relação jurídica (critério subjetivo); que traz em seu bojo a coatividade, ou seja, a imperatividade própria das normas cogentes (critério do conteúdo tutelado pela norma jurídica) e sinaliza que o interesse tutelado há de ser o interesse público (critério do interesse amparado pela norma jurídica7). Sobre o Direito Financeiro a relação existente com o Direito Tributário é mais estreita, uma vez que o Direito Financeiro é ciência jurídica que registra normativamente toda a atividade financeira do Estado, na busca de uma aplicação prática – Eduardo Sabbag. Assim, o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público Interno que visa o estudo da atividade financeira estatal que tem como objeto a arrecadação de numerário, sua gestão e no dispêndio por meio de despesas públicas. No Direito Financeiro encontramos, dentre outros assuntos, o estudo do Ingresso Público, ou seja, sobre a entrada de dinheiro nos cofres públicos. 7 Op. cit. p. 44. 8 Ainda como nos lembra o prof. Reinaldo Z. de Moraes, a forma de ingresso público que atualmente é a mais relevante é a que se dá por meio dos tributos. Ela é uma forma de receita própria, ou seja, esse dinheiro ingressa nos cofres públicos, sem a necessidade de ser restituído. Dentre as receitas próprias podem ser originárias, quando decorrem da exploração do próprio patrimônio do Poder Público, tal como ocorre, por exemplo, quando a União recebe o valor de um aluguel de um imóvel locado a um particular. Será, contudo, derivado quando a entrada de numerário decorrer a exploração de patrimônio de terceiros, tal como ocorre com as reparações de guerra, com o recebimento de penalidades em dinheiro (multas) e pelo recebimento do valor dos tributos. Direito Tributário: Conceituação A doutrina é farta em apresentar o conceito de Direito Tributário. Vejamos alguns exemplos: Conceito da Lei nº 4.320/64 Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades (art.9º). Destaque deste conceito está na sua característica de Direito Financeiro. A definição desta lei trata do tributo como uma receita derivada8. Receita pública, para Aliomar Baleeiro9 “é a entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo”. As receitas derivadas são os tributos, as multas e outros rendimentos que são recebidos pelo ente estatal cuja origem está no setor privado da economia. Reportamo-nos às palavras de Eduardo Sabbag quando diz que o poder de império do Estado pode fazer “derivar” para os cofres públicos uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas à sua jurisdição. 8 Receita Originária significa que o Estado atua como particular, ou seja, explora seu próprio patrimônio, como quando aluga um bem ou consegue explorar atividade econômica. A receita seria originária do próprio poder público, do patrimônio estatal. 9 BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças> Atualização de Dejalma de Campos. 16 ed, Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 126. 9 Conceito de Rubens Gomes de Sousa “Ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributo”.Características ressaltadas: • Ramo do Direito Público • Relação jurídica: Estado x Particulares • Receitas que correspondam ao conceito de tributo - art. 3° do CTN Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Conceito de Hugo de Brito Machado “Ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas às imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”. Características ressaltadas: • Relação entre o Fisco e as pessoas sujeitas às suas imposições. • Fisco: é o mesmo que Erário e Tesouro Público – todo aparelho administrativo destinado à arrecadação das rendas públicas e a guarda dos bens do Estado. • Fisco: origem do latim fiscus. • Pessoas Jurídicas de Direito Público estão sujeitas a alguns tributos. Por exemplo, o art. 150, § 2° da CF fala da chamada Imunidade Recíproca ou Intergovernamental que abrange somente os impostos e não os demais tributos. • Limitação ao Poder de Tributar. CF, Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; § 2º - A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 10 Conceito de Paulo de Barros Carvalho “Ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”. Destaca-se: • Ramo autônomo. • Definição montada sobre a noção jurídica de tributo – art. 3º CTN. Tributo Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (CTN) ... É toda prestação pecuniária ... O tributo é uma prestação em dinheiro, não existindo em nosso sistema as prestações em natureza as quais são pagas: • Em serviço – in labore • Em bens diversos do dinheiro – in natura ... compulsória ... Toda obrigação gera uma prestação obrigatória que, em caso de descumprimento, pode ser exigida judicialmente. Ocorre que em matéria tributária a sujeição não se dá pela vontade, mas em virtude de lei, razão pela qual ela é não somente voluntária, mas compulsória. 