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Termodinâmica • Baseado: Cap. 7 e 8 do Atkins - 5ª ed. Disciplina: Físico-Química I Prof.: Carlos Eduardo Bonancêa 3 Exercícios Cap 7 5 - 7 – 11 – 15 – 17 – 19 – 21 – 35 – 37 – 39 – 41 – 43 – 45 – 47 – 51 – 55 – 59 – 61 – 63 – 65 – 67 – 69 – 91 - 93. Total de 24 exercícios Entregar 15. 4 A ciência da TERMODINÂMICA nasceu no século 19, com a necessidade de descrever a operação das máquinas a vapor e de avaliar o limite do seu desempenho. Os princípios observados válidos para as máquinas são facilmente generalizados, e são conhecidos como a PRIMEIRA e a SEGUNDA leis da termodinâmica. Estas leis levam através de deduções matemáticas a um conjunto de equações que encontram aplicações em todos os campos da ciência e da engenharia 5 TERMODINÂMICA O que estudamos? Como a energia pode ser transformada de uma forma para outra e transferida de um lugar a outro. A eletricidade, por exemplo, pode ser gerada em uma usina de força e ser usada em uma fábrica a grande distância. Os alimentos podem ser digeridos em seu estômago e a energia produzida ser usada em sua cabeça. Para acompanhar a energia, dividimos o mundo, por conveniência, em duas partes. SISTEMA: É a parte do universo que estamos observando e estudando. Ex: Recipiente de uma reação química, uma pilha eletroquímica, uma célula biológica, etc. O SISTEMA está localizado em um espaço definido por uma FRONTEIRA. FRONTEIRA: O que separa o SISTEMA do resto do universo (VIZINHANÇAS) VIZINHANÇAS: São as partes do Universo vizinhas do SISTEMA e de onde fazemos as observações e as medidas Conceitos básicos: - Um SISTEMA ABERTO pode trocar matéria e energia com o exterior - Um SISTEMA FECHADO pode trocar energia com o exterior, mas não matéria - Um SISTEMA ISOLADO não pode trocar nem matéria nem energia com o exterior 6 A Energia de um sistema é a capacidade que esse sistema tem para realizar trabalho. Quando um sistema exerce trabalho sobre o meio exterior, a energia do sistema é reduzida, ficando este com menor capacidade para produzir energia. Fe (s) + 2HCl (aq) → FeCl2 (aq) + H2 (g) Energia: Trabalho e Calor 7 Trabalho: qualquer quantidade que escoa através da fronteira de um sistema durante uma mudança de estado que pode ser convertida em movimento contra uma força que se opõe na vizinhança. Calor: qualquer quantidade que escoa através da fronteira de um sistema durante uma mudança de estado, em virtude de uma diferença de temperatura entre o sistema e as vizinhanças. Duas formas de energia com características diferentes: Energia transferida para o exterior na forma de CALOR – os átomos ou moléculas do exterior aumentam os seus movimentos aleatórios: Energia transferida para o exterior na forma de TRABALHO produzido pelo sistema – traduz-se num movimento ordenado do exterior: Trabalho Calor 8 Em termodinâmica, a energia total de um sistema é designada por ENERGIA INTERNA, U. A energia interna é a energia TOTAL, CINÉTICA e POTENCIAL, das moléculas que constituem o sistema. Quando um sistema passa de um estado inicial (i) a um estado final (f), a variação de energia interna ΔU: ΔU = Uf- Ui Energia interna, calor e trabalho medem-se em joule (J). 