Buscar

Importância dos Jogos Empresariais

Prévia do material em texto

Jogos de Empresas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Jean Carlos Caveleiro
Revisão Textual:
Prof. Dr. Selma Aparecida Cesarin
A Importância dos Jogos Estruturados
• A Importância dos Jogos Estruturados
 · Essa Unidade tem como objetivo desenvolver estudos sobre os 
conceitos de Jogos Estruturados, tratando das competências possíveis 
de desenvolvimento com o uso de Jogos Empresariais. 
 · Vamos tratar de diversos modelos de Jogos Estruturados, trazendo 
exemplos e detalhes de aplicabilidade. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre o tema Jogos 
Estruturados e as competências possíveis de desenvolvimento com a 
ferramenta Jogos de Empresas. 
Vamos abordar as competências que podem ser desenvolvidas nos diversos 
setores de uma Organização.
Então, procure ler com muita atenção, grifando tudo que considerar 
importante. Para ampliar os estudos, considere, também, os materiais 
complementares. No estudo a distância, a leitura é o momento oportuno para 
registrar as dúvidas; assim, aponte todas as dúvidas que existir ao seu tutor.
Além disso, para que a aprendizagem ocorra no ambiente mais interativo 
possível, na pasta de Atividades, você encontrará também as atividades de 
avaliação, uma atividade reflexiva e uma videoaula.
Cada material disponibilizado é mais um elemento para a sua aprendizagem. 
Dedique-se a cada um deles, pois vão contribuir bastante.
ORIENTAÇÕES
A Importância dos Jogos Estruturados
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Contextualização
Não importa o segmento, nem o nível que esteja analisando; uma das principais 
dificuldades é a captação e o desenvolvimento de mão de obra. As empresas 
enfrentam um grau de competitividade nunca visto antes; agir de forma a se diferenciar 
das demais é questão de sobrevivência. E essa diferença não necessariamente está 
no produto ou no serviço, pois isso pode ser facilmente copiado, perdendo-se, 
assim, a chamada vantagem competitiva. 
Então, como podemos atender essa necessidade de se diferenciar no mercado 
competitivo? A resposta é ter pessoas diferentes, investir em qualificação das 
pessoas e, assim, entender as competências necessárias para obter resultados 
positivos nas mais variadas áreas e organizações. 
Diante das mais variadas formas de obter esse diferencial, apontamos aqui o 
uso de Jogos de Empresa como meio possível, pois atuam de forma diferenciada.
Por exemplo: imagine um gerente com alto grau de conhecimento técnico e boa 
atuação de relação interpessoal, mas com muita timidez, com grande dificuldade 
de comunicação. 
Pergunto: dar aulas para esse profissional mostrando a importância da 
comunicação surtiria efeito? 
Tendo a dizer que não, pois seria como se eu lesse um Manual de natação ou 
de boas práticas da natação para uma pessoa que nunca entrou numa piscina e a 
colocasse na água em alto mar. 
Qual seria o resultado? 
Você deve concordar que seria um desastre, pois nada substitui a prática, e é 
justamente isso que se busca com o uso de Jogos de Empresas. 
Então, peço que estude essa Unidade com essa visão, entendendo seu papel no 
recinto organizacional. 
6
7
A Importância dos Jogos Estruturados
Aqui, vamos estudar a importância dos Jogos Estruturados a partir de modelos 
aplicados no mercado com o objetivo do desenvolvimento de competências 
chamadas de universais. 
Mas já que tratamos mais uma vez desse termo “competência”, o que significa 
isso? Qual o conceito para esse termo? 
Eu, como professor, faço constantemente essa pergunta aos alunos, e temos 
algumas respostas deles:
 · Saber fazer;
 · Ser competente (para eles, o conceito era ser bom no que se faz);
 · Conhecer o trabalho;
 · Ter compromisso, entre outros.
Mas lembrem-se: foram definições de alunos, mas, e uma resposta mais técnica? 
Será que se diferenciaria muito disso? 
Vejamos!
Gramina (2007) diz que competências são repertórios de comportamentos que 
algumas pessoas dominam melhor que outras, o que as faz se destacarem em 
determinadas situações. 
