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resumo empresarial

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Título de Crédito: 
“Credere”: acreditar; 
Dois elementos básicos: confiança e tempo. 
A conjunção dos dois elementos é que caracteriza o crédito; 
O título de crédito é um dos instrumentos de efetivação desse crédito; 
A assinatura obriga o devedor, no título de crédito. Não existe assinatura inútil no título; 
Emitente 
Endossante 
Aceitante 
Avalista 
São devedores solidários, os que assinam no título. Responsabilidade autônoma. 
Assinatura obriga, ainda que não seja o emitente. Quanto mais pessoas assinarem, mais 
confiável é o título; 
Título de crédito não é dinheiro. O real é a moeda de curso forçado, é obrigatória a 
aceitação dela, não é necessário aceitar o título de crédito. 
→ Conceito (é de um italiano chamado Cesare Vivante): “é o documento necessário para o 
exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado”. 
→ Características do título: 
• Cartularidade: só se exige o título com o documento. O documento é que dá o direito 
de cobrar. Ao pagar exige-se o título. Princípio pelo qual pode exigir o título mediante 
documento; 
• Literalidade: que dizer vale o que está escrito no título. O vencimento, os devedores, o 
valor, a praça que está no título. 
A existência do título é regulada por seu teor e somente o que nele está escrito é que 
se deve levar em consideração, não valendo qualquer obrigação expressa em 
documento dele separado. 
• Autônomo: é uma obrigação cambial autônoma, em relação à outra, quer dizer cada 
assinatura tem a sua obrigação, se um não pagar não anula a obrigação do outro, 
fazendo com que o título tenha credibilidade. A declaração feita no título é válida 
independentemente da declaração que deu origem a esse título, chamado negócio 
jurídico subjacente. Um outro aspecto da autonomia indonibilidade de exceções a 3º de 
boa fé; 
→ Vencimento: 
• A vista: ex.: cheque; então título á vista vence com a apresentação; 
• A certo tempo de vista; 
• A certo tempo de data: é o título que vai vencer em um prazo após a sua emissão; 
• Data certa: quando foi estipulado na data certa; 
→ Classificação quanto ao critério da causa originaria: 
• Abstratos: são aqueles que podem nascer de qualquer causa. Ex.: cheque; letra de 
câmbio; nota promissória... 
• Causais: são os que, obrigatoriamente, nascem de causa determinada. Ex.: duplicata; 
o conhecimento de depósito; o warrant... 
 → Títulos Próprios: são aqueles que decorrem de uma relação de crédito típico. É aquele 
título que decorre de certo lugar e tempo. Ex.: Letra de Cambio; Nota Promissória; Cheque. 
→ Títulos Impróprios: porque não existe um tempo e um valor definido. Ex.: ações. 
 
→ Classificação quanto à Circulação dos Títulos de Crédito: 
• O título ao portador: são os títulos que se transferem por simples tradição; 
• A ordem (ou endossáveis): são os títulos cuja transferência se opera por meio do 
endosso; 
• Nominativo: são os títulos cuja transferência se opera mediante um termo de 
transferência lavrado em livro próprio que vai assinado pelo cedente e pelo cessionário. 
Ex.: livro de transferência de ações nominativas. 
→ Normas aplicáveis aos Títulos de Créditos Típicos: 
No final do século XIX e início do século XX houve um grande aumento no comércio, 
então eles resolveram facilitar o meio econômico, e com isso iniciaram as negociações no 
início do século XX. E em 1930 os países assinaram (o Brasil assinou) um tratado (convenção), 
para utilizar as mesmas normas que é a letra de câmbio, nota promissória e cheque, para 
facilitar as negociações entre eles. 
Em 1966, através do decreto 57595/66, para cheques; decreto 57663/66 que fala de 
letra de câmbio e notas promissórias. 
No decreto 57595/66, é só olhar a lei 7357/85 lá está tudo resumido e pronto para o 
cheque. Já no decreto 57663/66 existe a lei 2044/1908, que fala sobre a letra de câmbio e nota 
promissória, mas tem que analisar qual artigo se aplica no Brasil. 
O decreto 1102/1903 é para o Worrat, é como um ticket usado geralmente em 
armazém geral. 
E o decreto 5474/68 fala sobre a duplicata. 
Ressalva são as normas que não se aplicam na nossa legislação brasileira. 
Os textos legais aplicáveis às letras de câmbio e notas promissórias são os seguintes: 
* Lei Uniforme de Genebra (LUG) ou Anexo I da Convenção de Genebra de 1930: é a 
principal norma para interpretar e aplicar o direito às letras de câmbio e às notas promissórias. 
É a base da legislação cambial. É por ela a primeira consulta para análise e aplicação do 
direito. Mas ela em alguns artigos está afetada por norma dos artigos das RESERVAS; 
* Reservas à Lei Uniforme de Genebra ou Anexo II da Convenção de Genebra de 1930: 
são só aplicáveis os artigos das RESERVAS que o Brasil adotou, conforme consta o Decreto 
57.663/1966, introdutor da Convenção de Genebra e seus anexos no sistema jurídico 
brasileiro. O artigo da RESERVA adotado pelo Brasil pode: a) aplicar-se ao caso concreto, 
resolvendo questão; b) remeter a questão para o artigo da LUG afetado, com modificações; c) 
enviar a questão para nosso direito interno que, quase sempre, é a Lei Cambial anterior, ou 
seja, o Decreto 2.044/1908. 
* Decreto 2.044, de 31/12/1908: corresponde à nossa Lei Cambial anterior. 
Código Civil de 2002 e sua aplicabilidade: as disposições do novo Código Civil, introduzido 
pela Lei 10.406 de 2002, representam em verdade uma imprudência da Comissão Elaboradora 
e Revisora do mencionado Código. 
 
 
 
 
Declaração Cambial: 
(isso acontece toda vez que você assina em um Título de Crédito): 
→ Conceito: “declaração cambial é a manifestação de vontade do signatário no sentido de 
criar, completar, garantir ou transferir o título de crédito” Wille Duarte Costa. 
Não existe Título de Crédito sem declaração cambial; 
É a manifestação de vontade que conta no Título de Crédito de forma a criá-lo, transferi-lo, 
dar garantia etc. A qual em geral vincula o declarante como obrigado solidário pela 
obrigação (a dívida), e com os co-obrigados também porque assinar se torna obrigado; 
Toda e qualquer declaração cambial encerra-se pela assinatura do declarante, por ela, fica 
obrigado no título de crédito se tiver capacidade para tanto. Não sendo capaz, o signatário 
não se obriga, mas sua assinatura não invalida o título e nem afeta as outras obrigações 
válidas, de agentes capazes. Sem assinatura não há obrigação alguma e, 
consequentemente, não haverá declaração cambial. 
→ A 1ª Declaração Cambial é chamada de Originária ou Necessária: 
• Originária: é aquela declaração cambial que cria o Título de Crédito, da qual nasce o 
Título de Crédito. Ex.: o saque ou emissão; 
• Necessária: porque o Título não existe sem a declaração originária. Ex.: a quantia que 
for paga, R$ 10.800,00. 
(Emissão ou saque são termos que buscam identificar a criação do título de crédito. Neste 
caso é declaração cambial necessária, essencial e completa-se forçosamente pela 
assinatura do declarante. Corresponde ela à declaração principal, de tal forma que, sem 
ela, não existirá o título. 
Na nota promissória a declaração cambial que cria o título chama-se emissão e se 
completa com a assinatura do emitente. A declaração corresponde a uma promessa direta 
de pagamento que o emitente faz a favor do beneficiário da declaração, comprometendo-
se diretamente a pagar a quantia determinada no título de crédito. 
Na letra de câmbio, a declaração cambial que cria o título chama-se saque, 
corresponde a uma ordem de pagamento. Nada impede que possa ser chamada de 
emissão, pois saque e emissão significam a criação do título. 
O saque, em verdade, é uma ordem de pagamento dada pelo sacador ao sacado a 
favor do beneficiário ou tomador). 
* Declaração Cambial Sucessiva: porque elas sucedem à declaração originaria, ou seja, elas 
são lançadas no Título de Crédito após a sua criação. 
 Criado o título, as demais declarações podem surgir ounão, dependendo do interesse 
das partes envolvidas. É que somente a primeira declaração é indispensável. As demais 
surgem segundo a conveniência das partes interessadas. Se a assinatura torna o signatário 
obrigado no título, cada nova assinatura representa mais uma declaração, mais uma obrigação, 
aumentando a garantia oferecida ao credor do título, por força do maior número de assinaturas 
e de pessoas envolvidas nele. Quanto mais assinaturas tiver um título de crédito, maior 
garantia ele oferece ao portador. 
 Aceite é a declaração cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário (chamado 
até então sacado no título) reconhece dever o valor do título e promete cumprir a ordem contra 
ele dada. O aceite não é necessário para validade do papel. 
 O signatário do aceite chama-se aceitante. Sua assinatura produz para ele uma 
obrigação principal e direta, completando a letra de câmbio. Mas é preciso esclarecer que, 
mesmo sem o aceite, a letra de câmbio é válida e o título poderá circular até o final pagamento. 
Daí não ser o aceite necessário para validade do título e, em conseqüência, é incorreto dizer 
que a validade da letra de câmbio depende do aceite. Com ou sem aceite na letra de câmbio 
as demais obrigações permanecem. 
 O aceite não precisa ser datado, a não ser no título com vencimento a certo termo de 
vista, caso em que se torna obrigatória a data do aceite, de vez que a contagem do termo 
(prazo) inicia-se da data do aceite. 
 Para validade do aceite nas outras hipóteses basta a assinatura do sacado capaz. 
Observe, no entanto, que a nota promissória não comporta a figura do aceite, porque ela é uma 
promessa direta de pagamento. 
 Endosso: é a declaração cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário transfere 
o título a terceiro e, por conseqüência, transfere também o direito cambial emergente do título. 
Seu signatário chama-se endossante e o beneficiário do endosso chama-se endossatário. O 
endosso produz para o endossante uma obrigação subsidiária e de regresso, porque, em 
última análise, é uma promessa indireta de pagamento, já que o endossante pode responder 
pelo pagamento do título, se este não for pago pelo obrigado principal e havendo protesto 
cambial em tempo hábil (primeiro dia útil seguinte ao dia do vencimento). 
 O endosso se expressa por uma ordem dada pelo endossante, para que o sacado 
pague a um terceiro o valor do título, podendo ser o endosso ao portador ou nominativo, neste 
figurando o nome do beneficiário do endosso (endossatário). 
 Aval é a declaração cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário garante o 
pagamento do título. O signatário do aval chama-se avalista. A pessoa a quem este se 
equipara, em razão do aval, chama-se avalizado. 
 O aval produz para o avalista uma obrigação subsidiária e de regresso (se o avalista 
equiparar-se ao sacador ou a qualquer endossante) ou, ao contrário, produz uma obrigação 
direta e principal (se o avalista equiparar-se ao aceitante da letra de câmbio ou ao emitente da 
nota promissória). 
 Válido o aval, a obrigação do avalista torna-se autônoma, podendo ele responder 
diretamente pelo pagamento do título que garantiu, sem que o avalizado seja acionado. 
Ex. Anverso 
Pagarei por esta Nota Promissória a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), no dia 02 de 
Março de 2007, na praça de Belo Horizonte, MG. 
A Alexandre Belo Horizonte, 28 de Fevereiro de 2007. 
por aval de Ana Luiza ________________ 
 Jaqueline (saque ou emissão) 
 
