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arquitetura no Brasil

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MSc. Ricardo Batista Bitencourt
Historia da Arquitetura no Brasil 
Sistemas construtivos tradicionais
Materiais tradicionais encontrados pelos 
portugueses no Brasil 
Madeira, palha, barro e pedra. Usados pelos nativos foram adaptados para as 
técnicas construtivas europeias e outras trazias das colônias da África e Ásia.
Interior de uma oca indígena Panelas e urnas mortuárias
Vala aberta no terreno, preenchida com pedras 
e pedriscos, recebendo uma calda de barro, cal 
e algum aglomerante, o óleo de baleia por 
exemplo.
Para proteção das aguas pluviais, a ultima fiada 
era mais alta e recebia um rodapé de pedra em 
toda a extensão.
Fundações
Pedra, com 60cm (casas térreas) a 1,5m de espessura (grandes edifícios).
Material de difícil manuseio e mais restrito, geralmente utilizados nas fortificações, igrejas monumentais e nas 
construções oficiais.
Forte da Ilha de Ratones/SC
Elementos verticais - Paredes autoportantes
Adobe – paralelepípedos de 20cm x 20cm x 40cm, maciços e compactos, feitos de barro, fibras vegetais e água, prensados 
manualmente em formas de madeira, secas ao sol.
Elementos verticais - Paredes autoportantes
Elementos verticais - Paredes autoportantes
Taipa de pilão – É uma
técnica de origem mourisca
praticada pelos portugueses
e espanhóis desde tempos
imemoriais, conhecida
também pelos negros
africanos. Possui a mesma
mistura do adobe, as vezes
acrescida de sangue de
animais ou estrume como
aglomerante, entretanto a
massa é colocada em forma
única (taipal), semelhante às
formas de concreto utilizadas
hoje, de 40cm de altura por
60cm de altura, dispostas ao
longo das fundações, em
sucessivas camadas.
Grandes beirais protegiam a estrutura, sempre apoiadas numa 
fundação de pedra: “boas botas e bom chapéu”
Grandes beirais protegiam a estrutura, sempre apoiadas numa fundação de pedra: “boas botas 
e bom chapéu”.
Sitio do Padre Inácio. Cotia/SP (século XVI)
Sitio do Padre Inácio. Cotia/SP (século XVI)
Tijolo - peças menores, cozidas em
fornos, por isso, resistentes a umidade.
Tijolos facilitam a execução de aberturas
em arcos.
A precariedade de condições reservava a
maior parte da produção das olarias
para telhas. As alvenarias de tijolos
somente vão se tornar comuns no
século XIX.
Elementos verticais - Paredes autoportantes
Pau-a-pique ou taipa de sopapo -
entramado de varas, ripas e cipós,
constituindo um estrado vertical
engastado no baldrame que
recebia uma mistura de barro,
água e fibras vegetais,
arremessado e amassado por
ambos os lados, cuidando para
preencher as fissuras, durante a
secagem. Recebe caiação final.
De baixíssimo custo (todos os
materiais são naturais), resistência
e durabilidade, alcança vãos
elevados com espessura de
apenas 30cm.
Elementos verticais - Paredes autoportantes
Casas de pau-a-pique típicas do Brasil Colônia
Casa da Cultura de Betim/MG (1754)
Coberturas – telhas capa e canal
Inicialmente cobertas de sapé, já no final do século XVI as residências começaram a substituí-lo por telhas
cerâmicas, também de origem árabes ou mouriscas, feitas de forma manual.
O cozimento também imperfeito dá coloração característica, inconfundível das edificações coloniais brasileiras.
Muito irregulares, em algum momento moldadas artesanalmente nas coxas de escravos, deu origem a crença 
popular de que eram “feitas nas coxas”, expressão cunhada para designar qualquer coisa mal feita ou irregular.
Telha tipo capa e canal
Coberturas – outros elementos
Os telhados predominantemente tinham duas águas, entretanto, com relativa frequência adicionavam outros
elementos como:
Camarinha na Casa dos Contos. Ouro Preto/MG Agua furtada colonial
Coberturas – Madeiramento – Sistema atual
Tesoura de linha suspensa
Coberturas – Madeiramento
O uso de tesouras como estrutura principal e terças e caibros como estrutura secundária é mais
apurado e recente. Primitivamente era comum o sistema de caibro armado, isto é, sem tesouras, com
cada caibro recebendo o seu próprio tirante ou olivel. Acima deste, apenas as ripas e telhas.
Telhado de caibro armado
Coberturas – Madeiramento
Tesoura clássica ou paladiana
Tesoura francesa
Tesoura romana
Tesoura de Santo André
Coberturas – Madeiramento
Cachorro ou cachorrada
Coberturas – Acabamentos
Cimalha de alvenaria
com argamassa
Cachorrada ornamentada com referências orientais
Pisos
• Pedra aparelhada
Terra batida Pé de moleque, Tiradentes/MG
Pisos
Pedra aparelhada ou lajeado
Assoalho de madeira
Forro caixotão
Forros
Esquadrias
Pintadas com cores fortes, com tinta elaboradas a base de cola, óleo de mamona ou linhaça e corantes 
naturais, contrastavam com o branco da caiação, elaborada com cinzas de conchas e mariscos .
Muxarabis e balcões
Muxarabi - com a
vinda da Corte
portuguesa alegava-se
que o país deveria
deixar os ares de
colônia, e assimilar as
novas tendências
europeias
(Neoclassicismo), não
admitindo-se a
influência arquitetura
árabe, ainda que se
reconhece a
importância desse
elemento que permitia
“o ver sem ser visto”. Congonhas/MG
Balcão com muxarabi e cachorro de pedra. Olinda/PE

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