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ISSN 1984-5510
Volume 10 ● Número 1 ● Janeiro - Março 2018
Terapia celular combinada com 
membranas de biopolímeros melhora 
a cicatrização de úlceras em paciente 
com dermatomiosite juvenil
A lipoescultura como tratamento 
complementar na ritidoplastia
Técnica inovadora para tratamento 
de flacidez cervical com fio 
mononylon para sustentação 
transmastoide
A utilidade da microscopia confocal nas lesões 
de lentigo maligno
SU
RG
ICA
L &
 CO
SM
ETIC D
ERM
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G
Y 
V.10 N
. 1 | P. 1-88 
 
JA
N
/M
A
R 2018 
www.surgicalcosmetic.org.br
APOIO CIENTÍFICO:
Surgical
& Cosmetic
 Dermatology
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Publicação Trimestral
www.surgicalcosmetic.org.br
Periodicidade TrimesTral
EDITORA-CHEFE 
Bogdana Victoria Kadunc
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - (PUC - Campinas) - Campinas(SP), Brasil 
Hospital do Servidor Público Municipal - São Paulo (SP), Brasil
CO-EDITORES 
Adilson Costa 
Emory University School of Medicine - Atlanta/GA, USA.
Ada Trindade Almeida 
Hospital do Servidor Público Municipal - São Paulo (SP), Brasil.
Surg Cosmet Dermatol. | Rio de Janeiro | v. 10 | n. 1| Jan-Mar. 2018 | p.01-88 
ISSN: 1984-5510 
Online ISSN: 1984-8773
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Afiliada à Associação Médica Brasileira
www.sbd.org.br
SUR GI CAL & COS ME TIC DER MA TO LOGY
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Official Publication of Brazilian Society of Dermatology
Publicação Trimestral (Quarterly Edition)
ISSN 1984-5510 l ISSN-e 1984-8773 l Janeiro - Março 2018 l Volume 10 l Número 1
Surgical & Cosmetic Dermatology
Diretoria Executiva
Presidente: 
José Antonio Sanches Junior | SP
Vice-Presidente:
Sérgio Luiz Lira Palma | PE
Secretário Geral:
Flávio Barbosa Luz | RJ
Tesoureira:
Maria Auxiliadora Jeunon Sousa | RJ
Primeiro Secretário:
Hélio Amante Miot | SP
Segunda Secretária:
Sílvia Maria Schmidt | SC
Editores
Editora-chefe: 
Bogdana Victoria Kadunc
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC 
Hospital do Servidor Público Municipal - São Paulo 
(SP), Brasil.
Co-editores: 
Adilson Costa 
Emory University School of Medicine, Atlanta/GA, 
USA.
Ada Trindade Almeida
Hospital do Servidor Público Municipal - São Paulo 
(SP), Brasil.
Editores de áreas
Laser e Tecnologia
Celia Kalil
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - Porto 
Alegre (RS), Brasil.
Cirurgia Cosmética e Cosmiatria
Doris Hexsel
Centro Brasileiro de Estudos em Dermatologia - 
Porto Alegre (RS), Brasil. 
Cirurgia dermatológica reconstrutiva
Emerson Vasconcelos de Andrade Lima
Universidade Federal de Pernambuco(UFPE) e Santa 
Casa de Misericórdia do Recife - Recife (PE), Brasil.
Tricologia
Fabiane Mulinari-Brenner
Universidade Federal do Paraná e Serviço de Dermatolo-
gia do Hospital de Clínicas de Curitiba - Curitiba (PR), 
Brasil.
Diagnóstico por Imagens em Dermatologia
Gisele Gargantini Rezze
Departamento de Oncologia Cutânea do Hospital A. C. 
Camargo - São Paulo (SP), Brasil.
Oncologia Cutânea
Lauro Lourival Lopes Filho
Universidade Federal do Piauí - Teresina (PI), Brasil.
Cirurgia de unhas
Nilton Di Chiacchio
Hospital do Servidor Público Municipal - São Paulo 
(SP), Brasil.
Editor Júnior
Stephanie Langen 
PUC Campinas - Campinas (SP), Brasil.
2
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 2.
Surgical & Cosmetic Dermatology
Conselho Editorial 
Alcidarta dos Reis Gadelha
Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da 
Amazônia - Manaus (AM), Brasil.
Antonela Tosti
Università di Bologna - Itália.
Antonio Picoto
Centro de Dermatologia Medico-Cirurgica - Portugal.
Carlos Baptista Barcaui
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil.
Carlos Machado
Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo (SP), 
Brasil.
Cleide Ishida
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil.
Denise Steiner
Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes - São Paulo 
(SP), Brasil.
Eckart Haneke
Department of Dermatology, University of Witten & 
Herdecke Health Center Academic Teaching Hospital of 
the University of Diisseldolf - Alemanha.
Ediléia Bagatin
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - 
São Paulo (SP), Brasil.
Emmanuel França
Universidade de Pernambuco (UPE) - Recife (PE), Brasil.
Enrique Hernandez Perez
Centro de Dermatología y Cirugía Cosmética (CDCC) 
- São Salvador.
Érico Pampado Di Santis
Universidade de Taubaté (UNITAU) - Taubaté (SP), 
Brasil.
Francisco M. Paschoal
Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo (SP), Brasil.
Gabriel Gontijo
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Belo 
Horizonte (MG), Brasil.
Hamilton Stolf
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade 
Estadual Paulista (UNESP) - Botucatu (SP), Brasil.
Heitor de Sá Gonçalves
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará - Fortaleza 
(CE), Brasil.
Humberto Ponzio
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 
- Porto Alegre (RS), Brasil.
Izelda Carvalho Costa
Universidade de Brasília - Brasília (UNB), Brasil.
Jean Carruthers
University of British Columbia - Canadá.
Jorge Ocampo Candiani
Hospital Universitario Dr. José Eleuterio González, 
Universidad Autónoma de Nuevo León (UANL) - México.
Juliano Villaverde Schmidt
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Faculdade 
Evangélica do Paraná - Curitiba (PR), Brasil.
Lia Cândida Miranda de Castro
Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiânia (GO), 
Brasil.
Luis Antonio Torezan
Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), 
Brasil.
Luiz Fernando F. Kopke
Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
Florianópolis (SC), Brasil.
Mercedes Florez
University of Miami - Estados Unidos da América.
Marcia Ramos e Silva
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil. 
Maria Fernanda Gavazzoni
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro - 
Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Maria Helena Lesqueves Sandoval
Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes 
(HUCAM), Universidade Federal do Espírito Santo 
(UFES) - Vitória (ES), Brasil.
Mauro Enokihara
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - 
São Paulo (SP), Brasil.
Miriam Sotto
Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), 
Brasil.
Miguel Sanchez Viera
Instituto de Dermatología Integral (IDEI) & Hospital 
Quíron San Camilo - Espanha.
Monica Azulay
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil.
Oleg Iosifovich D. M. Sabatovich
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil.
Omar Lupi
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil.
Paulo Ricardo Criado
Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), 
Brasil.
Roberto Gomes Tarlé
Serviço de Dermatologia Santa Casa de Curitiba - 
Curitiba (PR), Brasil.
Samira Yarak
Universidade Federal do Vale do São Francisco 
(UNIVASF) - Petrolina (PE), Brasil. 
Sarita Bezerra
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Recife (PE), 
Brasil.
Selma Cernea
Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - 
São Paulo (SP), Brasil.
Conselho Internacional de Revisores
Alastair Carruthers
University of British Columbia - Canadá.
Dee Anna Glaser
St. Louis University Hospital - Estados Unidos da 
América.
Ellen Marmur
Division of Dermatologic and Cosmetic Surgery and 
Assistant Clinical - Estados Unidos da América.
Henry Randle
Saint Luke's Hospital - Estados Unidos da América.
Jerry Brewer
University of South Carolina - Estados Unidos da 
América.
John A. ZitelliUniversity of Pittsburgh Medical Center - Estados 
Unidos da América.
Leslie Baumann
Baumann Cosmetic and Research Institute - Flórida - 
Estados Unidos da América.
Robert Baran
Head of the Nail Disease Center in Cannes - France 
Rompel Rainer Department of Dermatology, Clinic 
Kassel - Alemanha.
Rompel Rainer
Department of Dermatology, Clinic Kassel - Alemanha.
Willian Hanke
Department of Dermatology, Saint Vincent Carmel 
Medical Center, Laser & Skin Surgery Center of 
Indiana - Estados Unidos da América.
Zoe Diana Draelos
Wake Forest University School of Medicine Winston- 
Salem - Carolina do Norte - Estados Unidos da América.
3
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 3.
PERIODICIDADE TRIMESTRAL
EquipE Técnica
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Marcella Justo
Nazareno Nogueira de Souza
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©2015 Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Website: www.sbd.org.br
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 n Sumários. org 
 (www.sumarios.org/)
 n DOAJ 
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 n Latindex 
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 n Lilacs 
 (http://bases.bireme.br/)
 n SCOPUS 
 (http://www.scopus.com/home.url)
 n Periódica 
 (http://periodica.unam.mx)
 n Redalyc 
 (http://www.redalyc.org)
4
Os anún cios vei cu la dos nesta edi ção são de exclu si va res pon sa bi li da de dos anun-
cian tes, assim como os con cei tos emi ti dos em arti gos assi na dos são de exclu si-
va res pon sa bi li da de de seus auto res, não refle tin do neces sa ria men te a opi nião 
da SBD.
Todos os direi tos reser va dos e pro te gi dos pela lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma 
parte dessa publi ca ção pode rá ser repro du zi da sem auto ri za ção pré via por escri to 
da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sejam quais forem os meios empre ga-
dos: ele trô ni co, mecâ ni co, foto grá fi co, gra va ção ou quais quer outros.
Material de dis tri bui ção à clas se médi ca.
A revis ta cons ta no Depósito Legal, na Biblioteca Nacional, de acor do com o 
Decreto nº 1.825, de 20 de dezem bro de 1907.
Licença Creative Commons 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 5.
A/C SURGICAL & COSMETIC DERMATOLOGY
Av. Rio Branco, 39 18º andar
Cep: 20.090-003
Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
Fone: 55 (21) 2253-6747
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web si te: www.surgicalcosmetic.org.br
A Surgical & Cosmetic Dermatology é uma publi ca ção ofi cial da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD) em par ce ria com a Sociedade Bra-
sileira de Cirurgia Dermatológica. O con teú do téc ni co-cien tí fi co apre-
sen ta do nesta publi ca ção é de co-pro prie da de da Sociedade Brasileira de 
Dermatologia.
Editada por: Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Infor ma ções sobre a Assi na tu ra da Surgical & Cosmetic Dermatology 
podem ser encon tra das no site www.sur gi cal cos me tic.org.br
SURGICAL & COSMETIC DERMATOLOGY / INSTRUÇÕES AOS AUTORES 
5
A Surgical & Cosmetic Dermatology (S&CD), editada em 2009, constitui 
publicação médica destinada a difundir conhecimento e experiência nas áreas de Ci-
rurgia Dermatológica, Oncologia Cutânea, Tecnologia em Dermatologia Cosmiatria e 
Diagnóstico por Imagens em Dermatologia. É uma publicação trimestral da Sociedade 
Brasileira de Dermatologia (SBD) que conta com o apoio científico da Sociedade 
Brasileira de Cirurgia Dermatológica e do Colégio Íbero Latino de Dermatologia, que 
baseia sua política ética e editorial nas regras emitidas pelo The International Commi-
ttee of Medical Journal Editors (www.icmje.org). A revista está disponível na íntegra 
online e adota a política de acesso aberto. A S&CD não cobra aos autores para que 
submetam ou publiquem manuscritos, não havendo qualquer tipo de custo ou taxas 
aos autores. A revista adota também a licença de uso da Creative Commons CC BY, 
https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/. 
Os manuscritos devem estar de acordo com os pa-
drões editoriais para artigos submetidos a periódicos biomédi-
cos estabelecidos na Convenção de Vancouver (Requisitos Uniformes 
para Manuscritos Submetidos a Revistas Biomédicas), regras para relatos de ensaios 
clínicos e revisões sistemáticas (metanálises).
Serão produzidos exemplares impressos da versão em língua portuguesa, 
com resumos e títulos em inglês. A versão da língua inglesa estará disponível nos 
websites da SBD e da S&CD, no link: www.surgicalcosmetic.org.br.
Todos os artigos propostos à publicação serão previamente submetidos à revisão 
anônima e confidencial de no mínimo dois membros do Conselho Editorial ou dos 
Conselhos Nacional e Internacional de Revisores, seguindo-se as diretrizes do COPE 
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não alterem o estilo do autor. 
As pesquisas em seres humanos devem ter a prévia aprovação de um Co-
mitê de Ética em Pesquisa e obedecer aos padrões éticos da Declaração de Helsinki 
de 1975, revista em 2000, 2008 e 2013.
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bém o Guia para registro e publicação de errata elaborados pela SciELO, disponível 
no endereço eletrônico http://www.scielo.org/php/level.php?lang=pt&componen-
t=56&item=57 
 Os autores ao submeterem manuscrito para avaliação da revista devem 
garantir que o mesmo não contém nenhuma violação de quaisquer direitos autorais ou 
outro direito de terceiro. A S&CD utiliza software antiplágio para combater o plágio 
acadêmico e profissional, verificando a originalidade de artigos. 
ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO DOS ARTIGOS
A preparação correta do manuscrito torna os processos de revisão e pu-
blicação mais eficientes. Assim, recomendamos alguns cuidados que podem facilitar 
significativamente a preparação dos manuscritos.
1. Os artigos devem ser inéditos e redigidos no idioma de origem do autor 
(português, espanhol ou inglês): a equipe editorial providenciará as versões necessárias. A 
escolha da fonte deve ser Times New Roman ou Arial, de número 12.
2. O título do trabalho deve ser curto e conciso, informado em português 
e inglês, com até 150 caracteres sem espaços, acompanhado de um título resumido.
3. Os resumos em português e inglês devem acompanhar o formato ade-
quado ao tipo de artigo.
4. Os autores devem informar o nome com suas abreviaturas, e as suas 
afiliações institucionais, seguidos de cidade, estado e país. Os vínculos às instituições 
devem ser citados em ordem hierárquica (ex.1º Departamento, 2º Universidade) e 
não são permitidas a inclusão dos mini-currículos. Quando um autor é afiliado a mais 
de uma instituição, cada uma deve ser identificada separadamente. Quando dois ou 
mais autores estão afiliados à mesma instituição, a sua identificação é feita uma única 
vez. É obrigatório mencionar o número ORCID, utilizado para a identificação de 
pesquisadores. O autor deve assumir pelo menos uma responsabilidade na elaboração 
do trabalho e deverá informar a contribuição de cada um na submissão. Um dos au-
tores deve ser designado como autor correspondente, com endereço de e-mail. Deve 
também ser citado o local de realização do trabalho.
5. Os autores devem informar claramente se houve conflitos de interesse e 
suporte financeiro.
6. As palavras-chave devem ser citadas em português e em inglês (Keywords), 
totalizando 3 a 10 por idioma, devendo ser incluídas em todos os tipos de artigos. 
É recomendável que estas palavras deverão estar contidas no DeCS (Descritores em 
Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings) que podem ser acessados na 
internet.
7. O número limite de palavras para os textos deve ser obedecido segundo 
o tipo de artigo, e computado excluindo as referências e os resumos em português 
e inglês.
8. Devem serevitadas informações introdutórias extensas e repetitivas, dan-
do-se preferência às mais recentes, ainda não publicadas. Evite textos com repetição 
da mesma informação no resumo, introdução e discussão.
9. Pesos e medidas devem ser expressos no sistema métrico decimal, e tem-
peraturas em graus centígrados.
10. Drogas devem ser mencionadas por seus nomes genéricos, seguidos 
da dosagem e posologia empregadas, evitando-se a citação de termos comerciais 
ou marcas. Descrições de quaisquer equipamentos, instrumentos, testes e reagentes 
devem conter o nome do fabricante e o local de fabricação.
11. De acordo com o ICMJE, apenas podem ser designados como au-
tores, aqueles que participaram ativamente no trabalho, podendo assim assumir a 
responsabilidade pública pelo seu conteúdo. Os créditos de autoria devem se basear 
exclusivamente em contribuições substanciais para:
a- discussão e planejamento do tema e protocolo, análise ou interpretação 
de dados;
b- redação do artigo ou sua crítica;
c- responsabilidade pela aprovação final para a publicação. 
Outras contribuições menores como sugestões de literatura, coleta e 
análise de dados, obtenção de financiamento, auxílio técnico na execução de 
rotinas, encaminhamento de pacientes, interpretação de exames de rotina e chefia 
de serviço ou departamento que não estejam envolvidas no estudo, não constituem 
critérios para autoria. e podem ser reconhecidas separadamente sob a forma de 
“agradecimentos”, de acordo com a decisão dos autores.
12. As referências bibliográficas devem ser listadas nas últimas páginas do 
artigo, e numeradas de acordo com a citação no texto (em ordem numérica seqüen-
cial), seguindo o estilo Vancouver, como indicado pelo International Committee of 
Medical Journal Editors (ICMJE). Referências citadas em legendas de tabelas e fi-
guras devem manter a seqüência com as citações no texto. Todos os autores devem 
ser citados se forem até seis; acima disso, devem ser mencionados os seis primeiros 
e “et al.”. Seguem-se exemplos dos tipos mais comuns de referências. Exemplos de 
citações no texto retirados do ICMJE:
a-Artigo em periódico:
Hallal AH, Amortegui JD, Jeroukhimov IM, Casillas J, Schulman CI, 
Manning RJ, et al. Magnetic resonance cholangiopancreatography accurately de-
tects common bile duct stones in resolving gallstone pancreatitis. J Am Coll Surg. 
2005;200(6):869-75.
b-Capítulo de livro:
Reppert SM. Circadian rhythms: basic aspects and pediatric implications. 
In: Styne DM, Brook CGD, editors. Current concepts in pediatric endocrinology. 
New York: Elsevier; 1987. p .91-125.
c-Texto na Internet:
Ex. com autor indicado:
Fugh-Berman A. PharmedOUT [Internet]. Washington: Georgetown 
University, Department of Physiology and Biophysics; c2006 [cited 2007 Mar 23]. 
Available from: http://www.pharmedout.org/. 
Ex. quando o autor é uma organização: 
International Union of Biochemistry and Molecular Biology. Recom-
mendations on Biochemical & Organic Nomenclature, Symbols & Terminology etc. 
[Internet]. London: University of London, Queen Mary, Department of Chemistry; 
[updated 2006 Jul 24; cited 2007 Feb 22]. Available from: http://www.chem.qmul.
ac.uk/iubmb/.
d- Apresentação prévia em eventos:
Bruhat M, Silva Carvalho JL, Campo R, Fradique A, Dequesne J, Setubal 
A, editors. Proceedings of the 10th Congress of the European Society for Gynae-
cological Endoscopy; 2001 Nov 22-24; Lisbon, Portugal. Bologna (Italy): Monduzzi 
Editore, International Proceedings Division; c2001. 474 p.
13. Ilustrações (figuras, quadros, gráficos e tabelas) devem ser referidas em 
ordem numérica sequencial no texto em números arábicos (exemplo: Figura 3, Grá-
fico 7), cabendo ao Editor suprimir as redundantes. As legendas das figuras e gráficos 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 5-6.
Introdução: citar as razões que motivaram o estudo, descrevendo o estado 
atual do conhecimento sobre o tema. Utilizar o último parágrafo para especificar a 
principal pergunta ou objetivo do estudo, e a principal hipótese testada, se houver.
Métodos: Explicar como o estudo foi feito:
a- Tipo de estudo: descrever o seu desenho especificando a direção tempo-
ral (retrospectivo ou prospectivo), o tipo de randomização quando utilizada (parea-
mento, sorteio, sequenciamento, etc), se o estudo foi cego, comparativo, controlado 
por placebo, etc.
b- Local: indicar onde o estudo foi realizado (instituição privada ou públi-
ca), citar que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de sua insti-
tuição, os procedimentos de seleção, os critérios de inclusão e exclusão, e o número 
inicial de pacientes.
c- Procedimentos: descrever as principais características das intervenções 
realizadas, detalhando a técnica e lembrando que o estudo de investigação deverá ser 
reprodutível.
d- Descrição dos métodos utilizados para avaliação dos resultados.
e- Inclusão da análise estatística descritiva e/ou comparativa com descrição 
do planejamento da amostra (representativa do universo a ser estudado), a análise e 
os testes estatísticos e apresentação dos níveis de significância adotados. A utilização 
de análises estatísticas não usuais é incentivada, porém neste caso, deve-se fazer uma 
descrição mais detalhada da mesma.
Resultados: descrever os principais resultados que devem ser acompanhados 
de estimativas pontuais e medidas de dispersão (p.ex., média e erro padrão) ou de 
estimativas intervalares (p.ex., intervalos de confiança), bem como os níveis descritivos dos 
testes estatísticos utilizados (p.ex. “p-value”). Os achados também devem ser interpretados 
sob o ponto de vista clínico.
Discussão: enfatizar os novos e importantes resultados encontrados 
pelo estudo e que farão parte da conclusão. Relatar observações de outros estudos 
relevantes. Mencionar as limitações dos achados e as implicações para pesquisas 
futuras.
Conclusões: devem ser concisas e responder apenas aos objetivos 
propostos. A mesma ênfase deve ser dada para estudos com resultados positivos ou 
negativos.
3 - COMUNICAÇÕES
Artigos originais, breves, abordando resultados preliminares de novos achados 
de interesse nas áreas focadas pela revista. Texto com formatação semelhante ao artigo 
original, resumo estruturado de até 200 palavras. Limite: texto até 2000 palavras, 8 
ilustrações e 15 referências.
4 - ARTIGOS DE REVISÃO COM NOTAS TÉCNICAS DO AU-
TOR
Poderão ser aprofundados temas específicos nas áreas de interesse da S&CD, 
algoritmos , compilações e estatísticas, finalizados por relatos descrevendo experiên-
cias próprias do autor . Estes trabalhos têm formato livre, porem devem conter resu-
mo não estruturado de até 100 palavras e conclusões ou considerações finais. Limite: 
texto até 6000 palavras, 10 ilustrações e 60 referências. Os artigos de revisão sistemáti-
ca ou metanálises devem seguir orientações pertinentes (http://cochrane.bireme.br)
5 – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Abordagem de temas ou casos clínicos, em que os exames de imagens (der-
matoscopia, microscopia confocal, ultrassom e outros métodos) são fundamentais no 
diagnóstico ou tratamento. Resumo não estruturado de até 100 palavras, texto até 
1200 palavras, 6 ilustrações e 5 referências.
6 – NOVAS TÉCNICAS
Descrição de novas técnicas ou detalhes de técnicas. Resumo não estrutu-
rado de até 100 palavras, introdução com revisão de literatura, métodos, resultados, 
discussão e conclusão. Limite: 1200 palavras, 8 ilustrações e 30 referências.
7 – RELATO DE CASO
Descrição de casos ou serie de casos de relevância nas áreas de interesse da 
S&CD, com descrição de tratamentos, complicações, etc. Resumo não estruturado de 
até 100 palavras, introdução com revisão de literatura, métodos, resultados, discussão 
e conclusão, sempre que pertinentes. Limite: texto até 1200 palavras, 8 ilustrações e 
30 referências.
8– CARTAS
Comentários objetivos e construtivos sobre matérias publicadas. Texto até 
600 palavras, e no máximo 5 referências.
6
e os títulos e notas de rodapé das tabelas devem descrever precisamente seu conteúdo 
com frases curtas, porém suficientes para a compreensão ainda que o artigo não seja 
totalmente lido. Todos devem ser inseridos no passo correspondente a ilustrações no 
sistema, evitando que use o campo destinado ao texto para que não contabilizem as 
palavras dentro das ilustrações.
14. As figuras deverão ter resolução mínima de 300 DPI, largura mínima 
de 1.200 pixels com altura proporcional, e serem gravadas nos formatos JPG ou TIF. 
Podem ser colocadas setas ou linhas para localizar as áreas de interesse. As legendas 
das imagens histológicas devem especificar a coloração e o aumento. Se uma figura já 
foi publicada anteriormente, deverá citar a fonte original abaixo da mesma e constar 
nas referências. Deverão enviar à revista a permissão do detentor dos direitos autorais 
para a sua reprodução. No uso de figuras que identifiquem a face de pacientes será 
preciso autorização por escrito para divulgação (ver no site da revista o documento 
Autorização para uso de fotografias).
15. Quanto aos vídeos é necessário inserir legendas contendo informações 
como título do manuscrito, autoria, instituição e outros comentários pertinentes. No 
uso de imagens de pacientes, a identidade deverá ser resguardada, do contrário, será 
preciso anexar-lhes permissão por escrito para divulgação.
16. Os gráficos deverão ser elaborados em Microsoft Excel. As tabelas dispen-
sam sua descrição no texto tendo a finalidade de suplementá-lo e não a de aumentá-lo. 
As unidades utilizadas para exprimir os resultados (m, g, g/100, mL etc.) figurarão no 
alto de cada coluna. Os pacientes devem ser identificados por números ou letras, e 
nunca pelos nomes, iniciais ou número de registro hospitalar.
17. O limite máximo de autores aceitável é de 5; só haverá exceção para tra-
balhos de maior complexidade (ex. Artigo Original, Revisão) mediante justificativa e 
aprovação dos editores.
18. As opiniões e declarações contidas na revista são de responsabilidade 
única e exclusiva de seus autores, não sendo, necessariamente, coincidentes com as 
da Equipe Editorial, do Conselho de Revisores ou da Sociedade Brasileira de Der-
matologia.
Os autores deverão submeter seu manuscrito para avaliação do Conselho 
Editorial da revista no endereço eletrônico que se segue: http://www.sgponline.
com.br/scd/sgp/.
Todos os documentos como Consentimento de uso para publicação (Co-
pyright), Conflito de interesses e Autorização para publicação de fotografias estão 
disponíveis no site da revista e no sistema de submissão online. Estes documentos 
devem ser assinados por todos os autores participantes e anexados no sistema ao sub-
meter o manuscrito. Autorização para publicação de fotografias só se faz necessária 
quando identifica a face do paciente por completo. O documento de Contribuição 
no trabalho deve ser preenchido via sistema de submissão.
CONTATO DA REVISTA
A/C Surgical & Cosmetic Dermatology 
Av. Rio Branco, nº 39, 18º andar. Rio de Janeiro – RJ, Brasil. 
CEP: 20090-003. 
surgical@sbd.org.br
A revista aceita trabalhos inéditos e não publicados das seguintes 
categorias:
1 – ARTIGOS DE REVISÃO
Poderão ser aprofundados os temas específicos nas áreas de interesse da 
S&CD, algoritmos, compilações e estatísticas. Estes trabalhos têm formato livre, po-
rem devem conter resumo não estruturado de até 100 palavras e conclusões ou 
considerações finais. Limite: texto até 6000 palavras, 10 ilustrações e 60 referências. 
Os artigos de revisão sistemática ou metanálises devem seguir orientações pertinentes 
(http://cochrane.bireme.br)
2 – ARTIGO ORIGINAL
É o relato de uma pesquisa investigativa original nas áreas de Cirurgia 
Dermatológica, Oncologia Cutânea, Tecnologia em Dermatologia e Cosmiatria. 
Exemplos: estudos experimentais, estudos clínicos, comparações e descrições de 
técnicas ou de métodos de avaliação, estudos de áreas afins (ex: estudos farmacêuticos 
em cosmiatria). O texto deverá conter até 4000 palavras, 10 ilustrações e 35 refe-
rências e seguir o formato IMRDC (Introdução e objetivo, Métodos, Resultados, 
Discussão, Conclusão)
Resumo: deverá conter no máximo 200 palavras e ser estruturado seguindo 
os itens: Introdução, Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. Não é permitido 
afirmar que os resultados ou outros dados serão apresentados ou discutidos.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 5-6.
Surgical & Cosmetic Dermatology Sumário / Table of contents
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO 2017 l Volume 10 l Número 1
ISSN:1984-5510
Online ISSN: 1984-8773 
7
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 7-8.
 Editorial / Editorial 
 Surgical & Cosmetic Dermatology e seu papel na comunicação científica 
 Surgical & Cosmetic Dermatology and its role in scientific communication
 Bogdana Victoria Kadunc
 Artigos de Revisão / Review Articles 
 Revisão da literatura: afecções auriculares parte 1: traumas físicos e por alteração térmica 
 Literature review: auricular disorders Part 1 - physical and thermal change related traumas 
 Bhertha M. Tamura, Ana Carolina Junqueira Ferolla, Cândida Naira Lima e Lima Santana
 Tratamento de verrugas virais com bleomicina intralesional 
 Treatment of viral warts with intralesional bleomycin
 Leandro Fonseca Noriega, Letícia dos Santos Valandro, Nilton Gioia Di Chiacchio, Marina Lino Vieira, Nilton Di Chiacchio
 
 Artigos Originais / Original Articles 
 Investigação sobre o uso do ácido retinoico a 3% e a 5% em soluções para peeling como agente para drug delivery após indução percutânea 
de colágeno com agulhas (IPCA®): perfil de segurança e protocolo de uso
 Investigation on the use of 3% and 5% retinoic acid in peeling solutions as a drug delivery agent after percutaneous induction of collagen with needles 
(IPCA®): safety profile and application protocol 
 Emerson de Andrade Lima, Mariana de Andrade Lima, Cláudio Eduardo Cavalcante de Araújo, Yara Maria Maia Nakasawa, Nilma Cintra Leal
 Terapia celular combinada com membranas de biopolímeros melhora a cicatrização de úlceras em paciente com dermatomiosite juvenil
 Combining cell therapy with biopolymer films improves wound healing in a juvenile dermatomyositis patient 
 Paula Tavares Colpas, Paulo Cesar Martins Alves, Carolina Caliári Oliveira, Ana Luiza Resende Pires, Angela Maria Moraes, Maria Beatriz Puzzi
 
 A lipoescultura como tratamento complementar na ritidoplastia 
 Liposculpture as a complementary treatment in rhytidoplasty
 Daniel Nunes e Silva, Isabela Carrijo Pessoa, Agliberto Augusto Barsaglini, Marcondes Rezende, João Ilgenfritz Junior, Marcelo Rosseto, Elaine Leal Loureiro
 Latanoprosta e minoxidil: estudo duplo-cego comparativo, placebo-controlado no tratamento da queda de cabelos 
 Latanoprost and minoxidil: comparative double-blind, placebo-controlled study for the treatment of hair loss
 Leila David Bloch, Cassiano Carlos Escudeiro, Fernanda Daud Sarruf, Neusa Yuriko Sakai Valente 
 Avaliação do conhecimento sobre fotoproteção e da exposição solar de estudantes universitários 
 Assessment of university students’ knowledge of photoprotection and exposure to the sun 
 Caroline Nunes Ferreira, Tais Freire Galvão, Priscila Gava Mazzola, Gislaine Ricci Leonardi
 
 Estudo comparativo entre dois anestésicos tópicos em procedimentos dermatológicos 
 Comparative study between two topical anesthetics in dermatological procedures
 Sandra Tagliolatto, Gabriela Nero Mitsuushi
 
 Composto nutracêutico no tratamento do eflúvio telógeno associado à síndrome das unhas fracas
 Nutraceutical compound forthe treatment of telogen effluvium associated with brittle nails syndrome
 Sergio Schalka, Patrícia Camarano Pinto Bombarda, Camila Canale
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Sumário / Table of contents
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Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 7-8.
 Diagnóstico por Imagem / Diagnostic imaging
 A utilidade da microscopia confocal nas lesões de lentigo maligno
 The utility of confocal microscopy in lentigo maligna lesions 
 Gisele Gargantini Rezze, Maurício Mendonça Nascimento, Regiane Salera, Clóvis Antonio Lopes Pinto, Francisco Macedo Paschoal
 
 Relatos de Caso / Case Reports
 Técnica inovadora para tratamento de flacidez cervical com fio mononylon para sustentação transmastoide 
 Innovative technique for the treatment of cervical laxity with mononylon thread for trans-mastoid support
 Frederico Hassin Sanchez, Timótio Volnei Dorn
 Sutura purse-string combinada com cicatrização por segunda intenção para reparo de defeito cirúrgico temporal 
 Purse string-suture combined with second intention healing for temporal region repair
 Marcos Noronha Frey, Rita de Cássia Rossini, Felipe Bochnia Cerci
 Reconstrução de extensa lesão de orelha com retalho em “porta de Saloon” 
 Reconstruction of extensive lesion in the ear with a "saloon door" flap 
 Guilherme Moraes Kruger, Gabriela Kimie Aseka, Carlos Alberto Ferreira de Freitas,Günter Hans Filho
 A importância do uso precoce de hialuronidase no tratamento de oclusão arterial por preenchimento de ácido hialurônico 
 The importance of the early use of hyaluronidase in the treatment of arterial occlusion resulting from hyaluronic acid based cutaneous filling
 Ritha de Cássia Capelato Rocha, Luana Bertelli Castilho, Danielle Mechereffe do Amaral Blaas, Reinaldo Tavares Júnior, Ana Paula Tavares, Mariana Isis Wanczinski
 Tratamento de psoríase vulgar pela microinfusão de medicamentos na pele (MMP®) usando ciclosporina e metotrexato 
 Treatment of psoriasis vulgaris with cyclosporine and methotrexate injections using the MMP® technique 
 Aline Lissa Okita, Samir Arbache, Dirlene Melo Palmeira Roth, Luciana Gasques de Souza, Mariana Morais Tavares Colferai, Denise Steiner
 
 Laser versus microagulhamento para tratamento de cicatriz facial – Relato de caso 
 Laser versus microneedling for the treatment of facial scar – Case report 
 Célia Luiza Petersen Vitello Kalil, Clarissa Prieto Herman Reinehr, Laura de Mattos Milman, Valéria Campos
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Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 9.
Editorial
Autor:
Bogdana Victoria Kadunc 1, 2
1 Pontifícia Universidade Católica 
de Campinas - (PUC - Campinas) 
- Campinas(SP), Brasil.
2 Hospital do Servidor Público 
Municipal – São Paulo (SP), Brasil.
Correspondência para: 
Bogdana Victoria Kadunc
 Av. Rio Branco, 39 18º andar 
Centro 
20090 003 - Rio de Janeiro - RJ, 
Brasil.
E-mail: surgical@sbd.org.br 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.201810101
2018 será o 9º ano de publicação ininterrupta da Surgical & Cosmetic 
Dermatology (S&CD)!!
Inicialmente, gostaria de fazer alguns comentários breves sobre as mu-
danças que o atual cenário mundial da comunicação científica apresenta em seus 
aspectos éticos e comerciais, e como tem sido manter e administrar esta publicação.
A possibilidade da obtenção de artigos em acesso aberto e a cobran-
ça aos autores de taxas de valor variável para publicação que muitos periódi-
cos adotam, são os principais responsáveis por estas mudanças, que ao lado de 
muitos benefícios, trazem também preocupações. Os grandes benefícios são o au-
mento do acesso ao conhecimento científico e da visibilidade dos autores, enquan-
to que a maior preocupação se refere ao surgimento dos nefastos assim denominados 
“periódicos predatórios” que não realizam a avaliação legítima e criteriosa dos artigos, 
publicam fatores de impacto falsos e tem por objetivo apenas receber as taxas de publi-
cação como forma de lucro fraudulento. 
Destacamos assim a postura da S&CD que não necessita cobrar dos autores taxas 
de publicação porque possui fontes de financiamento formalizadas institucionalmente 
(Sociedade Brasileira de Dermatologia-SBD desde o início, e recentemente Sociedade 
Brasileira de Cirurgia Dermatológica-SBCD) e obedece as detalhadas exigências éticas 
e estruturais das bases de indexação (revisão por pares, publicação de artigos oriundos de 
diferentes regiões geográficas e 50% de trabalhos de investigação). 
Temos procurado, dentro destes princípios e com muito esforço administrar 
este periódico que tem se revelado um estímulo à publicação de autores brasileiros em 
Cirurgia Dermatológica, Oncologia Cutânea, Diagnóstico por Imagens, Avanços Tec-
nológicos em Dermatologia e Cosmiatria. Temos também despertado o interesse de 
pesquisadores da América do Sul, Portugal e Oriente Médio, sem esquecer grandes no-
mes da Cirurgia Dermatológica Europeia, como o Dr. Eckart Haneke, que nos ajudam 
com sua experiencia.
Contamos também com o forte apoio científico do Colégio Ibero-Latino de 
Dermatologia e da SBCD, recentemente reforçado através de compromissos formais 
com os Drs. Omar Lupi e Mauro Enokihara, respectivamente vice-presidente e presi-
dente dessas respeitadas instituições. 
A S&CD já se encontra incluída em várias importantes bases de dados regio-
nais e internacionais, tais como: REDALYC, LATINDEX, LILACS, SCOPUS e DOAJ 
(Directory of Open Access Journals), um diretório online que indexa e promove acesso 
somente para publicações de boa qualidade e revisadas por pares. A S&CD também 
marca sua presença em redes sociais voltadas a pesquisadores, entre elas o ResearchGate.
A todos, Corpo Editorial, Conselho de Revisores nacionais e internacionais, 
equipe da Biblioteca- SBD e autores, agradeço pessoalmente a colaboração neste per-
curso em direção à materialização e divulgação da S&CD.
Algumas importantes barreiras já estão vencidas, mas muitos outros desafios ainda 
temos por enfrentar.
Profa. Dra. Bogdana Victoria Kadunc
Editora-chefe da Surgical & Cosmetic Dermatology
Surgical & Cosmetic Dermatology e seu 
papel na comunicação científica 
Surgical & Cosmetic Dermatology and its role in scientific 
communication
Revisão da literatura: afecções auriculares 
parte 1: traumas físicos e por alteração 
térmica
Literature review: auricular disorders Part 1 - physical and thermal 
change related traumas
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.201810102
RESU MO
 A orelha é estrutura com peculiaridades anatômicas, localizada em área exposta a traumas 
e suscetível a uma série de dermatoses que merecem atenção, muitas vezes subdiagnosti-
cadas pelos dermatologistas. Realizou-se revisão de literatura incluindo a embriologia e a 
anatomia do pavilhão auricular, bem como diagnóstico e tratamento das lesões traumáticas 
de natureza física e por alterações de temperatura, entre outras. 
 Palavras-chave: Anatomia; Orelha; Otopatias
ABSTRACT
 The ear is a structure with anatomical peculiarities. It is located in an area exposed to trauma and sus-
ceptible to a series of dermatoses that are often underdiagnosed by dermatologists and deserve attention. 
A literature review was carried out including the embryology and anatomy of the auricular pavilion, 
as well as the diagnosis and treatment of traumatic lesions of physical nature and due to changes in 
temperature, among others.
 Keywords: Ear; Anatomy; Ear diseases
INTRODUÇÃO
O ouvido é dividido em três partes principais: ouvido 
externo, ouvido médio e ouvido interno. O externo é composto 
pelo pavilhão auricular e canal auditivo.1
O pavilhão auricular ou aurícula é oriundo do segundo 
arco faríngeo, podendo ser observado pela primeira vez na sexta 
semana de gestação. Orevestimento do canal auditivo externo 
é contínuo com a pele e com a superfície externa do tímpano, 
tem origem ectodérmica1 e contém glândulas sebáceas apócri-
nas modificadas, denominadas glândulas ceruminosas e glândulas 
sebáceas, ambas associadas a folículos pilosos.2
Devido a sua posição anatômica, o pavilhão auricular está 
sujeito a traumas e exposições térmicas, além de poder apre-
sentar diversos sinais associados a diferentes doenças cutâneas e 
sistêmicas. 
A ORELHA
A aurícula se desenvolve a partir da primeira crista bran-
quial e é composta primariamente de cartilagem e pele que estão 
aderidas firmemente na região anterior e em menor grau na 
posterior. Devido a sua localização anatômica o pavilhão auri-
cular está comumente exposto ao sol e ao frio. As neoplasias da 
cartilagem da aurícula são raras; a maioria ocorre na pele ou nos 
anexos. 
Artigo de 
Revisão
Autores:
Bhertha M. Tamura1 
Ana Carolina Junqueira Ferolla1
Cândida Naira L. e L. Santana2
1 Departamento de Dermatologia, 
Ambulatório de Especialidades 
Barradas, Bourroul - São Paulo 
(SP), Brasil.
2 Clínica Dermacare – São Luis 
(MA), Brasil.
 
