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Módulo 4 seminário IV - IBET

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Nome: Pedro Marcos Rocha Moura
Seminário IV
IMUNIDADE E NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
1.	Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e incidência tributária. O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria?
Nos dizeres de Robson Maia Lins, imunidades são:
“Normas jurídicas necessariamente de nível constitucional, as quais estabelecem uma proibição ao legislador infraconstitucional de emitir regras jurídicas que instituam determinados tributos em certas situações especificas (...)”[1: LINS, Robson Maia, Curso de direito tributário brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Noeses, 2019.]
O conceito de imunidade do jurista, exposto acima, coaduna com o entendimento do Professor Paulo de Barros Carvalho, que afasta a imunidade como uma supressão ou exclusão do poder de tributar, ou como uma limitação de tributar, ou como uma forma qualificada de não incidência do tributo. E sim trata a imunidade como uma norma jurídica dentro do texto constitucional, “que estabelece, de modos expresso, a incompetência das pessoas politicas de direito constitucional interno para expedir regas instituidoras de tributo (...)” [2: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 29ª ed. São Paulo, 2018, p. 205. Apud. LINS, Robson Maia, Curso de direito tributário brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Noeses, 2019.]
As imunidades tributárias possuem diferenças em relação as isenções, como o professor Paulo de Barros Carvalho afirma, “são categorias jurídicas distintas”. A imunidade tributária tem como função, colaborar com o desenho das competências impositivas, são normas constitucionais. Nas palavras do jurista: as imunidades “não cuidam da problemática da incidência, atuando em instante que antecede, na modalidade do sistema, ao momento da percussão tributária”. Já as isenções são vistas no campo da legislação ordinária. A isenção opera como um expediente redutor do campo de abrangência dos critérios da hipótese ou da consequência da regra matriz do tributo.[3: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25ª ed. São Paulo, 2013]
O conceito de imunidade tributária alcança outras espécies de tributo, tais como: taxas, contribuições e contribuições para melhoria. A afirmativa é valida pelo próprio texto da Carta Magna, onde é possível encontrar em inúmeros dispositivos em que determina imunidade. Vejamos alguns exemplos: art. 5º, XXXXIV, “b”, CF/88, assistência jurídica gratuita as pessoas com insuficiência de recursos (imunidade sobre taxas); art. 195, §7º, CF/88, isenção de contribuição social para entidades de assistência social (imunidade sobre contribuição social).[4: Art. 5º (...) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder ][5: Art. 195(...), §7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.]
2.	As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda Constitucional pode revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna? As normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis ou dependem de regulamentação infraconstitucional?
Resposta: As cláusulas pétreas estão previstas no art. 60, §4º da CF/88, sendo inviável sua alteração por meio de Emenda Constitucional. Tendo em vista que a imunidade tributária garante certos direitos e garantias individuais, entendo que a imunidade tributária é uma cláusula pétrea, não devendo ser suprimida – revogada – no texto constitucional por meio de Emenda Constitucional.[6: Art. 60 (...), §4º  Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolirI – a forma federativa de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico;	III – a separação dos Poderes;IV –  os direitos e garantias individuais.]
No que tange as normas constitucionais que vinculam imunidades, nem todas são autoaplicáveis. Por exemplo, a alínea “c” do artigo 150, inciso VI determina que as entidades previstas (partidos políticos, entidades sindicais, instituição de ensino e assistência social) somente alcançaram imunidade tributária se preenchidos os requisitos previstos no art. 14 do CTN. [7: Art. 14 O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:I – Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;II – Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;III – Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão]
3.	Na sua opinião, são imunes:
(a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por entidades religiosas (vide anexos I e II)
 A Jurisprudência majoritária entende que não estende a imunidade para prestação de serviço (ISS), quando as atividades desenvolvidas tenham como finalidade o lucro. Porém, caso os valores arrecadados sejam destinados para atividade fim da instituição religiosa, é válido a imunidade. (art. 150, VI, b, CF)
(b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade (vide anexo III); e os cemitérios particulares (vide anexo IV); 
Nesse caso a imunidade alcança as entidades religiosas, desde que o valor arrecadado do imóvel locado, seja destinado as atividades essenciais da entidade religiosa. Na mesma forma os cemitérios, sendo eles vinculados a entidade religiosa, não deve haver incidência de IPTU. (art. 150, VI, b, CF)
(c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, DJ 04/02/14);
Entende-se que as áreas demarcadas indígenas devem ser imunes, não só ao ITR, como qualquer outro imposto, contribuição ou taxa.
(d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de concorrência (vide anexos V); 
Devem ser alcançada a Imunidade (reciproca) com base no art. 150, VI, “a”, da CF. Pois trata-se de serviço prestado de caráter público e não com viés econômico.
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista (vide anexo VI e VII);
 Alcançam imunidade, desde que tenham por atividade fim, prestação de serviço público.
(f) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista cujas ações sejam negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII). 
Enquanto realizar os serviços públicos, é válida a imunidade tributária. Porém, as atividades econômicas das empresas de economia mista não alcançam imunidade, pois não há caráter de serviços público e sim de obtenção de lucro, não podendo ser aplicado o art. 150, VI, “a”, CF, nesses casos.
