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Trabalho Escrito - Malassezia

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS
CAMPUS MANAUS – ZONA LESTE
MEDICINA VETERINÁRIA
DOENÇAS BACTERIANAS E FÚNGICAS DOS ANIMAIS
EMÍLIA FARIAS MONTENEGRO GOUVEIA
JESSICA MISLENE FIGUEIRA MOTA
JULIANA VASQUES CABUS
MATHEUS YURI DOS SANTOS
TAYANNE LIRA GONÇALVES
MALASSEZIOSE
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE MALASSEZIOSE EM CÃES E GATOS.
MANAUS - AM
2019
EMÍLIA FARIAS MONTENEGRO GOUVEIA
JESSICA MISLENE FIGUEIRA MOTA
JULIANA VASQUES CABUS
MATHEUS YURI DOS SANTOS
TAYANNE LIRA GONÇALVES
MALASSEZIOSE
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE MALASSEZIOSE EM CÃES E GATOS.
Revisão Bibliográfica, apresentada ao curso de Medicina Veterinária como parte de composição de nota da disciplina de Doenças Bacterianas e Fúngicas dos animais, oferecida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas.
ORIENTADOR: Prof. Vet. Msc. Paulo Cesar Gonçalves de Azevedo Filho
MANAUS – AM
2019
EMÍLIA FARIAS MONTENEGRO GOUVEIA
JESSICA MISLENE FIGUEIRA MOTA
JULIANA VASQUES CABUS
MATHEUS YURI DOS SANTOS
TAYANNE LIRA GONÇALVES
MALASSEZIOSE
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE MALASSEZIOSE EM CÃES E GATOS.
Revisão Bibliográfica, submetida ao curso de Medicina Veterinária como parte de composição de nota da disciplina de Doenças Bacterianas e Fúngicas dos animais, oferecida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Manaus – Zona Leste.
ORIENTADOR: Prof. Vet. Msc. Paulo Cesar Gonçalves de Azevedo Filho 
Aprovado em ______ de ______________ de 2019
BANCA EXAMINADORA
Nome:_____________________________________________________
Instituição:_______________________________________________
Nome: ____________________________________________________
Instituição: ______________________________________________
Nome:____________________________________________________
Instituição: ______________________________________________
MANAUS – AM
2019
RESUMO
A Malassezia spp. é um gênero de fungo classificada como levedura comensal lipofílica onipresente, encontrada na pele e em regiões mucocutâneas de animais, inclusive cães e gatos, podendo acometer o humano. A malasseziose é o termo utilizado para caracterizar as dermatites causadas pelo aumento populacional da Malassezia spp. Esse aumento populacional está relacionado com algumas doenças primárias, como as endócrinas, imunológicas ou parasitárias, que afetam o sistema imune do animal e a pele do animal. Pode-se constatar que a alteração no equilíbrio ácido graxos por meio de lipase, causam a persistência de fatores microclimáticos que favorece o crescimento e o desenvolvimento de leveduras, provocando reações inflamatórias erimatosas, tendo como resposta quadros mais intensos com presença de pruridos, tornando-se mais evidentes áreas de alopecia, descamação gordurosa e odor desagradável característico da malasseziose. O diagnóstico é resultante advindo dos métodos sorológicos, cultura fúngica, analises clinicas e a citologia sendo o método usual para o diagnóstico por impressão ou fita adesiva, onde é confirmado ao serem encontrado mais de dois fungos arredondados e ovais em crescimento por campo. Podemos citar a caracterização morfológica das espécies, sua tolerância térmica, suas necessidades nutricionais para determinados tipos de ácidos graxos, bem como o comportamento da infeção em animais domésticos e a importância da orientação para os tutores. 
Palavras-chave: Malassezia spp., Malasseziose, Dermatite, Animais Domésticos
ABSTRACT
Malassezia spp. is a genus of fungus classified as omnipresent commensal lipophilic yeast found in the skin and mucocutaneous regions of animals, including dogs and cats, and can affect the human. Malasseziosis is the term used to characterize the dermatitis caused by the population increase of Malassezia spp. This population increase is related to some primary diseases, such as endocrine, immunological or parasitic, that affect the animal's immune system and the animal's skin. It can be verified that the alteration in the lipid fatty acid equilibrium causes persistence of microclimatic factors that favor the growth and development of yeasts, provoking erimatous inflammatory reactions, in response to more intense pictures with the presence of pruritus, areas of alopecia, greasy scaling and unpleasant odor characteristic of malasseziosis. Diagnosis is the result of serological methods, fungal culture, clinical analyzes and cytology being the usual method for diagnosis by printing or adhesive tape, where it is confirmed when more than two rounded and oval fungi are found growing per field. We can mention the morphological characterization of the species, their thermal tolerance, their nutritional needs for certain types of fatty acids, as well as the behavior of the infection in domestic animals and the importance of the orientation for the tutors.