11 Na relação jurídica tributária o que ocorre então é: • No polo ativo estão todos os entes que por lei podem exigir tributos, melhor explicitando, o “Fisco”: na esfera municipal, estadual, distrital e federal. • No polo passivo está o contribuinte, aquele que por lei é devedor na relação jurídica. Tanto as empresas e pessoas jurídicas, como cada pessoa física, representam este papel na relação jurídica tributária. ... em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir ... O pagamento do tributo deverá ser feito em dinheiro, somente excepcionalmente se admite que ocorra o pagamento de outra forma, tais como por cheque, vale postal e estampilha. Ainda de forma excepcional pode ocorrer o pagamento por dação em pagamento de bens imóveis (na forma e condições estabelecidas em lei) – art. 156, XI, do CTN. ... que não constitua sanção de ato ilícito ... A hipótese de incidência tributária sempre deve ser uma situação lícita, agora o fato gerador pode ocorrer no contexto de um ato ilícito. Exemplo: um banqueiro do “Jogo do Bicho” – pratica atos ilícitos – contudo em sua atividade ocorre a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica (art. 43 do CTN), tal aquisição é a hipótese de incidência tributária do imposto de renda, logo ele irá pagar tal tributo. 12 ... instituída em lei ... Decorre do Princípio da Legalidade esculpido no artigo 150, inciso I, da Constituição Federal. CF, Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; ... cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. No nosso sistema tributário não há campo para a atuação da vontade pessoal do administrador público ou para a aplicação de conceitos de conveniência ou oportunidade. A atuação da administração tributária, portanto, é plenamente regrada pela lei (vinculada). Assim, não pode o administrador deixar de cobrar um tributo, ainda que esteja movido por sentimentos nobres como a piedade e a consternação com a situação econômica do contribuinte. Denominações da Disciplina • Direito Financeiro Não aceito pela maioria dos autores, pois o Direito Financeiro abrange toda a atividade financeira do Estado e o Direito Tributário se refere somente aos tributos. O Direito Financeiro abrange o estudo: ➔ Das despesas públicas; ➔ Das receitas públicas; ➔ Do orçamento público; ➔ Do crédito público. Cabe ao Direito Financeiro a disciplina da atividade financeira do Estado, com exceção da parte desta atividade que se refere aos tributos. 13 Outras denominações: • Direito Fiscal • Direito dos Impostos • Direito Tributário: é a mais aceita em nosso país, bem como é essa a expressamente prevista na Constituição Federal. Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; Código Tributário Nacional É a Lei N° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – “dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário, aplicáveis à União, Estados e Municípios”. O Ato Complementar N° 36, de 13 de março de 1967 alterou a denominação para Código Tributário Nacional. Nosso CTN foi editado sob a égide da CF de 1946, foi recepcionado pela CF 67 e pela CF 88 com força normativa de lei complementar - em especial em razão do disposto no art. 146 da CF. Art. 146 - Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único – A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I – será opcionalpara o contribuinte; II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado o cadastro nacional único de contribuintes. 14 • Tributo é a quantia em dinheiro paga pelos contribuintes ao Estado quando ocorre a prática de fatos (previstos na lei) que geram a obrigação de pagar. • Por que obrigação? Porque o particular tem o dever de adimplir, de fazer o pagamento do tributo. A lei, ou seja, a norma obrigatória, de coerção, imposta, cogente, determina o pagamento. A relação entre contribuinte e Fisco é uma relação jurídica obrigacional. O não cumprimento de uma obrigação gera a sanção, a pena, a punição. No Brasil, o não cumprimento das determinações do fisco pode gerar além das multas e imposições pecuniárias ($), o cancelamento do Cadastro Nacional de Pessoa Física e Jurídica entre outras