Veja que não está muito diferente, mas o autor continua e faz a observação 
de que os comportamentos são observáveis no dia a dia profissional e podem ser 
organizados utilizando-se a metáfora de uma árvore, na qual:
7
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Raiz
Corresponde às atitudes – Guiadas por valores, princípios, pontos de vistas, 
opiniões e precipitações – que levam ao querer fazer ou não. Veja que está associada 
ao que recebeu de base, de referências e que dá sustentação para tudo que for fazer 
na vida profissional ou pessoal.
O ambiente familiar, amigos, Escola e outros meios têm formado que tipo de raiz em você? 
Essa raiz vai trazer bons frutos? Tem auxiliado na busca de resultados? Se sim, excelente, 
mas, se não, o que você vai fazer para mudar isso? Pense a respeito!
Ex
pl
or
Tronco
Corresponde aos conhecimentos como informações obtidas, procedimentos 
realizados e a realizar, fatos e conceitos concretizados e adquiridos respectivamente. 
Veja que quanto mais antiga uma árvore, mais largo é seu tronco. Na vida, a mesma 
coisa acontece: quanto mais experiência, mais conhecimento. É o famoso “Saber”.
Então, faço a pergunta: o que você sabe sobre sua carreira e ou atuação 
profissional? Como está o seu tronco? 
Um tronco fraco, os ventos da competição o levam ao chão? Então, fortalecer 
esse tronco depende de cada um. 
Copa
Corresponde às habilidades, ou seja, à capacidade de fazer e domínio de técnicas 
especiais. É o que podemos chamar de “o seu talento”. É o que podemos chamar 
de “o saber fazer”. Esse quesito, quanto mais se pratica, mais hábil ficará.
Aqui, quero pedir licença para distinguir o “saber” de o “saber fazer”. 
Veja que o primeiro saber está na linha de conhecer e o segundo no sentido 
de colocar em prática: podemos perfeitamente conhecer e não saber colocar em 
prática! 
Por exemplo: eu li uma receita de bolo de guaraná; aliás, é uma delícia. Assim, 
se alguém perguntar se eu conheço alguma receita de bolo de guaraná, vou dizer 
que sim. Agora, se pedirem para eu fazer, aí já são outras dificuldades. Certamente 
eu não conseguirei colocar em prática.
E aí, entenderam? 
E digo mais, a dona Milô, que trabalha em minha casa, não sabe ler. Então, ela 
não conhece a receita, mas, se eu ler para ela, ela vai fazer muito melhor que eu. 
Em outras palavras, eu tenho o conhecimento; ela, a habilidade. 
Concorda?
8
9
Para ampliar essa nossa discussão, vamos avaliar um pouco as competências 
necessárias em algumas empresas.
Essas competências foram enumeradas em empresas de diversos segmentos, 
como forma de direcionar a construção de meios para desenvolvê-las e, assim, 
ampliar os resultados. 
Vamos tratar sempre em três segmentos: Empresa Pública, Serviços e Indústrias. 
Observação
Não estamos aqui enumerando todas as competências, mas, sim, as consideradas 
mais importantes e ou necessárias para melhorar o desempenho. 
Empresas Competências
Empresa Pública Capacidade de trabalhar sob pressão
Prestação de Serviços Capacidade empreendedora
Indústria Autodesenvolvimento e gestão do conhecimento
Mas o que é cada uma dessas competências?
Vamos explorar cada uma delas! 
 Capacidade de trabalhar sob pressão
Sei que você deve estar ponderando que essa competência não é exclusiva da 
área pública, que está presente também nas outras áreas, e digo que você está 
certo, mas, nas outras áreas, não é a prioridade, e estamos trabalhando nesse 
sentido, de prioridade. 
Então, trabalhar sob pressão o que é? 
É a capacidade de identificar prioridades e garantir resultados, definindo as 
melhores ações, mesmo em condições adversas, mantendo o equilíbrio pessoal e 
obedecendo ao binômio qualidade e prazos. 
A áreapública, mesmo diante do excesso de trabalho, e com poucos recursos, 
deve buscar fazer o melhor possível, sem se estressar e ou se irritar. 
Capacidade empreendedora
É possível ter comportamento empreendedor, mesmo sendo funcionário de uma 
empresa, mas não necessariamente é preciso ser empresário para isso. 
