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A influência das criança na decisão da compra

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A INFLUÊNCIA DAS CRIANÇAS NA DECISÃO DA COMPRA
LIMA, Vanessa Bernado¹; TEIXEIRA, Gabriel Alexandre Morais¹; AIRES, Taynara Ramos Batista²; FERREIRA, Antônio Claudio²
1Discentes do curso de Administração da Faculdade Evangélica de Ceres. E-mail: vanessinha-lima15@hotmail.com; gabrielmorais702@gmail.com ; ²Docentes da Unievangélica campus Ceres e do curso de Administração da Faculdade Evangélica de Ceres. E-mail: tayramos123@live.com; antonio.ferreira@docente.unievangelica.edu.br.
RESUMO
O marketing utilizado pelas organizações tem o poder de influenciar as crianças na decisão da compra, sendo que, as famílias deveriam lidar com essa influência e persuasão de seus filhos. Em especial, o marketing infantil busca estimular nas crianças o desejo de adquirir produtos que as organizações ofertam através das propagandas. A família é também um dos primeiros agentes a influenciar na vida consumidora das crianças, que observam os atos de seus responsáveis desde o nascimento; a televisão é o meio de comunicação de suma importância na divulgação, sendo ela mais acessível a todas as crianças. Como as crianças estão diariamente expostas a publicidade infantil e ficam fascinadas ao se deparar com tantas propagandas que chamam atenção, elas levam seus pais a fazerem suas vontades e têm uma liberdade sobre eles, porém elas não estão preparadas para decisões importantes. O mercado infantil cresce exageradamente e com isso, as empresas se beneficiam, aumentando mais suas mídias, procurando expandir para poder atender essa nova geração.
Palavra-chave: crianças, família, marketing e propagandas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO; 1. CONCEITO DE MARKETING; 1.1 Estratégia de marketing nas empresas; 2. O CONSUMIDOR INFANTIL; 2.1 Embalagens, marcas e personagens na mente das crianças; CONCLUSÃO; REFERÊCIAS. 
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO: Para alavancar suas vendas ao público infantil, as empresas estão investindo cada vez mais no marketing infantil, que se traduz pela presença de uma marca na mente do consumidor. Através desse processo de influenciar as crianças, elas respectivamente influenciam seus pais, usando de manhas, argumentos e manipulações, para fazer com que seus responsáveis atendam seus pedidos e realizem seus desejos.
PROBLEMA: Sempre deparamos com crianças implorando para seus pais para obter determinado produto, principalmente por brinquedos, seja qual for a classe social. Porém, elas não entendem perfeitamente do que precisam, mas são influenciadas por um personagem favorito ou porque é sua cor favorita que está na embalagem. Isso se deve ao fato de passarem muito tempo assistindo televisão e é nesse veículo de comunicação que as empresas fazem suas apostas, atingindo essa classe tão vulnerável.
OBJETIVOS: Analisar como as crianças conseguem influenciar seus pais, no momento de decisão da compra, fazendo com que eles deem a elas o que desejam; destacar porque os pais, que detém o poder maior e deveriam dar a decisão final, são influenciados por seus filhos; salientar que o marketing é o principal fator de colaboração nessas situações cotidianas, sendo ele o principal aliado das organizações.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, de aspecto qualitativo, no qual a busca foi elaborada em livros de acervo pessoal e das bibliotecas física e virtual da Faculdade Evangélica de Ceres, e ainda, em bases de dados virtuais tais como Google Acadêmico. Os buscadores utilizados na pesquisa foram: o que é marketing, influência do marketing, consumismo infantil, publicidade infantil e influência das crianças na hora de comprar.
O sociólogo Zygmunt Bauman revela que não podemos escapar do consumo, pois ele faz parte do nosso metabolismo, e que a sociedade sempre irá consumir, perante essa colocação as empresas investem no marketing infantil, sabendo que terão resultados positivos pois as crianças influenciam diariamente seus pais a adquirirem produtos de seus respectivos interesses. Sendo assim, as empresas utilizam meios de comunicação objetivos e atrativos, para atrai-las aos seus comércios ou distribuidores de produtos e os pais devem ter muita atenção no momento de lidar com os pedidos de seus filhos, eles não sabem exatamente como funcionam todos os produtos e para o que servem. Então, é preciso se informar antes de atender as necessidades deles. Sabendo também lidar e dominar a influência que as crianças exercem.
1. CONCEITO DE MARKETING
Marketing é uma palavra derivada da língua inglesa que pode ser traduzida pelo dicionário AURÉLIO como: “Conjunto de estratégias e ações relativas a desenvolvimento, apreçamento, distribuição e promoção de produtos e serviços, que visa à adequação mercadológica destes. ” Também entendida como um estudo das causas, objetivos, resultados e um conjunto de ações cujo objetivo é destacar marcas ou empresa. 