punições... • Tributo (conceituação no art. 3o do CTN) é: ➔ Prestação pecuniária (ou seja, em dinheiro), já que financia a atividade do poder público. Não permite o pagamento através de mercadorias (in natura) ou em trabalho (in labore). Excepcionalmente admite a dação em pagamento de bens imóveis, nos casos e formas legais (art. 156, XI CTN). ➔ Compulsória (obrigatória) uma vez que a vontade do contribuinte não é levada em conta. Mesmo os incapazes podem ser contribuintes das obrigações tributárias. A lei determina quem será contribuinte e em que casos. ➔ Que não constitua sanção a ato ilícito, significa que não é punição, multa ou pena a atividades ilícitas. A incidência da tributação decorre de atos legais, lícitos. Não é tributo a consequência pelo descumprimento de uma obrigação, de um dever jurídico (nesse caso fala-se em multa, cláusula penal, mas não tributo). ➔ Instituído em lei, porque somente a lei, regularmente aprovada pelo Poder Legislativo determinando a tributação, é que pode instituí-la. ➔ Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. A administração pública não pode tributar com margem de liberdade, além ou fora do previsto estritamente na lei. Memorizando 15 Espécies de Tributo Tributo é o gênero do qual impostos, taxas, contribuição de melhoria (art. 5o do CTN e 145 CF), empréstimos compulsórios (art. 148 CF), e contribuições especiais (art. 149 da CF e 217 do CTN) são espécies. Este posicionamento é o do Supremo Tribunal Federal o qual concebe as espécies tributárias como previstas na Constituição Federal. Portanto, é a nossa Lei Maior que dita no Sistema Tributário Nacional cinco espécies de tributos, cada uma com características individuais. No entanto, há quem defenda a tripartição das espécies tributárias, ou seja, considere a forma como cada uma está apresentada no Código Tributário Nacional (três espécies ou classificação tripartida): os tributos como “impostos, taxas e contribuições de melhoria”: Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Em breve veremos algumas consequências que podem advir de entendimentos diversos. Para conhecer cada espécie tributária é importante entender sua natureza jurídica (como diz o CTN) entender o fato que gera a obrigação: Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Temos, então, os seguintes tributos com naturezas jurídicas distintas... 16 Imposto Previsão Legal: “CTN Art. 16: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. O fato do imposto não estar atrelado a uma contraprestação do poder público significa dizer que ele não tem exigência vinculada, ou mais precisamente, uma “exação” vinculada. Ele é unilateral, porque não espera retorno do valor pago em troca específica ao contribuinte. Ele serve para custear e atender as necessidades da população em geral. O valor arrecadado pelo Fisco é utilizado para manter, financiar o Poder Público, inclusive sua atividade fim ("bem da coletividade") e promover o seu funcionamento e o dos serviços que deva prestar. Ex. Imposto de Renda, Imposto Territorial Rural, Imposto de Importação, etc. – todos estes impostos previstos também na Constituição Federal. Nas palavras de Ruy Barbosa Nogueira10 o imposto é devido pelo contribuinte quando realiza o fato que gera o tributo e não corresponde, em si, “a preço por vantagens que o Estado conceda ao obrigado, mas a captação de riqueza para o Poder Público”. Em regra, não permite a CF que a receita de impostos seja vinculada a algum tipo de despesa ou uso específico – artigo 167, inciso IV. Art. 167 - São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde e para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; § 4º - É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. 10 NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de direito tributário. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 1995. p. 158. O imposto é um tributo cuja característica é: não estar atrelado, vinculado a uma atividade que o Estado deva realizar. 