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Rodrigo Pires Modulo IV - CIT - Seminario IV v3

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Módulo Controle da Incidência Tributária
IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Módulo: Controle da Incidência Tributária
Seminário IV: Imunidades e normal gerais de direito tributário
Aluno: Rodrigo Gonçalves Pires.
Questões
1. Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e incidência tributária. O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria?
A imunidade tributária é um limite aplicado pela constituição ao poder de tributar. Alguns doutrinadores consideram a imunidade como uma forma de não incidência do tributo. Ela é matéria exclusiva constitucional, ou seja, poderá ser aplicada somente através da carta magna.
A imunidade é uma limitação tributária constitucional, não se confundindo com a isenção. Esta é derivada de lei ordinária ou complementar que ao determinar o tributo, exclui em certos casos a aplicação do mesmo objetivando estimular o crescimento econômico, político fiscal ou motivos diversos. 
Segundo Ruy Barbosa Nogueira,
 (...) Incidência – é o fato de a situação previamente descrita na lei ser realizada e incidir no tributo, dar nascimento à obrigação tributaria. Neste caso a situação está incluída no compo da tributação. Tecnicamente se diz que é a ocorrência do fato gerador do tributo, ou que o tributo, como expressão da lei, incide na relação fática previamente tipificada e efetivamente realizada (...).[footnoteRef:1] [1: NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de direito tributário. Editora Saraiva, São Paulo. 15o edição, 1999. Pag 166] 
O dispositivo da não incidência ocorre quando não há o fato gerador ou hipótese de incidência para aplicação do tributo, ou seja, é o inverso da incidência. Conforme já mencionado acima, alguns doutrinadores defendem a ideia de que a imunidade constitucional seria a mesma coisa que a não incidência, dentre eles, temos o Aliomar Baleeiro. 
De acordo com o texto constitucional a imunidade alcança as taxas ( art. 5º, XXXIV, CF), os impostos (art. 150, VI, CF) e as contribuições para a seguridade social (art. 195,§ 7º, CF)[footnoteRef:2]. Contudo, as mais importantes imunidades são as aplicadas exclusivamente aos impostos. [2: Art 5  XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
(...)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
(...)
VI - instituir impostos sobre:                 
(...)      
Art. 195 (...)           
 § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.] 
Importante destacar que o art. 195, §7 da CF utiliza o termo “isenção” ao comentar sobre as contribuições. No entanto, trata-se de fato, do dispositivo da imunidade, sendo a vedação, através da constituição, da cobrança do tributo.
2. As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda Constitucional pode revogar alguma das imunidades dispostas na Carta Magna? As normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis ou dependem de regulamentação infraconstitucional?
As imunidades não podem ser consideradas cláusulas pétreas contidas na constituição federal. Em razão desse fato é possível realizar sua revogação através de emenda constitucional. São normais nas quais toda sua estrutura já está delimitada no texto constitucional, não sendo necessário atuação de regulamentação infraconstitucional para limitar o seu conteúdo e alcance. 
Dessa forma, é vedada a modificação das normas de imunidade pelo legislador ordinário através de normas infraconstitucionais, sendo autorizado sua modificação somente por meio de emendas constitucionais.
Visto isso, as imunidades constitucionais são autoaplicáveis, contudo é permitido que regulamentos infraconstitucionais institua procedimentos e até ratifique seu alcance e aplicação para que os benefícios sejam respeitados de forma eficaz.
3. Na sua opinião, são imunes: 
(a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos automotores prestados por entidades religiosas (vide anexos I e II); 
A imunidade se aplica aos serviços prestados por entidades religiosas, desde que a atividade forem destinadas ao custeio de suas atividades. Para os casos em que a finalidade do serviço for lucrativa o instituto da imunidade não será aplicado. Inclusive, existe entendimento jurisprudencial nesse sentido com base no pricípio da proteção e liberdade. 
(b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma entidade (vide anexo III); e os cemitérios particulares (vide anexo IV); 
O entendimento é semelhante aos serviço de guarda listado na questão anterior, ou seja, aplica-se o dispositivo da imunidade nos casos de locação de imóvel e cemitérios particulares desde que os espações estejam vinculados às atividades essenciais da instituição. Importante sallientar que para a aplicação do benefício da imunindade no casos dos cemitérios particulares é necessário comprovar as extensões de entidade de cunho religioso, e portanto abrangidos pela garantia constitucional.
(c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, DJ 04/02/14); 
As áreas de reservar indígenas são imunes ao ITR, visto que são considerados bens da União, de acordo com o art. 20, XI da CF[footnoteRef:3]. Essas terras são inalienáveis e indisponíveis. Sendo consideradas imunes pois de acordo com o art. 150, VI da CF[footnoteRef:4] o ente federativo não paga imposto sobre os seus próprios bens. [3: Art. 20. São bens da União:
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.] [4: 4 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros] 
(d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de concorrência (vide anexos V); 
A imunidade aos serviçoes prestados por empresas públicas de forma recíproca é garantida, pois o objetivo é alcançar todo os lugares do país com atividade contínua, eficaz e acessiveis a todas as classes.
(e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista (vide anexo VI e VII); 
Aplica-se o benefício da imunidade também nesses serviços. Atualmente, o entendimento jurisprudencial é consolidado ao entender constitucional a aplicação da imunidade aos serviços exclusivos do poder público prestados por sociedades de economia mista. Tendo com fundamentação a essencialidade da prestação do serviço ao coletivo e ao bem comum.
(f) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia mista cujas ações sejam negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII). 
Segue o mesmo entendimento na questão anterior. A imunidade é permitida desde que os serviços cumpram com sua função social sendo relevante ao interesse da coletividade. A simples negociação das ações das bolsa de valores não afasta o benefício da imunidade da atividade.