Keywords: Malassezia spp ., Malasseziose, Dermatitis, Domestic animals
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Cão com sinais clínicos de malasseziose......................................................16
FIGURA 2: A - Cão com quadro crônico de malasseziose e B – cão com alopecia cervical-ventral e torácico-ventral por Malassezia spp. ...............................................................16
FIGURA 3: A - Cão com otite e B - gato com alopecia na região superior ao olho direito...............................................................................................................................17
INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo geral
Descrever e caracterizar aspectos gerais da Malassezia spp.
1.2 Objetivo especifico 
Revisar a literatura disponível sobre Malasseziose;
Descrever afecções por Malassezia spp.;
Caracterizar possíveis causas que favorecem as afecções por Malassezia spp.
1.3 Procedimentos metodológicos 
Este estudo possui cunho cientifico acadêmico e tem por método a pesquisa descritiva embasada em revisão bibliográfica, onde foi utilizado literatura descrita em artigos científicos e virtuais, monografias e livros que relatavam a ocorrência de malasseziose em cães e gatos, produzidos nos últimos 27 anos. 
1.4 Justificativa 
Malassezia spp. são organismos comensais da pele da maioria dos vertebrados e às vezes agem como patógenos. Esse organismo é uma levedura comensal lipofílica onipresente, encontrada na pele e em regiões mucocutâneas de animais, inclusive cães e gatos.
Essa espécie de levedura foi encontrada com maior frequência colonizando cães, enquanto os gatos costumam ser colonizados por outras espécies do mesmo gênero. Pode ser transmitida a pessoas por contato direto. Embora a Malassezia pachydermatis possa colonizar pessoas expostas a animais de companhia, as manifestações clínicas são mais comuns em lactentes e adultos imunocomprometidos.
Os locais anatômicos colonizados com maior frequência em animais clinicamente sadios correlacionam-se com as regiões frequentemente acometidas em cães com doença cutânea causada pela levedura. 
Observa-se o aumento da prevalência de Malasseziose em locais que possuem características climáticas favoráveis ao desenvolvimento do fungo (quente e úmido). Diante disto se faz relevante tomar conhecimento dos danos ocasionados pela Malasseziose e suas possíveis causas. 
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
Dermatite por Malassezia ou Malasseioze é o termo utilizado para descrever doenças cutâneas associadas com o aumento populacional de leveduras Malassezia nas regiões afetadas, ou em condições que respondam a tratamento antifúngico. (MACHADO, 2010)
A dermatite por Malassezia provavelmente é a única doença identificada em alguns cães; todavia, em outros, doenças concomitantes, tais como alergias, particularmente doença atópica, defeitos de queratinização, endocrinopatias, e a existência de pregas cutâneas podem ser importantes, favorecendo a levedura. A coinfecção por Candida albicans pode ser, em parte, responsável pelas lesões nas unhas e plantasdos pés desses cães (CHAVES, 2007).
O gênero é dividido em dois grupos, com base na dependência de lipídios em meios de cultura. Malassezia pachydermatis é singular dentro do gênero, visto que pode ser cultivada em meios micológicos de rotina, sem suplementação de lipídios. M. pachydermatis exibe notável diversidade genética, 270 aparentemente ligada à adaptação evolutiva a uma variedade de hospedeiros animais (GREENE, 2015). 
São reconhecidas treze espécies do gênero Malassezia, doze das quais são lipidiodependentes e uma espécie não lipidodependente, M. pachydermatis. As espécies lipidiodependentes tem sido relacionada com a pele humana, enquanto que na pele dos cães, M pachydermatis é a única espécie geralmente encontrada. (MACHADO, 2010) 
Em cães, M. pachydermatis é frequentemente isolada da pele com pelos do queixo e dos lábios, pele interdigital, meato acústico externo e, com menor frequência, de outras áreas intertriginosas, como as axilas e a virilha. Em geral, as concentrações de microrganismos são baixas em cães sadios, porém estão acentuadamente aumentadas, com frequência até 10.000 vezes, em muitos casos de dermatite por Malassezia, embora se possa observar sobreposição na densidade dos microrganismos entre cães clinicamente sadios e acometidos (GREENE, 2015). 
As doenças primárias que aumentem a umidade, alterem a composição lipídica da superfície cutânea e/ou causem disrupção da função barreira do estrato córneo favorecem o sobrecrescimento secundário do microrganismo (MORRIS,2006).
