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Prática Simulada 3 - Aulas

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AULA - 1 
O artigo 44 do código de processo penal exige procuração com poderes especiais para a propositura da queixa crime. 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
PROCURAÇÃO 
FULANA DE TAL, (NACIONALIDADE), (PROFISSÃO), (ESTADO CIVIL), portadora da Cédula de Identidade (RG), inscrita no CPF sob nºXXX, residente e domiciliada no endereço (DESCREVER O ENDEREÇO), (ENDEREÇO 
ELETRÔNICO DA PESSOA OUTORGANTE), nomeia e constitui como seu procurador o advogado (NOME DO ADVOGADO), inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob nº (OAB), com escritório profissional no (ENDEREÇO PROFISSIONAL), com SOCIEDADE DE ADVOGADOS DEVIDAMENTE INSCRITA NA SECCIONAL DO RIO DE JANEIRO SOB O Nº 123456, (ENDEREÇO ELETRÔNICO DO 
ADVOGADO), a quem concede, com fulcro no art. 44 do Código de Processo Penal, 
PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM JUÍZO COM QUEIXA CRIME em face de TÍCIO, (QUALIFICAÇÃO), porque, há menos de seis meses, precisamente no dia (DATA DO FATO), por volta das 07:30 horas, na rua (LOCAL DO FATO), na presença de terceiros, dirigiu-se à pessoa da outorgante, de seu cônjuge e de seus filhos com palavras injuriosas e de baixo calão, chamando-a de vagabunda, dizendo que ela não valia nada e que ela não passa de uma prostituta, que a outorgante e seu esposo são uma família de gente vagabunda, ladrões, mau pagadores, desonestos e que seu cônjuge é o corno frouxo e que seria o laranja da família de vagabundos porque ele só servia para isso. Ainda no mesmo evento, ameaçou sua integridade física caso ela não pagasse o dinheiro que devia a ele e ameaçou quebrar toda a casa da outorgante, além de desferir 2 (dois) tapas em sua face, tendo assim praticado contra a mesma o crime de INJÚRIA REAL, previsto no art. 140, §2º, c/c art. 141, todos do Código Penal Brasileiro, motivando a presente representação, conferindo ainda, os poderes os constantes da cláusula “AD JUDICIA” para o foro em geral, em qualquer Juízo ou grau de jurisdição, podendo propor e variar ações e recursos, desistir, transigir, concordar, assinar termos processuais de qualquer natureza; requerendo certidão de qualquer natureza, preenchendo formulários, fazendo declarações e assinando tudo o que necessário for; substabelecer, com ou sem reservas, e praticar TODOS OS DEMAIS ATOS PESSOAIS em direito permitido para o fiel cumprimento deste mandato. 
LOCAL E DATA 
_____________________________ 
FULANA DE TAL 
 
OBS: Restou claro que a procuração para queixa-crime exige a descrição dos fatos, é uma exigência, ou seja, é INDISPENSÁVEL. 
Outros exemplos de crime que se procedem mediante queixa crime: Art. 163, parágrafo único, inciso IV CP e Art. 164 CP 
 
AULA 2 
Pedro, engenheiro de uma renomada empresa da constr ução civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Além disso, também utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo. No dia 19/04/2016, sábado, Pedro comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Pedro, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Pedro. Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha e, com o propósito de prejudicar Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrêlo! Imediatamente, Pedro, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Pedro, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Pedro tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Pedro procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados quatro meses da data dos fatos, Pedro procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Pedro, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. Indique também o último dia para oferecimento da peça cabível. 
· A peça cabível é uma queixa crime, é facíl de identificar porque não se fala em oferecimento de denúncia, também não se fala em citação (ou seja, não há processo) e também não se fala de sentença ou alegações finais. 
· Há apenas uma narrativa dos fatos, aonde se identifica crimes contra a honra. 
· Injúria é honra subjetiva, trata do que o sujeito achaa dele mesmo; 
· Difamação é honra objetiva, é a sua reputação perante a sociedade, via de regra constroi o fato e inclui determinado lugar ou ambiente. (“com o propósito de prejudicar Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrêlo”)
· “Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais”; Com isso, devemos observar se a queixa crime será proposta na vara criminal (crimes com pena maior que 2 anos) ou no JEC (crimes com pena até 2 anos). 
· Concurso de crime formal (há uma exasperação da pena) ; Helena praticou em uma conduta dois crimes de menor potencial ofensivo. 
· Devemos pegar a pena máxima dos dois crimes (injuria = 6 meses e difamação = 1 ano), trasnforma-se em meses e aplica o aumento do art.70, CP (1/3). 18 meses + 1/3 = 24 meses (2 anos). 
· Concluimos que a queixa crime deve ser endereçada para o juizado especial criminal. 
· Haverá o caso de aumento de pena do art. 141, III, CP se a difamação ou a injúria foram praticadas por meios que facilite a vizualização, porém só será aplicado no momento de aplicação da pena e não contará esse aumento no momento de identificar a competência. 
· Para colocar gratuidade deve-se ter no enunciado algo que direcione para isso nos fatos. 
PEÇA 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI - RJ 
 
(Espaço de linhas) 
 
 
 	 	PEDRO, (qualificação completa), vem, por seu advogado infra-
assinado,cuja procuração com poderes especiais nos moldes do artigo 44 do CPP se apresenta, vem, com fundamento no artigo 100 § 2º do Código Penal c/c artigo 
30 e 41 do Código de Processo Penal, oferecer, tempestivamente, a presente 
QUEIXA-CRIME 
 Em face de HELENA, (qualificação completa), pelos motivos a seguir aduzidos: 
DOS FATOS 
(Narrar os fatos de forma simples, reduzida, com descrição de todas as circunstâncias em que o crime ocorreu fornecidas no enunciado da questão) 
 
DO DIREITO 
(Adaptação do que ocorreu no mundo dos fatos com preceitos legais. Colocar dispositivos de lei) 
1. 	DA INJÚRIA – ART. 140 DO CP 
 PEDRO, ora Querelante, teve sua honra subjetiva ferida por HELENA, ora Querelada. 
 A Querelada no dia 19/04/2016, chamou o Querelante de “idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha” em sua página pessoal em uma rede social, estando evidente a intenção da querelada em injuriá-lo. 
 Como se sabe, não há qualquer mandamento legal que permita à Querelada ofender o Querelante, sendo os xingamentos totalmente descabidos. 
 Assim, evidencia-se que a Querelada, com vontade livre e consciente de injuriar o Querelante, proferiu ofensas, fazendo com que o bem juridicamente protegido pelo Estado, neste caso, a honra subjetiva, fosse violada. 
 Como se constata, a única e exclusiva vontade da Querelada foi a de ofender o sentimento de dignidade da vítima como bem descreve Aníbal Bruno (BRUNO, Aníbal. Crimes contra a pessoa, p. 300). 
 Após tais esclarecimentos e com base nos fatos narrados, é explícita a configuração do crime de Injúria, pois houve o animus injuriandi por parte da Querelada, configurando assim o dolo na conduta. 
2. 	DA DIFAMAÇÃO – ART. 139 DO CP 
 	 	Se depreende dos fatos, que a Querelada também no dia 
19/04/2016, imputou fato ofensivo à honra objetiva do Querelante, ao afirmar que “ele trabalha todo dia embriagado! Afirmando que “no dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo”. 
 Dessa forma, resta devidamente comprovado através do conteúdo impresso e entregue pelo Querelante na Delegacia, que a sua reputação fora violada perante a sociedade, com descrição de fato difamatório, ferindo assim a sua honra objetiva, bem jurídico tutelado pelo Estado. 
DA CAUSA DE AUMENTO DO ARTIGO 141 III DO CÓDIGO PENAL 
 Como se denota, as ofensas foram perpetradas por meio que facilitou a propagação da injúria e difamação, visto que as ofensas foram praticadas no perfil pessoal do Querelante através de rede social, onde todos os contatos do Querelante podem visualizar, motivo pelo qual se faz necessário o reconhecimento da causa de aumento contida no artigo 141, III do CP. 
DO CONCURSO FORMAL DE CRIMES – ARTIGO 70 DO CP 
 Conforme provas carreadas na presente peça acusatória, a Querelada praticou dois crimes mediante uma só ação, restando claro a prática dos fatos delituosos mediante concurso formal de crimes. 
DOS PEDIDOS 
 	 	Isto posto, requer: 
1. A designação de audiência preliminar (ou de conciliação); 
2. A citação da Querelada; 
3. O recebimento da queixa crime; 
4. A oitiva das testemunhas arroladas; 
5. A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos artigos 139 e 140 c/c o Art. 141, III, n/f do Art. 70, todos do CP; 
6. A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV do CP; - é uma exigência da peça – grifo nosso
 