O comportamento empreendedor faz com que se enxerguem oportunidades 
nas quais todos vejam ameaças; faz abrir espaço onde não existe, faz procurar 
resultado positivo onde todos obtêm resultados negativos. 
9
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Gosto de separar esse pensamento em duas partes; temos aqueles profissionais 
que não saíram do pensamento da “Escravidão”, que tinha como característica o 
comportamento “servidor”: alguém manda e eu obedeço exatamente ao que foi 
mandado. Não me arrisco a pensar, pois pensar seria punido com chibatadas. 
O profissional com essa mente, por exemplo, age assim: 
– Um cliente pergunta a um vendedor: moço, por favor, aqui tem camiseta 
branca da Hering? 
O vendedor responde:
– Não, infelizmente não tenho! 
– Ok, obrigado, diz o cliente. E sai da loja. 
O gerente viu a cena de longe e perguntou:
– Paulo, o que o cliente queria? 
– Ele queria uma camiseta com a qual nós não trabalhamos! Por quê?, diz Paulo.
– Nada, não! Só pensei se não poderíamos oferecer alguma outra coisa. 
– Se você quer vender, é só ter na loja aquilo que o cliente quer.
E a conversa se encerrou. 
Veja, é um vendedor com pensamento limitado. Não estou aqui fazendo alusão 
ao pensamento escravo voltado para cor ou raça; por favor, não vamos associar a 
isso, e sim ao modelo servidor que caracteriza a escravidão. 
Agora, podemos ver outra situação, na qual uma cliente faz a mesma pergunta 
sobre a camiseta e a resposta foi:
– Senhora, essa camiseta seria para qual fim? Para ir à Escola? 
– Sim, diz a cliente.
O funcionário, então, pondera: 
– Por favor, venha por aqui. Deixa eu te mostrar. Temos essa outra marca. É 
toda branca, de boa qualidade e tem o número que a senhora quer. 
A cliente, então, diz que quer uma, e o funcionário pondera:
– Senhora, estamos em um período de chuvas e a camiseta é branca, suja fácil. 
A senhora vai querer só uma mesmo? Afinal, crianças não param, né? 
Ela sorri e diz:
– Tem razão. Vou levar três. 
E nessa conversa percebe que a loja também tem o tênis preto de sola laranja 
que a Escola solicitou e o inclui na compra.
10
11
Percebe, ainda, que há um setor de material escolar e entrega a lista ao 
funcionário; percebe que a Loja tem um sistema de cartão de crédito, faz a proposta, 
que é aprovada, e sai da Loja com tudo que precisa, sem retirar imediatamente um 
centavo do bolso. 
No vencimento da primeira fatura, a cliente vai à Loja pagar e, ao conversar 
com o funcionário, que agora é seu amigo, percebe que a parte financeira da 
empresa administra uma carteira de Previdência Privada associada a um grande 
Banco, e faz Previdência Privada para seus dois filhos.
Então, e aí? 
Percebeu a diferença entre postura empreendedora e postura servil? 
Quem é você? O empreendedor ou o servil?
Mas afinal, o que é capacidade empreendedora? 
Pode-se definir como sendo a facilidade para identificar novas oportunidades 
de ação e capacidade de propor e implementar soluções para os problemas e as 
necessidades que se apresentam, de forma assertiva e adequada ao contexto.
Autodesenvolvimento e gestão do conhecimento
Capacidade de aceitar as próprias necessidades de desenvolvimento e de 
investir tempo e energia no aprendizado contínuo. Isso em todas as limitações, 
pois é o primeiro passo para mudar é aceitar a fraqueza e/ou a limitação, seja ela 
tecnológica, pessoal ou interpessoal.
Empresas Competências
Empresa Pública Comunicação
Prestação de Serviços Capacidade negocial
Indústria Capacidade empreendedora
Temos aqui a segunda linha na ordem de importância de competências por setor. 
Então, por que a comunicação seria importante para qualquer uma das áreas? 
Vejamos!
Comunicação e interação
É a capacidade de interagir com os outros, apresentando facilidade para ouvir, 
processar e compreender a mensagem; capacidade para transmitir e argumentar 
com coerência e clareza, promovendo feedback sempre que necessário.
