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TEORIA GERAL DO PROCESSO

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A AUTOTUTELA É ADMITIDA PELO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
R: A autotutela, no Brasil, é definida como crime quando praticada pelo particular ou mesmo quando praticada por autoridade pública. Permite-se, excepcionalmente, a autotutela diante da: Impossibilidade da presença do Estado-Juiz, sempre que um direito seja violado ou está para ser violado e; Ausência de confiança de cada um no altruísmo alheio, inspirador de uma possível autocomposição. 
Exemplos: A legítima defesa (inciso I do art. 188 do CC) e o direito conferido às vítimas da turbação ou do esbulho de tentarem recuperar o bem atingido por uma dessas modalidades de agressão, sem a interferência de representante do Estado, desde que o façam com moderação e imediatamente após a agressão (§ 1º do art. 1.210 do CC). O nosso ordenamento jurídico, portanto, legitima a possibilidade de seus cidadãos resolverem algumas questões por sua própria força, sem a interferência do Estado.
QUAIS AS FORMAS DE AUTOCOMPOSIÇÃO?
R: Desistência: renúncia à pretensão, art. 487, III, alínea “c”, CPC;
 Submissão: renúncia à resistência oferecida à pretensão do outro, art. 487, III, alínea “a”, CPC; e, 
 Transação: concessões recíprocas, art. 487, III, alínea “b”, CPC.
DIFERENCIE O DIREITO MATERIAL E O DIREITO PROCESSUAL.
R: Direito Material, trata-se do corpo de normas que regulam as relações jurídicas que dizem respeito a bens e utilidades da vida. 
Direito Processual, configura a atividade conjugada da jurisdição pelo Estado-Juiz, ação do demandante e defesa do demandado.
EXPLIQUE PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL DO JUIZ.
R: De acordo com o art. 492 do CPC, veda-se a formação de um convencimento arbitrário do juiz, pois, apesar do juiz ter liberdade para tomar sua convicção, ele deve respeitar os fatos contidos nos autos, as provas, as regras legais, como a utilização das máximas de experiência. O juiz deve também fundamentar a sua decisão, para que ela não seja nula, art. 371, CPC.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS.
R: Em consonância com o art. 93, IX da Lei Maior, o magistrado tem a obrigação de fundamentar suas decisões sob pena de nulidade, sendo esta uma garantia para as partes (pensamento tradicional), dando a elas a possibilidade de recurso. Atualmente observamos outra função para esse princípio, é a função política, onde pode ser verificado se ao fundamentar a sua decisão o juiz agiu com imparcialidade, legalidade e se houve justiça nas decisões. Dessa forma, a população passa a controlar a atividade jurisdicional.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.
R: Os atos processuais devem ser públicos para que assim haja uma garantia para o indivíduo, viabilizando a fiscalização popular do magistrado, do representante do Ministério Público, dos auxiliares da justiça e dos advogados. Tal princípio está garantido pelo art. 5°, LX, CF /1988. Os arts. 8º e 11 do CPC reafirmam essa exigência. Temos exceção a isso na legislação que é a publicidade restrita, onde os atos serão públicos apenas para às partes, ao magistrado, ao representante do Ministério Público, auxiliares da justiça e outros que demonstrando interesse possam conhecer os autos. Pela CF a publicidade restrita ocorre nos casos em que deve haver proteção ao interesse público, ao interesse social e decoro (artigo 189 CPC).
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL.
R: Todos os que participam da relação processual tem o dever de lealdade, ou seja, não podem utilizar artifícios fraudulentos, art. 5º, LVI, CF. O desrespeito a este princípio gera a litigância de má-fé, ao qual correspondem sanções penais que condenam em relação à prática de atos abusivos que não correspondam à verdade.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL.
R: Preconiza o máximo de resultado com o mínimo de emprego possível de atos processuais, para que haja uma maior rapidez, gerando o princípio da celeridade processual, art. 5º, CPC.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE.
R: É necessário que o juiz seja imparcial para que a relação processual seja válida. O juiz deve se colocar entre as partes e acima delas, para que assim seja considerado subjetivamente capaz. Trata-se de princípio constitucional preceituado no art. 95 da Constituição Federal. A decisão de apresentar estes pontos pauta-se pela necessidade de compreender a atuação judicial em consonância com a realidade contemporânea do complexo Estado brasileiro, que para o desempenho de suas funções reclama do Poder Judiciário, uma atuação dirigente e participativa, condizente com o conceito mais moderno de processo. Nesse sentido, o art. 67 do CPC, preleciona, sabiamente, o dever de colaboração entre as esferas do poder estatal, entregando por meio da legislação objetiva mais uma boa ferramenta para a afirmação da efetividade processual.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA IGUALDADE.