Nestes termos, 
Pede Deferimento. 
Local, 18 de outubro de 2016. 
ADVOGADO 
OAB/UF 
Rol de testemunhas; 
1. Marcos (qualificação) 
2. Miguel________ 
3. Manuel_______ 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
· Artigos 38, 41 e 44 do CPP; 
· Prazo: 06 meses – art.38, CPP (decadencial) c/c ar.10, CP (prazo material); – atenção a forma de contagem do prazo; - se conta em dias corridos ininterruptos, a partir do momento do descobrimento do fato (19/04 – 18/10); inclui o primeiro dia e exclui o ultimo dia. 
Prazo processual -art. 798, CPP. 
· A peça serve para iniciar a fase processual da persecução criminal para aqueles crimes de ação penal privada; 
· Peça privativa de advogado para os crimes de ação penal privada, ou seja, aqueles que expressamente o legislador informa somente procederem mediante queixa; 
· no concurso de crimes observar as regras dos artigos 69, 70 e 71 do CP; 
· Exemplos de crimes que se procedem mediante ação penal de iniciativa privada (queixa crime): Artigos – 138, 139, 140, 161 II, 163 IV, 167, 179, 184 a 186 e 345 todos do CP. 
AULA 3
Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016. Mateus procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. 
Disse, então, a seu advogado que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Indique, ainda, o último dia para oferecimento da peça cabível. 
· Por a peça ser privativa do advogado, já se descarta o HC;
· O crime imputado é um estupro de vunerabilidade pelo dissernimento. (217-A, §1º) – ação penal pública incondicionada 
· Deve primeiro saber em que procedimento caberá o processo (ordinário, sumário ou sumaríssimo): Pena máxima do crime + art.394, CPP
· Ordinário (art. 394, §1º, I, CPP): crime com a pena igual ou maior que 4 anos. A pena máxima do crime imputado é 15 anos. 
· Após saber que o procedimento é ordinário, deve-se observar em que momento do procedimento estamos:
· “O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016.” A peça dentro do procedimento ordinário que o réu deve apresentar após ser citado após recebimento de denúncia é a resposta do acusado ou reposta de acusação. 
· Sabendo que peça será a resposta do acusado, com fundamentos nos arts. 396 c/c 396-A, CPP;
· O que pode ser apresentado na resposta acusação? 
 As pesquisas têm a seguinte ordem: 
1. Exceções (art. 95 do CPP); 
2. Não recebimento da ação penal (art. 395 do CPP);3. Preliminares, consagradas por meio da extinção da punibilidade do artigo 107 do CP e das nulidades contidas no artigo 564 do CPP que podem se manifestar por meio de ofensas constitucionais ou desrespeitos às formalidades exigidas em atos jurídicos; 
4. No mérito, a busca única e possível pela absolvição sumária do art. 397 do CPP; 
5. Provas, em especial a testemunhal, já que normalmente nos enunciados verificamos nomes fornecidos – se não aroolar as testemunhas nesse momento ficará a depender da concordância do juiz ou do MP, podendo gravemente ocorrer a preclusão. 
PEÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE________________. 
(ESPAÇO DE LINHAS)
 MATEUS, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, por seu advogado infra-assinado, com procuração em anexo, com fundamento nos artigos 396 c/c 396-A do CPP, tempestivamente (por causa do prazo de 10 dias que o acusado tinha pra resposta – grifo nosso) apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
pelos motivos a seguir aduzidos: 
-I- 
DOS FATOS 
 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2016 supostamente teria se dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a exordial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
-II- 
DO NÃO RECEBIMENTO DA AÇÃO PENAL (OU PELA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA) – ARTIGO 395, III DO CPP 
OBS MINHA: Se o MP não trouxe um documento hábil a comrpovar que Maísa tinha deficiência mental, ele não poderia oferecer a denúncia, pois não tinha documentos suficientes a embazar o lastro probatório mínimo de autoria e materialidade; isto é, não há justa causa que é condição da ação. 
 A denúncia imputa ao réu, a prática do crime do artigo 217-A §1º do CP, sob o argumento de que a suposta vítima teria sido constrangida, ainda que sem violência real ou grave ameaça, a praticar conjunção carnal com o acusado, pois, a suposta vítima teria debilidade mental e que por tal motivo, não tem o necessário discernimento para consentir a prática do ato. 
 Entretanto, devemos nos atentar para o fato de que o réu desconhecia a alegada condição de deficiência mental da suposta vítima, bem como havia anos que a suposta vítima era sua namorada. 
 Ademais, por se tratar de crime de estupro de vulnerável em razão de debilidade mental, que dificultaria o discernimento para a prática do ato, é imprescindível que seja trazido pelo titular da ação penal, laudo técnico (teste de sanidade mental) que ateste a deficiência cognitiva da suposta vítima, o que não se vislumbra no presente caso. 
 Dessa forma, a exigência do teste de sanidade mental se deve ao fato de que o crime só se caracteriza, se a vítima não possuir o discernimento necessário para a prática do ato em razão de debilidade cognitiva, o que deve ser demonstrado via prova pericial. 
 	 	Do exposto, a presença do laudo técnico que ateste a vulnerabilidade da suposta vítima é imprescindível, já que não estamos diante de uma vulnerabilidade presumida. 
 Vale ressaltar, que a ausência do elemento informativo que comprove a deficiência mental da suposta vítima, vulnera o princípio da ampla defesa, direito fundamental do acusado. 
 Assim, resta claro, que não há justa causa (art. 395 III do CPP) para a propositura da ação penal, devendo a denúncia ser rejeitada, devendo a decisão que recebeu a denúncia ser retificada. 
-III- 
DO DIREITO 
OBS MINHA: Por ter feito o pedido de rejeição da denúncia, não preciso trazer para o campo do mérito as minhas defesas, pois caso não seja rejeitada a denúncia o MP já irá saber todas as teses defensivas do acusado. 
Nem pode pedir a absolvição sumária porque as hipóteses são taxativas (art. 397-A, CPP) e enhuma delas se enquadra. 
 Por outro lado, se Vossa Excelência entender que os argumentos da defesa não devem prosperar, a inocência do acusado será demonstrada no decorrer da instrução processual. 
-IV- 
DOS PEDIDOS 
 	 	Isto posto, requer: 
1. A rejeição da denúncia nos termos do artigo 395, III do CPP; 
Subsidiariamente, requer: 
2. A submissão da suposta vítima à perícia judicial com o fim de atestarmos sua sanidade mental; 
3. A intimação das testemunhas abaixo arroladas para serem ouvidas em juízo: 
Testemunha 1: Romilda, qualificada à fl. ___ 
Testemunha 2: Geralda, qualificada à fl. ___ 
Testemunha 3: Maísa, qualificada à fl. ____ 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
Local, 28 de novembro de 2016. 
Estamos diante de um prazo processual, conta-se a partir do dia que ele foi citado, excluindo o primeiro e contando o último (19/11/2016 – 28/11/2016), o prazo é de 10 dias. (art.10, CP)
Advogado OAB nº. 
 