4. Considerando a imunidade recíproca, responda: 
	(i) o fato de um imóvel de propriedade do ente público ter seu uso transferido a particulares gera repercussão direta na manutenção da imunidade? (vide anexo IX, X e XI) 
De acordo com o art 34 do CTN o Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Entendo que havendo a posse do imóvel do particular não há que se falar em imunidade tributária recíproca, visto que houve nesse caso uma transferência de propriedade para pessoa física que não se enquadra no pré-requisito para aplicação do benefício da imunidade destacada na CF.
	(ii) um automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município está imune ao IPVA? (vide RE 7271851 MG, disponível em www.stf.jus.br). 
Nesse caso, entendo não se aplicar a imunidade reciproca, tendo em vista que o Município possui somentea posse dos veículos alienados fiduciariamente, contudo o bem continua pertencendo a instituição financeira. Para que ocorra a imunidade o veículo deverá estar incorporado ao patrimônio do Município, além desse fato, é importante que esteja cumprindo sua finalidade social.
5. Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que livros e periódicos eletrônicos (“e-books”), bem como o material utilizado para sua comportá-los (“e-book readers”) são imunes com fundamento neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII e XIII e considere para sua resposta, os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676)
A imunidade descrita no art. 150, VI “d” da CF deve ser observada em sentido amplo, isto significa dizer que ela deve ser aplicada como instrumento que assegura a divulgação de conhecimento e a liberdade de informar e de ser informado, tendo como princípio a proteção dos valores.
 
Com o fenômeno da globalização, evolução tecnológica e cultural a imunidade do dispositivo deve ser aplicado visando a função social dos livros e jornais e não a característica física do material. Tendo em vista que a função dos periódicos é transmissão de informação e reprodução de mensagens, entendo que a imunidade deve alcançar os “e-books”, “ebook readers” e qualquer outro meio de difundir as notícias. 
Contudo, em se tratando de tablet, a jurisprudencia do STF não os enquadra para fins de aplicação da imunidade, tendo como fundamento que a finalidade desse disposito não é apenas a divulgação de mensagens.
6. No caso da imunidade para as instituições de assistência social sem fins lucrativos, o cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua aplicação ou ainda é necessária a comprovação do caráter assistencial e filantrópico previsto no art. 203 da CF/88? É possível que lei ordinária garanta sua aplicação? (Vide anexo XIV).
O art. 150, VI, alínea “c” da CF/88 permite a aplicação da imunidade para as instituições de assistência social, desde que atendidos os requisitos estabelecidos em lei. Dessa forma, deverá comprovar a sua finalidade social, bem como, a sua característica de atuação sem visar os lucros.
Contudo para que seja imune não deve obrigatoriamente prestar a assistência nos termos de todos os enunciados do art. 203, pois o dispositivo tem como objetivo somente demonstrar o que é considerado assistência social, sem, no entanto, trazer qualquer exigência de realização, pela entidade, de todas as ações ali discriminadas. No entanto, para que seja concedido a imunidade constitucional é obrigatório comprovar através de contrato social, certificado ou outro documento eficaz a sua finalidade, além de cumprir com outras exigências legais
Com relação a possibilidade de lei ordinária garantir sua aplicação, em se tratando de regulamentação de norma de imunidade, entendo se tratar de assunto mais relevante, portanto o ordenamento jurídico exige um quórum qualificado para a sua aprovação. Sendo assim, somente através de lei complementar esse tipo de norma poderá ser tratada, conforme art. 146, II da CF[footnoteRef:5]. [5: Art. 146. Cabe à lei complementar:
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;] 
7. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das normas gerais de direito tributário. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de direito tributário”, diferenciando lei complementar nacional e lei complementar federal.
A função dicotômica e tricotômica na aplicação das normais gerais de direito tributário tem relação com a função da lei complementar no nosso ordenamento jurídico. 
De acordo com a constituição Federal em seu artigo 146:
Art. 146 - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
(...)
A corrente dicotômica entende que o artigo 146 da CF tem somente uma função, que é estabelecer normais gerais em matéria de legislação tributária. Essas normais teriam a finalidade de legislar sobre os conflitos de competência ou regular limitações ao poder de tributar.
No entanto, aqueles que seguem a corrente tricotômica entendem que a lei complementar possui três funções distintas: I - conflitos de competência entre as pessoas políticas em matéria tributária; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária. 
O termo “normais gerais” utilizado no inciso II do artigo 146 pode ser considerado como sendo todas as normais estabelecidas pelo legislativo tendo a função de constituir regras de tributação.
Em relação lei complementar nacional e federal, quando a União fornece somente as matérias de normais gerais, caberá aos Estados e Municípios a complementação e suplementação do conteúdo do assunto, não podendo desrespeitar as normais legais. Nestes casos estaremos diante de lei nacional, pois a competência para dissertar sobre o assunto é concorrente. Porém, nos casos de lei complementar federal a competência para legislar é comum (art. 23 CF), ou seja, as unidades da federação possuem autonomia legislativa.
8. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição? Isso não violaria o princípio da autonomia das pessoas políticas? Considerar as recentes decisões proferidas pelos Ministros do STF no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621.
O artigo 145, III da CF autoriza que o legislador, através de lei complementar, com o objetivo de regulamentar as limitações constitucionais ao poder de tributar e eliminar os conflitos de competência, busque um detalhamento abrangente acerca do fato gerador, base de cálculo e contribuinte do tributo.
Não há que se falar em violação ao princípio da autonomia dos entes federados, uma vez que não se estará interferindo no rol de competências destes entes, alterando essa competência, mas tão somente se estará complementando as normas de competência da constituição, para fins de melhor delimitar essas competências.
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