Correspondência para: 
Bhertha M. Tamura
 Av. Ministro Gabriel de Rezende 
Passos, 500 Conj. 1506 
04521 022 - São Paulo - SP, Brasil
E-mail: bhertha.tamura@uol.com.br 
Data de recebimento: 11/11/2017 
Data de aprovação: 18/02/2018
Trabalho realizado no Departamento 
de Dermatologia, Ambulatório de 
Especialidades Barradas - São Paulo 
(SP), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
10 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
Afecções auriculares: traumas físicos e por alteração térmica 11
O canal auditivo externo tem de dois a 3cm de compri-
mento e é composto por uma parte cartilaginosa em uma parte 
óssea. Somente a parte cartilaginosa do canal contém folículos 
pilosos, glândulas sebáceas e ceruminosas. Na porção superior e 
posterior do canal, a cartilagem é incompleta e preenchida por 
tecido fibroso. A junção temporomandibular e a glândula paróti-
da se encontram na região anterior ao canal auditivo, estando o 
osso mastoide e o nervo facial localizados posteriormente. 
A inervação da aurícula e do canal externo é realizada 
pelo nervo auricular magno, por ramo auricular do nervo vago, 
ramo auriculotemporal do nervo trigêmeo e pelo nervo occi-
pital inferior.1
EMBRIOLOGIA
O desenvolvimento da orelha externa começa no final da 
quarta semana gestacional, a partir de seis tubérculos auriculares. 
Alterações congênitas durante a fusão dos tubérculos não são 
raras devido ao complexo desenvolvimento dos tubérculos.
Os primeiros aparecem na região cervical inferior e com 
o desenvolvimento da mandíbula alongam-se em direção ao crâ-
nio mudando a posição das conchas para a altura dos olhos. A 
posição mais baixa das conchas é frequentemente associada a 
malformações, na maioria das vezes cromossômicas.
A partir da porção posterior do primeiro sulco faríngeo, 
o meato acústico externo cresce para o interior como um tubo 
afunilado, até atingir o revestimento endodérmico da cavidade 
timpânica. No início da nona semana, as células epiteliais do 
assoalho do meato acústico proliferam e formam uma placa do 
meato acústico. Essa placa se degenera no sétimo mês, e a surdez 
congênita ocorre quando ela se mantém.1,2
ANATOMIA DA ORELHA
A orelha externa consiste inferiormente do lóbulo, parte 
macia e arredondada. A moldura externa contínua ao lóbulo é 
estrutura firme que se denomina hélice. A ela, superiormente 
se segue a escafa, medialmente a anti-hélix (moldura oponente 
à hélix) e em seu extremo caudal o antitragus. Medialmente à 
anti-hélix a cartilagem forma a concha, e superiormente uma 
outra depressão denominada fossa triangular. Medialmente na 
área de adesão da orelha ao segmento cefálico circundando o 
meato acústico (formado pela parte timpânica do temporal) em 
formato de “S” e o protegendo, encontramos o tragus (Figura 1).
Os músculos da orelha são raramente valorizados devido 
a seu caráter rudimentar, mas precisam ser conhecidos e descri-
tos. Podem ser considerados músculos da mímica pertencentes a 
um sistema de esfíncteres, que em vários animais ainda é bastante 
proeminente com funções como a movimentação das orelhas 
ou fechamento do meato acústico durante a hibernação.1,2 Há 
intensa vascularização da orelha, especialmente no lóbulo, sendo 
que os vasos se encontram na base de sua implantação.
TRAUMA / HEMATOMA
O trauma da aurícula ocorre frequentemente por contu-
são, laceração ou perda de toda aurícula. Em alguns casos a au-
rícula pode ser ressuturada com sucesso. A técnica reconstrutora 
deve seguir os conceitos básicos da cirurgia plástica. A sutura da 
pele deve ser cuidadosamente realizada com o controle rigoroso 
do sangramento porque a pele é justaposta à cartilagem subja-
cente. As áreas extremamente maceradas devem ser removidas 
procurando-se minimizar as deformidades e cicatrizes. 
O hematoma (Figura 2) da aurícula não ocorre apenas 
em lutadores, boxeadores, jogadores de rugby, futebol e outros 
esportes, mas também é comum em crianças. Os hematomas são 
comuns em esportes com contato físico como as lutas, devido à 
exposição da orelha. Quando a orelha é atingida pode ocorrer 
um descolamento entre o pericôndrio a cartilagem, criando-se 
um espaço preenchido por sangue, e constituindo um hemato-
ma. Como a cartilagem não tem circulação própria, esse espaço 
pode redundar em necrose ou infecção. 
O trauma é a causa mais comum de hematomas embo-
ra discrasias sanguíneas possam levar a pequenas hemorragias. 
A região externa da aurícula é a área mais afetada devido a sua 
posição exposta. O sangue se coleta rapidamente após o trau-
ma, dissecando o tecido entre o pericôndrio e a cartilagem e 
criando uma coleção vinhosa que envolve toda a aurícula. Se 
essa coleção não for tratada precocemente, o sangue se organiza, 
transformando-se numa massa fibrosa e causando a necrose da 
cartilagem pela isquemia regional. Essa massa cicatricial especial-
mente após traumas repetitivos cria uma deformidade denomi-
nada “orelha em couve-flor.3 
O tratamento é baseado na drenagem rápida do sangue 
coletado. Devido à possibilidade de ocorrer uma pericondrite, 
deve-se fazê-lo assepticamente. Utilizam-se antibióticos de largo 
espectro, incluindo ação contra Pseudomonas aeruginosa nos pe-
ríodos pré e pós-operatório. A incisão deve ser paralela à hélice, 
na escafa, fazendo-se abertura suficiente para aspirar inteiramen-
te o hematoma, realizada precocemente para evitar a organização 
do mesmo. Nesse caso, haveria necessidade de curetagem. Podem 
ser colocados drenos pequenos para prevenir nova coleção de 
sangue ou soro, porém não se deve deixá-lo mais do que 48 
horas devido ao risco de infecção. 
Figura 1: Representação esquemática da anatomia externa da orelha
Um curativo compressivo deve ser adaptado ao formato 
da orelha sobre a área do hematoma e outro na região posterior 
da aurícula, podendo ser realizada sutura que atravessa toda a es-
pessura da aurícula. Deve ser mantido por no mínimo 48 horas. 
Coleções pequenas residuais devem ser drenadas respeitando-se 
as técnicas de assepsia. Utiliza-se antibiótico durante cinco a sete 
dias, e a ocorrência de pericondrite deve ser tratada imediata-
mente. 
LACERAÇÕES E ABRASÕES
As lacerações da aurícula exigem o fechamento meticu-
loso e detalhado, o realinhamento dos fragmentos e a manu-
tenção dos contornos da aurícula. Deve ser feita a comparação 
com a orelha oposta para que possa ser mantida a maior simetria 
possível. As lacerações e abrasões podem ser tratadas sob anestesia 
local, porém, em crianças e nos casos severos ou extensos a opção 
é a anestesiageral. São comuns casos de laceração e ruptura do 
lóbulo devidas ao trauma do orifício do brinco.4
A ferida deve ser inspecionada e lavada cuidadosa e in-
sistentemente para a remoção de qualquer material estranho ou 
necrosado. Deve-se realizar um desbridamento, (Figura 3) o mais 
conservador possível. Lacerações simples da pele são fechadas 
geralmente com fio mononylon seis zeros e a cartilagem com 
fio absorvível. Pode ser necessário remover uma pequena faixa 
de cartilagem ao longo da laceração para facilitar o fechamento 
do pericôndrio. Deve ser mantido o formato original da borda 
da hélice.
São necessários curativo compressivo durante 24 horas e 
antibióticos orais durante uma semana. Quando a laceração se 
estende até o canal auditivo, após a sutura aplica-se um curativo 
dentro do canal para moldá-lo, mantendo-o durante várias se-
manas para evitar estenose. 
As abrasões devem ser limpas e cobertas por gaze, anti-
biótico e curativo oclusivo durante 24 horas. Após a retirada a 
ferida é tratada apenas com curativo simples até que ocorra a 
reepitelização. Se houver dor severa sob o curativo, ele deve ser 
removido imediatamente, e a ferida cuidadosamente examinada, 
pois podem ocorrer isquemia, hematoma ou infecção. Quando 
há necessidade de sutura, deve-se iniciá-la nos locais de acesso 
cirúrgico mais difícil, tais como meato auditivo e concha, ter-
minando-se a cirurgia nos locais periféricos. Em alguns casos de 
ferimentos lacerantes extensos, a ressecção em cunha ou o debri-
damento mínimo é necessário, devendo-se aproximar as bordas 
de maneira a não alterar a curvatura normal da orelha.
Nos ferimentos abrasivos extensos ou nos casos em que 
ocorreram pequenas perdas de pele, procede-se à limpeza exaus-
tiva da lesão e à aplicação de curativo oclusivo com gaze de rayon 
vaselinada. A epitelização se processará de maneira satisfatória no 
prazo de sete a dez dias, observando-se que a orelha tem enorme 
capacidade de epitelização secundária.
Nos casos em que houver perda significativa de pele,5 
com exposição do pericôndrio, utilizam-se enxertos de pele 
como medida reparadora. A área doadora preferencial é a região 
retroauricular contralateral, por apresentar pele de coloração e 
textura semelhantes.
Quando há perda de pericôndrio, com exposição de car-
tilagem, podem ser utilizados: ressecção em cunha e fechamen-
to primário, retalho local, excisão da cartilagem e enxerto de 
pele, ou ainda manutenção do ferimento aberto. A ressecção em 
cunha, com fechamento primário, é utilizada quando a lesão é 
pequena ou localizada perifericamente.
Quando se utilizam retalhos locais, a área preferencial é 
a região retroauricular. Em alguns casos, pode-se levar o retalho 
para a área exposta e, em segundo tempo, retorná-lo ao seu local 
de origem, utilizando enxerto de pele na área cruenta. Em ou-
tros casos a cartilagem pode ser ressecada, enxertando-se a área 
cruenta. Esse procedimento tem a vantagem de ser realizado em 
um único tempo cirúrgico.6
Outra alternativa seria manter o ferimento aberto, tro-
cando frequentemente o curativo com gaze embebida em soro 
fisiológico, aguardando-se a formação de tecido de granulação e 
realizando a reparação secundária em tempo posterior. 
12 Tamura BM, Ferolla ACJ, Santana CNLL
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
Figura 2: Hematoma Figura 3: Borda da ferida desbridada após ruptura do lóbulo da orelha
Afecções auriculares: traumas físicos e por alteração térmica 13
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
PERDAS PARCIAIS DA AURÍCULA
Quando há desinserção muito importante da orelha, mas 
a circulação está mantida graças a um pequeno pedículo, deve-se 
ressuturar os tecidos em sua posição de origem, com o menor 
trauma possível. Na fixação do arcabouço cartilaginoso utiliza-se 
fio de náilon monofilamentar 6-0 com a finalidade de mantê-lo 
em posição. É necessário fazer a reavaliação da viabilidade teci-
dual 48 horas após o procedimento inicial.
Strauch3 observou a sobrevivência da orelha quando o 
pedículo era constituído apenas por uma porção do lóbulo ou 
de pequeno segmento junto à inserção do pavilhão no segmento 
cefálico. O tratamento ideal nas avulsões parciais com exposição 
de cartilagem deve visar a sua imediata cobertura. A cartilagem 
pode ser preservada com um enxerto ou com um segmento par-
cialmente aderido, coberta por retalho adjacente ou sepultada 
sob retalho (em bolsa). Os traumas podem variar de perda par-
cial a total da aurícula. Após anestesia, limpeza e debridamento, 
como já descrito, a extensão da perda tecidual e a condição do 
restante da estrutura determina se a ferida pode ou não ser sutu-
rada primariamente ou se necessita de reconstrução. 
A perda da pele com pericôndrio intacto pode ser re-
parada com um enxerto parcial ou total. A pele retroauricular 
fornece tecido cuja cor combina com a da pele da aurícula; as 
áreas supraclaviculares também podem ser utilizadas. Se hou-
ver perda de pele e pericôndrio, há necessidade de um tecido 
vascularizado para cobrir a cartilagem. Podemos então utilizar 
um retalho da área pré ou retroauricular, mas, retalhos pré-au-
riculares para a superfície lateral da aurícula podem parecer 
espessos e têm resultado cosmético pouco satisfatório. Se a área 
de cartilagem exposta for pequena, simplesmente pode ser ex-
cisada, e as paredes da ferida ressuturadas. Se não for possível 
utilizar nenhuma dessas alternativas, pode-se esperar a granu-
lação do tecido, mantendo-se apenas curativos locais até que 
possa ser feito um enxerto. 
A reconstrução de perdas teciduais totais,5 como a re-
gião da hélice, do lóbulo da orelha, e defeitos segmentares en-
volvendo a aurícula em sua região superior, média ou inferior 
pode ser bastante complexa ou exigir múltiplas fases. O mé-
todo de escolha para a correção dependerá das dimensões do 
defeito. Defeitos com menos de 2cm podem ser transformados 
em pequenos fusos e fechados primariamente. Benchemam et 
al 7 descreveu uma técnica (Antia-Buch) com o uso de retalhos 
condrocutâneos superiores e inferiores da hélice adjacente ao 
defeito. Após a incisão da pele e cartilagem da superfície lateral 
da aurícula, a pele da superfície medial é amplamente divulsio-
nada permitindo que os retalhos avancem sobre o defeito. Essas 
técnicas de avanço podem corrigir grandes defeitos, porém às 
vezes a diminuição do tamanho da orelha é inaceitável. Nesses 
casos, deve-se fazer reconstrução em etapas, trazendo outro te-
cido ao defeito para reconstruir a hélice. Existe uma variedade 
de técnicas para rotação de retalhos tubulares para esse propósi-
to. Outra opção envolve o avanço de pele da superfície medial 
da aurícula e da área retroauricular, que pode ser utilizado em 
combinação com enxertos de cartilagem. Pode-se utilizar essa 
técnica também em lesões mais extensas da orelha. Quando 
há a necessidade de várias fases cirúrgicas, não se deve dei-
xar a cartilagem exposta. Pode-se cobri-la embutindo-a sob a 
pele retroauricular onde a área acometida é lavada, limpa, der-
moabrasada e anatomicamente ressuturada no coto auricular 
remanescente. Cria-se, assim, uma bolsa ou túnel retroauricular 
que abriga esse coto. Duas semanas depois, a porção embutida é 
reexposta para que se complete a epitelização. Isso fornece uma 
proteção adequada, e a pele sobrejacente pode ser utilizada para 
a primeira fase da reconstrução. A cartilagem conchal da orelha 
contralateral pode ser utilizada para o enxerto composto. Essa 
técnica pode ser utilizada também para reconstruir orelhas com 
perda segmentar maior. 
AVULSÃO TOTAL DA AURÍCULA
Na literatura o sucesso do reimplante de orelhas totalmente 
decepadas foi à custa de terapia agressiva com antibióticos endove-
nosos, anticoagulantes e vasodilatadores. A congestão venosa deve 
seraliviada por múltiplas puncturas ou incisões para drenagem. 
Atualmente realiza-se a microcirurgia quando possível, 
com reanastomoses vasculares realizadas com técnicas microci-
rúrgicas. Há necessidade também de anticoagulação, antibióticos, 
curativos frequentes e técnicas de drenagem venosa. 
A peça amputada deve ser transportada em condições es-
téreis, resfriada e ressuturada o mais brevemente possível. Quan-
do não for possível resgatá-la, podemos optar por próteses fixas, 
por implantes osteointegrados ou reconstrução auricular total.6
As amputações da orelha são de solução cirúrgica extre-
mamente complexa. Até recentemente, a única alternativa viável 
consistia em salvar o arcabouço cartilaginoso.
As tentativas cautelosas de salvar o arcabouço cartilagi-
noso extremamente traumatizado podem prejudicar a recons-
trução. Isso ocorre pelo fato de a cartilagem traumatizada ou 
alterada produzir detalhes ou projeção inadequados.
Técnicas atuais de reconstrução utilizando enxertos de car-
tilagem autógena com cobertura por retalho da fáscia do músculo 
temporal oferecem melhores resultados do que aqueles obtidos 
com tentativas de preservação da cartilagem em locais distantes.
Nos casos de amputação, tratados com inserção da carti-
lagem desnuda por debaixo do retalho retroauricular e liberação 
do retalho em duas a quatro semanas, nota-se retração tardia do 
segmento reinserido, bem como perda da definição e do con-
torno da orelha.
As reconstruções com cartilagem autógena, utilizando-se 
segmento da concha da orelha contralateral ou cartilagem costal, 
associadas à cobertura cutânea adequada, frequentemente produ-
zem orelhas mais aceitáveis do ponto de vista estético.
O reimplante de grandes segmentos ou de toda a orelha 
como enxerto composto está fadado, em alguns casos ao insu-
cesso, exceto se a área receptora for inicialmente preparada no 
intuito de aumentar a vascularização.3
MORDEDURA POR ANIMAL 
Os conceitos básicos de reparações das lesões de orelha 
são as descritas anteriormente com algumas considerações es-
pecíficas. Em primeiro lugar, identificar o animal (incluído o 
humano) e a extensão da lesão. Assim como outras feridas, é 
necessário documentar fotograficamente, preocupar-se com a 
profilaxia do tétano e detectar se há necessidade da profilaxia 
antirrábica. 
Todos os pacientes devem ser tratados com antibiótico. 
Tais lesões têm contaminação por micro-organismos tanto ae-
róbios como anaeróbios,4 sendo os mais frequentemente detec-
tados nas mordidas por humanos: S. aureus, Pasteurella multocida, 
Streptococci, Bacteroides e Fusobacterium sp. A penicilina ou a am-
picilina cobre a maioria dos patógenos incluindo o P. multocida. 
O clavulonato de amoxacilina e a ticarcilina têm maior espectro 
de ação, incluindo o S. aureus e os produtores de beta-lactamase.
O tratamento se inicia com a limpeza detalhada e a ir-
rigação da ferida. Se ela for muito extensa e demandar recons-
trução cirúrgica deve-se considerar se isso será feito imediata ou 
posteriormente. Há controvérsias, mas a reconstrução posterior 
nos casos de mordida humana grave ou lesões que ocorreram há 
várias horas é factível se o intervalo de tempo for inferior a cinco 
horas, com a ferida bem limpa e que possa ser suturada primaria-
mente. Caso o reparo não possa ser realizado de imediato devem 
ser aplicados curativos locais até que haja tecido de granulação 
local, limpo e sem infecções. 
LESÕES POR ALTERAÇÕES TÉRMICAS
Frio ou congelamento
Provoca trauma localizado que resulta da exposição ao 
frio8 sendo a perda tecidual devida a lesões celular e vascular 
direta. Estudos em animais demonstram que após o congela-
mento, os condrócitos mostram evidências imediatas de lesão 
acompanhadas de alterações mínimas das células epidérmicas. 
A microvasculatura, no entanto, apresenta mudança dramática, 
ocorrendo separação das células endoteliais da lâmina elástica 
interna (formação de cristais de gelo), estase e extravasamento 
de hemácias, edema intersticial, baixo fluxo e necrose tecidual. 
A liberação de metabólitos do ácido aracdônico, o tromboxane 
A2 e prostaglandinas pioram a necrose e agem na regulação da 
vascularização de um modo ainda não totalmente conhecido le-
vando à isquemia e perda tecidual.
A lesão por frio pode ser superficial ou profunda. Os teci-
dos profundos se mantêm viáveis se o congelamento for superfi-
cial, o que não acontece se ele atingir as camadas mais inferiores. 
Esse tipo de lesão é mais frequente nos climas frios, e 
a região auricular é frequentemente envolvida, por sua posição 
exposta e pela baixa quantidade de tecido subcutâneo para pro-
teger os vasos sanguíneos. O vento, a umidade e a temperatura 
são determinantes da severidade da lesão. Inicialmente, há va-
soconstricção deixando a orelha, especialmente nas partes mais 
externas, esbranquiçada e fria ao toque. Seguem-se a hiperemia 
e o edema que prejudicam ainda mais a permeabilidade capilar. 
A cristalização do fluido intracelular pode ser primariamente 
responsável por isso. A orelha se torna edemaciada, vermelha, 
amolecida e pode apresentar bolhas com saída de secreção fluida 
através da pele. No estágio final da queimadura pelo frio, os ca-
pilares regionais se tornam repletos de células vermelhas devido 
à baixa velocidade da circulação através dos capilares e pela perda 
do soro em função da permeabilidade anormal. A recuperação é 
lenta porque ocorrem obstrução, trombose e isquemia, levando à 
necrose do tecido afetado. 
O tratamento é baseado no grau de severidade da le-
são. A orelha deve ser tratada gentilmente para minimizar as 
lesões num tecido já traumatizado e desvitalizado. Deve-se evi-
tar massagem e outras manipulações. Deixar que a temperatu-
ra da orelha retorne gradativamente à temperatura corporal. 
Quando ocorrer a vasodilatação serão observados sintomas de 
prurido e dor severa, que deve ser controlada com analgésicos. 
Nas crianças há necessidade de restringir as mãos. Nos casos 
severos ou de exposição prolongada, recomenda-se o uso de 
anticoagulantes para minimizar a trombose e a coagulação in-
travascular, devendo-se continuar esse tratamento até que se 
determine exatamente a área danificada. Em todos os casos po-
dem ser usados estrogênios conjugados e bioflavonoides por via 
endovenosa para reduzir a permeabilidade capilar anormal. Os 
antibióticos podem ser necessários para prevenir a infecção do 
tecido desvitalizado. Se a necrose de algumas áreas da aurícula 
se tornarem evidentes deve-se aguardar sua delimitação com-
pleta antes que a excisão cirúrgica seja realizada. A separação 
espontânea do tecido desvitalizado permite que a cirurgia seja 
econômica, e o resultado cosmético mais adequado. Se houver 
indicações de infecção e gangrena a excisão cirúrgica deve ser 
realizada imediatamente.
O frio também pode ser importante fator quando se tra-
ta de erupção juvenil da primavera, condrodermatite nodular 
da hélice, eritema pérnio, lúpus eritematoso e crioglobulinemia. 
Lesões semelhantes àquelas provocadas pelo frio podem ser de-
sencadeadas por uso excessivo de spray de etilclorida para o pier-
cing na orelha.2,5
QUEIMADURAS
A aurícula é particularmente suscetível ao trauma tér-
mico9 devido a sua posição exposta e à mínima quantidade de 
tecido subcutâneo separando a pele do pericôndrio. Pode-se 
perder tecido devido ao trauma térmico direto, e a isquemia 
dérmica progressiva parece resultar de uma interação comple-
xa de fatores, incluindo o aumento da permeabilidade vascu-
lar com a formação de edema significante e a liberação de 
mediadores químicos com potentes efeitos na função vascular. 
O tecido danificado serve como substrato para infecções e fi-
nalmente a perda da cartilagem e a subsequente deformidade 
auricular. 
Queimaduras de primeiro grau envolvem apenas a epi-
derme. A orelha ficaeritematosa, quente e dolorosa ao tato, e 
se toma conduta expectante. As queimaduras de segundo grau 
envolvem a epiderme e parte da derme, podendo ser divididas 
em profundas e superficiais. Queimadura de terceiro grau ou 
de espessura total é aquela em que ocorre a destruição total da 
epiderme e da derme. Muitas vezes a diferenciação entre a quei-
madura parcial profunda e a de espessura total pode ser difícil. 
Leve edema pode ocorrer numa queimadura profunda e uma 
queimadura de espessura total pode ocorrer sem dor ou desse-
14 Tamura BM, Ferolla ACJ, Santana CNLL
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
Afecções auriculares: traumas físicos e por alteração térmica 15
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
cação de tecidos, levando à autoamputação parcial ou total da 
orelha. A falta da sensação de dor não auxilia a determinação da 
profundidade da queimadura pois é variável nas queimaduras de 
segundo e terceiro graus. O principal cuidado nos casos de quei-
maduras de segundo e terceiro graus é a prevenção da condricte, 
infecção séria que leva também à perda da cartilagem. Deve-se 
realizar um cuidado meticuloso da ferida e evitar a pressão local. 
Purdue9 descreve regimes que envolvem a lavagem gentil da ore-
lha e o uso de sabonetes antibacterianos uma a duas vezes por dia 
seguida da aplicação de cremes antibióticos, diminuindo assim a 
incidência da condrite para intervalo de zero a 3%. A cartilagem 
exposta devido a queimaduras severas deve ser coberta com te-
cido vascularizado para tentar preservá-la. 
LESÕES ARTEFACTUAIS OU IATROGÊNICAS
A maioria das outras formas de trauma tendem a ser ar-
tefactuais ou iatrogênicas. O piercing pode levar à infecção, sen-
do que as complicação decorrente desse procedimento podem 
chegar a 34%, com formação de queloide, dermatite de conta-
to por níquel e pseudolinfoma do lóbulo da orelha. Ruptura 
da membrana timpânica e atresia adquirida do canal auditivo 
externo são geralmente resultados de trauma cirúrgico ou ten-
tativas intempestivas para remover corpo estranho ou cerúmen 
impactados. Contratura do meato acústico externo pode seguir 
as queimaduras.
ACANTOMA FISSURADO
Trata-se de lesão fissurada, algumas vezes apresentando-se 
como pápula eritematosa e descamativa lembrando lesão de ce-
ratose actínica. Ocorre atrás ou na parte mais superior da orelha, 
na junção com o couro cabeludo causada por hastes de ócu-
los mal ajustados. O diagnóstico diferencial inclui o carcinoma 
basocelular, a ceratose actínica e o carcinoma espinocelular em 
fase inicial.6,10
CORPO ESTRANHO
Corpos estranhos no canal auditivo compõem um cená-
rio comum nas emergências, mais comum na população abaixo 
de cinco anos de idade. Podem ser assintomáticos ou com dor, 
inflamação ou infecção no conduto auditivo externo,3 otorréia 
e tinido.11,12
Na infância a maior parte corresponde a pequenos ob-
jetos e grãos e na população adulta a algodão dos cotonetes. O 
tratamento é feito com a lavagem do ouvido ou por cirurgia. A 
lista de objetos que podem ser encontrados no canal auditivo 
é muito variada, sendo o cerúmen impactado causa frequente 
de irritação. Por outro lado, pouco cerúmen, especialmente em 
mulheres, pode levar ao prurido. Deve-se ter cuidado e atenção 
com o uso excessivo de algodão, excesso de limpeza ou coçadura 
do ouvido. O uso de objetos metálicos pode levar à dermatite 
de contato. As tentativas intempestivas para a retirada do objeto 
levam muitas lesões para o istmo ou outros locais. O corpo es-
tranho, sendo menor do que o lúmen do canal pode ser remo-
vido por um fórceps de Hartmann. Objetos maiores devem ser 
“pescados” com uma alça, ou, em alguns casos, com injeção de 
água através da parede à semelhança da retirada de cerúmen, ou 
ainda, aspirados com sugadores adequados. No caso dos insetos, 
inicialmente devem ser mortos com tampão de algodão ume-
decido com éter, clorofórmio ou álcool durante cinco minutos 
e depois lavagem para sua retirada. Se a criança estiver agitada, 
há necessidade de anestesia geral. Muitos dos casos de trauma 
timpânico e dos ossículos ocorrem com movimentos das crian-
ças durante esse tipo de procedimento. Sempre que objetos se 
instalarem além do istmo deve-se realizar a retirada sob anestesia. 
Moscas podem depositar seus ovos na orelha e a miíase resultante 
pode levar à dor, inflamação e ocasionalmente a complicações 
mais severas. 
Pelos soltos no canal auditivo também podem ser causa 
de ruídos no ouvido.
CONCLUSÕES
A revisão realizada demonstra a grande variedade de 
afecções que podem atingir a orelha. Embora muitas vezes te-
nhamos a impressão de que as doenças atinjam a orelha por que 
ela faz parte do tegumento, o que é verdade na maioria dos casos, 
outras se referem exclusivamente a essa região pelas suas próprias 
características e função. Discorremos sobre as dermatites, trauma, 
infecções, deformidades congênitas até tumores benignos e ma-
lignos tornando o assunto extremamente interessante em termos 
dermatológicos e também do ponto de vista cirúrgico pelo co-
nhecimento mais amplo permitindo abrir um leque em termos 
de diagnóstico diferencial e alternativa terapêutica. l
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CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Bhertha M. Tamura | 0000-0001-7259-2998
Concepção, redação e revisão 
Ana Carolina Junqueira Ferolla | 
Concepção, redação e revisão 
Cândida Naira Lima e Lima Santana | 0000-0002-2693-0025
Concepção, redação e revisão 
7. Benchemam Y, Nicolas J, Alix T, Soubeyrand E, Tringali S, Labbé D, et al. 
The Antia-Buch flap technique in reconstruction of marginal ear de-
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16 Tamura BM, Ferolla ACJ, Santana CNLL
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 10-6.
 17
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 17-21.
Artigo de 
Revisão
Autores:
 Leandro Fonseca Noriega1
Letícia dos Santos Valandro2 
Nilton Gioia Di Chiacchio1 
Marina Lino Vieira1 
Nilton Di Chiacchio1
1 Clínica de Dermatologia, Hospital 
do Servidor Público de São Paulo 
– São Paulo (SP), Brasil.
2 Departamento de Dermatologia, 
Hospital de Clínicas, Universidade 
Estadual de Campinas (UNICAMP) 
– Campinas (SP), Brasil.
 
 
Correspondência:
Leandro F. Noriega
 Avenida Andrômeda, no 885, 
sala 2106 - Alphaville Empresarial
13015 121 - Barueri - SP, Brasil
 Email: leandronorieg@gmail.comData de recebimento: 01/11/2017
Data de aprovação: 02/01/2018
 
Trabalho realizado no Hospital do 
Servidor Público Municipal de São 
Paulo - São Paulo (SP), Brasil. 
 
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
Tratamento de verrugas virais com 
bleomicina intralesional
Treatment of viral warts with intralesional bleomycin
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.201810103
RESU MO
A verruga viral representa uma das dermatoses mais prevalentes. O quadro clínico varia de 
lesão única com cura espontânea até múltiplas lesões recalcitrantes. O sulfato de bleomici-
na é uma droga de ação citotóxica, aprovada para o tratamento quimioterápico de algumas 
malignidades. Há mais de 45 anos existem trabalhos demonstrando sua utilidade na der-
matologia, em especial na terapia intralesional para verrugas virais, que constitui excelente 
opção para as lesões em topografias de difícil manejo e para os casos não responsivos a 
outras abordagens.
Palavras-chave: Bleomicina; Tratamento farmacológico; Verruga viral
ABSTRACT
Viral warts are one of the most prevalent dermatoses. The clinical picture varies from a single lesion 
with spontaneous cure to multiple recalcitrant lesions. Bleomycin sulfate is a cytotoxic action drug 
approved for the chemotherapeutic treatment of some malignancies. There are a number of studies that 
have been carried out during the last 45 years demonstrating its usefulness in dermatology, especially 
in intralesional therapy for viral warts, meaning it is an excellent option for lesions in difficult-to-han-
dle topographies and for cases that do not respond to other approaches.
Keywords: Bleomycin; Drug therapy; Viral wart
INTRODUÇÃO
A bleomicina foi originalmente isolada do fungo Streptomyces 
verticillus, em 1962, por Umezawa et al.1 Esse glicopeptídeo possui 
efeito antibacteriano e antiviral, porém sua maior utilidade deve-se 
ao efeito citotóxico. Foi aprovado pelo Food and Drug Adminis-
tration (FDA) para o tratamento, por via sistêmica, do carcinoma 
testicular, da efusão pleural maligna, do linfoma de Hodgkin e não 
Hodgkin. Como quimioterapia adjuvante foi aprovado para o tra-
tamento de algumas formas avançadas de carcinoma espinocelular 
cutâneo.2-4
Apesar de não ser aprovado para terapia intralesional, na der-
matologia existem muitos relatos de casos e estudos que demonstram 
eficácia e segurança no tratamento de diversas doenças, como, por 
exemplo, verrugas virais, queloides, hemangiomas, malformações 
vasculares e algumas neoplasias malignas (carcinoma basocelular, 
queratoacantoma, carcinoma espinocelular e sarcoma de Kaposi).3,5,6
Farmacodinâmica
Conhecendo-se sua baixa absorção quando administrada por 
via oral, nos casos de tratamento sistêmico deverão ser utilizadas as 
vias endovenosa, intramuscular ou subcutânea, a depender do pro-
tocolo de abordagem.3
Devido a sua baixa absorção transepidérmica, é necessária 
dose muito elevada para que seja atingida mínima concentração 
tecidual, quando de sua aplicação por via tópica.3 Assim, a inje-
ção intralesional torna-se alternativa para o tratamento de lesões 
localizadas. Após uma sessão de infiltração intralesional, conside-
ra-se que a absorção sistêmica seja mínima.7,8
James et al.9 dosaram o nível sérico de bleomicina em 
sete pacientes com verrugas virais palmares, após a injeção de 
uma unidade (U) da droga. A concentração plasmática variou 
entre 7,5 e 113,5ng/ml e de 4,9 a 34,8ng/ml após 45 e 120 
minutos, respectivamente.
Sua excreção é principalmente renal, porém se sugere 
que exista a participação hepática.3,10 Também ocorre a destrui-
ção enzimática por meio da bleomicina hidrolase, enzima pre-
sente em diversos tecidos, porém em concentrações variáveis.3
Mecanismo de ação
Atua principalmente via clivagem da cadeia de DNA. Na 
presença de oxigênio, Fe2+ e um agente redutor, a bleomicina 
transfere elétrons do Fe2+ para o oxigênio, criando espécies reati-
vas de oxigênio. O radical livre causa dano oxidativo aos nucleo-
tídeos, clivando a cadeia de DNA.3 Também ocorre degradação 
do RNA celular.11 Outro mecanismo de ação relacionado à boa 
resposta terapêutica nas verrugas virais é o dano endotelial.11 
Não foi descrito efeito direto da bleomicina sobre o papiloma-
vírus humano (HPV).
Por ser substância hidrofílica, sua permeabilidade através 
da membrana celular é baixa. Mizuno e Ishida12 demonstraram 
que a associação da bleomicina com lidocaína, procaína, tetracaí-
na, dibucaína, butacaína ou etanol gera maior efeito citotóxico. 
Essas substâncias causariam desestruturação das membranas ce-
lulares e consequentemente maior permeabilidade transmem-
brana.3,12
Forma farmacêutica
A preparação disponível comercialmente é o sulfato de bleo-
micina na forma de pó liofilizado, em frasco/ampola com 15U.3,4
Verrugas virais
A verruga viral cutânea é doença benigna comum, causada 
pelo HPV, que acomete com maior frequência a região das mãos e 
dos pés (Figura 1).13,14 A apresentação e a gravidade podem variar 
desde lesão única com resolução espontânea até múltiplas lesões 
de curso crônico. Acomete qualquer faixa etária, com prevalência 
variável entre 5 e 30% nas crianças e adultos jovens.13-15
Imunossuprimidos apresentam importante predisposição, 
com lesões de longa duração e menor resposta ao tratamento.13,15
Além das alterações estéticas e funcionais, devemos lem-
brar da associação entre a infecção por HPV e o carcinoma es-
pinocelular cutâneo.15 Assim, é importante realizar a biópsia de 
lesões verrucosas crônicas nos adultos, posto que elas podem re-
presentar neoplasias epiteliais malignas.
Crioterapia, ácido salicílico, ácido lático, glutaraldeído, 
imiquimode, eletrocauterização, excisão cirúrgica, curetagem, 
podofilotoxina, cantaridina, 5-fluorouracil (tópico ou intrale-
sional), imunoterapia, terapia fotodinâmica e pulsed dye laser são 
citados como opções terapêuticas.3,13,14
A topografia, o tamanho, o número de lesões e a falha 
nos tratamentos prévios influenciam a escolha da abordagem te-
rapêutica.
 Bleomicina intralesional para o tratamento das 
verrugas virais
A primeira descrição de bleomicina intralesional para o 
tratamento de verruga viral ocorreu na década de 1970, e desde 
então diversos estudos evidenciaram suas eficácia e segurança. 
Para muitos autores essa é uma excelente opção terapêutica para 
lesões em topografias de difícil abordagem, em especial a região 
periungueal (Figuras 2 e 3), e para lesões recalcitrantes, mesmo 
em imunossuprimidos.3,8,9,11,13,14,16,17
Dhar et al.18 analisaram 73 pacientes, entre cinco e 50 anos, 
com o total de 155 verrugas, comparando os usos de crioterapia e 
bleomicina intralesional. A taxa de cura no grupo da bleomicina 
foi de 94,9%; no grupo tratado com crioterapia foi de 76,5%.
Em estudo semelhante, Adalatkhah et al.19 demostraram 
cura em 86% e 68% dos casos tratados com bleomicina e crio-
terapia, respectivamente. Rossi et al.20 evidenciaram taxa de cura 
de 82%, sendo 2,5 vezes maior do que no grupo placebo.
Além das verrugas vulgares e palmoplantares, há estudos 
mostrando eficácia no tratamento das verrugas anogenitais, com 
taxa de cura de até 70%.21
Uma vez que o uso da bleomicina intralesional é modali-
dade considerada off-label, não existe uma forma padronizada de 
diluição. A maioria dos autores descreve o uso dessa droga em 
concentração variável de um a 1,5U/ml:
- 15ml de soro fisiológico (SF) 0,9% para 15U bleomi-
cina = 1U/ml.2
- 5ml de água destilada para 15U de bleomicina. Poste-
riormente misturar 1/3 dessa solução + 2/3 de lidocaína 2% = 
1U/ml.18,22
- 4 ml de SF 0,9% + 6ml de lidocaína 2% para 15U bleo-
micina = 1,5U/ml.21
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 17-21.
Figura 1: Verruga 
viral periungueal, 
com acometimento 
da dobra ungueal 
lateral no primeiroquirodáctilo direito
18 Noriega LF, Valandro LS, Di Chiaccio NG, Vieira ML, Di Chiacchio N
Bleomicina intralesional: verrugas virais 19
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 17-21.
Figura 2: a - Verruga viral 
periungueal b - Após quatro 
semanas de terapia intralesio-
nal com bleomicina c - Sete 
meses após sessão única de 
terapia intralesional com ble-
omicina, resolução completa 
das lesões
Figura 3: a - Verruga viral pe-
riungueal no hálux esquerdo 
há cinco meses, sem resposta 
a diversos tratamentos tópi-
cos b - Seis meses após sessão 
única de infiltração intralesio-
nal com bleomicina 
Figura 4: Quatro dias 
após o procedimen-
to, demonstrando 
seus sinais caracte-
rísticos
B C
B
Deve-se inserir a agulha na base da lesão, infiltrando-a 
até que ocorra o branqueamento local.18,21 Esse é um importante 
sinal de que a droga foi injetada corretamente.3
A maioria dos artigos menciona que a dose ideal deve 
variar entre 0,1 e 0,3U/lesão, sendo 3U a dose máxima reco-
mendada por sessão. Habitualmente são necessárias duas ou três 
sessões, com intervalo de três a quatro semanas.3,18,21,23
 Na primeira semana após o procedimento, para lesões 
localizadas nas mãos e/ou nos pés, espera-se que ocorra a forma-
ção de crostas hemáticas e enegrecidas. Isso se deve à diminuição 
absoluta do fluxo sanguíneo, que resulta em necrose e posterior 
desaparecimento da lesão (Figura 4). Em geral, ocorre resolução 
no prazo de duas a quatro semanas. Nas verrugas faciais ocorrem 
a regressão gradual e o desaparecimento da lesão sem a formação 
de crosta.3,11 Provavelmente o fluxo sanguíneo diminui após in-
jeção, porém não é completamente interrompido, devido à rica 
vascularização dessa topografia. A indução de apoptose endote-
lial e o dano direto ou indireto no queratinócito podem resultar 
em regressão da verruga sem necrose ou escara.11
A aplicação de uma gota da solução de bleomicina na su-
perfície da lesão, seguida de múltiplas puncturas, representa uma 
alternativa à terapia intralesional, descrita pela nomenclatura 
múltipla punctura translesional.4,15 Khalid et al.15 aplicaram essa 
técnica em 15 pacientes, utilizando solução de bleomicina 0,1U/
ml e agulha 27G. A dose utilizada variou entre 0,3 e 0,6ml por 
sessão. Após quatro semanas uma nova sessão foi realizada nos 
casos persistentes ou recidivados. Eles observaram que 46,6%, 
73,3% e 86,6% apresentaram boa resposta após um, três e seis 
meses do procedimento, respectivamente.
A
A
20 Noriega LF, Valandro LS, Di Chiaccio NG, Vieira ML, Di Chiacchio N
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 17-21.
Efeitos colaterais
A dor representa um dos principais fatores limitantes des-
se tratamento, podendo durar até 72 horas, com pico de inten-
sidade no momento da injeção.3 Esse seria um dos motivos de 
alguns autores utilizarem a lidocaína como diluente, reduzindo a 
dor durante e no pós-procedimento imediato.18,21-23
Outros efeitos colaterais comuns na terapia intralesional 
com bleomicina são: eritema, edema, exulceração, formação de 
crostas hemáticas e escara.2,3,16
Pode ocorrer hipopigmentação ou hiperpigmentação 
transitórias (especialmente em pacientes de fototipos IV, V ou 
VI), cicatrizes atróficas ou hipertróficas e hematomas. Menos 
frequentemente foram descritos fenômeno de Raynaud, necro-
se digital, distrofia ungueal e perda da unha, após infiltração de 
verrugas periungueais.2-4,8 Apesar de raramente, também pode 
ocorrer dermatite flagelada na terapia intralesional.3,24
Não há relatos de complicações sistêmicas com o uso da 
bleomicina intralesional, com exceção de sintomas gripais-like, 
descritos apenas no tratamento de hemangiomas ou malforma-
ções vaculares.7,21,25
 Opções para reduzir a dor durante a infiltração 
intralesional3,26
- Aplicação de anestésico tópico ou infiltração local
- Utilizar agulhas de menor diâmetro (27 ou 30G)
- Substituir a agulha, quando várias puncturas forem 
necessárias
- Esticar ou pinçar a pele adjacente
- Aplicar gelo ou dispositivos específicos de vibração
- Injetar lentamente
- Evitar grande volume por área de aplicação
Contraindicações
Hipersensibilidade ou reação idiossincrática ao medica-
mento, fenômeno de Raynaud, doença vascular periférica, ges-
tação (categoria D) e amamentação.3,27
Não existem estudos de segurança em relação ao uso 
dermatológico intralesional na faixa etária pediátrica.3
CONCLUSÃO
Apesar de ser descrita há vários anos como opção te-
rapêutica eficaz e segura para a abordagem de verrugas virais, 
a infiltração intralesional de bleomicina permanece uma opção 
off-label. Estudos evidenciaram elevada taxa de cura mesmo nos 
casos refratários a outras terapias, nas lesões em topografias de di-
fícil abordagem e nos pacientes imunossuprimidos. A dor consti-
tui o principal limitante desse procedimento.
Ressaltamos a importância da análise histopatológica das 
lesões verrucosas com longo período de evolução nos adultos, 
pois podem representar um carcinoma espinocelular e não uma 
simples verruga viral. l
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Bleomicina intralesional: verrugas virais 21
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 17-21.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Leandro Fonseca Noriega | 0000-0002-2972-3718 
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, obtenção, análise e interpretação dos dados. 
Letícia dos Santos Valandro | 0000-0002-2225-1973
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, obtenção, análise e interpretação dos dados. 
Nilton Gioia Di Chiacchio | 0000-0001-5944-7737
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, obtenção, análise e interpretação dos dados. 
Marina Lino Vieira | 0000-0002-0477-1406
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, obtenção, análise e interpretação dos dados. 
Nilton Di Chiacchio | 0000-0001-9536-2263
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, obtenção, análise e interpretação dos dados. 
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Investigação sobre o uso do ácido retinoico a 
3% e a 5% em soluções para peeling como 
agente para drug delivery após indução 
percutânea de colágeno com agulhas (IPCA®): 
perfil de segurança e protocolo de uso
Investigation on the use of 3% and 5% retinoic acid in peeling 
solutions as a drug delivery agent after percutaneous induction of 
collagen with needles (IPCA®): safety profile and application protocol 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.201810104
RESU MO
 Introdução: O ácido retinoico em solução para peelings é amplamente usado no tratamen-
to do fotoenvelhecimento. Até o presente momento não conhecemos o grau de esterilidade 
dessas soluções ou a segurança de seu uso em peles cuja integridade tenha sido perdida por 
intervenções com microagulhas.
 Objetivos: Avaliar o potencial bactericida do ácido retinoico 3% e 5% em soluções para 
peelings com e sem tonalizante, bem como a segurança e tolerância de sua administração 
imediatamente após o tratamento com microagulhas. 
 Metódos: Amostras de solução de ácido retinoico 3% e 5%, com e sem tonalizante, oriun-
das de duas farmácias de manipulação (A e B) foram expostas a colônias de Pseudomonas 
aeruginosa e Staphylococcus aureus. Essas soluções foram usadas como drug delivery após 
indução percutânea de colágeno com agulhas.
 Resultados: As amostras avaliadas em D0, D30, D60 e D90 mostraram capacidade bacteri-
cida sobre os agentes testados. O uso das soluções após a intervenção com microagulhas foi 
bem tolerado e apresentou resultados satisfatórios. 
 Conclusão: A solução de ácido retinoico para peelings pode ser utilizada com segurança 
após procedimentos que levem à perda da integridade da barreira cutânea.
 A ausência de efeitos adversos e os bons resultados do procedimento permite sugerir a as-
sociação de microagulhamento e peeling de ácido retinoico como uma proposta inovadora, 
reproduzível e segura. 
 Palavras-chave: Abrasão química; Terapêutica; Tretinoína 
ABSTRACT
 Introduction: Retinoic acid in peeling solution is widely used in the treatment of photoaging. To date, 
the degree of sterility of these solutions or the safety of their use in skins whose integrity has been lost 
through microneedling interventions is unknown.
 Objectives: To evaluate the bactericidal potential of 3% and 5% retinoic acid in peeling solution, 
with and without a colored vehicle, as well as the safety and tolerance to its administration immedia-
tely after application with microneedles.
 Methods: Samples of 3% and 5% retinoic acid solution, with and without a colored vehicle, pre-
pared by two dispensing pharmacies (A and B) were exposed to Pseudomonas aeruginosa and 
Staphylococcus aureus colonies. These solutions were used as drug delivery agents after percutaneous 
induction of collagen with needles.
 Results: The samples evaluated in D0, D30, D60 and D90 indicated the presence of bactericidal 
capacity of the tested agents. The use of the solutions following intervention with microneedles was 
well tolerated and yielded satisfactory results.
 Conclusion: The retinoic acid peeling solution can be safely used following procedures that lead to 
a loss of integrity of the skin barrier. The absence of adverse effects and good results yielded by the 
procedure suggest that the association of microneedling and retinoic acid peeling is an innovative, 
reproducible and safe proposal.
 Keywords: Chemexfoliation; Therapeutics; Tretinoin
Artigo 
Original
Autores:
Emerson de Andrade Lima1 
Mariana de Andrade Lima1
 Cláudio Eduardo Cavalcante de 
Araújo2,3
Yara Maria Maia Nakasawa2,3
Nilma Cintra Leal2,3
 
