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Embriologia O PERÍODO FETAL 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. Teratógenos no Desenvolvimento Embriofetal ...................................................................... 2 1.1. Tipos de anormalidades ..................................................................................................... 2 1.2. Agentes Teratogênicos ....................................................................................................... 3 1.3. Álcool e Cigarro ................................................................................................................... 5 1.4. Pré-natal ............................................................................................................................. 6 Exercícios ...................................................................................................................................... 7 Gabarito ........................................................................................................................................ 7 Resumo ......................................................................................................................................... 8 2 Introdução O período fetal se inicia a partir da nona semana do desenvolvimento e vai até o nascimento do bebê. É nesse período que ocorre a maturação de tecidos e órgãos, e o crescimento rápido do corpo. A teratologia estuda o desenvolvimento anormal de embriões e fetos. Um teratógeno não faz parte do DNA, ele pode ser um agente físico, substâncias, organismos ou alguma deficiência materna no período da gestação que pode provocar problemas no desenvolvimento do embrião. Você já ouviu falar em defeitos congênitos? Defeitos congênitos são aqueles que ocorrem no embrião ou feto durante a gestação, ou seja, o bebe já nasce com tal característica. Objetivo • Conhecer as causas de embrio/fetopatias e possibilidades de terapias e sensibilidade do embrião o feto a substâncias teratogênicas. 1. Teratógenos no Desenvolvimento Embriofetal Defeito congênito, malformação congênita e anomalia congênita são sinônimos usados para descrever alterações presentes ao nascimento. Essas alterações são a principal causa de mortalidade neonatal, sendo responsáveis por cerca de 21% das mortes neonatais. Existem três categorias em que as causas de defeitos congênitos são divididas: ➢ Fatores genéticos: Defeitos nos cromossomos; ➢ Fatores ambientais: Vírus/drogas; ➢ Multifatoriais: Fator genético e ambiental juntos. Em 40% a 60% das pessoas com defeitos congênitos, a causa é desconhecida. 1.1. Tipos de anormalidades As alterações embriofetais conhecidas pela medicina, independentemente de sua causa, estão divididas em cinco tipos: 3 Malformações: Ocorrem durante a formação de estruturas, causando ausência total ou parcial dessas estruturas. Muitas dessas malformações se originam durante a organogênese, ou seja, entre a terceira e a oitava semanas de gestação. Desorganizações: São alteração morfológicas de estruturas já formadas, como por exemplo os membros, que podem ser pressionados e amputados por faixas amnióticas. Deformações: Ocorrem devido a forças mecânicas exercidas sobre o feto durante um período prolongado. Envolvem geralmente o sistema musculoesquelético e podem ser corrigidas após o nascimento. Síndromes: São conjuntos de anomalias que ocorrem juntas e possuem a mesma causa, portanto, possuem causa determinada. Associações: Aparecimento de duas ou mais anomalias juntas, sem causa determinada (podendo ou não ter a mesma causa). São comuns em quadros de retardo mental e doenças congênitas cardíacas. 