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O registro fóssil é confiável? As histórias que os fósseis nos contam – às vezes... = uma parte do fenótipo Restos esqueletais de organismos Variabilidade Fenotípica Qual o seu significado ? Fenótipo = genótipo + ambiente Variações de características dentro da curva normal 1,50 m 2,20 m Ex. tamanho Tamanho x mesmo sexo Tamanho x dimorfismo sexual Variação morfológica por somatório de variáveis: Diferentes estágios ontogenéticos Variação morfológica induzida por fatores ambientais Genes de baixa freqüência Fixação de uma novidade por isolamento reprodutivo Deriva genética Nanismo Gigantismo Alterações genéticas Tamanho Sexo Doenças Alimentação Estágio ontogenético Variabilidade Fenotípica Tempo Fatores que influenciam na variabilidade morfológica FOSSILIZAÇÃO Tamanho Sexo Doenças Alimentação Estágio ontogenético Variabilidade Fenotípica Tempo NO REGISTRO FOSSILÍFERO: Variabilidade morfológica em vida Mudanças Post-mortem Lagarto fóssil (145 Ma) - China Anomalia genética ou nova espécie? Homo floresiensis – 38.000 a 18.000 anos Anomalia genética ou nova espécie? Isolamento Geográfico. Variabilidade morfológica? Hábito alimentar? Estágio ontogenético? Variação taxonômica? Dimorfismo sexual? VARIABILIDADE MORFOLÓGICA X AMOSTRAGEM FÓSSIL * Escassez de amostras = indivíduos e não populações; * Agrupamento de indivíduos em um mesmo táxon com base critérios puramente morfológicos; * Espécies ou morfótipos? •Distorções devido ao processo de fossilização •Espécimes da amostra não necessariamente contemporâneos: mistura temporal * Como lidar com a variabilidade: - entre espécimes contemporâneos? - entre espécimes não contemporâneos? Tafonomia: investigando cenas de um crime quando não existem testemunhas… Bioestratinomia: Abrange a história sedimentar dos restos esqueletais até o soterramento, incluindo as causas da morte, sua decomposição, seu transporte e soterramento. Fossildiagênese: São os processos físicos e químicos que alteram os restos esqueletais, após o soterramento e o metamorfismo. TAFONOMIA Obtenção de dados Coleta e preparação Tectônica Soerguimento/Expo- sição Petrografia sedimentar (Fossildiagênese) Diagênese Bioestrati- nomia Sedimentologia (Processos) Soterramento Transporte Necrologia Tanatologia Paleoecologia Nascimento Morte Análise tafonômica básica O que fazer? Como iniciar? Como sistematizar? Morte Necrólise Desarticulação Transporte Soterramento Diagênese Fóssil Morte MORTE NATURAL: acidentes, doenças, etc. Hylonomus Carbonífero Médio Nova Scotia - Canadá 20 cm = Paleothyris MORTE NATURAL: Armadilhas MORTE NATURAL: predação Ação Biogênica MORTE NATURAL: predação MORTE CATASTRÓFICA Tempestades de areia Fluxos de massa Vulcanismo Impactos extraterrestres Tempestades oceânicas Anoxia nos oceanos Regressões/transgressões Mudanças climáticas eqüídeos MORTE CATASTRÓFICA NO REGISTRO FÓSSIL: Dicinodontes da África -Amostra da população? -Possibilidade de comparações Amostragem ideal: -contínua; -representativa da população em cada momento; Informação pontual no tempo 1o registro do táxon Último registro REGISTRO SEDIMENTAR É DOMINANTEMENTE EPISÓDICO! “neocatastrofismo ou sedimentação episódica” (Hsu, 1983; Dott, 1983) Sistemas continentais Grandes enchentes Sistemas marinhos Grandes tempestades “O registro sedimentar e fossilífero é sempre aquele do último e maior evento ocorrido na área de estudo no tempo considerado.” MORTE CATASTRÓFICA: Ambiente continental / Enchentes Peixes ósseos “peixes” Ostracodermes Amonites e Belemnites MORTE CATASTRÓFICA: Ambiente marinho / Tempestades Análise tafonômica básica: FATORES QUE ATUAM NA PRESERVAÇÃO: 1) Antes da fossilização 2) Antes e depois da fossilização Modo de vida Tipo de ambiente Soterramento Presença/ausência de oxigênio Composição química do tecido Composição química do meio Águas percolantes Agentes erosivos Vulcanismo Eventos tectônicos Metamorfismo DECOMPOSIÇÃO AERÓBICA x ANAERÓBICA DECOMPOSIÇÃO Ambiente terrestre 4 dias 8 dias 15 dias 50 dias DECOMPOSIÇÃO Ambiente aqüático “carcaças infladas” AÇÃO DE NECRÓFAGOS Ambiente terrestre/Durante a necrólise: “TRAMPLING” - pisoteamento MATERIAIS EXPOSTOS EM AMBIENTE SUB-AÉREO Ambiente terrestre/Durante e após a necrólise: DESARTICULAÇÃO TAFONOMIA EXPERIMENTAL Equinodermos: horas Bivalves: semanas, meses (conchiolina) Desarticulação