1 J = 1 Pa m3 = 1 kg m2 s-2 9 Energia Interna, U 1ª Lei da Termodinâmica Há conservação da energia total do universo Energia do Universo = energia do sistema + energia do meio exterior Se o sistema estiver isolado, não recebe nem cede energia e a sua energia total – ENERGIA INTERNA, U – mantém-se constante. → U = constante → ΔU = 0 Se o sistema não estiver isolado, a sua energia só varia por troca com o meio exterior. Considerando que a troca de energia se dá por troca de calor ou por trabalho mecânico à superfície do sistema, sendo w o trabalho exercido sobre o sistema, q a energia na forma de calor ΔU a variação resultante de energia interna: → ΔU = q + w Sistema Isolado Sistema Fechado Expansão a pressão constante Expansão reversível • Uma propriedade fundamental da termodinâmica • O movimento contra uma força oposta. Todas as formas de trabalho podem ser consideradas como equivalentes ao trabalho efetuado quando um peso é levantado contra a força da gravidade. • A reação química em uma bateria realiza trabalho quando empurra uma corrente elétrica em um circuito. O gás em um cilindro – a mistura de gases quentes de um motor de automóvel, por exemplo – realiza trabalho ao empurrar o pistão. • Podemos identificar um processo que realiza trabalho observando se, pelo menos em princípio, ele é capaz de levantar um peso. Trabalho • Trabalho provocado pela variação do volume do sistema Trabalho de expansão ΔU = q + w w de expansão – Vf Vi w de compressão – Vf Vi 𝒘 = −𝒏𝑹𝑻𝒍𝒏 𝑽𝒇 𝑽𝒊 𝒘 = −𝑷𝒆𝒙 × ∆𝑽 1 J = 1 Pa m3 A variação de energia interna, ΔU, do sistema pode ser devida a trabalho de expansão e a energia na forma de calor. Se o sistema se mantiver a volume constante, não realiza trabalho de expansão; Se não se verificarem outras formas de variação de energia, então a variação da energia interna fica reduzida a : ΔU = qV (v indica transformação a volume constante) 13 Calor e transferência de calor Calor • Em termodinâmica, calor é a energia transferida em consequência de uma diferença de temperatura. A energia flui na forma de calor de uma região de temperatura alta para uma região de temperatura baixa. • Portanto, em um sistema cujas paredes não são isolantes térmicos, se o sistema está mais frio do que a vizinhança, a energia flui da vizinhança para o sistema. ΔU = q + w Medida do calor Se o sistema não perde energia na forma de trabalho Acompanhar a mudança de temperatura é um modo de medir o calor transferido. Assim inferir a mudança na Energia interna Para converter a mudança da temperatura em ENERGIA temos que conhecer a CAPACIDADE CALORÍFICA. C grande → uma dada quantidade de Calor produz um pequeno aumento de T C pequeno → uma dada quantidade de Calor produz um grande aumento de T 14 w = 0 U = q U = q + w 𝑪 = 𝒒 ∆𝑻 𝒒 = 𝑪. ∆𝑻 Medida do calor Capacidade Calorífica – Propriedade Extensiva – quanto maior for a amostra, mais calor é necessário para aumentar sua temperatura. Capacidade Calorífica específica – Capacidade Calorífica molar - 15 𝒒 = 𝒏. 𝑪𝑴. ∆𝑻𝒒 = 𝒎.𝑪𝑺. ∆𝑻 Exemplo 7.3 Testes 7.3 𝑪𝑺 = 𝑪 𝒎 𝑪𝑴 = 𝑪 𝒏 Calorimetria Calorimetria é o estudo das trocas de calor durante transformações físicas e químicas. Para esse estudo utiliza-se o CALORÍMETRO, normalmente um sistema adiabático de volume constante – o calorímetro de bomba adiabática. BOMBA CALORIMÉTRICA OU CALORÍMITRO -Dispositivo fechado - Não há variação de volume - É possível medir a variação da temperatura (T) - T proporcional ao calor que a reação libera ou absorve 17 𝒒 = 𝑪𝒄𝒂𝒍. ∆𝑻 Exemplo 7.4 Testes 7.4 18 Primeira lei da Termodinâmica 19 • Essa expressão resume o fato experimental de que CALOR e TRABALHO são duas formas de transferência de energia. • TRABALHO – quando energia é transferida na forma de trabalho, o sistema movimenta moléculas