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PROCESSO DE CONHECIMENTO - 1

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2017	-	02	-	13
Revista	de	Processo
2016
REPRO	VOL.	257	(JULHO	2016)
PROCESSO	DE	CONHECIMENTO
Processo	de	Conhecimento
1.	Procedimento	comum:	fase	postulatória
Common	procedure:	postulatória	phase
(Autor)
LUIS	GUILHERME	AIDAR	BONDIOLI
Doutor	e	mestre	em	Direito	Processual	pela	Faculdade	de	Direito	da	Universidade	de	São	Paulo.	Advogado.
lgbondioli@stoccheforbes.com.br
Sumário:
1	Introdução:	as	fases	do	procedimento	comum
2	Objetivo:	estudo	pormenorizado	da	fase	postulatória	a	partir	das	suas	figuras	centrais
3	Petição	inicial
4	Citação
5	Audiência	de	conciliação	ou	de	mediação
6	Contestação
7	Reconvenção
8	Conclusão
9	Bibliografia
Área	do	Direito:	Processual
Resumo:
O	procedimento	comum,	no	atualíssimo	processo	civil	brasileiro,	pode	ser	dividido	em	cinco	fases:	postulatória,
ordinatória,	 instrutória,	 decisória	 e	 liquidatária.	 Neste	 estudo,	 será	 analisada	 a	 fase	 postulatória	 do
procedimento	 comum,	 a	 partir	 das	 suas	 cinco	 figuras	 centrais,	 quais	 sejam,	 a	 petição	 inicial,	 a	 citação,	 a
audiência	de	conciliação	ou	de	mediação,	a	contestação	e	a	reconvenção.
Abstract:
The	 common	 procedure	 in	 the	 new	 Brazilian	 civil	 procedure	 can	 be	 divided	 into	 five	 phases:	 postulatória,
ordinatória,	 instrutória,	decisória	and	 liquidatária.	 In	 this	study	common’s	procedure	postulatória	phase	will
be	 examined	 from	 the	perspective	of	 its	 five	 central	 figures:	 complaint,	 summons,	 conciliation	or	mediation
hearing,	answer	and	counterclaim.
Palavra	Chave:	Petição	inicial	-	Citação	-	Audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	-	Contestação	-
Reconvenção
Keywords:	Inicial	petition	-	Summons	-	Conciliation	or	mediation	hearing	-	Answer	-	Counterclaim
1.	Introdução:	as	fases	do	procedimento	comum
O	art.	318,	caput,	do	 CPC	estabelece	que	se	aplica	"a	todas	as	causas	o	procedimento	comum,	salvo	disposição
em	 contrário	 deste	 Código	 ou	 de	 lei".	 Trata-se	 aqui	 de	 procedimento-modelo,	 pensado	 para	 as	 situações
ordinárias	 da	 vida,	 que	 independem	 de	 atos	 ou	 ritos	 diferenciados	 para	 o	 exame	 e	 a	 satisfação	 do	 direito
material	 trazido	 para	 o	 Poder	 Judiciário.	 Esse	 procedimento	 é	 caracterizado	 pela	 amplitude	 das	 garantias
outorgadas	às	partes,	das	discussões	permitidas	no	seu	contexto,	das	provas	que	nele	se	podem	produzir	e	dos
meios	disponibilizados	para	a	impugnação	das	decisões	proferidas	no	seu	desenrolar.
No	Código	de	Processo	Civil,	o	procedimento	comum	é	objeto	do	Título	I	(Do	Procedimento	Comum)	do	Livro	I
(Do	 Processo	 de	 Conhecimento	 e	 do	 Cumprimento	 de	 Sentença)	 da	 Parte	 Especial.	 Ele	 compreende	 desde	 a
petição	inicial	(arts.	319	e	ss	do	 CPC)	até	a	liquidação	de	sentença	(arts.	509	e	ss	do	 CPC).
