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Resumo adm

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O que é o sistema do contencioso administrativo? Esse sistema é aplicado no Brasil? 
O sistema contencioso administrativo ou francês é o que veda a justiça comum de conhecer atos da administração, estes só podem ser sujeitos aos tribunais especiais. Nesse sistema todos os tribunais administrativos sujeitam-se ao controle do Conselho de Estado que funciona como juízo originário e único de determinados litígios administrativos. No Brasil o sistema utilizado não é o contencioso administrativo e sim o sistema de jurisdição única e sim o sistema de jurisdição única onde todos os litígios (de natureza administrativa ou privada) são resolvidos judicialmente na justiça comum.
Quais são as fontes do Direito Administrativo?
As fontes são a lei, sendo ela a fonte primária do direito administrativo, abrangendo desde a Constituição até regulamentos executivos; Doutrina, o sistema teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo; Jurisprudência, que traduz a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influenciando muito no direito administrativo visto que o mesmo não possui codificação; Costume, é a pratica administrativa que exerce influência por conta da deficiência da legislação
Comente três características do Direito Administrativo.
O direito administrativo é um ramo autônomo recente, que teve sua origem na atividade jurisprudencial, não possui codificação e relaciona-se com áreas do direito que antes pertenciam ao direito administrativo, mas ganharam independência como o direito ambiental e o urbanístico.
Estabeleça a diferença entre interesse público primário e interesse público secundário.
O interesse público primário é o verdadeiro interesse a que se destina a Administração Pública, pois este alcança o interesse da coletividade e possui supremacia sobre o particular, já no que diz respeito ao interesse público secundário este visa o interesse patrimonial do Estado sendo, em regra, interesses em que o Estado busca aumentar sua riqueza, ampliando receitas ou evitando gastos. Também são mencionados como manifestação de interesses secundários os atos internos de gestão administrativa, ou seja, as atividades-meio da Administração, que existem para fortalece-la como organismo, mas que só se justificam se forem instrumentos para que esse organismo atue em prol dos interesses primários. Para que o interesses públicos secundário seja legítimo, faz necessário que se atenda também o interesse público primário, funcionando como uma condição indispensável.
O que é o princípio da supremacia do interesse público? 
O Princípio da Supremacia do Interesse Público existe com base no pressuposto de que “toda atuação do Estado seja pautada pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da Constituição e das leis, manifestações da ‘vontade geral’”. Dessa maneira, os interesses privados encontram-se subordinados à atuação estatal. Havendo conflito entre o interesse público e o privado, prevalecerá o público, tutelado pelo Estado. O Princípio da Supremacia do Interesse Público não está diretamente presente em toda e qualquer atuação da Administração Pública, limitando-se, aos atos em que ela manifesta poder de império sendo estes “todos os que a Administração impõe coercitivamente ao administrado, criando unilateralmente para ele obrigações, ou restringindo ou condicionando o exercício de direitos ou de atividades privadas; são os atos que originam relações jurídicas entre o particular e o Estado caracterizadas pela verticalidade, pela desigualdade jurídica”
Qual a relação entre o princípio da supremacia do interesse público e a consolidação do Direito Administrativo como ramo autônomo do Direito? 
Substitui-se no Direito a ideia do homem como fim único do direito (própria do individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para o direito público que o da supremacia dos interesses públicos sobre os individuais. O direito deixa de ser apenas instrumento de garantia dos direitos sociais do indivíduo e passa a ser visto como meio de consecução da justiça social, do bem comum e do bem-estar coletivo. 
Quais são as atividades administrativas? 
As atividades administrativas são uma sequência conjugada de ações e omissões por meio das quais se exercita a função administrativas. São elas o serviço público, o poder de polícia, fomento que é a intervenção no domínio econômico visando a promover o desenvolvimento econômico/social e a regulação que é o conjunto de regras de conduta e controle da atividade privada do estado para estabelecer um mercado equilibrado
O que é serviço público? 