Nos gatos, a atopia, a alergia alimentar e as ectoparasitoses são as principais doenças subjacentes (MORRIS, 2006). Há que salientar que nos gatos a malasseziose já foi relacionada com a alopécia paraneoplásica (associada a tumores pancreáticos ou hepatobiliares) e a dermatose associada a timoma (dermatite exfoliativa dorsal ou generalizada) (FORSTER-VAN HIJFTE, CURTIS & WHITE, 1997; GODFREY, 1998; MAULDIN, MORRIS & GOLDSCHMIDT, 2002; ROTTENBERG, VON TSCHARNER & ROOSJE, 2004).
Pode se observar aumento sazonal no número de casos em regiões geográficas em que há mudança perceptível para condições climáticas quentes e úmidas. Tipicamente, a resposta ao tratamento com glicocorticoides é precária (GUILLOT & BOND, 1999).
3. ETIOLOGIA
As espécies de Malassezia são leveduras lipofílicas que se reproduzem de modo assexuado por brotamento monopolar ou simpodial. Frequentemente, são isoladas da pele e das mucosas de mamíferos e aves clinicamente sadios (CRAIG E. GREENE, 2015).
O gênero Malassezia foi descrito por Baillon em 1889 e tem prioridade taxonômica sobre o gênero Pityrosporum, determinado por Sabouraud, em 1904, para o mesmo grupo de microorganismos. A classificação atual inclui o gênero Malassezia na família Cryptococcaceae, da classe dos Blastomicetos. 
Do gênero Malassezia fazem parte fungos dimórficos de grande pleomorfismo que, por terem sido inicialmente classificados a partir de critérios morfológicos, foram denominados Pityrosporum ovale (células ovais com gemulação de base larga) e orbiculare (células redondas com gemulação de base estreita). Mais tarde, concluiu-se que ambas as formas eram variantes morfológicas da mesma espécie. (ASPIROZ MC, MORENO LA, RUBIO MC., 1997)
O gênero é dividido em dois grupos, com base na dependência de lipídios em meios de cultura. Malassezia pachydermatis é única dentro do gênero, visto que pode ser cultivada em meios micológicos de rotina, sem a suplementação de lipídios. M. pachydermatis exibe notável diversidade genética, aparentemente ligada à adaptação evolutiva a uma variedade de hospedeiros animais (CRAIG E. GREENE, 2015). 
Atualmente, por meio de métodos sorológicos e genéticos, o gênero Malassezia e dividido em muitas “espécies”, isto é, Malassezia furfur, Malassezia sympodialis, Malassezia globosa, Malassezia obtusa, Malassezia restricta, Malassezia slooffiae, Malassezia dermatis, Malassezia japonica, Malassezia yamatoensis, Malassezia nana, Malassezia caprae e Malassezia equina. Essas espécies são do grupo que necessita de suplementação lipídica para o seu crescimento in vitro. (GUÉHO E, MIDGLEY G, GUILLOT J., 1996)
Com muita frequência, os cães são colonizados por M. pachydermatis, porém muito raramente colonizados por espécies de Malassezia dependentes de lipídios. Gatos sadios são frequentemente colonizados por M. pachydermatis e, em certas ocasiões, por espécies dependentes de lipídios, incluindo M. sympodialis, M. globosa, M. furfur, M. slooffiae e M. nana (CRAIG E. GREENE, 2015).
4. EPIDEMIOLOGIA
A Malassezia pode ocasionar em cães e gatos quadros de dermatite por Malassezia ou otites externas.
Em alguns cães, a dermatite por Malassezia pode ser favorecida quando a infecção ocorre com doenças concomitantes, tais como alergias, particularmente doença atópica, defeitos de queratinização, endocrinopatias, e a existência de pregas cutâneas. As predileções por raças variam entre regiões geográficas, mas podem incluir: Basset Hound, West Highland White Terrier, Cockier Spaniel, Poodle Toy e miniatura, Dachshund, Boxer, Cavalier King Charles Spaniel, Shih Tzu, Terrier Australiano e Silky Terrier e Pastoralemão. Sabe-se que os Bull Terrier com acrodermatite letal apresentam comprometimento da função imune e abrigam grandes números de Malassezia na pele. A coinfecção por Candida albicans pode ser, em parte, responsável pelas lesões nas unhas e plantas dos pés desses cães. Os gatos acometidos provavelmente apresentam doenças alérgicas e metabólicas subjacentes, mas a infecção também pode ser favorecida por vírus imunossupressores, como o vírus da leucemia felina e o vírus da imunodeficiência felina e por distúrbios paraneoplásicos (alopecia paraneoplásica pancreática, dermatite esfoliativa com timoma). Os gatos Devon Rex têm predisposição a dermatite seborreica associada a alta população de Malassezia, que responde ao tratamento sistêmico com ITZ. Foram feitos achados semelhantes de dermatite seborreica associada a Malassezia em gatos Sphynx (CRAIG E. GREENE, 2015).