4. Considerando a imunidade recíproca, responda
(i) o fato de um imóvel de propriedade do ente público ter seu uso transferido a particulares gera repercussão direta na manutenção da imunidade? (vide anexo IX, X e XI)
 No caso de imóvel, cujo proprietário é ente público, sendo seu uso transferido a um particular, a imunidade não alcança o imóvel, enquanto estiver sendo utilizado pelo particular. A imunidade só deve ocorrer quando o imóvel for utilizado pelo Ente Público, sem desvio de finalidade. Exemplo: Imóvel da União locado a um particular. O particular deve realizar o pagamento de IPTU. Não há violação a imunidade reciproca (art. 150, VI, “a”, CF/88), pois só é válida (a imunidade) quando o Ente Público utilizar o imóvel.[8: Art. 150 (...)IV - Instituir impostos sobre:a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros]
(ii) um automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município está imune ao IPVA? (vide RE 7271851 MG, disponível em www.stf.jus.br). 
Com base na jurisprudência atual, no caso de veiculo alienado fiduciariamente ao município, deve ser alcançada a imunidade reciproca, sobre o IPVA, umavez que os veículos estão incorporados aos bens do município e vinculados às finalidades públicas. 
5.	Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que livros e periódicos eletrônicos (“e-books”), bem como o material utilizado para sua comportá-los (“e-book readers”) são imunes com fundamento neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII e XIII e considere para sua resposta, os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676)
A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, CF/88 deve ser estendida aos livros eletrônicos (e-books), bem como os aparelhos leitores de livros eletrônicos (e-readers). Pois, a ideia da imunidade está voltada ao estimulo da difusão cultural. A imunidade de livros, jornais e periódicos, gera um estimulo de seu consumo, está é sua finalidade. Com o passar dos anos e avanços tecnológicos em extrema ascensão o acesso a livros, por exemplo, tornou-se acessível por meio eletrônico, através dos e-books, e no entendimento atual do STF, pelo fato do E-book conter o mesmo conteúdo do livro físico, ou seja, a transmissão de ideias e pensamentos, alcança portanto, a mesma finalidade do livro, que é a difusão cultural, nesse sentido deve ser estendida da imunidade. Nesse sentido expõe o Ministro:[9: Art. 150 (...)IV - Instituir impostos sobre:d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.]
 “(...) A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book)”[10: RE 330817 AGR, Relator: Min. DIAS TOFOLI, julgado em 08.03.2017, DJE 31/08/2017 - ATA Nº 123/2017. DJE nº 195, divulgado em 30/08/2017]
No entanto, não é estendido aos tablets, smartphones e laptops a imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, CF/88, pois são equipamentos que vão além da utilização para leituras de livros digitais.
6.	No caso da imunidade para as instituições de assistência social sem fins lucrativos, o cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua aplicação ou ainda é necessária a comprovação do caráter assistencial e filantrópico previsto no art. 203 da CF/88? É possível que lei ordinária garanta sua aplicação? (Vide anexo XIV).
 Por meio do art. 150, VI, “c”, CF/88 as entidades alcançam imunidade tributária se cumprir os requisitos previstos em Lei. Assim, cumprindo os requisitos previstos no art. 14 do CTN a entidade de assistência socia tem imunidade tributária. No que tange a alteração ou garantia de imunidade por meio de Lei Ordinária, é algo inconstitucional, pois viola o art. 146, II, CF/88 que determina competir à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. O que pode-se discutir é referente as questões procedimentais, que podem ser definidas suas diretrizes por meio de Lei Ordinária.[11: Art. 150 (...)IV - Instituir impostos sobre:c).  patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;][12: Art. 14 O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:I – Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;II – Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;III – Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão][13: Art. 146 Cabe a lei complementar:(...)II - Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar]
7.	Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das normas gerais de direito tributário. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de direito tributário”, diferenciando lei complementar nacional e lei complementar federal.
A Corrente dicotômica defendida por parte minoritária da doutrina, estabelece à Lei Complementar, duas funções, sendo elas: (i) prevenir conflito de competência entre os entes federativos; e (ii) regular as limitações ao poder de tributar. Já a corrente tricotômica, adotada por maior parte da doutrina e jurisprudência, entende que a Lei Complementar tem três funções – previstas no art. 146, CF/88, sendo elas: (i) prevenir conflito de competência; (ii) regular as limitações ao poder de tributar; e (iii) estabelecer normas gerais referente a legislação sobre matéria tributária.[14: Art. 146 Cabe a lei complementar:I – Regular as limitações constitucionais ao poder de tributarII – Regular as limitações constitucionais ao poder de tributarIII – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre]
Robson Maia Lins aduz também, uma “nova” corrente, na qual extraiu do posicionamento do Professor Paulo de Barros Carvalho, em que pode-se denominar atômica ou monotônica, na qual estabelece apenas uma função à Lei Complementar, que é “introduzir no ordenamento jurídico normas gerais de direito tributário”. Assim, a dupla função não se refere a Lei Complementar, e sim as normas gerais de direito tributário, sendo elas: (i) prevenir conflito entre os entes federativos; e “regular as limitações ao poder de tributar.[15: LINS, Robson Maia, Curso de direito tributário brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Noeses, 2019.]
 Lei Nacional tem maior amplitude que Lei Federal. Lei Federal se limita ao ente federativo da União, já a Lei Nacional engloba, alcança todos os entes federativos (União, Estados e Municípios).
8. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição? Isso não violaria o princípio da autonomia das pessoas políticas? Considerar as recentes decisões proferidas pelos Ministros do STF no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621.
Sim. Com base no art. 146, inciso III, da CF88 é possível, por meio de Lei Complementar definir fato gerador, base de cálculo e contribuintes, desde que seja com o pressuposto de dirimir conflitos de competência entre os entes federativos. Entendimento do Professor Paulo de Barros Carvalho. Não violaria o princípio da autonomia das pessoas políticas, justamente pelo fato de a Lei Complementar possuir essa função, como norma geral, que é prevenir conflitos de competência entre os entes políticos. [16: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 6º ed. São Paulo: Noeses, 2015.]

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