R: As partes e seus procuradores merecem tratamento igualitário, devendo ter as mesmas oportunidades para fazer valer em juízo as suas razões, caso contrário, não haverá equilíbrio da relação processual. A igualdade absoluta acaba trazendo uma desigualdade, por isso devemos suprir as diferenças, alcançado uma igualdade real e proporcional, qual seja, tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da desigualdade, art. 7 e 139, CPC.
O art. 7 do CPC reafirma a aplicação do princípio da isonomia no processo civil, que já consta do inciso I do art. 5º da CF. A paridade processual significa tratar desigualmente pessoas que se encontram em situação processual desigual, já o art. 139 corrobora com a aplicação do princípio da isonomia no âmbito processual, entendida como a exigência de que pessoas desiguais sejam desigualmente tratadas. Algumas prerrogativas são conferidas a determinadas partes, por se encontrarem em situação diferenciada, se comparadas aos seus adversários processuais.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA AÇÃO.
R: O interessado deve provocar a atividade jurisdicional, visando a satisfação de uma pretensão, de modo que o judiciário é inerte, só agindo quando provocado e na medida dessa provocação, art. 5º, XXXV da Constituição Federal e art. 2º, CPC. Nesse sentido, o judiciário não pode julgar “citra petita” (menos que o pedido), “extra petita” (fora do pedido) e “ultra petita” (mais do que foi pedido).
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE E INDISPONIBILIDADE.
R: A base para esses dois princípios é o poder dispositivo, segundo o qual cada indivíduo tem liberdade para exercer ou deixar de exercer seus direitos. No processo civil essa liberdade é quase absoluta, pois trata de direito disponíveis, porém existem exceções, onde o interesse público prevalece sobre o privado. No processo penal a regra é o princípio da indisponibilidade, pois o crime é uma lesão irreparável ao poder coletivo, portanto a pena deve ser reclamada pelo Estado, embora comporte raras exceções Exemplo: Crimes contra a honra.
EXPLIQUE O PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL.
R: O Estado tem interesse na rápida solução dos conflitos, isso significa que cabe ao Estado impulsionar a prática dos atos processuais. A parte não precisa impulsionar o processo de fase em fase para que este caminhe, art. 2º, CPC.
EXPLIQUE AS FUNÇÕES DO ESTADO.
R: Função administrativa: O Poder Executivo tem esta função, porém eventualmente pode exercer função legislativa, função esta atípica, mas que pode ocorrer, como, por exemplo, quando edita medida provisória. Ou seja, é o Poder Executivo legislando.
 Função legislativa: O Poder Legislativo tem esta função típica que é a elaboração das normas, ou seja, da legislação, porém tem também a função atípica de administrar quando, por exemplo, realiza eleições para Presidente do Senado ou Câmara. Também pode exercer função jurisdicional, embora raro, mas temos como exemplo o impeachment do Collor onde o Senado exerceu esta função.
 Função jurisdicional: O Poder Judiciário exerce esta função,mas também tem função atípica administrativa quando, por exemplo, realiza concurso público, afasta servidor. Tem a função atípica de legislar, muito raramente, quando edita resoluções e portarias.
CONCEITUE JURISDIÇÃO.
R: O vocábulo Jurisdição vem do latim juris dicto que quer dizer “diz o direito”. É a função do Estado de resolver os conflitos de interesses, por meio do qual o Estado vai dizer quem tem o direito subjetivo, quem tem o interesse juridicamente protegido.
Os indivíduos têm o direito de exigir do Estado à jurisdição. Ação é o direito de exigir do Estado a jurisdição. Todos nós temos este direito, porém jurisdição não se dá de qualquer forma. Existe um método para isto, que é o processo, que é o meio pelo qual se realiza a jurisdição diante do exercício de uma ação. 
A jurisdição expressa o poder estatal soberano, caracterizado pela capacidade que o Estado tem de decidir imperativamente (aplicar a norma abstrata ao caso concreto) e impor as decisões. Representa, portanto, a figura de um Estado moderno, pois demonstra a força do Estado com atividade jurisdicional.
A JURISDIÇÃO PODE SER CONCEITUADA SOB 3 ASPECTOS: FUNÇÃO, ATIVIDADE E PODER. EXPLIQUE.