A Jaqueline criou o título, seria a declaração originaria. 
E a Ana Luiza foi à declaração cambial sucessiva. 
 Verso 
Paga-se ao José Ronaldo 
 _________________ 
 Alexandre 
A Jaqueline passou o título de crédito para o José Ronaldo, que dizer ela endossou isso seria 
uma declaração sucessiva. 
 * Declaração Cambial Sucedânea: decorre do Art. 8º da Lei Uniforme de Genebra (LUG) do 
Decreto 57663/66. 
Esse artigo quer dizer que quando alguém assina uma cambial na qualidade de 
mandatário ou representante legal de outrem, sem o ser ou sem que esteja devidamente 
autorizado (sem poderes para tanto), fica o signatário diretamente obrigado no título e não o 
seu pseudo-representado. 
Não se trata de uma declaração cambial diferente das outras, uma nova declaração 
cambial. Em verdade, o signatário assume uma responsabilidade equivalente àquela que teria 
assumido a pessoa que pretendia representar no título, ou seja, ele será sacador (ou emitente), 
endossante, avalista ou aceitante, conforme declarar no título. O que ocorre é que, pela falta de 
poderes, o signatário substitui (sucede) aquele que diz representar. Sua obrigação, portanto, 
conforme o caso será pessoal e direta. Se da parte do procurador ou do representante não 
existe de fato poderes especiais para assinar título de crédito, é o próprio procurador ou 
representante que se obriga, direta e pessoalmente, sucedendo aquele que deveria ter 
assinado. 
* Características das Declarações Cambiais: somente a primeira declaração cambial precisa 
ser completa, atendendo a todos os requisitos de validade impostos pela lei. As demais podem 
consistir em simples assinatura. Por isso, pode ser dito que não há declaração cambial sem 
assinatura do declarante, sendo esta, a assinatura, o requisito mais importante de qualquer 
declaração cambial, já que dela advém a obrigação do signatário. 
A assinatura do próprio punho é o requisito mais importante do título de crédito, mas 
em alguns deles, como no cheque, a assinatura pode ser substituída pela chancela mecânica 
ou processo equivalente. 
As declarações cambiais, como tal, devem ser lançadas no próprio título. Fora dele, 
tornam-se imprestáveis para fins cambiais. Tornam-se inexistentes. 
O Título de Crédito é autônomo. 
 
→ Requisitos das Letras de Câmbio e Notas Promissórias: 
Letra de Câmbio Art. 1º Notas Promissórias Art. 75 
* É uma ordem de pagamento dirigida a 
terceiros; 
* É uma promessa de pagamento para você 
mesma; 
* A palavra “letra” tem que estar no texto do 
título. Ex.: “Pagarei por essa Letra de 
Câmbio”; 
* O requisito “Nota Promissória” tem que 
estar escrito no texto; 
* Ordem de pagar determinada quantia; * A promessa de pagar pura e simples 
determinada quantia; 
* O nome da pessoa (sacado) que deve 
pagar; 
* A assinatura; 
* A época do pagamento; * Época do pagamento; 
* A indicação do lugar que se deve pagar; * Lugar do pagamento; 
* A pessoa que tem que pagar o título 
(tomador ou beneficiário); 
* O nome da pessoa (beneficiário que tem 
que pagar o título); 
* Local e data do saque ou emissão; * Local e data de emissão; 
* Assinatura do sacador ou emitente. * Assinatura do sacador ou emitente. 
 
→ Rigor Cambiário: a letra de câmbio que tiver faltando um dos requisitos acima o título será 
nula (Art. 2º), não é considerado título, mas há exceções. E Art. 76 é para Nota Promissória; 
 Exceções: 
• Se faltar a época do pagamento, ele será à vista; 
• Se faltar a praça de pagamento, vai ser o local que constar ao lado do nome do 
sacado; 
• Se faltar o lugar da emissão, vai ser ao lado do nome do sacador. 
→ Requisitos Não Essenciais: 
Os requisitos não essenciais estão no Art. 2º para Letra de Câmbio e Art. 76 para Nota 
Promissória. 
Época do pagamento é requisito não essencial, já que, na sua falta, subentende-se 
pagável à vista o título. 
Com relação ao lugar do pagamento e o lugar da emissão, por força da teoria da 
equivalência, a falta do primeiro pode ser suprida pelo outro, existindo-o no local indicado ao 
lado do nome do sacado, do sacador ou do emitente da nota promissória (subscritor), conforme 
o caso. Atente-se, portanto para o seguinte: não havendo qualquer indicação, nem no localpróprio, nem ao lado (ou abaixo) do nome do sacado, do sacador ou do emitente, conforme o 
caso, o título deixa de ser nota promissória ou letra de câmbio, perdendo sua natureza cambial, 
não produzindo qualquer efeito pela falta do lugar do pagamento ou da emissão. 
Portanto, com exceção da época do pagamento, todos os demais requisitos são 
essenciais. 
Se o título tiver em branco, mas assinado e é entregue a alguém, esse alguém pode 
preencher o título, desde que seja de boa fé; 
Exemplo de Letra de Câmbio: 
 Anverso 
 Valor: R$ 5.000,00 
Maria pagará, por esta letra de câmbio a quantia de R$ 5.000,00 do Thiago, no dia sete de 
abril de 2007, na praça de Belo Horizonte. 
Aceito: _________________ Belo Horizonte, 07 de Março de 2007. 
 Maria ______________________ 
 Ana Luiza 
 
 Verso 
 Paga-se a Alexandre 
 ___________________ 
 Thiago 
→ Assinatura para obrigar pessoa jurídica: 
É preciso observar que, quanto às pessoas jurídicas, as assinaturas de seus 
representantes devem atender aos termos da lei. 
Princípio da Veracidade: quando usar firma o nome da empresa é o nome da própria 
pessoa. Ex.: João da Silva. 
O empresário coletivo usa razão social. Ex.: José Ronaldo, Ana Luisa e filhos, comércio 
de geladeiras. É uma sociedade, ilimitada ou mista (comanditado e comanditário). 
Denominação: ex.: Cia. Vale do Rio Doce; 
 Cia. Brasileira de Distribuição; 
 Construtora Mendes Junior AS 
É sociedade de responsabilidade limitada em relação à responsabilidade dos sócios. 
 
João Pedro da Silva 
__________________ O administrador da empresa que assinar, ela está 
Cia. Vale do Rio Doce responsabilizando a sociedade; 
 
* No exemplo João Pedro da Silva é o diretor ou pessoa autorizada a assinar representando a 
sociedade Cia. Vale do Rio Doce. 
 
Firma: 
______________________ Se um dos seus sócios assinar o seu próprio 
José Ronaldo, Juliana e nome ele estará se responsabilizando, para a 
Cia. Comércio de Geladeiras firma se responsabilizar teria que escrever todo 
 o nome da firma (razão social). 
- Nome empresarial: é o nome através do qual a empresa se obriga; 
* Firma – individual 
 - social (razão social; empresário coletivo); 
* Determinação 
A denominação não é empregada como assinatura, o que só ocorre com a razão social ou 
firma social. 
Empresário: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços 
Empresa: atividade econômica praticada de forma organizada. O empresário pode ser 
individual (pessoa física) e empresário coletivo (a sociedade empresarial, pessoa jurídica). 
 
Aceite: 
- Conceito: é uma declaração cambial pela qual o signatário admite a ordem contra ele dada 
para pagar uma quantia determinada, concordando com os termos do saque e assumindo a 
qualidade de responsável principal pelo pagamento da letra de câmbio. 
 O aceite só pode ocorrer na letra de câmbio e na duplicata. Sem o aceite na letra de 
câmbio o sacado não assume obrigação alguma no título, já que não o assinou. 
 O sacado é a pessoa indicada para pagar o título. É ele quem deve aceita-lo. Depois 
que assina, aceitando a letra de câmbio, o sacado passa a denominar-se aceitante. Em seu 
lugar pode assinar seu procurador com poderes especiais. Outro qualquer não poderá faze-lo, 
eis que, sem procuração e sem poderes especiais para obrigar-se cambialmente, ficará ele 
direta e pessoalmente obrigado ao pagamento do título, se aceitá-lo em lugar do sacado sem 
poderes para tanto. 
 É errado dizer que sem aceite não há letra de câmbio, pois o aceite apenas completa o 
título. Este pode existir, validamente, sem aceite do sacado, até sua liquidação final, pois o 
aceite é uma declaração cambial eventual, sucessiva e acessória. 
- Forma: é a assinatura no verso ou no anverso, no verso tem que ter a expressão “aceito”. 
 