1 Serviço de Dermatologia da Santa 
Casa de Misericórdia do Recife – 
Recife (PE), Brasil.
2 Instituto Aggeu Magalhães (IAM), 
Fundação Oswaldo Cruz(FIOCRUZ) – 
Recife (PE), Brasil.
3 Departamento de Microbiologia, 
Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE) – Recife (PE), 
Brasil.
Correspondência para:
Emerson de Andrade Lima
 Av. Agamenon Magalhães, 2939/401 
- Espinheiro
52020 000 - Recife - PE, Brasil
E-mail: emersonderma@terra.com.br
Data de submissão: 20/10/2017 
Data de aprovação: 12/01/2018
Trabalho realizado no Instituto Aggeu 
Magalhães (IAM), Fundação Oswaldo 
Cruz (FIOCRUZ) – Recife (PE), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
22 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
INTRODUÇÃO
A proposta de tratamentos ablativos visando ao estímulo e 
remodelamento do colágeno é há muito tempo preconizada pela 
dermatologia. Sabidamente, a remoção da epiderme de forma me-
cânica ou química favorece a liberação de citocinas e a migração de 
células inflamatórias que culminam na substituição do tecido dani-
ficado por um tecido remodelado.1 A utilização do ácido retinoico 
como agente para peelings tem sido proposta para clareamento, re-
juvenescimentoe melhora da textura e do aspecto da pele.2 
Ao estimular o turn over celular, a eliminação transcutâ-
nea de pigmentos e um moderado remodelamento colagênico, 
o ácido retinoico possibilita também a atenuação de rugas finas, 
o tratamento do melasma e a superficialização de cicatrizes ra-
sas, bem como melhora do aspecto de estrias. Esse agente é uti-
lizado convencionalmente em concentrações que variam de 
3% a 5%, isolado ou em associação com outras substâncias para 
peelings como a solução de Jessner, aplicadas imediatamente antes. 
Classificado como peeling superficial, objetiva a remoção da ca-
mada córnea, com injúria à epiderme, atingindo a membrana ba-
sal, e provocando repercussões na derme. A grande vantagem do 
peeling de ácido retinoico é sua relativa segurança em todos os fo-
totipos, com limitado risco de complicações, considerando-se todas 
as recomendações necessárias para uma intervenção ablativa.1,2. A 
epiderme com sua membrana basal removida é substituída por um 
tecido considerado cicatricial com retificação das papilas dérmicas. 
Uma resposta inflamatória na derme é desencadeada pela destruição 
da epiderme, ocasionando a produção de feixes espessos de colágeno 
orientados paralelamente, diferentemente da rede de colágeno en-
trelaçado encontrada na pele normal.3 Estudos têm revelado que o 
fator de crescimento de transformação-β (TGF-β) desempenha um 
papel significativo nas primeiras 48 horas de formação da cicatriz. 
Enquanto o TGF-β1 e o TGFβ2 promovem a formação do coláge-
no cicatricial, o TGF-β3 parece promover a regeneração e cura da 
ferida à custa de um colágeno mais próximo do fisiológico, pratica-
mente sem as características do anterior. Na busca de um tempo de 
recuperação mais curto nos pós-procedimentos e risco diminuído 
de complicações, observa-se atualmente uma tendência à indicação 
de procedimentos que evitem a desepitelização.4,5 A indução per-
cutânea de colágeno com agulhas traz uma proposta de estímulo na 
produção de colágeno, poupando a pele da desepitelização. A Percu-
taneuos Collagen Induction, avaliada inicialmente pelo cirurgião plásti-
co africano Des Fernandes,6 cujos estudos com 480 pacientes porta-
dores de cicatrizes, rugas e flacidez ofereceram bons resultados, vem 
sendo praticada no mundo todo. No Brasil, Emerson Lima7 registrou 
o nome indução percutânea de colágeno com agulhas (IPCA®). Essa 
intervenção que produz centenas de microlesões por meio de um 
rolo dotado de microagulhas, resulta na perda parcial da integridade 
da barreira cutânea, tendo como alvo a dissociação dos queratinó-
citos, e estimula a liberação de citocinas tais como a interleucina - 
1α, predominantemente, além da interleucina-8, interleucina-6, 
TNF-α e GM-CSF. Esse processo resulta em vasodilatação dérmica 
e migração de queratinócitos para restaurar o dano epidérmico.4-6 
Lima EVA et al7 avaliaram, em estudo experimental, a relação en-
tre o comprimento da agulha e a profundidade do dano provo-
cado, utilizando pele de porco vivo, considerada um modelo que 
se aproxima da pele humana.7 A partir dos resultados, os autores 
propuseram uma classificação da injúria em leve, moderada e pro-
funda, relacionando-a ao comprimento da agulha e a sua capacida-
de de provocar o trauma planejado (Quadro 1).7 Considerando o 
eritema difuso com poucos pontos petequiais observado na injúria 
moderada, condição propícia à recepção de um ativo, este artigo 
propõe a utilização da técnica de IPCA® associada ao peeling de 
ácido retinoico como drug delivery, com o objetivo da otimização 
dos resultados de procedimentos para melhora da qualidade da pele. 
Partimos do pressuposto de que um ativo para ser depositado sobre 
a pele que perdeu a integridade por uma intervenção prévia, com a 
proposta de drug delivery, precisa ser estéril. Trabalhos publicados até 
o momento não nos oferecem respaldo sobre a segurança da utili-
zação da solução de ácido retinoico comumente usada para peelings 
após a IPCA®. Iniciamos, assim, nossa investigação, com a avaliação 
desse ativo. 
Objetivos
Essa investigação teve o objetivo de avaliar a capacidade 
bactericida de soluções de ácido retinoico a 3% e 5%, formuladas 
para uso na execução de peelings superficiais, por duas farmácias 
de manipulação independente, bem como se a esterilidade des-
sas soluções seria afetada pela adição de tonalizante, pelo tempo 
após a fabricação ou pelas condições de conservação.
Outro objetivo foi avaliar a segurança das soluções acima re-
ferendadas na utilização de procedimentos em que a integridade da 
epiderme foi perdida, permitindo propor seu uso para drug delivery 
Metodologia
Avaliação da segurança do ácido retinoico a 3% e 
5% como agentes de drug delivery 
Foram avaliadas soluções de ácido retinoico em concen-
trações de 3% e 5%, em veículo alcoólico, sem tonalizante e com 
tonalizante, manipuladas em duas farmácias diferentes: A (Roval) 
e B (Pharmapele), ambas em Recife (PE), Brasil), com prazo de 
validade de 90 dias, mantidas em temperatura ambiente (TA) e 
a 4°C. O objetivo foi investigar esterilidade e ação bactericida. 
A esterilidade das quatro soluções de cada farmácia foi 
avaliada no mesmo dia da fabricação, sendo que uma alíquota 
de 100µL de cada amostra foi semeada em placa de meio BHI 
agar (Brain Heart Infusion) e incubada a 37ºC durante 24 horas, 
observando-se o crescimento bacteriano.
Na mesma ocasião, a ação bactericida foi testada inicial-
mente com uma alíquota de 100µL do ácido retinoico de cada 
embalagem, diluída em 480µL de meio BHI acrescido de 20µL 
de uma cultura de 24 horas de Pseudomonas aeruginosa. O mesmo 
Quadro 1: Classificação da intensidade da injúria provocada pelo 
microagulhamento
Característica do estímulo Comprimento da agulha
Injúria leve 0,25 e 0,5mm
Injúria moderada 1 e 1,5mm
Injúria profunda 2 e 2,5mm
Perfil de segurança do ácido retinoico para drug delivery 23
24 Lima EA, Lima MA, Araújo CEC, Nakasawa YMM, Leal NC
experimento foi repetido com Staphylococcus aureus (Figura 1). 
Nesse procedimento o ácido retinoico foi diluído cinco vezes. 
A ação bactericida do ácido retinoico foi também avaliada no 
segundo e no terceiro mês de validade. Dessa vez foi utilizado 
o produto sem diluição, na forma em que é empregado para 
peelings e recomendado pelos fabricantes, a 3% e 5%, com e sem 
tonalizante, acondicionado à TA e a 4°C (temperatura de gela-
deira recomendada pelas farmácias para a conservação do pro-
duto). Uma alíquota de 500µL de cada frasco, foi colocada em 
microtubos estéreis, inoculados com uma colônia de P. aeruginosa 
ou S. aureus, e uma alça do produto homogeneizado foi semeada 
em placas de BHI agar em três situações: logo após a homoge-
neização, uma e duas horas após. Como controle, as bactérias 
foram inoculadas também em uma alíquota de soro fisiológico 
estéril. As placas foram incubadas a 37ºC durante 24 horas, sendo 
então observado o crescimento da bactéria (Figura 2).
Resultados
Na primeira semeadura para avaliação da esterilidade do 
produto, não foi observado crescimento bacteriano em nenhu-
ma das placas semeadas, o que confirmou a esterilidade em todas 
as embalagens testadas. Nos testes realizados no primeiro mês, 
quando foi feita a diluição do produto, observou-se crescimento 
bacteriano em diversas situações. Diante disso, no segundo e no 
terceiro mês de validade do produto foram feitos os testes com 
os produtos conforme recomenda o fabricante e como é utili-
zado convencionalmente para a realização de peelings. A partir 
da semeadura logo após a homogeneização do inóculo foi ob-
servado que apenas houve crescimento bacteriano a partir do 
soro fisiológico e da semeadura de alguns frascos do ácido reti-
noico. A semeadura na primeira e na segunda hora só apresen-
tou crescimento bacteriano a partir do soro fisiológico (Figura 
2), confirmandoo poder bactericida do ácido retinoico a 3% e 
5% com e sem tonalizante, preconizado para o uso. Também foi 
observado que o produto não sofre alteração se acondicionado à 
temperatura ambiente ou a 4°C (Tabela 1). Relevante é a obser-
vação do efeito bactericida dos agentes testados sobre o S. aureus, 
mesmo considerando que essa bactéria apresenta a parede celular 
mais espessa e supostamente mais resistente.
Protocolo proposto para associação de IPCA® 
com peeling de ácido retinoico
Diante da capacidade bactericida comprovada pelas so-
luções de ácido retinoico nas concentrações de 3% e 5% com 
e sem tonalizante, propusemos sua utilização como agente de 
drug delivery em associação com IPCA®. Para tanto foi propos-
ta a injúria moderada (Figura 3) para a administração do ácido 
retinoico 5% tonalizado (Figura 4), considerando que com esse 
end point a pele estaria sujeita à recepção do ativo, sem que o 
procedimento sofresse a interferência de sangramento mais in-
tenso, como o observado na injúria profunda. Da avaliação dessa 
associação participaram 12 voluntárias com queixas de cicatrizes 
de acne e fotoenvelhecimento, com idade entre 21 e 38 anos, 
provenientes do Ambulatório de Cosmiatria da Santa Casa de 
Misericórdia do Recife. O estudo foi conduzido de acordo com 
as recomendações da declaração de Helsinki de 1996, modifica-
da em 2013, tendo sido autorizado pelo Comitê de Ética da ins-
tituição. O procedimento foi realizado sob anestesia tópica com 
creme de lidocaína 4% (Dermomax® Aché, São Paulo, Brasil) 
aplicado 40 minutos antes da intervenção. Foi utilizado um ins-
trumento com comprimento das agulhas de 1,5mm (Dr.Roller® 
Mooham Enterprise Co. Gyeonggi-do South Korea, Anvisa n. 
80669600001). Procedeu-se a movimentos de vai e vem, cons-
truindo faixas horizontais, posteriormente intercruzadas por fai-
xas verticais e diagonais até resultar em um eritema difuso em 
Figura 1: Algoritmo para teste da capacidade bactericida de soluções de 
ácido retinoico. A – Teste com Staphylococcus aureus; B – Teste com Pseudo-
monas aeruginosa
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
6B 
3% 
sem 
corante 
4°C s/c 50UFC s/c > 100UFC 
7B 
5% 
sem 
corante 
TA s/c s/c s/c s/c 
8B 
5% 
sem 
corante 
4°C s/c s/c s/c > 100UFC 
 
 
Figura 1: Algoritmo para teste da capacidade bactericida de soluções de ácido 
retinoico 
A – Teste com Staphylococcus aureus; B – Teste com Pseudomonas aeruginosa 
 
A 
 
 
 
 B 
Staphylococcus 
Semeadura em BHI agar 
 37ºC - 24 horas 
1 colônia 
100µL 
3% sem 
corante 
100µL 
3% com 
corante. 
100µl 
5% com 
corante 
Semeadura imediata, 1 hora 
e 2 horas após, em BAB 
100µl 
5% sem 
corante 
100µL 
Soro 
fisiológico 
A
 
 
Figura 2: Crescimento bacteriano, no momento da diluição (imediato) e na primeira 
e na segunda hora 
2A: Staphylococcus aureus (A: crescimento bacteriano a partir do soro fisiológico; B: 
crescimento bacteriano a partir ácido retinoico logo após a semeadura; C: 
crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a primeira hora da 
semeadura; D: crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a segunda 
hora da semeadura; 
2B: Pseudomonas aeruginosa (A: crescimento bacteriano a partir do soro fisiológico; 
B: crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico logo após a semeadura; C: 
crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a primeira hora da 
semeadura; D: crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a segunda 
hora da semeadura 
 