envolve quebra bioquímica de tecidos,ligamentos, tendões Decomposição bacteriana Desarticulação Vertebrados - esqueleto: muito complexo - ordem de desarticulação: determinada pela mobilidade das articulações Ordem geral de Desarticulação Crânio – mandíbula Membros proximais (úmero,fêmur), escápula Membros distais (rádio, ulna ...) e costelas Ossos das patas (tarsais, carpais...) Coluna vertebral Anomodonte, Fm. Rio do Rasto, Permiano Superior Mesossauros, Fm. Irati, Permiano inferior Tecodonte, Fm. Santa Maria, Triássico Médio Transporte Agentes de transporte: Gelo, Vento, água -restos articulados ("esqueletos inteiros“) não necessariamente indicam que não houve transporte Carcaças flutuantes -restos articulados ("esqueletos inteiros") - se estiver com curvatura cervical, curvatura caudal e contração ordenada de membros não houve transporte olhar a rocha – regime hidráulico, ambiente olhar o fóssil – seleção, abrasão, orientação POSSIBILIDADES DE TRANSPORTE: MATERIAL ORGÂNICO ASSEMBLÉIA AUTÓCTONE Nenhum transporte/ pouca decomposição / soterramento no local de morte/ alto grau de articulação ASSEMBLÉIA PARAUTÓCTONE Flutuação do corpo relativamente inteiro / algum grau de decomposição / soterramento longe do local de morte / relativo grau de articulação ASSEMBLÉIA ALÓCTONE Decomposição e desarticulação próximo ao local de morte/ fragmentos transportados de acordo com as condições hidráulicas do agente transportador / elementos isolados Grupos de Voorhies • Grupo I – elementos quase que imediatamente removidos da carcaça por uma corrente aquosa (tarsais, carpais, falanges, vértebras); • Grupo II – elementos removidos por rolamento e saltação (ossos longos); • Grupo III – elementos pesados e pouco transportados (crânios e mandíbulas) SELEÇÃO: A seleção ocorre quando o agente de transporte perde a competência para carregar determinada classe de tamanho de grão, a qual se deposita. EQUIVALÊNCIA HIDRÁULICA POSSIBILIDADES DE TRANSPORTE: MATERIAL ORGÂNICO 1) Nenhum transporte/ pouca decomposição / soterramento no local de morte/ alto grau de articulação2) Flutuação do corpo relativamente inteiro / algum grau de decomposição / soterramento longe do local de morte / relativo grau de articulação 3) Decomposição e desarticulação próximo ao local de morte/ fragmentos transportados de acordo com as condições hidráulicas do agente transportador / elementos isolados •ASSEMBLÉIA AUTÓCTONE •ASSEMBLÉIA PARAUTÓCTONE •ASSEMBLÉIA ALÓCTONE Como analisar e reconhecer se o fóssil foi transportado ou não? Analisar aloctonia em fósseis: - olhar a rocha – regime hidráulico, ambiente - olhar o fóssil – seleção, abrasão, orientação Transporte SELEÇÃO POR TAMANHO “sorting” TAFONOMIA EXPERIMENTAL: CONCHAS ORIENTAÇÃO 1) Tipo e grau de simetria 2) Grau de alongamento 3) Grau de curvatura (convexidade) da concha 4) Grau de ornamentação e distribuição dos ornamentos 5) Tipo de articulação entre as valvas (bivalves e braquiópodes articulados) 6) Densidade da concha 7) Massa e distribuição da massa 8) Agente de transporte 9) Força exercida pelo agente 10) Natureza do leito onde as conchas repousam ou se movem 11) Natureza das partículas que interagem RESPOSTA: atitude ou orientação BIOFÁBRICA POSIÇÃO DE ESTABILIDADE Unimodal – correntes unidirecionais Bimodal – correntes oscilatórias Polimodal - fluxos turbulentos ORIENTAÇÃO AZIMUTAL DE BIOCLASTOS - é o evento de recobrimento do vestígio de vida a ser fossilizado - Distingue-se: - soterramento parcial - soterramento final Soterramento Diagênese - é a transformação do sedimento em uma rocha sedimentar e, por conseqüência, um resto orgânico em fóssil, através de dois mecanismos básicos: cimentação e compactação. Fósseis conservados perfeitamente BURGESS SHALE – Montanhas Rochosas- Canadá Cambriano Mais de 65.000 espécimes ! Ophabinia Pikaia Hallucigenia Anomalocaris Fauna de Burgess Shale (Montanhas Rochosas – Canadá) 65.000 fósseis: artrópodes, vermes, cnidários, cordado 15 a 20 animais sem associação com nenhum Filo conhecido 15 a 20 animais sem associação com nenhum filo conhecido 12 filos conhecidos 140 sp. descritas! BURGESS SHALE Anomalocaris Solnhofen Jurássico da Alemanha Solnhofen Jurássico Alemanha Archaeopterix Equinodermo Pterossauro Crustáceo Libélula Província de Liaoning Cretáceo -China insetos pterossauro dinossauros Formação Santana Cretáceo Ceará Insetos