Prévia do material em texto
Embriologia MEMBRANAS E CAVIDADES FETAIS 1 Sumário Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Cavidades Fetais, Membranas e Placenta ............................................................................... 2 1.1. Cavidades Fetais ................................................................................................................. 2 1.2. Placenta .............................................................................................................................. 3 1.3. Vesícula Umbilical .............................................................................................................. 4 1.4. Córion .................................................................................................................................. 4 1.5. Âmnio .................................................................................................................................. 5 1.6. Alantóide ............................................................................................................................. 5 Exercícios ...................................................................................................................................... 6 Gabarito ........................................................................................................................................ 7 Resumo ......................................................................................................................................... 7 2 Introdução No início da gestação, o celoma embrionário, do interior do mesoderma, se desenvolve até dar origem às cavidades corporais, que estão formadas até o final do segundo mês: cavidade pericárdica, cavidades pleurais e cavidade peritoneal, que irão abrigar a maior parte dos órgãos do corpo humano. Já durante o período fetal, com o crescimento contínuo do feto, há uma maior necessidade de fatores nutricionais e trocas gasosas, causando alterações importantes na placenta, como o aumento de sua superfície. A disposição das membranas fetais também sofre alterações com o aumento da produção do líquido amniótico. Vesícula umbilical, córion, âmnio e alantoide são reajustados de modo a suprir as necessidades do feto em crescimento. Nesta apostila veremos como são formadas essas cavidades e também a formação e importância da placenta e membranas no desenvolvimento do embrião. Objetivos • Apresentar as membranas e cavidades fetais, seus componentes e funções, assim como a distinção entre as partes fetais e maternais da placenta; • Mostrar o desenvolvimento das estruturas e funções fisiológicas da placenta durante a gravidez e características da circulação fetal e propriedades da barreira hematoplacentária. 1. Cavidades Fetais, Membranas e Placenta 1.1. Cavidades Fetais Durante as terceira e quarta semanas do desenvolvimento embrionário, o celoma intraembrionário primitivo inicia o desenvolvimento no mesoderma lateral e cardiogênico, que passam a se comunicar pela linha mediana, desenvolvendo um formato de ferradura. A parte do celoma que está localizada cranialmente, o celoma pericárdio, desenvolve a cavidade pericárdia, que fica ao redor do coração. As partes laterais, que possuem formato de ferradura, desenvolvem as cavidades pleurais, que ficam em torno dos pulmões; e o peritônio, que reveste os órgãos do abdome e a pélvis. Observe a imagem a seguir: 3 01 Embrião em corte longitudinal e em corte transversal, mostrando os locais de formação das cavidades corpóreas. 1.2. Placenta 02 Esquema representando o início da formação da placenta (vilosidades placentárias) e os anexos embrionários. É um órgão considerado feto maternal, onde ocorre a troca de gases e nutrientes entre a mãe e o embrião/feto. Ela é dividida em duas partes: 4 • Fetal: Formada a partir do saco coriônico, é a membrana fetal mais externa. • Materna: Formada a partir do endométrio. A placenta, junto com o cordão umbilical são responsáveis pelo fluxode substâncias entre a mãe e o feto. Nutrientes e gases passam da corrente sanguínea da mãe pela placenta até a corrente sanguínea fetal, assim como os resíduos produzidos pelo feto passam do sangue fetal através da placenta para o sangue da mãe.A placenta juntamente com as suas membranas atua na produção hormonal, nutrição, proteção e excreção. Ela é desenvolvida através do trofoblasto, saco coriônico e vilosidades coriônicas, e ao nascimento do bebe as suas membranas são eliminadas. IMPORTANTE! 1.3. Vesícula Umbilical No início do segundo mês, a vesícula umbilical é bem grande. Conforme o tempo vai passando ela vai diminuindo, até ficar bem pequena, geralmente não mais visível. Ela tem a função de fornecer nutrientes para o embrião durante a segunda e terceira semana, período em que a placenta ainda está se formando, a vesícula também desenvolve células sanguíneas e germinativas primordiais. Além disso, na quarta semana, o seu endoderma dá origem ao epitélio de parte do sistema respiratório e ao canal alimentar. 1.4. Córion O córion é uma membrana que envolve o embrião e todos os outros anexos embrionários, tem como função auxiliar nas trocas gasosas, proteger contra patógenos e choques mecânicos. Essa estrutura compreende o citotrofoblasto, o sinciciotrofoblasto e o mesoderma extraembrionário. Depois do quarto mês, a placenta já está completamente formada! 