Durante muito tempo as leveduras do gênero Malassezia foram consideradas organismos desprovidos de poder patogênico. Sua ação como patógeno cutâneo, tanto em homens como nos animais, só foi reconhecida quando a eficácia dos tratamentos antifúngicos foi demonstrada, e quando as infecções por Malassezia foram reproduzidas experimentalmente (MANSFILD, BOOSINGER, ATTLEBERGER, 1990)
Em certas raças, a simples presença de dobras cutâneas cria um ambiente favorável ao desenvolvimento das leveduras lipofílicas (PLANT, ROSENKRANTZ, GRIFFIN, 1992; SCOTT, MILLER, GRIFFIN, 1996).
Assim como no meato acústico externo, a secreção de grande quantidade de cerúmen nas orelhas externa e média formam um substrato para a proliferação das leveduras (Huang, Little, Fixter, 1993). As dermatites relacionadas a fenômenos de hipersensibilidade, principalmente a atopia, são freqüentemente consideradas fatores predisponentes (MACHADO, 2001; MORRIS, OLIVER, ROSSER, 1998), embora alguns estudos considerem que a pele de cães atópicos não é mais favorável ao desenvolvimento de Malassezia pachydermatis do que a de cães portadores de outras dermatopatias (BOND et al., 1996).
A diminuição das defesas também pode favorecer a proliferação das leveduras, pois a dermatite por Malassezia, nos seres humanos, é freqüentemente observada em indivíduos imunodeprimidos assim como em gatos positivos para Leucemia Viral Felina (FIV) ou gravemente imunodeprimidos (SIERRA et. al., 2000). 
 Em relação às faixas etárias também não existe predisposição confirmada, embora se saiba que animais muito jovens ou muito idosos sejam menos imunocompetentes, ficando mais predispostos à infecção. 
Um estudo analisou as características moleculares de 110 amostras de Malassezia pachydermatis isoladas em casos clínicos de cães e gatos, e revelou a existência de 4 tipos geneticamente distintos com a seguinte distribuição: A (84,6%), B (11,8%), C(0,9%) e D(2,7%) (AIZAWA et al. 2001).
A Malassezia pachydermatis tipo A, foi isolada de lesõesde várias doenças como otite externa, piodermite, dermatites atópicas, dermatite alérgica a picada de pulga (DAAP) e seborréia, enquanto aquela dos tipos B, C e D foram isoladas somente nas otites externas (AIZAWA et al., 2001). 
As dermatites por Malassezia são, sobretudo, infecções oportunistas e não apresentam qualquer risco de contágio. A literatura relata apenas um caso de três cães da raça beagle de um mesmo canil que manifestaram, simultaneamente, dermatite generalizada por Malassezia (MILLANTA, PEDONESE, MANCIATTI, 2000) o que foi atribuído a um fator ambiental predisponente aos indivíduos.
A incidência de otite externa associada a Malassezia pachydermatis depende primariamente da quantidade de lipídeos (ácidos graxos), sendo mais secundariamete dependente da inflamação auditiva. A maioria das cepas de Malassezia pachydermatis isoladas crescem mais rapidamente em meios suplementados com ácidos graxos, indicando, assim, que a remoção mecânica destes lipídeos, por substâncias detergentes, pode ser um instrumento de controle destas leveduras no canal auditivo (MASUDA et al., 2000).
5. PATOGENIA
A malasseziose é o termo utilizado para caracterizar as dermatites causadas pelo aumento populacional da Malassezia spp. Esse aumento populacional normalmente está relacionado com algumas doenças primárias, como as endócrinas, imunológicas ou parasitárias, que afetam o sistema imune do animal e a pele do animal (SYNTEC). 
A Malassezia spp. é um fungo que habita a pele de cães e gatos. Quando se proliferam em excesso no sistema tegumentar ou no canal externo do ouvido, podem agir como patógenos, causando inflamação dos tecidos. Os fatores envolvidos na proliferação de M. pachydermatis e a sua passagem de comensal a agente patogénico não se encontram bem esclarecidos, mas pensa-se que envolvam fatores ambientais, do hospedeiro, assim como fatores de virulência da própria Malassezia (GUILLOT & BOND, 1999). 
A malasseziose parece ser mais comum em climas e estações do ano mais quentes e húmidas e em locais anatômicos como pregas cutâneas, o que vai de encontro com o que tem sido referido na literatura sobre a humidade como fator predisponente (SCOTT et al., 2001). 