da vizinhança em uma direção definida • CALOR - quando a energia é transferida na forma de calor as moléculas da vizinhança movem-se caoticamente. U = q + w Para fixar o sentido das trocas de energia convencionou-se que: Sinal positivo (+): calor ou trabalho recebido pelo sistema do meio exterior Sinal negativo (-): calor ou trabalho cedido pelo sistema ao meio exterior Testes 7.5 Primeira lei da Termodinâmica • FatoExperimental – Não podemos usar um sistema para realizar trabalho, isolá-lo por algum tempo e, ao voltar, encontrar sua energia interna no mesmo valor original e pronto para realizar a mesma quantidade de trabalho novamente. • Máquina de movimento perpétuo - mecanismo que produziria trabalho sem usar combustível. A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA declara que a energia interna de um sistema isolado é constante. Uma função de estado depende somente do estado em que se encontra o sistema. A mudança na função de estado entre dois estados é independente do caminho entre eles. A ENERGIA INTERNA é uma função de estado. O TRABALHO e CALOR não são. Testes 7.6 O VOLUME não é mais constante (PRESSÃO constante) w 0 U = q + w U q • É a quantidade de energia na forma de calor medida a pressão constante Entalpia - H H = qp q = H Entalpia H = U + pV H = U + p V 22 H = qp Importância: Reações químicas usualmente ocorrem em pressão constante – Reatores abertos para a atmosfera. Consequências: - Um calorímetro a VOLUME constante mede a variação da ENERGIA INTERNA - U. - Um calorímetro a PRESSÃO constante me a variação da ENTALPIA - H. Em um calorímetro simples – Se uma reação libera 1,25 kJ de calor H = qp = -1,25 kJ Quando a energia do sistema é alterada devido a uma diferença de temperatura entre o sistema e o exterior, diz-se que houve variação de energia por transferência de CALOR. Processo exotérmico: processo em que se liberta energia sob a forma de calor. Processo endotérmico: processo no qual o sistema adquire energia do exterior sob a forma de calor. 23 Termoquímica A termoquímica estuda a energia transferida na forma de calor durante as reações químicas. Pode-se usar a calorimetria para medir q para uma reação, ou seja, para medir ΔU – se a reação ocorrer a volume constante ΔH – se a reação ocorrer a pressão constante Quando se libera energia para o meio exterior durante a reação química, a pressão constante ΔH < 0 (processo exotérmico) Quando se absorve energia do meio exterior durante a reação química, a pressão constante ΔH > 0 (processo endotérmico) Testes 7.7 A + B → C + D Variações de entalpia padrão ΔH0 – variação de entalpia para um processo em que os reagentes e produtos se encontram nos seus estados padrão Estado padrão de uma substância: estado de uma substância a determinada temperatura e à pressão de 1 bar. Ex: variação de entalpia padrão de vaporização para a H2O, ΔHovap, é a variação molar de entalpia do líquido puro a 1 bar, quando passa a gás, a 1 bar. H2O(l) → H2O(g) ΔH 0 vap (373 K) = +40,66 kJ/mol Pode-se fornecer o valor da entalpia padrão a qualquer temperatura. A temperatura convencional para descrever quantidades termodinâmicas é 298,15 K. Entalpia de transformações físicas As mudanças de estado físico são acompanhadas por variações de entalpia. Se estas forem descritas à pressão de 1 bar, são definidas como transições de entalpia padrão. Ex: Entalpia padrão de vaporização, ΔH0vap – variação de entalpia que acompanha a conversão de líquido para gás Entalpia padrão