Avalie como você se enxerga no processo de comunicação. Percebe suas 
limitações? E suas potencialidades? 
Como fazer essa avaliação? 
11
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Dica: responda às seguintes perguntas:
 · Quando você explica algo para outra pessoa, seja um colega de aula, seja 
um Seminário na escola, seja para seus familiares, eles entendem com 
facilidade?; 
 · Ou complementam com perguntas para atingirem a compreensão?; 
 · Ou, ainda, mesmo com questionamentos não compreendem bem e vão 
confirmar com terceiros?;
 · Nas conversas pessoais, as pessoas se prendem em suas ponderações?
Capacidade negocial
Diante do ambiente complexo das organizações, é comum divergências de 
interesses, tanto com agentes externos, como fornecedores e clientes, como com 
agentes internos, que seriam os departamentos e ou setores funcionais da empresa. 
Essa divergência é vivenciada de forma a buscar “competições” internas e 
externas, trazendo melhores resultados para aqueles que conseguem se expor, 
demonstrar suas percepções sobre determinados temas e, assim, aquele com maior 
capacidade argumentativa terá melhores resultados. 
Mas então, o que é capacidade negocial?
É a capacidade de se expressar e ouvir o outro, buscando o equilíbrio de soluções 
satisfatórias nas propostas apresentadas pelas partes. 
Cada um tem seu estilo de negociação; alguns são mais democráticos; outros 
são mais liberais, mas todos com o mesmo objetivo: alcançar resultado satisfatório.
O item capacidade empreendedora já foi abordado acima, mas, veja que é 
também um atributo importante na Indústria, pois criatividade e pró-atividade é 
importante em qualquer tipo de empresa.
O terceiro item apontado como importantes em term os de competências está 
na planilha a seguir:
Empresas Competências
Empresa Pública Criatividade
Prestação de Serviços Capacidade de trabalhar sob pressão
Indústria Capacidade de trabalhar sob pressão
Desses três itens, o único que ainda não tratamos foi a criatividade; os outros 
dois aqui apontados já foram tratados, mas, veja que tinham ou estavam em grau 
de importância diferente, e isso vale para qualquer tipo de negócio.
As competências necessárias terão graus de importância distintos; o importante 
é conhecer cada uma delas.
12
13
Mas afinal, o que é criatividade? 
Vou contar uma história para ilustrar essa situação. 
Uma empresa do segmento de produtos de higiene estava enfrentando um 
problema muito sério no segmento de creme dental. Estavam aumentando a cada 
dia as devoluções e as reclamações por parte dos maiores supermercados que 
compravam seus produtos. O problema era basicamente tubos vazios e lacrados. 
Quando um cliente detectava o problema, devolvia o lote de carregamento inteiro, 
ocasionando grande prejuízo, pois teria de arcar com os custos da devolução, e 
muitos clientes cancelavam os pedidos. 
Essa empresa, preocupada com as repetidas vezes da ocorrência, reuniu seu mais 
alto escalão, os diretores de diversas áreas: Engenharia de Produtos, Engenharia de 
Produção, de Marketing e Financeiro. 
Expôs o problema e deu uma meta: quero devolução zero no mês que vem. Sem 
conversa!
Os engenheiros se reuniam, desenvolveram um projeto audacioso, uma esteira 
automatizada e com balança de precisão, com braço mecânico, na qual cada vez 
que um tubo vazio passasse, um braço era acionado e o retirava da linha o tubo. 
O projeto custou U$ 8 milhões de dólares, ficou em teste sendo acompanhado 
por três meses, e retorno zero; meta cumpridae situação resolvida.
Os engenheiros se afastaram do setor por mais três meses e depois retornaram 
para verificar o andamento do projeto: o grande susto foi verificar o equipamento 
desligado!
Irritados, chamaram a equipe da linha de produção e perguntaram: quem é o 
responsável pelo desligamento do equipamento? 
Os operários, um tanto assustados, responderam, fomos todos nós senhor. 
Indignado o engenheiro falou: por que fizeram isso? Vocês não sabem quanto isso 
custou? Não sabem dos resultados obtidos? 