AULA 4 
 Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. 
 No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação. 
 O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Analisa, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. 
 Por Analisa ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. 
 O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, local de residência do réu. 
 Jorge, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. 
 Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. 
 As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. 
 As testemunhas de defesa, amigos de Jorge, disseram que o comportamento e a vestimenta da Analisa eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Jorge não estava embriagado quando conheceu Analisa. 
 O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Analisa, por ser muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. 
 A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. 
 O Ministério Público pugnou pela condenação de Jorge nos termos da denúncia. 
A defesa de Jorge foi intimada no dia 24 de abril de 2014 (quintafeira). 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidadede impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
OBSERVAÇÕES!!!!! 
· Para identificar o procimento da peça é importante saber a pena do crime, no caso o procedimento será ordinário. 
· O procedimento ordinário ele inicia com o recebimento da deenúncia, ocorre a citação, o réu apresenta a resposta de acusação, após, se o juiz não voltar atrás no recebimento da denúncia ou não absolver sumariamente o réu, ele marcacá a AIJ (400, CPP), após seguido o procedimento do art.400, CPP o juiz não poderá sentenciar o réu sem o mesmo fazer as suas alegações finais. 
· lei 8.072/90 – é a lei de crimes hediondos;
· “O réu, em seu interrogatório...”- ultimo ato procedimental da AIJ do art. 951, CPP. 
· Acabado o interrogatório, estamos no final da instrução processual e a sentença; 
· Trata-se de peça de alegações finais ou memóriais, apresentada no último momento antes da sentença penal e que serve para demonstrar e condensar todas as teses acusatórias e defensivas. 
· É importante colocarmos na elaboração o maior número de teses possível, alternativas, se for o caso e, logicamente demonstrando sempre a melhor tese em primeiro plano. 
· Vale observar, ainda, que, nos demais procedimentos (sumário, sumaríssimo, júri etc.), as alegações finais serão somente orais, todavia a prática jurídica vem permitindo a aplicação por analogia do procedimento ordinário, conforme art. 394 §5º do CPP 
· Em regra as alegações finais são orais, podendo ser em razão da complexidade do caso (numero de acusados) ou em razão do dirigências requeridas, pode ser inicialmente na forma do art.403, §3, CPP ou na forma do art.404, §ú, respectivamente.
PEÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DE CURITIBA - ESTADO DO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JORGE, já qualificado nos autos ação penal em epígrafe, vem, a presença de Vossa Excelência, através de seu advogado infra-assinado, apresentar com fulcro no artigo 403 § 3º do CPP 
MEMORIAIS 
 	 	Pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
-I- 
DOS FATOS 
 	 Jorge estava em um bar com outros amigos, onde conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias e, Analisa de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. 
 No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação. 
 O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida pelo Ministério Público Estadual, pois o pai de Analisa, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. 
 O Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. 
-II- 
DO MÉRITO 
A) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA – DO ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU ESSENCIAL – ARTIGO 20 DO CP 
OBS MINHA: Devido Jorge está em bar de adulto, acreditou seriamente que só haveria maiores de 18 anos no bar, por isso caberá erro do tipo. 
 Como se denota dos autos, agiu o réu em erro de tipo escusável ou essencial. 
 O tipo penal descrito na denúncia exige que o réu tenha ciência de que se trata de menor de 14 (quatorze) anos e, conforme a doutrina e jurisprudência, quando verificado no caso concreto, a absoluta impossibilidade de conhecimento da idade da vítima, incide o acusado em erro de tipo essencial. 
 A incidência do erro de tipo essencial se deve ao fato de que, o réu naquele momento não poderia presumir a real idade da suposta vítima, pois estavam em um bar para adultos, com entrada proibida para menores de 18 anos de idade, ademais, a suposta vítima não aparentava ser menor de 14 (quatorze). 
 Resta claro, que o agente sempre acreditou que estava praticando ato sexual de forma lícita e nunca negou que teve a intenção de praticar conjunção carnal com Analisa. 
 Na leitura da realidade, o réu acreditou estar praticando ato sexual com pessoa maior de 14 (quatorze) anos, valendo ressaltar, que qualquer pessoa naquelas circunstâncias incidiria em erro de tipo essencial e como não há estupro de vulnerável na forma culposa, a solução é a absolvição do réu com base no artigo 386 III do CPP. 
B) DA NÃO OCORRÊNCIA DO CONCURSO MATERIAL – CRIME ÚNICO 
OBS MINHA: Houve apenas um unico ato, não sendo cabível o MP aalegar concurso de crimes (art.69, CP)
 Se por ventura, for o réu condenado, não deverá ser aplicado ao o concurso material de crimes, haja vista ser o tipo penal imputado ao acusado crime único. 
 A prática de sexo oral e vaginal no mesmo contexto configura crime único, pois a reforma penal oriunda da Lei 12.015/2009 uniu as figuras típicas do atentado violento ao pudor e estupro em uma única figura, sendo, portanto, um crime misto alternativo. 
C) DA AUSÊNCIA DE EMBRIAGUEZ PREORDENADA 
 O Ministério Público requereu a condenação do réu com a agravante da embriaguez preordenada, entretanto, tal argumento não deve prosperar, pois não foram produzidas provas no sentido de que o réu se embriagou com o intuito de tomar coragem para praticar o crime, devendo ser afastada a referida. 
D) DA DOSIMETRIA DA PENA E DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 No presente caso, estamos diante de réu primário, de bons antecedentes e por existir crime único e não concurso material, o réu faz jus a fixação da pena-base no mínimo legal, com a consequente fixação do regime semiaberto. 
 A fixação do regime semiaberto se deve ao fato de que o STF declarou inconstitucional o artigo 2º §1º da Lei 8072/90, devendo o magistrado ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. Assim, diante da ocorrência de crime único, cuja pena deverá ser fixada em 8 (oito) anos de reclusão com a correta aplicação do regime semiaberto para início de cumprimento de pena, pois o artigo 33, §2º, alínea “a”, do CP, impõe o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 (oito) anos, o que não é o caso. 
-III- 
DOS PEDIDOS 
 	 	Diante do exposto, requer-se: 
A) A absolvido do réu por atipicidade da conduta nos moldes do artigo 20 do CP c/c artigo 386, III, do CPP; - erro do tipo essencial
 	 	Diante da condenação, de forma subsidiária requer: 
B) Afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único; 
C) Fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante da embriaguez preordenada; 
D) Fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, § 2º, alínea “b”, do CP, diante da inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da lei 8.072/90. 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
Local, 29 de abril de 2014. 
O prazo pros memoriais é 5 dias; a defesa foi intimada em 24/04/2014 (quinta-feira) – último dia do prazo 29/04/2014 (terça – feira).
ADVOGADO 
 OAB Nº 
 
AULA 5 
 Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompidaem razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. 
 Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP. O processo foi normalmente instruído, tendo sido realizadas todas as oitivas da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do art. 411 do CPP. A defesa de Tício foi intimada no dia 9 de fevereiro de 2017 (quinta-feira). Registre-se que Tício respondeu ao processo em liberdade. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, as teses jurídicas pertinentes. 
· O carro capotou devido o excesso de velocidade em razão de uma imprudência, gerando a expulsão do feto de Maria; 
· O procedimento a ser usado no art. 125 do CP é o rito especial do tribunall do juri,pois o crime imputado é crime contra a vida;
· Primeira fase do procedimento do juri – AIJ (art.411, CPP);
· No procedimento especial do juri há duas fases: 
· Juizo de admissibilidade da acusação -> Recebimento da denúncia -> Marcação da audiência -> audiência de istrução e julgamento -> o juiz abrirá prazo memorial
· No procedimento do juri, não temos previsão legal de alegações finais escritas de memoriais, o art. 403, §3º, CPP será aplicado por analogia; 
· O fundamento da peça será art. 394, §5º c/c 403, §3º, CPP; 
 PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA 
DO JÚRI DA COMARCA_________ 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº 
 
 
 
 TÍCIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS OU MEMORIAIS 
com fulcro nos artigos 394, §5º c/c 403, §3º, ambos Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
DOS FATOS 
 	 	Narra a denúncia, que Tício ofereceu carona a Maria que estava grávida. 
 Entretanto, segundo o narra a exordial acusatória, Tício teria dirigido de forma imprudente no caminho de volta, imprimindo velocidade excessiva, sem observar o seu dever objetivo de cuidado e ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. 
 O socorro foi devidamente acionado e os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. 
 	 	Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. 
 	 	Assim, o acusado foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas do art. 125 do CP, entretanto, os fatos narrados na peça ministerial não devem prosperar, devendo o acusado ser absolvido sumariamente, não sendo, portanto, submetido ao Tribunal do Júri. 
DO DIREITO 
DA ATIPICIDADE DA CONDUTA - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE 
CRIME DE ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO NA FORMA CULPOSA – 
ABSOLVIÇÃO COM FULCRO NO ARTIGO 415 III - CPP 
OBS MINHA: Via de regra os acidentes na direção de veícuo automotor, ocorrem por, negligência, imperia, imprudência e previsibilidade do resultado, é a culpa; 
Não há a modalidade culposa no aborto praticado por terceiro, e por estamos no rito do juri da primeira fase aplica-se o art. 415, III do CPP.
 Inicialmente, é importante ressaltar que o Código Penal não traz a previsão do aborto provocado por terceiro na forma culposa, sendo, portanto, o dolo elemento subjetivo do tipo penal imputado ao acusado. 
 Ademais, ficou claro que Tício agiu de forma imprudente e a diferença entre dolo e culpa torna-se ainda mais clara quando se entende o que é culpa. Um crime culposo não acontece simplesmente porque alguém não tinha a intenção de que ele acontecesse. 
 O que se pretende afirmar é: para que um crime seja culposo, quem o cometeu deve ter cometido uma conduta voluntária que gerou um dano involuntário devido à negligência, imprudência ou imperícia. Por isso, nos crimes culposos, a vontade está apenas na prática do ato, e não no objetivo de resultado. 
 Também não há nos autos, qualquer prova que Tício tenha agido com dolo eventual. 
 Logo, como não houve previsão legal da modalidade culposa do aborto provocado por terceiro, não tem razão o Ministério Público, visto que, a expulsão do feto se deu culposamente na direção de veículo automotor, sendo, portanto, um indiferente penal. 
 Nestes termos, faz-se necessária a absolvição sumária do acusado nos termos do artigo 415 III do CPP. 
DOS PEDIDOS 
 	 	Diante do exposto, requer-se: 
1. Seja reconhecida a atipicidade da conduta de Tício com a consequente absolvição sumária do acusado, na forma do artigo 415, inciso III, do CPP. 
Nesses Termos, 
Pede deferimento. 
Local, 14 de fevereiro de 2017. 
O prazo para as alegações finais (art.403, §3º, CPP) são de 5 dias, a defesa foi intimada dia 09/02 (quinta feira), conta no primeiro dia últil após a intimação (14/02) – encerra-se o prazo. 
 Advogado OAB nº 
AULA 6 
 Alberto e Benedito foram presos em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, que haviam acabado de furtar. 
 O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionado regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal, motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. 
A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida para juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. 
Elaborar na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível. 
· Estamos diante e um furto qualificado por concurso de pessoas; 
· Será o procedimento ordinário, porém não houve oferecimento e nem recebimento de denúncia, como também não houve citação, nem AIJ e nem oitiva de testemunhas, nem sentença... 
· Temos uma prisão em flagrante, que tudo indica que é uma prisão em flagrante legal
· O enunciado só nos diz que foram presos em flagrante (art. 302, II) em um automovel que acabaram de furtar , foram apresentaodos a autoridade competente (304), presumi-se que a familia foi comunicada da prisão, como também o MP e o Juiz (306), a nota de culpa também foi fornecida (306, §2º). O art. 306, §1º diz que o juiz deve ser comunicado em 24 horas, como o enunciado não trás se o juiz foi comunicado nesse prazo legal, presumi-se que foi realizado dentro do prazo. 
· A peça será uma liberdade provisória (fundamentos , porque estamos diante de uma prisão em flagrante legal aonde devemos discutir a desnecessidade da prisão preventiva, devemos dizer ao juiz que não deve converter a prisãoo em flagrante em preventiva, porque não há fundamento e nem motivo para tal, o réu é primário e trabalhador. 
· Pode fazer o pedido de liberdade provisória enquanto perdurar a prisão em flagrante, por esse motivo não há prazo legal. 
· Deve-se se atentar a isso, porque se o juiz receber a prisão em lagrante e converter para prisão preventiva, não será mais cabível a liberdade provisória. 
· Se o enunciado nos trouxesse alguma ilegalidade quanto ao procedimento da prisão em flagrante, poderia caber um HC ou relaxamento, pois não seria legal a conversão da prisão em flagrante em provisória havendo ilegalidades no procedimento. Como estamos entre uma prisão em flagrante e uma comunicação de prisão ao juiz, só caberá liberdade provisória. 
· O delegado não arbitroua fiança devido o tantum da pena (322, CPP), porque o crime não pode ter pena superior a 4 anos, só assim poderá ter arbitração de fiança. 
· O §ú do art. 322, diz que nos casos em que a pena do crime for maior que 4 anos, o juiz pode arbitrar a fiança caso seja requerida, pode ser liberdade provisória com ou sem fiança: 
Com fiança: o juiz determina um valor; 
· As hipóteses que excluem a possibilidade de concessão de fiança são dos arts. 323 c/c 324;
· Mas o juiz pode dar a liberdade provisória sem o pagamento da fiança (art.350).
PEÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ALBERTO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº _, inscrito no CPF nº _, residente e domiciliado no endereço _, Cidade_, vem, por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), com fundamento no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal c/c os artigos 310 III e 321 ambos do Código de Processo Penal, requerer, com base nos fatos e fundamentos abaixo 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
DOS FATOS 
 Conforme se verifica dos autos, o requerente foi preso em flagrante pela suposta prática do crime de furto qualificado (artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal) de veículo automotor. 
 Diante da impossibilidade legal do Delegado em arbitrar fiança, o requerente foi encaminhado para o cárcere e a prisão em flagrante devidamente comunicada à Vossa Excelência. 
DO DIREITO 
 Se extrai do Auto de Prisão em Flagrante (APF), que o requerente tem direito ao benefício da liberdade provisória com ou sem fiança, valendo ressaltar, que o crime supostamente praticado pelo requerente, não se enquadra nas hipóteses dos artigos 323 e 324 do Código de Processo Penal, que excluem a possibilidade de concessão de fiança. 
 Ademais, não ficou demonstrada a existência dos requisitos ensejadores da prisão preventiva (artigo 312 do Código de Processo Penal), bem como, por se tratar de requerente primário, possuidor de bons antecedentes e trabalhador, a concessão de liberdade provisória é medida que impõe, visto que, a regra é a liberdade e a exceção é a prisão. 
 	 	Como dito, por ser a prisão a exceção, se Vossa Excelência não conceder a liberdade provisória com ou sem fiança ao requerente, subsidiariamente, o requerente faz jus a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão do artigo 319 do CPP. 
DO PEDIDO 
 	 	Diante do exposto, requer: 
1. Seja deferido o pedido de liberdade provisória com ou sem fiança, expedindo-se o respectivo alvará de soltura em favor do requerente, ante a ausência dos requisitos da prisão preventiva 
Nunca esquecer de pedir o expedimento do alvará de soltura, isso é a formalidade da peça 
2. Subsidiariamente a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão contidas no artigo 319 do CPP com a expedição do alvará de soltura. 
Nesses Termos, 
Pede deferimento. 
Local, Data. 
Advogado 
OAB nº 
AULA 7 
 No dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por uma guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais constataram que o Matias dirigia veículo produto de crime. 
 Desta maneira, Matias foi preso em flagrante delito pelos PM´s como incurso nas penas do art. 180, do CP. 
 Já em sede policial, a Sra. Miranda, proprietária do veículo, reconheceu, em conformidade com o art. 226 do CPP, Matias como autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016. 
 	Observado o procedimento de lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, Matias agora encontra-se preso, como autor do delito previsto no art. 180 do CP. Você, advogado criminalista é procurado pela família de Matias para tomar as medidas cabíveis nesse caso. 
· Não há, oferecimento de denúncia, recebimento de denúncia, não há designação a AIJ, nem intimação para alegações finais, como também não é um crime doloso contra a vida, não tem ação penal em curso; nós temos uma narrativa de prisão em flagrante, devendo ser observado: 
· Analisar e verificar se há todos os procedimentos da prisão em flagrente até a lavratura do auto da prisão em flagrante, feito isso; 
· Analisar se há alguma ilegalidade narrada no enunciado, quando se tem uma prisão em flagrante há uma comunicação para o juiz dessa prisão, nesse momento o acusado pede o relaxamento de prisão (peça exclusiva do advogado) e caso o juiz indefira, impetra-se o HC para segunda instância;
· RELAXAMENTO DE PRISÃO, não se discute mérito, mas, se discute a ilegalidade da prisão:
· Na delegacia a dona do carro alega que por ele ter sido preso com o carro, ele não é interceptador mas sim, o autor do roubo que ocorreu 2 dias antes do flagrante e não há flagrante delito pelo art.157 do CP mas há um flagrante no art.180, CP;
· Deve haver o relaxamento de prisão porque o delegado, mesmo depois de informado pela dona do veículo que ele era o suposto autor do roubo, ele teve a lavratura do auto de prisão em flagrante na interceptação, e isto é errado. Esta situação é a ilegalidade da prisão
· Não tem prazo legal, o prazo para protocolar o relaxamento de prisão é até quando perdurar a prisão ilegal; 
· Art. 302, CPP fala da prisão em flagrante. 
PEÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA ____ - endereçamento genérico pq não dá nenhuma informação
 