de fusão ΔH0fus - variação de entalpia que acompanha a conversão de sólido para líquido A entalpia é uma função de estado, logo a variação de entalpia é independente do caminho percorrido entre o estado inicial e final H2O(s) → H2O(l) ΔH 0 fus H2O(l) → H2O(g) ΔH 0 vap H2O(s) → H2O(g) ΔH 0 sub= ΔH 0 fus + ΔH 0 vap ΔH0 (A→B)= - ΔH0 (B→A) A entalpia padrão de um processo é igual e de sinal oposto à entalpia padrão do processo inverso. Curva de Aquecimento • Gráfico que mostra a variação da temperatura de uma amostra que foi aquecida em velocidade constante, em pressão constante, e, portanto, em velocidade constante de aumento de entalpia. Testes 7.9 Testes 7.10 Como é definido p valor da variação de Entalpia de uma Reação? ➢ Por Calorimetria - Experimental ➢ Por Lei de Hess - Teórico ➢ Por calor de Formação - Teórico Entalpia das Reações Químicas Calorimetria Calorimetria é o estudo das trocas de calor durante transformações físicas e químicas. Para esse estudo utiliza-se o CALORÍMETRO, normalmente um sistema adiabático de pressão constante – o calorímetro de bomba adiabática. 32 𝒒 = 𝑪𝒄𝒂𝒍. ∆𝑻 Exemplo 7.7Testes 7.11 • Da mesma forma que as transformações físicas – Transformações químicas (REAÇÕES) – também ocorrem com variação de energia. • Importância – escolha de um combustível, projetos de instalações químicas, estudo dos processos bioquímicos, etc Combustão do metano: CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l) Calorimetria- 1 mol de CH4 (g) produz 890 kJ de calor a 298 K e 1 bar CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l) ΔH 0 R = - 890 kJ/mol CO2 (g) + 2 H2O (l) → CH4 (g) + 2 O2 (g) ΔH 0 R = + 890 kJ/mol 2 CH4 (g) + 4 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 4 H2O (l) ΔH 0 R = - 1780 kJ/mol Entalpia Padrão de Reação – Lei de Hess Entalpia Padrão de Reação Depende dos estados físicos dos reagentes e produtos Ex: CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (g) ΔH 0 R = - 802 kJ/mol CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l) ΔH 0 R = - 890 kJ/mol H2O(l) → H2O(g) ΔH 0 vap = + 44,0 kJ/mol 35 Combinação das Entalpias de Reação: Lei de Hess ENTALPIA - FUNÇÃO DE ESTADO - ΔH0R não depende do caminho entre os estados inicial e final (reagentes e produtos). A oxidação do carbono (grafite) a CO2 C (gr) + O2 (g) → CO2 (g) Duas etapas: 1 - C (gr) + ½ O2 (g) → CO (g) ΔH 0 R = -110,5 kJ/mol 2 - CO (g) + ½ O2 (g) → CO2 (g) ΔH 0 R = -283,0 kJ/mol Somando as 2 reações: C (gr) + ½ O2 (g) → CO (g) ΔH 0 R = -110,5 kJ/mol CO (g) + ½ O2 (g) → CO2 (g) ΔH 0 R = -283,0 kJ/mol C (gr) + O2 (g) → CO2 (g) ΔH 0 R = -393,5 kJ/mol Exemplo 7.9 Testes 7.13 Entalpia padrão de formação, ΔH0f A entalpia padrão de formação, ΔH0f , de uma substância, é a entalpia padrão da reação de formação dessa substância a partir dos seus elementos no seu estado de Referência. O estado de referência de um elemento é o seu estado mais estável à pressão de 1 bar e à temperatura indicada. As entalpias padrão de formação de elementos no seu estado de referência são zero, a qualquer temperatura. ENTALPIA ZERO Hº = 0 H2(g), N2(g), Cl2 e etc O2(g) C(grafite) S(rômbico) P(vermelho) Metais (s) – Na(s), Al(s), Au(s), Fe(s), etc REAÇÃO DE FORMAÇÃO - é aquela em que UM MOL de um único composto é formado a partir de substâncias simples no estado padrão. Exs.: Os valores de H0f são pré-estabelecidos e encontrados em tabelas, para aqueles compostos que estejam na sua forma mais estável a 1 bar de pressão, ou seja, no