R: Como FUNÇÃO a jurisdição é dever do Estado, dever este que consiste em resolver conflitos de interesses. 
Como ATIVIDADE é um conjunto de atos processuais, especialmente de atos praticados pelo juiz. Esse conjunto de atos praticados pelo magistrado caracteriza a jurisdição como atividade. Citem-se, como exemplos, o ato do juiz ao ordenar a citação ou quando profere sentença.
Como PODER a jurisdição é uma manifestação do poder estatal, daí porque jurisdição é imposta. O Estado não pergunta se alguém aceita ou não. É imposto, devido ao poder. Ninguém pode evitar a jurisdição imposta pelo Estado.
DISCORRA SOBRE OS PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO.
R: Princípio da Unidade: significa dizer que a jurisdição é una e indivisível. Não se reparte. O que se divide é a competência e não a jurisdição. Conforme art. 16. CPC, todo juiz tem jurisdição em todo o território nacional, mas não tem competência. O juiz é investido de jurisdição; 
 Princípio da Investidura: exerce atividade jurisdicional quem for regularmente investido no cargo, art. 93, I, CF;
 Princípio da Aderência ao Território: ao exercer sua função o juiz deverá respeitar os limites territoriais estabelecidos pela lei de organização judiciária; 
 Princípio da Indelegabilidade: é vedado a quaisquer dos poderes delegarem suas atribuições, bem como aos juízes. Significa dizer que a jurisdição não pode ser delegada, transferida a ninguém. Não pode o juiz delegar suas funções típicas a outra pessoa ou a outro órgão.
 Princípio do Juiz Natural: garante que o magistrado ao apreciar a causa deve ser imparcial e independente para proferir uma sentença. Está previsto na CF, art.5º, XXXVIII e LIII. Estabelece que não haverá juízo ou tribunal de exceção e ninguém será processado ou sentenciado senão pela autoridade competente, respectivamente. Este princípio é também garantia de imparcialidade. O juiz natural é aquele definido previamente em lei, antes da ocorrência do fato. Não pode ser designando depois para não quebrar a imparcialidade do juiz. Obs.: Juízo ou tribunal de exceção seria um órgão criado após a ocorrência do fato, para avaliar depois. A competência é montada em torno deste princípio, pois sempre antes da ocorrência do fato sabe-se quem será competente. 
 Princípio da Inércia: o juiz deve agir somente quando provocado e na medida dessa provocação. A jurisdição não se movimenta sem a provocação do interessado, art. 2º, CPC. Significa dizer que só se inicia o processo se houver propositura da ação. A atividade jurisdicional não atua se não houver provocação inicial dos interessados e isto indica que o juiz deve aguardar a iniciativa da parte, ou seja, sem a provocação não atuará.
DIFERENCIE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA E CONTENCIOSA.
R: VOLUNTÁRIA: Não há lide e interesses comuns; Não há partes, só interessados; Não há ação, há requerimento; Não há processo, há procedimento; Não há coisa julgada, há preclusão.
CONTENCIOSA: Há lide e conflitos de interesse; Há partes; Há ação; Há processo, pois há contraditório; Há coisa julgada.
CONCEITUE AÇÃO.
R: ação é o direito de pedir a prestação jurisdicional do Estado em um caso concreto. Exercendo o direito de ação provoca-se a atividade jurisdicional que se desenvolve por meio do processo, onde o réu irá completar a relação jurídica e teremos a prática de atos procedimentais, que resultarão na sentença. Ação é, portanto, o direito de exigir do Estado a jurisdição. Todos nós temos este direito, porém jurisdição não se dá de qualquer forma. Existe um método para isto, que é o processo. 
CITE AS TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO E EXPLIQUE A TEORIA MISTA.
R: Teoria clássica ou civilista ou imanentista: a ação não era um direito autônomo. Era apenas um aspecto do direito material, ou seja, a ação fazia parte do direito material, sendo uma coisa só, sem separação. Foi chamada de civilista porque na época foi estudada por eles, não existia ainda a figura do processualista. 
 Teoria da ação como direito concreto (teoria concretista): a ação é um direito autônomo, portanto esta teoria reconhece a autonomia do direito. Para esta teoria o direito de ação só existe para sentença favorável ao autor. Se desfavorável o direito de ação não foi exercido. Só teria ação se o autor tivesse também o direito material porque a sentença é favorável quando o autor tem o direito material (defendida por Chiovenda). 