As dermatites caninas por Malassezia spp. são consequentes ao aumento no contingente de leveduras na pele. Fatores como imunossupressão e alteração na microbiota e da integridade da pele geralmente estão associadas ao início da doença (MEGID, 2018).
5.1 FATORES DE VIRULÊNCIA DA MALASSEZIA SPP.
Os fungos do gênero Malassezia possuem fatores de virulência que contribuem para a patogenia da doença, como a produção de enzimas, e estas podem alterar o microclima cutâneo, como por exemplo: as fosfolipases que podem alterar a película lipídica cutânea, as proteases que podem induzir inflamação e prurido através da proteólise e ativação do complemento, enquanto as lipases alteram a produção de sebo e produzem ácidos graxos livres (os lipídeos libertados servem então para a nutrição do fungo mas também como proteção por inibição da multiplicação de outros microrganismos) (CHEN & HILL, 2005; NARDONI et al., 2008). 
A Malassezia possui zimogenios, pró-enzimas inativas, na sua parede celular capazes de ativar o sistema complemento, o que resultaria na lesão dos queratinócitos com o aparecimento de espongiose epidérmica, inflamação e prurido; para além disso, uma epiderme disfuncional que não consegue reter a água aumenta a humidade na superfície cutânea, e a disfunção da barreira pode permitir a exposição dos antígenos e produtos da Malassezia ao sistema imunitário levando à inflamação e/ou reação de hipersensibilidade (CHEN & HILL, 2005). 
O excesso de microorganismos na pele leva a produção exacerbada de enzimas proteolíticas e lipolíticas, que afetam o filme lipídico superficial da pele e produzem metabólicos de vários pesos moleculares. Tais metabólico desencadeiam reações de hipersensibilidade imediata tipo I (IgE-mediada) e hipersensibilidade tardia mediada por células. No entanto, essas leveduras não têm ação queratinolítica direta sobre a pele. Os eventos inflamatórios resultam da produção de citocinas, que ocasionam distúrbios inflamatórios na pele e proliferação da camada de células basais da derme (MEGID, 2018).
Podemos classificar a malasseziose como primária ou secundária. A malasseziose primária, menos frequente, acontece quando o animal não possui nenhuma alteração dermatológica, e após a proliferação do agente começa apresentar sintomas característicos da doença. Embora essas leveduras sejam consideradas oportunistas, elas também possuem capacidade de causar inflamações e reações de hipersensibilidade devido ao fato de produzir metabólitos nocivos e enzimas como as fosfolipases e proteinases (SYNTEC).
Já a malasseziose secundária, mais frequente, ocorre quando o animal possui alguma enfermidade na pele, que predispõe a proliferação da Malassezia spp. com maior facilidade. Nesse caso, a dermatite é agravada por consequência da multiplicação exacerbada desses patógenos que alteram ainda mais as funções de proteção da barreira cutânea, causando o aumento das lesões já existentes (SYNTEC).
6. SINAIS CLÍNICOS
Nos animais domésticos, a malasseziose ou dermatite por Malassezia spp., é uma dermatomicose observada frequentemente na rotina do clínico veterinário, estando, geralmente, associada a outras dermatopatias. A dermatite somente se desenvolve quando há reação de hipersensibilidade à Malassezia spp. no hospedeiro ou quando há um crescimento excessivo sobre a superfície cutânea. Em geral, a dermatite está vinculada a doenças primárias, tais como: dermatite alérgica atópica, hipersensibilidade alimentar, endocrinopatias e distúrbios da queratinização, podendo também ocorrer após antibioticoterapia prolongada (SCOTT et al., 2001). 
Desta forma, em indivíduos susceptíveis, ocorrem danos nos queratinócitos, o que leva a um aumento da umidade na superfície cutânea, favorecendo a proliferação de leverduras do gênero Malassezia, consequentemente esta ruptura na barreira epidérmica permite a exposição direta do agente com regiões sensíveis do hospedeiro, desencadeando reações inflamatórias e de hipersensibilidade, sendo evidente portanto, lesões primárias na pele do animal, seguido de incômodo prurido na região (CHAVES, 2007).
Fatores de virulência, como a alteração no equilíbrio da produção de ácidos graxos, por meio de lipases, causam a persistência de fatores microclimáticos que beneficiam o crescimento e desenvolvimento de leveduras de Malassezia spp., levando a ativação do sistema complemento, que provoca reações inflamatórias eritematosas, que tem como resposta a quadros mais intensos de plurido. Devido a isso é evidente áreas de alopecia nas áreas afetadas, descamação gordurosa, localizadas principalmente na região de dobras faciais, pavilhões auriculares, região ventral do pescoço e extremidade dos membros (CHAVES, 2007 Apud RHODES, 2005; WILKINSON & HARVEY, 1997). Nos casos crônicos a lesão cutânea apresenta hiperqueratose, hiperpigmentação e liquenificação, com odor desagradável característico (MEDLEAU & HNILICA, 2003).