 
 
 MATIAS, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade n. ____, inscrito no CPF/MF sob o n. ____, residente e domiciliado no endereço______, Cidade ____, vem por seu advogado infraassinado (com procuração em anexo), com fundamento no art. 5º, LXV, da CRFB/88 c/c art. 310, I do CPP, requerer 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
com base nos fatos e fundamentos abaixo. 
DOS FATOS 
 No dia 15/11/2016, por volta das 22h, o requerente conduzia veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por Policiais Militares que constataram que Matias dirigia veículo produto de crime. 
 Em continuidade, os Policiais Militares conduziram Matias, ora requerente, para a Delegacia de Polícia onde foi lavrado o APF por suposta prática do crime de receptação, capitulado no art. 180, do CP. 
 Insta salientar que a vítima e proprietária do veículo roubado, Sra. Miranda, reconheceu o requerente como autor de delito de roubo ocorrido 02 (dois) dias antes, desconfigurando-se a autoria e a flagrância do artigo 180 do CP. 
DO DIREITO 
 Inicialmente, faz-se necessária voltarmos nossa atenção para o que é flagrante, sendo assim, flagrante é tudo aquilo que é evidente, notório, visível, manifesto e patente, ou seja, em linguagem jurídica, estar em flagrante delito é dizer que a infração está sendo cometida ou que o agente infrator acabou de fazê-la, autorizando a prisão do delinquente, mesmo que sem autorização judicial. 
 Passando adiante, a prisão do requerente deve ser imediatamente relaxada, pois como se sabe, a prisão em flagrante se divide em quatro momentos distintos: captura, condução coercitiva, lavratura do auto de prisão em flagrante e recolhimento à prisão. 
 No primeiro momento o agente é capturado de forma a evitar a continuidade da prática delituosa, posteriormente o agente é conduzido de forma coercitiva à presença da autoridade policial para a adoção das providências legais, ato contínuo inicia-se a lavratura do auto de prisão em flagrante e, por fim, o agente é recolhido ao cárcere. 
 Entretanto, apesar da prisão captura estar em conformidade com a lei, os demais atos estão eivados de vício, pois o agente não se enquadra nas hipóteses de flagrante delito descritas no artigo 302 do CPP, explico. 
 Na Delegacia de Polícia, a Sra. Miranda (proprietária do veículo e vítima) afirmou que Matias, era na verdade o autor do roubo do veículo que ocorreu 02 (dois) dias antes, ou seja, no dia 13/11/2016, assim, em que pese estar na posse de veículo produto de crime, o agente emtese praticou crime de roubo, não sendo constatada nenhum ato manifesto, evidente e notório no dia 15/11/2016 da prática do artigo 157 do CP, o que torna sua prisão em flagrante fundamentada no artigo 180 do CP ilegal. 
 Portanto, a prisão em flagrante do requerente é manifestamente ilegal, sendo imperioso o imediato relaxamento nos termos do artigo 5º, LXV, da Constituição Federal de 1988 c/c o artigo 310, I do CPP. 
DO PEDIDO 
 Diante do exposto, requer seja reconhecida a ilegalidade da prisão e, concedido o presente Relaxamento de Prisão, nos termos dos artigos já citados, com a consequente expedição do alvará de soltura. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, Data. 
Advogado 
OAB nº 
NÃO FIZ - 0
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNIDADE ALCÂNTARA 
PROVA - AV1 – PRÁTICA PENAL III 
NOME: MATRÍCULA: 
TURMA: TURNO: DATA DA PROVA: 05/10/2020 
1. No dia 24 de janeiro de 2019, Maria foi para uma festa com amigas e seu novo namorado João. Maria estava muito feliz e usou a festa para continuar festejando sua aprovação no Exame de Ordem. Maria era dona de si, empoderada, estudiosa, trabalhava e estudava, não aceitava ciúmes bobos, machismo e sempre afirmava que não era uma coisa para ter dono, que era livre, que era independente e que o mundo, após a sua aprovação na Ordem seria pequeno para ela. Maria foi para a pista de dança com suas amigas Tati e Roberta e começou a dançar funk e pisadinha com suas amigas. João, vendo a namorada dançando, não concordando com o modo como ela se comportava, ficou com ciúmes e foi até a pista de dança e em alto em bom som disse: Maria, sua vagabunda, pare de dançar assim, agora!!! Envergonhada, Maria tentou se esconder, mas João continuou a proferir xingamentos: você só quer saber de badalar, chega bêbada em casa. Enquanto todos riam de Maria, Tati e Roberta que presenciaram tudo, levam Maria embora e procuram você advogado (a). Assim, após ouvir o relato do que ocorreu, informe a medida judicial cabível diversa de habeas corpus, apresentando endereçamento correto, fundamento legal da medida judicial, abordando a (s) tese (s) pertinente (s) ao caso e protocolando no último dia do prazo. (Valor: 1,6) 
· Endereçamento: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA _____ - É um caso de violência doméstica por ser uma relação entre as partes, de namorado e namorada, sendo assim a ação deve ser protocolada para o juizado especial de violência doméstica (lei.11.240);
· Fundamento legal da medida judicial: queixa crime (arts.30, 41, 44, CPP c/c art.100, §2º do CP);
· Teses de acusação: incidência da violência doméstica, injúria (art.140, CP) – praticou a injúria quando disse “Maria, sua vagabunda” e difamação (art.139, CP) – praticou a difamação quando disse: “você só quer saber de badalar, chega bêbada em casa”; Concurso formal (art.70, CP) – praticou dois crimes em uma só ação, Caso de aumento (art.141, III, CP) – envorgonhou-a em público;
· Prazo Fatal: o prazo é decadêncial de 6 meses, computa-se na forma material do art. 10, CP (conta o primeiro dia e exclui o último), o dia dos fatos foi no dia 24/01/19 e o prazo termina no dia 23/07/19. 
2. Wagner, vulgo Cabeça, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no artigo 157 caput do Código Penal, por crime praticado em face de Patrícia. Os fatos se deram em 25/06/2000. O Juiz competente recebeu a denúncia em 28/06/2016 e ordenou a citação do acusado, que veio a ocorrer em 10/07/2016 (quinta feira). Na qualidade de Advogado(a) contratado(a) pela família de Wagner, informe a medida judicial cabível com fundamento legal e diversa de habeas corpus, abordando a (s) tese (s) jurídica (s) pertinente (s), devendo a peça ser protocolada no último dia do prazo legal. Vale ressaltar que Wagner é réu primário, possui carteira de trabalho assinada e endereço fixo. (Valor: 1,6) 
· Medida juidicial cabível: o juiz ordenou a citação, a peça será resposta a acusação (arts. 396 c/c 396-A, CPP);
· Tese jurídica pertinente: (olha o crime, a data dos fatos, entre eles ocorreu um lapso temporal acima do permitido);
Os fatos ocorreram em 25/06/2000 mas o juiz só recebeu a denúncia em 28/06/2016. Pode ser alegado absolvição sumária (art.397, IV do CPP) – extinto a punibilidade por prescrição, art.109, II c/c 107, IV CP), não recebimento da ação penal (art.395, caput c/c II ou III, CPP) – por ausencia de justa causa;
· Prazo: ele foi citado dia 10/07/2016 (quinta - feira), o prazo para resposta a acusação é de 10 dias (exclui o primeiro dia e conta o último) – o prazo será 11/07/2016 (sexta) – 20/07/2016 (domingo), por o prazo fatal caí em um domingo conta-se o primeiro dia após, sendo o dia 21/07/2016 (segunda) o prazo fatal. – Súm. 310, STF (fala que o prazo não conta no domingo nem como primeiro dia e nem como ultimo dia).
3. Fillipe foi denunciado pela suposta prática do crime de homicídio tipificado no artigo 121 do CP ocorrido no Rio de Janeiro. Citado, apresentou resposta acusação. Na audiência, foi observado o procedimento legal, tendo em seu interrogatório o acusado afirmado que no dia e hora dos fatos estava em outro Estado e Cidade. Assim, a Defesa juntou documentos que havia solicitado junto as CIA’s Aéreas e Hotéis de São Paulo que comprovam que no dia dos fatos, o réu estava em outra Cidade. Após o parquet se manifestar nos autos (por analogia tem-se que houve as alegações finais – grifo nosso), a Defesa de Fillipe foi intimada em 11/02/2020 (quarta feira). Informe a medida judicial cabível com fundamento legal e exclusiva de Advogado, abordando a (s) tese (s) jurídica (s) pertinente ao caso, protocolando a medida judicial no último dia do prazo e apresentando o correto endereçamento. (Valor: 1,6) 