1.2. Agentes Teratogênicos Os danos causados pelos teratógenos são classificados como fatores ambientais e dependem de algumas condições. Entre elas estão: Período de gestação: Se a exposição ocorrer durante as duas primeiras semanas, além das más formações, é muito possível que ocorra a morte do embrião. Entre a quarta e a oitava semana, período em que ocorre a organogênese, é o período mais perigoso de haver má formação. Alguns teratógenos ainda podem causar danos mesmo depois desse período. Por exemplo: No segundo e terceiro trimestre é quando os medicamentos que causam insuficiência renal fetal podem gerar mais danos, pois é quando os rins estão mais sensíveis a essas drogas. Quantidade da dose: Os danos aumentam de acordo com a quantidade do teratógeno que o embrião é exposto, essa quantidade também é influenciada pela mãe e pelo embrião. Por exemplo: modo em que o corpo da mãe metaboliza medicamentos, quantidade do teratógeno que a placenta deixa passar, como o embrião distribui essa substância e etc. 4 IMPORTANTE! Vamos agora conhecer exemplos de agentes teratogênicos comuns e suas principais complicações ao embrião/feto: ➢ Fármacos/drogas – Álcool: RCIU (restrição de crescimento intra-uterino) microcefalia, problemas de nos olhos, deficiência mental, síndrome alcoolica fetal, defeitos cardíacos. ➢ Cocaína: Microcefalia, infarto cerebral, hipóxia, nascimento prematuro. ➢ Misoprostol: Defeitos do nervo ocular e do crânio, má formação dos membros. ➢ Ácido retinóico: Fenda palatina, más formações no crânio e na face, problemas cardiovasculares. ➢ Compostos químicos – Metilmercúrio: Problemas mentais, má formação do encéfalo, convulsões. ➢ Infecções – Rubéola: RCIU, microcefalia, surdez, deficiência mental, problemas na dentição, glaucoma, problemas cardiovasculares. ➢ Treponema pallidum: Deficiência mental, hidrocefalia, surdez. ➢ Toxoplasma gondii: Deficiencia mental, microcefalia, hidrocefalia, surdez. ➢ Radiação – Altos níveis de radiação ionizante: Problemas de crescimento, microcefalia, deficiência mental. Alguns traumas mecânicos causados por acidentes também podem ocasionar danos ao embrião. É possível acontecer o deslocamento de placenta ou até trauma direto ao feto (geralmente em acidentes mais graves e no final da gestação). Seguinte, há a ilustração mostrando a diferença de um crânio de criança normal e de um crânio com microcefalia, que é uma das anomalias mais causadas por teratógenos. Alguns medicamentos e radiações, como o raio x, só causam danos ao embrião se forem usados em excesso. 5 01 Comparação de criança com microcefalia e criança normal. 1.3. Álcool e Cigarro Infelizmente, o álcool e o cigarro estão presentes na vida de várias pessoas. Além de ser prejudicial para quem os consome, também podem afetar a saúde do embrião, quando utilizados por gestantes. O álcool é o teratógeno mais comum, ele pode causar problemas no sistema nervoso central, natimortalidade e aborto. SAIBA MAIS! Os efeitos do álcool sobre o feto podem ser divididos em dois tipos: • Sindrome do álcool fetal (SAF): que são um conjunto de sintomas que bebês de mães alcoólatras apresentam (Ex. retardo mental, deficiência de crescimento). • Efeitos relacionados ao álcool (ERA): Bebês que não possuem todos os sintomas para serem considerados SAF, mas apresentam alguma caracteristica associada ao consumo de álcool pela mãe. A ingestão de álcool durante a gravidez é a causa de maior incidênciade defeitos congênitos que poderiam ser evitados. Ainda não há nenhuma definição sobre um limite máximo seguro de ingestão de álcool durante a gravidez. Aind 6 O fumo também pode ser considerado um dos comportamentos mais prejudiciais durante a gestação, varias substâncias presentes no cigarro podem cusar danos para a mãe e para o bebê. A nicotina reduz a circulação fetal e placentária, que pode causar a falta de oxigenação e desnutrição do feto; o monóxido de carbono também pode cusar a falta de oxigênio para o bebê; o chumbo é considerado uma neurotoxina e alguns hidrocarbonetos podem ocasionar mutações genéticas. Alguns outros danos causados pelo cigarro são: restrição do crescimento durante a gestação, nascimento prematuro, morte perinatal, malformações e etc. SAIBA MAIS! 1.4. Pré-natal Muitos defeitos congênitos podem ser prevenidos ou amenizados durante a gestação ou até mesmo no período pré-gravidez, em caso de gestações programadas. O corte da ingestão de algumas substâncias nocivas, como álcool, cigarro e drogas ilícitas; bem como de algumas drogas medicamentosas pode ser crucial para evitar uma anomalia congênita. Em grande parte dos casos, também é feita uma suplementação alimentar, principalmente com ácido fólico, que reduz a incidência de problemas durante a formação do tubo neural. É