FIGURA 1: Cão apresentando grau difuso de alopecia, eritema, hiperqueratinização, e pigmentação em região torácica e abdominal ventral e medial de membros torácico e pélvico por Malassezia spp.
Fonte: http://guiaanimal.blogspot.com/2017/02/malassezia-em-caes-e-gatos.html.
 B
A
FIGURA 2: A – Cão com quadro crônico de malasseziose. B – Cão com alopecia e eritema de região ventral-cervical e ventral-torácica. 
Fonte: https://www.portaldodog.com.br/cachorros/saude/malassezia-em-caes.
B
A
FIGURA 3: A - Cão apresentando otite (epitélio auricular interno eritematoso, oleoso, com mau cheiro, e prurido). B – Gato com alopecia na região superior do olho direito. 
Fonte: https://www.peritoanimal.com.br/malassezia-em-gatos-sintomas-diagnostico-e-tratamento-22495.html.
Nos gatos os sintomas incluem otite externa com cerúmen escuro e acne crônica no queixo, alopecia ou eritema e seborreia multifocal ageneralizada (MEDLEAU E HNILICA , 2003 ).
Outro achado comum nos casos de dermatite por Malassezia é a ocorrência simultânea de otite externa em cães, e dermatites seborréicas (MEDLEAU & HNILICA, 2003). A M. pachydermatis é a espécie mais comumente isolada em condutos auditivos externos, regiões perilabial, perianal e dobras cutâneas de cães sadios, como componente da microbiota cutânea (BOND et al., 2000).
Todavia, a presença de fungos do gênero Malassezia, são detectáveis mesmo em regiões inalteradas do corpo, em pequenos quantidades, ademais, grandes áreas colonizadas pelos fungos são provenientes de áreas com pele considerada anormal, ou seja, clinicamente eritematosa, oleosa ou seborreica (PLANT et al, 1992).
As regiões clinicamente mais afetadas são: anal, labial, meato acústico externo e espaços interdigitais, onde é evidente graus consideráveis de alopecia nas proximidades e prurido constante, o que agrava o quadro do indivíduo, devido estresse contínuo (BOND et al, 1995).
Scott & Miller (1989) relataram oito casos de alterações seborréicas crônicas e pruriginosas em cães da raça West Highland White Terrier, relacionadas a um defeito que denominaram de “displasia epidérmica”, caracterizada histologicamente por dermatite perivascular superficial hiperplásica e a presença de leveduras em brotamento na superfície e na queratina folicular, de onde M. pachydermatis foi isolada em culturas puras da superfície das lesões de pele.
O papel de M. pachydermatis como organismo associado às dermatites foi reforçado em 1991 por Mason & Evans, que demonstraram a presença da levedura por citologia, histopatologia ou por cultivo fúngico em material obtido de onze cães com prurido, nos quais o tratamento antifúngico foi efetivo para a resolução do problema.
6. DIAGNÓSTICO
Malassezia pachydermatis é considerado um organismo da microbiota cutânea da maioria dos vertebrados e ocasionalmente pode se tornar patógeno oportunista do em cães e gatos, podendo ser encontrado em locais anatômicos ricos em secreções lipídicas (GIUFFRIDA, 2018).
São leveduras unicelulares, ovoides a globosas e não micelianas que se reproduzem assexuadamente por brotamentos unipolares de base larga (GIUFFRIDA, 2018). Pode ser encontrado no reto, pele interdigital, sacos anais e vagina, que pode causar dermatite e otite externa.
Através de análise clínica são identificados pruridos, alopecia, liquenificação, hiperpigmentação, eritema e em alguns casos associar a atopia e alergia alimentar (RHODES, 2005). Atualmente, por meio de métodos sorológicos e genéticos, o gênero Malassezia e dividido em treze espécies, doze das quais são lipidiodependentes – furfur, globosa, obtusa, restricta, sloofiae, sympodialis, dermatis, nana, japonica, yamatoensis, equina e caprae – e uma não lipidiodependente – pachydermatis (MIRHEND et al., 2005, Cabañes et al. 2007).
Em cães e gatos, a colonização da pele por Malassezia ocorre logo no período perinatal (MORRIS, 2006). As espécies lipodependentes são maioritariamente encontradas no Homem e a pachydermatis quase exclusivamente encontrada em carnívoros domésticos e silvestres. Nos mamíferos caninos foram isoladas furfur e sympodialis e no gato furfur, sympodialis, nana e globosa (OUTERBRIDGE, 2006).