Pseudomonas 
Semeadura em BHI agar 
37ºC - 24 horas 
1 colônia 
100µL 
3% sem 
corante 
100µL 
3% com 
corante. 
100µl 
5% com 
corante 
100µl 
5% sem 
corante 
100µL 
Soro 
fisiológico 
Semeadura imediata, 1 
hora e 2 horas após, em 
BAB 
B
Perfil de segurança do ácido retinoico para drug delivery 25
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
Tabela 1: Crescimento bacteriano em amostras de ácido retinoico de duas farmácias de manipulação
Amostras Identificação Estocagem TESTE 2° mês S. aureus TESTE 2° mês P. eruginosa TESTE 2° mês S. aureus TESTE 2° mês P. eruginosa
Semeadura imediata Semeadura imediata Semeadura imediata Semeadura imediata
1A 3% sem corante TA s/c s/c s/c 30UFC
2A 3% sem corante 4°C s/c 25UFC s/c > 100UFC
3A 5% sem corante TA s/c s/c s/c > 100UFC
4A 5% sem corante 4°C s/c 100UFC 15UFC s/c
5A 3% sem corante TA s/c 20UFC s/c s/c
6A 3% sem corante 4°C 2UFC 100UFC s/c s/c
7A 5% sem corante TA 100UFC 7UFC > 100UFC s/c
8A 5% sem corante 4°C 100UFC s/c > 100UFC s/c
1B 3% sem corante TA s/c s/c s/c > 100UFC
2B 3% sem corante 4°C s/c s/c 20UFC > 100UFC
3B 5% sem corante TA s/c 25UFC s/c > 100UFC
4B 5% sem corante 4°C s/c 25UFC > 100UFC s/c
5B 3% sem corante TA s/c 100UFC s/c > 100UFC
6B 3% sem corante 4°C s/c 50UFC s/c > 100UFC
7B 5% sem corante TA s/c s/c s/c s/c
8B 5% sem corante 4°C s/c s/c s/c > 100UFC
toda a face com modesto sangramento pontuado, caracterizando 
a injúria moderada (Figura 3). Imediatamente após, uma solução 
de ácido retinoico 5% tonalizado foi aplicada com pincel estéril, 
em toda a extensão da área tratada (Figura 4) e deixada durante 
duas horas, quando foi removida com água corrente e sabonete 
líquido, em domicílio. Foi recomendado não aplicar nada sobre 
a pele nas oito horas seguintes, utilizando-se a seguir filtro so-
lar FPS > 50. Todos os sujeitos da avaliação foram fotografados 
antes e após 30 dias da intervenção pelo mesmo investigador, 
com a mesma máquina fotográfica e usando a mesma incidência 
luminosa. Oito dias após a intervenção foi orientado o retorno 
ao ambulatório para avaliação de tolerabilidade da intervenção. 
Figura 2: Crescimento bacteriano, no momento da diluição (imediato) na primeira e na segunda hora. 
A: Staphylococcus aureus (A: crescimento bacteriano a partir do soro fisiológico; B: crescimento bacteriano a partir ácido retinoico 
logo após a semeadura; C: crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a primeira hora da semeadura; D: crescimento 
bacteriano a partir do ácido retinoico após a segunda hora da semeadura;
B: Pseudomonas aeruginosa (A: crescimento bacteriano a partir do soro fisiológico; B: crescimento bacteriano a partir do ácido reti-
noico logo após a semeadura; C: crescimento bacteriano a partir do ácido retinoico após a primeira hora da semeadura; D: crescimen-
to bacteriano a partir do ácido retinoico após a segunda hora da semeadura
A B
26 Lima EA, Lima MA, Araújo CEC, Nakasawa YMM, Leal NC
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
Figura 3: A - Paciente imediata-
mente após ter sido submetido 
à injúria moderada B - Paciente 
após a higienização da pele com 
soro fisiológico apenas para 
demonstrar o eritema uniforme 
da área tratada
Figura 4: A - Paciente imediata-
mente após aplicação da solução 
de ácido retinoico 5% tonalizada 
B: Solução de ácido retinoico 5% 
tonalizado em cuba estéril e pin-
cel estéril recomendados para o 
procedimento
RESULTADOS 
No oitavo dia pós-procedimento não foram constatadas 
queixas de desconforto, ardor, vermelhidão ou descamação nas 12 
pacientes tratadas. Duas referiram leve ardor entre 48 e 72 horas 
após a intervenção, e uma referiu descamação importante após 72 
horas acompanhada de vermelhidão. Nenhum sujeito do grupo 
interrompeu suas atividades laborativas no período pós-procedi-
mento, permanecendo em uso do filtro solar exclusivamente até o 
oitavo dia. Na consulta após 30 dias todas referiram clareamento, 
acentuação do brilho e viço com atenuação de cicatrizes rasas e 
rugas finas. Dois dermatologistas avaliadores independentes, ana-
lisando fotografias padronizadas, consideraram quea intervenção 
resultou em melhora global da qualidade da pele em todo o grupo 
tratado. Foram observados no exame físico clareamento, melhora 
da textura, aumento da luminosidade e fechamento de poros. A 
totalidade do grupo assinalou a opção muito satisfeito, ao respon-
der ao questionário de avaliação que variava de pouco satisfeito, 
medianamente satisfeito ou muito satisfeito. Não foram observa-
dos efeitos adversos como eritema persistente, hipersensibilidade, 
irritação, prurido ou hiperpigmentação pós-inflamatória. Seis das 
12 pacientes apresentaram moderada descamação mesmo após 
sete dias da intervenção. Nenhuma delas deixou de exercer suas 
atividades habituais em consequência da intervenção. 
DISCUSSÃO
Os benefícios da IPCA® sobre a correção de cicatrizes, ru-
gas e flacidez já estão bem esclarecidos, assim como o potencial 
do peeling de ácido retinoico, em oferecer melhora cosmética da 
qualidade da pele. Até o momento, o peeling de ácido retinoico 
vinha sendo proposto com a pele íntegra, não havendo necessi-
dade de questionar sua esterilidade, muito menos seu potencial 
bactericida, dada a proteção pela barreira cutânea. De acordo com 
nosso conhecimento esse é o primeiro artigo de investigação que 
avaliou a competência destrutiva do ácido retinoico sobre duas 
bactérias comuns no meio ambiente, o S. aureus e P. aeruginosa. 
Apesar de a viabilidade de micro-organismos em soluções vir sen-
do estudada, não foram encontrados relatos sobre a esterilidade das 
soluções de ácido retinoico usadas para peeling.8,9 Diante dos nos-
sos resultados foi possível utilizar com segurança esse ativo, mesmo 
após a ruptura da integridade da pele por uma injúria moderada 
desencadeada com microagulhas. Essa proposta oferece mais uma 
opção terapêutica de associação de técnicas na prática dermato-
lógica. Os testes utilizando as soluções conservadas em geladeira 
e em temperatura ambiente, mesmo três meses depois da fabrica-
ção, evidenciando seu potencial bactericida, oferecem a segurança 
de uma formulação para drug delivery após a intervenção com a 
IPCA®. Também foi importante para os investigadores a avalia-
ção de concentrações diferentes (3% e 5%), além da característica 
tonalizada das formulações, comprovando o mesmo potencial de 
A
A
B
B
Perfil de segurança do ácido retinoico para drug delivery 27
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Emerson de Andrade Lima | 0000-0002-6132-5031
Avaliação clínica, revisão bibliográfica, escrita e correção do manuscrito 
Mariana de Andrade Lima | 0000-0003-2499-0873
Avaliação clínica, revisão bibliográfica, escrita e correção do manuscrito 
Cláudio Eduardo Cavalcante de Araújo | 0000-0001-7190-6625
Avaliação laboratorial das amostras 
Yara Maria Maia Nakasawa | 0000-0002-0178-6522
Avaliação laboratorial das amostras 
Nilma Cintra Leal | 0000-0001-9769-7630 
Avaliação laboratorial das amostras 
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Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 22-7.
confiança. A IPCA® isoladamente produz a liberação de plaque-
tas e neutrófilos responsáveis pela disponibilização de fatores de 
crescimento, os quais atuam sobre os queratinócitos e os fibroblas-
tos, tais como os fatores de crescimento de transformação a e β 
(TGF-a e TGF-β), o fator de crescimento derivado das plaquetas 
(PDGF), a proteína III ativadora do tecido conjuntivo e o fator de 
crescimento do tecido conjuntivo, seguido de neutrófilos, angio-
gênese, proliferação de fibroblastos e produção de colágeno tipo 
III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Paralelamente, o 
fator de crescimento dos fibroblastos, o TGF-a e o TGF-β são se-
cretados pelos monócitos. Aproximadamente cinco dias depois da 
injúria, a matriz de fibronectina está formada, possibilitando o de-
pósito de colágeno logo abaixo da camada basal da epiderme. Esse 
colágeno tipo III, vai sendo lentamente substituído pelo colágeno 
tipo I, mais duradouro. Para que toda essa cascata inflamatória se 
instale, o trauma provocado pela agulha deve atingir a pele em 
profundidade de 1mm a 3mm, resultando em colunas hemáticas 
na derme, acompanhadas de edema da área tratada e hemostasia 
praticamente imediata. A intensidade dessas reações é proporcional 
ao comprimento da agulha utilizada no procedimento.10-14 A pre-
sente investigação propõe uma injúria moderada somada à ação 
do ácido retinoico 5% tonalizado para a otimização dos resultados, 
bem como objetivando mascarar as crostículas hemáticas resul-
tantes da IPCA®. O retorno imediato às atividades laborativas de 
todo o grupo avaliado, apenas com a orientação de fotoproteção, 
oferece comodidade à intervenção que favorece sua aplicabilidade.
CONCLUSÕES
A solução de ácido retinoico para peelings pode ser uti-
lizada com segurança após procedimentos que levem à perda da 
integridade da barreira cutânea. 
A ausência de efeitos adversos e satisfação dos pacientes 
e dos avaliadores permite sugerir a associação de microagulha-
mento e peeling de ácido retinoico como uma proposta inova-
dora, reproduzível e segura. l
Artigo 
Original
Autores:
Paula Tavares Colpas1 
Paulo Cesar Martins Alves1 
Carolina Caliári Oliveira1
Ana Luiza Resende Pires2 
Angela Maria Moraes2
Maria Beatriz Puzzi1
1 Laboratório de cultura de célu-
las da pele (Ciped), Disciplina de 
dermatologia, Departamento de 
medicina interna, Faculdade de 
Ciências Médicas, Universidade 
Estadual de Campinas - Campinas 
(SP), Brasil.
2 Departamento de Engenharia de 
Materiais e Bioprocessos, Faculda-
de de Engenharia Química, Uni-
versidade Estadual de Campinas 
- Campinas (SP), Brasil.
Correspondência:
Paula Tavares Colpas
 Rua Dr João Lopes Vieira, 108. 
Torre 1 Apt 132 - Vila Bela 
Dom Pedro 
13087 734 - Campinas - SP, Brasil
E-mail: paulacolpas@gmail.comData de recebimento: 08/01/2018
Data de aprovação: 28/02/2018 
Trabalho realizado na Universidade 
Estadual de Campinas , Campinas - 
SP, Brasil.
Suporte financeiro: Fapesp, CNPq e 
Capes.
Conflito de interesse: Nenhum.
28 
Terapia celular combinada com 
membranas de biopolímeros melhora a 
cicatrização de úlceras em paciente com 
dermatomiosite juvenil 
Combining cell therapy with biopolymer films improves wound 
healing in a juvenile dermatomyositis patient 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011129
RESU MO
Introdução: Dermatomiosite juvenil (DMJ) é doença sistêmica que afeta a musculatura 
proximal e a pele de crianças. A doença ulcerada é um desafio terapêutico. 
Objetivo: Avaliar a melhora da doença ulcerada na DMJ, pelo uso de terapia celular. 
Métodos: Realização de cocultura de fibroblastos e queratinócitos autólogos e aplicação 
dessas células nas úlceras juntamente com cola de fibrina e colocação de membrana de 
quitosana-alginato ou quitosana-xantana sobre as lesões. 
Resultados: Menos de 12 horas após a terapia, o paciente referiu completa eliminação 
da dor e, dentro de dois dias, estava presente tecido de cicatrização. Algumas das úlceras 
estavam quase completamente cicatrizadas no final da primeira semana, e algumas das 
calcinoses desapareceram. Essa técnica não cura a doença, mas melhora a qualidade de vida, 
sendo possível criopreservar as células saudáveis do paciente para tratar novas lesões. Sendo 
as células de origem autóloga, elimina-se o risco de rejeição. Além disso, esse procedimento 
não necessita de debridamento das lesões nem hospitalização. 
Conclusões: A aplicação de culturas autólogas de fibroblastos e queratinócitos em 
úlceras já é considerada tratamento efetivo em pacientes com queimaduras e outras feridas 
cutâneas e, agora mostrou-se também eficaz no tratamento de feridas na DMJ.
Palavras-chave: Calcinose; Cicatrização; Dermatomiosite; Fibroblastos; Polissacarídeos; 
Queratinócitos; Terapia baseada em transplante de células e tecidos
ABSTRACT
Introduction: Juvenile dermatomyositis (JDM) is a systemic disease that affects children’s proximal 
musculature and skin. The ulcerated stage of the disease is a therapeutic challenge.
Objective: To evaluate the improvement of ulcerated stage of JDM caused by the use of cell therapy.
Methods: Co-culture of autologous fibroblasts and keratinocytes, application of these cells in ulcers in 
conjunction with fibrin glue, and placement of chitosan-alginate or chitosan-xanthan membrane on 
the lesions.
Results: Less than 12 hours after therapy, the patient reported complete cessation of pain and, within 
2 days, healing tissue emerged. Some of the ulcers were almost completely healed by the end of the 
1st week, and some of the calcinoses disappeared. This technique does not cure the disease, however it 
improves the patient’s quality of life, and it is possible to cryopreserve healthy cells to treat new lesions. 
Given the fact that the cells are of autologous origin, the risk of rejection is eliminated. Furthermore, 
this procedure does not require debridement of the lesions or hospitalization.
Conclusions: The application of autologous cultures of fibroblasts and keratinocytes in ulcers is al-
ready considered an effective treatment in patients with burns and other skin wounds, and has now 
also been proven effective in the treatment of wounds in JDM.
Keywords: Calcinosis; Cell-and tissue-based therapy; Dermatomyositis; Fibroblasts; Keratinocytes; 
Polysaccharides; Wound healing
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
INTRODUÇÃO
A dermatomiosite juvenil (DMJ) é doença sistêmica rara 
e grave que afeta principalmente a musculatura proximal e a 
pele de crianças, com prevalência de três por um milhão na po-
pulação. Sua etiologia não é completamente entendida, mas é 
sugerido que é causada por reação autoimune em indivíduos 
geneticamente suscetíveis a gatilhos ambientais.1,2 As manifesta-
ções cutâneas da DMJ podem ser graves e difíceis de tratar, com 
grande morbidade a longo prazo.2,3
A calcinose, caracterizada primariamente pela formação 
de depósitos de cálcio na pele, geralmente afeta de 10 a 70% dos 
pacientes pediátricos com DMJ, sendo, normalmente, diagnostica-
da nos primeiros três anos da doença. Juntamente com a própria 
dermatomiosite, a calcinose pode impactar negativamente a qua-
lidade de vida do paciente, resultando em fraqueza, incapacidade 
funcional, atrofia muscular, úlceras cutâneas e, consequentemen-
te, dor local e infecções secundárias.4 As calcificações distróficas 
ocorrem nos locais dos tecidos lesados, onde os níveis séricos de 
cálcio e fósforo estão normais. Embora possam surgir em qualquer 
local do corpo, normalmente as áreas mais afetadas são cotovelos, 
joelhos, tronco, mãos, pés, glúteos e cabeça. A calcinose geralmente 
é indolor, porém pode estar associada com sensibilidade à palpação 
e dor à compressão, podendo mostrar paniculite e ulcerações no 
exame anatomopatológico. Na superfície da pele, ocorre deposi-
ção do cálcio, podendo torná-la sítio para infecção.5
Na dermatomiosite juvenil, a gravidade da doença pode 
estar relacionada a calcinose cutânea, demora no início do tra-
tamento e, potencialmente, a polimorfismos genéticos do TNF-
-a-308. Apesar da falta de informações sobre a patogênese da cal-
cinose no DMJ, um possível mecanismo é a liberação de cálcio 
das mitocôndrias das células musculares afetadas pela miopatia. 
Macrófagos, citocinas pró-inflamatórias e a falha nas proteínas 
reguladoras do cálcio também foram implicadas, assim como a 
isquemia vascular que também desempenha um papel na cal-
cinose. A deposição de cálcio pode ocorrer no subcutâneo ou 
nos grupos musculares e depois ulcerar, drenando um material 
semelhante a giz. A doença ulcerada é grave e pode ser mortal, 
refletindo importante vasculopatia da pele, com hipóxia tecidual 
e necrose.1,3,6
Como a calcinose na DMJ tende a aumentar com a pro-
gressão da doença, intervenção terapêutica precoce e agressiva 
tem sido sugerida como possível maneira de reduzir as seque-
las cutâneas e musculares. Diversas medicações foram utilizadas, 
como corticosteroides, metotrexate, bifosfonatos, probenicida, 
warfarina, hidróxido de alumínio, colchicina, diltiazem, inflixi-
mab, imunoglobulina, hidroxicloroquina, ciclofosfamida e tali-
domida, mas sem consenso sobre a melhor terapia.1-5 O sucesso 
do uso dessas medicações geralmente está limitado ao controle 
da doença, sem se estender à sua cura. Além disso, os efeitos cola-
terais associados ao seu uso prolongado podem também agravar 
a condição de saúde do paciente.
Como não há um padrão ouro de tratamento nem um 
algoritmo terapêutico aceito para o manejo da DMJ, e conside-
rando que a reparação da pele danificada se dá pela proliferação 
e crescimento das células da derme (essencialmente fibroblastos) 
e/ou das células da epiderme (queratinócitos e melanócitos), a 
terapia celular pode ser alternativa relevante ao tratamento da 
DMJ associada à calcinose. Resultados promissores foram repor-
tados com o uso de terapia celular para tratamento de úlceras 
crônicas de diversas etiologias;7-17 consequentemente, um resulta-
do positivo também poderia ser esperado para essa doença-alvo.
Biopolímeros, da classe dos polissacarídeos e proteínas, 
têm sido amplamente utilizados no desenvolvimento de cura-
tivos interativos e bioativos, não só sendo úteis como proteção 
para a ferida, mas também tendo importante papel na promoção 
da cicatrização. Formação de tecido de granulação e reepite-
lização, acompanhadas de angiogênese e deposição regular de 
fibras de colágeno, limitando a formação de cicatrizes e retração 
tecidual, foram observadas, por exemplo, com o uso da quitosa-
na.18,19 A associação de diversos polímeros também é relevante, 
visto que permite o desenvolvimentode curativos com suas pro-
priedades melhoradas, como maior absorção de fluidos. Estudos 
relevantes in vivo foram recentemente descritos com o uso de 
membranas confeccionadas pela associação de quitosana com 
xantana20 e alginato21 para o tratamento de úlceras cutâneas em 
ratos Wistar, combinando ou não células mesenquimais, mos-
trando um potencial que pudesse ser utilizado como curativo 
nas lesões da DMJ.
O objetivo deste estudo foi demonstrar uma terapia al-
ternativa para o tratamento de úlceras crônicas em paciente com 
DMJ e calcinose, não responsivas às terapêuticas convencionais, 
utilizando cultura de células autólogas e subsequentemente co-
bertas com membranas de polissacarídeos biocompatíveis.
MÉTODOS
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-
quisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – CEP: 
444.726).
Descrição do caso e coleta do material
Paciente do sexo masculino com 18 anos de idade e diag-
nóstico de DMJ desde os cinco anos, em tratamento convencional 
com metotrexate e corticosteroides, portador de calcinose univer-
sal e úlceras cutâneas crônicas, algumas com exposição óssea, foi 
submetido a biópsia de pele de área não ulcerada no braço direito, 
após assinatura de Consentimento Livre e Esclarecido. Fragmen-
tos de aproximadamente 2cm2 foram coletados e colocados em 
solução com soro fisiológico 0,9%, antibiótico e antifúngico (An-
ti-Anti 15240, lote 577999, GIBCO/Invitrogen) até ser transfe-
ridos para frascos de cultura. Durante toda a pesquisa, o paciente 
manteve o tratamento sistêmico do qual fazia uso.
Cultura celular dos fragmentos cutâneos
Os fragmentos de pele foram colocados em frascos para 
cultura contendo meio para queratinócitos (KSFM-GIBCO/
Invitrogen) suplementado com 10% de soro fetal bovino (FBS 
- LGC Biotechnology) e L-glutamina 0,2mg/ml, penicilina 
100UI/mL e estreptomicina 0,1mg/ml (GIBCO/Invitrogen), 
até o processamento. Depois, os fragmentos foram transferidos 
para placas de Petri contendo tripsina 2,5% e solução de EDTA 
Terapia celular e biopolímeros no tratamento de úlceras 29
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
30 Colpas PT, Alves PCM, Oliveira CC, Pires ALR, Moraes AM, Puzzi MB
0,1% (GIBCO/Invitrogen) e incubados a 370C e 5% CO
2
 du-
rante três horas, quando a derme foi separada da epiderme. A 
tripsina foi neutralizada com meio KSFM suplementado com 
10% FBS. O sobrenadante (contendo as células da derme e da 
epiderme) foi filtrado (40mm Falcon/Corning) e centrifugado 
por 10 minutos a 400G.
O pellet de células foi ressuspenso em meio de cultura 
e transferido para frascos de cultura contendo concentração de 
1x105 células/ml em 2ml de meio de cultura específico para cada 
tipo celular e depois incubado a 370C e 5% CO
2. 
Os queratinóci-
tos foram cultivados em meio KSFM (KSFM-GIBCO/Invitro-
gen) suplementado com 10% de soro fetal bovino (FBS - LGC 
Biotechnology) e L-glutamina 0,2mg/ml, penicilina 100UI/ml 
e estreptomicina 0,1mg/ml (GIBCO/Invitrogen). Os fibroblas-
tos foram cultivados em meio 199 (Sigma-Aldrich), suplemen-
tado com 10% de soro fetal bovino (FBS - LGC Biotechnology) 
e L-glutamina 0,2mg/ml, penicilina 100UI/mL e estreptomici-
na 0,1mg/ml (GIBCO/Invitrogen). Os meios de cultura foram 
trocados três vezes por semana. Quando as células atingiram a 
confluência, as culturas foram tripsinizadas com tripsina com 
solução de EDTA por 10 minutos a 370C e 5% CO
2
. Assim 
como anteriormente, a tripsina foi neutralizada com soro fetal 
bovino 10%. Esse procedimento foi realizado até a obtenção de 
uma quantidade mínima de cada tipo celular, aproximadamente 
5x106 de queratinócitos e 10x106 de fibroblastos. O processo 
todo levou entre 21 e 30 dias. As células foram criopreservadas 
em soro fetal bovino e solução de DMSO a -800C.
Todo o processo envolvendo a manipulação das células 
foi realizado em sala limpa (classe 10.000 ISO 7 - ISO 14644-1).
Preparação das membranas 
O preparo das membranas seguiu técnica já implantada 
no Departamento de Engenharia de Materiais e de Bioprocessos 
da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual 
de Campinas.
As membranas foram obtidas de acordo com adaptações 
dos métodos estabelecidos por Rodrigues et al.,22 Bueno e Mo-
raes23 e adaptado por Pires e Moraes,24 no caso de dispositivos de 
quitosana-alginato (Q-A), e com base nos procedimentos desen-
volvidos por Veiga e Moraes25 e Bellini et al.26 para as membranas 
de quitosana-xantana (Q-X).
Foram utilizados quitosana com grau de desacetilação 
de 96% (Sigma-Aldrich, lote de número 109K0043V), alginato 
de sódio de média viscosidade obtido de Macrocystis pyrifera 
(Sigma-Aldrich, lote de número 058K0126), goma xantana (Sig-
ma- Aldrich, lote de número 108K0038), ácido acético glacial, 
cloreto de cálcio diidratado e hidróxido de sódio (Merck); além 
disso, a água utilizada foi destilada e deionizada em um sistema 
Milli-Q (Millipore).
As membranas de quitosana e alginato foram preparadas 
pela adição de alíquotas de 180ml de solução de quitosana a 
1% (m/v) dissolvida em ácido acético a 2% (v/v) em 360ml de 
solução aquosa de alginato a 0,5% (m/v) na vazão de 200ml/h 
no reator de aço inoxidável mantido a 25°C, sob agitação de 
500rpm. Após a mistura das soluções, a intensidade de agitação 
do material foi aumentada para 1000rpm durante 10 minutos 
adicionais. Em seguida, 26ml de solução aquosa de NaOH a 2M 
foram adicionados para aumentar o pH para 7, mantendo-se a 
agitação durante mais 10 minutos. Em seguida, 7,2ml de solução 
aquosa de CaCl2 a 2% (m/v) foram adicionados para reticular 
as carboxilas do alginato que não se complexaram à quitosana. 
A mistura obtida foi desaerada durante 120 minutos, transferida 
(em alíquotas de massas iguais) para quatro placas de Petri de 
poliestireno (diâmetro de 15cm) e seca em estufa a 60°C du-
rante seis horas. Após a secagem, as membranas foram imersas 
em 150ml de solução aquosa de CaCl2 a 2% (m/v) durante 30 
minutos, para a reticulação das carboxilas livres remanescentes 
do alginato, e então lavadas duas vezes durante 30 minutos com 
200ml de água deionizada. A etapa final de secagem foi realizada 
à temperatura ambiente durante 24 horas.
No caso das membranas de quitosana e goma xantana, 
200ml de solução aquosa de goma xantana a 1,5% (m/v) foram 
adicionados a 200ml de solução de quitosana a 1,5% (m/v) dissol-
vidos em ácido acético a 1,5% (v/v) na vazão de 30ml/h, a 25oC 
e sob agitação (1000rpm). Em seguida, desaerou-se a suspensão e 
transferiu-se a mistura para uma placa de poliestireno de 15cm de 
diâmetro e fez-se a secagem do material a 37oC durante período 
variável de 24 a 48 horas. A membrana foi lavada duas vezes du-
rante 30 minutos com 200ml de água deionizada, uma vez com 
250ml de tampão Hepes (Sigma-Aldrich) a 10mM para neutrali-
zar o pH e finalmente, com 500ml de água deionizada. Uma eta-
pa final de secagem foi realizada à temperatura ambiente durante 
24 horas, prendendo-se as bordas para evitar o encolhimento da 
membrana.
As membranas foram esterilizadas com Oxyfume 30 
(30% de óxido de etileno e 70% CO
2
) a 40°C durante oito 
horas, sob umidade relativa de 30 a 80% pela Central de Esterili-
zação Comércio e Indústria Ltda − Acecil (Campinas, SP).
Microscopia eletrônica de transmissão foi feita para ve-
rificar o comportamento das células na membrana (Figura 1).
Tratamento do paciente
As células foram descongeladas e cultivadas durante pelo 
menos 72 horas antes da aplicação. No dia da aplicação, as células 
foram tripsinizadas, lavadas e contadas conforme protocolos ante-
riormente descritos por Rehder et al.,13, Souto et al.,27,15 Bosnardo16 
e Dinato et al.17 Foi preparada uma cultura de fibroblastos no total 
de 1x107 células. Para a aplicação, aspergiram-se as células com a 
colade fibrina (Beriplast P – CSL-Behring) sobre o leito da úlcera 
sob condições assépticas, em regime ambulatorial (Figura 2).
Após a aspersão das células, sobre a úlcera foram coloca-
das as membranas de polissacarídeos previamente intumescidas 
em solução fisiológica (Figura 3), a fim de proteger a área contra 
agentes que pudessem retirar o enxerto, visando auxiliar o pro-
cesso de cicatrização.
O paciente foi acompanhado durante 20 meses, a cada 
sete dias no primeiro mês e, posteriormente a cada 15 ou 30 
dias. Novas aplicações foram realizadas de acordo com a respos-
ta do paciente, totalizando sete. A documentação fotográfica foi 
feita com câmera Nikon D5100, utilizando-se uma régua para 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
Figura 1: Microscopia eletrônica de transmissão: A - membrana de quitosa e xantana com as células (setas brancas) (12930x); B - membrana de quitosana e 
alginato (1293x); C - membrana de quitosana e alginato (3597x)
Figura 2: Aspecto clínico das feridas. A, B, C - apresentação clínica do paciente com DMJ e múltiplas lesões 
Terapia celular e biopolímeros no tratamento de úlceras 31
determinar a área total da úlcera, delimitando-se suas bordas. As 
imagens foram processadas com a utilização do software Image 
J2, e as diferenças dos valores das áreas foram determinadas para 
cada úlcera usando o software GraphPad Prism5.
Também se utilizou um questionário de qualidade de 
vida (SF-36) antes do início do tratamento e ao final.
RESULTADOS
O paciente apresentava múltiplas úlceras cutâneas, va-
riando de 0,5cm2 a 8cm2, distribuídas por todo o corpo, mas, 
principalmente nos membros inferiores (Figura 2). As lesões se-
lecionadas para o tratamento foram as maiores e mais profundas, 
que causavam maior desconforto. O processo de cicatrização foi 
documentado fotograficamente nas semanas zero, três, 21, 28, 42, 
64 (Figura 3) e 79 (Figura 4).
Menos de 12 horas após a aplicação das células e mem-
branas, o paciente referiu completa melhora da dor e, dentro 
de dois dias, início do processo de cicatrização. Logo após, ob-
servou-se um filme brilhante na superfície das úlceras. Alguns 
dias depois, um intenso exsudato, atribuído a fibrina, tecido de 
granulação e presença de crosta foi visto em algumas lesões, com 
seu posterior fechamento centrípeto. Após uma semana de trata-
mento, algumas feridas estavam quase totalmente fechadas.
A taxa de cicatrização alcançada foi acima de 95%, com 
melhora contínua, mesmo após cinco meses da última aplicação 
(Gráfico 1). O paciente não apresentou mais dores nas áreas tra-
tadas, com importante melhora na qualidade de vida (Gráfico 2).
É interessante notar que a calcinose desapareceu mesmo 
em áreas não tratadas diretamente.
DISCUSSĀO
A DMJ é desordem autoimune rara, que afeta principal-
mente os músculos e a pele. O principal tratamento é a administra-
ção de altas doses de corticosteroides combinados com outras dro-
gas imunossupressoras. Aproximadamente 30% dos pacientes não 
conseguem controlar a doença, apesar de múltiplas intervenções,1-5 
resultado visto em nosso paciente. A aplicação de células-tronco 
foi descrita como último recurso no tratamento de paciente com 
doenças autoimunes refratárias ao tratamento, porém com persis-
tência da doença cutânea, incluindo a calcinose e as contraturas.28
O tratamento da doença ulcerada e refratária é bastante 
complexo, sendo as doenças autoimunes bastante desafiadoras. A 
engenharia de tecidos com foco nos queratinócitos e fibroblastos 
autólogos tem sido usada no tratamento de úlceras cutâneas desde 
a década de 1980. Inicialmente a técnica foi testada em pacientes 
com queimadura, mostrando bons resultados. Depois, a melhora 
na cicatrização foi observada em úlceras vasculares e diabéticas.16,17
Nos últimos anos, a engenharia de tecidos avançou signi-
ficativamente com esse propósito, e uma das tendências na der-
matologia é o uso de biomateriais compostos de biopolímeros 
A B C
A B C
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
em combinação com células cumprindo os requisitos de biosse-
gurança e que são ativas no tipo de ferida tratada.20 Resultados 
positivos e relevantes foram vistos em nosso paciente com DMJ 
depois da aplicação dos fibroblastos e queratinócitos autólo-
gos, aplicados com cola de fibrina, e seguidos pela cobertura de 
membranas feitas de quitosana com xantana ou alginato.
A proteção fornecida pelos curativos de quitosana-alginato 
e quitosana-xantana com estímulos negativos do ambiente desem-
penha um papel no processo de cicatrização. De acordo com Wang 
et al.,29 o curativo ideal deve ser flexível e possuir a habilidade de 
controlar a perda de água no local da feriada. Deve ser resistente à 
invasão bacteriana, prevenindo sepse, ter boa aderência na úlcera, 
como também ser não antigênico, atóxico e de fácil aplicação e 
remoção. Da perspectiva da engenharia, o material para o cura-
tivo deve também ter boas propriedades mecânicas para que sua 
integridade seja mantida durante o uso.24 As taxas de evaporação 
de água também são importantes, tanto para manter a umidade 
adequada no leito da ferida como para evitar acúmulo indesejado 
de secreção. Ambas as membranas utilizadas nesse trabalho atingi-
32 Colpas PT, Alves PCM, Oliveira CC, Pires ALR, Moraes AM, Puzzi MB
Figura 3: A-H - acompanhamento clínico da porção lateral do joelho esquerdo; A - semana 0 – primeira aplicação da cultura autóloga de fibroblastos e 
queratinócitos com membrana de Q-A – notar a exposição óssea; B - semana 3 – segunda aplicação – presença de crosta e início da cicatrização centrípeta; 
C - semana 4 – 75% de melhora; D - semana 6 – terceira aplicação – notar a membrana de Q-A aplicada; E - semana 21 – quarta aplicação – completa reepitelização 
da porção distal da úlcera; F - semana 28 – quinta aplicação – devido à atividade da doença, uma progressão da ferida foi observada (de 0,88cm2 para 1,22cm2); 
G - semana 42 – sexta aplicação, progressão da extensão da úlcera (de 1,22cm2 para 1,43cm2) com melhora em relação à profundidade da lesão; H - semana 
64 – 87,85% de melhora 
Gráfico 1: Evolução da cicatrização das úlceras; as setas indicam o momento 
da aplicação (semanas 0, 3, 6, 21, 28, 42 e 70). Nas lesões do joelho direito 
foi utilizada membrana de quitosana-alginato e, nas do esquerdo, quitosa-
na-xantana
Figura 4: Seguimen-
to do joelho direito 
porção lateral: 
(A) semana 0; 
(B) semana 79A B
A
E
B
F
C
G
D
H
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
ram essa expectativa, sendo efetivas na contribuição para acelerar 
a regeneração tecidual e promover rápida cicatrização. Além disso, 
as membranas são transparentes, permitindo a observação do leito 
da ferida, sem necessidade de removê-las.
O complexo quitosana-alginato parece ter ação positiva 
no processo de remodelação tecidual na cicatriz, aumentando 
as taxas de síntese de colágeno, enquanto também melhora a 
compactação das novas fibras e promove a presença de fibroblas-
tos maduros.29 Além disso, essas membranas parecem estimular 
e regular as várias fases do processo de cicatrização,21 sendo útil 
no tratamento das úlceras cutâneas. Tanto a síntese de coláge-
no como a modulação da contração da ferida pela membrana 
de quitosana-alginato podem resultar em rápido fechamento da 
lesão.21 Resultados similares foram vistos nas membranas de qui-
tosana-xantana, associadas a células mesenquimais.20
O papel da cola de fibrina não está claro nesse caso. O 
produto é um adesivo biológico que funciona por simular a fase 
exsudativa da cicatrização, sendo frequentemente utilizada na ci-
rurgia plástica, como também em transplante de órgãos. Nossa 
hipótese do seu potencial benefício, nesse caso, é de que seja pelamelhora da aderência das células e membranas à lesão, e pelas 
ações hemostática e antibacteriana.30-33 Em condições normais, 
logo após o ferimento, fibrina e fibronectina são depositadas na 
ferida. Lá a fibrina age como barreira hemostática, aderindo o 
tecido e as células em volta e estimulando a migração de fi-
broblastos, o que também deve ter ocorrido no presente caso. 
Redher et al.34 demonstraram que a aplicação apenas da cola de 
fibrina, sem a cultura de células, foi incapaz de reepitelizar a fe-
rida, apesar da formação de crosta. Os autores não mencionaram 
a redução da dor com essa aplicação.
A matriz de fibrina libera fatores de crescimento, como o 
fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), fator de cresci-
Terapia celular e biopolímeros no tratamento de úlceras 33
Gráfico 2: - SF-36 inicío e final do tratamento – Pontuação varia de 0 (saúde 
ruim) a 100 (saúde excelente)
mento de fibroblasto (FGF) e fator transformador de crescimen-
to b (TGF-β), e essas proteínas podem estar relacionadas com a 
melhora da dor, logo após o início do tratamento. Além da ação 
antibacteriana, o aumento da migração e proliferação de célu-
las endoteliais pode contribuir para uma melhora da irrigação 
vascular e também promover um ambiente ideal para migra-
ção, proliferação e diferenciação dos fibroblastos e queratinócitos 
melhorando a cicatrização.31
A melhora da calcinose não está clara, e o fenômeno de 
Köebener não foi observado após o início do tratamento, mes-
mo na área da biópsia.
A terapia celular com fibroblastos e queratinócitos autó-
logos foi usada nesse trabalho para um tratamento mais efetivo 
das úlceras em paciente com DMJ, com melhor resultado fun-
cional e estético, como também levando a uma recuperação mais 
rápida e eliminação da dor, permitindo que o paciente retomasse 
seus estudos. O desenvolvimento de uma estratégia baseada em 
terapia celular representa um avanço no tratamento de úlceras de 
diferentes etiologias,17 e o uso das membranas de Q-A e Q-X 
em associação com as células autólogas é muito vantajoso, por-
que as membranas podem funcionar com uma barreira física, 
prevenindo contaminações externas,20 além de um potencial pa-
pel na cicatrização. Não foi observada diferença de performance na 
taxa de cicatrização com as diferentes membranas.
Os implantes descritos aqui foram efetivos quando com-
parados aos tratamentos convencionais de enxerto de pele de 
áreas doadoras saudáveis,16,17,35 mesmo que algumas das úlceras 
não tenham cicatrizado em sua totalidade, provavelmente devi-
do à extensão e profundidade. As culturas celulares podem ser 
criopreservadas e, eventualmente, utilizadas em uma nova apli-
cação. As células autólogas são ótimas candidatas, pois com elas 
elimina-se completamente o risco de rejeição. Outro aspecto 
positivo é a não necessidade de hospitalização ou debridamento 
das lesões. 
CONCLUSÃO
Esse foi o primeiro caso descrito mostrando o uso de cul-
turas autólogas de fibroblastos e queratinócitos associados a mem-
branas de quitosana-alginato ou quitosana-xantana para o trata-
mento de úlceras cutâneas associadas a dermatomiosite juvenil.
Neste trabalho demonstrou-se uma estratégia efetiva no 
tratamento de doença cutânea causada pela dermatomiosite ju-
venil, embora não tenha sido completamente curada. Talvez a 
combinação do transplante de células-tronco com células cutâ-
neas autólogas possa ser a cura para um paciente como esse, que 
apresenta doença extensa e debilitante. Apesar de ser técnica so-
fisticada e restrita, mostrou estratégia terapêutica válida que pode 
ser utilizada na DMJ como também em úlceras de diferentes 
etiologias. l
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
Comparação Escala de Raw
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34 Colpas PT, Alves PCM, Oliveira CC, Pires ALR, Moraes AM, Puzzi MB
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Paula Tavares Colpas | 0000-0002-1389-0749 
 Investigadora principal do artigo, responsável pela revisão de literatura, escrita, correções e aprovação final. 
Paulo César Martins Alves | 0000-0002-6833-0343 
Responsável pela cultura celular e revisão do manuscrito. 
Carolina Caliari Oliveira | 0000-0001-7906-9809 
Responsável pela cultura celular e revisão do manuscrito. 
Ana Luiza Resende Pires | 0000-0001-8247-6288 
Responsável pela produção de membranas e revisão do manuscrito. 
Angela Maria Moraes | 0000-0002-5813-332X 
Orientação e revisão do estudo. 
Maria Beatriz Puzzi | 0000-0001-8248-7884 
Orientação e revisão do estudo. 
Terapia celular e biopolímeros no tratamento de úlceras 35
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 28-35.
Artigo 
Original
Autores:
Daniel Nunes e Silva1
Isabela Carrijo Pessoa1
 Agliberto A. B. Marcondes Rezende1
João Ilgenfritz Junior2
Marcelo Rosseto2
Elaine Leal Loureiro2
1 Faculdade de Medicina, Universi-
dade Federal de Mato Grosso do 
Sul – Campo Grande (MS), Brasil.
2 Clínica Dermatoeplástica – Campo 
Grande (MS), Brasil.
Correspondência:
Daniel Nunes e Silva
Av. Alto Porã, 51 - Chácara Cachoeira 
79040 045 - Campo Grande - MS, 
Brasil 
 E-mail: dermatoeplastica@gmail.com 
Data de recebimento: 25/01/2018
Data de aprovação: 01/03/2018
Trabalho realizado na Dermatoeplas-
tica – Campo Grande (MS), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
A lipoescultura como tratamento 
complementar na ritidoplastia
Liposculpture as a complementary treatment in rhytidoplasty
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011144
RESU MO
Introdução: As múltiplas abordagens e a utilização de diferentes estratégias cirúrgicas 
contribuem para a obtenção de resultados mais agradáveis nas ritidoplastias. Nesse cenário, 
a lipoescultura vem ganhando cada vez mais relevância como alternativa para potencializar 
esses resultados, agregando maior valor estético final para o procedimento. 
Objetivos: Avaliar os resultados obtidos em pacientes submetidas à associação de ritido-
plastia e lipoescultura facial.
Métodos: Quatorze pacientes foram submetidas à ritidoplastia clássica de Pitanguy, 
associada à lipoescultura em áreas específicas da face, sendo acompanhadas por 12 meses. 
Os resultados pós-operatórios foram avaliados por 17 voluntários utilizando o método de 
Antell & Orseck.
Resultados: Das 14 pacientes avaliadas, nove (64,2%) tiveram o resultado classificado 
como excelente, três (21,4%) como moderado e dois (14,2%) como fraco. Nenhuma 
paciente obteve resultados classificados como perfeito ou ruim.
Conclusões: A ritidoplastia associada à lipoescultura da face se valida como alternativa 
importante para o tratamento do envelhecimento facial, proporcionando a obtenção de 
resultados agradáveis, seguros e duradouros.
Palavras-chave: Cervicoplastia; Rejuvenescimento; Ritidoplastia 
ABSTRACT
Introduction: Multiple approaches and the use of different surgical strategies seem to contribute to 
the goal of obtaining more satisfactory outcomes in rhytidoplasty. In light of this, liposculpture has 
been progressively becoming more relevant as an alternative to improve those outcomes, adding greater 
final aesthetic value to the procedure.
Objectives: To evaluate outcomes obtained in patients who underwent the association of rhytidoplas-
ty and facial liposculpture.
Methods: Fourteen patients underwent classical Pitanguy rhytidectomy associated with liposuction in 
specific areas of the face, having been subsequently followed up for 12 months. Seventeen volunteers 
used the Antell & Orseck method to evaluate the postoperative outcomes.
Results: Of the 14 patients evaluated, 9 (64.2%) were classified as having experienced excellent 
outcomes, while 3 (21.4%) had moderate outcomes, and 2 (14.2%) had poor outcomes. None of the 
patients experienced outcomes rated as perfect or undesirable.
Conclusions: Rhytidoplasty associated with facial liposculpture is an important alternative for the 
treatment of facial aging, leading to satisfactory, safe and long lasting results.
Keywords: Cervicoplasty; Rejuvenation; Rhytidoplasty 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 36-40.
36 
INTRODUÇÃO
O tratamento do envelhecimento facial figura entre as 
principais condições que impulsionam os pacientes a buscar por 
procedimentos estéticos.1 A demanda por novos métodos visa 
atender as expectativas de pacientes, que, após complexas cirur-
gias de rejuvenescimento facial, ainda buscam procedimentos 
complementares, especialmente para suprir a progressiva perda 
de volume em determinadas regiões da face.2
Diversos estudos vêm tentando compreender os reais fa-
tores envolvidos no processo da senilidade da face, oferecendo 
suporte teórico para quealternativas técnicas ainda possam ser 
desenvolvidas.3 Acredita-se que o envelhecimento facial é resul-
tado de uma soma de múltiplos fatores, destacando-se a reabsor-
ção e o remodelamento ósseo, o relaxamento e degeneração de 
tecidos moles e a atrofia do tecido celular subcutâneo.3
A descrição dos compartimentos anatômicos faciais e o 
recente entendimento de sua relevância para a cirurgia do reju-
venescimento favoreceram a associação da lipoescultura como 
tratamento complementar nas ritidoplastias. Essa combinação 
potencializou os resultados e, especialmente, possibilitou uma 
customização da técnica para cada caso. Os resultados, progressi-
vamente mais satisfatórios, fizeram com que o número de profis-
sionais que a utilizam aumentasse significativamente nos últimos 
anos.1,2,4,5
O presente estudo pretende apresentar a experiência dos 
autores com a associação da lipoescultura às ritidoplastias e dis-
cutir a qualidade dos resultados e as vantagens do procedimento.
MÉTODOS
O estudo aqui relatado foi realizado nos moldes de um 
artigo original, para o qual foram utilizadas abordagens teóri-
co-práticas que objetivaram alcançar resultados conclusivos e 
significativos. De caráter descritivo e guiado de forma pros-
pectiva, o trabalho acompanhou uma amostra de 14 pacien-
tes do sexo feminino, durante 12 meses, após ritidoplastia com 
lipoaspiração da face (região cervical e terço inferior da face) 
e lipoenxertia em áreas específicas. Os procedimentos foram 
realizados na clínica privada dos autores, no período de janeiro 
de 2013 a março de 2016. Não houve comparação entre indi-
víduos da amostra sendo os resultados obtidos com avaliação de 
cada um separadamente. Este estudo foi conduzido segundo as 
orientações éticas da Declaração de Helsinki.
No pré-operatório, produziu-se uma sequência preesta-
belecida de fotografias-padrão, realizadas por um mesmo fotó-
grafo, no mesmo local e com as mesmas características de ima-
gem (Câmera Digital Nikon Inc, Melville, New York).
A cirurgia foi realizada seguindo a metodologia clássica 
detalhada em estudo prévio dos autores,2 tendo sido a lipoes-
cultura então associada com o objetivo de potencializar os re-
sultados. Com o paciente sedado, realizou-se uma infiltração 
anestésica na região cérvico-facial com cerca de 350ml de uma 
solução contendo lidocaína 0,125%, com adrenalina 1:200.000. 
Realizou-se a lipoaspiração da região cervical e posteriormente 
a cervicoplastia.6 Antes da execução do roundlifting de Pitanguy,7 
realizou-se lipoaspiração do terço inferior da face, respeitando-se 
sempre a necessidade de cada caso (Figura 1).
A gordura colhida na lipoaspiração foi reservada, para se-
dimentar. Após a conclusão da ritidoplastia, a gordura já lavada 
e preparada pela técnica de Maricevich et al.4 (Figura 2) foi in-
jetada em regiões específicas da face, conforme as figuras 3 e 4.
Após as cirurgias, os pacientes foram acompanhados se-
manalmente e depois, a cada dois meses, até o décimo segundo 
mês, quando novas fotos foram capturadas (em condições idên-
ticas às do pré-operatório).
A avaliação foi feita com base em preceitos clássicos mo-
dificados do método de Antell & Orseck.8 Nesse recurso de aná-
lise, as pacientes incluídas no estudo eram avaliadas de forma 
subjetiva, sem que houvesse padrões anatômicos ou referenciais 
definidos. Os 17 voluntários (não médicos) analisavam as foto-
grafias de pré e pós-operatório dos indivíduos da amostra e, se-
gundo opinião pessoal, conferiam notas a cada uma das pacien-
tes. As pontuações eram atribuídas da seguinte forma: 1 ponto 
= sem melhora; 2 pontos = melhora leve; 3 pontos = melhora 
moderada; 4 pontos = melhora importante (excelente); e 5 pon-
tos = resultado considerado perfeito. As notas de cada paciente 
foram somadas e o resultado classificou o desfecho como: ruim 
(17-27 pontos); fraco (28-43 pontos); moderado (44-57 pontos); 
excelente (58-77 pontos); e perfeito (78-85 pontos).
A lipoescultura na ritidoplastia 37
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 36-40.
BA
Figura 1: A - marcação da área 
a ser lipoaspirada(pontos) e 
lipoenxertada(barras) na face; 
B - lipoaspiração ampla da região 
cérvico-facial
Figura 2: Enxerto de 
gordura preparado 
para ser injetado na 
face
Figura 4: A e B - Lipoenxertia facial 
no intra-operatório de facelifting
Figura 3: Desenho es-
quemático das áreas 
a lipoaspirar (em azul) 
e preencher com en-
xerto de gordura (em 
amarelo)
RESULTADOS 
No período do estudo, 14 pacientes do sexo feminino, 
brancas e com idade média de 55+9 anos foram submetidas à 
cirurgia descrita. O procedimento cirúrgico teve duração média 
de 234+33 minutos. Não foi encontrada dificuldade na realiza-
ção da associação das técnicas. Todos os pacientes receberam alta 
em cerca de 24 horas após a cirurgia. A recuperação pós-ope-
ratória ocorreu dentro do esperado, tendo apenas uma paciente 
evoluído com hematoma, que exigiu drenagem em centro ci-
rúrgico. As demais pacientes operadas evoluíram sem intercor-
rências.
Os resultados referentes à avaliação das pacientes (notas 
finais e classificação) são apresentados na tabela 1. Nove pacien-
tes (64,2%) obtiveram o resultado classificado como excelente, 
três (21,4%) como moderado e dois (14,2%) como fraco. Não 
houve resultado classificado como ruim ou perfeito. Nas figuras 
5 e 6 estão representadas pacientes submetidas à técnica (fotos 
de pré e pós-operatório de 12 meses, visão frontal e de perfis 
direito e esquerdo).
DISCUSSÃO
A tônica dos procedimentos de rejuvenescimento facial 
continua na manutenção dos resultados a longo prazo e na mini-
mização da face estigmatizada. A busca de uma harmonia facial, 
preservando ou alcançando aspectos anatômicos considerados 
ideais, continua sendo um grande desafio para os cirurgiões en-
volvidos com a cirurgia de ritidoplastia.6 A associação da lipoes-
cultura nesse procedimento trata justamente desse aspecto e vem 
oferecer possibilidades que não eram costumeiramente obtidas 
com a técnica clássica.9,10
A lipoescultura facial, atualmente figura como uma ex-
celente alternativa para garantir resultados superiores na abor-
dagem cirúrgica da face, seja ela reparadora ou estética.4,5 A 
lipoaspiração do terço inferior da face e da região cervical pos-
sibilita a obtenção de face mais triangular, aspecto desejável es-
pecialmente na cirurgia do rejuvenescimento.6 A possibilidade 
de esculpir lipoaspirando quantidades específicas para determi-
nadas regiões da face, possibilita customizar os efeitos estéticos 
finais, de modo a minimizar a indesejada uniformização dos 
resultados.2
Vários autores já divulgaram amplamente as qualidades 
da gordura como adjuvante na cirurgia facial: ela é um excelente 
preenchedor subdérmico, com pequenos índices de complica-
ções, sendo também de baixo custo.9,10 A gordura, por carrear 
células tronco, age como importante ator no cenário do reju-
venescimento facial, sendo atualmente considerada por muitos 
cirurgiões alternativa padrão ouro.11
38 Silva DN, Pessoa IC, Rezende AABM, Ilgenfritz Junior J, Rosseto M, Loureiro EL
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 36-40.
A B
Figura 5: Aspecto da paciente H submetida à técnica (fotos de pré e 
pós-operatório de 12 meses, visão frontal e de perfis direito e esquerdo)
Figura 6: Aspecto da paciente M submetida à técnica (fotos de pré e 
pós-operatório de 12 meses, visão frontal e de perfis direito e esquerdo)
Tabela 1: Apresentação das notas de cada avaliador e a classificação 
do resultado da lipoenxertia
Paciente Soma das Notas Classificação dos Resultados
A 61 Excelente
B 37 Fraco
C 63 Excelente
D 64 Excelente
E 67 Excelente
F 65 Excelente
G 75 Excelente
H 57 Moderado
I 56 Moderado
J 58 Excelente
K 64 ExcelenteL 42 Fraco
M 62 Excelente
N 50 Moderado
No entanto, em muitas oportunidades − infelizmen-
te − a lipoenxertia não figura como procedimento único e 
definitivo, não sendo possível que se estabeleça, com precisão, o 
grau de integração do conteúdo enxertado e o resultado final do 
procedimento.12,13 Logo, após o procedimento finalizado, pode-
rão ser necessárias novas intervenções para se atingir o volume 
ideal para determinado paciente.4,10,14
A avaliação do resultado de uma cirurgia plástica revela 
dificuldades, e as ferramentas disponíveis vêm sendo questiona-
das por diferentes autores há anos.15 Até os dias de hoje, não há 
um método de análise dos resultados tardios em ritidoplastias 
que seja considerado perfeito.13,15-17 O método de Antel & Or-
seck,8 aqui utilizado, é um dos recursos mais apresentados na 
literatura e utilizado pela maioria dos autores. Caracteriza-se por 
ser de rápida aplicação, bom entendimento, muito prático e de 
resultados confiáveis, independentemente das características dos 
avaliadores.2,6 Essas qualidades foram novamente evidenciadas 
em nosso estudo, e a pequena variação das pontuações de cada 
avaliador para cada paciente corrobora essa afirmação.
No âmbito da cirurgia plástica as inovações de táticas, me-
todologias e materiais são constantes.17 O universo da ritidoplas-
tia não é diferente e exige constante atualização dos profissionais 
que atuam na área. Várias técnicas diferentes continuam sendo 
publicadas,15,18 sendo uma tendência atual dos artigos interna-
cionais a valorização das estratégias ancilares no trans e pós-ope-
ratório.17,18 Entre elas, a lipoenxertia tem-se mostrado alterna-
tiva muito eficaz, duradoura e de excelentes resultados4,5,10,14 se 
colocando como opção muito interessante para os cirurgiões. 
Outros volumizadores, ainda muito utilizados, geralmente são 
absorvíveis e de alto custo, dificultando sua ampla utilização e 
aceitação pelas pacientes.5
Os altos índices de resultados caracterizados como 
excelentes em nosso estudo demonstram que a técnica descrita 
pode contribuir para a obtenção de um desfecho pós-operatório 
agradável, natural e mais harmônico.
CONCLUSÃO
A lipoescultura complementar à ritidoplastia propor-
cionou a obtenção de resultados satisfatórios, com simplicidade 
técnica e baixos índices de complicações. Embora, ainda sejam 
necessários mais estudos sobre essa alternativa, especialmente so-
bre a manutenção dos resultados a longo prazo, ela se valida, cada 
vez mais, como opção eficaz nas cirurgias de rejuvenescimento 
facial. l
A lipoescultura na ritidoplastia 39
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 36-40.
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venation Assessment of Long-term Results. Arch Facial Plast Surg. 
2009;11(3):178-83.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Daniel Nunes e Silva | 0000-0003-3050-5838
Análise e/ou interpretação dos dados , Análise estatística, Concepção e desenho do estudo, Realização das 
operações e/ou experimentos, Redação do manuscrito e revisão crítica de seu conteúdo, Aprovação final do manuscrito 
Marcelo Rosseto | 0000-0002-4111-9791 
Concepção e desenho do estudo, Realização das operações e/ou experimentos 
Isabela Carrijo Pessoa | 0000-0003-4899-1176
Análise e/ou interpretação dos dados, Análise estatística, Concepção e desenho do estudo, Redação do manuscrito e revisão 
crítica de seu conteúdo, Aprovação final do manuscrito 
Agliberto Augusto Barsaglini Marcondes Rezende | 0000-0002-6537-3604 
Análise e/ou interpretação dos dados, Análise estatística, Concepção e desenho do estudo, Redação do manuscrito e revisão 
crítica de seu conteúdo 
Elaine Leal Loureiro | 0000-0003-4026-3158
Concepção e desenho do estudo, Realização das operações e/ou experimentos 
João Ilgenfritz Junior| 0000-0002-1384-1541
Concepção e desenho do estudo, Realização das operações e/ou experimentos 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 36-40.
40 Silva DN, Pessoa IC, Rezende AABM, Ilgenfritz Junior J, Rosseto M, Loureiro EL
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 41-5.
Artigo 
Original
Autores:
Leila David Bloch1 
Cassiano Carlos Escudeiro 1
Fernanda Daud Sarruf 1
Neusa Yuriko Sakai Valente2 
1 Setor de Pesquisa Clínica, Institu-
to de Pesquisa Clínica Integrada 
(IPClin) – Jundiaí (SP), Brasil.
2 Departamento de Dermatopa-
tologia, Hospital do Servidor 
Público Estadual de São Paulo, 
Instituto de Assistência Médica 
ao Servidor Público Estadual de 
São Paulo (IAMSPE) – São Paulo 
(SP), Brasil.
Correspondência para:
Leila David Bloch
Rua Dr. Leonardo Cavalcante, 314 - 
Centro
13201 013 - Jundiaí - SP, Brasil
E-mail: leila@ipclin.com.br
Data de recebimento: 16/05/2017 
Data de aprovação: 07/03/2018
Trabalho realizado em Instituto de 
Pesquisa Clínica Integrada (IPClin) – 
Jundiaí (SP), Brasil.
Suporte financeiro: O estudo 
recebeu suporte financeiro da SM 
Empreendimentos Farmacêuticos 
Ltda / Fagron.
Conflito de interesse: Os autores 
afirmam não possuir interesses 
pessoais, comerciais, acadêmicos, 
políticos ou financeiros neste 
manuscrito.
Latanoprosta e minoxidil: Estudo duplo-
cego comparativo, placebo-controlado 
no tratamento da queda de cabelos
Latanoprost and minoxidil: comparative double-blind, 
placebo-controlledstudy for the treatment of hair loss 
DOI: http://dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011015
RESU MO
 Introdução: A latanoprosta tem demonstrado potencial para o tratamento de queda de 
cabelos devido ao aumento da espessura e do comprimento dos cílios e hipertricose, ob-
servados com seu uso na área dos olhos. 
Objetivo: Avaliar a eficácia da latanoprosta, isolada ou em associações, na redução da 
queda e/ou estimulando o crescimento de cabelos em pacientes portadores de eflúvio 
telógeno ou alopecia androgenética. 
Métodos: Estudo duplo-cego comparativo, durante 180 dias, entre seis grupos: G1: place-
bo G2: minoxidil 5%; G3: minoxidil 5% + latanoprosta 0,005%; G4: latanoprosta 0,005%; 
G5: minoxidil 5% + latanoprosta 0,010%; G6: latanoprosta 0,010%. Foi feita a contagem 
em fototricograma do total e percentual de fios em fase anágena e telógena.
Resultados: Houve melhora para os grupos G2 (total de fios e número de fios anágenos 
em D92 e D180), G3 (total de fios e número de fios anágenos em D242), G4 (total de 
fios em D182; número de fios anágenos em D92 e D182) e G5 (total de fios em D182; 
percentual de fios telógenos e anágenos e número de fios anágenos em D92 e D182). O 
Tratamento do G6 não apresentou diferença significativa em relação ao placebo. 
Conclusões: Os tratamentos com minoxidil 5%, minoxidil 5% + latanoprosta 0,005%, 
latanoprosta 0,005%, minoxidil 5% + latanoprosta 0,010% se mostraram eficazes no 
controle da queda e no aumento total de fios.
Palavras-chave: Alopecia; Cabelo; Minoxidil 
ABSTRACT
 Introduction: Latanoprost has been shown to have potential for the treatment of hair loss evidenced by 
increased thickness and length of eyelashes and hypertrichosis that can be observed when it is used in 
the periorbital region.
Objective: To evaluate the effectiveness of latanoprost, used isolatedly or in associations, for reducing 
hair loss and/or stimulating its growth in patients bearers of telogen effluvium or androgenic alopecia.
Methods: A comparative, double-blind study was carried out during 180 days, with 6 groups: G1 - 
placebo, G2 - 5% minoxidil, G3 - 5% minoxidil + 0.005% latanoprost, G4 - 0.005% latanoprost, 
G5 - 5% minoxidil + 0.010% latanoprost, G6 - 0.010% latanoprost. The total and percentage 
count of hair strands was carried out based on phototrichogram in the anagen and telogen phases.
Results: There was improvement in G2 (total number of hair strands, number of anagen strands in 
D92 and D180), G3 (total number of hair strands and number of anagen hair strands in D242), G4 
(total number of strands in D182, and number of anagen hair strands in D92 and D182), and G5 
(total number of hair strands in D182, percentage of telogen and anagen hair strands and number of 
anagen hair strands in D92 and D182). Treatment of G6 did not yield significant difference regarding 
the placebo.
Conclusions: The treatments with 5% minoxidil, 5% minoxidil + 0.005% latanoprost, 0.005% 
latanoprost, 5% minoxidil + 0.010% latanoprost were shown effective in controlling hair loss and in 
increasing the total number of hair strands.
 Keywords: Alopecia; Hair; Minoxidil 
 41
Foram incluídos 123 participantes, com 21 participantes 
nos grupos G1, G2 e G3, e 20 participantes nos grupos G4, G5 
e G6. Foi realizada a avaliação dermatológica inicial no momen-
to da inclusão dos participantes para verificação da ausência de 
sinais clínicos iniciais incompatíveis com os critérios de inclusão 
do estudo (D0).
Os critérios de inclusão foram: participantes saudáveis de 
ambos os sexos, fototipo de I a IV, idade entre 20 e 55 anos, 
presença de alopecia androgenética (graus de I a III em homens, 
segundo a escala de Hamilton e de I a II em mulheres, segundo 
a escala de Ludwig), pele íntegra na região do estudo (couro 
cabeludo), hábito de lavar os cabelos ao menos três vezes por 
semana e que não tivessem feito uso de nenhum produto para 
crescimento capilar há pelo menos quatro semanas antes do iní-
cio do estudo.
Os critérios de não inclusão foram: presença de alopecia 
cicatricial ou patologias concomitantes do couro cabeludo (in-
fecção, psoríase e dermatite seborreica importante); dermatite 
atópica em atividade; alergia à categoria de produtos testada; gra-
videz ou lactação; candidatos transplantados renais, cardíacos ou 
hepáticos, imunodeficiências, uso de corticosteroides, anti-his-
tamínicos, imunossupressores, retinoides ou anti-inflamatórios; 
realização prévia de transplante capilar ou cirurgia de redução de 
couro cabeludo; uso de minoxidil ou finasterida (orais ou tópi-
cos) nos seis meses antecedentes ao estudo; tratamentos com luz 
de baixa energia, infravermelho ou laser nos seis meses antece-
dentes ao estudo; eritema solar na região de estudo ou previsão 
de exposição solar intensa ou a lâmpadas UV durante o estudo e 
uso de apliques nos cabelos, extensões capilares, peruca ou alisa-
mento nos três meses antecedentes ao estudo.
Procedimentos
Os produtos foram utilizados pelos próprios participan-
tes, em suas residências, de acordo com o seguinte modo de uso: 
aplicação tópica diária no couro cabeludo limpo e seco, com as 
pontas dos dedos. Os participantes foram orientados a lavar as 
mãos logo após a aplicação do produto.
O tratamento teve duração total de seis meses (180 ± 4 
dias) para todos os participantes menos para os do grupo G3, 
cujo tratamento se estendeu por mais dois meses (240 ± 4 dias).
As avaliações clínicas dermatológicas de segurança foram 
realizadas nos seguintes tempos experimentais: D0, D30, D60, 
D90, D120, D150, D180, D210 e D240 (ou seja, no dia da visita 
inicial e 30 ± 2, 60 ± 4, 90 ± 4, 120 ± 4, 150 ± 4, 180 ± 4, 210 ± 
4 e 240 ± 4 dias após a visita inicial). Nesses mesmos tempos, os 
participantes responderam a um questionário de sensibilização, 
a respeito de possíveis sinais clínicos e sensações de desconforto 
ocasionados pelo uso dos produtos investigados.
Para avaliar visualmente a eficácia dos produtos na pro-
moção de maior uniformidade e cobertura do couro cabelu-
do dos participantes, foram feitos registros de imagens macro 
empregando-se câmera fotográfica (Canon® T3i), com con-
figurações da câmera, distância, fundo (azul) e iluminação pa-
dronizadas. As imagens foram capturadas nos seguintes tempos 
INTRODUÇÃO
Entre as causas mais comuns de perda de cabelo, tanto em 
homens quanto em mulheres, estão a alopecia androgenética e 
o eflúvio telógeno. A alopecia androgenética é condição andró-
geno-dependente caracterizada pela miniaturização dos folículos 
capilares, com encurtamento de tempo da fase anágena (fase ativa 
de crescimento capilar) e aumento do tempo da fase telógena (fase 
de “repouso”) a cada ciclo de desenvolvimento dos folículos ca-
pilares.1-4 O eflúvio telógeno caracteriza-se pelo aumento no nú-
mero de fios de cabelo em fase telógena e aumento no número de 
fios de cabelo perdidos por dia, podendo estar associado a diversos 
fatores, como deficiências nutricionais (zinco, ferro, ácidos graxos 
essenciais, etc.), desordens endócrinas (tireoide, menopausa, etc.), 
estresse e reações a medicamentos, entre outros.
Atualmente, não há variedade de opções disponíveis para 
o tratamento da queda de cabelos, sendo o ninoxidil o único 
tratamento aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) 
para uso tópico. O minoxidil é agente vasodilatador original-
mente usado para o tratamento de hipertensão arterial sistêmica, 
é empregado topicamente para o tratamento da alopecia andro-
genética em humanos.5
A latanoprosta é análoga à prostaglandina F2, usada para 
o tratamento de glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocu-
lar. Esse ativo tem demonstrado potencial para o tratamento de 
queda de cabelos devido aos efeitos colaterais observados com 
seu uso em solução tópica para a área dos olhos, onde se desta-
cam o aumento da espessura e do comprimento dos cíliose a 
hipertricose.6,7
Os mecanismos de ação desses ativos não estão totalmen-
te elucidados. O minoxidil parece agir estimulando os folículos 
pilosos, principalmente os dormentes, prolongando a fase anáge-
na,5 enquanto a latanoprosta parece agir estimulando a fase aná-
gena, aumentando a conversão de pelos velus em pelos terminais.
O presente estudo teve como finalidade avaliar a eficá-
cia do minoxidil e da latanoprosta, isolados ou em associações, 
e verificar se esses ativos são capazes de reduzir a queda e/ou 
estimular o crescimento de cabelos em pacientes portadores de 
alopecia androgenética e/ou eflúvio telógeno.
MÉTODOS
Desenho do estudo
Estudo duplo-cego comparativo entre seis diferentes 
grupos de tratamento: G1: placebo − produto controle, sem 
ativo; G2: loção tópica contendo o ativo minoxidil 5%; G3: 
loção tópica contendo os ativos minoxidil 5% + latanoprosta 
0,005%; G4: loção tópica contendo o ativo latanoprosta 0,005%; 
G5: loção tópica contendo os ativos minoxidil 5% + latanoprosta 
0,010%; G6: loção tópica contendo o ativo latanoprosta 0,010%.
A distribuição dos participantes nos grupos supracitados 
foi realizada aleatoriamente.
Participantes da pesquisa
O estudo foi realizado no Instituto de Pesquisa Clínica 
Integrada – IPclin (Jundiaí-SP). Antes de seu início o estudo foi 
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da mesma instituição.
42 Bloch LD, Escudeiro CC, Sarruf FD, Valente NYS
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 41-5.
Latanoprosta e minoxidil no tratamento da queda de cabelos 43
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 41-5.
experimentais: D0, D90 e D180. Para os participantes que re-
ceberam o tratamento minoxidil + latanoprosta 0,005% (G3), as 
imagens também foram capturadas em D240.
Com o propósito de avaliar o crescimento dos fios e o 
controle da queda, proporcionados pelo uso dos produtos in-
vestigados, de acordo com aumento do percentual de fios em 
fase anágena, diminuição do percentual de fios na fase telógena 
e do aumento do número total de fios na área experimental, fo-
ram realizadas análises de fototricograma. Para tal, imagens foram 
capturadas com auxílio do equipamento Dermoscope® Dynamic 
(FotoFinder Systems, Inc, Maryland, EUA) em condições padroni-
zadas, equipado com o software Trichoscale, que realiza a conta-
gem semiautomática do número de fios em cada fase do ciclo de 
crescimento. Dados obtidos com o equipamento: número total 
de fios; percentual de fios em fase anágena e percentual de fios 
em fase telógena.
A captura das imagens foi realizada dois dias após os par-
ticipantes terem uma pequena área do couro cabeludo raspada. 
Para a raspagem, foi selecionada uma área no couro cabeludo 
(preferencialmente na região frontoparietal direita ou esquerda) 
de aproximadamente 2cm2, a qual foi demarcada e raspada com 
cortador elétrico, a favor do fio, tolerando-se o comprimento má-
ximo dos fios de 1mm. A obtenção de imagens foi realizada nos 
seguintes tempos experimentais: D02, D92 e D182. Para os par-
ticipantes do G3, as imagens foram também capturadas em D242.
Os dados obtidos na análise por fototricograma foram 
estatisticamente analisados com auxílio do software SPSS versão 
17.0. Foi realizado o teste T com dados pareados para determi-
nar se houve diferença estatística entre os tempos de avaliação 
(p-valor ≤ 0,05).
RESULTADOS 
Dos 123 participantes incluídos no estudo, 98 finaliza-
ram e 25 desistiram por motivos pessoais não relacionados à 
pesquisa, sendo três participantes do G1, quatro do G2, sete do 
G3, quatro do G4, três do G5 e quatro do G6. A alta taxa de 
desistência pode ser atribuída à duração prolongada do estudo. 
O total de participantes que finalizaram o estudo para cada 
tratamento foi: G1: 18 participantes; G2: 17 participantes; G3: 
14 participantes; G4: 16 participantes; G5: 17 participantes e 
G6: 16 participantes. 
Nenhum participante relatou sensações de desconforto 
atribuíveis aos tratamentos e não foram detectados sinais clínicos 
no couro cabeludo após 30 ± 2, 60 ± 4, 90 ± 4, 120 ± 4, 150 ± 4, 
180 ± 4, 210 ± 4 e 240 ± 4 dias de uso dos produtos. A avaliação 
dos resultados dos questionários de sensibilização mostrou que 
os produtos foram bem tolerados, não havendo sinais significa-
tivos de desconforto, coceira, descamação ou vermelhidão no 
couro cabeludo durante o estudo.
Por meio da avaliação visual comparativa das imagens 
macro, capturadas a cada tempo experimental, por tratamento, 
não se pôde observar melhora visual para os tratamentos dos 
grupos G1 e G6, após 90 ± 4 e 180 ± 4 dias de tratamento (res-
pectivamente D90 e D180), em relação à condição inicial (D0). 
Já para os demais tratamentos, foi observada melhora visual para: 
35% dos participantes do G2 (seis), 36% dos participantes do G3 
(cinco), 19% dos participantes do G4 (três) e 6% dos participan-
tes do G5 (um), nos tempos D30, D60, D120 e D150, em relação 
ao D0. As figuras 1 e 2 ilustram a melhora visual observada para 
o tratamento com minoxidil 5% + latanoprosta 0,005%.
Com base nas análises comparativas, em relação ao D0, 
dos parâmetros de fototricograma, foi observado: um aumen-
to no total de fios em D92, proporcionado pelo tratamento 2 
(p-valor = 0,0010) e em D182 proporcionado pelo tratamento 
2 (p-valor = 0,0026), pelo tratamento 4 (p-valor = 0,016) e pelo 
tratamento 5 (p-valor=0,005). Já o tratamento 3 ocasionou o 
aumento no total de fios em D242 (p-valor = 0,0025).
Com relação aos fios anágenos, foi constatado aumento 
em D92, nos grupos que receberam os tratamentos 2 (p-valor 
= 0,0005), 4 (p-valor = 0,024) e 5 (p-valor = 0,004) e também 
em D182 para os mesmos tratamentos (tratamento 2: p-valor = 
0,0003; tratamento 4: p-valor = 0,004; tratamento 5: p-valor = 
0,0001), enquanto o tratamento 3 aumentou a quantidade de 
fios anágenos após 242 dia de uso (D242) (p-valor = 0,001).
Nenhum dos seis tratamentos proporcionou redução sig-
nificativa na quantidade de fios telógenos.
Os gráficos 1, 2 e 3 apresentam o número total de fios, o 
número de fios anágenos e o número de fios telógenos, respec-
tivamente, em cada tempo, por tratamento.
A figura 3 ilustra a análise de fototricograma nos diferen-
tes tempos (Tratamento com minoxidil 5%).
Figura 1: Imagem macro de participante do sexo feminino no tempo inicial 
e final (tratamento com minoxidil 5% + latanoprosta 0,005%)
Figura 2: Imagem macro de participante do sexo masculino no tempo ini-
cial e final (tratamento com minoxidil 5% + latanoprosta 0,005%)
D00 D240
D00 D240
44 Bloch LD, Escudeiro CC, Sarruf FD, Valente NYS
Figura 3: Imagem para análise de fototricograma nos diferentes tempos 
(tratamento com minoxidil 5%)
Gráfico 1: Número total de fios, por tempo e por tratamento
Gráfico 2: Número de fios anágenos, por tempo e por tratamento
Gráfico 3: Número de fios telógenos, por tempo e por tratamento
DISCUSSÃO
Observando os resultados obtidos, o minoxidil 5% (G2) 
proporcionou aumento significativo no total de fios e no total de 
fios anágenos, já a partir dos primeiros 90 dias de aplicação. Re-
sultado superior ao observado anteriormente, em que aumento 
da densidade total de fios só foi observada após 24 semanas de 
aplicação do produto investigado.8 Em outra pesquisa, o aumen-
to foi relatado após 16 semanas.9
A latanoprosta 0,005% (G4) apresentou resultados um 
pouco inferiores aos do minoxidil 5%, no aumento do número 
total de fios e no total de fios anágenos após 180 dias de uso. 
Por outro lado, a latanoprosta a 0,010% (G6) não gerou melhora 
estatisticamente significativa, tendo resultados comparáveis aos 
do placebo. Quando utilizada por um período prolongado e em 
uma concentração maior, foram observados resultados mais efi-
cazes. No final de tratamento com duração de 24 semanas, em 
concentraçãode 0,1%, a latanoprosta promoveu o aumento da 
porcentagem de fios anágenos e diminuição na porcentagem de 
fios telógenos.6
A associação dos dois tratamentos apresentou melhor de-
sempenho para a concentração de latanoprosta igual a 0,010% 
(G5), a qual proporcionou aumento no número total de fios 
após seis meses de tratamento, enquanto, quando utilizada a 
0,005%, a latanoprosta associada ao minoxidil 5% (G3) só gerou 
aumento no total de fios após oito meses de uso.
CONCLUSÃO
Nenhum participante relatou sensações de desconforto, e 
não foram detectados sinais clínicos no couro cabeludo durante 
o período do estudo.
A partir da avaliação de fototricograma pode-se concluir que:
• O tratamento com a loção tópica de minoxidil 5% 
aumentou o número total de fios e o número to-
tal de fios anágenos já nos primeiros três meses de 
estudo (D92).
• O tratamento com a loção tópica contendo os ativos 
minoxidil 5% + latanoprosta 0,005% só promoveu 
aumento do número total de fios e o total de fios 
anágenos oito meses de estudo (D242).
• O tratamento com a loção tópica de latanoprosta 
0,005% aumentou o número total de fios após seis 
meses de tratamento (D182).
• O tratamento com a loção tópica contendo os ati-
vos minoxidil 5% + latanoprosta 0,010%) aumen-
tou o número total de fios após seis meses de tra-
tamento (D182).
O tratamento com a loção tópica de latanoprosta 0,010% 
não apresentou diferença significativa, em relação ao placebo. l
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 41-5.
D02 D92 D182
Latanoprosta e minoxidil no tratamento da queda de cabelos 45
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 41-5.
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Learning; 2011. 
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pinas, Centro de Ciências da Vida, Área de Psicologia; 2012.
3. OLSEN EA. Hair. In: Freedberg IM, Eisen AZ, Wolff K, Austen KF, Goldsmi-
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6th edition. United States of America: McGraw-Hill; 2003. p. 633-655.
4. Sinclair R, Patel M, Dawson TL Jr, Yazdabadi A, Yip L, Perez A, et al. Hair 
loss in women: medical and cosmetic approaches to increase scalp hair 
fullness. Br J Dermatol. 2011; 165(Suppl 3):12-18.
5. Pires FE, Fonseca MB, Ramos-e-Silva M. Minoxidil nas alopecias. Folha 
Médica 1994;108(4):113-17. 
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Leila David Bloch | 0000-0001-9596-9583
Suporte clínico durante a condução do estudo e redação do texto 
Cassiano Carlos Escudeiro | 0000-0001-6637-3430
Supervisão da condução e desenvolvimento do estudo e conferência do texto final do artigo 
Fernanda Daud Sarruf | 0000-0003-4454-6323
Coordenação do estudo, análise dos resultados e elaboração do artigo 
Neusa Yuriko Sakai Valente | 0000-0002-8065-269 
Conferência do texto final do artigo 
6. Blume-Peytavi U, Lönnfors S, Hillmann K, Bartels NG. A randomized 
double-blind placebo-controlled pilot study to assess the efficacy of 
a 24-week topical treatment by latanoprost 0,1% on hair growth and 
pigmentation in healthy volunteers with androgenetic alopecia. J Am 
Acad Dermatol. 2012;66(5):794-800.
7. Sasaki S, Hozumi Y, Kondo S. Influence of prostaglandin F2alpha and its 
analogues on hair regrowth and follicular melanogenesis in a murine 
model. Exp Dermatol. 2005;14(5):323-8.
8. Blume-Peytavi U, Hillmann K, Dietz E, Canfield D, Bartels NG. A randomi-
zed, single-blind trial of 5% minoxidil foam once daily versus 2% mino-
xidil solution twice daily in the treatment of androgenetic alopecia in 
women. J Am Acad Dermatol. 2011; 65(6): 1126-34. 
9. Olsen EA, Whiting D, Bergfeld W, Miller J, Hordinsky M, Wanser R, et al. A 
multicenter, randomized, placebo-controlled, double-blind clinical trial 
of a novel formulation of 5% minoxidil topical foam versus placebo in 
the treatment of androgenetic alopecia in men. J Am Acad Dermatol. 
2007; 57 (5):767-74.
46 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 46-50.
Artigo 
Original
Autores:
Caroline Nunes Ferreira1 
Tais Freire Galvão1
Priscila Gava Mazzola1
Gislaine Ricci Leonardi1
1 Faculdade de Ciências Farmacêu-
ticas(FCF), Universidade Estadual 
de Campinas (UNICAMP) – 
 Campinas (SP), Brasil.
 