O marketing é um processo social e gerencial por meio do qual os indivíduos e os grupos obtêm aquilo do que precisam e também o que desejam, em razão da criação e da troca de produtos / serviços de valor com outras pessoas. (Kotler, 2002, p. 7).
Buscando alavancar seus negócios, as organizações cada vez mais investem no marketing, que muitas vezes, se traduz pela simples presença de uma marca na mente do consumidor, então, quando houver a necessidade de compra, é dela que ele irá lembrar prioritariamente. Tudo isso acaba se refletindo nas vendas, mas também está relacionado à reputação de uma empresa, à sua credibilidade no mercado e à autoridade que possui sobre aquilo que se propõe a fazer. Dessa forma, ele se aplica em tudo o que o consumidor encontra quando se trata de seu negócio. 
1.1 Estratégia de marketing nas empresas
sociedade atual. Não importa aidade, a nacionalidade, a crença ou a classe social. Hoje, 
todosquesão impactados pelas mídias são estimulados a consumir de modo 
inconseqüente. As crianças, ainda em desenvolvimentoe, portanto, mais vulneráveis que os 
adultos, nãoficam fora dessa e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves 
conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo. 
Isso éconseqüênciadas milhares de propagandas com uso de animações, efeitos 
especiais, criançassendo usadas como atores, excesso de cores e uso de personagens 
infantis, sendolançadas no mercadocada vez mais.. O economistae administrador de 
empresasCláudioRaza cita, em seu artigo intitulado “A força do publicoinfantil no mercado 
de consumo”, encontrado no site www.administradores.com.br, um aumento no percentual 
deinfluênciadas crianças no consumo de 42% para 52% para os anos de 2005 a 2006. O 
aumento de 10% em somente um ano, é um percentual significativlklsmxp
No ambiente competitivo de vendas e inovações, as organizações utilizam do marketing para atender melhor às suas necessidades e percebem que essa ciência traz mudanças no mercado e as mantém a frente da concorrência. Os profissionais que se dedicam a essa área devem se esforçar ao máximo para conhecer e compreender as exigências dos clientes.
As organizações podem conseguir seus recursos de marketing por intermédio de uma série de opções, contratando empresas externas de marketing, como agências de propaganda e as empresas de pesquisa e consultoria, ou enviando seus funcionários a seminários de marketing. A certa altura é provável que a organização decida que está preparada para implantar um cargo de marketing em seu quadro de funcionários. (Kotler, 2002, p. 89).
Em especial, o marketing infantil busca despertar ou estimular nas crianças o desejo de adquirir produtos que as empresas ofertam, seja através das propagandas auditivas ou visuais; para isso é importante que as mesmas saibam lidar com seu público alvo e saber atingi-lo da melhor maneira.
2. O CONSUMIDOR INFANTIL
Durante muito tempo, a criança foi vista como um ser menos desenvolvidas do que um adulto, com a progressão da interpretação infantil e a tendência cada vez maior, no qual o marketing afeta de forma intensiva, criou-se um cenário bastante propício ao aprofundamento dos estudos sobre comportamento do consumidor infantil(TRINDADE, 2002)
A família é um dos primeiros agentes a influenciar na vida consumidora das crianças, na fase da infância elas ganham hábitos e criam atitudes conforme o processo de socialização evolui. É também nessa fase que elas começam a ligar a imagem das marcas às suas preferências, começando a aumentar a lealdade à marca, situação que é determinante para o futuro consumidor.
Muitos hábitos são transmitidos na própria unidade familiar, os pais poderão ter o hábito de comprar em determinados locais e os filhos automaticamente poderão assimilar esses hábitos e passar a fazer suas compras nos mesmos locais de seus pais simplesmente por estarem acostumados. (LAS CASAS, 1997, pág 146-147)
Ao observarem os atos de seus pais no momento de fazer as compras, as crianças passam por quatro fases no crescimento enquanto consumidoras (McNeal, 1992). A primeira fase surgi no primeiro ano de vida, quando são levadas às lojas; a segunda fase começa aos dois anos de idade, quando as crianças conseguem fazer uma ligação dos produtos de vêm na televisão aos que são oferecidos nas lojas, esse é o momento que elas começam a usar sua persuasão sobre os produtos para convencer e manipular seus pais a adquirir o produto que desejam. De três a quatro anos de idade as crianças passam pela terceira fase, na qual elas já conhecem as marcas e passam a sentir satisfação pela compra do produto. Em média, entre os seis e sete anos se inicia última fase, quando elas já transmitem uma sensação de autonomia e já pagam pelos produtos escolhidos.
A televisão é um dos meios de comunicação de suma importância na divulgação para esse público alvo, pois ela é mais acessível às crianças de qualquer idade ou classe social. Como elas são capazes de identificar as propagandas, as empresas utilizam personagens conhecidos para fazer a divulgação e prender a atenção delas para o seu produto. (KARSAKLIAN, 2004).