As lesões são placas eritematosas e escamativas de graus variáveis de extensão e intensidade (SAMPAIO et al., 2011). A citologia é o método usual para o diagnóstico por impressão ou de fita adesiva (imprint cutâneo) onde é confirmado ao serem encontrados mais de dois fungos redondos e ovais em crescimento excessivo por campo. No exame histopatológico da pele há dermatite perivascular superficial a intersticial linfohistocítica com fungos e ocasionalmente pseudohifas (MEDLEAU & HNILICA, 2003). Também pode-se realizar cultura fúngica de 30º a 27º para diferenciar Malassezia de candidíase.
7.1 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
7.1.1 Dermatofitoses
A dermatofitose é a infecção fúngica dos tecidos ceratinizados, extrato córneo, pêlo e unha, causada por dermatófitos dos gêneros Microsporum spp., Trichophyton spp., ou Epidermophyton spp. As lesões são caracterizadas por alopecia anular ou circinada, encobertas por escamas e de rápida expansão centrífuga (SCOTT et al., 2001; MORIELLO, 2004). Embora possa acometer animais de qualquer idade, sexo ou raça, alguns relatos mostram que animais jovens e de determinadas raças são mais susceptíveis (CABAÑES et al., 1997; BRILHANTE et al., 2003; BALDA et al., 2004).
O Microsporum canis, espécie zoofílica, é referido como o principal agente causador de dermatofitose, sendo o de maior ocorrência em cães e gatos, bem como o principal responsável pelas infecções dermatofíticas zoofílicas em seres humanos (MACIEL & VIANA, 2005).
O M. gypseum, espécie geofílica, é outro agente causador de dermatofitose em animais e humanos. A fonte de contaminação é o solo, principalmente aqueles ricos em debris de queratina como jardins, onde os animais costumam cavar. As espécies do gênero Trichophyton, em especial o T. mentagrophytes variante mentagrophytes, também podem causar dermatofitose em animais e no homem, porém sua ocorrência no Brasil é menor em relação às espécies do gênero Microsporum. O T. mentagrophytes var. mentagrophytes é dermatófito zoofílico, cujos principais hospedeiros são os roedores domésticos ou silvestres. A transmissão para o homem ou para outros animais ocorre ocasionalmente através do contato com roedores infectados ou portadores assintomáticos, ou ainda, através do contato com materiais contaminados presentes no meio ambiente, tais como pêlos ou escamas (PINTER & STRITOF, 2004).
7.1.2 Candidíase
As leveduras do gênero Candida são consideradas oportunistas, desta forma devido aos distúrbios nas proteções física, química e imunológica, tornando-se patogênicas e causadoras de dermatomicoses conhecidas como candidíase (MUELLER et al., 2002; MORETTI et al., 2004). A espécie C. albicans é a mais freqüentemente isolada em casos de candidíases animais (MORETTI et al., 2004). No entanto, outras espécies poderão acometer a pele de cães e gatos, tais como Candida guilliermondii (MUELLER et al., 2002) e C. parapsilosis (DALE et al., 1972). 
A candidíase cutânea, como desordem autônoma, é rara em cães e gatos. Quando presente observa-se dermatite papular, pustular ou ulcerativa exsudativa, podendo ser causada por diferentes espécies de Candida. Acomete a pele e locais de umidade persistente como membranas mucosas, junções muco-cutâneas, dobras ungueais e perineais (MEDLEAU & HNILICA, 2003). Comumente, está associada a neoplasias, doenças imunomediadas e ao uso prolongado de glicocorticoides e antibióticos (THOMPSON, 1990; SCOTT et al., 2001; WILLEMSE, 1995).
8. CONTROLE E PROFILAXIA
A dermatite por Malassezia não é uma patologia considerada contagiosa para outros animais ou para humanos, exceto no caso de indivíduos imunossuprimidos. E o prognóstico da dermatite por Malassezia pode ser considerado favorável quando a causa primaria for identificada e corrigida. (RHODES, 2005). 
Lukman apud Plant et al, (1992) descreve Malassezia pachydermatis como um organismo comensal comum dos sacos anais, meato acústico externo e pele de cães. Várias condições, tais como doenças endócrinas, imunológicas ou parasitarias poderiam alterar a “função de barreira” da pele e favorecer a reprodução exacerbada destas leveduras (CHEN & HILL, 2005). Além destes o estresse foi avaliado como possível fator desencadeante da manifestação clínica de uma infecção subclínica de M. pachydermatis (MACHADO, 2010).
Acredita-se que M. pachydermatis atue como um organismo oportunista em situações em que ocorram modificações no microclima da pele, tais como estados de hipersensibilidade, doenças endócrinas anomalias de queratinização, ou por administração prolongada de antimicrobianos ou glicocorticoides (SCOTT &MILLER, 1989;).