 
 
Correspondência:
Gislaine Ricci Leonardi 
Rua Cândido Portinari, 200 
 13083 871 - Cidade Universitária - 
Campinas - SP, Brasil. 
 E-mail: gislaine.leonardi@fcf.
unicamp.br
Data de recebimento: 09/12/2017
Data de aprovação: 13/03/2018 
 
Trabalho realizado na Faculdade 
de Ciências Farmacêuticas (FCF) da 
Universidade Estadual de Campinas 
(UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil.
 
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
Avaliação do conhecimento sobre 
fotoproteção e da exposição solar de 
estudantes universitários
Assessment of university students’ knowledge of photoprotection 
and exposure to the sun 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011118
RESU MO
Introdução: O número de casos de carcinoma cutâneo tem aumentado cada vez mais 
e vem determinando a necessidade de aprimorar estratégias de saúde economicamente 
eficazes para prevenir a doença e suas complicações. 
Objetivo: Realizar estudo transversal, tendo os dados sido coletados diretamente com os 
participantes, por meio da aplicação de questionário. 
Métodos: Com os dados coletados realizou-se o cálculo da regressão logística bivariada, 
obtendo-se a razão de chances (OR) e o intervalo de confiança (IC) 95% entre as variáveis 
independentes e o comportamento de risco, o qual foi determinado pela não utilização 
diária de filtro solar e/ou outros meios de fotoproteção. A amostra foi composta por 200 
estudantes, 50% da área de exatas e 50% da área biológica. 
Resultados: Não foi constatada diferença significativa entre o comportamento dos gra-
duandos nas diferentes áreas analisadas. Mulheres apresentaram menor comportamento de 
risco em relação aos homens (OR=0,07; IC95%: 0,01-0,56). 
Conclusões: A maior parte dos universitários não se protege da exposição solar adequa-
damente, sendo esse comportamento de risco inferior nas mulheres. Ações de fotoeduca-
ção são importantes entre os estudantes
Palavras-chave: Estudantes; Pele; Prevenção de doenças; Radiação solar
ABSTRACT
Introduction: The number of cases of cutaneous carcinoma has been steadily increasing, which calls 
for the necessity of improving cost effective health strategies aimed at preventing that disease and 
related complications.
Objective: To perform a cross-sectional study with data collected directly from the participants, throu-
gh the application of a questionnaire.
Methods: Once the data was collected, the bivariate logistic regression was used to calculate the odds 
ratio (OR) and the 95% confidence interval (CI) between the independent variables and the risk 
behavior, which corresponded to the non-daily use of sunscreen and/or other photoprotection method. 
The sample consisted of 200 students – of which 50% studied mathematical sciences and 50% 
studied biological sciences.
Results: There was no significant difference between the students' behavior according to the 
different science field they were studying. Women presented lower risk behavior as compared to men 
(OR = 0.07; CI 95% = 0.01 - 0.56).
Conclusions: Most university students do not protect themselves adequately when exposed to the 
sun, with this risk behavior being lower in women. Actions aimed at photo-educating students are 
important.
Keywords: Disease prevention; Skin; Solar radiation; Students
Importância da fotoeducação para universitários 47
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeirov.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 46-50.
INTRODUÇÃO
Os casos de carcinoma cutâneo têm aumentado em todo 
o mundo, fato que representa alto custo social e financeiro para 
as pessoas e para os sistemas de saúde.1-3 O reconhecimento desse 
impacto cada vez maior vem determinando a necessidade de 
aprimorar estratégias de saúde economicamente eficazes para 
prevenir a doença e suas complicações.1-3
A etiologia do câncer de pele está relacionada, principalmen-
te, ao aumento da exposição ao sol, o que ocorre significativamente 
na infância.3-8 Os efeitos da exposição à radiação ultravioleta represen-
tam fator de risco bem estabelecido para câncer de pele e fotoenve-
lhecimento. A exposição ao sol durante as primeiras décadas de vida 
aumenta a vulnerabilidade aos efeitos nocivos da radiação.3-8
Considerando a expectativa de vida de 78 anos, 23% da 
radiação ultravioleta a que uma pessoa se submete ocorre até 
os 18 anos, 46% até os 40 anos e 74% até os 59 anos de idade.9 
Orientações sobre fotoeducação devem incluir jovens, crianças 
e seus cuidadores, para que adquiram hábitos saudáveis e cons-
cientes, e, assim, reduzam o risco de desenvolvimento de algum 
problema tardio devido à exposição solar irresponsável.10,11 A fo-
toeducação é importante para a manutenção da saúde da popu-
lação adulta, principalmente pelo fato de os danos causados pelos 
raios ultravioletas serem cumulativos ao longo da vida.10
Além disso, jovens costumam expor-se excessivamente à 
radiação solar, posto que passam bastante tempo ao ar livre. É im-
portante, portanto, conhecer o comportamento dos universitários 
a fim de promover sua conscientização, pois, se a fotoproteção for 
inadequada, constituirá fator de risco ao câncer de pele.12,13
Este estudo teve como objetivo investigar as práticas de 
exposição e proteção solar e fatores associados em estudantes 
universitários de Campinas, São Paulo, Brasil.
MÉTODOS 
Delineamento
Trata-se de estudo transversal realizado com estudantes 
de graduação da Universidade Estadual de Campinas (UNI-
CAMP) em 2016.
Contexto
A UNICAMP é universidade pública localizada no in-
terior de São Paulo, Brasil. Os participantes da pesquisa eram 
alunos de graduação dos cursos de farmácia, biologia, medicina, 
engenharia de alimentos, estatística, ciclo básico integrado, quí-
mica, engenharia química, engenharia mecânica e licenciatura 
integrada química e física. As entrevistas ocorreram nos meses de 
abril, junho, setembro, outubro e novembro de 2016 nos turnos 
da manhã e da tarde nas dependências da universidade.
Participantes
Foram considerados elegíveis universitários dos cursos de 
exatas e biológicas/saúde de qualquer idade e de ambos os sexos. 
Os participantes foram selecionados por amostragem de conve-
niência no período em que a entrevistadora se encontrava no 
local de recrutamento.
Variáveis
Foram coletadas variáveis demográficas e de conheci-
mento sobre fotoproteção, incluindo: gênero (masculino ou fe-
minino), idade (em anos, categorizada posteriormente em 17-
18; 19-20 e >21anos), uso de filtro solar diariamente e quando 
exposição proposital (nunca, às vezes, sempre), uso de outros 
meios de fotoproteção diariamente e em exposição proposital 
(sim ou não), meios de fotoproteção além do filtro solar (sim ou 
não e resposta descritiva em caso de sim), exposição em câmara 
de bronzeamento artificial (nunca, uma ou mais vezes), conhe-
cimento sobre quanto aplicar do produto e sobre a diferença da 
radiação ultravioleta A e B, opinião sobre bronzeado ser saudável 
(sim ou não e resposta descritiva em caso de sim) e o uso de filtro 
solar em dias nublados (sim ou não).
Fontes de dados, mensuração e controle de qualidade
Os dados foram coletados diretamente com os partici-
pantes, por meio de questionário em papel aplicado pela entre-
vistadora, acadêmica de graduação em farmácia. O questionário 
semiestruturado foi elaborado com base em estudos anteriores4 
e composto por questões de identificação (nome, universidade, 
curso, sexo e idade) e questões abertas e fechadas sobre o com-
portamento quanto à fotoproteção.
A conclusão do estudo apontou comportamento de risco 
com relação à proteção solar dos entrevistados, definido como 
respostas “às vezes” ou “não” nas questões fechadas que avaliavam 
o uso do filtro solar ou outros meios de fotoproteção diariamen-
te, na exposição proposital e em dias nublados e na exposição 
em câmara de bronzeamento artificial. A ausência de resposta nas 
perguntas sobre o uso e a descrição de outros meios de fotopro-
teção, além da formulação fotoprotetora, foi considerada “não”.
As perguntas abertas foram utilizadas para avaliar o co-
nhecimento dos participantes sobre a quantidade necessária de 
formulação fotoprotetora que deve ser aplicada, bem como o 
conhecimento da diferença e da importância da proteção contra 
os raios ultravioleta A e B.
Após coleta de dados, as respostas obtidas foram tabula-
das em planilhas do Microsoft Excel pela própria entrevistadora, 
com revisão posterior da digitação.
Tamanho do estudo
Não foi realizado cálculo do tamanho da amostra, sendo 
estipulado mínimo de 100 participantes de cada área de conhe-
cimento (exatas e biológicas).
Métodos estatísticos
Inicialmente foi realizada estatística descritiva, obtendo 
as frequências absolutas e relativas de cada variável. Foi calculada 
a regressão logística bivariada para estimar a razão de chances 
(oddsratio, OR) e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) en-
tre o comportamento de risco de proteção solar e as variáveis 
independentes. Adotou-se o nível de p < 0,05 para definir sig-
nificância estatística.
Aspectos éticos
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesqui-
sa da Universidade Federal de São Paulo, pelo parecer número 
1.192.131 e certificado de apresentação para apreciação ética 
número 46273415.8.0000.5505.
Todos os participantes foram orientados e assinaram o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando a 
48 Ferreira CN, Galvão TF, Mazzola PG, Leonardi GR
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 46-50.
concordância em participar da pesquisa.
RESULTADOS
Foram entrevistados 200 universitários, sendo 75,5% do 
sexo feminino, 50% da área de exatas e 50% da área da saúde e 
biológicas, e mais da metade (59%) com idade de até 20 anos.
A prevalência do comportamento de risco com relação à 
proteção solar entre esses universitários foi 83% (IC 95%: 77,7-
88,3%); nenhum acadêmico sabia a diferença entre os raios ul-
travioleta A e B, 96% deles desconheciam a quantidade correta 
de filtro solar que deve ser aplicada, e 23% acreditavam que o 
bronzeado da pele é algo saudável, tendo a maioria dos sujeitos 
o relacionado à síntese de vitamina D (Tabela 1).
O uso de outros meios de fotoproteção corresponde a 
15,5% diariamente e 47,5% quando de exposição proposital. Além 
disso, 80% e 16% não utilizam o filtro solar nessas mesmas situa-
ções, e 67% não o utilizam em dias nublados (Tabela 1). Nenhum 
dos participantes submeteu-se à câmara bronzeadora artificial.
O uso de óculos de sol foi o meio de fotoproteção, além 
do filtro solar, mais citado (54,3%) para proteção diária, seguido 
pela opção de manter-se à sombra ou não se expor (11,4%). Em 
situações esporádicas de exposição proposital, 37,8% relataram 
o uso de boné ou chapéu, 32,4% de óculos de sol, e 18,9% 
de guarda-chuva ou guarda-sol (Tabela 2).
O gênero mostrou-se associado ao comportamento 
de risco, que foi significativamente menor entre as mulheres 
OR = 0,07 (IC95%: 0,01-0,56). Idade, área da graduação, co-
nhecimento da diferença entre raios ultravioleta A e B, conside-
rar bronzeado saudável e saber quanto aplicar de filtro solar não 
se associaram ao comportamento de risco de exposição solar 
(Tabela 3).
DISCUSSÃO
Neste estudo mais de 80% dos universitáriosentrevistados 
apresentaram comportamento de risco com relação à exposição 
solar. Entre os homens esse comportamento foi significativamente 
maior. O culto ao corpo, a prática de atividade física ao ar livre e 
a valorização estética do bronzeado podem levar os jovens à ex-
posição solar prolongada e, muitas vezes sem proteção adequada.
Este estudo apresentou limitações como a amostra por conve-
niência, falta de informações socioeconômicas e emprego de questio-
nário não validado, o que reduz a extrapolação dos resultados.
Outros estudos também relatam a baixa adesão diária de 
filtro solar em jovens universitários. Na Arábia Saudita em estu-
do transversal com 2.622 pessoas em 2010 e 2011, AlGhamdi et 
al.3 relataram que 23,7% (do total de 2.566) dos jovens usavam 
filtro solar diariamente.3 No estudo transversal analítico em uma 
universidade brasileira na região Centro-Oeste, Castilho, Sousa e 
Leite13 relataram que cerca de 25% dos 308 jovens entrevistados 
aplicavam filtro solar diariamente.
Em contraste com esses resultados, em pesquisa realizada 
na Região Metropolitana de Porto Alegre foi verificada a adesão 
ao filtro solar por 85% dos 1.030 entrevistados em 2001.12 Na 
Itália aplicaram-se questionários a estudantes entre 11 e 16 anos, 
observando-se que 91% dos 379 adolescentes afirmam utilizar 
Tabela 1: Características da população entrevistada e frequência das 
variáveis individuais que compuseram o desfecho
Variável N %
Características demográficas
Gênero
Masculino 49 24,5
Feminino 151 75,5
Idade (anos)
17-18 36 18
19-20 82 41
>21 82 41
Área da graduação
Exatas 100 50
Saúde e biológicas 100 50
Hábitos diários de proteção solar 
Filtro solar
Não 160 80
Sim 40 20
Outros meios
Não 169 84,5
Sim 31 15,5
Filtro solar em dias nublados
Não 134 67
Sim 66 33
Hábitos de proteção solar em exposição proposital
Filtro solar
Não 32 16
Sim 168 84
Outros meios
Não 105 52,5
Sim 95 47,5
Conhecimento em fotoeducação
Sabe diferenciar radiação ultravioleta A e B
Não 200 100
Sim 0 -
Sabe quanto aplicar de filtro solar
Não 192 96
Sim 8 4
Considera bronzeado saudável
Não 154 77
Sim 46 23
o filtro solar, mas apenas 50,4% o reaplicam. A necessidade da 
aplicação do filtro solar quando a exposição ao sol é proposital, 
excluindo estar na praia, foi questionada, e 52% acreditavam que 
esse uso não seria necessário.7 
Neste estudo, a adesão por outros meios de fotoproteção 
foi de 15,5% diariamente e 47,5% quando em exposição proposi-
Importância da fotoeducação para universitários 49
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 46-50.
Tabela 2: Descrição dos meios de fotoproteção utilizados, excluindo-se 
a aplicação de filtro solar, diariamente e em exposição proposital
Meios citados Uso diário Uso esporádico
N % N %
Boné/chapéu 3 8,6 56 37,8
Guarda-chuva/sol 3 8,6 28 18,9
Maquiagem 3 8,6 1 0,7
Roupas 3 8,6 9 6,1
Sombra/não se expor 4 11,4 4 2,7
Óculos de sol 19 54,3 48 32,4
Protetor labial 0 - 2 1,4
Tabela 3: Razão de chance (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 
do comportamento de risco pelas variáveis do estudo
Variável OR (IC 95%) Valor p
Características demográficas
Sexo
Masculino 1
Feminino 0,07 (0,01-0,56) 0,012
Idade (anos)
17-18 1
19-20 1,84 (0,67-5,06) 0,235
>21 1,28 (0,49-3,35) 0,620
Área
Exatas 1
Biológicas 0,75 (0,36-1,58) 0,452
Conhecimento em fotoeducação
Considera bronzeado saudável
Não 1
Sim 1,90 (0,69-5,24) 0,213
Sabe quanto aplicar de filtro solar
Não 1
Sim 0,60 (0,12-3,11) 0,543
tal. Em contraste, na Arábia Saudita, 81,5% relatam usar óculos de 
sol, 95% roupas compridas, 90% bonés ou chapéus, e 97,9% bus-
cam sombra para se proteger do sol.3 Na Alemanha, em pesquisa 
realizada em 2015 por telefone com adolescentes e adultos a res-
peito do comportamento relativo à proteção solar, encontrou-se 
que o meio de fotoproteção mais utilizado era roupa com mangas 
compridas, referida por 54% dos 3.000 entrevistados, e o menos 
utilizado foi chapéu, usado por apenas 18% do total dos entrevis-
tados.8 Na China verificou-se que as mulheres preferiam o uso do 
guarda-sol e do filtro solar para se proteger, enquanto os homens 
optavam por vestir roupas com mangas compridas e reduzir a ex-
posição ao sol; sendo, em ambos os sexos, menor a preocupação 
quando se tratava da proteção dos olhos.14
A influência do gênero no comportamento de risco tam-
bém foi relatada em estudos realizados no Brasil (Porto Alegre, 
Piauí, Curitiba) e em outros países (Austrália, Arábia Saudita, 
Alemanha e China), onde as mulheres apresentaram melhores 
hábitos de fotoproteção e a não utilização do filtro solar foi 
maior em homens.2,3,8,12,14-16
Poucos participantes souberam dizer a quantidade cor-
reta que deve ser aplicada de filtro solar. Estudo realizado na 
cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, com 200 volun-
tários comprovou que a quantidade aplicada de formulação fo-
toprotetora influencia sua eficácia. Quanto menor a quantidade 
aplicada, menor é a proteção, o que evidencia a necessidade do 
conhecimento a respeito da quantidade correta a ser utilizada.17
Nenhum dos universitários entrevistados conhecia a di-
ferença entre as radiações ultravioleta A e B. O fator de proteção 
solar (número do FPS) citado na embalagem em produtos foto-
protetores refere-se apenas à proteção contra os raios ultravioleta 
B, que podem ocasionar vermelhidão, dor, manchas, descama-
ção.1,16 É necessário que o consumidor busque também a prote-
ção contra os raios ultravioleta A, que contribuem de forma mais 
significativa para a imunossupressão e o envelhecimento precoce, 
ressecando a pele e danificando sua elasticidade.1,16
Boa parte dos universitários que consideram saudável a pele 
bronzeada relatou a importância do sol para a síntese de vitamina D, 
que ocorre por fotólise na epiderme através da ação da radiação ul-
travioleta B sobre o ergosterol e o colesterol.18 A falta de exposição 
solar pode gerar deficiência na síntese de vitamina D,19 porém essa 
exposição deve ser responsável, ou seja, devem ser adotadas medi-
das de fotoproteção para que os benefícios dessa exposição sejam 
aproveitados, minimizando os malefícios. Em estudo realizado na 
China, foi exposta a importância do sol para a síntese da vitamina 
D, verificando-se também que os homens possuíam a crença de 
que pele bronzeada é mais saudável e atrativa, enquanto as mulheres 
acreditavam que pessoas bronzeadas parecem mais envelhecidas.14
Nenhum dos participantes se submetera a exposição em 
câmara bronzeadora artificial. Esse resultado pode ser fruto da cons-
cientização dos perigos desse método e da dificuldade de acesso 
em decorrência de medidas regulatórias. Em Taguatinga (Distrito 
Federal, Brasil), esse hábito foi relatado por 3,5% de 202 mulheres 
estudantes em 2007, próximo aos 4,5% dos 379 adolescentes en-
trevistados na Itália em 2010, que afirmaram fazer uso da câmara 
bronzeadora e dos 7,4% desse mesmo estudo, que julgaram ser se-
guro realizar o bronzeamento artificial antes da exposição solar.7,13
A área de graduação não influenciou o comportamento de 
risco dos universitários, semelhante a estudo prévio realizado em 
Curitiba com 398 acadêmicos de medicina em 2012 que haviam 
cursado ou não a disciplina de dermatologia.16 Contrariando esses 
resultados, estudo transversal também com 398 universitários bra-
sileiros em Teresina, Piauí, em 2011 observou que acadêmicos da 
área da saúde possuíam melhores hábitos de fotoproteção.15
Estudos australianos com 101.449 adolescentes entrevis-
tados em 1993, 1996, 1999 e 2002 observaram que os cuida-
dos relacionados à exposição solar diminuíram com o passar dos 
anos.6 Um estudo na Alemanha também constatou ser mais ele-
vado o comportamentode risco dos participantes mais novos.8 
Na Arábia Saudita verificou-se que os jovens empregados ou 
estudantes abaixo de 30 anos usavam mais protetor solar do que 
os desempregados e acima dos 30 anos.3
50 Ferreira CN, Galvão TF, Mazzola PG, Leonardi GR
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 46-50.
Os participantes deste estudo demonstraram alto com-
portamento de risco, evidenciando a carência da difusão da foto-
proteção. Nos Estados Unidos também levantou-se a necessidade 
da adoção da fotoproteção, pois verificou-se que a proteção solar 
era incomum nas escolas de todos os níveis, mas principalmente 
menos adotada pelos estudantes do ensino médio.5
Um exemplo bem-sucedido da disseminação de conhe-
cimento acerca do tema foi a intervenção realizada na Austrália 
entre 1992 e 1996, a respeito do uso diário de filtro solar para 
a prevenção do câncer da pele. Em estudo posterior, de 1997 a 
2002, os participantes mostraram maior adesão à aplicação de 
formulação fotoprotetora e comportamento mais seguro em re-
lação à exposição solar.2
Devido às características geográficas e às tendências cul-
turais, os brasileiros estão entre os povos que anualmente mais se 
expõem ao sol.20 Logo, medidas de fotoeducação devem ser es-
timuladas e divulgadas no Brasil a fim de se prevenir o desenvol-
vimento de danos actínicos agudos e crônicos, principalmente 
porque os dados epidemiológicos apontam aumento contínuo 
na incidência de câncer de pele.
CONCLUSÃO
O comportamento de risco quanto à proteção solar é 
alto entre os universitários e é mais comum entre os homens. 
Os estudantes possuem baixo conhecimento em fotoproteção. 
Atividades de fotoeducação são importantes para os jovens. l
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq pela bolsa de iniciação 
científica concedida à autora Caroline Nunes Ferreira.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Caroline Nunes Ferreira | 0000-0002-1679-8921
Obtenção, análise e interpretação dos dados, elaboração e redação do texto. 
Tais Freire Galvão | 0000-0003-2072-4834
Análise estatística, auxílio na redação, revisão crítica e aprovação da versão final. 
Priscila Gava Mazzola | 0000-0002-3795-8189
Revisão da literatura e do texto. 
Gislaine Ricci Leonardi | 0000-0002-7126-1326 
Aprovação da versão final, concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do texto, participação efetiva na 
orientação da pesquisa, revisão crítica da literatura e do texto. 
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Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 51-4.
 51
Artigo 
Original
Autores:
Sandra Tagliolatto1
Gabriela Nero Mitsuushi1
1 Dermoclínica – Dermatologia e 
 Laser - Campinas (SP), Brasil.
Correspondência:
Sandra Tagliolatto
Rua Luzitana, 740 - 4º andar
Bosque 
13015 121 - Campinas - SP, Brasil
 E-mail: dermoclinica@dermoclinica.
med.br
Data de recebimento: 14/01/2018
Data de aprovação: 04/03/2018
Trabalho realizado em Dermoclínica 
– Dermatologia e Laser, Campinas – 
SP, Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
Estudo comparativo entre dois anestésicos 
tópicos em procedimentos dermatológicos 
Comparative study between two topical anesthetics in 
dermatological procedures
DOI:http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011136
RESU MO
Introdução: A dor durante a execução dos procedimentos dermatológicos é um desafio 
na prática médica. Vários anestésicos tópicos estão disponíveis para ser utilizados previa-
mente aos tratamentos minimamente invasivos. 
Objetivo: Avaliar a eficácia do uso do anestésico tópico na redução da dor durante a exe-
cução de procedimentos dermatológicos e comparar a eficácia de dois deles, utilizando a 
escala visual numérica de dor. 
Métodos: 25 pacientes foram submetidos a procedimentos dermatológicos faciais após 
a aplicação da preparação comercial de lidocaína 7% e tetracaína 7% em uma hemiface e 
preparação comercial de lidocaína 4% em outra hemiface. A intensidade da dor foi avaliada 
por escala visual numérica de dor (EVN) no final do procedimento. 
Resultados: 84% dos pacientes referiram escore de dor menor na hemiface que recebeu 
preparação comercial de lidocaína e tetracaína a 7%. A média dos escores de dor nas hemi-
faces que receberam preparação comercial de lidocaína 4% foi de 7,3, enquanto naquelas 
que receberam preparação comercial de lidocaína 7% e tetracaína 7% foi de 5,3. 
Conclusões: Anestésicostópicos são eficazes e seguros para diminuição da dor em pro-
cedimentos dermatológicos, sendo que a preparação comercial de lidocaína e tetracaína 
a 7% foi mais eficaz na redução da dor do que a preparação comercial de lidocaína 4%.
Palavras-chave: Anestesia; Anestesia local; Percepção da dor; Procedimentos cirúrgicos 
dermatológicos; Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos; Tratamento preliminar
ABSTRACT
Introduction: Managing pain during the performance of dermatological procedures is a challenge. 
Several topical anesthetics are available for use prior to carrying out minimally invasive treatments.
Objective: To evaluate the efficacy of topical anesthetics for reducing the pain during dermatological 
procedures and to compare the effectiveness of two different anesthetics using a visual numeric pain scale. 
Methods: Twenty-five patients underwent facial dermatological procedures after the application of 
two commercial preparations: one containing 7% lidocaine and 7% tetracaine (applied in one hemi-
face) and the other containing 4% lidocaine. Each of the preparations was applied in one hemiface. 
Pain intensity was assessed using the Visual Numeric Pain Scale (VNS) at the end of the procedure. 
Results: Eighty-four percent of the patients reported a lower pain score in the hemiface that received 
the commercial preparation containing 7% lidocaine and 7% tetracaine. The mean pain score in the 
hemifaces that received the 4% lidocaine preparation was 7.3, while that computed for the hemifaces 
that received the 7% lidocaine and 7% tetracaine preparation was 5.3. 
Conclusions: Topical anesthetics are effective and safe for pain reduction in dermatological procedu-
res, with the commercial preparation containing 7% lidocaine and 7% tetracaine was more effective 
than the one containing 4% lidocaine.
Keywords: Anesthesia; Anesthesia, local; Dermatologic surgical procedures; Minimally invasive 
surgical procedures; Pain perception; Pretreatment
INTRODUÇÃO
É notável o aumento na demanda e na realização de 
procedimentos dermatológicos cosmiátricos; um desafio para sua 
realização, entretanto, é a dor. Isso levou a aumento da necessi-
dade do uso de anestésicos tópicos eficazes e seguros, garantindo 
maior conforto ao paciente e assegurando melhores resultados.1,2 
Há diversos anestésicos tópicos disponíveis no mercado 
brasileiro, tais como preparação comercial de lidocaína 2,5% e 
prilocaína 2,5% (Emla® AstraZeneca do Brasil Ltda, São Paulo, 
Brasil),3 preparação comercial de lidocaína 4% (Dermomax® Aché 
laboratórios farmacêuticos, São Paulo, Brasil)4 e preparação co-
mercial de lidocaína 7% e tetracaína 7% (Pliaglis® Galderma Brasil 
Ltda, São Paulo, Brasil).5 O objetivo deste trabalho foi comparar a 
eficácia de dois anestésicos tópicos, preparação comercial de lido-
caína 4% (Dermomax®) e preparação comercial de lidocaína 7% e 
tetracaína 7% (Pliaglis®), avaliando os escores de dor em pacientes 
submetidos a diversos tipos de procedimentos dermatológicos.
MÉTODOS
Estudo-piloto, prospectivo e comparativo no mesmo pa-
ciente.
25 pacientes de uma clínica privada em Campinas (SP) 
foram submetidos a procedimentos dermatológicos diversos – 
laser de CO
2
 fracionado (SmartXide®, Deka Medical Lasers, 
Florença, Itália), luz intensa pulsada (todos os comprimentos 
de onda – Harmony XL®, LBT Lasers, São Paulo, Brasil), in-
fravermelho (Cutera xeo®, ponteira Titan®, Califórnia, EUA), 
radiofrequência (Reaction®, Viora Medical Solutions, Israel), 
laser q-switched para remoção de pigmento das sobrancelhas e 
aplicação intradérmica de ácido hialurônico.
Todos os pacientes eram do sexo feminino, com idades 
entre 25 e 71 anos (média de 48,6 anos). 30 minutos antes do 
procedimento, foi aplicada uma espessa camada de preparação 
comercial de lidocaína 4% (Dermomax® Aché laboratórios 
farmacêuticos, São Paulo, Brasil) em uma das hemifaces esco-
lhida de maneira aleatória e contralateralmente foi aplicada pre-
paração comercial de lidocaína 7% e tetracaína 7% (Pliaglis® 
Galderma Brasil Ltda, São Paulo, Brasil). O estudo foi cego para 
os pacientes. Os parâmetros utilizados em cada procedimento 
foram iguais nas hemifaces. A intensidade da dor foi avaliada pela 
escala visual numérica de dor (EVN) no final do procedimento 
(Figuras 1), considerando-se zero a ausência de dor e dez a dor 
máxima.6,7
As orientações éticas da Declaração de Helsinki foram 
adotadas neste estudo.
RESULTADOS
80% (20/25) dos pacientes referiram melhor analgesia no 
lado em que foi aplicada a preparação comercial de lidocaína 
e tetracaína em quantidades iguais de 7%; 12% (3/25) dos pa-
cientes relataram escores iguais de dor; e 8% (2/25) referiram 
dor levemente menor na hemiface em que recebeu preparação 
comercial de lidocaína 4%, conforme tabela 1.
A média dos escores das hemifaces em que foi aplicada a 
preparação comercial de lidocaína 4% (Dermomax®) foi de 7,4, 
Tabela 1: Número e percentual de pacientes com menor ou igual 
escore de dor com cada anestésico avaliado
N %
Número total de pacientes avaliados 25 100
Pacientes cujo escore de dor foi menor na hemiface 
com lidocaína e tetracaína a 7%
20 80
Pacientes cujo escore de dor foi menor na hemiface 
com lidocaína 4%
2 8
Pacientes cujo escore de dor foi igual nas hemifaces 3 12
enquanto a média das hemifaces em que foi aplicada preparação 
comercial de lidocaína 7% e tetracaína 7% (Piaglis®) foi de 5,3, 
conforme tabela 2.
Os dois pacientes que relataram valores iguais na escala 
de dor (pacientes 12 e 24, conforme Tabela 1) referiram notas 
altas na escala de dor, respectivamente 8 e 9 em escala que co-
loca dor máxima como 10. Ainda em relação à comparação dos 
dois anestésicos, tivemos casos, como os pacientes 15 e 22, que 
relataram grande diferença em relação à avaliação do efeito de 
analgesia quando comparadas as duas hemifaces (Tabela 1). Cha-
mamos a atenção também para a paciente 16, que referiu dor 
máxima (nota 10) na realização do procedimento laser de CO
2
 