17 O imposto será cobrado de acordo com a capacidade de contribuir de cada um. É o chamado princípio da capacidade contributiva. O ente estatal verifica quem pode auxiliar no custeio de nossos entes governamentais e detalha, através de seus órgãos quem é contribuinte de qual imposto. Para conhecer cada imposto, a Constituição Federal traça no artigo 153 e 154 (os federais), 155 (estaduais) e 156 (municipais). Classificação dos impostos11 Quanto à BASE ECONÔMICA Sobre o COMÉRCIO EXTERIOR Incidem sobre operações de importação ou exportação; II e IE Sobre o PATRIMÔNIO E A RENDA Incidem sobre a propriedade de bens móveis ou imóveis e sobre os ganhos do trabalho ou do capital; IR, ITR, IGF, ITCMD, IPVA, ITBI e IPTU Sobre a PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO Incidem sobre a circulação de bens ou valores, bem como a produção de bens; IPI, IOF, ICMS e ISS Quanto à ALÍQUOTA FIXOS O valor a ser pago é fixado pela lei, independentemente do valor da mercadoria, serviço ou patrimônio tributado; ISS dos autônomos pago mensalmente em valores fixos; ICMS fixado por estimativa para a microempresa PROPORCIONAIS A alíquota é um percentual, ou seja, ad valorem. O valor é variável conforme a base de cálculo.A grande maioria dos impostos. Quanto à FORMA DE PERCEPÇÃO DIRETOS Recaem diretamente sobre o contribuinte, sendo este impossibilitado de transferir imediatamente o ônus financeiro para terceiros. IPTU, IR, ITR e outros. INDIRETOS São passíveis de repasse do ônus financeiro para terceiros, na maioria das vezes recaindo tal ônus sobre o consumidor final ICMS, ISS, IPI entre outros. 11 Baseado em tabela constante da obra BORBA, Claudio. Direito Tributário. Rio de Janeiro: Impetus, 12ª ed., 2003. p.32. 18 Quanto ao OBJETO DE INCIDÊNCIA REAIS Incidem sobre bens, seja mercadoria, produto ou patrimônio. IPTU, ITBI, ITCMD entre outros. PESSOAIS Incidem sobre a pessoa do contribuinte e não sobre coisas. IR e IOF entre outros. Taxa Previsão Legal: “CF Art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”. “CTN Art. 77: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”. “Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas”. A taxa é então um tributo gerado pela utilização, por parte do cidadão, efetiva ou potencial de determinado e específico serviço público, o qual traz ou permite um beneficio à coletividade. Ex. Retirada de passaporte (taxa); certidões de casamento; custas processuais (taxa judiciária), etc. Há limite para cobrança da taxa que deve ser o valor correspondente à despesa que o ente estatal possui ao realizar o serviço. Também a taxa é devida pelo exercício regular do poder de polícia, ou seja, quando a Administração Pública impõe regras para restringir o uso de bens ou atividades. A taxa se apresenta como um tributo vinculado, atrelado a uma contraprestação específica do Poder Público em favor do contribuinte (sujeito passivo). 19 São espécies de taxas: • De serviço público: é devida em razão de disponibilização de serviços públicos ao contribuinte. Também chamada de taxa de utilização. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. (CTN) Requisitos O serviço deve ser prestado de forma específica, ou seja, permite identificação do contribuinte ou usuário (“ut singuli” – discriminar singularmente quem usou o serviço). O serviço dever ser divisível – o serviço pode ser fruído de modo individual pelo usuário. O serviço deve ser efetivo (realizado concretamente) ao usuário ou potencial (se for de utilização obrigatória, fica disponível para o usuário dele fruir). Precisa ser mensurável (deve propiciar individuação para o cidadão). Exemplos: taxa de conservação e limpeza dos logradouros públicos, taxa de licenciamento anual de veículos, etc. • De polícia: com base no princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado, algumas atividades ou exercício de direitos individuais podem sofrer limitação. Por isso, o uso da propriedade ou a liberdade do contribuinte pode ensejar a cobrança da taxa de polícia. 20 Requisito: o exercício do poder de polícia precisa ser regular: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. (CTN) Exemplos: taxa de fiscalização e controle de produtos químicos, taxa de controle e fiscalização ambiental (TCFA), taxa de fiscalização de vigilância sanitária, taxa de licenciamento para funcionamento e alvará municipal (taxa de funcionamento), taxa de fiscalização de anúncios, taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários, taxa de fiscalização dos serviços de cartórios extrajudiciais, etc. A taxa é tributo de exação vinculada. “O fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade e, por isso, cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela determinada atividade”. Esta é explicação do doutrinador Luciano Amaro12. 12 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 31. 