· Medida judicial cabível: Alegações finais ou memoriais (art. 394, §5º do CPP c/c 403, §3º do CPP);
· Tese jurídica: absolvição sumária (arts. 415, II do CPP) – “a Defesa juntou documentos que havia solicitado junto as CIA’s Aéreas e Hotéis de São Paulo que comprovam que no dia dos fatos, o réu estava em outra Cidade”;
· Prazo fatal: os memoriais tem prazo de 5 dias (é um prazo processual), a defesa foi intimada em 11/02/2020 (quarta) – exclui o primeiro dia – 12/02/2020 (quinta) – 16/02/2020 (segunda);
· Endereçamento: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CRIMINAL DO JURI DA COMARCA ____ - Vara Criminal do Juri. – crime contra a vida (homicidio-art.121, CP).
4. Roberto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime tipificado no artigo 150 §1º do CP de imóvel situado a Rua José do Patrocínio. Conduzido para a Delegacia, o Delegado responsável não arbitrou fiança pois o crime foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. A prisão foi devidamente comunicada à autoridade judicial, bem como foi entregue nota de culpa ao preso. Informe a medida judicial cabível com fundamento legal e exclusiva de Advogado, abordando a (s) tese (s) jurídica (s) pertinente (s) e endereçamento correto. (Valor: 1,6) 
· Medida Judicial: Relaxamento de Prisão e o delegado deveria arbitrar fiança - É um crime de menor potencial ofensivo (a pena máxima do crime é de 2 anos), não se lavra auto de prisão em flagrante – ele deveria ser levado a delegacia, assinado o termo circunstânciado e ser liberado;
· Fundamento legal: Relaxamento de prisão (art. 5º, LXVI da CRFB/88 c/c art. 310, I do CPP); 
· Tese Jurídica: trata-se de um crime de menor potencial ofensivo não cabendo lavratura do auto de prisão em flagrante, devendo a prisão ser imediatamentte relaxada e o delegado deveria ter arbitrado fiança visto que o crime tem pena máxima menor que 4 anos;
· Endereçamento: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA _____.
5. Theobaldo, réu primário, possuidor de bons antecedentes e com endereço fixo, foi preso em flagrante por agentes da Polícia Civil durante a prática do artigo 171 do CP quando usava cartão clonado em umcaixa automático. Durante a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, todos os procedimentos legais foram observados. Vale ressaltar que o Delegado não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de Theobaldo ao cárcere e entregando-lhe nota de culpa. A prisão foi devidamente comunicada a Autoridade Judicial Competente. Informe a medida judicial cabível com fundamento legal e exclusiva de Advogado, abordando a (s) tese (s) jurídica (s) pertinente (s) e endereçamento correto. (Valor: 1,6) 
· o delegado não é obrigado a arbitrar fiança, porque a pena máxima ultrapassa 4 anos;
· Medida Judicial Cabível: Liberdade Provisória; 
· Fundamento Legal: art. 5º, LXVI da CRFB/88 c/c art.10, III e art.321 ambos do CPP; 
· Tese Jurídica: Não se trata de crime cometido com violência ou grave ameaça, a pena mínima é igual 1 ano e ainda que seja condenado não será recolhido ao cárcere, trata-se de réu primário de bons antecedentes, ausentes os requisitos para decretação da prisão preventiva, subsidiariamente aplicação das medidas cautelares presentes no art.319 do CPP;
· Endereçamento: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______.
AULA 8 
Michael da Silva foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no art. 16, §1º, IV da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06. No auto de prisão em flagrante constavam os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão. Michael fora preso em razão de uma notitia criminis realizada por sua mulher Angelina da Silva afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e isso a assustava. Diante da informação e com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram três revólveres calibre 38 com a numeração raspada, em um armário dentro do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína. Perguntado sobre a posse do material encontrado, Michael afirmou que adquirira as armas em Angra dos Reis de um amigo, e quanto à droga, disse que era para seu uso pessoal. O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negada pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, haja vista o preso possuir 03 revólveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirmou ser ele um homem agressivo. Não há anotações na folha de antecedentes de Michael da Silva. O advogado abaixo é contratado pela família de Michael para patrocinar seus interesses, redija a peça cabível objetivando a sua liberdade. 
· Foi uma prisão em flagrante, oriunda de uma notícia criminis, o auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e o juiz decretou a prisão preventiva dele (foi negado a liberdade provisória, fica subtendido);
· Não pode ser um relaxamento de prisão, porque o auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado; 
· Não pode ser indeferimento de fiança sobre os argumentos de que o crime era grave; 
· Se o juiz indefiriu o pedido de liberdade provisória, eu devo fazer o meu pedido para uma autoridade imediatamente ‘superior’ (TJ), dessa maneira estamos diante de um HC (HABEAS CORPUS);
Será questionado: 
· Desnecessidade do deccreto preventivo da medida cautelar de prisão preventiva (art.312, CPP); 
· A lei. 13.964/2019 (pacote anticrime) alterou o art.311 do CPP – na redação antiga o juiz poderia decretar de oficio a prisão preventiva, com a nova redação o juiz não pode mais decretar de oficio, ele terá que remeter ao promotor requerendo.
· Com o fundamento de decreto prisional com base na gravidade abstrata do crime, a jurisprudência é pacífica no sentindo de que se o desembargador ou o juiz manter ou decretar a prisão preventiva de alguém com o fundamento so na gravidade abstrata do delito, ou seja, só pelo simples fato do crime ser grave, não se trata de fundamento idôneo para a manutenção da prisão ou o decreto cautelar de prisão.
· Pela narrativa a mulher (Angelina) se assustava pelo esposo ter uma arma em casa, mas, em nenhum momento ela disse na narrativa que ele á ameaçava com a arma;
· Ameaçada é diferente de se sentir ameaçada.
· O endereçamento do HC será para o desembargador relator. 
PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA ______ CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO_______ 
 
 IMPETRANTE, Advogado inscrito na OAB/RJ sob o nº_, com endereço profissional nesta cidade, situado na Rua_, nº_, Sala __, vem, com fundamento no art. 5º, LXVIII da CRFB/88 c/c artigo 647 e SS (seguintes) do CPP, 
IMPETRAR 
OBS MINHA: O impetrante será aquele que está impetrando, escrevendo o HC 
HABEAS CORPUS 
Com pedido Liminar 
	 	Em favor de MICHAEL, (Qualificação completa), o qual se encontra recolhido no PRESÍDIO X, pela suposta prática dos crimes previstos nos arts. ____, apontando como autoridade coatora o juízo da 22ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL, pelos seguintes fatos e fundamentos. 
OBS MINHA: Autoridade coautora será sempre aquela pessoa que está praticando a ilegalidade com abuso de poder, ao restringir a liberdade de terceiro. No caso foi o juiz questiona-se ao desembargador; se for o desembargador questiona-se ao STJ, se o ato for do STJ questina-se ao STF.
DO PEDIDO LIMINAR 
OBS MINHA: HC requer urgência, significa dizer que tem alguém preso. Por isso se pede o HC com pedido de liminar. 
 