fracionado na hemiface em que foi aplicado o anestésico à base 
de lidocaína e nota 7,5 na hemiface comparativa, em que foi 
aplicado o anestésico que contém lidocaína em maior concen-
tração e associação com tetracaína, o que nos permite inferir um 
efeito importante na analgesia patrocinada pelo produto com 
associação dos anestésicos. Somente dois pacientes relataram dor 
maior na hemiface em que foi aplicada a preparação comercial 
de lidocaína e tetracaína a 7%, porém cabe ressaltar que a dife-
rença foi pequena em relação ao lado comparativo em que foi 
utilizado o anestésico contendo apenas a lidocaína a 4% (pacien-
tes 11 e 18, diferença de 1 ponto).
Não ocorreram efeitos colaterais significativos.
DISCUSSÃO
A dor ainda é fator limitante na execução de diversos 
procedimentos dermatológicos. Com o advento dos anestésicos 
tópicos, tais procedimentos se tornaram mais plausíveis na práti-
ca clínica, sem a necessidade de se recorrer à anestesia infiltrativa, 
bloqueios ou sedação.1,2,8
Os anestésicos tópicos são eficazes e seguros para muitos 
procedimentos dermatológicos, tais como lasers ablativos e não 
ablativos, injeções de preenchedores e toxina botulínica, radio-
frequência, infravermelho e luz intensa pulsada, com baixo risco 
de efeitos adversos.8-10
Esses agentes atuam nas terminações nervosas dérmicas, 
diminuindo a transmissão dos impulsos nervosos aferentes.11,12 
O anestésico tópico interage com os canais de sódio das termi-
nações nervosas, bloqueando seu influxo. O limiar de excitação 
aumenta e reduz gradualmente a deflagração do potencial de 
ação e a condução do impulso nervoso. Porém, para que isso 
ocorra, os anestésicos locais devem difundir-se através da camada 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 51-4.
52 Tagliolatto S, Mitsuushi GNAnestésicos tópicos em procedimentos dermatológicos 53
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 51-4.
Tabela 2: Resultados obtidos 
Paciente
Procedimento feito Nota, segundo escala de dor, na hemiface em que foi utilizado 
o anestésico à base de lido
caína e tetracaína a 7%
Nota, segundo escala de dor, na 
hemiface em que foi utilizado o anestésico 
à base de lidocaína 4%
Paciente 1 20 80
Skinbooster 5 5
Paciente 2 3 12
Infravermelho 6,5 8
Paciente 3
Radiofrequência 3 4
Paciente 4
Laser de CO2 fracionado 5 9
Paciente 5
Laser de CO2 fracionado 4 8
Paciente 6
Laser de CO2 fracionado 3 8
Paciente 7
Laser de CO2 fracionado 6 7
Paciente 8
Laser de CO2 fracionado 6 7
Paciente 9
Laser de CO2 fracionado 2 3
Paciente 10
Laser de CO2 fracionado 5 7
Paciente 11
Laser de CO2 fracionado 8 9
Paciente 12
Laser de CO2 fracionado 8 8
Paciente 13
Laser de CO2 fracionado 5 7
Paciente 14
Laser de CO2 fracionado 6 8
Paciente 15
Laser de CO2 fracionado 1 8
Paciente 16
Laser de CO2 fracionado 7,5 10
Paciente 17
Laser de CO2 fracionado 5 7
Paciente 18
Laser de CO2 fracionado 7 6
Paciente 19
Luz intensa pulsada 5 7
Paciente 20
Laser de CO2 fracionado 6 8
Paciente 21
Laser de CO2 fracionado 6,5 8
Paciente 22
Laser de CO2 fracionado 2 8
Paciente 23
Laser de CO2 fracionado 7 9
Paciente 24
Laser de CO2 fracionado 9 9
Paciente 25
Laser de CO2 fracionado 4 7
MÉDIA 5,3 7,4
à redução da dor relatada durante a execução do procedimento 
dermatológico, indicada na escala visual numérica de dor (Figura 
1); apresentando diferença de dois pontos quando comparada 
com a outra formulação contendo apenas a lidocaína a 4% Três 
pacientes referiram escores iguais para os dois produtos. Também 
vale ressaltar que nos dois únicos pacientes que relataram dor 
maior com o uso da associação de lidocaína com tetracaína, a 
diferença foi pequena em relação ao lado comparativo em que 
foi utilizado o anestésico contendo apenas a lidocaína a 4%.
CONCLUSÃO
Neste estudo foi possível constatar, pela escala de dor, que 
o creme constituído de lidocaína e tetracaína em quantidades 
iguais a 7% foi, na maior parte dos pacientes avaliados, mais efi-
caz na analgesia da face durante a execução de diversos tipos de 
tratamentos dermatológicos do que o produto composto por 
lidocaína 4%. l
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caine/tetracaine cream and lidocaine/prilocaine cream for local ana-
esthesia during laser treatment of acne keloidalis nuchae and tattoo 
removal: results of two randomized controlled trials. Br J Dermatol. 
2017;176(1):81-86.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Sandra Tagliolatto | 0000-0003-2203-0692
Coleta de dados, revisão do texto e submissão do artigo. 
Gabriela Nero Mitsuushi | 0000-0003-1941-525x
Revisão bibliográfica e elaboração do manuscrito. 
54 Tagliolatto S, Mitsuushi GN
córnea até o interior das fibras nervosas. Capacidade de difusão, 
potência anestésica, características farmacocinéticas e eventos 
adversos estão intrinsecamente relacionados com sua estrutura 
química e propriedades físico-químicas.1,2,9,10,12
Apesar de a sensação de dor constituir sintoma subjetivo 
de difícil aferição, a escala visual numérica de dor (EVN) já se 
consagra como um bom parâmetro de quantificação de dor e é 
largamente utilizada em várias áreas da medicina.6,7
O presente estudo comparou a eficácia no controle da dor 
de dois anestésicos tópicos: preparação comercial de lidocaína e 
tetracaína em quantidades iguais a 7% e preparação comercial 
de lidocaína a 4%. Os escores de dor foram menores na maioria 
dos pacientes que receberam preparação comercial de lidocaína 
e tetracaína a 7% (20 pacientes – 80%) e maiores nos pacientes 
que receberam preparação comercial de lidocaína a 4%.
A primeira preparação comercial avaliada foi mais efetiva 
em 80% dos 25 pacientes participantes deste estudo, em relação 
Figura 1: Escala visual numérica de dor
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 51-4.
 55
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
Artigo 
Original
Autores:
Sergio Schalka1
Patrícia Camarano Pinto Bombarda2
Camila Canale3
1 Diretoria, Medcin Pesquisa - 
Osasco (SP), Brasil.
2 Setor de Gerência, Medcin 
Pesquisa - Osasco (SP), Brasil.
3 Setor de Eficácia, Medcin Pesquisa 
- Osasco (SP), Brasil.
Correspondência:
 Sergio Schalka
Rua Atílio Delanina, 178 - Vila 
Campesina
06023 070 - Osasco - SP, Brasil.
E-mail: sergio.schalka@medcin.
com.br
Data de recebimento: 18/12/2016
Data de aprovação: 28/02/2018
Trabalho realizado na Medcin 
Pesquisa - Osasco (SP), Brasil.
Suporte Financeiro: Laboratório 
Cristália, Itapira – SP, Brasil.
Conflito de Interesses: Os autores 
afirmam não possuir interesses pes-
soais, comerciais, acadêmicos, políti-
cos ou financeiros neste manuscrito.
Composto nutracêutico no tratamento do 
eflúvio telógeno associado à síndrome das 
unhas fracas
Nutraceutical compound for the treatment of telogen effluvium 
associated with brittle nails syndrome
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.2018101954
RESU MO
Introdução: O uso de produtos nutracêuticos no tratamento do eflúvio telógeno crônico 
de causa inespecífica, associado ou não a sinais e sintomas de fragilidade da lâmina ungueal, 
tem sido proposto na literatura. A suplementação de nutrientes e oligoelementos essenciais 
ao metabolismo do folículo parece ser o mecanismo relacionado a esse efeito. 
Objetivo: Avaliar a eficácia de nutracêutico contendo, entre outros elementos, vitaminas 
A, C, E, complexo B, ácido fólico, ferro, niacina, biotina, zinco e pantetonato de cálcio, no 
tratamento do eflúvio telógeno associado à síndrome das unhas fracas. 
Métodos: Estudo clínico,prospectivo, aberto e unicêntrico, com avaliação de 62 voluntá-
rias. Medidas de avaliação clínica, por fototricograma digital e por imagem, foram realizadas 
na visita inicial, 45 e 90 dias após o uso do produto estudado. 
Resultados: Ao final do estudo, observou-se redução estatisticamente significativa (p < 
0,05) de 31,56% do número de fios telógenos, acompanhado de melhora significativa nos 
parâmetros clínicos relacionados aos cabelos e às unhas. A avaliação instrumental por análise 
de imagens demonstrou redução de 36,63% da descamação das unhas, que, embora não 
estatisticamente significativa, demonstrou benefícios no resultado absoluto. 
Conclusões: O uso de produto nutracêutico demonstrou eficácia no tratamento do eflú-
vio telógeno associado à síndrome das unhas frágeis.
Palavras-chave: Alopecia; Suplementos nutricionais; Unhas
ABSTRACT
Introduction: The use of nutraceutical products in the treatment of chronic telogen effluvium of non-
-specific cause – associated or not with signs and symptoms of nail plate frailty – has been proposed in 
the literature. Supplementation of nutrients and trace elements that are crucial to follicle’s metabolism 
seems to be linked to this effect. 
Objective: To evaluate the efficacy of a nutraceutical containing vitamins A, C, E and B complex, 
folic acid, iron, niacin, biotin, zinc and calcium pantetonate, among others, in the treatment of telogen 
effluvium associated with the brittle nails syndrome.
Methods: A clinical, prospective, open and monocentric study was carried out with the evaluation of 62 
volunteers. Clinical evaluation measurements – based on digital phototrichogram and imaging – were 
performed at the baseline, and at 45 and 90 days after the use of the studied product.
Results: At the end of the study, a statistically significant (p <0.05) reduction of 31.56% in the 
number of telogen strands could be observed, coupled with a significant improvement in clinical parame-
ters related to hair and nails. The instrumental evaluation based on image analysis showed a 36.63% 
reduction in nail desquamation, which, although not statistically significant, has shown benefits in the 
absolute outcome.
Conclusions: The use of nutraceuticals was proven effective in the treatment of telogen effluvium 
associated with the brittle nails syndrome.
Keywords: Alopecia; Dietary supplements; Nails
INTRODUÇÃO
Podemos definir os distúrbios do cabelo como quaisquer 
condições nas quais a cobertura visível dos fios sobre a pele não 
mais representa os parâmetros normais de seu crescimento.1 Os 
parâmetros normais de crescimento do cabelo, por sua vez, va-
riam conforme gênero, grupo étnico, idade e/ou cultura local.1
A queixa de queda capilar difusa é problema tão comum 
quanto desafiador para o dermatologista.2 Existem inúmeras 
causas para o distúrbio, sendo que o eflúvio telógeno (ET) figura 
entre as mais comuns.2-4
O ET é anormalidade do ciclo capilar que resulta em 
perda excessiva de fios telógenos.3,4 Sua real incidência é incer-
ta, já que muitos casos são subclínicos.3 Causas comuns de ET 
incluem uso de medicamentos, distúrbios da tireoide e período 
pós-parto. No entanto, não conseguimos encontrar sua causa em 
grande parcela dos casos.3-5
A atividade do folículo piloso é cíclica, sendo que os fo-
lículos do couro cabeludo ciclam de 10 a 30 vezes durante a 
vida.3 Em pessoas saudáveis, o cabelo cresce aproximadamente 
0,35mm/dia.4,6 A densidade capilar do couro cabeludo é va-
riável, sendo que a maioria das pessoas possui entre 100.000 e 
150.000 fios.3,7 Podemos perder de 40 a 100 fios de cabelo em 
um dia normal, e de 200 a 300 fios nos dias em que os lavamos.6
O crescimento do cabelo ocorre na fase anágena; a in-
volução, na catágena; e o repouso, na telógena.3,4 A liberação do 
cabelo “morto” através do folículo (fase exógena) acontece no 
final da fase telógena ou no início da anágena.3 Com o início 
de cada fase anágena, um novo fio de cabelo é produzido.3 No 
couro cabeludo, 86% dos fios estão na fase anágena (que dura 
de dois a seis anos) e até 13% na fase telógena (que dura de três 
a seis meses).6 A fase catágena é efêmera, durando de três a seis 
semanas, sendo que 1% dos fios encontram-se nessa fase.3,4,6
No ET ocorre um desequilíbrio no ciclo capilar, em 
que um fator desencadeante precipita a passagem simultânea de 
grande quantidade de fios anágenos para telógenos, que se des-
prendem ao mesmo tempo.4
A principal queixa do paciente é a queda de cabelos.4 
Diante da queixa, devemos realizar anamnese completa e deta-
lhada, interrogando antecedentes familiares, uso de medicações, 
doenças prévias, cirurgias recentes e dietas restritivas.4,6 Deve-
mos solicitar hemograma completo, urina I, ferritina, hormô-
nios tireoidianos, dosagem de vitamina D e outras vitaminas, de 
acordo com a anamnese.7 Dos métodos diagnósticos auxiliares 
no diagnóstico e acompanhamento do ET, o considerado mais 
adequado é o fototricograma feito pelo equipamento Trichoscan 
(TRICHOLOG GmbH, Freiburg, GER).
Trata-se de método não invasivo que combina microsco-
pia de epiluminescência com análise de imagens digitais auto-
máticas para o estudo de importantes parâmetros capilares.7,8. É 
capaz de analisar: a densidade capilar (n por cm2), o diâmetro do 
fio (µm), a taxa de crescimento (mm por dia) e a relação anáge-
no/telógeno.7,8 É uma opção muito útil nos casos de alopecias 
difusas, quando precisamos identificar e quantificar a resposta aos 
tratamentos instituídos.
No tratamento do ET, além da eliminação da causa, é de 
particular importância o suprimento das substâncias envolvidas na 
formação do fio.9 Como o cabelo está entre os tecidos mais ativos 
metabolicamente do corpo humano, o estímulo ao metabolismo 
folicular pode aumentar a resistência do cabelo aos agentes noci-
vos externos, além de estimular o crescimento capilar.9
A utilização de suplementação vitamínica e mineral nas 
patologias capilares é utilizada de longa data com diversos regis-
tros na literatura.9,10 Especial atenção é dada aos micronutrientes, 
termo que inclui elementos-traço minerais, vitaminas e aminoá-
cidos. Sendo os fios capilares compostos em 98% de proteínas, 
presume-se que uma dieta rica em proteínas seja essencial para sua 
vitalidade. De fato, em estados nutricionais em que há carência na 
ingesta de proteínas, os fios capilares são claramente afetados.
A utilização de vitaminas, especialmente as do complexo 
B, também é descrita há muito em relatos na literatura, com evi-
dências de benefícios no crescimento capilar. Na deficiência da 
tiamina (Vitamina B1), instala-se o quadro de beribéri, que tem 
como uma das consequências a formação de fios finos. A vita-
mina B5 (ácido pantotênico) é considerada ingrediente que for-
nece força e flexibilidade aos fios.9 O zinco é mineral apontado 
como um dos responsáveis pela repercussão na fragilidade capilar 
que sucede quadros com deficiência de proteína,9 sendo também 
essencial para o crescimento dos anexos (cabelos e unhas), já que 
os folículos capilares mantêm metabolismo celular elevado com 
maior exigência de aporte de nutrientes. A biotina, ou vitamina 
H, é cofator de diversas enzimas metabólicas, tendo sido utilizada 
com sucesso no tratamento de animais com deficiência de cres-
cimento de pelos.9 Embora a dose diária recomendada não seja 
conhecida, há relatos de que sua suplementação traga benefícios 
ao tratamento das unhas frágeis e de queda de cabelo.9
Diferentes estudos avaliaram o benefício do uso de su-
plementação vitamínica no tratamento do eflúvio telógeno, com 
resultados, positivos.9,10
Por outro lado, a síndrome das unhas frágeis (SUF) é 
anormalidade heterogênea, caracterizada por aumento da fragi-
lidade da lâmina ungueal. Cerca de 20% da população é afetada, 
e as mulheres duas vezes mais do que os homens.11-13 É frequente 
a associação entre ETe SUF, normalmente exigindo abordagem 
conjunta do dermatologista.
A maioria dos pacientes experimenta unhas frágeis como 
problema cosmético significativo e um número substancial in-
dica que essas anormalidades são dolorosas, prejudicam as ativi-
dades diárias e podem ter impacto negativo sobre habilidades 
profissionais.11-13
Hidratação e delaminação da lâmina ungueal podem 
mudar com as estações do ano e podem desempenhar papel 
significativo em ocupações como as de dona de casa, enferma-
gem e cabeleireiro, nas quais as repetitivas imersão e secagem 
das mãos resultam em contração e expansão da unha, levando 
a fraturas. Em particular, a exposição ocupacional a produtos 
químicos, como os tioglicolatos, cimento, solventes, ácidos, ál-
calis, anilinas, sal e soluções de açúcar podem dissolver lípidos 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
56 Schalka S, Bombarda PCP, Canale C
Nutracêutico no tratamento de cabelos e unhas 57
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
intercelulares e, portanto, danificar a coesão intercelular provo-
cando fraturas.11-13 Além disso, os cosméticos, especialmente os 
removedores de esmalte de unhas e de cutícula, e procedimen-
tos como a excessiva utilização de instrumentos de manicure 
podem causar fraturas intercelulares. O trauma interativo da 
unha (por exemplo digitação, telefone de discagem, corte de 
unhas impróprios, e longa duração das unhas) podem danificar 
a lâmina ungueal e causar fraturas.11-13
O tratamento da SUF deve considerar o afastamento dos 
fatores causais e a utilização de nutracêuticos, que tem sido fre-
quentemente proposta com bons resultados.
O presente estudo avaliou os benefícios da utilização de 
suplemento alimentar (nutracêutico) no tratamento do ET e na 
fortificação.
MÉTODOS
Objetivo do estudo
O objetivo deste estudo foi avaliar, de forma aberta, não 
comparativa, a eficácia e a segurança de composto nutracêutico 
no tratamento do ET crônico, associado à SUF.
População estudada
Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), 
no período de maio a outubro de 2016 foram recrutados e in-
cluídos 68 voluntários do sexo feminino com idade entre 18 e 45 
anos, com queixa de queda de cabelos difusa e inespecífica asso-
ciada à queixa de unhas fracas. Todas as voluntárias expressaram sua 
vontade em participar do estudo por meio da assinatura do Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido antes de ser submetidas a 
quaisquer procedimentos previstos pelo protocolo clínico.
Para garantir a elegibilidade das voluntárias, além das 
características populacionais elas deveriam apresentar, como 
critério primário de inclusão, taxa de fios telógenos em região 
centroparietal maior ou igual a 20%, determinada por fototrico-
grama, e não poderiam atender a nenhum dos seguintes crité-
rios: gestação ou risco de gestação, lactação, presença de alopecia 
areata ou androgênica, sinais de onicopatias específicas, histórico 
de carências nutricionais ou alterações hormonais ou qualquer 
outra condição clínica sistêmica que pudesse alterar o aspecto 
de cabelos e unhas. Nenhuma dieta alimentar restritiva poderia 
ter sido começada até três meses antes do início do estudo. Tra-
tamentos capilares como alisamentos e tinturas nos últimos três 
meses também seriam considerados critério de exclusão.
Procedimentos metodológicos
Avaliação clínica
Avaliações clínicas foram realizadas nos tempos inicial (T0), 
em 45 dias após o início (T45) e em 90 dias após o início (T90), 
por meio de escala padronizada para avaliação da queda de cabe-
los, densidade (cobertura do couro cabeludo), qualidade dos fios 
(flexibilidade, resistência à tração, quebra das pontas) e de sinais de 
fraqueza das unhas (separação laminar, separação transversal, estrias 
e sulcos, separação longitudinal e afinamento ungueal). Foi utili-
zada escala de quatro pontos, em que zero representou ausência de 
alteração e três a alteração máxima em cada critério.
Fototricograma (Trichoscan®)
A avaliação instrumental por fototricograma é metodo-
logia não invasiva, que consiste na captação de imagem de forma 
padronizada para avaliação do crescimento dos fios capilares.
Uma vez definida a localização da área experimental, o 
equipamento permite realizar as captações das imagens micro, 
com aumento de lente padronizado em 20 vezes de área de 2cm 
de diâmetro, com o cabelo raspado. A leitura da imagem micro 
é realizada pelo software do Trichoscan® Fotofinder (TRICHO-
LOG GmbH, Freiburg, GER), equipamento que emite laudo 
com as seguintes informações:
• densidade dos fios: número de fios de cabelo por 
centímetro quadrado;
• fios anágenos: indica o percentual de fios em cresci-
mento;
• fios telógenos: indica o percentual de fios na fase de 
queda.
 Avaliação da descamação ungueal por análise de 
imagens
As imagens das unhas foram registradas utilizando um 
suporte específico. Cada imagem contém as unhas dos dedos 
médios, indicador e anelar das duas mãos. Somente uma unha 
foi escolhida para análise.
As imagens foram captadas na visita inicial (antes da uti-
lização do produto investigacional) e após 90 dias de estudo 
(T90), a partir das quais, o software Image Pro Plus® versão 6 
(Media Cybernetics, Rockville, EUA) analisou as imagens das 
unhas, quantificando os pixels claros e relacionando-os ao grau 
de descamação.
O software calculou o histograma acumulado da imagem 
com descamação. O próximo passo da análise foi o cálculo do 
ponto de inflexão do histograma determinado pelo ponto de 
tangência das retas a 45°. Todos os pixels acima do ponto de 
inflexão foram considerados áreas de descamação.
O percentual de descamação foi calculado pela seguinte 
fórmula:
% descamação = 100 * Px / Pt
onde:
Px = número de pixels acima do ponto de inflexão.
Pt = número de pixels total da imagem.
Produto estudado
O produto nutracêutico (Tacitá® Cristália, Itapira, SP, 
Brasil) tem em sua composição as vitaminas A, complexo B, C, E, 
ácido fólico, ferro, niacina, biotina, zinco, pantetonato de cálcio, 
magnésio, selênio e luteína, entre outros micronutrientes.
A tabela 1 apresenta a composição detalhada do produto 
de estudo.
Foram fornecidos pelo patrocinador, para execução dos 
estudos, 90 cápsulas por voluntária incluída.
Cada voluntária foi orientada a ingerir uma cápsula ao 
dia, durante os 90 dias de estudo.
58 Schalka S, Bombarda PCP, Canale C
RESULTADOS
A faixa etária das voluntárias incluídas foi de 19 a 45, 
com média etária de 36 anos.
Três voluntárias não retornaram para avaliação final, o 
que foi considerado perda de seguimento.
Quatro voluntárias apresentaram evento adverso durante 
o estudo, de intensidade leve e de difícil relação com o uso do 
produto. Três dessas voluntárias foram descontinuadas e seus da-
dos não foram considerados nas avaliações de eficácia. Sessenta 
e duas voluntárias tiveram seus dados considerados população 
Per Protocol.
Avaliação de eficácia
O critério primário de eficácia foi definido como sendo 
a redução do percentual de fios telógenos na avaliação do foto-
tricograma pelo Trichoscan®.
Critérios secundários de eficácia foram:
• Aumento percentual dos fios anágenos pelo fototri-
cograma
• Aumento da densidade de fios pelo fototricograma
• Redução da descamação ungueal pela análise de 
imagens
• Melhora dos parâmetros clínicos para avaliação dos 
cabelos
• Melhora dos parâmetros clínicos para avaliação das 
unhas
O gráfico 1 apresenta a evolução das médias dos parâme-
tros: densidade, fios anágenos e telógenos, avaliados inicialmen-
te (D0) e após 90 dias de utilização do produto investigacional 
(D90), por fototricograma.
A tabela 2 apresenta os valores numéricos referentes à va-
riação percentual dos parâmetros avaliados pelo fototricograma, 
assim comoa análise estatística, realizada pelo teste t de Student.
Em relação ao critério primário de eficácia, podemos 
constatar que houve redução estatisticamente significativa (p ≤ 
0,05) em 31,56% dos fios telógenos, após uso continuado do 
produto durante 90 dias.
Em relação aos critérios secundários de eficácia, avaliados 
pelo fototricograma, constatamos que houve aumento da densi-
dade de fios em 6,74% e aumento de fios anágenos em 19,64%, 
ambos também estatisticamente significativos (p < 0,05).
Na avaliação clínica, e em relação à queda de cabelos, 
observamos melhora estatisticamente significativa nos três pa-
râmetros avaliados (queda de cabelos, qualidade e densidade de 
fios) ao final de 90 dias. Na avaliação intermediária (45 dias), 
somente o parâmetro “queda de cabelos” apresentou melhora 
estatisticamente significativa.
A tabela 3 apresenta os resultados da avaliação clínica de 
parâmetros relacionados aos cabelos.
Com relação à avaliação da descamação das unhas pela 
técnica de imagens, foi observada redução de 36,63% na media-
na dos valores de descamação na amostra avaliada, entre o tempo 
inicial e o final (T90).
Apesar dos valores representativos, em decorrência da 
dispersão da amostra, a análise estatística pelo teste de Wilcoxon 
não demonstrou diferenças significativas entre o tempo inicial e 
o final (p > 0,05).
Quando, entretanto, observamos os resultados obtidos 
pela avaliação clínica realizada pelos médicos investigadores, per-
cebemos que a melhora foi estatisticamente significativa (p < 
0,05) em todos os parâmetros e em todos os tempos experimen-
tais, conforme vemos na tabela 4:
As figuras 1 e 2 apresentam exemplos dos resultados en-
contrados em dois voluntários, por meio de imagens do fototri-
cograma e das fotografias de unhas, exemplificando como foram 
avaliados os critérios de eficácia
Tabela 1: Composição do produto do estudo por unidade posológica
Ingrediente Concentração % VD
Vitamina A 2000UI 100
Vitamina E 14,9UI 100
Ácido fólico 240mcg 100
Biotina 30mcg 100
Niacinamida 16mg 100
Vitamina B1 1,2mg 100
Vitamina B12 2,4mg 100
Vitamina B2 1,3mg 100
Vitamina B6 1,3mg 100
Vitamina C 45mg 100
Ácido pantotênico 5mg 100
Ferro 14mg 100
Mágnésio 130mg 50
Selênio 34mcg 100
Zinco 7mg 100
Tabela 2: Percentual de variação para os tempos experimentais
D90-D0
Parâmetro % variação Valor de p Conclusão
Densidade 6,74 0,047 Rejeita a hipótese
Anágenos 19,64 < 0,001 Rejeita a hipótese
Telógenos -31,56 < 0,001 Rejeita a hipótese
* Nível de significância: 5%
**Hipótese: Não existe diferença entre os tempos experimentais
Gráfico 1 - Médias dos parâmetros densidade, fios anágenos e telógeno, 
antes e após 90 dias de utilização do produto investigacional
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
Nutracêutico no tratamento de cabelos e unhas 59
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
Figura 2: Fotografias clínicas de unhas de dois voluntários do estudo; 
à esquerda na visita inicial, à direita na visita final
DISCUSSÃO
A queixa de queda de cabelos e unhas fracas é muito 
comum no consultório dermatológico, muitas vezes apresenta-
da em conjunto e resultando num transtorno psicológico aos 
pacientes,2 na maior parte mulheres jovens, preocupadas com o 
efeito estético.
Afastadas as causas específicas, o eflúvio telógeno crônico 
inespecífico e a síndrome das unhas fracas respondem pelo maior 
contingente de casos.3-5
Após a exclusão de patologias sistêmicas, a introdução 
de tratamento é mandatória. Nesses casos, a suplementação oral 
com nutracêuticos específicos para cabelos e unhas é opção bas-
tante frequente entre os dermatologistas, trazendo retorno posi-
tivo ao paciente.9,10
A combinação de vitaminas e micronutrientes é a alter-
nativa mais adequada nessas circunstâncias, promovendo a re-
posição de elementos muitas vezes depletados pela alimentação 
inadequada, mas ainda sem sinais evidentes de carência clinica-
mente manifesta.9,10
Compostos nutracêuticos especialmente desenvolvidos 
para o tratamento de cabelos e unhas conseguem oferecer doses 
próximas às da ingestão diária recomendada (IDR) de vitaminas, 
micronutrientes e oligoelementos essenciais no metabolismo de 
cabelos e unhas.9,10
Tabela 3: Teste de comparação (t-Student) dos tempos experimentais 
em relação à visita inicial
Parâmetro Tempo Variação Valor p Conclusão**
Queda dos 
cabelos
D45-D0 54% < 0,001 Rejeita a hipótese*
D88-D0 50% < 0,001 Rejeita a hipótese*
Densidade 
dos cabelos
D45-D0 17% 0,182 Não rejeita a hipótese*
D88-D0 27% 0,017 Rejeita a hipótese*
Qualidade 
dos fios
D45-D0 8% 0,373 Não rejeita a hipótese*
D88-D0 23% 0,005 Rejeita a hipótese*
Tabela 4: Teste de comparação (t-Student) dos tempos experimentais 
em relação à visita inicial
Parâmetro Tempo Variação Valor p Conclusão**
Separação 
lamelar -
onicosquizia
D45-D0 39% < 0,001 Rejeita a hipótese*
D88-D0 49% < 0,001 Rejeita a hipótese*
Separação
 transversal
D45-D0 69% 0,018 Rejeita a hipótese*
D88-D0 66% 0,036 Rejeita a hipótese*
Estrias 
e sulcos
D45-D0 9% 0,034 Rejeita a hipótese*
D88-D0 36% 0,006 Rejeita a hipótese*
Separação 
longitudinal
D45-D0 65% 0,060 Não rejeita a hipótese*
D88-D0 87% 0,022 Rejeita a hipótese
Separação
e afinamento 
ungueal
D45-D0 53% < 0,001 Rejeita a hipótese*
D88-D0 69% < 0,001 Rejeita a hipótese
* Hipótese: Não existe diferença entre os tempos
** Nível de significância de 5%
* Hipótese: Não existe diferença entre os tempos
** Nível de significância de 5%
O nutracêutico avaliado no presente estudo tem o obje-
tivo exatamente de propiciar a ingestão adequada desses elemen-
tos, prevenindo e tratando os primeiros sinais de eflúvio telóge-
no associado à síndrome das unhas fracas.
Os resultados obtidos após tratamento de 90 dias foram 
bastante positivos, mostrando que o produto em teste foi capaz de 
reduzir estatisticamente o percentual de fios telógenos e, da mes-
ma forma, aumentar, de forma também significativa, o percentual 
de fios anágenos. A reversão do ET é exatamente caracterizada 
Figura 1: Fototrico-
gramas digitais 
realizados em dois 
voluntários; as 
imagens superiores 
correspondem 
à visita inicial, as 
inferiores à visita 
final; a escala lateral 
representa a 
proporção de fios 
anágenos e 
telógenos
Fase anágena
Fase anágena
Fase telógena
Fase telógena
59,4%
66,8%
40,6%
33,2%
66,5%
33,5%
75,3%
24,7%
60 Schalka S, Bombarda PCP, Canale C
por esse efeito, pelo aumento da relação anágeno/telógeno. Além 
disso, as avaliações clínicas seguiram no mesmo padrão, com resul-
tados estatisticamente positivos para os três parâmetros avaliados.
Em relação ao tratamento de fortificação das unhas, os 
resultados obtidos foram também positivos. A avaliação instru-
mental por análise de imagens demonstrou redução de 36,63% 
da descamação das unhas avaliadas e, ainda que não estatistica-
mente significativo em decorrência da dispersão dos dados, o 
resultado absoluto não deixa dúvidas do benefício obtido. Para 
corroborar essa ação positiva, as avaliações clínicas seguiram o 
mesmo caminho, com melhoras expressivas para os itens “sepa-
ração transversal” e “separação longitudinal”.
CONCLUSÃO
O uso de associação contendo vitaminas A, complexo 
B, C, E, ácido fólico, ferro, niacina, biotina, zinco, pantetonato 
de cálcio, magnésio, selênio e luteína demonstrou capacidade de 
tratar o ET crônico associado à síndrome das unhas fracas, au-
mentando a relação anágeno/telógeno e melhorando o aspecto 
das unhas afetadas, demonstrando ser opção terapêutica adequa-
da no tratamento de cabelos e unhas. l
REFERÊNCIAS
1. Breitkopf T, Leung G, Yu M, Wang E, McElwee KJ. The basic Science of 
hair biology: what are the causal mechanisms for the disorderedhair 
follicle? Dermatol Clin. 2013;31(1):1-19.
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and management. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2009;75(1):20-7.
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Dermatol. 2001;11(4):362-68.
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Clin. 2013; 31(1):167-72.
10. Lengg N, Heidecker B, Seifert B, Truieb RM. Dietary supplement increa-
ses anagen hair rate in women with telogen effluvium: results of a dou-
ble-blind, placebo-controlled trial. Therapy. 2007; 4(1):59-65.
11. Van de Kerkhof PC, Pasch MC, Scher RK, Kerscher M, Gieler U, Haneke E, 
et al. Brittle nail syndrome: a pathogenesis-based approach with a pro-
posed grading system. J Am Acad Dermatol. 2005; 53(4):644-51.
12. Iorizzo M, Pazzaglia M, Piraccini BM, Tullo S, Tosti A. Brittle nails. J Cosmet 
Dermatol. 2004; 3(3):138-44.
13. Costa IMC, Nogueira LSC, Garcia PS. Brittle nail syndrome. An Bras Der-
matol. 2007; 82(3):263-7.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Sérgio Schalka | 0000-0003-2425-7962 
Investigador principal do estudo, autor principal do texto 
Patrícia Camarano Pinto Bombarda | 0000-0001-5791-2631 
Co-investigadora do estudo, contribuiu com a tabulação de dados e análise estatística, revisou o artigo 
Camila Canale | 0000-0002-9548-7987
Co-investigadora do estudo, contribuiu com a tabulação de dados e análise estatística
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 55-60.
 61
Diagnóstico por 
Imagem
Autores:
Gisele Gargantini Rezze1 
Maurício Mendonça Nascimento2
Regiane Salera1
Clóvis Antonio Lopes Pinto3
Francisco Macedo Paschoal1,4
1 Dermaimage Médicos Associados 
- São Paulo (SP), Brasil.
2 Departamento de Dermatologia, 
Universidade Federal de São Paulo 
- São Paulo (SP), Brasil.
3 Departamento de Anatomia 
Patológica, AC Camargo Cancer 
Center - São Paulo (SP), Brasil.
4 Departamento de Dermatologia, 
Faculdade de Medicina do ABC - 
São Paulo (SP), Brasil.
Correspondência para:
Gisele Gargantini Rezze
 Av. General Furtado do 
Nascimento, 740 cj. 23
 05465 070 - Alto de Pinheiros - 
São Paulo - SP, Brasil.
E-mail: ggrezze@hotmail.com
Data de recebimento: 23/01/2018
Data de aprovação: 02/03/2018
Trabalho realizado na Dermaimage 
Médicos Associados - São Paulo 
(SP), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
A utilidade da microscopia confocal nas 
lesões de lentigo maligno
The utility of confocal microscopy in lentigo maligna lesions
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.201810105
RESU MO
 O diagnóstico das lesões pigmentadas da face é considerado desafiador uma vez que 
lesões benignas e malignas podem compartilhar características clínicas e dermatoscópicas 
semelhantes, principalmente em lesões iniciais, sendo muitas vezes difícil de identificar as 
lesões de lentigo maligno da face. Assim, a microscopia confocal de reflectância pode se 
tornar uma ferramenta útil no diagnóstico dos lentigos malignos bem como para o seu 
planejamento cirúrgico.
 Palavras-chave: Ceratose actínica; Dermoscopia; Melanoma; Microscopia confocal; 
Sarda melanótica de Hutchinson
ABSTRACT
 The diagnosis of pigmented facial lesions is considered challenging since benign and malignant lesions 
might have similar clinical and dermoscopic features – especially in the early stages of the lesion – 
entailing that it is often difficult to identify lentigo maligna lesions in the face. In this way, confocal 
reflectance microscopy has the potential to become a useful tool both in the diagnosis and surgical 
planning of lentigo maligna.
 Keywords: Dermoscopy; Hutchinson's melanotic freckle; Keratosis, actinic; Melanoma; Microscopy, 
confocal
INTRODUÇÃO
O lentigo maligno (LM) é uma forma de melanoma in situ 
que ocorre na pele com fotodano em pacientes idosos. Por se apre-
sentar na maioria das vezes como lesão pigmentada da face, seu 
diagnóstico clínico é desafiador, pois pode se assemelhar às lesões 
pigmentadas benignas.1
A dermatoscopia da face apresenta algumas peculiaridades 
devido à área anatômica. Trata-se de região com intensa exposição 
à radiação ultravioleta, acarretando certo grau de atrofia epidérmi-
ca, elastose solar e retificação dos cones epiteliais levando à ausên-
cia da rede pigmentar (utilizada para a classificação das lesões como 
melanocíticas ou não melanocíticas em outras regiões da pele) e à 
presença da chamada pseudorrede. Essa é formada pela interrupção 
do pigmento melânico nos óstios foliculares e de estruturas anexiais, 
presente em lesões melanocíticas e não melanocíticas da face.2,3
Em 2000, Schiffner et al.2 propuseram um modelo diagnósti-
co dermatoscópico para as lesões de LM e lentigo maligno melanoma 
(LMM) com acurácia de 93%, sensibilidade de 89% e especificidade 
de 96%. Segundo esses autores, as características dermatoscópicas de 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 61-4.
pontos e glóbulos acinzentados, estruturas romboidais escuras e 
pigmentação assimétrica dos óstios foliculares, presentes de for-
ma combinada, são as mais comumente observadas nessas lesões 
e correlacionam-se com os aspectos histopatológicos próprios 
desse tipo de melanoma, particularmente o foliculotropismo.2
 Apesar de os achados dermatoscópicos descritos para 
o diagnóstico do LM apresentarem alta acurácia diagnóstica, 
o diagnóstico diferencial com a queratose actínica pigmenta-
da (QAP) ainda é um desafio, uma vez que essas lesões podem 
apresentar algumas das características dermatoscópicas próprias 
do LM. Apenas os black blotches (áreas de borrões pretos) são 
específicos para o diagnóstico dos LM, porém sua ocorrência é 
tardia e raramente nas lesões iniciais.3
 Nesse contexto, Nascimento e colaboradores descre-
veram uma nova característica dermatoscópica relevante, o inner 
gray halo (IGH), cuja presença mostrou-se bastante eficaz na di-
ferenciação entre LM e QAP. A presença de três ou mais dessas 
novas estruturas (IGH) caracterizaria uma QAP, com sensibilida-
de de 91,4%, especificidade de 71,4% e valor preditivo positivo 
de 89,8%. O substrato histopatológico do IGH seria o padrão de 
guarda-chuva descrito por Pinkus.4
Principalmente em lesões pigmentadas incipientes da 
face, a dermatoscopia apresenta limitações, e a microscopia con-
focal se torna exame promissor na realização de um diagnóstico 
mais fidedigno.1
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino de 42 anos, pele tipo II de 
Fitzpatrick, cabelos e olhos castanhos claros, com história de 
queimadura solar na infância e adolescência, antecedente fami-
liar de melanoma cutâneo (pai e avô paterno, comprovados por 
exame histopatológico) e antecedente pessoal de nevos atípicos 
excisados cirurgicamente e com comprovação histopatológica. 
Na quinta avaliação de seguimento do exame de mapeamento 
corporal total e dermatoscopia digital (múltiplos nevos mela-
nocíticos), apresentou lesão pigmentada nova no lábio superior 
esquerdo de aproximadamente 3mm de diâmetro (Figura 1A). 
A dermatoscopia evidenciou lesão com pseudorrede acastanha-
da, com discreta área de padrão anular-granular, pigmentação 
assimétrica das aberturas foliculares e duas estruturas compatí-veis com IGH periféricas (Figura 1B). As hipóteses diagnósti-
cas de QAP e LM foram consideradas. Foi realizado o exame 
de microscopia confocal que evidenciou a presença de células 
dendríticas brilhantes em grande quantidade na epiderme com 
ausência de papilas por retificação epidérmica típica da face e a 
presença de células dendríticas brilhantes ao redor e nas abertu-
ras anexiais na junção dermo-epidérmica (JDE) e presença de 
células dendríticas brilhantes nos anexos epidérmicos na derme 
papilar (Figura 2). 
Com os achados clínicos, dermatoscópicos e de micros-
copia confocal foi realizada a hipótese diagnóstica de LM em 
área de fotodano. O exame histopatológico (H&E) da biópsia 
excisional evidenciou proliferação melanocítica atípica na ca-
mada juncional da epiderme com extensão para o infundíbulo 
folicular. Os melanócitos atípicos apresentavam padrões epite-
Figura 1: A - Fotogra-
fia clínica da lesão 
pigmentada em lábio 
superior E (círculo 
vermelho). B - Derma-
toscopia (aumento de 
10x) evidenciando a 
pseudo-rede com pig-
mentação assimétrica 
folicular (seta amarela) 
e as duas estruras IGH 
na periferia da lesão 
(setas brancas)
Figura 2: A - Microscopia confocal da epiderme (3,5x3,0 mm): presença de 
favo de mel atípico (quadro amarelo pontilhado). B - Microscopia confocal 
área de zoom da figura 2A (1,0x2,5 mm): presença de células dendríticas 
perifoliculares. C - Microscopia confocal da JDE/ Derme (4,0x4,5mm): pre-
sença de células dendríticas no interior e ao redor das aberturas anexiais. D 
- Microscopia confocal área de zoom da figura 2C (0,5x0,5mm): presença de 
células dendríticas no óstio folicular (pontos amarelos) e presença de célu-
las dendríticas lembrando paliçada no anexo epidérmico (ponto vermelho)
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 61-4.
62 Rezze GG, Nascimento MM, Salera R, Pinto CAL, Paschoal FM
A
D
B
A B
C
Microscopia confocal nas lesões de lentigo maligno 63
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 61-4.
Figura 3: A - Histopatologia (aumento de 100x): Melanócitos atípicos na 
junção e também na bainha folicular. B - Histopatologia (aumento de 
200x): melanócitos atípicos em contiguidade na JDE. C - Histopatologia 
(aumento de 100x) com os marcadores MITIF/ P63 (em marrom o MITIF 
e em vermelho o p63): Proliferação irregular e contígua dos melanócitos 
na JDE. D - Histopatologia (aumento de 200x) com os marcadores MITIF/ 
P63 (em marrom o MITIF e em vermelho o p63): Detalhes dos melanócitos 
atípicos na JDE
Figura 4: A - Fotografia clínica da área de cicatriz após biópsia excisional em 
lábio superior E. B - Dermatoscopia (10x) da área de cicatriz evidenciando 
discreta pigmentação no pólo inferior (ponto amarelo). C - Microsco-
pia confocal (0,5x0,5mm) da epiderme: presença de células dendríticas 
(pontos vermelhos). D - Fotografia clínica com marcação da área com 
persistência de lesão (LM) para planejamento cirúrgico
D
A B
C
D
A B
C
lioides e fusiformes. Os núcleos eram hipercromáticos, algumas 
vezes multilobulares. Os melanóctitos se distribuíam de forma 
contínua e contígua. Algumas células se dispunham de forma 
perpendicular à epiderme. O citoplasma apresentava quantidade 
variável de moderada a intensa de pigmento melânico. Presença 
de escassas mitoses atípicas nos melanócitos juncionais. Na der-
me não havia proliferação de melanócitos, apenas melanófagos 
na derme papilar. Na junção dermo-epidérmica e na bainha fo-
licular em contiguidade estavam presentes alguns grupamentos 
de células dendríticas com figuras de mitose e melanócitos atí-
picos multinucleados (Figuras 3A e 3B). O estudo imuno-histo-
químico com a dupla expressão dos anticorpos MITF1/P63 de-
monstrou a presença de proliferação lentiginosa de melanócitos 
atípicos na camada basal da epiderme. Os núcleos dos melanó-
citos marcam em marrom o anticorpo MITF1 e os núcleos dos 
queratinócitos em vermelho o P63 (Figuras 3C e 3D).
Quinze dias depois de feita a biópsia, para refinar a pro-
gramação cirúrgica (diminuir a chance de recidiva local e al-
cançar melhor resultado estético), foi realizado novo exame de 
microscopia confocal que evidenciou a persistência da lesão em 
uma das margens da cicatriz (Figura 4). 
DISCUSSÃO
A microscopia confocal é útil no diagnóstico precoce do 
LM e do LMM. Embora essas entidades tenham natureza celular 
distinta da QAP, o diagnóstico diferencial entre elas é por vezes 
difícil, tanto no aspecto clínico como no dermatoscópico. Nesse 
contexto a microscopia confocal pode ser de grande ajuda na 
definição diagnóstica.5
O achado de células dendríticas brilhantes invadindo o 
óstio folicular sugere fortemente o diagnóstico de LM e corres-
pondem às aberturas foliculares assimetricamente pigmentadas 
à dermatoscopia. Embora essas células dentro do folículo pos-
sam ser confundidas com a paliçada do carcinoma basocelular na 
junção dermo-epidérmica, as imagens da camada espinhosa são 
a chave do diagnóstico com a presença de grande quantidade de 
células dendríticas. 
Os achados dermatoscópicos das estruturas IGH podem 
ser explicados pela presença de células brilhantes pequenas que 
não invadem os folículos na periferia da lesão, fato que somado 
ao arranjo em favo de mel atípico e fotodano sugere o diag-
nóstico de QAP. A não invasão por células tumorais do epitélio 
perifolicular na queratose actínica à histopatologia descrita por 
Pinkus, é um modelo de correlação possível com a dermatosco-
pia e com a microscopia confocal, podendo constituir um fator 
de auxílio no diagnóstico diferencial com o LM.4
A microscopia confocal nesse caso clínico ganhou im-
portância não só na elucidação do diagnóstico clínico, confir-
mado pela histopatologia, como se mostrou de grande utilidade 
para o planejamento cirúrgico identificando a presença da lesão 
nas margens da biópsia excisional realizada. l
64 Rezze GG, Nascimento MM, Salera R, Pinto CAL, Paschoal FM
REFERÊNCIAS
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pigmented actinic keratosis: clues for the differential diagnosis with 
lentigo maligna. J Am Acad Dermatol. 2014;71(4):708-15. 
5. Nascimento MM. Lentigo maligno, lentigo maligno melanoma e quera-
tose actínica pigmentada. In: Rezze GG; Casagrande J, editors. Atlas de 
Microscopia Confocal na Dermatologia. São Paulo: Editora Lemar; 2016. 
p. 139-49.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 61-4.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Gisele Gargantini Rezze | 0000-0001-9084-4634
Concepção, elaboração e redação do manuscrito. Obtenção, análise e interpretação dos dados. Participação intelectual em 
conduta propedêutica e terapêutica do caso estudado. Aprovação da versão final do manuscrito
Maurício Mendonça do Nascimento | 0000-0003-0060-8473
Concepção, elaboração e redação do manuscrito. Aprovação da versão final do manuscrito. 
Regiane Salera | 0000-0002-2961-1361
Obtenção, análise e interpretação dos dados. 
Clóvis Antonio Lopes Pinto | 0000-0003-1711-0081Concepção, elaboração e redação do manuscrito. Obtenção, análise e interpretação dos dados.
Francisco Macedo Paschoal | 0000-0002-6264-1538 
Participação intelectual em conduta propedêutica e terapêutica do caso estudado. Aprovação da versão final do manuscrito.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 65-9.
Relato de Caso
Autores:
 Frederico Hassin Sanchez1
Timótio Volnei Dorn2 
1 Centro de Cirurgia Micrográfica 
do Rio de Janeiro, Policlínica 
Ronaldo Gazolla – Rio de Janeiro 
(RJ), Brasil.
2 Dermacenter Alto Vale – Rio do 
Sul (SC), Brasil.
Correspondência para:
Frederico H. Sanchez
Rua da Assembléia 10, sala 2807
20011 000 - Centro 
Rio de Janeiro - RJ, Brasil
E-mail: fredhsanchez@gmail.com
Data de recebimento: 13/09/2017
Data de aprovação: 07/03/2018
Trabalho realizado no EpiOne 
Centro de Ensino e Pesquisa – 
Chapecó (SC), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
 65
Técnica inovadora para tratamento de 
flacidez cervical com fio mononylon para 
sustentação transmastoide 
Innovative technique for the treatment of cervical laxity with 
mononylon thread for trans-mastoid support
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011084
RESU MO
 Existem muitos procedimentos para o rejuvenescimento da região cervical; os mais invasi-
vos, porém, como a ritidectomia, podem gerar cicatrizes inestéticas relativamente grandes. 
Em contrapartida, procedimentos pouco invasivos, como os clássicos fios de sustentação 
absorvíveis, não têm efeito significativo no tratamento das bandas platismais mais eviden-
tes. Visando solucionar o problema da pouca durabilidade relacionada aos fios de sustenta-
ção e eliminar a cicatriz submentoniana indesejável causada pela ritidoplastia, descreve-se 
uma técnica pouco invasiva para tratamento da flacidez cervical, que pode ser usada iso-
ladamente em pacientes com pouca redundância de pele, ou associada ao minilifting nos 
pacientes com muita flacidez. 
 Palavras-chave: Estética; Mandíbula; Músculos do pescoço; Procedimentos cirúrgicos 
dermatológicos; Rejuvenescimento; Remoção; Ritidoplastia; Técnicas cosméticas
ABSTRACT
 There are many procedures for the rejuvenation of the cervical region. Nevertheless, the most invasive 
ones – such as the rhytidectomy – can lead to relatively large unaesthetic scars. In contrast, noninvasive 
procedures – such as the classic absorbable lifting threads – have no significant effect on the treatment of 
the most evident platysmal bands. Aiming at solving the problem of short durability linked to the lifting 
threads and eliminating the undesirable submental scar caused by rhytidoplasty, a less invasive technique 
is described for the treatment of cervical laxity. This technique can be used isolatedly in patients with 
small amounts of skin redundancy, or associated to mini face lifts in patients with considerable sagginess.
 Keywords: Cosmetic techniques; Dermatologic surgical procedures; Esthetics; Lifting; Mandible; 
Neck muscles; Rejuvenation; Rhytidoplasty 
INTRODUÇÃO
A reabsorção óssea, combinada com a flacidez, determina a aparência 
inestética da região cervical.1,2 Com o passar do tempo, ocorrem perda do 
contorno mandibular, acúmulo de gordura submentoniana com consequente 
aumento do ângulo cérvico-mentoniano, hipotonia muscular, proeminência 
das bandas platismais, ptose das glândulas submandibulares e alterações de tex-
tura e pigmentação decorrentes da fotoexposição.1,2 Existem diversas classifi-
cações para quantificar a severidade do envelhecimento cervical, dentre elas a 
de MacKinney (Tabela 1).3
Embora as técnicas de lifting cervical tenham passado por um no-
tável avanço, o estigma causado por cicatrizes aparentes ou pelo aspecto de 
“face esticada”, faz com que muitos pacientes busquem técnicas alternativas 
à ritidoplastia.2,4,5
O minilifting e suas variações são considerados tratamentos muito efi-
cazes, porém, muito invasivos. Recentemente os fios de sustentação, populari-
zaram o tratamento dessa região.5,6 Os fios de sustentação de ácido poliláctico 
ou polidioxanona são geralmente absorvíveis e prometem causar um efeito 
lift da pele, e promover estímulo de colágeno.7-9 No entanto, normalmente 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 65-9.
66 Sanchez FH, Dorn TV 
Tabela 1: Classificação de MacKinney para 
envelhecimento cervical
Grau Achados clínicos Tratamento normalmente 
indicado
I Bandas platismais pouco 
visíveis, mínima flacidez
Suspensão do Sistema mús-
culo aponeurótico superficial 
(SMAS)
II Bandas platismais moderada-
mente visíveis
Plicatura das bandas platismais 
na linha médio-cervical
III Bandas platismais muito 
visíveis, flacidez
Plicatura das bandas na linha 
médio-platismal, e ressecção da 
pele redundante
IV Bandas platismais muito evi-
dentes e excesso de flacidez
Plicatura da linha médio-platis-
mal e tração lateral do SMAS
não são ancorados a nenhuma estrutura óssea, e seu efeito lift é 
limitado e efêmero. Em contrapartida, a ritidoplastia tem efeito 
duradouro; no entanto, uma cicatriz indesejável, medindo de três 
a 5cm, na região submentoniana é necessária para a realização da 
plicatura das bandas platismais.4
Visando solucionar o problema da pouca durabilida-
de relacionada aos fios de sustentação e da indesejável cicatriz 
submentoniana causada pela ritidoplastia, um dos autores deste 
trabalho desenvolveu uma técnica para tratamento da flacidez 
cervical que visa proporcionar maior durabilidade, com mínimas 
cicatrizes visíveis.
O objetivo do artigo é descrever uma técnica pouco in-
vasiva para tratamento da flacidez cervical, denominada pelos 
autores sustentação transmastoide (STM).
MÉTODO 
Pacientes do sexo feminino, magras, com bandas platis-
mais proeminentes e perda da definição do ângulo da mandíbula 
(grau II e III de MacKinney) são as que mais se beneficiam 
com essa técnica. Pacientes com grande acúmulo de gordura 
submentoniana podem necessitar de lipoaspiração ampla da área 
submentoniana, e, se houver grande flacidez de pele (grau IV de 
Mackinney), a associação com minilifting deve ser considerada 
(Figuras 1 e 2).
Após limpeza da pele, realiza-se a marcação cirúrgica, 
com o paciente sentado, cabeça retificada em posição anatômica 
para que se possa identificar e marcar o ponto central do ângulo 
cérvico-mentoniano, bem como a área a ser lipoaspirada (Figura 
3). Prossegue-se com a infiltração anestésica de solução tumes-
cente 0,5% de lidocaína e 1/100.000 de adrenalina.
Descrição da técnica cirúrgica
1- Incisão com lâmina 11, suficiente para a passagem da 
cânula de lipoaspiração de 2mm, na região retroauricular bilate-
ralmente, na topografia do osso mastoide.
2- Incisão com lâmina 11 na prega submentoniana para 
passagem da cânula.
3- Realização de lipoaspiração tumescente da região sub-
mentoniana de acordo com a necessidade de cada paciente. Para 
as pacientes que não possuem muito acúmulo de gordura nessa re-
Figura 1: Pré-ope-
ratório: bandas 
platismais visíveis e 
assimétricas, acúmu-
lo de gordura 
submentoniana, 
flacidez do pescoço e 
terço inferior da face
Figura 2: Pré-opera-
tório, perfil: apaga-
mento do contorno 
da mandíbula, ptose 
das bandas platismais 
com aumento do 
ângulo cérvico-
mandibular e 
acúmulo de gordura 
submentoniana
Figura 3: Marcação 
cirúrgica. 1- 
Setas vermelhas, 
ramo marginal 
da mandíbula do 
N. facial.; 2- setas 
amarelas, bandas 
platismais; 3- seta 
azul, ângulo cérvico-
-mandibular onde sai 
a agulha de 
Casagrande com o 
fio; 4- seta roxa, 
prega submentonia-
na onde entra a cânu-
la para lipoaspiração 
da parte anterior
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 65-9.
Nova técnica para flacidez cervical com fio mononylon 67Figura 4: Fixação do 
fio mononylon. Fixa-
ção do fio de sutura 
no periósteo do osso 
mastoide. Notar que 
o fio do lado contra-
lateral já foi passado 
e encontra-se com a 
ponta na parte ante-
rior do pescoço
Figura 5: Passagem 
do fio. Passando a 
agulha de Casagran-
de como guia, o fio se 
encontra na ponta da 
agulha. A outra extre-
midade já está fixada 
no mastoide
Figura 6: Pós-operatório imediato. Pós-operatório imediato, mostrando a 
sutura no local onde a agulha de Casagrande passou o fio e a sutura na pre-
ga submentoniana por onde passou a cânula de lipoaspiração
gião, a lipoaspiração tem como objetivo fazer uma dissecção rom-
ba e descolar parcialmente a pele, facilitando a passagem do fio.
4- Ampliação das excisões retroauriculares até o periós-
teo do osso mastoide, bilateralmente.
5- Dois fios de sutura mononylon 3.0 são respectivamente 
fixados no periósteo do osso mastoide de cada lado (Figura 4).
6- Após a fixação do fio no periósteo, a agulha circular 
do mesmo é desprezada. A ponta livre do fio é passada através de 
uma pertúito na agulha de CasagrandeTM que em seguida é in-
troduzida pela incisão na região retroauricular, passando ao lon-
go do contorno mandibular no sentido do ângulo cérvico-men-
toniano. Uma pequena incisão com lâmina 11 no centro desse 
ângulo é suficiente para sair com agulha de CasagrandeTM e o fio 
de sutura. O processo é repetido no lado contralateral (Figura 5).
7- Os fios se encontram na região ventral do pescoço, 
na incisão realizada no centro do ângulo cérvico-mentoniano. 
Um nó cirúrgico é realizado para unir e tracionar as duas pontas 
do fio até alcançar a retração desejada das bandas platismais. Em 
seguida, o nó é posicionado para dentro da incisão de modo a 
não ficar visível (Figura 6).
8- Fechamento cirúrgico das incisões realizadas na pele. 
Alguns pacientes com muita flacidez apresentarão redundância 
de pele na região pré-auricular após o tracionamento dos fios, e 
isso deve ser corrigido por meio de minilifting, posicionando as 
cicatrizes na região pré e pós-auricular.
RESULTADO
O resultado pode ser visto imediatamente após o proce-
dimento. No caso demonstrado, foi necessário remover a pele 
redundante na região pré-auricular após o tracionamento do fio 
(Figuras 7 e 8). O efeito foi duradouro com grande melhora da 
flacidez cervical e sem complicações. No pós operatório já é 
possível notar a melhora no contorno do pescoço e mandíbula 
(Figura 9).
Figura 7: Pós-operatório tardio (1 ano). Pós-operatório tardio após 12 me-
ses do procedimento. Notar a melhora das bandas platismais, que pratica-
mente desapareceram, e o melhor contorno do rebordo mandibular
68 Sanchez FH, Dorn TV
Figura 8: Pós-opera-
tório tardio. Notar a 
melhora no contorno 
da mandíbula e a di-
minuição do ângulo 
cérvico-mandibular 
devido à diminuição 
da ptose das bandas 
platismais. Houve 
melhora global da 
região cervical. A ci-
catriz pré-auricular 
do minilifting está 
quase imperceptível. 
Pacientes com pouca 
redundância de pele 
nem necessitam de 
minilifting associado, 
o que os poupa da ci-
catriz pré-auricular
DISCUSSÃO
Uma silhueta mais jovem caracteriza-se pelo contorno 
cérvico-mandibular e ramo da mandíbula bem definido, ângulo 
cérvico-mentoniano de aproximadamente 90 graus, pouca flaci-
dez e adiposidade local.
O conhecimento da anatomia possibilita maior preci-
são no tratamento do pescoço senil, diminuindo a incidência 
de complicações pós-operatórias. Abaixo da derme encontram-se 
a gordura subcutânea e a fascia cervical superficial, que está 
intimamente conectada com o músculo platisma ao SMAS. 
A técnica de STM ocorre no plano entre a fascia cervical super-
ficial e a derme, pela sucção da gordura submentoniana e da gor-
dura subcutânea da lateral do pescoço, com posterior passagem 
do fio de sustentação no referido plano.
Merece atenção o ramo marginal da mandíbula do ner-
vo facial, que se encontra sob o platisma, ao longo do corpo 
da mandíbula (em 80% dos casos), ou dois centímetros abaixo, 
superficializando-se na borda anterior do músculo masseter. Sua 
lesão pode provocar paralisia dos músculos depressores do ân-
gulo da boca e do lábio inferior, causando assimetria durante o 
sorriso.10,11
Para pacientes com micrognatismo pode-se associar a 
mentoplastia cirúrgica ou preenchimento. Bandas platismais 
muito proeminentes, e pele redundante, classificadas como grau 
IV de McKinney, podem necessitar de minilifting associado. 
Atenção deve ser dada a mulheres extremamente magras, nas 
quais a suspensão provocada pela técnica de STM pode anterio-
rizar e projetar a cartilagem tireoide, dando aparência masculini-
zada ao pescoço.2,12
Diversos fios já foram utilizados no rejuvenescimento 
cervical, entre eles, polipropileno, polipropileno espiculado, 
mononylon espiculado. Giampapa e Di Bernardo foram pre-
cursores na utilização de fios de sustentação cervicais como 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 65-9.
alternativa à ritidectomia tradicional.13 Posteriormente popu-
larizou-se o uso de fios de polipropileno espiculados, técnica 
conhecida como “fio russo”.9 Recentemente, publicaram nova 
técnica, usando-se um mononylon 2.0 incolor modificado, es-
piculado especificamente desenvolvido para o lifting cervical, 
e comercializado com nome de I-lift®, introduzido com uma 
agulha epidural 18G de 14cm, podendo ser uma alternativa no 
tratamento cervical.14
CONCLUSÃO
Consideramos a técnica STM uma boa opção por não 
demandar fio específico, sendo realizada com um simples fio de 
sutura mononylon 3.0. Além do baixo custo, é de fácil execução, 
e não deixa cicatrizes submentonianas extensas.
A técnica consegue tratar diretamente os principais fato-
res envolvidos no envelhecimento cervical: o acúmulo de gordu-
ra submentoniana e a flacidez do músculo platisma. l
Figura 9: Visão frontal e perfil esquerdo e direito, antes e após o proce-
dimento. A - Pré operatório visão frontal; B - Pós operatório imediato 
visão frontal; C - Pré operatório, perfil esquerdo; D - Pós operatório de sete 
dias, perfil esquerdo; E - Pré operatório, perfil direito; F - Pós operatório de 
sete dias, perfil direito
A
C
E
B
D
F
Nova técnica para flacidez cervical com fio mononylon 69
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 65-9.
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14. De Carolis V, Gonzalez M. Neck rejuvenation with mastoid-spanning 
barbed tensor threads (MST operation). Aesthetic Plast Surg. 2014; 
38(3):491-500.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Frederico H. Sanchez | 0000-0001-5856-216x 
Responsável pelas fotografias, orientação e revisão do artigo. 
Timotio Volnei Dorn | 0000-0001-9666-6146
Responsável pela revisão da bibliografia, e elaboração da redação do artigo. 
Relato de Caso
Autores:
 Marcos Noronha Frey1 
 Rita de Cássia Rossini1
 Felipe Bochnia Cerci2
1 Serviço de Dermatologia, 
Hospital Santa Casa de Curitiba – 
Curitiba (PR), Brasil.
2 Serviço de Dermatologia, 
Hospital de Clínicas, Universidade 
Federal do Paraná – Curitiba (PR), 
Brasil.
Correspondência para:
Marcos Noronha Frey
 Av. Itajaí 110 / 202 - Petrópolis
 90470 140 - Porto Alegre - RS, Brasil
E-mail: marcos.frey@gmail.com
Data de recebimento: 05/10/2017
Data de aprovação: 28/02/2018
Trabalho realizado no serviço de 
Dermatologia do Hospital Santa 
Casa de Curitiba – Curitiba (PR), 
Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
Sutura purse-string combinada com cicatri-
zação por segunda intenção para reparo de 
defeito cirúrgico temporal
Purse string-suture combined with second intention healing for 
temporal region repair 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011100
RESU MO
 A sutura purse-string é uma das várias técnicas de reparo em cirurgia dermatológica. Suas 
principais indicações são feridas com formato oval ou redondo localizadas em tronco e 
membros. 
 Os autores descrevem a combinação da sutura purse-string com cicatrização por segunda 
intenção para reparo de defeito cirúrgico em região temporal, após remoção de carcinoma 
basocelular. 
 A sutura purse-string é capaz de produzir resultados estéticos favoráveis em casos seleciona-
dos. Apesar de mais indicada no tronco e nos membros, pode ser indicada na região tem-
poral quando se deseja evitar métodos de reparo mais complexos.
 Palavras-chave: Ferimentos e lesões; Técnicas de fechamento de ferimentos; Técnicas de 
sutura
ABSTRACT
 The purse-string suture is one of the several repair options in dermatologic surgery. Its main indica-
tions are round or oval wounds on the trunk and limbs. 
 The authors describe the combination of purse string suture and second intention healing for a surgical 
defect after removal of a basal cell carcinoma on the temple. 
 The purse-string suture is an important closure method that may yield good results in selected cases. 
Although it is more often indicated on the trunk and limbs, it may be performed on the temple to 
avoid more complex repair.
 Keywords: Suture techniques; Wound closure techniques; Wounds and injuries
70
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 70-3.
INTRODUÇÃO
A sutura purse-string é uma das várias técnicas de 
reparo para defeitos cirúrgicos em cirurgia dermatológica. É 
considerada método de fechamento primário, que pode ser 
usado para fechamento completo ou parcial de feridas redondas 
ou ovais.1,2 Desde sua descrição, há cerca de 60 anos, a técnica 
sofreu variações ao longo do tempo e pode ser combinada com 
outros métodos de reconstrução.1-4 Relatamos o uso da sutura 
purse-string associada à cicatrização por segunda intenção para 
defeito cirúrgico na região temporal.
RELATO DE CASO
Homem de 72 anos com carcinoma basocelular nodular 
bem delimitado em região temporal direita medindo 2 x 1,5cm 
(Figura 1). Foi submetido à exérese com margens de 5mm, re-
sultando em ferida operatória de 2,7 x 2,5cm, acima da fáscia 
temporal superficial (Figuras 2 e 3). Outras opções de reparo 
como retalho, enxerto e fechamento linear parcial foram consi-
Purse-string para reparo temporal 71
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 70-3.
deradas; os autores, entretanto, optaram pelo fechamento parcial 
com purse-string intradérmico a fim de prevenir e minimizar a 
possibilidade de lesão do nervo temporal, e otimizar o tempo 
de cicatrização (quando comparado à cicatrização por segunda 
intenção isolada). A sutura foi realizada com inserção da agu-
lha na horizontal no plano dérmico, avançando 5-10mm a cada 
passada, e com a saída da agulha em direção ao centro da ferida. 
Aproximadamente 2-5mm além do local de saída, a agulha era 
reinserida consecutivamente até que toda a circunferência da fe-
rida fosse abrangida pela sutura (Figura 4). Finalmente, o fio foi 
tracionado e amarrado com o nó permanecendo sepultado no 
interior da derme (Figura 5). A sutura utilizada foi de poligle-
caprone 25 4-0 e, após o purse-string, o tamanho do defeito foi 
reduzido para 1,4 x 1,1cm (78% de redução) (Figura 6). Não foi 
realizado descolamento dos bordos, e o defeito cirúrgico restan-
te foi deixado para cicatrizar por segunda intenção (Figura 7), 
obtendo-se completo fechamento após quatro semanas. A figura 
8 mostra o seguimento de oito semanas, com resolução do enru-
gamento provocado, sem danos ao nervo temporal.
Figura 1: Carcinoma basocelular nodular (linhas pontilhadas) com margens 
cirúrgicas de 5mm
Figura 2: A e B - 
Ferida operatória 
medindo 
2,7 x 2,5cm
A
B
Figura 3: Defeito cirúrgico criado sobre o trajeto do ramo temporal do 
nervo facial
Figura 5: A-D - Sutura tracionada e nó sepultado intradérmico
Figura 4: A-D: Detalhe da sutura realizada no plano intradérmico
A B
A B
C D
C D
72 Frey MN, Rossini RC, Cerci FB
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 70-3.
DISCUSSÃO
A sutura purse-string consiste em um movimento unifor-
me de toda a borda da ferida cutânea em direção centrípeta. Pode 
ser realizada com a introdução do fio horizontalmente na derme 
(purse-string intradérmico) ou verticalmente cruzando todas as 
camadas da pele (purse-string cuticular).1 As principais indicações 
da técnica são feridas com formato oval ou redondo localiza-
das em tronco e membros; todavia, pode ser utilizada em casos 
selecionados de defeitos cirúrgicos localizados na face, princi-
palmente em áreas que cicatrizam bem por segunda intenção 
como a região temporal.1-6 A sutura purse-string pode ser realizada 
isoladamente para o fechamento completo de feridas pequenas 
ou médias, assim como para o fechamento parcial em feridas 
maiores, deixando o defeito restante cicatrizar por segunda in-
tenção. Além disso, pode ser realizada em associação com outras 
técnicas de reparo, como os enxertos ou fechamento linear.1-7 
Destaca-se por ser procedimento rápido e simples, que otimiza o 
tempo de cicatrização ao reduzir significativamente o tamanho 
das feridas.4 Além disso, auxilia na hemostasia e poupa tecido 
viável adjacente (dog ears). Os pacientes ideais são os idosos, com 
A
Figura 7: Aparência inicial do defeito parcialmente fechado e deixado 
cicatrizar por segunda intenção
Figura 8: A e B - Cicatrização completa após oito semanas
pele frouxa, fotodano ou quando convém evitar reconstruções 
complexas em razão de maior risco cirúrgico ou para melhor 
seguimento oncológico. A principal desvantagem é a aparência 
inicial grosseira da cicatriz, bem como a preocupação do pacien-
te em lidar com uma ferida aberta.8 Desse modo, a orientação 
do paciente é essencial. Estudos mostram que desfechos estéticos 
e funcionais a longo prazo da sutura purse-string são similares ou 
até melhores que outros métodos de reparo emferidas de tronco 
e membros, que tendem a se alargar mesmo quando a sutura 
linear é realizada por planos.1,2 
A opção de descolar ou não os bordos da ferida antes da 
sutura purse-string é controversa. Alguns autores não recomendam 
o descolamento com a justificativa de minimizar a morbidade 
do procedimento; outros recomendam realizá-lo para aumentar 
a mobilidade do tecido diminuindo a tensão dos bordos.1-3 Na 
maioria das vezes, entretanto, pode ser obtido movimento adequa-
do do tecido com pouco ou nenhum descolamento.3 Os autores 
acreditam que a decisão deve ser individualizada de acordo com 
o defeito, flacidez cutânea adjacente e proximidade de estrutu-
B
Figura 6: A e B - Defeito final com 1,4 x 1,1cm
A B
Purse-string para reparo temporal 73
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 70-3.
ras próximas, que podem ser lesadas ou distorcidas (por exemplo, 
margens livres, nervos motores). Diferentes fios de sutura podem 
ser utilizados na técnica de purse-string, sendo os mais utilizados os 
monofilamentares absorvíveis (tamanho 3-0 ou mais).1-3 
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CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Marcos Noronha Frey | 0000-0003-3914-2586
Investigador principal, responsável pela revisão bibliográfica, escrita e revisão do artigo e Cirurgião Dermatológico do caso. 
Rita de Cássia Rossini | 0000-0002-2867-5822
Responsável pela revisão da bibliografia, e elaboração da redação do artigo. 
Felipe Bochnia Cerci | 0000-0001-9605-0798 
Revisão e correção do artigo.
CONCLUSÃO
A sutura purse-string é técnica de reparo cutâneo com re-
sultados estéticos aceitáveis e surpreendentes em casos seleciona-
dos. Apesar de mais apropriada para o tronco e membros, pode 
ser indicada para aplicação na região temporal quando se deseja 
evitar métodos de reparo mais complexos. l
Relato de Caso
Autores:
 Guilherme Moraes Kruger1 
Gabriela Kimie Aseka1
Carlos Alberto Ferreira de Freitas2
Günter Hans Filho1
1 Hospital Universitário Maria 
Aparecida Pedrossian (HUMAP), 
Universidade Federal de Mato 
Grosso do Sul (UFMS) – Campo 
Grande (MS), Brasil.
2 Disciplina de cirurgia de cabeça e 
pescoço, Departamento de 
Cirurgia, Universidade Federal 
de Mato Grosso do Sul (UFMS) – 
Campo Grande (MS), Brasil.
Correspondência para:
Guilherme Moraes Krüger 
Av. Afonso Pena, 4730, apt. 1304
Chácara da Cachoeira
79040 010 - Campo Grande - MS, 
Brasil.
Email: krugergm@hotmail.com
Data de recebimento: 07/07/2017
Data de aprovação: 11/03/2018
Trabalho realizado no Ambulató-
rio de Dermatologia do Hospital 
Universitário Maria Aparecida 
Pedrossian, Universidade Federal 
do Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande (MS), 
Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
Reconstrução de extensa lesão de orelha 
com retalho em “porta de Saloon”
Reconstruction of extensive lesion in the ear with a 
"saloon door" flap 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011042
RESU MO
 O carcinoma basocelular, também conhecido como epitelioma basocelular, é a neoplasia 
epitelial mais frequente em nosso meio, sendo mais comum em homens. Relata-se o caso 
de paciente do sexo feminino, de 75 anos, portadora de um carcinoma basocelular nas 
regiões da concha, anti-hélice e fossa triangular da orelha direita, que foi completamente 
excisado, com inclusão da cartilagem. A reparação do defeito foi feita por meio de retalho 
do tipo "porta de saloon", com bom resultado estético e funcional. O retalho auricular 
posterior é opção versátil para a reconstrução parcial do defeito da orelha.
 Palavras-chave: Carcinoma basocelular; Neoplasias cutâneas; Retalhos cirúrgicos
ABSTRACT
 Basal cell carcinoma, also known as basal cell epithelioma, is the most frequent epithelial neoplasm in 
the dermatological practice, being more common in men. The authors report the case of a 75-year-old 
female patient with a basal cell carcinoma in the concha, anti-helix and triangular fossa regions of the 
right ear. The lesion was completely excised, including the cartilage. The surgical defect was repaired 
by means of a "saloon door" flap, which yields good aesthetic and functional outcomes. The posterior 
auricular flap is a versatile option for partial reconstruction of defects in the ear.
 Keywords: Carcinoma, basal cell; Skin neoplasms; Surgical flaps
74
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 74-6.
INTRODUÇÃO
O carcinoma basocelular (CBC), também conhecido 
como epitelioma basocelular, é a neoplasia epitelial mais fre-
quente em nosso meio, sendo mais comum em homens. Sua in-
cidência aumenta faixas etárias mais altas, estimando-se que nos 
últimos 30 anos tenha aumentado de 20 a 80%. A idade média 
do diagnóstico é 68 anos.1
O retalho retroauricular em ilha, também conhecido 
como retalho em “porta de saloon”, retalho em porta giratória, ou 
retalho flip flop, foi introduzido por Masson em 1972.2 A técnica 
original foi modificada mais tarde por vários autores, e as indica-
ções para seu uso estendidas para defeitos auriculares extensos.3-5
RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino, 75 anos de idade, compareceu 
à consulta referindo o surgimento de lesão na concha da orelha 
direita há cerca de um ano. Ao exame físico apresentava placa 
eritematosa, infiltrada, na porção central aderida à cartilagem. 
Ao exame dermatoscópico observaram-se vasos arboriformes e 
estruturas hipercrômicas tipo folha de bordo (Figura 1). A bióp-
sia prévia revelou CBC do subtipo nodular. Durante o plane-
jamento da cirurgia a lesão foi demarcada por dermatoscopia 
com margem de 5mm; fez-se também a marcação do retalho na 
região retroauricular. Foi usada anestesia local infiltrativa. Reali-
zou-se a exérese da lesão e da cartilagem subjacente, seguindo-se 
a confecção da ilha na porção retroauricular e a rotação da pele 
Reconstrução de extensa lesão de orelha 75
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 74-6.
tiva de manter a estética facial. As alternativas à reconstrução do 
defeito são: fechamento por segunda intenção, enxertos de pele 
e excisão de cunha que reduzem a altura auricular.
Alguns estudos demonstram que a taxa de excisão com-
pleta de CBC, quando se utiliza a dermatoscopia para demar-
cação de margens, é alta, de 95% a 98,5%.6 Assim, é de grande 
importância, quando não se dispõe da cirurgia micrográfica de 
Mohs, a demarcação das margens pela dermatoscopia.
O retalho auricular posterior é opção versátil para a re-
construção parcial do defeito da orelha.A chave para alcançar 
bons resultados estéticos é o planejamento com escolha da téc-
nica adequada e individualizada para cada tipo de tumor, locali-
zação e condições do paciente. l
para a porção anterior (Figura 2). O retalho foi acomodado e 
suturado. Posteriormente procedeu-se ao fechamento do defeito 
posterior (Figura 3). As suturas foram realizadas em plano único, 
com fio de náilon e pontos simples, retirados 15 dias depois. O 
resultado do exame anatomopatológico confirmou tratar-se de 
um CBC do subtipo nodular com margens livres. A cicatrização 
ocorreu sem intercorrências e bom resultado estético e funcio-
nal foi observado após três semanas (Figura 4).
DISCUSSÃO
A reconstrução de defeitos parciais da orelha, sem reduzir 
o tamanho e sem alterar seu contorno e forma naturais, é um 
desafio. Nessa localização se faz necessária, além da cura, a tenta-
Figura 1: A - Placa 
eritematosa, 
infiltrada, na porção 
central do pavilhão 
auricular, compro-
metendo parte da 
concha, anti-hélice 
e toda a fossa trian-
gular; com marcação 
de margem de 5mm. 
B - Dermatosco-
pia evidenciando 
vasos arboriformes e 
estruturas hipercrô-
micas tipo folha de 
bordo
Figura 2: A - Exérese 
da lesão e da carti-
lagem subjacente. 
B - Confecção da ilha 
na porção retroauri-
cular. C - Ilha com a 
base presa à mastoi-
de passando através 
do defeito para a 
face anterior da 
orelha. D - Retalho 
acomodado na face 
anterior do pavilhão 
auricular 
Figura 3: A - Retalho 
suturado à pele 
anterior, fechando 
completamente a 
face anterior do 
pavilhão auricular. 
B - Fechamento 
primário do defeito 
posterior suturando 
a pele posterior da 
orelha à pele da 
mastoide. 
Figura 4: Resultado 
final após 15 dias
A
A
A
B
B
B
C D
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 74-6.
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detection of presurgical margins of basal cell carcinomas. Rev Bras Cir. 
Cabeça Pescoço. 2013;42(1):47-52
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Guilherme Moraes Kruger | 0000-0003-1296-2103 
Concepção e planejamento do trabalho, participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica do caso estudado, 
revisão do manuscrito, revisão de literatura e aprovação da versão final do manuscrito.
Gabriela Kimie Aseka | 0000-0002-5573-2378 
Revisão crítica do manuscrito. 
Carlos Alberto Ferreira de Freitas | 0000-0003-2501-0128 
Participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica do caso estudado, revisão do manuscrito, revisão de litera-
tura e aprovação da versão final do manuscrito.
Günter Hans Filho | 0000-0001-9324-3703
Revisão crítica do manuscrito e aprovação da versão final do manuscrito. 
76 Kruger GM, Aseka GK, Freitas CAF, Hans Filho G
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p.77-9.
 77
A importância do uso precoce de hialuroni-
dase no tratamento de oclusão arterial por 
preenchimento de ácido hialurônico
The importance of the early use of hyaluronidase in the treatment of 
arterial occlusion resulting from hyaluronic acid based cutaneous filling
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011110
RESU MO
A isquemia cutânea é um dos eventos adversos vasculares decorrentes da aplicação de áci-
do hialurônico, causada por embolia arterial. A aplicação precoce de hialuronidase repre-
sentará o sucesso da degradação e reversão do quadro que pode ser grave e causar danos ao 
paciente. Relatam-se casos com suspeita de oclusão arterial no qual foi realizada degrada-
ção com hialuronidase em diferentes períodos. Tal análise permitiu observar que o tempo 
de degradação e a eficácia do procedimento relacionam-se com tempo de intervenção
Palavras-chave: Dermatologia; Isquemia; Reperfusão
ABSTRACT
Cutaneous ischemia, caused by arterial embolism, is one of the vascular adverse events resulting 
from the application of hyaluronic acid. Early application of hyaluronidase will lead to the successful 
degradation and reversal of the condition – which might be severe and cause harm to the patient. 
The authors report cases with suspected arterial occlusion in which degradation was performed with 
hyaluronidase at different timepoints. This analysis has evidenced that the degradation time and the 
procedure’s effectiveness are correlated to the intervention timepoint.
Keywords: Dermatology; Ischemia; Reperfusion
INTRODUÇÃO
A isquemia cutânea representa uma das complicações mais gra-
ves e indesejáveis após a aplicação de ácido hialurônico em procedimen-
tos estéticos de rejuvenescimento e volumização facial. É causada por 
embolismo arterial de ácido hialurônico ou oclusão por compressão, 
com manifestações frequentemente imediatas, sendo o seu diagnóstico, 
clínico. As alterações variam de livedo reticularis, eritema, palidez até, 
raramente, necrose. O uso de hialuronidase em concentração correta e 
aplicação precoce no tratamento da oclusão, representará o sucesso da 
degradação e o reestabelecimento do fluxo sanguíneo local.¹
Tal efeito adverso constitui potencial desconforto estético e ris-
co de dano irreversível ao paciente caso o diagnóstico e a degradação 
precoces não sejam instituídos. A seguir, relataremos dois casos de isque-
mia após uso de ácido hialurônico para procedimentos estéticos, reverti-
dos com uso de hialuronidase em diferentes tempos de abordagem para 
reversão do quadro, demonstrando que a degradação precoce obteve 
resolução do quadro bem mais rápida.
 Indicações e contraindicações do uso de hialuronidase
As indicações da hialuronidase listadas pelo Food and Drugs 
Administration (FDA) estão distribuídas em três situações:2-4 1- faci-
litar a absorção e dispersão de outras drogas injetáveis; 2- auxiliar na 
infusão de fluidos subcutâneos; e 3- na urografia subcutânea. Na der-
matologia a droga tem sido indicada para o transplante capilar e para 
a lipoaspiração tumescente. Recentemente também tem sido utilizada 
em procedimentos de preenchimentos cutâneos seguidos de isquemia, 
Relato de Caso
Autores:
Ritha de Cássia Capelato Rocha1 
Luana Bertelli Castilho2
 Danielle Mechereffe do Amaral 
Blaas3
Reinaldo Tavares Júnior4
Ana Paula Tavares5
Mariana Isis Wanczinski6
1 Clínica de Dermatologia Ritha 
Capelato – Maringá (PR), Brasil.
2 Clínica, UPA 24 horas Ana Ja-
cinta – Presidente Prudente 
(SP), Brasil.
3 Clínica de Dermatologia Da-
nielle Mechereffe – Pelotas 
(RS), Brasil.
4 Centro Médico San Rafaele – 
Maringá (PR), Brasil.
5 Clínica, Rede de assistência à 
saúde Metropolitana (Rede 
Metropolitana) – Sarandi (PR), 
Brasil.
6 Clínica de Dermatologia Ma-
riana Wanczinski - Brusque 
(SC), Brasil.
Correspondência para:
Ritha de Cássia Capelato Rocha
Av. Pedro Taques, 294 Sala 1704
Edifício Atrium, Torre Sul
Zona 03 
87030 000 - Maringá - PR, Brasil.
Email: rithacapelato@hotmail.
com 
Data de recebimento: 11/11/2017
Data de aprovação: 23/03/2018
Trabalho realizado na Clínica de 
Dermatologia Dra. Ritha 
Capelato – Maringá (PR), Brasil.
Suporte financeiro: Nenhum.
Conflito deinteresse: Nenhum.
Figura 1: Evolução terapêutica após aplicação de hialuronidase em ponta 
nasal respectivamente no 1o dia, 7o dia e 3 meses após a aplicação 
Figura 2: Evolução terapêutica após aplicação de hialuronidase em sulco 
nasogeniano respectivamente no 1o, 4o e 21o dia após aplicação 
78 Rocha RCC, Castilho LB, Blaas DMA, Tavares Júnior R, Tavares AP, Wanczinski MI
para diminuir o tempo de revascularização tecidual e auxiliar o 
processo de cicatrização, levando a um prognóstico favorável. Os 
efeitos colaterais do uso da hialuronidase têm baixa incidência, 
citando-se prurido devido à aplicação local, descrito no trabalho 
de Sopakar e colaboradores em apenas dois pacientes de amostra 
de 100 pessoas.2-4 Outro efeito colateral relaciona-se à hialuroni-
dase de origem bovina, de fabricação caseira, em que a patologia 
associada é a encefalite espongiótica.5-7
RELATO DE CASOS
CASO 1
MBF, do sexo feminino, 27 anos, procurou atendimento 
médico por insatisfação estética na região nasal, apesar de rinoplas-
tia prévia. Após avaliação, realizou-se a aplicação de 0,8ml de ácido 
hialurônico, Emervel Deep® (Galderma, Otten, Suíça), na região 
da columela e ponta nasal com agulha, aspirando-se previamente à 
injeção, sem qualquer alteração no momento do procedimento. De-
corridas 36 horas, a paciente retornou ao consultório apresentando 
dor local intensa, palidez entremeada com áreas de livedo reticularis, 
compatível com oclusão arterial. Para a reversão do quadro, foi uti-
lizada hialuronidase Biometil ® (Laboratório Biometil, São Bento 
do Sul, Santa Catarina), 1600UI em aplicação única associada a me-
dicamentos orais: Aspirina® (Bayer, Barmen, Alemanha) 100mg/
dia, cilostazol (Eurofarma, São Paulo, Brasil) 100mg 12/12 horas, 
prednisona (Eurofarma, São Paulo, Brasil) 40mg/dia, rivaroxabana 
(Bayer, Barmen, Alemanha) 20mg/dia, ciprofloxacina (Eurofarma, 
São Paulo, Brasil) 500mg 12/12 horas, e clindamicina (Teuto-Brasi-
leiro S/A, Anápolis, Goiás) 300mg 12/12 horas, durante 15 dias. Foi 
realizada ultrassonografia com Doppler – US Doppler, do local, que 
demonstrou fluxo sanguíneo arterial e venoso normais, três sessões 
de câmara hiperbárica nos primeiros três dias e compressas mornas 
várias vezes ao dia durante sete dias. A paciente evoluiu com me-
lhora progressiva e resolução completa do quadro após três semanas.
CASO 2
MSM, do sexo feminino, 31 anos, buscou atendimento 
para realização de harmonização facial. Foi realizada aplicação de 
ácido hialurônico em vários locais da face e, entre eles, no sulco 
nasogeniano esquerdo proximal profundo (fossa piriforme), com 
agulha a 90o e aspiração prévia à injeção de 0,1ml de Emervel 
Deep® (Galderma, Otten, Suíça). Imediatamente, foi observada 
área eritêmato-arroxeada que se estendeu da região lateral esquer-
da da asa nasal até a região média do sulco nasogeniano ipsilateral. 
Após 12 horas, devido à permanência das alterações e hipótese de 
oclusão arterial, optou-se pela degradação precoce com 400UI de 
hialuronidade (Biometil®) e uso de sildenafil 100mg/dia, clexane 
(Sanofi-Aventis Farmarcêutica Ltda, Suzano, São Paulo) 40mg/
dia, prednisona (Eurofarma, São Paulo, Brasil) 40mg/dia, ciproflo-
xacina (Eurofarma, São Paulo, Brasil) 500mg 12/12 horas e clari-
tomicina (Eurofarma, São Paulo, Brasil) 500mg 12/12 horas, du-
rante 15 dias. Também foi realizada ultrassonografia com Doppler 
– US Doppler do local, cujo resultado mostrou fluxo sanguíneo 
normal. Evidenciaram-se melhora da coloração após dois dias da 
degradação e resolução completa após quatro dias.
DISCUSSÃO
Com o aumento da realização de procedimentos estéti-
cos utilizando ácido hialurônico, o conhecimento das possíveis 
reações adversas e de seu manejo é necessário. A fisiopatologia 
do processo embólico a partir desses procedimentos ainda não 
está elucidada; entretanto, a diminuição do fluxo sanguíneo pode 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p.77-9.
Tratamento de oclusão arterial por preenchimento de ácido hialurônico 79
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8. Cohen JL. Understanding, avoiding, and managing dermal filler compli-
cations. Dermatol Surg. 2008;34(Suppl. 1):S92-9.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Ritha de Cássia Capelato Rocha | 0000-0001-9792-758x 
Autora principal do relato de caso, responsável pela revisão do relato e orientação aos demais autores. 
Luana Bertelli Castilho | 0000-0003-0680-8337
Responsável por revisar artigos sobre o tema e por realizar parte da escrita do relato. 
Danielle Mechereffe do Amaral Blaas | 0000-0002-3350-1405 
Responsável por revisar artigos sobre o tema e por realizar parte da escrita do relato.
Reinaldo Tavares Júnior | 0000-0003-2140-7160 
 Responsável por revisar artigos sobre o tema e por realizar parte da escrita do relato e responsável pelos exames de imagem 
que comprovam a revascularização após o procedimento com o uso da hialuronidase.
Ana Paula Tavares | 0000-0001-7432-6730 
Responsável por revisar artigos sobre o tema e por realizar parte da escrita do relato.
Mariana Isis Wanczinski | 0000-0003-3118-6138 
Responsável por revisar artigos sobre o tema e por realizar parte da escrita do relato.
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p.77-9.
estar relacionada ao volume injetado e ao local de injeção de 
preenchedores viscosos.8 Em ambos os casos relatados foram ob-
servadas alterações do fluxo sanguíneo decorrentes da aplicação 
do ácido hialurônico, com manifestações típicas em diferentes 
tempos. Comumente, a cronologia das manifestações dermato-
lógicas do processo embólico passa pelo branqueamento, vesí-
culas, escaras e necrose, de forma que é essencial ao profissional 
reconhecê-las precocemente.¹ O uso da hialuronidase é reco-
mendado para a degradação do material o que resulta no retorno 
do fluxo sanguíneo normal do local e na prevenção das sequelas. 
A terapia de apoio baseia-se no aumento da perfusão, diminui-
ção do processo inflamatório e profilaxia de infecções associadas, 
podendo contar com vasodilatadores, corticosteroides, antimi-
crobianos e agentes antiagregantes.2
Comparando os casos relatados e observando a evolução 
conforme a figura 1 e 2, podemos perceber que o tempo para 
degradação do ácido hialurônico mostrou impacto significativo 
no prognóstico e reestabelecimento do fluxo sanguíneo local. 
Além disso, vimos que a hialuronidase degrada apenas o ácido 
hialurônico injetável, não interferindo no que existe em nosso 
organismo, visto que no primeiro caso foi usada uma grande 
quantidade sem qualquer alteração na fisionomia prévia da pa-
ciente. l
Relato de Caso
Autores:
Aline Lissa Okita1 
Samir Arbache2Dirlene Melo Palmeira Roth1
Luciana Gasques de Souza1
Mariana Morais Tavares Colferai1
Denise Steiner1
1 Departamento de Dermatologia, 
Faculdade de Medicina, Universida-
de de Mogi das Cruzes – Mogi das 
Cruzes (SP), Brasil.
2 Departamento de Dermatologia, 
Escola Paulista de Medicina, Univer-
sidade Federal de São Paulo – São 
Paulo (SP), Brasil.
Correspondência para:
Aline Lissa Okita
Rua Paulistania, 205. Apt 16 c 
Sumarezinho
 05440 000 - São Paulo - SP, 
Brasil 
Email: alinelissaokita@gmail.com
Data de recebimento: 04/10/2017
Data de aprovação: 09/03/2018
Trabalho realizado em Departamen-
to de Dermatologia da Universidade 
de Mogi das Cruzes – Mogi das 
Cruzes (SP), Brasil.
Suporte financeiro: Nenhum.
Conflito de interesse: O autor 
Samir Arbache está envolvido com a 
empresa Traderm que comercializa 
produtos relacionados à técnica 
MMP®. Os autores Aline Lissa Okita, 
Dirlene Melo Palmeira Roth, Luciana 
Gasques de Souza ministram aula no 
curso da técnica MMP®.
Tratamento de psoríase vulgar pela 
microinfusão de medicamentos na pele 
(MMP®) usando ciclosporina e metotrexato
Treatment of psoriasis vulgaris with cyclosporine and methotrexate 
injections using the MMP® technique 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011098
RESU MO
Medicações sistêmicas orais como ciclosporina (CYA) ou metotrexato (MTX) para tra-
tamento de psoríase tem biodisponibilidade limitada devido à absorção incompleta gas-
trointestinal e metabolização de primeira passagem hepática. Além disso, estão associados a 
efeitos adversos. A aplicação de CYA ou MTX através da Microinfusão de Medicamentos 
pela pele (MMP®) para tratamento de psoríase vulgar mostrou resposta terapêutica com 
redução significativa de lesões, sem indução de efeitos colaterais. Neste relato, descrevemos 
4 casos de psoríase vulgar tratados com MMP® com CYA ou MTX.
Palavras-chave: Ciclosporina; Metotrexato; Psoríase 
ABSTRACT
Systemic oral medications – such as cyclosporine (CYA) or methotrexate (MTX) – for the treatment 
of psoriasis have limited bioavailability due to incomplete gastrointestinal absorption and first-pass 
hepatic metabolism. Moreover, they are associated with adverse effects. The application of CYA or 
MTX using the microinfusion of drugs into the skin method (MMP®) for the treatment of psoriasis 
vulgaris yielded a therapeutic response with significant reduction of lesions, and absence of side effects. 
In the present report, the authors describe 4 cases of psoriasis vulgaris treated using the MMP® 
method, with the application of CYA or MTX.
Keywords: Cyclosporine; Methotrexate; Psoriasis
INTRODUÇÃO
Psoríase é doença inflamatória crônica e recorrente da 
pele com prevalência mundial de aproximadamente 2%, associa-
da a alto grau de morbidade e impacto na qualidade de vida. A 
apresentação mais comum é a psoríase vulgar que acomete de 85 
a 90% dos casos.1-3 Devido às suas diversas apresentações clínicas, 
o tratamento deve ser individualizado, considerando-se a locali-
zação das lesões, o impacto na qualidade de vida e a coexistência 
de artrite psoriásica. 
Três modalidades são principalmente usadas, isoladamen-
te ou em combinação: agentes tópicos, fototerapia e medicações 
sistêmicas. Tanto a fototerapia quanto as medicações sistêmicas 
são usadas em casos moderados a graves, definidos como aqueles 
com 10% ou mais de acometimento da área corpórea (Índice BSA 
− Body Surface Area); ou 10 pontos ou mais no Psoriasis Area 
Severity Index (Pasi) ou no Dermatology Quality of Life Index 
(DLQI). As medicações sistêmicas mais comumente utilizadas são 
o metotrexato (MTX), a acitretina e a ciclosporina (CYA).4,5
O MTX é substância teratogênica usada de forma oral, 
subcutânea ou intramuscular. Além de estar associado à intole-
rância gastrointestinal, apresenta risco de mielossupressão e he-
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 80-4.
80 
MMP® em psoríase: uma alternativa terapêutica 81
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 80-4.
patotoxicidade.6 Sua biodisponibilidade é limitada por via oral 
devido à absorção incompleta pelo trato gastrointestinal (TGI) 
além da metabolização na primeira passagem hepática, liberando 
na circulação sistêmica pequenas concentrações da droga ape-
sar da ingestão de altas doses. A reduce folate carrier 1 (RFC1), 
proteína transportadora transmembrana ubíqua, pode limitar a 
absorção oral do MTX quando saturada, o que ocorre a partir 
de 15mg de MTX.7,8 
A CYA, um inibidor da calcineurina, disponível para uso 
oral ou intravenoso, tem resposta rápida como tratamento da 
psoríase, porém pode ser nefrotóxica e aumentar os níveis pres-
sóricos, além de estar associada a efeitos colaterais como distúr-
bios hidroeletrolíticos, hiperlipidemia, entre outros. Sua biodis-
ponibilidade também é limitada na forma oral devido à baixa 
absorção e metabolização de primeira passagem hepática.9-14 
Buscando manter e eventualmente melhorar a eficácia 
terapêutica mas com diminuição dos efeitos colaterais dos tra-
tamentos sistêmicos, propomos o tratamento de pacientes com 
psoríase vulgar pela microinfusão de medicamento pela pele 
(MMP®), descrita por Arbache15,16 com o uso de MTX (Theva-
metho® fabricado pela Pharmachemie BV em Haarlem, Holan-
da e importado pela Teva Farmacêutica Ltda de São Paulo, Brasil, 
ampola estéril de 25mg/ml) e CYA (Sandimmun® Novartis, am-
pola estéril de 50mg/ml).
RELATOS DE CASO 
Caso 1: paciente do sexo masculino, 38 anos, ingestão 
de bebida alcóolica frequente, portador de psoríase vulgar com 
lesões nos membros superiores e tronco há nove anos. Relata-
va uso prévio de acitretina e metotrexato, suspensos por efeitos 
colaterais. Recebeu quatro aplicações com intervalo de duas se-
manas da MMP® com CYA em concentração de 12,5mg/ml nas 
lesões do antebraço direito. A ciclosporinemia sérica oito horas 
após a intervenção não foi detectável, e os exames laboratoriais 
e níveis pressóricos foram mantidos dentro da normalidade. Não 
houve queixa de efeitos adversos pelo paciente. Ocorreu a re-
missão de todas as lesões, tanto as tratadas no antebraço direito 
quanto as não tratadas no braço esquerdo e no dorso (Figura 1) 
Caso 2: paciente do sexo masculino, 27 anos. Psoríase 
em placas há cinco anos. Lesões nas regiões anterior e posterior 
da perna direita, resistentes à terapia tópica. Recebeu três sessões 
da MMP® com MTX 25mg/ml distribuído nas lesões. Duas se-
manas após a primeira aplicação, houve diminuição da descama-
ção e da espessura e remissão do prurido (Figura 2). Após três 
aplicações de duas em duas semanas, houve remissão completa 
das lesões. Não foram detectados níveis de metotrexato sérico no 
dia seguinte à aplicação nem queixas de efeitos colaterais. 
Caso 3: paciente do sexo masculino, 58 anos, hipertenso, 
antecedente de AVC com hemiparesia à esquerda há 12 anos, 
em uso contínuo de captopril, AAS, atenolol e amlodipina. Por-
tador, há 17 anos, de psoríase em placas localizadas, resistentes a 
tratamento tópico. Recebeu cinco sessões de MMP® com CYA 
em concentração de 12,5mg/ml de duas em duas semanas na 
lesão do dorso com melhora de aproximadamente 90% da lesão 
(Figura 3). Paciente teve boa tolerância ao procedimento, sem 
Figura 1: A - Pré-tratamento: braço direito, braço esquerdo e dorso. 
B - Após quatro aplicações de CYA por MMP® no braço direito com melhora 
de ambos os braços e dorso
necessidade de analgesia tópica. A ciclosporinemia sérica após 
seis horas foi indetectável. Os exames laboratoriais e os níveis 
pressóricos se apresentaram inalterados. O paciente continua em 
tratamento.
Caso 4: paciente do sexo masculino, 22 anos, com pso-
ríase em placas há dois anos, tendo apresentado melhora prévia 
com MTX oral, porém não teve aderência ao tratamento, apre-
sentando recidivadas lesões. Pasi inicial: 10,4. Foi realizada uma 
aplicação da MMP® com MTX nas lesões do dorso e do braço 
esquerdo (Figura 4). Após uma semana, as lesões estavam menos 
espessas e descamativas, e, após duas semanas, foram observadas 
apenas máculas no local das lesões tratadas e melhora das lesões a 
distância (Figuras 5 e 6). Segue em tratamento.
Os pacientes foram devidamente informados sobre os 
detalhes do tratamento e assinaram o Termo de Consetimento 
Livre e Esclarecido.
Figura 2: 
A - Antes do 
tratamento. 
B - duas semanas 
depois de MMP® 
com MTXA
A
B
B
82 Okita AL, Arbache S, Roth DMP, Souza LG, Colferai MMT, Steiner D
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 80-4.
Figura 4: A - Lesões que receberam aplicação de MMP® com MTX; 
B - Imediatamente após; C - Após uma semana; D - Após duas semanas
Figura 5: Melhora das lesões nas pernas não submetidas a tratamento 
algum em paciente que recebeu MTX apenas nas lesões do dorso
Figura 6: Melhora de lesões nos braços não submetidas a tratamento 
algum em paciente que recebeu MTX apenas nas lesões do dorso
Figura 3: A - Pré-tratamento; B - Após uma sessão de MMP® com CYA; 
C - Após três sessões; D - Após cinco sessões
DISCUSSÃO 
O tratamento da psoríase moderada a grave envolve me-
dicações associadas a possíveis efeitos colaterais.4 Como alterna-
tiva, alguns estudos investigaram a possibilidade de uso de MTX 
tópico, o que diminuiria a ocorrência de tais efeitos. Por ser 
uma molécula hidrossolúvel, sua capacidade de permear o estra-
to córneo é limitada, e seu uso na pele íntegra, ineficaz.17, 18 Por 
isso, técnicas como eletroporação, iontoforese e lasers ablativos 
foram utilizados para aumentar sua permeação através da pele 
com resposta terapêutica no tratamento da psoríase.18-20
De forma similar, estudos de uso tópico de CYA foram 
ineficazes na pele íntegra.21-25 Griffiths et al. conseguiram respos-
ta terapêutica após injeção intralesional de 2ml de CYA na con-
centração de 17mg/ml nas lesões de psoríase, três vezes por se-
mana, com níveis indetectáveis de ciclosporinemia sérica. Apesar 
da aplicação de quantidade considerável da medicação, devido à 
característica lipofílica da CYA, ela rapidamente se redistribuiria 
pelos tecidos, tornando-se indetectável em níveis plasmáticos. O 
principal efeito colateral no estudo foi a dor do procedimento.26
Pela técnica da MMP® 27 foi possível infundir o medica-
mento diretamente nas lesões com excelente tolerância do pa-
ciente após anestesia tópica. A droga injetada percutaneamente 
tem potente efeito local e consegue evitar o metabolismo de pri-
meira passagem hepática, atingindo a circulação sistêmica em con-
centração baixa indetectável, porém suficiente para obter resposta 
terapêutica, tratando pacientes com psoríase moderada a severa e 
também lesões resistentes a outras terapias sem efeitos colaterais.
CONCLUSÃO
O tratamento com a técnica da MMP® utilizando solu-
ção de MTX ou CYA demonstrou boa tolerabilidade, nenhum 
efeito adverso, resposta rápida já notada em duas semanas e efi-
cácia tanto em lesões tratadas isoladamente quanto em lesões a 
distância que não receberam a aplicação.
A MMP® com CYA ou MTX pode ser uma nova mo-
dalidade de tratamento para psoríase em placas resistentes, em 
localizações de difícil tratamento e em pacientes com risco 
de complicações associadas ao tratamento sistêmico. Serão 
necessários estudos para definir protocolos e ensaios clínicos 
randomizados a fim de determinar a eficácia, efetividade e 
eficiência da MMP® para o tratamento da psoríase com MTX 
e CYA. l
A A
C C
B B
D D
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MMP® em psoríase: uma alternativa terapêutica 83
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 80-4.
84 Okita AL, Arbache S, Roth DMP, Souza LG, Colferai MMT, Steiner D
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 80-4.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Aline Lissa Okita | 0000-0002-3796-137x 
Desenho do estudo, produção e coleta de dados para o estudo, análise dos dados, redação do artigo, revisão do artigo e apro-
vação do artigo final.
Samir Arbache | 0000-0003-4409-4937
Desenho do estudo, revisão do artigo e aprovação do artigo final.
Dirlene Melo Palmeira Roth | 0000-0003-1007-5498
Revisão do artigo e aprovação do artigo final.
 