Como atualmente a sociedade vem passando por mudanças que alteram a vida das famílias; as crianças passam a maior parte do tempo sozinhas ou conectadas a um meio de comunicação, pois os pais estão trabalhando e não tem tanto tempo para dar atenção para seus filhos. Então tentam compensar essa falta com presentes e maior liberdade para escolha do produto.
2.1 Embalagens, marcas e personagens na mente das crianças
Kotler e Armstrong (2007) conceituam embalagem como o conjunto de atividades de design e fabricação de um recipiente, cujas suas finalidades resumem-se em consumo, distribuição física, transporte, exportação e armazenagem. Para Honorato (2004), a embalagem representa o papel do vendedor silencioso, e, portanto, é um valioso mecanismo de marketing, que quando bem utilizado pode ser um fator decisivo no ponto-de-venda, já que o consumidor infantil é influenciado pelo visual.
As marcas são símbolos que mostram os valores da empresa com seus clientes. A criança reconhece as marcas utilizadas em sua casa e as que vêm na televisão, sua memorização é mais visual do que verbal e, por isso, fazem associação da marca a um personagem, que representa, para a criança, um contato próximo e identificação com seus personagens favoritos, influenciando a criança na fidelização à marca. 
Os personagens são o que atraem as crianças para o consumo, por isso as empresas precisam avaliar o personagem levando em conta como será sua imagem perante o público, sendo administrados de forma estratégica, com pesquisas, comunicação, inovação e outros fatores que aumentem a percepção do público. No público infantil, os personagens ou mascotes são facilmente reconhecidos pelas crianças. Os desenhos com cores vivas e a expressividade das emoções fazem dos mascotes os preferidos das empresas, tornando-as mais humanizadas e simpáticas. 
Estudos realizados por Arnaldo Rabelo e Antonio Cardoso (2013) apresentam que crianças a partir de 4 anos conseguem associar um logotipo ao produto correspondente, simplesmente por associada a cores, formas e personagens. A partir de 6 anos, quando se inicia a alfabetização, as crianças começam a fidelizar à marca sem personagens, e começam as preferências por certas marcas, dando início à compreensão de linguagens simbólicas. No entanto, os personagens continuam sendo objeto de interesse das crianças até os 9 ou 10 anos, quando começam a substituí-los por artistas e atletas.
As organizações estão aderindo cada vez mais o licenciamento de marcas como mecanismo para conquistar novos clientes. A utilização dos personagens sob licença pode apresentar numerosas vantagens que fidelizam o público infantil à marca, capaz de gerar a preferência pelo produto.
CONCLUSÃO
De fato, as crianças têm tido influência na hora de decidir a compra da sua família, seja pelo simples fato de ouvirem alguma propaganda, ou por simplesmente quererem determinado produto para utilizá-lo. A cada dia que passa, o mercado infantil cresce exageradamente, com isso, as empresas se beneficiam, aumentando mais suas mídias e propagandas que chamam a atenção das crianças, e conseguem atingir esse objetivo, procurando expandir para poder atender essa nova geração que chega com uma força muito grande no mercado. 
Dessa forma, as famílias buscam melhorar as trocas de informações com seus filhos, com intuito de estar mais presente na vida consumidora deles que se inicia altamente influenciada por meios de comunicação e também ao ver os seus pais consumindo. Por outro lado, as crianças usam diversos meios para convencer seus pais, de maneira que os faça acreditar que os produtos por ela desejados lhe trarão benefícios. Assim, utilizam técnicas e meios diferentes como manhas, conversas e acordos, como se fosse uma pequena negociação.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Não se pode escapar do consumo. 2015. Disponível em: <https://colunastortas.com.br/nao-se-pode-escapar-do-consumo-revela-zygmuntbauman/>. Acesso em: 15 out. 2018.
HONORATO, G. Conhecendo o Marketing. São Paulo: Manole, 2004.
KARSAKLIAN, E. Comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2004.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: 2007.
KOTLER, P; HAYES, T; BLOOM, P. N. Marketing de serviços profissionais. São Paulo, 2002.
LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. São Paulo: Atlas, 1997.
MCNEAL, J. U. Crianças como clientes: um manual de marketing para crianças. Nova York: livros de Lexington, 1992.
RABELO, Arnaldo; CARDOSO, Antonio. Marketing infantil. Portugal: 2013.
RAMOS, Joelma de Medeiros. A formação da criança sob a influência da publicidade infantil. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-formacao-da-crianca-sob-a-influencia-da-publicidade-infantil/58921>. Acesso em 15 de out. 2018.
SILVA, Joana. Sociedade de consumo. 2010. Disponível em: <https://sociedadedeconsumo.blogs.sapo.pt/2306.html>. Acesso em 8 de out. 2018.
TRINDADE, Christiane Coutheux. As interferências de alterações sociais sobre o comportamento do consumidor infantil. São Paulo: Artigo – USP, 2002.

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