Carla (sacado) pagará por esta letra de câmbio a quantia de R$ 6,00 (seis reais) a Lucas 
(beneficiário). Na praça de Belo Horizonte. 
 Belo Horizonte, 16 de Março de 2007. 
 
 Carla (aceitante) Tarciane (sacador ou emitente) 
--------- -------------- 
 
Exige-se a formalidade da assinatura, não é necessária qualquer outra formalidade, pode ser 
feito no verso ou no anverso, sendo este mais utilizado (frente). 
Qualquer assinatura é uma declaração no título. 
- Apresentação para aceite: é o momento que o título é apresentado as sacado, para ele 
pagar, e ele vai dizer se vai ou não pagar. Quando ele aceita, ele passa a ser o principal 
devedor. Agora se ele não aceita, ele não se torna obrigado e o título vence no momento em 
que você apresenta para ele, mesmo que não esteja na data do vencimento. 
- Cláusula impeditiva de aceitação: o sacador pode estipular que a letra de câmbio seja 
apresentada para aceite, com ou sem fixação de prazo, ou determinar que a apresentação não 
se faça antes de determinada data. Pode também proibir sua apresentação para aceite (letra 
de câmbio não aceitável), salvo na letra de câmbio com vencimento a certo termo de vista, ou 
na pagável em domicílio diferente do domicílio do sacado (letra de câmbio domiciliada). Se o 
vencimento for a certo termo de vista a proibição não pode prevalecer, já que a contagem do 
prazo para vencimento dependerá da data de apresentação do título ao sacado, para aceite. 
 Portanto, o endossante pode estipular que o título seja apresentado para aceite, com 
ou sem fixação de prazo, salvo se tratar de letra de câmbio não aceitável ou letra de câmbio 
com vencimento a certo termo de vista. 
- Letra de câmbio não aceitável: se o sacador proíbe, no próprio título, sua apresentação 
para aceite, tal letra de câmbio é considerada não aceitável. E a letra de câmbio não aceitável 
só deverá ser apresentada ao sacado no vencimento, para pagamento, isto se faz para que 
não haja protesto por falta de aceite e, por conseqüência, não haja antecipação do vencimento 
em razão do protesto. 
 Se apresentada uma letra de câmbio não aceitável ao sacado antes do vencimento e 
este aceitá-la, seu aceite permanecerá produzindo todos os efeitos do aceite normal. Mas se 
há recusa de aceite, a letra de câmbio, não aceitável não poderá ser protestada por falta de 
aceite. 
- Falta do aceite: a falta do aceite deve ser comprovada pelo protesto cambial. Neste caso, 
havendo o protesto dar-se-à o vencimento antecipado do título, cuja execução poderá ser 
promovida desde então. 
 O aceite não é requisito essencial da letra de câmbio ou de qualquer outro título. Por 
isso, faltando-o, pouco importa. A letra de câmbio continua válida. 
- Aceite qualificado: é aquele em que o aceitante restringe a ordem, não a aceitando 
inteiramente. Assim sendo, ele pode não concordar com a data do vencimento, com o lugar do 
pagamento, com o valor a ser pago ou com a espécie de moeda. Ex.: quando o título é no valor 
de R$ 10.000,00 e o sacador assina o aceite colocando o valor que vai pagar que será de R$ 
5.000,00, e o sacador também pode mudar a data do título, pode ser para depois do 
vencimento. 
 Mas são pé da letra o sacador não atendeu a ordem do título de crédito, com isso, o 
vencimento será antecipado, no momento em que o credor apresentar o título, isso acontece 
se o tomador (credor) não aceitar essa ordem de pagamento. 
- Efeitos do aceite: o aceite obriga cambialmente o aceitante, produzindo uma obrigação 
direta e principal. O aceitante responde perante o legítimo possuidor do título. 
1º) vinculaçãodo sacado como devedor principal no título de crédito tornando-se aceitante; 
2º) evitar o vencimento antecipado do título. 
- Aceite por intervenção: a intervenção é o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não para 
aceitar o título, aceita a letra de câmbio para evitar o seu protesto e honrar o nome de alguém 
já obrigado no título. O aceitante por intervenção age como interveniente e deve indicar a 
pessoa cujo nome quer honrar. 
- Aceite fora da Cártula: Tudo que estiver fora do título, não será válido. 
 
Endosso: 
- Conceito: “é uma declaração cambial, sucessiva e eventual, pela qual o portador do título e 
titular do direito cambial transfere o título de crédito e o direito dele constante para terceiros 
definitivamente, se for pleno, passando, em razão de sua assinatura no endosso, a obrigado 
indireto, também responsável pelo pagamento do título”. Wille Duarte Costa. 
É uma declaração cambial pela qual o titular do título de crédito o transfere ou delega 
poderes para outrem, ou ainda o transfere em garantia de algum negocio jurídico. 
É um meio de se transferir o título a ordem. 
Endossante: é o signatário do endosso. 
Endossatário: é o que se beneficia do endosso dado, é a pessoa a quem o título e o 
direito são transferidos. 
- Requisitos: 
Tem como requisito material: capacidade da parte, manifestação da vontade.. (CC); 
Requisito formal: somente assinatura. 
O endosso não é cessão. É ato unilateral, é formal. O endossatário recebe um direito 
emergente do título e não o direito do endossante. O endossatário adquire um direito próprio, 
literal e autônomo, no momento do endosso, sendo-lhe entregue o título respectivo. 
Endosso preto: expressa quem é o endossatário; tem que colocar o nome do beneficiário. 
Pague-se a Antônio 
Ass.: José 
 
Endosso branco: mera assinatura; sem falar quem é o endossatário. 
 
 Ass.: José 
 
Normalmente o endosso é dado no verso; 
- Espécies de endosso: 
* Endosso pleno: também chamado de translativo; endosso normal que conhecemos; é 
aquele que transfere a propriedade do título. 
 É aquele em que a transferência do título e do direito dele decorrente se dá por 
completo. É forma normal para transferência do título de crédito à ordem. O endossante torna-
se obrigado indireto por força do endosso, mas ele haverá de ser capaz de se obrigar. Sendo 
incapaz o endossante, é claro que não se obrigará em razão do endosso. 
(aqui que pode ter endosso preto ou branco); 
* Endosso – Mandato: não transfere a propriedade; você dá poderes a outrem para cobrar o 
título para você. 
 Pelo endosso-mandato o endossante indica o endossatário como seu procurador, 
subentendendo-se a outorga ao mandatário de todos os poderes para cobrança e recebimento 
do título. Por isso, tais poderes não precisam ser especificados no título ou em qualquer outro 
lugar, pois eles estão implícitos no endosso-mandato. 
 No endosso-mandato, o endossante é o mandante e o endossatário é o mandatário. 
 Ao endossatário não se transmite a propriedade do título e nem os direitos dele 
emergentes, mas apenas a posse para cobrança e recebimento do valor do título. 
 Para cobrança de João 
 
 José 
 -------- 
 * Endosso – Caução: caução é garantia; transfere o título com o único propósito de garantir o 
pagamento de uma dívida. 
 O título é transferido ao endossatário apenas como garantia de alguma outra 
obrigação. O endossatário recebe, além da posse do título, todos os poderes para cobrança e 
recebimento do valor do título. 
 Em garantia 
 
 José 
 --------- 
- Responsabilidade do endossante: ao dar o endosso, o endossante se torna um dos co-
obrigados do título (regra para endosso pleno ou translativo). 
 No endosso-mandato ele é o credor. No endosso-caução há a garantia dada pelo 
endossante, assim como no endosso pleno, dando garantia se torna um co-obrigado. Não 
torna-se co-obrigado se expressamente colocar no título que não é co-obrigado 
O endossante garante tanto a aceitação como o pagamento do título, salvo cláusula em 
contrário. Ele pode também nada garantir e pode proibir um novo endosso. 
Para o endosso pleno: há garantia do endossante; 
Para o endosso mandato: não há garantia do endossante; 
Para o endosso caução: há garantia do endossante. 
Pague-se a Antônio, sem garantia. 
 
 José 
 -------- 
* Endosso tardio ou póstumo: ocorre após o vencimento do título. 
 Conseqüências: é considerado ou tem os mesmos efeitos de uma simples cessão civil 
de crédito. 
 Não há autonomia das obrigações. 
 As mesmas exceções impostas ao endossante podem ser aplicáveis ao endossatário. 
Não é considerada uma declaração cambial autônoma. 
* Endosso parcial: de acordo com o princípio da cartularidade não pode endossar 
parcialmente; é nulo; ou transfere tudo ou não transfere nada. 
- Dupla assinatura no verso: uma assinatura é endosso, duas assinaturas é aval. 
 A mesma pessoa pode assinar duas vezes. Não existe assinatura inútil. O endossante 
nesse caso garante o pagamento do título. São duas declarações diferentes e aplica-se o 
princípio da autonomia das obrigações. 
- Circulação em Direito Comum: dá-se a circulação de direito comum em todos os outros 
casos de cessão e transferência de bens previstos em outras normas. 
 Uma forma de circular o título de crédito sem o endosso: 
* Sucessão causa mortis (quando há a morte do beneficiário); 
* Cessão de Crédito; 
* Separação (o patrimônio comum, se houver título de crédito, há uma partilha). 
Há várias outras formas de transferir o crédito. Alienação judicial do título etc. Havendo 
transferência por outro modo diferente do endosso, o direito do adquirente não é autônomo, 
pois não nasce em decorrência do ato de transferência propriamente dito, qualquer que seja. O 
seu direito será sempre derivado do direito do último possuidor, de tal forma que, quem tinha 
defesa contra o direito do possuidor anterior, continua tendo a mesma defesa contra o 
possuidor a quem o título foi transmitido nessas circunstâncias. 
 Pode opor exceções à terceiros de boa-fé, pois não são declarações cambiais que são 
autônomas. 
Não há garantia do que transfere, salvo se ele colocar expressamente no título. 
Embora em decorrência da circulação de direito comum a cadeia de endossos fique 
interrompida cambialmente (se existir), nada impede que o novo possuidor endosse o título, 
iniciando uma nova série de endossos, nova cadeia de endossos. O primeiro endossante 
dessa nova cadeia de endossos haverá, apenas, de comprovar a condição de cessionário. 
Esta prova deve existir no próprio título ou formalizada em documento separado, devendo 
acompanhar sempre o próprio título de crédito. 
 