Serviço público é a atividade pública de satisfação concreta de necessidades vinculadas a um direito fundamental, destinada a pessoas indeterminadas e executadas sob regime de direito público
O que é poder de polícia?
É a atividade do Estado que consiste em limitar os exercícios dos direitos individuais em benefício do interesse público 
Defina o princípio da proporcionalidade, exemplificando uma aplicação prática do mesmo. 
O princípio da razoabilidade é a adequação entre meios e fins e a utilidade de um ato para a proteção de um determinado direito. É considerado o princípio da razoabilidade pelo motivo de ser necessária uma adequação entre os meios empregados pela Administração Pública para atingir os fins pretendidos, se não houver tal adequação a desproporcionalidade acaba por residir em tal medida empregada. O que se pretende é considerar se determinada decisão, atribuída ao Poder Público, contribuirá efetivamente para um satisfatório atendimento dos interesses públicos. Por exemplo Suponha-se que o Prefeito de Salvador, no carnaval, proíba a venda de bebidas alcoólicas para evitar a disseminação do vírus da AIDS. Inegavelmente, será inválida essa proibição, pois não há relação de causa e efeito entre álcool e disseminação do vírus da AIDS, vale dizer, não existe adequação entre o meio utilizado (proibição de venda de bebida alcoólica) e o fim visado (diminuição da disseminação do HIV)
O que se entende por “estrita legalidade” quando se trata do Princípio da Legalidade aplicado ao Direito Administrativo? 
O princípio da legalidade é a atuação conforme a lei e o direito. Já a estrita legalidade trata de que a administração só pode executar o que está expresso na lei, ou seja, a vontade da administração é a vontade da lei. Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.
O que significa o princípio da impessoalidade? Descreva uma situação em que ele é desrespeitado 
O princípio da impessoalidade se divide em dois aspectos, sendo o primeiro, a igualdade entre os administrados, que significa que a administração não pode atuar com vistas de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento, e a vedação da promoção pessoal de administradores, ou seja, a publicidade deve ser sempre educativa e não pode promover nada ou ninguém, pois as realizações governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas da entidade pública em nome de que as produzira. Uma situação que isso foi desrespeitado seria uma propaganda de um determinado estado que, ao invés de educativa, estaria promovendo as realizações do governador, promovendo sua imagem (?)
Defina princípio da impessoalidade. 
É o princípio da igualdade do direito administrativo. Exigir impessoalidade da administração tanto em relação aos administrados quanto a própria administração.
Organização da Administração: o que é descentralização? 
Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. É uma distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
Organização da Administração: diferencie “órgão” e “entidade”. 
Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração, desprovida de personalidadejurídica incumbido da realização das atividades da entidade a que pertence através de seus agentes. A entidade é pessoas jurídicas de direito público, ou seja, dotada de personalidade jurídica que integram a estrutura constitucional do Estado e tem poderes político-administrativos como a União, municípios e DF.
O que é a Teoria do Órgão? 
Teoria do órgão é aquela pela qual a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que quando os agentes que os compõe manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse; Os órgão do Estado são o próprio Estado compartimentado, logo a vontade psíquica do agente (pessoa física) expressa a vontade do órgão, que é a vontade do Estado, governo e administração. (Imputação)
Administração indireta: o que é o controle finalístico exercido pela entidade estatal criadora? 
É o controle positivo do Estado, o qual tem por finalidade verificar se a entidade esta cumprindo os fins para o qual foi criada. É um controle finalístico, de verificação do enquadramento da instituição no programa geral no Governo e de seu acompanhamento dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas funções estatuárias, para o atingimento das finalidades da entidade controlada.
Quais são as diferenças entre sociedade de economia mista e empresa pública? 
São a forma de organização, pois enquanto a sociedade de economia mista deve ser estruturada sobre a forma de sociedade anônima, a empresa pública poderá o ser em qualquer das formas admitidas em direito; A composição de capital da sociedade de economia mista é constituída por capital público e privado, e a empresa pública, apenas por capital público e o juízo(?) que para a sociedade de economia mista é a Justiça estadual e para a empresa pública é federal 
O que são agências reguladoras? Qual é o seu regime jurídico? Cite e explique três características específicas das agências reguladoras. 