5 Bem no começo da segunda semana, o trofoblasto do pólo embrionário do blastocisto já está bem desenvolvido. Onde encontramos o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto. Pouco tempo depois, partes do citotrofoblasto começam a invadir o sinciciotrofoblasto, formando as vilosidades coriônicas primárias.Dentro do sinciciotrofoblasto, se formam alguns espaços em que é possível a passagem do sangue da mãe e substâncias vindas do endométrio. Na terceira semana, partes do mesoderma extraembrionário penetram nas vilosidades primárias já formadas, e dessa forma formam as vilosidades coriônicas secundárias. Após vinte dias, ainda na terceira semana do desenvolvimento, o mesênquima das vilosidades secundárias forma os vasos sanguíneos com muitos capilares nas vilosidades, caracterizando as vilosidades terciárias. Como o citotrofoblasto aumenta muito o seu tamanho, ele fica em contato com a decídua basal (camada funcional do endométrio) e o sinciciotrofoblasto continua cobrindo os espaços em que o sangue da mãe percorre.Até a oitava semana as vilosidades rodeiam todo o embrião. Tempo depois, sobram apenas as que estão próximas da decídua basal. 1.5. Âmnio O âmnio é uma bolsa que se forma sobre o disco embrionário, ele surge bem no começo da gestação, logo no final da primeira semana.É formado por um epitélio pavimentoso, internamente, seu assoalho é a ectoderme embrionária, e externamente é forrado pelo mesoderme extra-embrionário pela parte de fora. No decorrer da gestação, o âmnio passa a ocupar a cavidade coriônica completamente, se juntando com o córion. A cavidade amniótica é cheia de líquido amniótico, que tem a função de lubrificação do embrião para proteção contra choques mecânicos, impedir aderência dos tecidos fetais junto a parede do saco coriônico. 1.6. Alantóide Ele é formado a partir da envaginação do saco vitelino situada ventralmente após ocorrer o dobramento caudal do embrião. No segundo mês gestacional a parteextraembrionária dessa estrutura se degenera. Nos mamíferos, o alantoide se une com o córion para formar a placenta. 6 SAIBA MAIS! Apesar do alantoide não ser tão funcional para os humanos como são para os répteis e aves, ele contribui para a formação de células sanguíneas. Seus vasos sanguíneos continuam existindo como veia e artérias do cordão umbilical e a parte intra-embrionária auxilia na formação da bexiga e úraco. Exercícios 1. (UEL, 2007) A placenta, uma das principais estruturas envolvidas no processo de desenvolvimento embrionário, surge precocemente, estabelecendo as relações materno-fetais até o nascimento. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, analise as afirmativas seguinte. I. O transporte de oxigênio e dióxido de carbono, através da placenta, se dá por simples difusão. II. O sangue materno e fetal se mescla nas vilosidades coriônicas da placenta. III. A placenta é uma estrutura de origem mista, com um componente fetal e um materno. IV. O vírus da rubéola pode atravessar a placenta e causar anomalias congênitas no feto. Estão corretas apenas as afirmativas: a. I e II b. III e IV c. II e IV d. I, II e III e. I, III e IV 2. (Adaptada de MOORE, 2008) A ultrassonografia do tórax de um bebê revelou intestino no saco pericárdico. Essa pode ser considerada uma malformação congênita? O que pode ter acontecido com o órgão referido? O alantoide é muito desenvolvido em répteis e aves, possui a função respiratória e de armazenamento de materiais excretados. 7 Gabarito 1. Alternativa E. O sangue materno e fetal não se mistura. 2. Sim. Essa é uma anomalia rara, conhecida como hérnia retroesternal. Nessa anomalia, o intestino pode herniar para o saco pericárdico ou o coração pode se deslocar para a porção superior da cavidade peritoneal. No caso mencionado, houve herniação do intestino, através do hiato esternocostal (entre o esterno e as partes costais do diagrafma). Resumo O celoma intra-embrionário se desenvolve e da origem ás cavidades corporais do embrião, que são: cavidade pericárdia, cavidades pleurais e cavidade peritoneal. Essas cavidades darão espaço para o desenvolvimento e movimentação dos órgãos. É através da placenta que ocorre a troca de nutrientes entre a mãe e o embrião, mesmo não havendo contato direto entre o sangue de ambos. A vesícula umbilical tem grande importância enquanto a placenta ainda não está formada, pois nesse período é ela que fornece os nutrientes necessários para o embrião. O córion está localizado na parte de fora do âmnio, juntamente com o endométrio formam a placenta. Na cavidade amniótica contém o líquido amniótico, que serve para lubrificar e proteger o embrião de choques mecânicos. O alantóide não é tão funcional para os embriões humanos, porém contribui para a formação de células sanguíneas. E também, mesmo depois da parte extra- embrionária dessa estrutura se degenerar, seus vasos sanguíneos continuam existindo como veia e artéria do cordão umbilical, além disso, a parte intra- embrionária auxilia na formação da bexiga e úraco. 8 Referências bibliográficas MOORE, Keith L. ET All. Embriologia clínica. 10. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. MOORE, K.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. MOORE, K.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. SADLER, T. W. Langman Embriologia médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Referências imagéticas Figura 1. Flick. Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/internetarchivebookimages/20544874978/in/photostream/>. Acesso em: 07 maio 2019 às 09:57h. Figura 1. Wikimedia. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/31/Gray28.svg>. Acesso em: 14 jun 2019 às10:19h.