- Cadeia de endosso: todos os endossantes são co-obrigados no título, salvo se colocar sem 
garantia ou equivalente. Pode cobrar, o credor, de qualquer um dos endossantes. 
* Cobra na ordem: 6 → 5 → 4 → 3 → 2 → 1 
* A titular Bruna pode cobrar de qualquer um, não sendo o devedor principal ou o sacador, 
cabe ao devedor, sub-rogando-se no direito de credor cobrar dos outros que assinaram. 
* Somente o 1 (José) que não se sub-roga. 
* Se não tiver “pague-se”, todos os que assinam são meramente avalistas. 
 
Anverso 
Beneficiário Arnaldo 
 
1 José (aceitante) 
 
2 Antônio (sacador) 
 
Verso 
Pague-se a Carla 
3 Ass.: Arnaldo 
Pague-se ao Felipe 
4 Ass.: Carla 
Pague-se a Ana 
5 Ass.: Felipe 
Pague-se a Bruna 
6 Ass.: Ana 
- Endosso e o CC/2002: ele diz o contrário da LUG, pois ele diz que a regra é sem garantia e 
a exceção é sem garantia. Art. 914 CC (não tem validade, aplicabilidade); 
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o 
endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. 
§ 1o Assumindo responsabilidadepelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário. 
§ 2o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. 
- Quem pode endossar é o beneficiário do título. É quem está apto para exercer o direito 
decorrente do título de crédito. 
 
Aval Art. 30 e segs. (Decreto 57.663/66) LUG: 
- Conceito: é a declaração cambial, eventual e sucessiva, pela qual o signatário responde pelo 
pagamento do título de crédito. É uma garantia típica cambiária que não existe fora do título de 
crédito. É escrito no próprio título ou numa folha anexa. O avalista garante o pagamento do 
título de crédito e não a pessoa do avalizado. Inexiste em qualquer outro documento fora do 
título de crédito. 
Garantindo uma declaração cambial do título, garante a obrigação de alguém. 
Fulano pagará ..... à Beltrano. 
 
Maria * Mauro 
---------- ---------- 
Fulano (aceite) Mauro (saque) 
 
* (aval, por exclusão, não é saque, nem aceite, nem endosso, pois Maria é credora); 
Quem presta o aval chama-se avalista. Aquele por quem o aval é dado chama-se 
avalizado. Não sendo o avalizado indicado pelo avalista, entende-se que o avalista equipara-se 
ao sacador da letra de cambio ou ao subscritor da nora promissória, conforme o caso. 
- Requisitos (assinatura procedida da expressão “por aval”): 
O aval, quando dado na face do título (anverso), pode resultar na simples assinatura do 
avalista, desde que não seja assinatura do sacado ou do emitente (subscritor) ou do aceitante. 
Se dado no verso, o aval deve conter a expressão “bom para aval”, “por aval”, “em garantia de 
Fulano”, “por aval de Fulano”, ou outra equivalente, seguida da assinatura do avalista. 
 Por aval Por aval 
Giovani Carlos José Pedro Faria 
 Antônio Silva 
O aval pode ser datado e, nesse caso, é importante para se saber se o aval foi 
prestado antes ou depois do vencimento. 
Pela data é possível verificar se o signatário na ocasião estava no exercício pleno de 
sua capacidade. Não datado o aval, presume-se que tenha sido dado antes do vencimento. 
O aval em branco garante a obrigação do devedor principal, mas pode avalizar 
determinado devedor, indicando o nome deste após a expressão “por aval” ou “em garantia”. 
Ex.: em garantia de Bernardo que pode ser um mero endossante. 
Nota promissória: 
Emitido por João em favor de Mário 
transferido por endosso a 
José Por aval Por aval de Pedro 
transferido por endosso a assinatura de Maria assinatura de João 
 Pedro ----------------- ---------------- 
transferido por endosso a Gabriela Maria João 
 
Se João, avalista de Pedro, pagar, ele se sub-roga no lugar de Pedro, podendo executar José, 
Mário, João e Maria que avalizou em branco, sendo avalista do devedor principal que é João. 
- Aval e fiança: 
O aval é garantia típica cambiária. Não existe aval fora do título de crédito, muito 
menos em contrato. Sua função é garantir o pagamento do título e também não se confunde 
com fiança. Pode o aval ser invalidado se casado o avalista e se não houve consentimento 
prévio. Não poderá o aval de pessoa casado ser invalidado se o regime do casamento for de 
separação absoluta de bens; 
A obrigação do aval é solidária; 
Por ser declaração cambial, o aval tem obrigação autônoma, mas se a obrigação do 
avalizado for nula, a obrigação do avalista subsiste; 
Para Wille Duarte Costa “é perda total de tempo pesquisar se o aval, como garantia 
cambiária, tem ou não natureza de fiança. Isto não tem a menor utilidade e nem qualquer 
interesse prático.” 
Ambos correspondem à garantia pessoal e fidejussória, mas não se confundem. 
Fiança é um contrato; 
A obrigação da fiança, em regra, subsidiária; 
Na fiança se a obrigação do afiançado for nula o fiador também será, o acessório 
segue o principal. 
- Avalista casado: Não é nulo o aval de pessoa casada sem consentimento do outro cônjuge, 
mas pode ser invalidado pelo cônjuge que não deu consentimento para o aval. Com exceção, 
se o casamento deu-se pelo regime de separação absoluta de bens, o aval não pode ser 
invalidado. A ação de invalidação compete ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros. Esta 
invalidação de aval dado sem consentimento do outro cônjuge, ou sem suprimento do juiz, só 
poderá realizar-se pelo cônjuge a quem cabia concedê-la. 
O juiz poderá suprir a outorga, quando o cônjuge a denegue sem motivo justo ou lhe 
seja impossível concedê-la. Se o juiz não autorizar, quando necessário, tornará anulável o aval 
irregular, podendo o cônjuge que não autorizou pleitear-lhe a anulação, o que poderá fazer até 
dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
O terceiro prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra 
o cônjuge que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros. 
A aprovação do outro cônjuge torna válido o aval, desde que feita por instrumento 
público, ou por instrumento particular, autenticado. Está claro que a autorização do outro 
cônjuge é necessária, a não ser que o regime de casamento seja o da separação absoluta. 
Mas entende-se que não há necessidade de autorização expressa se o outro cônjuge também 
assina o mesmo título como avalista, ou participa do título como emitente ou aceitante. 
De qualquer forma e na dúvida, o credor, havendo aval de homem casado ou de 
mulher casada, deve exigir que o outro cônjuge também assine como avalista. Evitando não só 
a invalidação do aval, como uma possível defesa da meação por parte de qualquer deles. 
- Aval de pessoa jurídica: em relação a este aval, questiona-se aquele dado por 
administrador de sociedade anônima. É proibido aos administradores praticar ato de 
liberalidade à custa da companhia. Esta hipótese é do aval prestado em benefício de terceiro e 
não da companhia. 
Não há dúvida de que o aval pode ser prestado gratuitamente ou de forma onerosa. 
Mas por ser o aval ato mercantil, não se pode admitir que o mesmo seja considerado ato a 
título gratuito ou declaração de mero favor, principalmente quando há interesse da companhia 
em jogo. Neste caso o aval não pode ser considerado ato de mera liberalidade se envolve 
interesse da companhia. Ainda que não seja o, portanto, é válido o aval e obriga a companhia. 
A questão deverá ser resolvida, internamente, entre os sócios. 
- Restrições ao aval: alguns contratos de sociedade costumam estabelecer restrições aos 
poderes de seus administradores, impedindo-os de prestar fianças, avais e outras garantias por 
mero favor. Os administradores das sociedades são seus órgãos de administração e de 
representação. Em conseqüência, tais restrições podem valer entre sócios, mas nunca em 
relação a terceiros, ainda que haja publicidade do registro do contrato nas Juntas Comerciais. 
Na espécie, é a sociedade que está agindo em seu próprio nome, representada por seu sócio. 
Se o aval for prestado em títulos decorrentes de assuntos de interesse social, nenhuma dúvida 
haverá sobre a validade de tal aval, apesar da proibição. 
Pelo aval a sociedade se obriga perante terceiros, ainda que haja restrição contratual. 
Havendo prejuízos para a sociedade em decorrência do aval prestado contra disposições 
contratuais, o sócio responderá perante a sociedade e demais sócios, podendo até mesmo ser 
autorizada sua exclusão do quadro social. 
- Aval antecipado: quando o aval é dado antes de se obrigar aquele a quem o avalista quer 
equiparar-se. O aval deve ocorrer depois que o avalizado se obriga no título de crédito. Mas 
pode surgir antes da obrigação do avalizado a quem o avalista procura equiparar-se. 
O aval antecipado só prevalece se existir formalmente a obrigação avalizada. Se não 
foi lançada no título a declaração do avalizado, a obrigação do avalistanão existe. 
- Aval parcial: é valido Art. 30 da LUG. 
O avalista pode avalizar parcialmente o título, se equiparar-se a quem aceitou também 
parcialmente o mesmo título. Dessa forma, as obrigações de ambos serão idênticas. Fora 
disso, o aval parcial não pode prevalecer, diante das disposições do art. 32 da LUG, porque ser 
“responsável da mesma maneira” é ser responsável de forma igual, do mesmo modo, em todos 
os casos e direções. Se aquele a quem equiparou-se por força do aval responde pela 
totalidade do valor, não pode o avalista responder apenas por parte, se sua responsabilidade 
dá-se “da mesma maneira”. 
Ex.: o avalista define o valor em que irá garantir, num valor abaixo do título. “Por aval” de 
Fulano até R$ 1.000,00. Ass.: Raimundo. Sendo o título no valor de R$ 2.000,00. 
Avalista = quem dá o aval; 
Avalizado = pessoa avalizada. 
- Aval posterior ao vencimento: produz os mesmo efeitos cambiais daquele prestado antes 
do vencimento do título. Não ocorre dúvida, pois é o avalista que comanda sua vontade. 
Enquanto o título não for extinto pelo pagamento do obrigado principal, a cambial é 
suscetível de ser avalizada. 
- Co-avalistas: são aqueles que assinam como avalistas o mesmo título de crédito. 
- Avalistas Simultâneos: são considerados simultâneos os avais dados ao mesmo avalizado. 
Seus avalistas são considerados co-avalistas ou avalistas do mesmo grau. 
Sendo os avais em branco e superpostos, serão sempre considerados simultâneos, de 
acordo com Súmula 189 do STF, que esclareceu definitivamente: “avais em branco e 
superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos”. 
- Avalistas Sucessivos: são sucessivos os avais em que um avalista se equipara 
expressamente a outro avalista (aval de aval) no mesmo título. 
- Direitos do avalista: se o avalista paga o título, fica sub-rogado nos direitos emergentes do 
título contra a pessoa a quem se equiparou pelo aval e contra os obrigados para com tal 
pessoa. Se paga, recebe ainda todas as garantias cambiárias que eram asseguradas ao 
possuidor. Pode cobrar tudo o que pagou, por força da solidariedade cambiária. 
O benefício de ordem não é um direito do avalista, mas do fiador solidário. 
(Cláusula proibitiva de endosso: a passagem do título é uma mera cessão de crédito comum do 
direito civil). 
 