estado padrão. C(grafite )+ O2(g) → CO2(g) H2(g) + 1/2 O2(g) → H2O(l) 1 mol 1 mol Entalpia de reação química 2 A + B → 3C + D Entalpia padrão de reação: ΔHR = Σ n H 0 f (produtos) − Σ n H 0 f (reagentes) Ou seja, para a reação anterior, a entalpia padrão de reação será: ΔHR 0 = { 3 Hof (C) + H o f (D)} - { 2 H o f (A) + H o f (B)} Ex: entalpia padrão de combustão do metano CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l) ΔHR 0 = ΔHc 0 = (ΔH0f (CO2)+ 2ΔH 0 f (H2O) - (ΔH 0 f (CH4) + 2ΔH 0 f(O2) ΔHc 0 = (-393,51+2(-285,83)) – (-74,8 + 2.0) kJ/mol ΔHc 0= - 890,37 kJ/mol Exemplo 7.11 Testes 7.15 40 ENTALPIA-PADRÃO DE COMBUSTÃO É o calor liberado na combustão total de um mol de uma substância em que os componentes dessa reação estão no estado-padrão. C2H5OH(l) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(l) H=–1368kJ/mol COMBUSTÃO - reação de uma substância com o oxigênio (O2) em que ocorre liberação de energia. ( REAÇÃO EXOTÉRMICA ) 41 Exemplo 7.10 Testes 7.14 42 Exercícios Cap 7 7 – 9 – 11 – 15 – 17 – 19 – 21 – 23 – 35 – 37 – 39 – 41 – 43 – 45 – 47 – 51 – 55 – 59 – 61 – 63 – 65 – 67 – 69 – 91 - 93. Total de 25 exercícios Entregar 20. 44 Exercícios Cap 8 1 - 3 – 5 – 7 – 9 – 11 – 17 – 23 – 39 – 43 – 47 – 53 – 57 – 59 – 61 – 65 – 67 – 69 – 89 - 93. Total de 20 exercícios Me entregar 15. 45 Importância Primeira Lei: nos diz que se uma reação ocorre, a energia total do universo (sistema e sua vizinhança) permanece inalterada. Não prevê o porque algumas reações acontecem e outras não. Segunda Lei: Base para entendermos por que certas reações químicas tem uma tendência natural a ocorrer e outras não. Baseada em dois conceitos muito importantes, a ENTROPIA e a ENERGIA LIVRE. Terceira Lei: Vai estabelecer valores numéricos para a Entropia e Energia livre. Juntas, a Segunda e a Terceira nos permitem prever os efeitos de mudanças de temperatura e pressão em processos físicos e químicos 46 Mudança Espontânea Um processo é espontâneo se ele apresenta a tendência de ocorrer sem ser induzido por uma influência externa. Mudanças espontâneas não são necessariamente rápidas Ex. Os diamantes têm tendência natural de se transformarem em grafita – Reação espontânea Termodinamicamente Na escala humana de tempo os diamantes são eternos – Velocidade da reação é muito, muito pequena Em 1860, Berthelot propôs a ideia de que um processo é espontâneo quando libera energia (calor). De fato, isto é verdade para muitas reações químicas, como por exemplo a queima do carvão: C(s) + O2 → CO2 ∆H = - 393 KJ/mol Reação espontânea e libera calor No entanto, a evaporação da água é um processo espontâneo (mesmo em temperatura ambiente) embora ABSORVA calor. H20 (l) → H20 (g) ∆H = + 10,4 Kcal/mol Como explicar a espontaneidade desta reação? Existe um outro fator além da liberação de energia (ENTALPIA) que influencia na espontaneidade de um Este novo fator é a tendência normal que existe na Natureza de um sistema, caminhar espontaneamente para uma situação de maior “DESORDEM”, isto é, para uma situação onde haja uma distribuição cada vez mais uniforme de matéria e energia no sistema inteiro. 50 Entropia e Desordem O resfriamento de um bloco de metal quente ocorre naturalmente → A Energia dos átomos que vibram se espelha pela vizinhança. As moléculas de um gás que se movem aleatoriamente espalham-se por todo o recipiente → Improvável que seu movimento aleatório leve todas as moléculas ao mesmo tempo para um canto do recipiente. Tendência: A matéria tende a ficar mais desorganizada. A existência da ordem/desordem está relacionada com uma característica fundamental da natureza que denominamos ENTROPIA. 