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Psicopata Embora exista divergência de opinião entre vários autores, Psicopata é o termo popularmente utilizado para se referir à pessoas portadoras de uma psicopatologia, chamada de Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA). Transtornos de Personalidade (TP), são caracterizados por indivíduos cujo convívio em sociedade é dificultado ou até impossibilitado, por fatores internos: A construção da personalidade do individuo, geneticamente e socialmente, se deu te tal forma mal ajustada e inflexível, que os tornou incapazes de estruturar uma adaptação social efetiva e aceitável. Do ponto de vista clínico, antissocial é o individuo cuja convivência em sociedade é dificultada ou incapacitada por fatores comportamentais, moralmente inaceitáveis, sendo elas, geneticamente induzidas ou socialmente construídas. Por tanto, o indivíduo portador de TPA é aquele cuja os fatores genéticos, somados a construção social, culminaram para a má formação do comportamento, de modo que dificultasse ou incapacitasse seu convívio em sociedade, por possuírem características comportamentais socialmente e moralmente inaceitáveis. Classificação e causas De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV), que, classificando os transtornos mentais em três grandes grupos, a TPA é enquadrada no grupo “B”, que reúne as doenças, segundo estudos, de maior tendência ao abuso de vícios como álcool e entorpecentes, além de fortes tendências a transtornos de humor que, aliados, podem ser elencados como um dos fatores mais influentes para a causa da agressividade e violência, tão características dos indivíduos com este tipo de transtorno. Embora as causas da doença ainda não estejam tão claras, especialistas não descartam o fator genético, comprovado em alguns estudos, como veremos a seguir, tanto quanto fatores externos. Características A maior característica de indivíduos com TPA é a ausência de empatia. Estudos indicam que pessoas com esse tipo de transtorno possuem uma deficiência fisiológica nas conexões cerebrais entre o córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC), e a amígdala cerebral, ambos responsáveis por sentimentos como empatia, culpa, ponderância, medo e ansiedade. No estudo, onde foram coletados dois tipos de imagens, uma através da ressonância magnética, que evidenciou menor atividade elétrica coordenada, se comparada a um indivíduo saudável; e outra através de um tensor de difusão, que, em suas imagens, evidenciou significativa redução no que tange as conexões de fibras de substancia branca, tanto quanto a integridade das que ali existiam, quando comparado a indivíduos saudáveis. Outras características que podem ser facilmente observadas em TPA's, são: Olhar fixo e extremamente confiante; Facilidade de manipulação; Forte eloquência; Imprevisibilidade; Facilidade de adaptação social; Narcisismo; Comportamento agressivo quando limitados; Egocentrismo; Comportamento perigoso; Dissimulação; Capacidade cognitiva ampliada; Dificuldade para seguir regras; Dificuldade para discernir certo de errado. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico de TPA é de difícil conclusão, assim como para qualquer outro TP. Por se tratar de uma psicopatologia onde as características se assemelham, ou são idênticas, a outros grupos de classificação patológicas e de patologias da mente, agravados pela falta de conclusões sobre suas causas, a única forma de diagnóstico se dá através da análise verbal, auditiva e visual de um especialista da área. Embora o profissional que possa realmente atestar tal diagnóstico seja o psiquiatra, profissionais da área de psicologia podem identificar os sinais e encaminhá-los para um profissional capaz de dar segmento ao diagnóstico e posterior tratamento. Dado a dificuldade de identificação pelo próprio paciente, já que se trata de um transtorno da própria personalidade, muitos TPA’s só buscam tratamento especializado quando envolvidos em problemas legais. A falta de empatia característica do transtorno, causa a esses indivíduos dificuldades de discernimento que, por sua vez, acarretam neste tipo de problema. Quando a doença é ainda diagnosticada em tenra idade, é possível educar tais indivíduos para que aprendam a se comportar de forma idônea na sociedade, porém, se a doença for diagnosticada depois de certo período de vida, o tratamento será dificultado ainda mais. Por conta das características apontadas neste texto, e o não conhecimento total de sua causa, o tratamento se dá, basicamente, através da terapia, mas pessoas com TPA tendem a buscar o tratamento como forma de evitar problemas legais ou isentar-se de sua responsabilidade social, com propósito unicamente pessoal. Como TPA’s tendem a manipulação e dissimulação, os próprios especialistas podem ser enganados. Em conjunto com o tratamento, medicamentos podem ser usados para tratar de sintomas pertinentes a ansiedade e depressão que são comuns aos sintomas de TPA, mas não existe um medicamento exclusivo para o transtorno em pauta. Abordagem na mídia de entretenimento e suas consequências Por se tratar de um transtorno de difícil diagnóstico, já que muitos de seus “sintomas” confundem-se com sintomas de outras psicopatologias de diferentes categorias, a TPA cai nos bons olhos da mídia, inspirando obras como “O silêncio dos inocentes”, onde um psicopata, canibal, utiliza de todo seu charme e sedução para atrair e devorar suas vítimas. Fatos estes que devem ser considerados com cautela. De fato, TPA’s tendem a completa falta de empatia e a comportamentos agressivos, porém nem todos se tornarão assassinos. Tais abordagens, embora icônicas e de grande valor cultural, podem causar confusão e alarde em pessoas cujo desconhecimento, e até inocência, não estão alinhados a fatos mais profundos sobre o tema. Curiosidades Algumas considerações se fazem necessárias para melhor entendimento do transtorno, como por exemplo: TPA’s não sofrem de disfunção erétil momentânea: Dado o fato de que tal disfuncionamento se dá pelo fator emocional e TPA’s são incapazes de sentir tais emoções; TPA´s não bocejam ao verem outra pessoa bocejar próximo delas: Este é um ato primitivo de reconhecimento de espécies, mas por conta do egocentrismo, superioridade, e apatia associado ao indivíduo TPA, não permite que ele se identifique como ser da mesma espécie; A maioria dos TPA’s são do sexo masculino: Por um motivo ainda não conhecido, homens tendem a psicopatia mais cedo e em maior quantidade que as mulheres. Em uma relação de desenvolvimento do transtorno, mulheres tendem a demonstrar sinais durante a pré-puberdade enquanto homens demonstram os sinais antes disso. Em um estudo realizado por Grann (2000), foi verificado que dentre trinta e seis homens e trinta e seis mulheres, 31% dos homens deram sinais de psicopatia contra 11% das mulheres. Outros estudos foram realizados, em outros locais e por outros pesquisadores. A relação homem-mulher não diferiu de forma relevante. TPA’s sentem raiva e prazer: Chamado de protoemoções, sentimentos tão primitivos fazem parte da rotina de um psicopata. É um sentimento quase instintivo, mais próximo do animal, que a racionalidade é capaz de interpretar como essencial para a sobrevivência. - Nem todo TPA é assassino: Até onde se saiba, muitos TPA’s passam a vida sem serem diagnosticados e ainda assim não cometem nenhum delito, tudo se dá pelo fator comportamental. Especula-se que a criança com TDA que fez parte de uma família onde a cultura não era violenta, imitou tal comportamento e cresceu sustentando um carácter tido como comum, embora, mesmo assim, ainda não fosse capaz de sentir empatia.
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