 Teoria da ação com direito abstrato (teoria abstratista): entende que o direito é exercido contra o Estado e em face do adversário. Para esta teoria a ação é o direito à jurisdição, ou seja, é o direito a uma resposta do Judiciário, favorável ou desfavorável. É o direito de o Judiciário decidir, positiva ou negativamente. Então ação é o direito de exigir uma providência jurisdicional do estado, ou seja, de ver apreciado em Juízo uma pretensão. É o próprio conceito de ação já definido: Público, subjetivo, autônomo e abstrato. 
 Teoria eclética ou MISTA: os adeptos desta teoria admitem o conceito de ação formulado pela teoria do direito abstrato, mas condicionam a existência da ação à presença de alguns requisitos denominados condições da ação, ou seja, aceita a definição de ação como direito público, subjetivo, autônomo e abstrato, mas com condições. É a teoria adotada no Brasil. Seguida pelo CPC.
QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DA AÇÃO? EXPLIQUE-AS.
R: As condições da ação, referem-se aos requisitos que se preenchidos possibilitam o exercício regular da ação e, consequentemente, o exame do mérito. 
Uma das finalidades do processo é julgar o mérito, solucionando o conflito existente, mas, para isso, antes o juiz deve verificar se estão presentes as condições da ação e depois se o pedido é procedente ou improcedente.
 A falta de uma das condições da ação leva o processo à extinção sem resolução de mérito, art. 485, VI, CPC, pois para que o juiz analise o pedido do autor (o mérito) todas as condições devem estar presentes.
Caso não haja essas condições o autor é chamado carecedor do direito de ação, sendo este fenômeno chamado de carência da ação e o processo será extinto sem resolução do mérito, ou seja, será extinto antes mesmo de julgar o mérito. A falta de uma das condições da ação pode ser declarada de ofício (sem requerimento) quando da análise da petição inicial, conforme art. 330 do CPC ou alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. 
São condições da ação: interesse de agir e legitimidade de partes, art. 17 e 18 do CPC: INTERESSE DE AGIR: ao ajuizar a ação, deve-se preencher dois interesses segundo a doutrina, o interesse primário, que é o interesse no direito material, e o interesse secundário, que é o interesse de agir, ou seja, a participação do Estado para alcançar esta pretensão baseada na lei. O interessede agir consiste na utilidade da jurisdição, vale dizer, a jurisdição deve ser apta a produzir alguma vantagem jurídica.
LEGITIMIDADE: a regra é a legitimidade ordinária, onde em nome próprio defende-se interesse próprio, dividindo-se em legitimidade ativa (autor) e legitimidade passiva (réu). Excepcionalmente, o legislador permite a legitimidade extraordinária, que é aquela em que em nome próprio se defende interesse alheio. Cite-se como exemplo, no Código de Defesa do Consumidor em que o Ministério Público tem legitimidade conferida por lei para defesa dos consumidores. MP não é o titular porque o titular é o consumidor, mas o MP tem legitimidade extraordinária.
DIFERENCIE LEGITIMIDADE ORDINÁRIA DA LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA. 
R: LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: defende-se interesse próprio, dividindo-se em legitimidade ativa (autor) e legitimidade passiva (réu). Excepcionalmente, o legislador permite a legitimidade extraordinária, que é aquela em que em nome próprio se defende interesse alheio. Cite-se como exemplo, no Código de Defesa do Consumidor em que o Ministério Público tem legitimidade conferida por lei para defesa dos consumidores.
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: aquele que em nome próprio defende interesse alheio é o substituto legal ou substituto processual.
O QUE É PROCESSO?
R: É o meio pelo qual se realiza a jurisdição diante do exercício de uma ação. Hoje se entende o processo como relação jurídica processual existente entre autor, réu e juiz. É uma relação triangular. É o caminho utilizado para a composição da lide, sendo, portanto, um instrumento para alcançar a pacificação social e para o exercício da atividade jurisdicional.
CONCEITUE LIDE.
R: segundo o conceito tradicional de Carnelutti, é o conflito de interesses, caracterizado pela pretensão do autor e pela resistência do réu. Para alguns juristas brasileiros lide é pretensão resistida. É o conflito que dá origem ao processo, mas não é o processo. Reflete-se no pedido do autor. O processo não deve ser confundido com procedimento.
O QUE É PROCEDIMENTO?
R: é o meio pelo qual o processo é instaurado. É o aspecto formal do Direito, representado pela sucessão de atos, envolvendo desde a petição inicial à sentença.
QUAIS SÃO AS FORMAS PROCEDIMENTAIS EXISTENTES? EXPLIQUE DUAS DELAS.