Vencimento e Pagamento: 
→ Vencimento Ordinário: é o vencimento comum, previsto no Art. 33 LUG. Divide-se em: 
vencimento à vista, a um certo termo de vista, a um certo termo de data e num dia fixado. 
- Vencimento à vista: é aquele que ocorre na apresentação do título ao obrigado principal 
para pagamento. Portanto, o título vence com a sua apresentação ao devedor, ainda que seja 
ele sacado que ainda não se obrigou no título. Esta apresentação deve ocorrer até um ano 
após a data de emissão do título. Se não apresentar no prazo indicado, o portador perde o 
direito de ação contra o sacador, endossantes e seus respectivos avalistas. E não terá ação 
contra o sacado, já que este não aceitou. 
Havendo aceite datado na letra de câmbio com vencimento à vista, ela deve ser 
protestada imediatamente por falta de pagamento, sob pena de perder o portador ação contra 
os outros obrigados, embora não perca contra o aceitante e seu respectivo avalista, se faltar o 
protesto. 
- Vencimento a um certo termo de vista: é aquele que ocorre quando for fixado um prazo 
(termo) para pagamento, devendo tal prazo ser contado a partir da apresentação do título ao 
sacado, para aceite. O aceite nessa espécie de título deve estar datado ou então comprovada 
a data do aceite por um protesto. Ex.: “60 dias de vista”; “10 quinzenas de vista”; “3 meses de 
vista”. O vencimento dar-se-á no último dia de prazo, contando este do aceite dado. 
Não estando datado o aceite ou não tendo ocorrido protesto para fixação da data do 
aceite, o possuidor do título deve datar o aceite, evitando o protesto cambial para fixação da 
data. Permanecendo sem data o aceite, entende-se no que respeita ao aceitante, como tendo 
sido dado o aceite no último dia do prazo para apresentação para aceite (Art. 25 da LUG), que 
é de um ano a contar da data do título (Art. 23 da LUG), a não ser que este prazo tenho sido 
reduzido. 
Permite a LUG que a data inicial da contagem possa ser fixada pela data do protesto 
do título, tirado especialmente para tal fim. 
- Vencimento a um certo termo de data: é o que ocorre dentro de um prazo contado a partir 
da data de emissão do título. Ex.: “3 meses de data”;”60 dias de data”. Independente de 
apresentação da letra de câmbio ao aceite, o termo começa a correr da data da criação do 
título. A apresentação do título ao sacado, antes do vencimento, só se faz necessária para 
obter dele o aceite. 
Na nota promissória o termo vencimento “a certo termo de data” conta-se da emissão 
do título. O vencimento dar-se-á no último dia do prazo, contado da data da criação do título de 
crédito. A contagem inicia-se na data do título. 
- Vencimento num dia fixado: é o que se dá em dia certo, fixado no título. Se nada consta a 
título de data de vencimento, considera-se o título pagável à vista, mas se a data inexistir no 
calendário, o título não produzirá os seus efeitos. Título sem data não se confunde com título 
com data inexistente. Esta torna o título nulo. 
Art. 37 da LUG. 
→ Vencimento Extraordinário: é aquele que possibilita a ação de execução do título antes do 
vencimento ordinário. É chamado também de vencimento antecipado, por força da antecipação 
que provoca no dia do vencimento ordinário. Art. 43 da LUG não se aplica no Direito Brasileiro. 
Contudo aquelas disposições estão afetadas pela Reserva do Art. 10 do Anexo II da 
Convenção de Genebra. 
Art. 10 Fica reservada para a legislação de cada uma das Altas Partes Contratantes a 
determinação precisa das situações jurídicas a que se referem os ns. 2º e 3º do Art. 43 e os ns. 
5º e 6º do Art. 44 da lei uniforme. 
→ Efeitos do vencimento: vencido o título, seu pagamento deve ocorrer no dia marcado que é 
o dia do vencimento ordinário. Para tanto, o possuidor deve apresentar o título ao obrigado 
principal, para pagamento. 
Art. 38 da LUG. 
 
Efeitos: 
- Exigibilidade do título; 
- Só tem obrigação de pagar se apresentar a cártula (o título original); 
- Direito de exigir o recibo (pagamento total tem direito de ficar com título, no pagamento parcial 
não). 
→ Pagamento: deve ser integral, caso em que o devedor pode exigir uma quitação no próprio 
título e a entrega do original. No entanto, se não puder liquidar todo o valor, o devedor poderá 
pagar parte apenas, caso em que o portador não pode recusar o pagamento parcial. Havendo 
pagamento parcial, o devedor pode exigir que se faça menção do pagamento parcial no verso 
do título e que lhe seja dada quitação em separado. Mas o portador do título não fica obrigado 
a receber qualquer valor antes do vencimento, nem pode exigir que o devedor pague sem estar 
vencido o título. 
Quem paga integralmente o valor do título fica desobrigado em relação a ele, salvo se 
estiver ocorrido fraude ou culpa. Para quem paga só a regularidade da cadeia de endossos 
interessa e, é claro, a identificação do possuidor e a conferência da assinatura deste. 
 Ocorrendo dúvida sobre a pessoa a quem pagar, ocorrendo recusa do credor em 
entregar o original do título ou negando-se o credor a dar quitação no título, deve-se promover 
a ação de consignação em pagamento, a fim de que fique o devedor liberado em relação à sua 
obrigação. 
→ Tipos de Pagamento: 
- Pagamento extintivo: é aquele feito pelo obrigado principal: pelo aceitante na letra de 
câmbio, pelo sacador de uma letra de câmbio não aceita ou pelo emitente da nota promissória. 
Tal pagamento desonera de responsabilidade todos os coobrigados. É extintivo porque 
verificado o mesmo por qualquer das pessoas antes indicadas, o título não mais produz 
qualquer efeito. Não poderácircular. 
- Pagamento recuperatório: é aquele efetuado por qualquer obrigado do título. 
→ Pagamento por intervenção: dá-se quando ocorre intervenção de uma pessoa, para 
honrar o nome de alguém já obrigado no título. Pode ser realizado por um terceiro (indicado ou 
não), pelo sacado ou por qualquer obrigado no título, com exceção do aceitante. O portador 
que recusar o pagamento por intervenção perde seu direito de ação contra aqueles que teriam 
ficado desonerados. 
 O pagamento por intervenção deve constar de um recibo no título, com a indicação do 
nome da pessoa por honra de quem foi feito. Na falta dessa indicação, presume-se que foi feito 
por honra do sacador. Na nota promissória, na falta de indicação presume-se ter sido feito por 
honra do emitente. 
Quem paga por intervenção fica sub-rogado nos direitos emergentes do título contra 
aquele que por honra de quem pagou, bem assim contra os obrigados para com este, cujo 
nome foi honrado, mas não pode endossar o título. 
Se apresentarem-se várias pessoas para pagar o título por intervenção, será preferida 
aquela que desonerar o maior número de obrigados. 
 