– Sim, senhor, nós sabemos. Mas é que demos nosso jeito. 
– Mas que jeito foi esse? Que absurdo! Quem permitiu?
– Senhor, esse equipamento dá muito trabalho para equalizar a precisão para 
pesar, tem de ser testado todo dia. Isso atrapalha o serviço. 
– Quem é você para discutir com engenheiros? Mas está bom, o que vocês 
fizeram? Que jeito foi dado? 
– Senhor, fizemos uma vaquinha, deu U$ 8,00 dólares para cada um, somos 
dez, compramos um ventilador de grande porte por U$ 80,00 e colocamos aqui 
ligado na velocidade máxima; assim, cada vez que passa uma caixa vazia, o vento 
tira a caixa da linha.
13
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
 Alunos, e aí, o que vocês acham do conceito criatividade? 
Mas vamos lá, o que é criatividade? 
É a capacidade de conceber soluções inovadoras, viáveis e adequadas para as 
situações apresentadas. 
Na sequência, vamos tratar de mais algumas competências, mas, vamos fazer 
de forma diferente.
Vamos propor todas em uma Tabela e depois tratar de cada uma 
das competências.
Até aqui, achei importante discutir ponto a ponto, mas, agora, vamos juntar as 
informações e tratar delas depois.
Vamos lá!
Competências por setor
Empresa Pública Prestação de serviços Indústria
Gerenciamento de talentos Comunicação Comunicação
Liderança Criatividade Criatividade
Motivação Liderança Cultura da qualidade
Negociação Motivação Gestão de processos
Planejamento Tomada de decisão Gestão de resultados
Trabalho em equipe Visão sistêmica Liderança
Visão sistêmica Liderança
Então, como você percebe essas competências? Seriam importantes no 
seu trabalho?
Coloque-as em ordem de importância como exercício de reflexão. 
Vamos, então, detalhar cada uma delas? 
Cultura de qualidade
Entender o que é qualidade e espalhar o conceito pela empresa é fundamental 
e responder à pergunta “o que é qualidade” é crucial. Cada autor tem uma 
definição diferente, mas podemos ter um conceito que é defendido pela maioria 
dos pesquisadores.
Essa definição coloca a cultura da qualidade como a postura orientada para a 
busca contínua das satisfações das necessidades e superação das expectativas dos 
clientes internos e externos.
14
15
Gestão de resultados
Tenho recebido muitos relatos de alunos exaustos que apontam o trabalho 
como o motivo do cansaço. Dizem não ter tempo nem para comer, não tem folga, 
suam a camisa, dão o sangue pela Empresa e não são reconhecidos. 
Tentando ajudar, pergunto: você corre muito, mas, faz a coisa certa? Faz o que 
a empresa precisa, do jeito que precisa? Correr talvez não seja o que ela quer; já 
pensou nisso? 
E assim conto mais uma história.
João trabalhava em uma empresa de serviços que estava em expansão. Isso era 
motivo de alegria e já estava há três anos na Empresa. Mas João viu um novato 
com três meses de casa assumir um cargo novo em que ganharia o dobro do seu 
salário. Ficou inconformado e chamou o chefe para uma conversa.
Foi até sua sala e disse:
– Chefe, estou furioso! Preciso conversar.
O chefe, muito astuto, já imaginou o que seria e disse:
– João, que bom! Também quero conversar com você. Mas antes, peço um 
favor: estou querendo dar sobremesa para os funcionários após o almoço. Você 
pode ver aqui na quitanda ao lado quanto está o abacaxi? 
João, sem entender, foi rapidamente. Como de costume, gosta de ser sempre 
o primeiro a fazer qualquer coisa e nunca perde prazo. Em exatos sete minutos 
estava João de volta e disse:
– Chefe, tem, sim, abacaxi. 
O chefe então perguntou: 
– João, quanto está o abacaxi? 
– Não perguntei, disse João!
– E tinha quantidade para todos nós? 
– Também não sei!
– E se não houver, será que há alguma outra fruta que tenha em volume suficiente 
que possa substituir o abacaxi? 
João disse:
– Não sei! 
Então, o chefe disse:
– João senta aí, só um minuto. 
