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SISTEMA DIGESTÓRIO Material de estudo pessoal 2019 – Mariane Suzarte @enfermagem_de_mainha OBJETIVO DO SISTEMA DIGESTÓRIO Transformar macromoléculas em micromoléculas para que sejam utilizadas pelas células. Compreende uma diversidade de órgãos tubulares por onde o alimento é digerido e absorvido. Componentes: Cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Órgãos auxiliares: Pâncreas, vesículas biliares e fígado. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DIGESTÓRIO O processo digestório se inicia na boca. O alimento passa por uma processo de digestão mecânica: Realizado pelo movimento da língua (músculo) e pela ação dos dentes (trituração e maceração oral). Passa também, por um processo de digestão química: Por conta da ação enzimática contida na saliva (amilase salivar ou ptialina). LINGUA Língua: Movimenta o alimento e facilita a deglutição. Detecta o alimento Deglutir ou cuspir Produção de saliva por intermédio de 3 grupos de glândulas acessórias Glândulas Salivares Parótidas Submaxilares Sublinguais A saliva secretada pelas glândulas salivares contêm glicoproteína, a Mucina, que tem a função de umedecer o alimento para que desça suave pelo sistema digestório (lubrificação). FUNÇÕES DA SALIVA O QUE TEM NA SALIVA? SALIVA AMILASE SALIVAR OU PTIALINA Responsável pela digestão do amido, um polissacarídeo (carboidrato grande), açúcar encontrado em alimento de origem vegetal. Responsável pela digestão do glicogênio, de origem animal. A ptialina trabalha em PH neutro, em torno de 7 (o PH da boca). BOLO ALIMENTAR Os polissacarídeos (carboidratos grandes) que começam a ser digeridos pela amilase ou ptialina na boca, não terminam de ser digeridos nesta fase. Vão passar por outros órgãos do sistema digestório para completar a digestão. Esse alimento, após processo de mistura de saliva e mastigação, se transforma em bolo alimentar, que então é deglutido. FARINGE Após formar o bolo alimentar, primeiro chega a faringe, órgãos que separa o Sistema Digestório do Sistema Respiratório. EPIGLOTE Epiglote: Ao engolir o bolo alimentar, a epiglote fecha a entrada do Sistema Respiratório. A traqueia fica localizada à frente. ESÔFAGO Um órgão tubular que transporta o alimento por movimentos peristálticos. O bolo alimentar segue para o tubo do esôfago, que tem função de leva-lo, da boca ao estômago, através de movimentos peristálticos, promovido pela musculatura lisa do esôfago. MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS A partir do esôfago até o final do Sistema Digestório, todos os órgãos farão movimentos peristálticos para auxiliar a movimentação do alimento. O motivo pelo qual o alimento não retorna, é devido à ação dos movimentos peristálticos e não pela gravidade. O vômito é o movimento peristáltico inverso, é um mecanismo de defesa do organismo. ESTÔMAGO O estômago vazio, possui um volume de aproximadamente 50mL, mas pode expandir sua capacidade para até 4L. Aqui, as proteínas não são digeridas completamente. Porém, algumas substâncias como o álcool e a cafeína, são absorvidas já no estômago. Regulação de entrada e saída do estômago São dois os esfíncteres do estômago: Cárdia - Faz a conexão do esôfago para o estômago Piloro - Regula a entrada do Quimo para o Intestino Delgado PIROSE OU AZIA Composições do Estômago A cárdia, fundo e corpo, constituem o Estômago próximo. O bolo alimentar chega ao estômago, passando pela válvula cárdia que tem a função de evitar refluxo do alimento para o esôfago. A cárdia é a primeira parte do estômago. Algumas células desta região do estômago produzem ácido e pepsina (uma das enzimas digestivas), parte do suco gástrico que ajuda na digestão de alimentos. Também produzem a proteína, ‘fator intrínseco’, que o organismo precisa para absorver Vitamina B12. Antro e piloro – duas partes inferiores, o Estômago distal. PAREDES DO ESTÔMAGO Mucosa (camada mais interna), onde as enzimas