R: Analisa-se, primeiro, qual é o processo e depois pela lei, verifica-se o procedimento, desse modo, é a lei que define qual é o procedimento. Temos os procedimentos especiais que podem ser de jurisdição contenciosa ou voluntária e o procedimento comum. Temos, ainda, o procedimento sumaríssimo, aplicado aos juizados especiais tanto na esfera cível como na esfera penal; procedimento este regulamentado pela Lei 9.099/95. Como saber qual é o procedimento? Na realidade é pela lei e pela exclusão. A lei define o procedimento especial, o comum e o sumaríssimo. 
Procedimento Comum: é o que se aplica às causas em que a lei não especificou outra forma, portanto, o critério de sua aplicação é residual, ou seja, insere-se às causas que a legislação não determinou procedimento especial ou sumaríssimo. 
Procedimento Sumaríssimo: é o procedimento regido pela Lei 9.099/05, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Esses juizados foram criados para conciliação, processo e julgamento de causas de menor complexidade. 
Procedimentos especiais: são diferenciados, distintos uns dos outros, previstos em lei para determinados direitos. No CPC estão dispostos vários procedimentos especiais, mas existem alguns procedimentos previstos em legislação especial.
QUANDO SE FARÁ NECESSÁRIA A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO? ELE GOZARÁ DE PRAZOS DIFERENCIADOS?
R: O Ministério Público tem legitimação para oficiar em processos devido ao art. 127 e 129 da Constituição Federal. Tem como função a defesa dos interesses públicos, sociais, difusos e coletivos. 
Participará do processo ou como parte ou como fiscal da lei e tem prazos processuais diferenciados (contagem em dobro – art. 180 do CPC), exceto quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
O QUE SÃO PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS?
R: São requisitos para a existência e a validade da relação jurídica processual, vale dizer, do processo. A falta de um pressuposto processual pode ser alegada ou declarada de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição, gerando a extinção do processo sem resolução do mérito, art. 485, CPC.
O juiz verifica se os pressupostos e as condições da ação foram preenchidos. Se presentes o juiz passa a examinar o mérito, que é o mesmo que pedido. Se ausentes ou se faltar algum, o processo é extinto sem julgamento do mérito. 
Os pressupostos processuais e as condições da ação compõem a admissibilidade (ou juízo de admissibilidade). Funcionam como uma espécie de filtro. 
Alguns autores alegam que as condições da ação, os pressupostos processuais e o mérito formam um trinômio processual.
EXPLIQUE OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA E DE VALIDADE.
R: Pressupostos processuais de existência: Determinam a existência da relação processual e exigem requisitos para existir que são: petição inicial, jurisdição, citação e capacidade postulatória que é a representação do autor. São intrínsecos, ou seja, presente no interior do processo.
Pressupostos processuais de validade: São requisitos que servem para proporcionar o desenvolvimento válido do processo e regular a relação processual, sem os quais a relação jurídica existe, mas não será válida, ou seja, não surtirá efeito. São eles: petição inicial apta, citação válida, competência do juízo e imparcialidade do juiz, capacidade processual, capacidade postulatória e legitimação processual e inexistência de óbice processual como perempção, litispendência ou coisa julgada (que são os pressupostos negativos).
CITE QUAIS SÃO OS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS NEGATIVOS.
R: Também chamados de extrínsecos ao processo. Na presença de um deles, o processo é inválido. Temos como pressupostos negativos a litispendência, coisa julgada, perempção e a convenção de arbitragem. Litispendência, Coisa Julgada, Perempção, Convenção de arbitragem.
DIFERENCIE COISA JULGADA DE LITISPENDÊNCIA.
R: Coisa Julgada se dá quando duas ações são propostas com os mesmos elementos, mas o primeiro processo já se encerrou com o julgamento de mérito. Quando isto ocorre impede propositura de uma ação, pois existe outra já decidida.
Litispendência se dá quando duas ações possuem os mesmos elementos, vale dizer, as mesmas partes, causa de pedir e o mesmo pedido.
EXPLIQUE O FENÔMENO PROCESSUAL DENOMINADO PEREMPÇÃO.
R: Perempção é a perda do direito de ação quando o autor abandona a causa por 3 vezes (art. 485, V e 486, § 3º, CPC), sendo que o abandono de causa se dá quando o autor deixa o processo parado por mais de 30 dias sem promover atos de diligência. O juiz dará prazo de 48h para manifestação da parte e se inerte o processo será extinto.

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