Luciana Gasques de Souza | 0000-0001-5160-7572
Revisão do artigo e aprovação do artigo final.
Mariana Morais Tavares Colferai | 0000-0002-1667-4988
Produção e coleta de dados, Revisão do artigo e aprovação do artigo final.
Denise Steiner | 0000-0001-6450-9234
Revisão do artigo e aprovação do artigo final.
Relato de Caso
Autor:
Célia Luiza Petersen Vitello Kalil1 
Clarissa Prieto Herman Reinehr2
Laura de Mattos Milman3
Valéria Campos4
1 Ambulatório de Cosmiatria, 
Departamento de Derma-
tologia, Santa Casa de Mi-
sericórdia de Porto Alegre 
– Porto Alegre (RS), Brasil.
2 Clínica Dermatológica Célia 
Kalil – Porto Alegre (RS), Brasil.
3 Ambulatório, Santa Casa de 
Misericórdia de Porto Ale-
gre – Porto Alegre (RS), Brasil.
4 Departamento de Dermato-
logia, Faculdade de Medicina 
de Jundiaí – Jundiaí (SP), Brasil.
Correspondência:
Clarissa Prieto Herman Reinehr
 Rua Félix da Cunha, 1009 - 
Conj. 401
 90570-001 - Floresta - Porto Alegre – RS
 E-mail: cla.reinehr@gmail.com
Data de recebimento: 20/07/17
Data de aprovação: 07/03/18
 