15
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Chamou o Paulo, funcionário novo, e fez o mesmo pedido. 
Paulo, então, levou aproximadamente 15 minutos. O dobro do tempo de João, 
mas voltou e disse:
– Chefe: o abacaxi está R$ 40,00 a caixa; por ser em atacado, farão desconto de 
10%, se for a vista. Caso queira mesclar, tem também maçã e pêra, em quantidade 
que nos abastece com tranquilidade. E como disse que era para a Empresa, eles 
entregam aqui na porta, sem cobrar nada. Assim, deixei reservado. É só o senhor 
ligar e confirmar o pedido. 
– Ok, Paulo, obrigado. Qualquer coisa, te chamo.
O chefe se voltou e disse: 
– João o que queria mesmo? 
João disse:
– Nada não, chefe. Deixa eu ir trabalhar. 
Então, o que percebeu? 
Sabe o que realmente importa? Não é o tanto que você corre, mas sim o 
resultado que você proporciona. 
Concorda? 
Então, o que é gestão dos resultados? 
É a capacidade de contribuir para a formulação de estratégias, de definir planos 
de ações decorrentes do posicionamento estratégico da Empresa para sua unidade, 
de estabelecer e operar um sistema eficaz de medição do desempenho para o 
alcance das metas e dos objetivos definidos.
Gestão de processos 
Entender as coisas por etapas é uma tarefa muito importante para desenvolver a 
capacidade de planejar e executar as ações. Tudo em uma organização requer que 
se tenha o mínimo de conhecimento dos processos a serem seguidos. Qualquer 
mudança nas operações pode comprometer o resultado. 
Por exemplo, como você proporia uma atividade nova para alunos de Educação 
a Distância? 
Imagine que essa seja uma solicitação feita a você no Curso que você estuda.
Do que precisaria? 
1. Saber o cenário do curso;
2. Saber as formas de transmissão dos conteúdos;
3. Conhecer os envolvidos na produção de material;
16
17
4. Conhecer o calendário de oferta. 
Assim, deveria: descrever o processo, gravar orientação, qualificar tutores, 
explicar para o professor da Disciplina e comunicar a equipe de publicação. 
Se esquecer de avisar um dos envolvidos, teríamos problemas na execução das 
tarefas e, por consequência, insatisfação dos alunos.
Mas, afinal, o que é a gestão de processos? 
É a capacidade de estruturar e integrar as atividades, produtos e serviços de 
sua unidade aos da Organização, mantendo o foco no cliente, destacando o 
planejamento, a execução, a avaliação e as melhorias para atender às necessidades 
dele e minimizar recursos financeiros, contribuindo para aprimorar o desempenho 
global e alcançar os objetivos organizacionais. 
Parece ser uma competência desenvolvida naturalmente, mas não é; um 
profissional que não tenha essa competência desenvolvida gera sérios problemas 
em qualquer projeto que venha a executar. 
Então, desenvolvê-la amplia o número de pessoas com capacitação de gestão 
na organização.
Gerenciamento de talentos 
Trabalhar com pessoas é uma das atividades mais complexas da atuação 
profissional, principalmente, no que se refere aos cargos que lideram grupos, 
pois, além de ter como função perceber o perfil necessário para cada uma 
das funções existentes em sua área, deve enxergar esse perfil nas pessoas que 
compõem o seu Quadro. 
É comum se encontrar no dilema entre escolher um profissional que tenha 
habilidade técnica e não tenha habilidade humana desenvolvida e um que tenha a 
habilidade humana que você precisa, mas não tem a habilidade técnica.Qual seria sua escolha nessa hora? 
Desenvolver talento não é a única dificuldade, que começa na Seleção: o gestor 
precisa ter a habilidade de enxergar as qualidades que às vezes nem a própria 
pessoa sabe que possui. 
Uma vez que o identificou e o contratou, deve mantê-lo, pois na aquisição de 
pessoas qualificadas também há competição. 
Mas, afinal, o que é gestão de talentos? 
É a capacidade de avaliar o colaborador, identificar necessidades de 
desenvolvimento e traçar planos de capacitação, responsabilizando-se pela 
formação e pela carreira de sua equipe.