As agências reguladoras são pessoa jurídica de direito público interno, criadas por lei cujo qualquer órgão da administração direta ou entidade da indireta tem como função de regular a matéria específica que lhe está afeta. Engloba toda forma de organização da atividade econômica através do Estado, seja a intervenção através da concessão de serviço público ou o exercício de poder de polícia. Seu regime jurídico é de autarquias em regime especial (?), sendo suas características a estabilidade de seus dirigentes, que são escolhidos pelo Presidente da República, sabatinados e aprovados pelo Senado Federal, não podendo ser exonerados de seus cargos apenas por decisão política do Presidente (pois estes dirigentes têm mandato fixo), mas apenas se cometerem falta grave apurada em processo administrativo ou judicial (assegurado o contraditório e ampla defesa), ou renúncia; A previsão constitucional que Todas as agências são ou foram criadas por leis federais; 
Organização da Administração: o que é desconcentração? 
Desconcentração é a distribuição de competências entre vários órgãos de uma mesma pessoa jurídica, sem quebra de hierarquia.
Estabeleça a distinção entre administração direta e administração indireta.
A administração direta é o conjunto de órgãos das pessoas políticas (união, estado, munícipios) que tem como função típica a atividade administrativa do estado. Já a administração indireta, são pessoas jurídicas, distintas do Estado, cuja atividade típica é a atividade administrativa pública, serviço público ou atividade econômica.
Podem ser criadas autarquias para explorar atividade econômica? Justifique sua resposta. 
Não. A autarquia é criada apenas para a prestação de serviços públicos, a ela é vedado explorar atividade econômica. Ao contrário, empresas públicas e sociedades de economia mista podem prestar serviços públicos e explorar atividade econômica
Como se pode explicar que as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica tenham que se submeter às mesmas normas aplicáveis às empresas privadas? 
Para não ocorrer privilégios para essas empresas, pois deve haver igualdade para que haja a livre concorrência.
Em relação a sua organização, como se diferenciam as empresas públicas e as sociedades de economia mista? 
Quanto a forma de organização, se diferem, pois, enquanto a sociedade de economia mista deve ser estruturada sobre a forma de sociedade anônima, a empresa pública poderá o ser em qualquer das formas admitidas em direito
O que são autarquias em regime especial? 
Autarquia de regime especial é toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. São consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões, a USP, etc.
Defina consórcio público. Qual a sua natureza jurídica? 
São associações formadas por pessoas jurídicas políticas (união, estados município) com personalidade de direito público ou privado, criadas mediante autorização legislativa, para gestão associada de serviços públicos. 
O que é poder de polícia? 
Poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público; Limitação de um direito do particular em nome do interesse público. EX: leis de transito 
O que é poder disciplinar?
Consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais. É o que cabe à administração pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. No que diz respeito aos servidores públicos, o poder disciplinar é uma decorrência da hierarquia. Trata-se de poder interno, não permanente e discricionário (discricionariedade é a liberdade de escolha dentro de limites permitidos em lei) e a administração não tem liberdade de escolha entre punir e não punir, pois, tendo conhecimento de falta praticada por servidor, tem necessariamente que instaurar o procedimento adequado para sua apuração e, se for o caso, aplicar a pena cabível. 
O que é poder hierárquico? 
É aquele pelo qual a Administração distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e revê a atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os servidores públicos de seu quadro de pessoal. No seu exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-se.
Quais são os elementos do ato administrativo? 
São o sujeito, aquele a quem se atribui competência para pratica do ato em decorrência da lei; Objeto, efeito jurídico produzido pelo ato (aquisição, transformação ou extinção de direitos), é um substantivo; Forma (escrita, decreto, edital); Finalidade, é o resultado que a administração busca alcançar com o ato (interesse público), antecede a prática do ato, correspondendo aos fatos que levam a administração a praticar o ato; Motivo, é o pressuposto de fato (corresponde ao conjunto de circunstâncias, de situações, que levaram a pratica do ato) e de direito (dispositivo legal que se baseia o ato) que serve de fundamento para o ato administrativo. 