Tem sido também sugerido que o ato de coçar e lamber em cães com prurido pode ser a causa da propagação das leveduras para o resto do corpo, no qual, na pele, inflamada, úmida, com temperaturaelevada e traumatizada, poderia facilitar e exposição dos antígenos ao sistema imune. (PLANT et al., 1992; BOND et al., 1996).
Embora Malassezia seja classificada como patógeno secundário em cães com dermatite, esta levedura é frequentemente pró-inflamatória (Guillot et al., 1999a; Kennis et al., 1996), devido a sua capacidade de produzir enzimas como fosfolipases e proteinases e/ou metabolitos que podem causar reações inflamatórias ou de hipersensibilidade. (GUEHO et al., 1998; CHEN & HILL, 2005; ASHBEE, 2007). Entretanto, o exato mecanismo que favorece modificação do status de microorganismo comensal para a de um patógeno potencial ainda é totalmente desconhecido.
Em relação a predisposição sexual não há relatos na literatura que sugira que machos ou fêmeas sejam mais susceptíveis a dermatite por Malassezia. Quando há faixa etária, os dados são conflitantes, alguns estudos apontam que maioria dos casos ocorre em cães com mais de dois anos, outros com até dois anos e outros observaram maior frequência em cães entre dois e quatro anos (MACHADO, 2010). Referente a predisposição racial, estudos apontam que as raças poodle, Cocker, Dachshund e pastor alemão podem ser mais susceptíveis a manifestação da doença.
Sabe-se que os animais com orelhas pendulares podem apresentar características de temperatura e umidade no canal auditivo que favorecem a proliferação de agentes potencialmente patogênicos. (FERREIRA, 2016)
A falta de higienização do conduto auditivo do animal de forma adequada, permite que a Malassezia spp. se multiplique exacerbadamente e cause inflamação no conduto auditivo predispondo ou não a doença (SHEER, 2006).
O sebo da pele permitiria o crescimento da Malassezia e, assim, o desenvolvimento da infecção; portanto, a manutenção de reservatórios de sebo residual (como a higiene inadequada) poderia predispor ao surgimento da doença. Três fatores para o êxito da infecção consistem em: produção de sebo, metabolismo da Malassezia suscetibilidade do indivíduo.
É importante orientar o tutor para dar continuidade no tratamento até a resolução completa da infecção, evitando que o agente permaneça no conduto auditivo e possa em determinado momento causar lesão em ouvido interno ou médio, gerando alterações neurológicas subsequentes.(FERREIRA, 2016)
A incapacidade de identificar e corrigir doenças concomitantes pode resultar em infecções recidivante. Com frequência, o tratamento de manutenção intermitente ou continuo é necessário em animais que apresentam doença recidivante, particularmente em cães com doença alérgica inadequadamente controlada ou em cães nos quais a razão da suscetibilidade à doença não possa ser identificada. (GREENE, 2015, p 1331).
A importância de promover o bem-estar ao animal, eliminando as causas de estresse, torna-se evidente quando se trata em prevenir doenças que podem ser manifestas em ambientes de imunossupressão. A educação do proprietário e noções sobre posse responsável dos animais, aliado a outras medidas como a limpeza, a retirada do excesso de pelos e da umidade do conduto auditivo são imprescindíveis na profilaxia/controle da otite em cães. (OLIVEIRA et al, 2012).
9. CONCLUSÕES
É possível afirmar com este trabalho, que apesar dos fungos do gênero Malassezia spp. serem habitantes naturais da pele, quando este indivíduo é submetido a condições de estresse, leva-se este animal a uma situação de imunossupressão, onde este agente pode se multiplicar, causando alterações cutâneas incômodas, que podem se expandir para todo o corpo do animal.
Todavia, as condições de higiene são um outro fator fundamental que pode predispor ou proteger os indivíduos de se tornarem susceptíveis a malasseziose. Assim como a aglomeração de animais, onde há o hábito de lamberem uns aos outros, tanto para cães, quanto para gatos, ou ambiente que há disputa por território portanto com brigas constantes, estes animais encontram-se altamente expostos ao estresse, além de um meio insalubre, que se torna ainda mais perfeito para a disseminação generalizada entre os animais, no período de inverno com aumento da umidade.
Apesar de causar uma doença incômoda para os animais, a malasseziose por ação direta, possui prognóstico favorável, com tratamento tópico recomendado, e remoção das condições de estresse no qual o animal esteve submetido. Casos mais graves que levem ao óbito do animal, ocorrem por infecções concomitantes com maior capacidade patogênica e virulenta, que se aproveitam das condições de imunossupressão do hospedeiro. 
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