21 CUIDADO! Sobre a taxa de Iluminação Pública, a reiterada jurisprudência do STF diz que essa taxa é inconstitucional, sendo a matéria sumulada. STF - Súmula nº 670 O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Como todas as pessoas políticas podem criar taxas, a divisão de competência se dá com base nos serviços que cada um deles pode prestar. CTN Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. 22 Observações Importantes ➔ Nenhuma taxa pode ter como base de cálculo aquela que é própria dos impostos13. Por exemplo, a taxa de segurança contra incêndios, como utiliza o critério de cálculo do IPTU (percentual do valor da área construída do bem imóvel) está sendo considerada inconstitucional. O mesmo se diga sobre taxa de licenciamento de importação, a base de cálculo coincide com a do imposto de importação. Assim, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico aos correspondentes aos impostos, nem ser calculada em virtude do capital das empresas – art. 145, § 2º, CF e artigo 77, parágrafo único, do CTN. ➔ Há, portanto, serviços que o ente público presta, que são para a coletividade, abrangendo indistintamente toda a população, sem identificar e mensurar pessoas (contribuintes) específicos. Ex. o serviço de iluminação das ruas. Neste caso, se um turista estrangeiro passeia pelas ruas de determinadolocal, ou se um comerciante dali utiliza a luz do poste de rua, ambos são usuários deste serviço. Não se fala em taxa de luz, mas em contribuição para o custeio de iluminação pública (art. 149 A da CF). ➔ A taxa não se confunde com TARIFA. Serviços públicos podem ser remunerados através de TARIFAS, porém neste caso há uma relação contratual do usuário com o prestador do serviço. O poder público faz a concessão ou permissão de um serviço não propriamente estatal para que uma empresa realize a exploração daquele setor econômico. Ex. Pedágio. O que é pago como pedágio é considerado como tarifa e não como taxa. A empresa exploradora do serviço público cobra do usário um valor com finalidade de lucro, que decorre de um contrato administrativo. 13 No caso da taxa do lixo, em São Paulo, o STF considerou inconstitucional sua cobrança por coincidir com a base para cálculo do IPTU – que era a do tamanho do imóvel. 23 Contribuições de Melhoria Previsão Legal: “CF Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”. “CTN, Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo”. A contribuição de melhoria é tributo gerado pela valorização da propriedade imóvel do cidadão, devido a realização de uma obra pública. Para cobrança deste tributo é necessário verificar que a obra trouxe valorização, aumento no valor do imóvel. Exemplos: Colocação de asfalto, instalação de rede de água e esgoto em uma via pública, calçamento, etc. Fazendo a subtração entre o valor final que o imóvel adquire e o valor que tinha antes da obra, deve resultar um aumento. Daí pode ser cobrada a contribuição de melhoria. Então, esse também é um tributo vinculado a uma atuação do Poder Público (tributo de exação vinculada). Requisitos: Necessidade que obra pública gere valorização; A valorização é sobre bens imóveis; O contribuinte é o proprietário do imóvel valorizado. 24 Portanto, no limite determinado pelo art. 81 do CTN, não pode o contribuinte ser tributado em valor maior do que seu próprio imóvel, com lucro por parte do Poder Público em detrimento do dono do imóvel. Empréstimos Compulsórios Previsão Legal: “CF - Art. 148: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III,"b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” Os empréstimos compulsórios são uma categoria de tributo extraordinário que tem como peculiaridade uma "promessa", por parte do Poder Público, de restituir ao cidadão o que ele pagou. Como o nome diz é um empréstimo obrigatório, forçado. 25 Características: Podem ser criados pela União, por lei complementar (ou seja, dependem de processo legislativo específico – aprovação por quórum de maioria absoluta dos parlamentares do Congresso Nacional) para atender: a) Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. Exemplos: esgotados ou inativos os fundos do Tesouro Nacional a União pode cobrar este tributo na hipótese de terremoto, maremoto, tufões ou quaisquer catástrofes. Para tanto, o estado de calamidade terá sido decretado. No outro caso, fala-se na guerra perpetrada por outro estado estrangeiro contra o Brasil, portanto, um conflito armado internacional ou sua declaração. b) Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. Exemplo de empréstimo compulsório: aquele criado em favor das Centrais Elétricas Brasileiras (§ 12 do art. 34 do Ato