digestivas e o ácido estomacal são produzidos. A maioria dos cânceres de estômago iniciam nesta camada. Submucosa é a camada de suporte. Muscularis Própria é a camada de músculos que mistura o conteúdo do estômago. Serosa e Subserosa são as duas camadas exteriores, que reveste o estômago. QUIMIFICAÇÃO Transformações sofridas pelo bolo alimentar no estômago, graças a ação do suco gástrico é chamada Quimificação. Partindo desse ponto, o bolo alimentar passa a ser chamado Quimo. A presença do bolo alimentar no estômago estimula as células do epitélio glandular a secretarem o suco gástrico, que faz a digestão química. Enquanto o movimento peristáltico estomacal realiza a movimentação do quimo. No período de 2h a 4h, o quimo segue para o intestino delgado, porém ele está ácido. SUCO GÁSTRICO Formado por ácido clorídrico e pepsina, que faz a digestão química, principalmente de proteínas. O Ácido Clorídrico tem a função de matar bactérias que podem provocar intoxicação ao organismo, assim como também vai permitir que a (protease) pepsina, que é uma enzima, faça digestão de proteínas no estômago. O Ácido clorídrico atua na desnaturação de proteínas que estão no alimento. Quando uma proteína do alimento está desnaturada, as ligações peptídicas ficam mais expostas e aí, a pepsina vai até elas e quebram em proteínas menores. O resto da digestão da proteína é finalizado no intestino delgado. PH ACIDEZ ESTOMACAL Graças ao Ácido Clorídrico, o estômago é um ambiente extremamente ácido. Tem o PH em torno de 2,0. (corroeria um parafuso nesse PH). Para facilitar a ação da pepsina, o estômago é bem ácido. A Gastrina, um hormônio secretado pelo estômago, promove estímulo à produção de suco gástrico, que é a junção da pepsina com o ácido clorídrico. REFLUXO O estômago é cheio de dobras, nelas, há canais com células, responsáveis pelo muco que protege a parede do estômago. No interior das dobras do tecido, há canais contendo células responsáveis pela produção de mucina, pepsina e ácido clorídrico. Se o estômago é tão ácido, por que as células estomacais não são destruídas? Porque o estômago é protegido por um muco que possui uma glicoproteína, a Mucina (aquela mesma da saliva), que protege as células estomacais contra o ácido clorídrico, principalmente. Além disso, estas células estão constantemente em Mitose, ou seja, o tempo todo elas se renovam, justamente para a manutenção da parede do estômago. O ácido clorídrico não está dentro dessas células, por isso não são destruídas. As célula Parietal que secretam para dentro do estômago, bastante hidrogênio e cloro, que fora das células (na cavidade do estômago), se combinam, produzindo ácido clorídrico. Portanto, ele não é produzido no interior da célula. Além das células Parietal, produtoras de ácido clorídrico, há as células Chefes, que secretam o Pepsinogênio, que em contato com o ácido clorídrico se transformam em Pepsina (enzima ativa, responsável pela digestão da proteína) E quando há problemas com o esfíncter que faz a conexão esôfago e estômago? Ele se abre, permitindo o refluxo. O quimo que sobe, está extremamente acidificado, por essa razão causa a sensação de queimação característica da azia. HELICOBACTER Pylori Bactéria presente no estômago, tem afinidade com ambientes ácidos, porque consegue resistir. A H. Pilory transforma ureia (que é alcalina) em amônia. A amônia fica ao redor da bactéria. Ela se alimenta do muco que protege a parede do estômago. Desta forma, a parede fica exposta ao ácido clorídrico, ocasionando lesões (úlceras).De qual modo H. Pilory resiste? PILORO Ao fim do estômago há uma válvula que não permite a passagem direta do alimento para o intestino delgado, o piloro. O que possibilita junto com a válvula cárdia que o alimento permaneça no estômago por tempo suficiente para a digestão proteica. A válvula pilórica ao relaxar, permite a passagem do quimo para o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. INTESTINO DELGADO