Ainda	à	luz	do	Código	de	Processo	Civil	de	1973,	Cândido	Dinamarco	afirmou	que	"a	estrutura	do	procedimento
ordinário	brasileiro	costuma	ser	escandida	pela	doutrina	mediante	a	indicação	de	quatro	fases	mais	ou	menos
definidas,	a	saber:	a)	a	postulatória,	na	qual	se	situam	três	dos	cinco	elementos	estruturais	dos	procedimentos
cognitivos	 (demanda,	 citação	 e	 resposta);	 b)	 a	 ordinatória,	 que	 culmina	 com	 o	 saneamento	 do	 processo	 na
audiência	preliminar;	c)	a	instrutória,	onde,	como	o	nome	diz,	procede-se	à	instrução	da	causa;	d)	a	decisória,
em	que	tem	lugar	a	sentença	de	mérito". 1
Essa	 visão	 clássica	 do	 procedimento	 ordinário	 nunca	 comportou	 um	 olhar	 estanque.	 Afinal,	 provas
documentais	deviam	ser	produzidas	já	na	fase	postulatória,	para	evitar	percalços	na	juntada	dos	documentos
ao	processo	(arts.	396	e	397	do	CPC	de	1973). 2	Ainda	na	fase	postulatória,	o	 juiz	devia	desde	logo	ter	cuidado
com	a	organização	do	processo.	No	seu	primeiro	contato	com	a	petição	inicial,	antes	mesmo	de	determinar	a
citação	 do	 réu,	 o	magistrado	 devia	 determinar	 as	 necessárias	 emendas,	 para	 que	 se	 corrigissem	 "defeitos	 e
irregularidades	capazes	de	dificultar	o	julgamento	de	mérito"	(art.	284,	caput,	do	CPC	de	1973). 3
Ademais,	nem	sempre	o	procedimento	comum	se	desenrolava	com	todas	aquelas	quatro	fases	bem	definidas	e
desenvolvidas	na	sua	 integralidade.	É	pensar	em	situação	na	qual	a	petição	 inicial	estivesse	eivada	por	vício
insanável,	o	que	remete	ao	caricato	exemplo	da	mãe	desgostosa	com	o	genro	que	pede	em	juízo	o	divórcio	da
filha.	Nessas	circunstâncias,	não	havia	o	que	organizar	ou	instruir;	restava	ao	juiz	apenas	decidir,	indeferindo
de	plano	a	petição	inicial	e	extinguindo	o	processo	sem	julgamento	do	mérito	(art.	267,	I	e	VI,	do	CPC	de	1973). 4
Fator	de	abalo	à	referida	visão	clássica	do	procedimento	comum	foi	a	criação	de	um	processo	absolutamente
sincrético	 no	 Brasil,	 ainda	 na	 vigência	 do	 Código	 de	 Processo	 Civil	 de	 1973,	 por	 ocasião	 do	 advento	 da	 Lei
11.232/2005.	Essa	lei	inseriu	no	procedimento	comum	de	então	dois	novos	capítulos	(Capítulos	IX	e	X),	trazendo
para	dentro	deste	a	liquidação	e	o	cumprimento	de	sentença.
Em	 análise	 do	 cenário	 emergente	 da	 Lei	 11.232/2005,	 Cândido	 Dinamarco	 disse	 que	 "no	 atual	 sistema
processual	 brasileiro	 há	 um	 processo	 sincrético,	 que	 principia	 com	 as	 características	 de	 um	 processo	 de
conhecimento,	produz	a	sentença	de	mérito	e	depois	passa	à	execução	forçada	-	tudo	em	um	processo	só,	sem	a
duplicação	 em	 dois	 como	 tradicionalmente	 era	 neste	 país". 5	 E	 concluiu,	 logo	 adiante:	 "no	 modelo	 assim
estruturado,	falar	nas	clássicas	fases	postulatória,	ordinatória,	instrutória	e	decisória	é,	na	realidade,	falar	em
subfases,	 porque	 esses	 são	 os	 segmentos	 inerentes	 não	 ao	 procedimento	 como	 um	 todo,	 mas	 somente	 à
primeira	de	suas	fases,	a	de	conhecimento". 6
No	 Código	 de	 Processo	 Civil	 de	 2015,	 o	 cumprimento	 de	 sentença	 foi	 apartado	 do	 procedimento	 comum	 e
ganhou	 título	 próprio	 (Título	 II)	 no	 Livro	 I	 da	 Parte	 Especial.	 Todavia,	 como	 já	 anunciado,	 a	 liquidação	 de
sentença	 permaneceu	 no	 procedimento	 comum	 (Capítulo	 XIV),	 que	 tem	 assim	 cinco	 grandes	 fases	 no
atualíssimo	sistema	processual	civil	brasileiro:	(a)	postulatória,	(b)	ordinatória,	(c)	instrutória,	(d)	decisória	e	(e)
liquidatária.
