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DIREITO PENAL - PEÇA - 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE - MG.
Lucio Teixeira, brasileiro, casado, RG ..........., CPF .................., residente e domiciliado em Belo Horizonte MG, CEP........, vem, respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, através de seu advogado que este subscreve (procuração em anexo), PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 Pelos motivos que passa a expor:
I - DOS FATOS
O sr. Lúcio médico, formado há cinco anos e registrado perante o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) desde 2014, ano no qual se formou na Faculdade de Medicina. No dia 14 de dezembro de 2018, às 12:45. Uma paciente compareceu em sua residência para se submeter a uma bioplastia de glúteos, com aplicação de 200 ml de silicone em ambas as nádegas. Concluído o procedimento, a paciente não estava se sentindo bem (vômito e palidez), e a esposa Mariana questionou Lúcio se algo de errado havia ocorrido durante o procedimento. Em resposta ao questionamento da esposa Mariana, Lúcio afirmou que tudo havia transcorrido normalmente e que iria acompanhar a paciente até o hospital para que seu quadro de saúde fosse confirmado. No dia seguinte, buscando mais informações sobre o quadro de saúde da paciente, Mariana, a própria esposa de Lúcio decidiu realizar uma denúncia anônima, através do número 181, relatando todo o ocorrido às Autoridades Policiais, fornecendo, inclusive, o nome da paciente e o endereço de sua residência. De frente a tais informações, as investigações encabeçadas pela Autoridade Policial se iniciaram e, de prontidão, a paciente foi localizada em um dos hospitais da Capital Mineira, em estado crítico de saúde, vindo a falecer às 03h do dia 18/12/2018. Assim, no dia seguinte a morte da paciente (19/12/2018) as autoridades se dirigiram à residência de Lúcio para conduzi-lo à Delegacia mais próxima. Ressalte-se que todas informações que as autoridades policiais possuíam até este momento eram aquelas repassadas por Mariana, sem o conhecimento de Lúcio, por meio da denúncia anônima. A paciente (vítima), por estar sedada e em estado de saúde crítico, não prestou qualquer esclarecimento ou informação às Autoridades. Ao chegarem à Delegacia, o Delegado Souza, de posse de todas as informações, que à época eram mínimas, (relatos do disque denúncia e dos policiais) deu voz de prisão a Lúcio, lavrando o respectivo auto de prisão em flagrante delito da forma estabelecida na legislação pátria (pela prática do delito de homicídio doloso, previsto no artigo 121 do Código Penal) e o encaminhou ao Juiz competente no prazo devido. Comunicada a Autoridade Judiciária, esta determinou a apresentação de Lúcio, em audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte à prisão, ou seja, dia 20/12/2018. 
II – DO DIREITO
Neste caso em questão, atentamos a evidente existência de uma prisão ilegal, isto é, prisões determinadas sem a observância das previsões legais as deverão, nos limites de seu poder jurisdicional, determinar seu imediato relaxamento. 
Desse modo, é cabível em qualquer procedimento, para quaisquer crimes, quando houver excesso de prazo ou qualquer outra irregularidade na prisão. Por isso pedimos a imediata a soltura do doutor Lúcio, sem a imposição a ele de quaisquer restrições de direitos (medidas cautelares) por se tratar da anulação de um ato praticado com violação à lei. O relaxamento de prisão tem previsão legal no art. 5º, inciso LXV da Constituição Federal que diz: 
“LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”;
Desse modo para ser flagrante, que se dá sempre que o indivíduo for surpreendido e capturado no momento do cometimento da infração penal, sendo ela tentada ou consumada. 
Tendo sua previsão legal no artigo 302 do Código de Processo Penal: “Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração”.
Desse modo, na situação em que Lúcio foi preso não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas no artigo 302 do CPP. O suposto crime ocorreu na residência de Lúcio no dia 14/12/2018 e ele foi conduzido pelos policiais militares à Delegacia somente no dia 19/12/2018, ou seja, somente após 5 (cinco) dias, o que descaracteriza o flagrante.
De acordo com o artigo 310 do CPP é claro ao dizer sobre uma prisão em flagrante ilegal:
Art. 310.  Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente
I - relaxar a prisão ilegal; 
III- DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto acima requer
PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO - sem flagrante do Requerente, por sua absoluta ilegalidade, com a imediata expedição de alvará de soltura.
Termos em que,
Pede deferimento.
Belo Horizonte, 20 de Dezembro de 2018
___________________________________________
Lúcio Teixeira, CPF xxx.xxx.xxx.xx
__________________________________________
Assinatura do advogado 
OAB nº xxxxxxxx

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