 O constrangimento ilegal, no presente caso, é observado em razão da desnecessidade do decreto da prisão preventiva, pois ausente o periculum libertatis e, em razão, do decreto prisional ter sido fundamentado com base na gravidade abstrata do delito, o que torna o fundamento inidôneo, ferindo inclusive a mansa jurisprudência dos Tribunais Superiores. 
 A manutenção de sua custódia do paciente, nestas condições, seria inegável abuso de poder, trazendo injustas aflições e dissabores, ficando evidente o constrangimento ilegal. 
Sendo assim, presentes os requisitos que fundamentam o peidido pedido de liminar devendo ser o mesmo ser consedido. 
 
DOS FATOS 
(resumir os fatos) 
DOS FUNDAMENTOS/DO DIREITO/DO MÉRITO 
A) DA AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DO ART. 312 DO CPP 
 Como se sabe, não basta a existência de um auto de prisão em flagrante, revestido de todas as formalidades legais para que subsista o ato coativo, mas sim necessário se torna a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva quando presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva elencados no artigo 312 do CPP, o que neste caso, não se apresenta. 
 Conforme se verifica, o juizo coautor fundamentou sua decisão baseada na gravidade abstrata do delito e como se sabe, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea a ensejar uma prisão cautelar conforme entendimento pacificado no STF através do HC 132.615, a gravidade em abstrato, não basta para justificar, só por si, a privação cautelar da liberdade individual do paciente. 
 Assim, resta demonstrado que o STF têm advertido que a natureza da infração penal não se revela circunstância apta, por si só, para legitimar a prisão cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado. 
B) DO PRINCÍPIO DA HOMOGENEIDADE 
OBS MINHA: Princípio norteador das prisões cautelares; esse principio significa que não adianta impor uma medida cautelar mais severa do que eventualmente medida judicial definitiva, ou seja, uma prisão preventiva antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é uma prisão cautelar porque não há ainda a certeza da culpa.
 Os crimes imputados ao paciente, se condenado for, ainda que somadas as penas mínimas, não ultrapassarão a 4 anos de pena privativa de liberdade, cabendo assim a substituição por pena restritiva de direitos, por se tratar de réu primário e de bons antecedentes, e não ser o crime praticado com violência ou grave ameaça, respeitando-seassim, os critérios estabelecidos no artigo 44 do CP. 
 Nesse sentido, a aplicação do princípio da homogeneidade que rege as prisões cautelares, nos informa que a medida cautelar a ser adotada deve ser proporcional a eventual resultado favorável, significando dizer que, caso seja aplicado ao paciente, uma sanção mais severa cautelarmente (não definitiva) do que aquela que deverá ser aplicada caso o pedido condenatório seja julgado procedente, não se mostra razoável manter o paciente preso de forma cautelar. 
C) DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO – ART. 319 CPP 
OBS MINHA: Esse será um pedido subsidirário, pois o pedido principal é que o desembargador conceda a liberdade total sem nenhuma restrição. 
 Se não for o entendimento de Vossa Excelência a revogação da prisão preventiva nos termos do que fora alegado anteriormente, requer sejam aplicadas quaisquer das medidas cautelares diversas da prisão ao paciente contidas no artigo 319 do CPP. 
 Ademais, o paciente é réu primário, possui bons antecedentes, endereço fixo e não há nos autos qualquer dados ou informações concretas de que em liberdade poderá atrapalhar a correta marcha processual, que aplicabilidade da lei penal restará prejudicada e que a sua liberdade é um perigo para a sociedade ou para a suposta vítima. 
DOS PEDIDOS 
 	 	Isto posto, requer: 
1. Seja deferido o pedido liminar e ao final seja reafirmada no mérito no julgamento do presente Habeas Corpus; 
2. Seja expedido o alvará de soltura; 
OBS MINHA: Referente ao pedido principal. 
3. Subsidiariamente requer a aplicação de quaisquer das medidas cautelares diversas da prisão constantes no artigo 319 do CPP com a consequente expedição do alvará de soltura. 
OBS MINHA: Para que não fique só subtendido, é necessário também que se peça a expedição do alvará de soltura, no caso do pedido subsidirário ser contemplado. 
Nestes Termos 
Pede Deferimento 
 
Local, Data 
ADVOGADO 
OAB/UF 
AULA 10 
 Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). Argumentou, o ilustre membro do Parquet, a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado(a) de 
Jerusa, é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2016 (sexta-feira). Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição 
· Estamos diante de um homicídio que foi praticado na direção de veículo automotor, tudo indica que Jerusa não deu a seta para efetuar a ultrapassagem (sendo uma conduta imprudente), bem como também, não se atentou no trânsito em sentido contrário e colidiu com a moto que Diogo estava pilotando;
· Via de regra, os crimes praticados na direção de veículo autormotor são culposos, tanto que, tem previsão legal de lesão corporal culposa e homicídio culposo;
· No CTB a regra é, quando se pratica crime na direção de veículo automotor estamos dizendo que, não vai ao tribunal do juri porque em regra, a pessoa praticou com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) e além dos elementos da culpa deve haver também a previsibilidade do resultado;
· Pode acontecer do MP entender que teve dolo eventual; O STJ já se posicionou que quando há homicidio na direção de veículo automotor e a pessoa está embriagada, nesse caso há o dolo eventual e pode ir ao julgamento no tribunal do júri; 
· O enunciado quer que saiba a diferença entre dolo eventual e culpa consciente, que materialmente mostre o conhecimento em direito penal para requerer a desclassificação, porque: 
· Na primeira fase do tribunal do júri, que é o juizo de admissibilidade da acusação, só discutirá os indicios de autoria e materialidade e o juiz pronunciará, impronunciará, absolvirá sumariamente nos termos do art. 415, CPP ou poderá aplicar a desclassificação do crime do art.419, CPP;
· É uma questão de recurso em sentido estrito que discutirá não a pronuncia ou a impronuncia (APESAR DELA TER SIDO PRONUNCIADA), mas sim, a desclassificação do crime. 
· Isso vai acontecer porque eu não quero que ela seja impronunciada, mas eu quero que o rito saia do tribunal do juri com isso autonomaticamente não será considerado um crime doloso contra a vida e sim um homicidio culposo na direção de veículo automotor e terá que ir para a vara criminal comum; 
· O homicidio culposo cabe susbtituição de pena privativa de liberdade (PPL) por pena restritiva de direitos (PRD), qualquer que seja o tantum da pena; 
· Deve ficar demonstrado para os desembargadores que irão julgar esse recurso que não há dolo, nem direto e nem eventual, mas que há possivelmente culpa; 
· O recurso em sentindo estrito não só cabe nos termos do art. 581, IV do CPP mas em todas as hipóteses do art.581 do CPP; 
PEÇA
OBS MINHA: A peça terá folha de interposição, que nada mais é do que dizer ao juiz que vc não concorda com a decisão e que vai recorrer; e as folhas de razões recursais, são os fundamentos e os motivos que eu vou dizer o por que descordo da decisão (tese da desclassificação, da absolvição sumária, impronuncia...) 
 
