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Aula 10 - Direito Penal - 03/09/2018 IV - A teoria da Norma Penal Conceitos para o Direito Penal: Exílio (considera-se como sanção penal apenas o não voluntário) - Proibição de permanecer em ou expulsar alguém de um determinado território. Degredo - Pode ser realizado dentro ou fora de um determinado território. O individuo é obrigado é permanecer em um determinado território, como exemplo: cumprir pena em uma determinada fazenda ou em um outro país. Desterro - Proibição de entrar em um determinado território. Banimento - Perda de cidadania, semelhante ao exílio, porém, o indivíduo deixa de ser cidadão, apátrida. A Lei Penal - O que é a lei penal? No sistema de civil law, direito codificado, a área principal de cada ramo do direito estará em um código. O direito penal não se limita a esse código. Existem dois outros tipos de leis penais: Leis específicas (Exemplo: Lei de drogas) Conteúdo penal em leis de outras áreas ou leis de outras naturezas (Exemplo: Código Florestal, objetivo de preservação da massa biológica; ECA; Código de Trânsito). Porém, de onde surgem essas leis e conteúdo penal? Fontes do Direito Penal Fonte Materiais De Conteúdo - Sociedade De Produção - Poder legislativo federal (apenas o poder legislativo federal poderá legislar sobre matéria de direito penal conforme o art. 22 da Constituição Federal). Como se acessa / conhece este conteúdo? Formais Imediatas (Primária) - Leis, Código. Mediatas (Secundária): 5 Fontes mediatas do Direito Brasileiro (LINDB): Mediatas - Subsidiárias ou secundárias: 1. Princípios Gerais de Direito: São as regras metalegais (além do direito) que norteiam a construção, a aplicação e a interpretação de todos os ramos do direito. Justiça, equidade, bom-senso, etc. 2. Costumes: São os hábitos característicos de um povo ou grupo social que representam forma jurídica de sua relação, aqueles que afetam as relações jurídicas. 3. Doutrina: É o resultado do estudo do direito como ciência, a partir das manifestações que geram a discussão sobre o direito. Diferente do conhecimento formal (realização de curso superior em Direito). 4. Jurisprudência**: É a manifestação reiterada do poder judiciário acerca do direito. ** NÃO É FONTE DO DIREITO PENAL. (Tem a finalidade de reinterpretação do direito e não de criação do direito, devido a isso não pode ser considerado como fonte do direito penal). 5. Analogia**: É a construção e a aplicação do direito a partir da comparação de termos análogos ou similares. ** NÃO É FONTE DO DIREITO PENAL. (Principio da anterioridade da lei). Lei Penal x Norma Penal O direito penal não proíbe, porém quem proíbe são os valores da sociedade. A relação entre lei penal e normal penal é de complementariedade, simbiose, algo será proibido apenas se o valor existir na sociedade. Classificação das Normas Penais Normas Penais Não-Incriminadoras Explicativa - São aquelas que delimitam o conteúdo ou criam conceitos próprios do direito penal. Por exemplo, o conceito de casa é determinado pelo (CP) art. 150, § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Normas Penais Não-Incriminadoras Permissiva (Normas que anteriormente poderiam ser consideradas como ILÍCITAS, porém, elas são consideradas como PERMITIDAS). Normas Penais Não-Incriminadoras Permissiva Justificante (tornar justo) - justificado perante a Deus. Tornando essa conduta lícita, (Código Penal). Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Normas Penais Não-Incriminadores Permissiva Exculpante (TOLERADO): aquelas que dizem que ficamos isentos de pena, não se pune, o juiz poderá deixar de aplicar a pena. Art. 121 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a penal, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Normas Penais Incriminadoras Conteúdo - Definir quais são os crimes e quais são as suas penas. Forma (formato) - norma binária, dois elementos (o primeiro elemento define o crime, também chamado de preceito e descreverá uma conduta humana / o segundo elemento define a pena ou sanção). O crime sempre será cometido por uma conduta humana. No direito penal, a natureza será penal. Existem em outros tipos de direito (Exemplo, direito administrativo), a natureza administrativa. Como observação, o direito civil possui forma unitária. Elementos Normas Penais Incriminadoras em Branco - É aquela que deixa um dos termos de seu preceito com conteúdo certo, porém indeterminado a fim de garantir-lhe maior efetividade e maior eficiência. Exemplos: (CP) Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Lei 11343 - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Art. 1o Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
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