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BALANÇO SUCESSIVO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
JÚLIA DOS SANTOS ALVES 
LILIAN BIANKA SANTOS MACHADO 
TAYNA LUCIANA ALVES SILVA
 WILLIAN ROLIM DE MELO
BALANÇO SUCESSIVO
Tópicos Especiais em Edificações
Belo Horizonte
2019
BALANÇO SUCESSIVO
Desenvolvido no Brasil e de uso consagrado em vários lugares do mundo, o método de construção de pontes e viadutos por balanços sucessivos consiste na execução da estrutura em segmentos denominados aduelas, com comprimento variável de 3 m a 10 m. A partir de um pilar de suporte, as peças avançam em balanços, uma a uma, até a totalidade da execução do vão, com o apoio de treliças metálicas.
Também conhecido como balanço progressivo e avanço sucessivo, o método foi criado nos anos 1930 pelo engenheiro Emilio Baumgart para o projeto da ponte sobre o Rio do Peixe, em Santa Catarina.
IMAGEM 1: Ponte sob construção em Edimburgo, capital da Escócia (clivewa/ Shutterstock.com)
METODO CONSTRUTIVO
Os segmentos podem ser concretados no local ou pré- moldados, partindo de um pilar de suporte central, as aduelas avançam em balanços até cobrir todo o vão necessário. 
Para a montagem utiliza-se um carro de avanço. Essa estrutura treliçada móvel, uma vez apoiada na aduela zero (ou adula de arranque), se movimenta a cada seção transversal executada com a ajuda de trilhos e rodas.
Após a fundação estar pronta, são construídos os pilares de concreto que darão sustentação às aduelas. Em seguida, constrói-se a aduela de disparo. Isso pode ser feito com o uso de fôrmas trepantes, concretagem e posterior protensão. As treliças metálicas são, então, montadas, içadas e posicionadas sobre a aduela disparo. Sobre as treliças são fixadas fôrmas planas. A etapa seguinte é o avanço da treliça de escoramento em balanço. Antes da concretagem, as fôrmas são devidamente limpas e ajustadas. Posicionam-se as armaduras de aço e os cabos nas fôrmas. Executa-se a concretagem da aduela.
Após a concretagem, aguarda-se a cura do concreto. Só então a peça pode ser protendida. Uma vez liberada a protensão por meio da verificação dos alongamentos, a treliça poderá ser novamente movimentada para dar sequência à execução de nova aduela. Após a conclusão de todas as aduelas, executa-se a aduela de fechamento. Seu escoramento normalmente é executado por meio da pendura de tirantes nas pontas das últimas aduelas. Assim fecha-se o vão.
É utilizado também o carro de avanço que movimenta atrás através de rodas sobre os trilhos até a posição para a execução da 2ª aduela, e ficará preso através dos furos já pé determinados na 1ª aduela.
Geralmente, as aduelas tem comprimento de 3 até 10 metros e um peso de 100 a 200 toneladas. O ciclo típico para concretagem de cada aduela é de aproximadamente uma semana.
A qualidade e a produtividade da construção estão diretamente ligadas às características das fôrmas e das treliças utilizadas. A especificação do equipamento deve levar em conta a carga e as dimensões das aduelas.
As pontes construídas por balanço sucessivo tornaram-se mais seguras, adquiriram maior capacidade de suporte de carga admissível e menor peso próprio, além de maior versatilidade. 
Normalmente, a execução é processada simetricamente em relação ao apoio até metade dos vãos adjacentes a ele, e o vão é fechado, evitando-se articulações centrais. O mesmo processo é, então, concluído para os vãos vizinhos. Dessa forma, os momentos de desequilíbrio são relativamente pequenos e os dispositivos de engastamento no apoio podem ser projetados de maneira mais econômica. 
Quando os balanços são desiguais ou se pretende partir de um apoio para os seguintes em execução contínua, é usual a utilização de apoios provisórios intermediários ou estais ajustáveis ao desenvolvimento do vão, suportados por torres provisórias e ancorados no apoio anterior.
EQUIPAMENTOS PARA A EXECUÇÃO
O equipamento se chama Carro de Avanço, e é composto por:
Treliças para transmitir o peso da concretagem para a estrutura já pronta.
Tirantes para pendurar o escoramento nas treliças.
Fôrma do fundo e das laterais.
Trilhos e rodas para movimentação.
Plataformas de acesso para os trabalhadores.
Existem diferentes modelos em função de carga e dimensões das aduelas, com diferentes métodos de avanço (manual ou hidráulico), e muitas soluções diferentes para as fôrmas.
CONCRETADOS IN LOCO X PRÉ-MOLDADOS
De acordo com o Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais do Dnit, estruturalmente, a diferença entre os processos em aduelas pré-moldadas e aduelas concretadas no local reside na grande dificuldade de, no primeiro caso, prover as juntas de armadura passiva, destinada a manter a homogeneidade da seção transversal no controle da fissuração da peça.
Resultando na necessidade de serem projetadas seções com protensão completa, aumentando o consumo de materiais. Por outro lado, a possibilidade de execução simultânea da infraestrutura e da mesoestrutura com a fabricação das aduelas permite reduzir o prazo final da obra no caso da solução pré-moldada.
Concretados in loco: A concretagem é executada por meio de fôrmas deslocáveis em balanço, suportadas pelos trechos já concluídos. Ao atingirem a cura, as aduelas são então protendidas.
Pré-moldados: Aduelas pré-moldadas, a ligação entre as peças é feita por meio de cabos de protensão, e com o auxílio de cola polimerizável à base de resina epóxi, aplicada às juntas dos elementos a serem ligados.
Cuidados imprescindíveis durante a execução são necessários para garantir o devido desempenho da ponte ou do viaduto construído por balanço sucessivo. O primeiro deles diz respeito ao criterioso controle dos materiais, sobretudo concreto, aço e fôrmas. A execução também precisa ser muito bem monitorada, sobretudo em relação às deformações. Do contrário, os trechos não chegarão ao centro do vão de forma coincidente.
Segundo equipe técnica do Dnit, após a concretagem da primeira aduela (aduela de disparo), forma-se um sistema isostático (que possui vínculos estritamente necessários para garantir a sua total imobilidade). Esse sistema só se transforma em hiperestático (com vínculos abundantes para garantir a sua total imobilidade) com a concretagem da aduela de fechamento.
É recomendável, ainda, que além do projeto da ponte, seja realizado um projeto mecânico anterior à obra para prever, por exemplo, as condições de montagem e desmontagem da treliça metálica. Segundo informações de fornecedores, é importante que esse tipo de obra seja discutido e decidido com uma antecedência mínima de seis meses, de forma a permitir o desenvolvimento em conjunto de todas as etapas.

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