Absorção de nutrientes provenientes das reações enzimáticas digestivas ocorre no intestino delgado, por intermédio das microvilosidades intestinais, projeções do epitélio intestinal que aumentam a superfície de contato entre intestino e nutrientes a serem absorvidos. Secreta suco entérico, que também contém enzimas digestivas para digerir lipídios e açúcares. Não trabalha sozinho, conta com ajuda das glândulas acessórias, fígado e pâncreas. Se o quimo que chega ao Intestino Delgado está absolutamente acidificado, o que acontece? As enzimas do intestino delgado trabalham em ambiente alcalino, com PH em torno de 8. Para resolver, o intestino delgado secreta uma substância chamada SECRETINA (hormônio), que vai estimular o Pâncreas (uma glândula acessória) a jogar no Duodeno (porção inicial do intestino delgado), o Bicarbonato de Sódio, para alcalinizar o quimo. AÇÕES DO INTESTINO DELGADO Recebe a excreção de substâncias pancreáticas e biliares – que darão continuidade ao processo de digestão química, principalmente lipídios e carboidratos. Há produção pelo epitélio intestinal do suco entérico formado por enzimas digestivas (proteases, lactases, sacarases, maltases, carboxipeptidases, etc.) DUODENO SECRETA A ENTEROGASTRINA A enterogastrina atua na inibição da secreção do suco gástrico e da motilidade gástrica, o que torna o esvaziamento do estômago mais lento. Para deixar o trabalho do intestino delgado mais tranquilo PÂNCREAS Glândula com função anfícrina, porque desenvolve a função de glândula endócrina (produção e secreção de insulina e glucagon) e como glândula exócrina (produção e secreção de suco pancreático, contendo enzimas e bicarbonatos). A porção exócrina do pâncreas possui auxílio na digestão sendo o suco pancreático, constituído de enzimas (amilase, tripsina, quimiotripsina, lipase, etc) que farão a digestão química de mais proteínas, carboidratos e lipídeos. DUODENO Tem 25cm Onde ocorre digestão de todos os nutrientes (líquidos, carboidratos, proteínas, ácidos nucleicos) MICROVILOSIDADES DO INTESTINO DELGADO Absorção de nutrientes e de água. Essa absorção é facilitada, porque o intestino delgado é cheio de vilosidades e é também, formado por células que tem especialização na membrana plasmática, que são as microvilosidades. Dentro do intestino delgado, há muitas dobras que aumentam a superfície de contato dessas paredes com o alimento que foi digerido para que haja eficaz absorção de nutrientes. Dentro dessas vilosidades estão os capilares sanguíneos, que é para onde os nutrientes serão direcionados para serem levados para o fígado. Além da parede do intestino delgado ser toda cheia de vilosidades, as células que formas essas paredes possuem microvilosidades na sua membrana plasmática. Aumentando muito mais a superfície de contato para que a absorção dos nutrientes seja altamente efetiva dentro do intestino. Esses alimentos entram por estas células e depois são enviados para os vasos sanguíneos que levarão esses nutrientes para o fígado, que fará a distribuição de nutrientes pelo corpo. ENTRADA DO NUTRIENTE NA CÉLULA Dependendo do nutriente, pode entrar na célula por transporte passivo, difusão ou transporte ativo, com gasto de ATP. Ex.: Açúcares entram na célula por transporte passivo, sem gasto de ATP. Glicose, aminoácidos e vitaminas requer gasto de ATP para entrar nas células e ser enviados para os vasos sanguíneos. Ácidos graxos, monoglicerídeos (que são nutrientes, produtos da digestão de lipídios) são enviados para dentro das células epiteliais do intestino e são transformados em triglicerídeos, que são revestidos de colesterol, proteínas e fosfolipidios., formando uma ‘bolinha’ de gordura, os Quilimicrons. QUILIMICRONS Os quilomícrons são muito grandes para serem transportados pelos capilares sanguíneos, assim são transportados pelos vasos linfáticos (que são maiores) e distribuídos pelo corpo. O que sobra é enviado para o intestino grosso. SINAL ENVIADO DO