Protesto Cambial: 
- Conceito: típico e próprio do direito cambiário e aplicável aos títulos de crédito de modo 
geral. 
 Protesto, no conceito legal, “é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência 
e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”. É ato 
formal porque atende a certas formalidades legais, mas não é solene, pois nenhum ritual ou 
cerimônia é necessária para sua existência. O conceito legal é defeituoso e seguiu algumas 
opiniões doutrinarias, que assim afirma sem qualquer rigor científico. 
- Função de Prova: protesto é prova insubstituível da apresentação do título ao devedor. 
 Não haverá, pois, prova absoluta e definitiva da inadimplência pelo ato oficial do 
protesto, muito menos solene. A prova absoluta é da apresentação e não da inadimplência, 
que é relativa. Quanto à falta do aceite, a prova absoluta e definitiva é a da apresentação 
também, que obrigatoriamente deve ocorrer. 
Primeiro o título é apresentado ao devedor, direta ou indiretamente, ficando ele 
intimado e ciente da finalidade da apresentação (pagamento, aceite ou outra qualquer). 
- Legislação aplicável aos Protestos: o protesto cambial é regulado pelos Arts. 882 e 
seguintes do Código de Processo Civil, pela Lei 9.492/1997, e pela Medida Provisória 1681-6, 
de 29/06/1998. A LUG não regulou o procedimento para o protesto cambial. 
- Modalidades de Protesto: existem várias. Porém tais modalidades não alteram a 
característica do protesto como meio de prova do fato. 
a) Protesto por falta ou recusa de aceite; b) Protesto por falta ou recusa de pagamento; c) 
Protesto por falta de devolução; d) Protesto por simples indicações do portador. 
- Boletos Bancário: 
Em nome da especialíssima exceção do protesto por indicação é que vêm as instituições 
financeiras do País remetendo a protesto meros boletos bancários, como se estivessem eles 
aptos à substituição e até supressão das duplicatas mercantis e de prestação de serviços, 
propiciando saques fraudulentos e enriquecimento ilícito a empresa ou supostas empresas, 
movimentação de fábulas de dinheiro e constrangimento ilegal de um sem-número de 
cidadãos. 
Bancos enviam aos possíveis “devedores” avisos de cobrança, chamados “boletos”, 
nunca as duplicatas. 
Os Bancos impedem, com isso, a aplicação dos Arts. 6º e seguintes da Lei de 
Duplicatas, principalmente as disposições referidas no Art. 8º. 
- Exame formal do título: estabelece a atual lei reguladora do protesto que todos os títulos e 
documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão 
curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao oficial de protesto investigar a ocorrência 
de prescrição ou caducidade. Determina a lei que qualquer irregularidade formal observada 
pelo tabelião obstará o registro do protesto. 
- Procedimento: para que ocorra o protesto, o título deve ser levado, em primeiro lugar, ao 
cartório distribuidor, se na Comarca existir mais de um cartório de protesto de títulos. Na 
existência de apenas um cartório de protestos, neste o título deve ser levado para ser 
protocolizado, sem necessidade de distribuição. Qualquer pessoa possuidora do título pode 
encarregar-se disto. Se for feita a distribuição pelo cartório próprio, o título deve ser levado ao 
cartório de protestos, para o qual foi distribuído, no mesmo dia, tratando-se de nota promissória 
ou letra de câmbio. As duplicatas têm de ser levadas ao cartório de protestos até trinta dias do 
seu vencimento. Observadas as questões referentes ao exame formal do título, de seus 
requisitos e a inexistência de vícios, o título ou documento de dívida será protocolizado, 
expedindo-se a intimação do devedor. 
 O protesto cambial é o registro de um fato. 
 Feita a intimação, o devedor tem o prazo de três dias úteis, contados da protocolização 
do título ou documento de dívida, para pagar, cumprir a obrigação ou dizer porque não o faz. 
Na contagem do prazo exclui-se o dia da protocolização e inclui-se o do vencimento. Depois da 
intimação e de transcorrer o prazo legal, se não ocorrer o pagamento ou cumprimento da 
obrigação, o protesto será lavrado e registrado, sendo o respectivo instrumento entregue ao 
apresentante. Se o tabelião conservar em seus arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia 
reprográfica ou micrográfica do título ou do documento de dívida, dispensa-se no registro e no 
instrumento a sua transcrição literal, bem como as demais declarações nele inseridas. 
 Os protestos serão registrados em um único livro, onde deverá conter os requisitos do 
Art. 12 da Lei e as anotações do tipo e do motivo do protesto. Mas somente poderão ser 
protestados, para fins falimentares, os títulos e documentos de dívidas dos comerciantes, 
sendo certo que o deferimento do processamento de concordata não impede o protesto do 
título cambial. 
- Efeitos do protesto cambial: por ser o protesto um meio insubstituível de prova, muitos 
acham que ele, por isso mesmo, não produz efeitos sobre a pessoa do signatário do título. Não 
produz efeito jurídico sobre a pessoa do devedor, mas reflete nele. 
 Protesto produz os efeitos de prova insubstituível da apresentação do título ao obrigado 
principal para aceite ou pagamento. 
 No entanto, o protesto por falta de aceite ou de pagamento quando não tirado em 
tempo hábil e de forma regular importa, para o portador, na perda do direito de regresso contra 
o sacador, endossantes e respectivos avalistas. Mesmo sem protesto, o portador não perde 
ação contra o aceitante da letra de câmbio ou da duplicata, contra o emitente da nota 
promissória, o emitente do cheque, pois estes são obrigados principais e devedores diretos. 
Daí que, não havendo aceite, se não ocorrer o protesto da letra de câmbio por falta de aceite 
ou de pagamento, o título perde o seu valor cambial e, não havendo devedor principal ou 
direto, perde o portador também a ação de regresso contra todas as pessoas já obrigadas no 
título. E não tem ação cambial contra o sacado porque este não aceitou o título. 
 O protesto por falta ou recusa de aceite produz efeito de antecipar o vencimento da 
letra de câmbio para o dia da efetivação do protesto, podendo o portador, desde logo, exercer 
seus direitos de regresso contra o sacador, endossantes e respectivos avalistas. em relação ao 
sacado que não aceitou o título, nenhum efeito produz o protesto por falta ou recusa de aceite, 
pois ele não se obrigou. Sua obrigação no título só ocorre com sua assinatura. 
 O protesto do título por falta de pagamento só é necessário quando no título se 
encontram as figuras do sacador, ou do endossante ou dos respectivos avalistas. 
 
Nota Promissória: 
- Conceito: é a ordem de pagamento dirigida ao próprio sacado. Como são as mesmas 
pessoas (sacadoe sacador) despensa-se o aceite; 
Como se fosse uma letra de câmbio, mas com a diferença de que o sacado e sacador 
são as mesmas pessoas; 
Promessa de pagamento dirigida ao tomador constando, então, que no vencimento 
pagará a ele determinada quantia; 
Vencimento: data certa; a vista; a certo tempo de vista; a certo tempo de data; 
* Não há vencimento antecipado por falta de aceite (o aceite já foi dado na emissão do título); 
- Requisitos: art. 54, decreto 2044/Art. 75, decreto 57663; 
• A referencia “nota promissória” tem que vir EXPRESSA no texto da promessa; 
• A falta de um dos requisitos causa a não produção de efeitos; 
Requisitos não essenciais: 
* época do pagamento (requisito não essencial/falta – a vista); 
* lugar do pagamento (ausência – lugar designado ao lado do nome do sacado); 
* local onde o título foi passado (ausência: endereço do subscritor); 
• Há súmula do STF que admite o preenchimento por 3º de boa-fé; 
• O aval é dado no anverso do título (se há assinatura do beneficiário no anverso, 
entende-se que é aval. Se há no verso, é endosso); 
• O credor do título tem 1 ano para apresentar o título se ele for à vista ou a certo tempo 
de vista; 
• A prescrição contra os coobrigados se dá em um ano. 
- Vista e aceite: NÃO há aceite; 
- Prescrições: prescreve em 3 anos (corre a partir do vencimento do título) contra o devedor 
principal; 1 ano contra os coobrigados. 
 
Ação cambial: 
- Ação cambial e legislação aplicável: 
* ação necessária para o exercício do direito contido no título de crédito; 
* cabe aos países signatários da LUG decidir qual será o procedimento adotado. No Brasil, 
utiliza-se o processo de execução (Art. 585, CPC). 
- Defesas processuais (utilização do processo como meio de defesa): 
• Inexigibilidade do título; 
• Ilegitimidade das partes; 
• Cumulação indevida de execução; 
• Excesso de execução ou nulidade desta até a penhora; 
• Qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, 
novação, compensação com execução aparelhada, transação ou prescrição; 
• Incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz; 
- Ação direta e de regresso: 
* Ação direta: é aquela que se dirige contra os obrigados principais: emitente da nota 
promissória, aceitante da letra de câmbio, comprador (sacado) na duplicata, emitente do 
cheque e seus respectivos avalistas. 
* Ação de regresso: é aquela dirigida contra os garantidores, ou devedores indiretos, como o 
sacador da letra de câmbio ou da duplicata, endossantes e seus respectivos avalistas. 
- Defesa do executado na ação cambial: O Art. 745 do CPC permite que, além das matérias 
previstas no art. 741, o devedor possa alegar “qualquer outra que lhe seria lícito deduzir como 
defesa no processo de conhecimento”. Então, pode parecer que a defesa, em matéria cambial, 
seja a mais ampla possível, podendo o devedor alegar o que quiser. 
Mas não é assim, pois, se a lei permite a defesa “que lhe seria lícito deduzir”, é certo 
que não pode ser qualquer defesa, mas apenas aquelas que a lei autoriza deduzir. E a lei só 
autoriza deduzir na ação cambial as que ela aponta para a hipótese. 
Se a lei proíbe ou se a lei limita expressamente a defesa do devedor, não há como 
permitir ao executado outra defesa. Possibilitar alegações fora dos limites legais é dar ao 
executado oportunidade para procrastinar o feito, paralisando a execução no seu interesse e 
prejudicando o credor. Por isso o Art. 51 do Decreto 2044/1908, limita a defesa do executado. 
- Prescrição e interrupção da prescrição: a prescrição de que trata a norma é a liberatória, 
cujos prazos são estabelecidos no Art. 70 da Lei Uniforme e, não havendo lei especial 
regulando a prescrição da cobrança do título, aplica-se o inciso VIII do § 3º do Art. 206 CC, 
que fixa o prazo geral de três anos para execução da pretensão. 
Ela é entendida como um modo de extinguir direito pela perda da ação que o assegura, 
por força da inércia do credor durante o tempo fixado na norma legal. Só produz seus efeitos 
quando invocada por quem dela se aproveita. Ela diz respeito à ação, ou ao direito de ação. 
Como fundamento dela, temos a necessidade de delimitar o tempo para o exercício do direito 
de ação, assim como se revela como proteção do devedor contra a inércia do credor. 
A prescrição não se confunde com a decadência do direito, pois enquanto a prescrição 
atinge a ação, a decadência atinge o próprio direito. 
A prescrição é renunciável, podendo a renúncia ser expressa ou tácita, mas só valerá 
sendo feita sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar. 
Não corre o prazo da prescrição nos casos apontados nos Arts. 197 e 198 CC. 
Mas o prazo de prescrição pode ser suspenso ou interrompido. Quando a prescrição 
está sob os efeitos de condição suspensiva, o prazo fica suspenso até a condição se realizar, 
ocasião em que continua a ser contado o prazo restante. Se, ao contrário, a prescrição for 
interrompida, recomeça nova contagem a partir do ato que a interrompeu. 
A prescrição interrompe-se – Art. 202 CC. Também pode ser interrompido o prazo da 
prescrição pelo protesto judicial, conforme estabelece o Art. 867 do CPC. 
Os prazos de prescrição da ação cambial estão previstos no Art. 70 da LUG, mas a 3ª 
alínea do Art. 70 da LUG, que prevê as ações dos endossantes, uns contra os outros e contra 
o sacador, está afetada pela Reserva do Art. 17 do Anexo II da Convenção de Genebra. 
- Ação de Locupletamento: a ação de locupletamento é a ação prevista no Art. 48 do Decreto 
2044/1908, e no Art. 61 da Lei de Cheque (7357/1985), que tem por objeto a cobrança quando 
ocorre a desoneração da responsabilidade cambial, facultando ao possuidor reembolsar-se da 
importância com que tenham se locupletado à custa dele. Ela parte do princípio de que a 
ninguém é dado enriquecer-se à custa do sacrifício alheio. 
- Ação monitória: sua finalidade, portanto, é constituir título executivo judicial, com base em 
prova escrita sem eficácia de título executivo. Dessa forma, o escrito sem força executiva 
poderá servir como prova básica e suficiente para se dar início à ação monitória. 
 