17
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Um gestor que não tenha essa habilidade trará como resultado uma rotatividade 
muito grande, terá dificuldades para manter pessoas qualificadas motivadas e, 
assim, serão assediados pelo mercado e abandonarão a empresa.
Liderança
O que é essa competência? Como perceber um profissional que não a tenha? 
Muito simples, o líder conduz, motiva e cria situações para que a equipe atinja os 
resultados esperados. O líder se diferencia do chefe tradicional ao ter a equipe nas 
mãos, faz com que todos deem o máximo, sem sentir a pressão do trabalho ou, se 
sentirem, não param até que o resultado seja atingido.
Mas, afinal, o que é essa competência da liderança? 
É a capacidade de catalisar os esforços grupais, de modo a atingir ou superar os 
objetivos organizacionais, estabelecendo um clima motivador, formando parcerias 
e estimulando o desenvolvimento da equipe. 
E muitos são os jogos empresariais que tem a capacidade de desenvolver essa 
competência, tão importante para a gestão de pessoas. 
Organização
Nos estudos sobre os papéis da administração, alguns autores, como Chiavenato 
(2007), dizem que o primeiro papel é o de planejar, que é traçar aonde e como 
chegar; o segundo papel é a organização, que é criar condições para que o 
planejamento seja atingido de forma segura e com menos esforço possível. 
É a arte de distribuir os recursos de forma a facilitar a obtenção dos resultados 
e, ao falar de recursos, nós nos referimos aos recursos humanos, materiais, 
patrimoniais, financeiros e tecnológicos. 
Assim, podemos definir a competência organização como a capacidade de 
organizar as ações de acordo com o planejado, de forma a facilitar a execução. 
A falta dessa competência dificulta obter resultados e, muitas vezes, tarefas 
simples se complicam por falta dessa habilidade.
Planejamento
Uma competência das mais importantes para a gestão empresarial, planejar é 
pensar o que quer antes de fazer, como quer e o que fazer para atingir os objetivos. 
A ausência dessa competência faz com que simplesmente se saia executando, 
deparando-se com os problemas na medida em que eles vão surgindo e, assim, 
trabalham somente apagando incêndios, o que toma a maior parte do tempo e a 
sensação de trabalhar muito, e não se resume em resultados práticos. 
18
19
Essa habilidade de planejar você pratica todos os dias. Sabe, por exemplo, onde 
trabalha ou estuda, sabe o tempo que leva até chegar ao local. 
Então, como é seu pensamento? 
Se levo 40 minutos até meu trabalho, se eu acordar às seis da manhã, até as seis 
e trinta estou trocado; até as quinze para as sete faço o meu desjejum, e as sete 
saio de casa; pego o Metrô, que é mais rápido, e chego ao meu local de trabalho 
às quinze para as oito; bato meu cartão e inicio meu trabalho.
Isso é planejar. E se algo der errado, como, por exemplo, acordar uns 20 minutos 
mais tarde, tudo que planejou terá de ser repensado. 
Como se identifica alguém que não tenha essa habilidade? 
Muito simples, está sempre fora de prazo, sempre atrasado.
Então, como podemos definir a competência planejamento?
É a capacidade de planejar e organizar as ações para o trabalho, atingindo 
resultados mediante o estabelecimento de prioridades, metas tangíveis, mesuráveis 
e de acordo com critérios de desempenho válido. 
E, da mesma forma que a liderança, essa competência é amplamente trabalhada 
por inúmeros Jogos Empresariais, pois tudo que vai se praticar deve ter o mínimo 
de planejamento. 
Relacionamento interpessoal
Gerenciar conflitos é uma dificuldade muito comum no ambiente empresarial, 
por um motivo muito simples: dificuldade de ser contrariado, colocando os 
envolvidos em verdadeiros embates. 
Interagir com grupos é uma das maiores dificuldades, pois nem sempre 
sabemos se a forma como estamos agindo está agradando ou não. Cada grupo 
tem suas especificidades, e a habilidade de entendê-la e de buscar meios de interagir 
de forma a agregar é sempre muito complexa.
Essa competência se resume na habilidade para interagir de forma 
empática, inclusive em situações conflitantes, demonstrando atitudes assertivas, 
comportamentos maduros e não compatíveis. 