das Disposições Transitórias da CF: “§ 12 - A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a cobrança do empréstimo compulsório instituído, em benefício das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás, pela Lei nº 4.156, de 28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores"). Observações Importantes: ➔ Em se tratando de empréstimos compulsórios instituídos por calamidade pública ou guerra externa (e sua iminência) a cobrança do empréstimo compulsório pode ser realizada NO MESMO EXERCÍCIO FISCAL em que a lei que o instituiu for publicada. ➔ Este tributo tem uma finalidade específica que fundamentou sua instituição, daí o § único do art. 148 da CF – devendo o valor ser restituído ao contribuinte. Portanto, esta espécie tributária é vinculada e como vimos, sempre instituída por lei complementar. Os recursos arrecadados com este tributo somente podem ser utilizados na despesa que fundamentou a sua instituição. O fato gerador deste tributo será definido pela lei complementar que o instituir. A calamidade pública, a guerra, etc. não são os fatos geradores do tributo, mas sim o motivo que justificou a sua instituição. É um tributo que não é caracterizado pelo seu fato gerador, mas sim por sua finalidade (não se aplica a ele o artigo 4º do CTN). 26 No CTN vamos encontrar as disposições que se referem aos empréstimos compulsórios no artigo 15, cabendo destacar que o inciso III não foi recepcionado pela CF 88. Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. Somente os motivos apontados pela CF é que podem justificar a criação dos empréstimos compulsórios. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS INCISO I INCISO II Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerraexterna ou sua iminência; No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional; EMERGÊNCIA ABSOLUTA URGÊNCIA Pode ser instituído no mesmo exercício fiscal da lei que o criou; Não pode ser instituído no mesmo exercício fiscal da lei que o criou; Pode ser cobrado antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou – exceção ao art. 150, III, ‘c’, da CF. Não pode ser cobrado antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 27 Contribuições Especiais Estão fraccionadas no texto constitucional e são tributos destinados a arrecadar recursos e utilizá-los em áreas sensíveis ao Poder Público. Também são chamadas de contribuições parafiscais, contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. A característica destas contribuições se encontra no vínculo da aplicação do tributo arrecadado nas necessidades que as geraram. São, contudo, especiais, porque a vinculação não é para um contribuinte específico, mas para uma coletividade. Portanto, o produto das contribuições especiais é usado para financiar atividades de interesse público, beneficiando um grupo específico, mas de modo oblíquo auxilia ao contribuinte. Espécies de Contribuições Sociais Contribuições de Sociais ou da Seguridade Social Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico Contribuições Sociais, Parafiscais ou Especiais 28 • Contribuições Sociais / Seguridade Social Estão destinadas a servir de custeio para a saúde, à previdência e assistência social. As principais contribuições são: PIS/PASEP (programa de integração social / programa de formação do patrimônio do servidor público) COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social) CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido) FGTS (contribuição para o fundo de garantia por tempo de serviço) Contribuições cobradas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios de seus servidores para o custeio dos seus sistemas de previdência e assistência. As contribuições destinadas à Seguridade Social estão previstas estão previstas no artigo 195 CF, divididas em quatro grupos... Fontes da Seguridade Social Do empregador, da empresa, da entidade a ela equiparada Do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social, exceto os aposentados e pensionistas Sobre a receita dos concursos de prognósticos Do importador de bens e serviços do exterior COFINS - IMPORTAÇÃO A receita ou o faturamento Sobre a folha de salários O lucro PIS, PASEP COFINS CSLL Art. 195 CF 29 As contribuições sociais previstas nos incisos do ‘caput’ do artigo 195 da CF são criadas, em regra, por leis ordinárias. Contudo, o § 4º do artigo 195 da CF permitiu que fossem criadas outras contribuições sociais (chamadas de Contribuições Sociais Residuais), as quais devem seguir