Cheque: 
- Noção: ordem de pagamento ao sacado para que pague a quantia ao tomador (não é 
necessário aceitação do banco); 
- Natureza: 1º) não é título de crédito; não tem elemento básico; 
2º) título de crédito impróprio: não existem todos os elementos; 
- Conceito: é uma promessa indireta de pagamento feita pelo emitente, cujo conteúdo, tal 
como na letra de câmbio, corresponde a uma ordem de pagamento a um Banco ou Instituição 
Financeira assemelhada para pagar uma quantia determinada ao emitente ou a terceiro, 
havendo fundos disponíveis em poder do sacado. 
- Legislação aplicável: No Brasil o cheque surgiu oficialmente com a Lei 2591/1912. 
Atualmente o cheque é regulado pela Lei 7357/1985, que teve por base, espelho a Lei 
Uniforme de Genebra relativa ao Cheque, aprovada pela Convenção de Genebra de 1931. 
- Declarações Cambiais no cheque: 
No cheque ocorrem todas as declarações cambiais comuns às letras de câmbio, com exceção 
do aceite: 
A emissão do cheque, também chamada saque, é a declaração necessária pela qual o 
signatário dá origem ao título. Sem ela não existirá cheque, mas apenas uma folha de cheque, 
sem qualquer valor. Para sua validade, a emissão deve estar com todos os requisitos de 
validade impostos pela lei. Neste caso, o emitente ou sacador do cheque obriga-se como 
principal pagador. 
As demais declarações não são essenciais ou necessárias. São declarações eventuais e 
sucessivas, já que podem surgir ou não no cheque e, obrigatoriamente, ocorrerão depois da 
emissão. 
O endosso é a declaração eventual e sucessiva pela qual o signatário transmite o cheque e 
todos os direitos dele resultantes a um terceiro, chamado endossatário. O endossante obriga-se como devedor de regresso, respondendo pelo pagamento do cheque, desde que este tenha 
sido apresentado ao Banco sacado em tempo hábil. 
- Emissão e requisitos de validade: 
* Emissão é a manifestação de vontade do signatário, pela qual ele cria o cheque, lançando no 
papel os requisitos necessários à validade do título, entregando-o o beneficiário, se este não 
for o próprio emitente. Se completa pela entrega voluntária do cheque ao beneficiário. É uma 
declaração cambial, considerada principal e necessária para a existência do cheque. Logo, o 
emitente sempre responde pelo pagamento do cheque. 
* Aos cheques são atribuídos os seguintes requisitos de validade: 
- A denominação cheque inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é 
redigido; 
- A ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
- O nome do Banco ou da Instituição Financeira que deve pagar (sacado); 
- A indicação do lugar do pagamento; 
- A indicação da data e lugar da emissão; 
- A assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. 
- Provisão ou fundos disponíveis: dispõe a Lei do Cheque (Art. 4º) que o “emitente deve ter 
fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado à sobre eles emitir cheque, em 
virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do 
titulo como cheque”. 
 Embora sendo a existência da provisão pressuposto do cheque, já que, sendo uma 
ordem de pagamento à vista, o cheque deve ser sacado existindo fundos disponíveis em poder 
do sacado, isto não quer dizer que tais fundos só devem decorrer de depósitos à vista feitos 
pelo correntista. Por isso, entende-se como fundos disponíveis qualquer valor posto à 
disposição do correntista, do qual ele pode utilizar-se. 
 Fundos disponíveis: 1 – créditos em conta-corrente bancária não subordinada a termo; 
2 – saldo exigível de conta-corrente contratual; 3 – soma proveniente de abertura de crédito. 
- Endosso e Circulação do cheque: O cheque é título que se destina a circular, seja pela 
simples tradição, seja por endosso. Por simples tradição o cheque circula quando for ao 
portador. Basta sua entrega à terceiro, sem qualquer outra formalidade. Constando o nome de 
um beneficiário no cheque, a sua transmissão já não pode ser feita por simples tradição. A 
circulação será feita por meio de endosso, tendo ou não a expressão indicativa “cláusula à 
ordem”. 
 De qualquer forma, deve-se lembrar que o cheque não pode ser ao portador, a não ser 
que se valor não seja igual ou superior a R$ 100,00. esta é uma exigência fiscal, que procura 
evitar a evasão do tributo CPMF em razão de cheques ao portador, com valor indiscriminado. 
 A inserção da cláusula “não à ordem” impede que o cheque seja transferido por meio 
do endosso. 
 São nulos o endosso parcial e o endosso do sacado, porque este, ao pagar o cheque 
deve arquivá-lo e não transmiti-lo a terceiro. 
- Aval no cheque: segue a mesma estrutura do aval nas letras de câmbio e notas 
promissórias. 
- Limitação do aval: sofrerá limitação da outorga uxória ou marital, sendo o avalista casado. 
- Apresentação e pagamento do cheque: o cheque é pagável à vista, isto é: contra sua 
apresentação ao Banco sacado, sendo que seu pagamento depende da existência de fundos 
disponíveis. Como o cheque é documento necessário para o exercício do direito nele 
mencionado, sua apresentação ao Banco sacado é imprescindível, de vez que, sem ela, o 
cheque não poderá ser pago. 
Portanto, o cheque só será pago havendo fundos disponíveis e se for apresentado ao 
Banco sacado. 
- Falta de pagamento do cheque: falta de apresentação do cheque ao sacado; insuficiência 
ou inexistência de fundos disponíveis em poder do sacado; defeito de forma do título; cheque 
defeituoso; falta de endosso; prescrição; revogação ou contra-ordem e oposição ao 
pagamento. 
- Cheque sem fundo: conseqüências: Art. 171, VI, CP, estelionato (a intenção de dar “calote” 
é que é crime); 
- Cheque pós-datado: a regra é ordem de pagamento à vista. Qualquer cláusula dentro ou 
fora dele que modifique essa situação será considerada INEXISTENTE; 
Essa prática de cheque pós-datado é fruto de uma combinação com o comerciante 
(negócio subjacente), que não faz parte do cheque; 
O descumprimento dessa cláusula cabe a perdas e danos. 
- Cheque cruzado: é aquele que contém, no seu anverso, dois traços paralelos e, em 
conseqüência disto, não pode ser pago pelo Banco sacado diretamente ao portador legitimado. 
Quando, entre os traços paralelos, não existir qualquer indicação ou apenas a indicação 
“Banco”, ou outra equivalente, o cruzamento chama-se cruzamento geral. Quando entre os 
dois traços paralelos existir a indicação do nome de um Banco, o cruzamento é chamado de 
cruzamento especial. 
 O cheque com cruzamento geral só será pago a um Banco ou ao cliente do Banco 
sacado, mediante crédito em conta. Se o cruzamento for especial, o pagamento só pode ser 
feito ao Banco indicado ou, se este for o sacado, a seu cliente, mediante crédito em conta. Por 
isso, deve ser nominativo e seu depósito é necessário. 
 O cruzamento obriga o depósito do cheque ou a contratação de um Banco para 
recebimento dele. 
 O Banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro Banco. Só pode 
cobrá-lo por conta de tais pessoas. 
- Cheque visado: não é usado; 
Banco dá garantia de que o valor estará disponível, bloqueando-o para pagamento desse 
determinado cheque. 
- Cheque administrativo: compra-se o cheque do Banco, cobrando uma taxa, e já debitando o 
valor na conta do correntista; 
 Vantagem: pouco provável que o Banco não pague o cheque; 
 Substitui o cheque visado. 
- Prescrição da ação do cheque: a ação de execução para cobrança do cheque prescreve em 
seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação. A contagem do prazo da 
prescrição haverá de ser feita a partir do fim do prazo para apresentação do cheque. Este 
prazo, segundo a lei, é de 30 ou 60 dias contados da emissão, conforme seja o cheque emitido 
em uma praça, para ser pago na mesma ou em outra praça. 
 A prescrição interrompe-se nos seguintes casos: 
1) pela citação pessoal feita ao devedor, ainda que ordenada por juiz incompetente; 
2) pelo protesto judicial (Art. 867 CPC), nas condições do número anterior; 
3) pelo protesto cambial (inciso III do Art. 202 CC); 
4) pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário, ou em concurso de credores; 
5) por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
6) por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito 
pelo devedor. 
 Pelo que se vê, o protesto judicial é um dos melhores procedimentos para interrupção 
do prazo da prescrição, pois só depende da iniciativa do próprio credor, embora existam outros 
que podem também ajudar. 
- Ação de locupletamento quanto ao cheque: é chamada na Lei do Cheque de ação de 
enriquecimento (Art. 61). Para propor essa ação não basta a exibição do cheque, pois é 
necessária, ainda, a prova da existência efetiva do prejuízo e do lucro indevido do emitente do 
cheque ou outros obrigados, que se locupletaram à custa do autor. 
 Essa ação só pode ser ajuizada após consumada a prescrição da ação de execução do 
cheque e ela própria prescreve no prazo de dois anos, contados do dia em que se consumou 
aquela prescrição da ação de execução do cheque. 
- Ação monitória: O procedimento monitório é deferido a quem pretender, com base em prova 
escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa 
fungível ou determinado bem móvel. 
 