51 ENTROPIA Para medir o grau de desordem de um sistema, foi definida a grandeza termodinâmica ENTROPIA, representada pela letra S. - Quanto maior a desordem de um sistema, maior a sua entropia - O mínimo de entropia possível corresponde à situação em que átomos de uma substância estariam perfeitamente ordenados em uma estrutura cristalina perfeita. Essa situação DEVE ocorrer, teoricamente, a 0 K (zero absoluto, ou seja, -273,15 oC). - Em outras temperaturas, a entropia de uma substância deve ser diferente de zero. Quanto maior a temperatura de uma substância, maior o movimento das suas partículas, mais desorganizada ela está e, portanto, maior a sua entropia. 52 ENTROPIA A entropia (J/K ou cal/K) a 25°C para uma mesma substância, a entropia no estado gasoso é maior que aquela no estado líquido, que, por sua vez, é maior que a do estado sólido. A temperatura constante, qrev – Energia transferida como calor ∆𝑺 = 𝒒𝒓𝒆𝒗 𝑻 A entropia é uma medida da desordem. De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, a ENTROPIA de um sistema isolado aumenta em qualquer processo espontâneo. Assim como a ENTALPIA, a ENTROPIA também é uma FUNÇÃO DE ESTADO. A variação da Entropia de um sistema não depende do caminho entre o estado INICIAL e FINAL. Exemplo 8.1 Testes 8.1 53 VARIAÇÕES DE ENTROPIA A desordem de um sistema aumenta: 1. Com o aumento da temperatura Aumento do movimento térmico das moléculas 2. quando uma determinada de quantidade de matéria se expande (aumento de volume) Espalhamento das moléculas aumentam a desordem 3. Mistura de 2 substâncias diferentes 54 Supondo que a temperatura aumenta de T1 até T2, Assim: Exemplo 8.2 Testes 8.2 Em relação a temperatura: Da calorimetria temos que: C – Capacidade Calorífica do Sistema Volume constante – Capacidade Calorífica a Volume constante, Cv. Pressão constante – Capacidade Calorífica a Pressão constante, Cp. 55 Em relação a Volume: Expansão isotérmica (T = constante) → U = 0 Como U = q + w → q = -w Assim, temos que o trabalho reversível (visto anteriormente) Exemplo 8.3 Testes 8.3 Exemplo 8.4 Testes 8.4 Exemplo 8.5 Testes 8.5 56 Variações de Entropia em Mudanças de Estado Físico Algumas expressões podem ser utilizadas para calcular a variação entropia – só são válidas para uma pressão determinada. para 1 atm – Tf normal ou Tb normal 1. Na temperatura de transição, a temperatura da substância permanece constante à medida que o calor é fornecido. 2. Na temperatura de transição de fase, a transferência de calor é reversível. 3. Como a transição ocorre em pressão constante, o calor fornecido é igual a entalpia da substância. Exemplo 8.6 Testes 8.6 e 8.8 57 Variações de Entropia em Mudanças de Estado Físico Em temperaturas diferentes da temperatura de transição normal A entropia também é uma função de estado. Cálculo em três etapas: Entropia de Vaporização da Água a 25ºC e 1 atm. 1 – Aquecemos o líquido até a temperatura de ebulição padrão – 100ºC 2 – Deixamos que se vaporize 3 – Fazemos resfriar até 25ºC novamente. Exercício 8.43 58 Entropia Padrão de reação Importância – Predizer a direção natural de uma reação. A variação da entropia de uma reação → variação de ENTROPIA das vizinhanças. Direção da reação – Afetada pela ENTROPIA do SISTEMA e da VIZINHANÇA. VARIAÇÃO DA ENTROPIA DO UNIVERSO Contribuição do sistema – REAÇÃO QUÍMICA Sem a realização de cálculos; Uma forma de prever se uma reação ocorrerá com aumento ou diminuição de entropia é analisando o estado físico dos reagentes e dos produtos. Como descrito anteriormente, os gases têm mais entropia que os líquidos e estes que os sólidos. 