Folha de Interposição – não precisa colocar na prova 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE_______ 
 
 
 
Proc. nº 
 	 	Jerusa, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, que lhe move o Ministério Público, vem por seu advogado infra assinado, tempestivamente, não se conformando com a decisão de pronúncia, com fundamento no artigo 581 IV do CPP, interpor 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Pelos fatos e fundamentos jurídicos que seguem nas anexas razões. 
 Isto posto, com as razões anexas, requer a análise para eventual retratação da decisão combatida nos termos do artigo 589 do CPP e, caso Vossa Excelência entenda pela manutenção da respeitável decisão, seja remetido o presente recurso, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
OBS MINHA: O art.589 do CPP é o que a doutrina e a jurisprudência, chama de juizo de retratação – ao apresentar o recurso descordano daquela decisão o advogado fazer requerimento de retratação. O juiz tem 2 dias para se retratar da sua decisão de pronúncia, mesmo prazo para apresentar as razões recursais.
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local, 09 de agosto de 2016. 
OBS MINHA: O prazo de interposição está no art. 586 do CPP – 5 dias; 
O advogado de Jerusa foi intimado dia 02/08 (sexta), o prazo começa a contar só na segunda (05/08);
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
 
Folha de Razões 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Recorrente: 
Recorrido: 
Proc. nº: 
 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
 
 Excelentíssimo Senhor Desembargador, em que pese o indiscutível saber jurídico do Magistrado a quo, impõe-se a reforma da respeitável decisão que pronunciou a recorrente, pelas razões ora expostas:-I- 
DOS FATOS 
-II- 
DO DIREITO 
DA DESCLASSIFICAÇÃO – ART. 419 DO CPP – AUSÊNCIA DE DOLO 
 	 	Como se denota, durante a instrução processual restou demonstrado que Jerusa não agiu com dolo e sim com culpa. 
 O dolo eventual exige, além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do Art. 18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento. 
 Para arrematar, no dolo eventual, o sujeito prevê o resultado e, embora não o queira, assume o risco de sua produção, aceitando/tolerando o resultado lesivo, já na culpa consciente o agente prevê o resultado lesivo, mas acredita que irá evitá-lo, ou seja, que não ocorrerá, o que resta demonstrado nos autos, pois Jerusa sempre acreditou que poderia evitar o resultado lesivo, ficando evidente que a recorrente não cometeu o crime tipificado no artigo 121 do CP (homicídio simples), mas em tese teria praticado o crime tipificado no artigo 302 do CTB, homicídio culposo na direção de veículo automotor. 
 Sendo assim, há de ser reconhecida a desclassificação do delito de homicídio do artigo 121 do CP na modalidade de dolo eventual, para o homicídio tipificado no artigo 302 do CTB, visto que, a recorrente agiu com culpa, aplicando assim, o artigo 419 do CPP. 
 Por fim, após a desclassificação, os autos deverão ser remetidos ao juiz competente para processar e julgar a presente ação penal nos termos do artigo 74 §1º do CPP, pois o tribunal do júri só possui competência para processar e julgar os crimes dolosos contra vida, o que não se vislumbra no presente caso. 
-III- 
DOS PEDIDOS 
 Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, nos seguintes termos: 
1. Seja reconhecida a tese de desclassificação do crime do artigo 121 CP para o crime do artigo 302 do CTB, nos termos do artigo 419 do CPP 
2. Seja remetida à presente ação penal para o juiz competente nos termos do artigo 74§1º do CPP; 
Nesses termos, Pede deferimento.
Local, 09 de agosto de 2016. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
AULA 11
BRAD NORONHA foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo. Ainda durante a fase do inquérito policial, BRAD NORONHA foi reconhecido pela vítima. 
Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma. 
Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de pega ladrão! Viram o réu correndo e foram ao seu encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como este jogou um objeto no córrego que passava próxima ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada. 
O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, BRAD NORONHA foi condenado a dez anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado para cumprimento da pena. 
O magistrado, para fins de condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais colhidos em juízo e o reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas no curso do processo. 
Você, na condição de advogado de BRAD NORONHA, é intimado da decisão no dia 20 de março de 2017. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, apresentando as razões, e sustentando as teses jurídicas pertinentes, indicando o último dia para o oferecimento da peça cabível. 
· Se o enunciado tá falando que ele foi condenado,não pode ser alegação final porque os memoriais precedem a sentença; Não é queixa crime porque teve recebimmento de denuncia; depois do recebimento da denúncia na instrução criminal o enunciado ja levou para a AIJ, não podendo ser resposta a acusação; o enunciado está dentro da sentença após a AIJ; 
· Tem condenação e caberá RECURSO DE APELAÇÃO (ART.593, I do CPP-regra) - prazo de 5 dias para interposição do recurso de apelação;
· Terá que ser discutido o prazo, o fundamento legal da peça, o porque será apelação;
· Teses defensivas: A condenação foi baseada no reconhecimento feito em sede policial (que não obdeceu a fórmula legal) e ao mesmo tempo em razão da qualificadora (aumento de pena) – deve se questionar a qualificadora porque se afastada a pena diminui e o regime incicial de cumprimento de pena pode ser menos gravoso; 
· A apelação assim como o recurso em sentindo estrito tem que ter folha de interposição e folha de razões; entretanto na apelação não tem juizo de retratação (art.589 do CPP), se tiver que mudar alguma coisa na sentença será pela 2ª instância com os desembargadores; 
PEÇA 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XX ou _______ 
 
 
 
 
 
 
 
 BRAD NORONHA, já qualificado nos autos do processo número ____, por seu advogado infra-assinado, vem, com fulcro no artigo 593 I do CPP, interpor Recurso de Apelação por entender, data vênia, que a sentença de fls. ____ merece ser reformada porque não espelha a realidade dos fatos. 
 Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do ____, onde deverá ser processado o presente recurso e, ao final, provido. 
Nestes termos, Pede Deferimento.
Local, 25 de março de 2017. 
OBS MINHA: o enunciado nos diz que a intimação se deu no dia 20/03 e não deu o dia da semana, começa a contar no dia 21/03 (exclui o primeiro dia e conta o último). 
Advogado 
OAB/UF 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO OU RAZÕES RECURSAIS DE APELAÇÃO OU RAZÕES DE APELAÇÃO 
EGRÉGIO TRIBUNAL_____ 
COLENDA CÂMARA______ 
EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES 
PROCESSO Nº________ 
APELANTE:__________ 
APELADO:____________ 
ORIGEM:_____________ 
 Trata-se de sentença penal proferida pelo i. juízo da ___ vara___, na qual condenou o recorrente, que merece ser, data vênia, reformada pelas razões e fundamentos de direito expostas a seguir. 
DOS FATOS 
Exemplo: A sentença de fls.____ merece ser reformada por encontrar-se, totalmente divorciada das provas dos autos, em que pese o brilho e a competência de seu prolator. 
OBS MINHA: Na OAB tem que trazer realmente o relato dos fatos de forma resumida e congruente, porém na prática pode fazer conforme o exemplo. 
DA PRELIMINAR 
 Destaque-se, inicialmente, a desobediência do disposto no artigo 226, II, do Código de Processo Penal, que impõe condições para o procedimento de reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, é imperioso que se reconheça a nulidade processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP. 
DO MÉRITO 
DA AUSÊNCIA DE PROVAS – ABSOLVIÇÃO NOS TERMOS DO ARTIGO 386 V OU VII DO CPP 
 No mérito, é importante ressaltar que os fatos colhidos em sede inquisitorial, por si só, não podem servir de base para a condenação. 
 Como se sabe, as informações colhidas na primeira fase da persecução criminal merecem ser contraditadas em juízo, o que não fora feito na presente ação penal, visto que o próprio magistrado sentenciante afirmou que condenou o recorrente com base no reconhecimento realizado em sede policial e ademais, o reconhecimento como já dito em preliminar não obedeceu às formalidades do artigo 226 II, não podendo ser o recorrente tratado como autor dos fatos. 
 Dessa forma, inexiste prova suficiente para a condenação do réu, haja vista ter sido feito somente um único reconhecimento, em sede de inquérito policial e sem a observância das exigências legais, o que leva à absolvição do recorrente com fulcro no art. 386, V ou VII do CPP. 
DO AFASTAMENTO

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