Duplicata (Lei 5474/1968): 
- Fatura: relacionadas na fatura as mercadorias vendidas aprazo, com discriminação de sua 
quantidade, qualidade, espécie, tipo, preço unitário, preço total e outros elementos de 
identificação. 
 Documento que comprova a venda à credito. 
- Duplicata: é um título decrédito causal e à ordem, que pode ser criada no ato da extração da 
fatura, para a circulação como efeito comercial, decorrente da compra e venda mercantil ou da 
prestação de serviços, não sendo admitida outra espécie de título de crédito para documentar o 
saque do vendedor ou prestador de serviços pela importância faturada ao comprador ou ao 
beneficiário dos serviços. 
 A duplicata admite o aceite do devedor e não é cópia ou segunda via da fatura. 
 Não é a duplicata título representativo de mercadorias ou de serviços. 
- Duplicata mercantil: é aquela que tem por base um contrato de compra e venda mercantil a 
prazo. Surge da extração da fatura, que é o comprovante da compra e venda mercantil 
realizada. Ela é o título de crédito que documenta o saque pela importância faturada ao 
comprador. Consequentemente, é título causal, que só pode ser emitido por comerciante, não 
podendo ser substituído por qualquer outro título de crédito para comprovar o saque antes 
referido. 
- Duplicata de prestação de serviços: regulada pela Art. 20 da Lei 5474/1968, difere da 
duplicata mercantil apenas em relação ao emitente ou sacador da duplicata, que não é um 
comerciante, bem como do objeto do contrato base que será uma prestação de serviços e não 
uma venda mercantil. 
 Para que haja o emitente, sacador ou beneficiário dever ser o prestador dos serviços 
que, no caso, pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica, que se dedique à prestação 
de serviços. 
- Requisitos essências na duplicata: (Art. 1º e 2º da lei de duplicatas): 
I – a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o numero de ordem; 
II – o número da fatura; 
III – a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; 
IV – o nome e domicílio do vendedor e comprador; 
V – a importância a pagar, em algarismos e por extenso; 
VI – a praça de pagamento; 
VII – cláusula à ordem; 
VIII – a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser 
assinada pelo comprador, como aceite cambial; 
IX – a assinatura do emitente. 
- Remessa e devolução da duplicata: se extraída a duplicata, esta deve ser remetida ao 
sacado para o aceite. Isto é não só obrigação do sacador, mas também direito do sacado que, 
com a duplicata em suas mãos, poderá aceitá-la ou devolvê-la com uma declaração, por 
escrito, contendo as razoes da falta de aceite. 
 O sacador tem o prazo de 30 dias para remessa da duplicata ao sacado, contados da 
emissão. Por sua vez, o sacado tem o prazo de 10 dias para devolver a duplicata com o aceite 
ou, com as razões da falta de aceite por escrito. 
 Razões pela falta de aceite – Art. 8º da Lei de Duplicata; 
 Duplicata de prestação de serviços às razões tidas como relevantes – Art. 21 Lei de 
Duplicatas; 
- Aceite na duplicata: a duplicata é um dos poucos títulos de crédito que comporta o aceite, 
juntamente com a letra de câmbio. O aceite deve ser dado abaixo do contexto, em lugar próprio 
para tanto. Além disso, deve ser datado. É ato obrigatório, pois, nos termos dos Arts. 8º e 21, o 
comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata nas hipóteses ali tratadas. 
 Aceitando o título, o sacado concorda com seus dados e requisitos, tornando líquida e 
certa a obrigação decorrente e transformando-se de sacado em aceitante, havendo para ele a 
responsabilidade de obrigado principal no título. Tornando-se inadimplente, contra ele pode ser 
ajuizada a cão direta, sem necessidade de qualquer protesto. Se não aceitar, o protesto 
cambial é necessário para prosperar a execução, juntando-se à inicial a prova da entrega das 
mercadorias e a certidão do protesto cambial realizado. 
 Se a duplicata tiver vencimento à vista ou contra apresentação, não comporta sua 
apresentação para aceite. Neste caso, a apresentação é para pagamento. Não ocorrendo o 
pagamento após a apresentação, o título deve ser levado a protesto para comprovar o fato. A 
apresentação da duplicata com vencimento à vista deve ocorrer até um ano da sua emissão. 
 Não sendo com vencimento à vista, o sacador deve apresentar a duplicata para aceite 
no prazo de 30 dias de sua emissão. O sacado deve devolvê-la, com o aceite ou recusa 
justificada do aceite, por escrito, no prazo de 10 dias. Se a remessa da duplicata for feita por 
intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes 
deverão apresentar a duplicata ao sacado dentro de 10 dias, contados da data de seu 
recebimento na praça de pagamento. 
 A apresentação da duplicata para aceite pode inexistir, preferindo o sacador sua 
apresentação apenas para pagamento. Mas o risco é só e unicamente dele. 
- Duplicata sem aceite: o aceite não é requisito essencial no título de crédito, menos ainda na 
duplicata. Daí que a duplicata sem aceite pode circular e constituir-se em título executivo contra 
o sacado, desde que acompanhada da prova de entrega das mercadorias respectivas ou da 
prestação dos serviços, bem assim da certidão do protesto por falta de aceite ou pagamento, 
desde que não tenha ocorrido a recusa do aceite nos termos dos Arts. 7º e 8º ou 21 da Lei de 
Duplicatas. Neste caso a obrigação do sacado é líquida e certa, podendo o mesmo ser 
executado para pagamento da dívida. 
 A falta de aceite pode ser motivada, em vista das razões referidas na Lei de Duplicatas 
(Art. 8º ou 21). Sendo motivada, o sacado fica a salvo de protesto cambial ou execução do 
título. O credor, se não atender o alegado pelo sacado, só poderá discutir a questão por via 
ordinária. 
- Endosso da duplicata: o endosso na duplicata pouco difere do endosso na letra de câmbio 
ou na nota promissória. Na duplicata o primeiro endossante sempre será o sacador, que é 
também o beneficiário do título. 
 A cláusula à ordem é inerente à duplicata. Quer dizer que, em qualquer hipótese, a 
duplicata pode ser endossada, ainda que haja proibição direta ou decorrente de vinculação a 
contrato. 
- Aval na duplicata: pode ser prestado por qualquer pessoa capaz de obrigar-se, mas, nos 
termos do Art. 32 da LUG, aplicável ao aval na duplicata, o avalista é responsável da mesma 
maneira que seu avalizado. 
 Na duplicata, o avalista é equiparado àquele cujo nome indicar. Na falta de indicação, 
equiparar-se àquele abaixo de cuja assinatura lançar a sua. Fora desses casos, ao comprador 
(sacado). No caso, basta a assinatura, caso em que irá se equiparar àquele abaixo de cuja 
assinatura lançar a sua ou ao sacado, se não indicar o avalizado. Poderá ele acrescentar as 
expressões bom para aval, em garantia de fulano, por aval de fulano ou outra equivalente 
seguindo-se sua assinatura. 
 O aval no título de crédito é um ato puramente cambial. Por isso não pode ocorrer em 
outros papéis, como contratos e outros documentos. Não se justifica a pretensão de cobrança 
do avalista se o título perdeu sua força cambial. 
- Aval antecipado na duplicata: o aval antecipado é aquele que se dá antes de obrigar-se no 
título o avalizado. Tratando-se de aval, aplica-se o Art. 32 da LUG, cuja redação determina que 
o avalista obriga-se da mesma maneira que seu avalizado. 
- Vencimento: o vencimento da duplicata é ordinário, quando fixado nos termos da lei, ou 
extraordinário quando provocado para verificar-se antecipadamente. A duplicata só comporta 
dois vencimentos ordinários: em data certa ou à vista. 
 O vencimento extraordinário da duplicata dá-se nas duas hipóteses: protesto pela falta 
ou recusa de aceite; ou protesto pela falência do aceitante. 
- Pagamento da duplicata: deve ocorrer no momento de sua apresentação ao sacado, sendo 
o vencimento à vista. Neste caso, a apresentação é sempre para pagamento e não para aceite. 
Se o sacado, em lugar de pagar, aceitar o título, pouco importa. Por outro lado, se o 
vencimento da duplicata é em data certa fixada na duplicata, a apresentação na data referida é 
sempre para pagamento, havendo ou não aceite. Antes dessa apresentação o

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