59 Duas regras gerais podem ajudar a prever se a entropia nas transformações aumenta ou diminui: - examinar os estados físicos dos produtos e dos reagentes; - verificar, quando os estados físicos dos reagentes e produtos forem iguais, o aumento ou a diminuição do número de moléculas após a transformação, o que pode ser feito comparando a quantidade de matéria em mols dos reagentes e dos produtos da reação. 60 Preveja se a variação de entropia do sistema em cada uma das seguintes reações é positiva ou negativa. a) NH4Cl (s) → NH3 (g) + HCl (g) b) H2 (g) + Br2 (g) → 2 HBr (g) c) CO (g) + ½ O2(g) → CO2(g) d) C6H12O6 (s) + 6 O2 (g) → 6 CO2 (g) + 6 H2O (l) e) Fe2O3(s) + 3CO(g) → 3CO2(g) + 2Fe(s) 61 Entropia Padrão de reação Com a realização de cálculos; O cálculo é feito a partir das ENTROPIAS MOLARES DE TODAS AS SUBSTÂNCIAS – cujos valores são tabelados. SR 0 = nSm 0 (produtos) – nSm 0 (reagentes) Exemplo 8.9 Testes 8.13 62 A entropia é uma medida dadesordem. De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, a ENTROPIA de um sistema isolado aumenta em qualquer processo espontâneo. 63 Sistemas que parecem desafiar a SEGUNDA LEI ➢ Água se transformando em gelo em temperaturas baixas – ESPONTÂNEA ➢ A VIDA – Cada célula do nosso de um ser vivo é extraordinariamente organizada. Resolução do dilema - Segunda Lei – refere-se somente a sistemas isolados Espontaneidade de um Sistema – VARIAÇÃO TOTAL DA ENTROPIA – Soma das variações da entropia do SISTEMA e da VIZINHANÇA. VARIAÇOES DE ENTROPIA GLOBAIS Mesmo o SISTEMA apresentando um S negativo o processo poderá ser espontâneo pois também depende de como será a variação da entropia do vizinhança. Stotal > 0 → PROCESSO ESPONTÂNEO Stotal < 0 → PROCESSO NÃO ESPONTÂNEO 64 Entropia da Vizinhança Considerações: ➢ Vizinhança é tão grande que não observamos variações na temperatura e pressão – T e p são constantes para a vizinhança. ➢ Se a variação da Entalpia do Sistema é H → para o calor transferido a pressão constante: qviz = -H Assim: Exemplo 8.10 Testes 8.14 65 Sistemas que parecem desafiar a SEGUNDA LEI ➢ Água se transformando em gelo em temperaturas baixas – ESPONTÂNEA H2O(l) → H2O(s) - Processo espontâneo abaixo de 0ºC - S = - 22 J/k.mol H = - 6,01 kJ/mol Explique por que a transformação da água líquida em sólida é espontânea nessa temperatura abaixo de 0ºC e não espontânea acima dessa temperatura? Exemplo 8.11 Testes 8.15 Testes 8.17 66 Energia Livre ➢ Um dos grandes problemas com o uso da segunda lei para verificar se uma reação é espontânea é que temos que calcular 3 quantidades: S, Sviz e Stot → Gibbs colocou tudo em uma única propriedade: Energia Livre de Gibbs – G → Essa equação mostra como calcular a Stot olhando apenas para o sistema. → Gibbs definiu: G = -TStot. Assim: G < 0 → PROCESSO ESPONTÂNEO G > 0 → PROCESSO NÂO ESPONTÂNEO G = 0 → EQUILÍBRIO 67 Testes 8.18 Exemplo 8.13 Testes 8.19 68 Energia Livre de Reação GR 0 = nGm 0 (produtos) – nGm 0 (reagentes) G0formação = 0 Exemplo 8.15 Testes 8.22 69 Exercícios Cap 8 1 - 3 – 5 – 7 – 9 – 11 – 17 – 23 – 39 – 43 – 47 – 53 – 57 – 59 – 61 – 65 – 67 – 69 – 89 - 93. Total de 20 exercícios Entregar 15.
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