e plantas ictiólitos pterossauros dinossauros CLASSES TAFONÔMICAS CLASSE 1 Tempo muito curto (dias) entre morte e soterramento final. Carcaças em deriva, rapidamente soterradas / Autóctones. CLASSE 2 Tempo curto (semanas). Carcaças expostas a desarticulação inicial por intemperismo e ação biogênica (Trampling e predação). CLASSE 3 Tempo longo (meses a anos). Ossos com ação prolongada dos fatores intempéricos e bióticos (trampling e necrofagia). Ossos Isolados CLASSE 4 Tempo muito longo (10 anos). Ossos com ação prolongada e extremada de intemperismos e fatores bióticos. Ossos fragmentados Modelo deposicional do Sistema fluvial anastomosado / meandrante Perfil estratigráfico da Fm. Santa Maria Encalhando nas margens ou afundando na planície de inundação RESOLUÇÃO TEMPORAL Evidências paleontológicas e geológicas: Mega-inundações com freqüência de 20 mil a 100 mil anos Algumas dezenas de níveis fossilíferos Vários mega-eventos durante o meso-triássico do RS (10.000.000 de anos) Influência da Diagênese Aumento de até 100% no volume. Substituição da apatita original por calcita diagenética. • A calcita deslocadora, expande não apenas o interior poroso, mas também o osso compacto; • Esse tipo de expansão só é possivel em baixas profundidades de soterramento, uma vez que em profundidades maiores a pressão litostática inibe a expansão; • Precipitação de calcita ocorre na zona do limite do nível freático; • Períodos de chuva = inundação / Períodos de seca = precipitação de calcita deslocadora; • Confirma o clima semi-árido. “Chacina de Candelária” Bertoni-Machado et al. (2008) • Assembléia fóssil encontrada em Candelária – RS em 2004 (Formação Santa Maria); • Fósseis inseridos em um pelito maciço; • Grande número de crânios, mandíbulas e vértebras; poucos ossos longos; • Acumulação em uma área de 0,5 m2; • Orientação caótica dos elementos ósseos; Elemento ósseo Quantidade Crânio 6 Mandíbula 4 Fragmento crânio 1 Vértebras 25 Dentes isolados 9 Costelas 11 Íleo 1 Elementos esqueletais Crânio Tamanho (cm) A 12,2 B 17,7 C 15,6 D 18 E 23 F 12,1 Dimensões cranianas TIPOS DE MORTES • Desarticulação • Animais expostos a predadores são desarticulados em poucos dias, restando apenas partes do esqueleto axial articuladas; • O tipo de junta influencia na ordem de desarticulação, sendo que as juntas mais móveis se desprendem antes das menos móveis; • O grau de desarticulação pode indicar o tempo de exposição da carcaça; 15 20 25 5 10 GRUPOS DE VOORHIES N . d e o s s o s I Peq II III Grandes Ossos Interpretação • Sem orientação e tamanho preferencial = diferentes grupos de Voorhies; • A mistura de diferentes classes tafonômicas,além de diferentes graus de destruição dos ossos indica mistura temporal; • A ação de um animal com o comportamento de transportar alimentos para um abrigo é uma explicação mais plausível para esta acumulação, uma vez que o animal protege o alimento desta forma; Procedimentos de Campo • Desenhar o croqui, orientando-o (N/S; E/W) e com escala; • Fotografia gerais; • Observar as diferenças das rochas, cor, estruturas, destacando no croqui; Encontrando fóssil: • Marcar no croqui em que nível foi encontrado; • Observar se está in situ ou rolado; • Anotações sobre direção, e outras características; • Fotografar antes de retirar da rocha; ORIENTAÇÃO FLUXOS OSCILATÓRIOS (ONDAS) DISTRIBUIÇÃO DOS BIOCLASTOS EM CORTE DISTRIBUIÇAO DOS BIOCLASTOS EM CORTE ORIENTAÇÃO PREFERENCIAL CONCENTRAÇÕES FOSSILÍFERAS 1. KONSEVATIONLAGERSTÄTTEN Concentrações caracterizadas pela preservação de esqueletos completos, podendo, ou não, ocorrer preservação de substâncias orgânicas. Ex. Burgess Shale; Formação Santana; Solnhofen Seilacher (1970) - Fossillagerstätten 2. KONZENTRATIONSLAGERSTÄTTEN Concentrações contendo partes duras, desarticuladas, Concentradas por um agente exógeno / “time averaging” Ex. Mesossaurídeos da Formação Irati (bone-beds); Concentrações de conchas de bivalves da Formação Rio do Sul (coquinas). FORMAÇÃO SANTA MARIA TRIÁSSICO DO RS FORMAÇÃO SANTA MARIA – MEMBRO ALEMOA Pelitos vermelhos laminados e maciços Modelo Fluvial Anastomosado e Meandrante Agudo DICINODONTES Dinodontosaurus Ischigualastia Massetognathus Exaeretodon Chiniquodon CINODONTESRINCOSSAUROS Scaphonyx Hyperodapedon “TECODONTES” Karamuru vorax DINOSSAUROS Sacisaurus agudoensis
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