no pré-natal que a gestante será orientada sobre os cuidados e substâncias que devem ser evitadas, tratamento de doenças que podem ser prejudiciais ao embrião, vacinação e suplementação adequada. A medicina dispõe de técnicas como ultrassonografia, amniocentese, amostragem de vilosidades coriônicas e triagem sérica materna, que podem detectar complicações no feto, o qual já pode receber tratamentos intrauterinos, como transfusões, medicação, cirurgias fetais e terapia gênica. Até o fumo passivo expõe o feto aos agentes tóxicos do cigarro. Quando há grande exposição da mãe à fumaça, o bebê pode desenvolver doenças respiratórias, alterações no sistema imune e perda de peso. 7 Exercícios 1. (SADLER, 2005) Que fatores influenciam a ação de um teratógeno? 2. (Adaptada de SADLER, 2005) Uma mulher jovem que se encontra na sua 10ª semana de gestação, pode ter contraído rubéola em algum momento entre a quarta e a oitava semanas de gravidez. Que tipos de defeitos podem ocorrer na criança? 3. (Adaptada de MOORE, 2008) Uma mulher no início da gravidez disse a seu médico ter tomado, acidentalmente, uma pílula para dormir. Ela queria saber se isso poderia prejudicar o desenvolvimento dos membros do bebê. É provável que uma droga reconhecidamente causadora de graves defeitos dos membros cause essas anomalias quando administrada durante a oitava semana? Discuta o mecanismo de ação desses teratógenos. Gabarito 1. Os fatores que influenciam a ação de um teratógeno são: • O genótipo da mãe e do concepto; • A dose e duração da exposição ao agente; • O estágio da embriogênese ao ocorrer a exposição. Muitas alterações são ocasionadas durante o período embrionário. No entanto, estágios anteriores a esse período, incluindo a fase de pré- implantação; e posteriores à oitava semana (período fetal) ainda são suscetíveis. O cérebro, por exemplo, permanece sensível a lesões durante todo o período fetal. 2. A rubéola causa reconhecidamente catarata, microftalmia, surdez congênita e malformações cardíacas. A exposição entre a quarta e a oitava semanas coloca o feto em risco de um ou mais desses defeitos congênitos. 3. Não. Para causar defeitos graves dos membros, uma droga sabidamente teratogênica teria que agir durante o período crítico do desenvolvimento dos membros (24 a 36 dias após a fecundação). Os teratógenos interferem na diferenciação dos tecidos e órgãos, frequentemente impedindo ou interrompendo o seu desenvolvimento. 8 Resumo A teratologia estuda todo o desenvolvimento anormal dos embriões. Um teratógeno pode ser um agente físico, substâncias, organismos ou alguma deficiência materna no período da gestação que podem provocar problemas no desenvolvimento embrionário. Os danos causados estão relacionados a alguns fatores, entre eles estão: o período de gestação, sendo o período entre a quarta e oitava semana a mais crítica em relação a más formações embrionárias e também a quantidade da dose de teratógeno que o embrião é exposto. Alguns dos teratógenos mais comuns são fármacos/drogas, compostos químicos, infecções, radiação e choques mecânicos. Todos eles são capazes de gerar diversas más formações no embrião, como: deficiência mental, surdez, microcefalia e problemas de crescimento.O álcool e o cigarro são os teratógenos mais comuns e ambos são capazes de gerar diversos danos para a mãe e para o bebê, como aborto e má formação. Atualmente já existem diversas ferramentas para monitoramento embrionário/fetal e permitem detectar malformações durante a gravidez e ainda se necessário, existem técnicas para minimizar ou acabar com algum problema identificado. 9 Referências bibliográficas MOORE, K.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. MOORE, K.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. SADLER, T. W. Langman Embriologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. MANUAL DE TERATOGÊNESE EM HUMANOS. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/manual_teratogenese.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2019. Referências imagéticas Figura 1. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Microcephaly-comparison-500px.jpg. Acesso em: 06 mai 2009 às 20:14.
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