Tomada de decisão
Essa é uma competência que deve ser desenvolvida, seja lá qual for o nível de 
atuação, e está intimamente ligada à segurança para agir, que se relaciona ao grau 
de conhecimento que se tenha da atividade.
19
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
É uma competência que desenvolve a capacidade de buscar e selecionar 
alternativas, identificando aquela que garanta os melhores resultados, cumprindo 
prazos definidos e considerando limites e riscos. 
Então, primeiro encontrar as opções, depois escolher e, ainda, implementar a 
decisão, não é tarefa fácil, mas jogos de empresas dos mais variados atendem a 
esses objetivos. 
Trabalho em equipe
O vídeo a seguir, da Siamar, “O problema não é meu”, trata muito bem essa 
temática. Trabalho em equipe não é a primeira opção das pessoas na maioria das 
situações. Temos como hábito atuar em nossos setores, sem olhar para os demais .
Veja esse vídeo e reflita: qual o papel da atuação em equipe? O que é essa competência? 
https://goo.gl/Rxh8CT
Ex
pl
or
É a capacidade de desenvolver ações compartilhadas, catalisando esforços por 
meio de cooperação mútua.
Visão sistêmica
A fala de que toda ação resulta em uma reação é conhecida, mas, na prática, 
não temos noção do significado da palavra reação, pois essa nem sempre ocorre 
no local em que agiu. 
Uma empresa é muito mais complexa do que se enxerga. Uma ação em um 
setor vai trazer resultados em outras áreas; então, agir de forma que o conjunto 
possa ter um futuro mais seguro é que o conceito de sistema proporciona na 
atividade de gestão.
Veja o vídeo “Quem mexeu no meu queijo”. É um relato fiel dos erros que cometemos, ao agir 
olhando somente o momento e o local envolvidos, o que compromete os resultados futuros: 
 https://goo.gl/UOUjOj
Ex
pl
or
Mas, afinal, o que é a competência da visão sistêmica?
É a capacidade de perceber a interação e a interdependência das partes que 
compõem o todo, visualizando tendências e possíveis ações que influenciem 
o futuro.
Essa Unidade tem como objetivo discutir as competências possíveis, algumas, é 
claro, podem ser desenvolvidas por meio de Jogos de Empresas.
20
21
Ao ser questionado sobre o que pretende com a ferramenta, será importante 
ter bem definido o que precisa desenvolver e, assim, escolher a ferramenta que 
atenda a suas necessidades, eleve as habilidades do pessoal atuante na Empresa e 
proporcione maiores resultados.
21
UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Trabalho em equipe
https://youtu.be/4RZnkkMGKIQ
Janela de Johari
https://youtu.be/Oj9dfgU1wAI
22
23
Referências
ALMEIDA, Fernando C. Experiências no uso de Jogos de Empresas no ensino 
de Administração. Disponível em: <www.ead.fea.usp.br/semead/3semead/pdf/
ensino>. Acesso em: 28 maio 2016.
BARTH, Peter; MARTINS, Roberto. Aprendizagem vivencial em treinamento e 
educação. Petrópolis: Intercultural, 1996.
COSTA,E. A.; BOTTURA, C. P. A Matriz de Jogos Estratégicos (MJE) como uma 
nova ferramenta para gestão estratégica via teoria dos jogos. 2006. Sistemas & 
Gestão, v.1 (1): p.17-41. In: <http://www.latec.com.br/sg/arevista/Volume1/
Numero1/ V1_1_index.htm>.
ELGOOD, C. Manual de jogos de treinamento. São Paulo: Siamar, 1987.
GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresa. São Paulo: Makron 
Books, 2007.
JOHNSSON, Marcelo Evandro. A Aplicação de Jogos de Empresas e o 
Aprendizado do Processo de Gestão Empresarial. 2001. Dissertação (Mestrado). 
Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina, 2001.
LOPES, Paulo da Costa. Jogo de Empresas Geral: a perspectiva do animador com 
a utilização na pós-graduação lato sensu. In: XXV Encontro Nacional da Associação 
Nacional dos Programas de Pós-graduação em Administração, 2001, Campinas. 
Anais do XXV ENANPAD, 2001. v. 1.
23

Continue navegando