Trabalho realizado na Clínica 
Dermatológica Célia Kalil – Porto 
Alegre (RS), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
 85
Laser versus microagulhamento para 
tratamento de cicatriz facial - Relato de caso
Laser versus microneedling for the treatment of facial scar – Case 
report 
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/scd1984-8773.20181011047
RESU MO
Tanto o microagulhamento quanto o laser fracionado ablativo podem ser utilizados para 
o tratamento de cicatrizes. Neste artigo relata-se o caso de paciente do sexo feminino foi 
tratada em metade de cicatriz perioral com laser fracionado ablativo de CO2 e na outra 
metade da cicatriz com microagulhamento utilizando roller 2mm. Os resultados obtidos 
foram superiores na metade submetida ao procedimento com laser.
Palavras-chave: Cicatriz; Colágeno; Lasers
ABSTRACT
Both microneedling and ablative fractional laser can be used for the treatment of scars. The present 
article reports the case of a female patient who had the first half of a perioral scar treated with ablative 
fractional CO2 laser, and the second half treated with microneedling, using a 2mm roller. Outcomes 
were superior in the half treated with laser.
Keywords: Cicatrix; Collagen; Lasers
INTRODUÇÃO
Tanto o microagulhamento quanto o laser fraciona-
do ablativo são benéficos para o tratamento de cicatrizes. Várias 
condições envolvendo fibrose, contraturas e cicatrizes podem ser 
tratadas com o laser fracionado de CO2.1 Da mesma forma, o mi-
croagulhamento também pode ser utilizado para estimular o re-
modelamento tecidual.2 Neste relato de caso os autores comparam 
o uso do laser de CO
2
 com o de microagulhamento para tratamento 
de uma cicatriz traumática localizada na região perioral.
RELATO DE CASO
Apresentou-se à consulta paciente do sexo feminino, de 
35 anos, com cicatriz na região perioral devido a acidente au-
tomobilístico durante a infância. Já havia sido submetida a três 
cirurgias plásticas reconstrutivas prévias no local para melhora 
do aspecto cicatricial, porém permanecia insatisfeita e com res-
trição para abertura da boca e para sorrir (Figura 1). A cicatriz 
foi dividida em duas áreas, a primeira localizada na hemiface 
direita, foi tratada com laser fracionado de CO
2
, e o microa-
gulhamento foi realizado na metade da cicatriz localizada na 
hemiface esquerda. Anestésico tópico (cloridrato de lidocaína 
− Dermomax 40mg/g creme, Biosintética, Guarulhos, SP) foi 
aplicado 30 minutos antes do procedimento tendo sido feita 
complementação com anestesia injetável com cloridrato de li-
docaína 1% com epinefrina 1:200.000 (Xylestesin®, Cristália Pro-
dutos Químicos Farmacêuticos Ltda, São Paulo SP). O laser de 
CO
2
 (Sculptor, Vydence Medical) foi realizado com a ponteira 
de 120nm, primeira passada: modo random, energia 140mJ, den-
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 85-7.
8686 Kalil CLPV, Reinehr CPH, Milman LM, Campos V
sidade 75MTZ/cm²; segunda passada: modo brush, energia 30mJ, 
densidade 200MTZ/cm². O microagulhamento foi realizado 
com cilindros agulhados da marca Dr.Roller® (Mooham Enter-
prise Co. Gyeonggi-do South Korea, Anvisa no 80669600001). 
Com agulhas de 2mm, o movimento de rolamento foi reali-
zado de dez a 15 vezes, nas quatro direções, de forma a atin-
gir 250-300 punturas/cm² e sangramento pontuado uniforme 
(Figura 2). Imediatamente após o procedimento foi aplicada 
formulação para drug delivery contendo Hidroxyprolisilane 4%, 
Omega active 5%, Regestril 2%, Matrixyl 3000 2% and IGF 
1,5% sérum anidro fluido (Farmácia de manipulação Dermogral, 
Porto Alegre, RS, Brasil). Os ativos selecionados atuam na síntese 
de colágeno e elastina, como o Hidroxiprolisilane e o Matrixil 
3000, além de inibirem a colagenase, no caso do Regestril e do 
Omega active.3 Foram realizadas duas sessões do procedimento 
com intervalo de 20 dias entre elas.
A melhora das cicatrizes foi avaliada com a escala de 
Manchester (5 a 28, sendo que os maiores escores representam 
as piores cicatrizes).4 O lado direito da cicatriz, tratado com o 
laser de CO
2
 apresentou os melhores resultados (Figuras 3A e B). 
A escala de Manchester inicial para ambos os lados tratados era 
de 13 pontos (Tabela 1); após o tratamento a área tratada com o 
laser teve melhora de cinco pontos, e a área tratada com microa-
gulhamento de um ponto (Tabela 2).
DISCUSSÃO
Tanto o microagulhamento, também chamado indução 
percutânea de colágeno, quanto os lasers fracionados ablativos 
são opções terapêuticas efetivas para o tratamento de cicatrizes. 
Além disso, ambos possibilitam a realização de drug delivery para 
otimizar a entrega tópica de medicamentos.
O remodelamento que ocorre após o uso do laser fra-
cionado de CO
2
 se dá pelo efeito fotomecânico, que remove as 
bandas cicatriciais escleróticas contendo colágeno espessado e 
libera o tecido com contratura, mediante remodelamento dér-
mico. Na literatura, o uso do laser de CO
2
 para tratamento de 
cicatrizes demonstra promover melhora na textura e na pig-
mentação. No caso deste relato a melhora foi observada em 
textura, pigmentação, contorno, brilho e distorção. Além disso, 
os estudos que utilizaram as maiores densidades obtiveram os 
melhores resultados, o que justifica os parâmetros escolhidospara uso no presente caso.5 Particularmente para cicatrizes hi-
pertróficas, resultados positivos podem ser observados na re-
dução da firmeza da cicatriz e na melhora da superfície e das 
contraturas.6
Figura 1 - 
Paciente com 
cicatriz 
traumática na 
região perioral
Figuras 3: 
A - Resultados 
observados 30 
dias e 
B - um ano 
após a 
segunda 
sessão, 
observando-se 
superioridade 
na metade 
direita da 
cicatriz, na área 
de aplicação do 
laser fraciona-
do ablativo
Figura 2 - Pós-
-procedimento 
imediato, na 
metade direita 
da cicatriz foi 
realizado laser 
fracionado e na 
metade esquer-
da microagu-
lhamento com 
agulhas de 
2mm
Tabela 1: Escala de Manchester pré-tratamento
Cor Discromia evidente3
Cicatriz brilhante versus não brilhante Brilhante2
Contorno − slightly proud Indentado2
Distorção Moderada3
Textura Firme3
Escore total 13
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 85-7.
A
B
Tabela 2: Escala de Manchester pós-tratamento
Lado direito (laser) Lado esquerdo 
(microagulhamento)
Cor Discromia leve2 Discromia leve2
Cicatriz brilhante versus 
não brilhante 
Não brilhante1 Brilhante2
Contorno No mesmo nível da 
pele adjacente1
Indentado2
Distorção Leve2 Moderada3
Textura Somente palpável2 Firme3
Escore total 8 12
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O microagulhamento, da mesma forma, estimula a cascata 
da cicatrização, culminando com a formação de colágeno tipo I; 
esse propósito é alcançado desde que as agulhas penetrem de um a 
3mm, de forma a atingir a derme. Uma vez que somente 50-70% 
do comprimento total das agulhas penetra durante o rolamento, as 
agulhas devem ter no mínimo 1,5mm de comprimento.2 Estudos 
demonstram que a espessura epidérmica pode ser aumentada em 
até 205% com a realização de sessões seriadas de microagulhamen-
to; além disso, o tecido conectivo dérmico se torna mais denso.7,8 
A agulha utilizada em nosso caso, de 2mm, foi escolhida com o 
objetivo de gerar injúria profunda na derme, que é a indicada para 
tratamento efetivo de cicatrizes.2 Apesar do comprimento de agu-
lhas utilizado ter sido adequado, observamos resultados superiores 
na área tratada com o laser fracionado ablativo.
CONCLUSÃO
Neste relato de caso observamos superioridade do uso 
do laser de CO
2
 fracionado sobre o de microagulhamento com 
agulhas de 2mm para tratamento de uma cicatriz traumática pe-
rioral; no entanto, tal resultado necessita de estudos com maior 
número de pacientes e de sessões, randomizados e cegados para 
comprovação dos achados obtidos. Ressaltamos ainda a possibi-
lidade de realizar drug delivery no pós-procedimento imediato de 
ambas as modalidades terapêuticas, desde que com ativos apro-
priados e com formulação adequada para tal objetivo. l
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:
Célia Luiza Petersen Vitello Kalil | 0000-0002-1294-547x 
Elaboração do manuscrito, escolha dos procedimentos a serem comparados e dos parametros do laser/comprimento agulha 
roller, correção do manuscrito escrito. 
Clarissa Prieto Herman Reinehr | 0000-0003-1811-4519
Execução do procedimento de laser e microagulhamento, fotografar o pré-proceedimento, pós-imediato e tardios, revisão da 
literatura, escrita do manuscrito. 
Laura de Mattos Milman | 0000-0002-3249-0396 
Revisão da literatura, escrita do manuscrito.
Valéria Campos | 0000-0002-3350-8586
 Elaboração do manuscrito, escolha dos procedimentos a serem comparados e dos parametros do laser/comprimento agulha 
roller, correção do manuscrito escrito. 
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 85-7.
Laser versus microagulhamento para tratamento de cicatriz 87
88
Surgical & Cosmetic Dermatology
Janeiro / Fevereiro / Março de 2018
Impresso em Março de 2018
Surg Cosmet Dermatol. Rio de Janeiro v.10 n.1 jan-mar. 2018 p. 88.

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