Defina a “teoria dos motivos determinantes”. 
A validade dos atos se vincula aos motivos indicados como seu fundamento. Para a prática de um ato pela Administração Pública deve haver um motivo. Caso não haja um motivo de fato e de direito esse ato será anulado. Assim, a teoria dos motivos determinantes, estipula que haja um motivo para a prática de determinado ato pela Administração Pública.
O que cassação do ato administrativo? 
Cassação do ato administrativo é a retirada do ato administrativo por ter o seu beneficiário descumprido condição indispensável para a manutenção do ato. Ex: Cassação do alvará de funcionamento do pasteleiro por não atingir condições de higiene. O destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de podercontinuar desfrutando da situação jurídica. Outro exemplo é o da cassação de licença para funcionamento de hotel por haver se convertido em casa de tolerância.
Defina o que é “mérito” dos atos administrativos. 
O mérito do ato administrativo consubstancia-se, portanto, na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
Quais são os elementos (ou requisitos) dos atos administrativos? Aponte um exemplo de vício presente em pelo menos dois elementos (requisitos) que tornem nulo o ato administrativo. 
a) Competência (ou Sujeito) 
b) Objeto: objeto é o efeito jurídico que o ato produz. O que o ato faz? Ele cria um direito? Ele extingue um direito? Ele transforma? Quer dizer, o objeto vem descrito na norma, ele corresponde ao próprio enunciado do ato. Quando se diz: fica aplicada a pena de demissão ao servidor público, esse é o objeto do ato. Vício= objeto impossível, como a nomeação de uma pessoa para um cargo que não existe;
c) Forma: ele pode ter a forma escrita, verbal, ter a forma de decreto, de resolução, de portaria; Vício = vício de forma consiste na omissão ou na observância, incompleta ou irregular, de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.
d) Finalidade: resultado do ato administrativo que se quer alcançar. alcançar o interesse público. Vício = Por exemplo, uma desapropriação que seja feita, não porque a administração necessita daquele bem, mas porque está querendo prejudicar, aborrecer um inimigo político
e) Motivo: vício de forma consiste na omissão ou na observância, incompleta ou irregular, de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. Vício = Quando o fato não existiu ou quando existiu de maneira diferente do que a autoridade está dizendo. Ex: autoridade o pune por outra infração, diferente daquela que justificaria uma outra punição, então o motivo é ilegal.
Defina anulação e revogação de um ato administrativo, estabelecendo as necessárias diferenças quanto à natureza do ato desfeito, os efeitos que se operam e a quem pode realizar estes desfazimentos. 
A Revogação é a retirada do ato que se dá por razões de oportunidade e conveniência. A Administração Pública pode revogar um ato quando entender que, embora se trate de um ato válido, que atenda a todas as prescrições legais, não está de acordo, ou não atende adequadamente ao interesse público no caso concreto. O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados do ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efeitos. Efeitos portanto, “ex nunc”. Essa revogação poderá ser feita apenas pela Administração Pública.
A revogação difere da anulação ou invalidação, porque, nesse caso, o ato administrativo é extinto por ser contrário à norma jurídica, produzindo assim efeitos retroativos. Já a Anulação é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. A anulação produz efeitos “ex tunc”, os quais retroagem à data em que o ato foi emitido. Pode ser feita pela Administração Pública (sumula 346 do STF) ou pelo Poder Judiciário (mediante provocação dos interessados) 
O que se entende por poder de autotutela da Administração Pública e como a mesma é exercida?
A autotutela administrativa é o poder que tem a Administração Pública de zelar pelos bens que integram o seu patrimônio sem necessitar de título fornecido pelo poder judiciário. Ela (Administração) pode, por meio de política administrativa, impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação desses bens. É exercida sobre os próprios atos coma possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário.

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