o disposto no artigo 154, inciso ‘I’, da CF (ou seja, as regras para criação dos Impostos Residuais), ou seja, a criação deve ocorrer por meio de Lei Complementar. Art. 195, § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Princípio da Anterioridade e as Contribuições Sociais As contribuições sociais só podem ser cobradas 90 dias após a publicação da lei que as instituírem. CF, Art. 195, § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. • Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Há atividades que devem sofrer intervenção do Estado Federal, a fim de que se promova um maior controle fiscalizatório sobre elas, regulando seu fluxo produtivo. Há, especialmente, duas contribuições deste tipo de maior relevância, além de outros exemplos: Contribuições Sociais Residuais Instituídas por Lei Complementar Devem ser não cumulativas, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores Não poderão ter a mesma base de cálculo e fato gerador dos impostos discriminados pela CF 30 ➔ CIDE – Remessa para o Exterior ou CIDE – Tecnologia ou CIDE - Programa de Estímulo à Interação Universidade- Empresa para o Apoio à Inovação ou CIDE - Royalties (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Devida Pela Pessoa Jurídica Detentora de Licença de Uso ou Adquirente de Conhecimentos Tecnológicos, Bem Como Aquela Signatária de Contratos que Impliquem Transferência de Tecnologia, Firmados com Residentes ou Domiciliados no Exterior): instituída pela Lei Nº 10.168/00, tem por fim atender o Programa de Estímulo à Interação Universidade- Empresa para Apoio à Inovação. Contribuinte: a pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como a signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. Incidência: sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas, ou remetidas em cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração previstos nos contratos relativos ao fornecimento de tecnologia, prestação de serviços de assistência técnica, cessão e licença de patentes. Alíquota: 10% A Lei nº 11.452/07 – estabeleceu que esse tributo não incide na importação de direito de comercialização ou distribuição de softwares, sem transferência de tecnologia. ➔ CIDE – Combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente Sobre a Importação e a Comercialização de Petróleo e Seus Derivados, Gás Natural e Seus Derivados, e Álcool Etílico Combustível) foi instituída pela Lei Nº 10.336/01 e regulamentada pelo então Decreto Nº 4.565/03. Contribuinte: pessoa jurídica que importar ou comercializar no mercado interno petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível. Fato Gerador: sobre a importação ou comercialização desses produtos. Alíquotas: previstas no artigo 5º da lei (alíquotas específicas) 31 Lei Nº 10.336/01 dizia: Art. 5º A CIDE terá, na importação e na comercialização no mercado interno, as seguintes alíquotas específicas: I – gasolina, R$ 860,00 por m³; II – diesel, R$ 390,00 por m³; III – querosene de aviação, R$ 92,10 por m³; IV – outros querosenes, R$ 92,10 por m³; V – óleos combustíveis com alto teor de enxofre, R$ 40,90 por t; VI – óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, R$ 40,90 por t; VII – gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, R$ 250,00 por t; VIII – álcool etílico combustível, R$ 37,20 por m³. ... Esta contribuição possui destinação para o produto de sua arrecadação fixada pelo texto constitucional. Art. 177, § 4º - A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I – a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b) reduzida e restabelecidapor ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; II- os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 32 Lei nº 10.336/01 Art. 1º, § 1º - O produto da arrecadação da Cide será destinada, na forma da lei orçamentária, ao: I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo; II - financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e III - financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. • Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas São contribuições compulsórias criadas pela União, mas arrecadadas e fiscalizadas por: “A contribuição social caracteriza-se como de interesse de categoria profissional ou econômica quando destinada a propiciar a organização dessa categoria, fornecendo recursos financeiros para a manutenção de entidade associativa.”14 14 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito. São Paulo: Malheiros, 26ª ed., 2005. p.410. Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais ou Econômicas Conselhos de Classe: CREA, CRM, CRO etc. Algumas Autarquias Especiais: OAB, OEB etc. Sindicatos Entidades Privadas vinculadas ao Sistema Sindical: SESC, SESI, SENAC etc. 33 Em Relação aos Sindicatos CF, Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Existem duas contribuições previstas no dispositivo: uma fixada pela assembleia geral, de natureza não tributária, a ser paga somente pelos sindicalizados (neste último ponto há divergências doutrinárias e jurisprudenciais); a outra, indicada na expressão “... independentemente da contribuição prevista em lei” é de natureza tributária. CLT – Pelo texto da reforma ficou: Art. 545. As contribuições facultativas ou as mensalidades devidas ao sindicato, previstas no estatuto da entidade ou em norma coletiva, independentemente de sua nomenclatura, serão recolhidas, cobradas e pagas na forma do disposto nos art. 578 e art. 579. (Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão recolhidas, pagas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, sob a denominação de contribuição sindical, desde que prévia, voluntária, individual e expressamente autorizado pelo empregado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) Art. 579. O requerimento de pagamento da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e voluntária do empregado que participar de determinada categoria econômica ou profissional ou de profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, na inexistência do sindicato, em conformidade o disposto no art. 591.( Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 1º A autorização prévia do empregado a que se refere o caput deve ser individual, expressa e por escrito, não admitidas a autorização tácita ou a substituição dos requisitos estabelecidos neste artigo para a cobrança por requerimento de oposição. (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 2º É nula a regra ou a cláusula normativa que fixar a compulsoriedade ou a obrigatoriedade de recolhimento a empregados ou empregadores, sem observância do disposto neste artigo, ainda que referendada por 34 negociação coletiva, assembleia-geral ou outro meio previsto no estatuto da entidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) Art. 579-A. Podem ser exigidas somente dos filiados ao sindicato: (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) I - a contribuição confederativa de que trata o inciso IV do caput do art. 8º da Constituição Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019 II - a mensalidade sindical; e Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019 III - as demais contribuições sindicais, incluídas aquelas instituídas pelo estatuto do sindicato ou por negociação coletiva Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019 Art. 582. A contribuição dos empregados que autorizarem, prévia e expressamente, o recolhimento da contribuição sindical será feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou equivalente eletrônico, que será encaminhado obrigatoriamente à residência do empregado ou, na hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 1º A inobservância ao disposto neste artigo ensejará a aplicação do disposto no art. 598.(Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 2º É vedado o envio de boleto ou equivalente à residência do empregado ou à sede da empresa, na hipótese de inexistência de autorização prévia e expressa do empregado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 3º Para fins do disposto no inciso I do caput do art. 580, considera-se um dia de trabalho o equivalente a: (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) I - uma jornada normal de trabalho, na hipótese de o pagamento ao empregado ser feito por unidade de tempo; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) II - 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, na hipótese de a remuneração ser paga por tarefa, empreitada ou comissão.(Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) § 3º Na hipótese de pagamento do salário em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social. (Incluído pela Medida Provisória nº 873, de 2019) 35 Em Relação às Entidades Privadas De Serviço Social e de Formação, Vinculadas ao Sistema Sindical... Estão genericamente previstas no artigo 240 da Constituição Federal. Art. 240 - Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
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