INTESTINO DELGADO PARA GLÂNDULAS ACESSÓRIAS A Colecistoquinina (CCK) é secretada pelo intestino delgado. O sinal enviado do intestino delgado para o fígado, serve para que o hormônio CCK estimule a contração da vesícula biliar para que secrete a bile no duodeno. E ‘chame’o pâncreas, para que secrete bicarbonato de sódio e enzimas digestivas no duodeno. ENZIMAS DO PÂNCREAS O pâncreas secreta no duodeno, enzimas digestivas como a Tripsina e Quimiotripsina, que estão envolvidas no processo de digestão de proteínas que iniciaram no estômago. Além disso, ele secreta: Lipases – digestão de gorduras Nucleases – digestão de ácidos nucleicos como DNA/RNA Monossacarídeos BICARBONATO DE SÓDIO O bicarbonato de sódio constitui um sistema “tampão” natural do organismo, ou seja, controla o PH do quimo vindo do estômago, que está por volta de 2,0 a 2,5, deixando dessa forma o quimo com um PH mais alcalino, para ser digerido no intestino. FÍGADO O intestino delgado conta com auxílio do fígado, que produz a Bile e é armazenada na Vesícula Biliar, uma pequena bolsa embaixo do fígado. Quando o alimento entra no duodeno, essa vesícula biliar joga bile no seu interior, que facilita a digestão da gordura. Bile contêm sais biliares, que são esteroides derivados do colesterol, que funcionam como “detergente”, fazendo com que a gordura fique menor, aumentando a superfície de contato para que as lipases venham e digiram a gordura. BILE NÃO DIGERE GORDURA, APENAS EMULSIFICA! SUCO BILIAR O suco biliar auxilia na digestão de lipídeos emulsificando-as e possibilitando uma melhor absorção dos lipídeos pelos enterócitos. Enterócitos: células do epitélio intestinal, sua produção ocorre nos hepatócitos. Seu armazenamento ocorre na vesícula biliar. INTESTINO GROSSO O processo de digestão tem seu término no Intestino grosso. Nele, ocorre a produção de fezes (restos alimentares do processo digestório) que auxiliada pela microbiota entérica (fermentam esses compostos químicos que não foram absorvidos pelo intestino). Muitos nutrientes, como vitaminas, tornam-se biodisponíveis a serem absorvidos pelo intestino grosso após sua passagem pelo metabolismo das bactérias colonizadoras do intestino. Entre a microbiota existente no intestino, podemos citar: Escherichia coli, Lactobacillus sp. E bifidobactérias. QUILIFICAÇÃO O alimento que está no intestino grosso é chamado de Quilo. Quilificação é o processo de formação das fezes. DIVISÃO DO INTESTINO GROSSO COLON: Parte principal, onde ocorre a reabsorção de água, de toda a água utilizada no processo digestório. Ex.: saliva. CECO OU APÊNDICE: Função imunológica (secundária). Não faz falta quando retirado. RETO: Armazena fezes Por que depois de comer dá vontade de defecar? Porque quando o alimento começa a entrar pelo esôfago, começam os movimentos peristálticos por todo o sistema digestório e isso, estimula o intestino grosso a empurrar as fezes que estão no reto para fora, esperando o que está por vir, ‘abrindo espaço’. Se as fezes permanecerem por tempo longo no intestino grosso, o que acontece? A água é toda absorvida,assim ocasiona a dificuldade de fazer cocô, ou seja, a prisão de ventre. E se por processo patológico ou emocional, esse bolo fecal ficar pouco tempo no intestino grosso? Quando a água contida nas fezes não é reabsorvida, ocorre a diarreia. E com ela, a desidratação. Pois a água que deveria ser reabsorvida para o organismo vai ser perdida para as fezes. Bactérias do intestino grosso Há bactérias benéficas envolvidas no processo de produção de várias vitaminas essenciais, tais como as vitaminas do complexo B, Vitamina K, por exemplo. A Escherichia coli é usada para mensurar se a água está contaminada. Assim, se há presença de E. coli na água, é porque há muitas fezes na água. ÂNUS O processo digestório finaliza com a eliminação das fezes (evacuação) através do ânus, que tem as pregas relaxadas, possibilitando a eliminação das fezes. Pregas anais -- musculatura