Registre-se	que	há	duas	modalidades	de	liquidação	no	Código	de	Processo	Civil:	"por	arbitramento"	(art.	 509,
I,	 do	 CPC)	 e	 "pelo	 procedimento	 comum"	 (art.	 509,	 II).	 Curiosamente,	 a	 liquidação	 pelo	 procedimento
comum,	 como	 o	 próprio	 nome	 permite	 antever,	 acaba	 reproduzindo	 dentro	 dela	 as	 quatro	 fases	 anteriores
desse	 procedimento:	 postulatória,	 ordinatória,	 instrutória	 e	 decisória,	 sendo	 a	 primeira	 delas	 iniciada	 por
requerimento	de	uma	das	partes	(art.	509,	caput,	do	 CPC),	similar	a	uma	petição	inicial,	seguida	da	abertura
de	oportunidade	para	contestação	(art.	 511	do	 CPC),	e	"observando-se,	a	seguir,	no	que	couber,	o	disposto
no	Livro	I	da	Parte	Especial	deste	Código"	(ainda,	art.	 511	do	 CPC),	ou	seja,	o	procedimento	comum.
2.	Objetivo:	estudo	pormenorizado	da	fase	postulatória	a	partir	das	suas	figuras	centrais
Na	 fase	 postulatória	 do	 procedimento	 comum,	 objeto	 deste	 escrito,	 identificam-se	 no	 atual	modelo	 legal	 do
procedimento	 comum	 brasileiro	 cinco	 significativas	 figuras:	 a	 petição	 inicial,	 a	 citação,	 a	 audiência	 de
conciliação	ou	de	mediação,	a	contestação	e	a	reconvenção.	A	petição	inicial	é	disciplinada	nos	arts.	 319	a	
329	 do	 CPC,	 com	 especial	 atenção	 para	 o	 pedido	 (arts.	 322	 a	 329),	 que	 é	 a	 sua	 parte	mais	 importante.	 A
citação,	por	sua	vez,	é	referida	no	art.	334,	caput,	do	 CPC	e	tratada	de	modo	mais	pormenorizado	nos	arts.	
238	a	 259	do	 CPC.	Já	a	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	é	regulada	no	art.	 334	do	 CPC.	A
contestação	vem	regrada	nos	arts.	 335	a	 342	do	 CPC.	Por	fim,	a	reconvenção	é	objeto	do	art.	 343	do	
CPC.
Essas	cinco	figuras	serão	melhor	analisadas	nos	tópicos	subsequentes.	É	a	partir	delas	que	se	discorrerásobre	a
fase	postulatória	do	procedimento	comum.
3.	Petição	inicial
A	petição	inicial	é	a	peça	que	faz	nascer	o	processo.	Ela	serve	de	veículo	para	a	demanda,	que	retira	o	Estado-
juiz	da	inércia	e	provoca	o	exercício	da	atividade	jurisdicional;	traz	a	formulação	da	pretensão	de	uma	pessoa
em	face	de	outra,	para	cuja	satisfação	se	requer	a	intervenção	do	Poder	Judiciário.
Ao	lado	da	sentença,	a	petição	inicial	é	uma	das	peças	mais	importantes	do	processo.	Ela	norteia	a	atuação	do
juiz	e	o	conteúdo	da	decisão	a	ser	emitida	ao	fim	da	relação	jurídica	processual	para	debelar	a	crise	de	direito
material	trazida	ao	conhecimento	do	Poder	Judiciário.	Além	disso,	é	à	luz	dela	que	o	réu	se	defende	e	reage	no
processo,	 dando	 concretude	 ao	 contraditório.	 Daí	 ser	 fundamental	 que	 a	 petição	 inicial	 seja	 absolutamente
inteligível,	clara	e	com	conteúdo	bem	definido,	para	que	tanto	o	juiz	quanto	o	réu	compreendam	perfeitamente
o	que	o	autor	pretende	em	juízo.	O	julgador	deve	conceder	ou	negar	exatamente	aquilo	que	o	autor	solicita,	à
luz	 dos	 fundamentos	 fático-jurídicos	 por	 ele	 trazidos;	 o	 réu	 deve	 contestar	 ou	 concordar	 com	 a	 pretensão
precisamente	formulada,	pelos	motivos	expostos	na	peça	inaugural.	Nada	mais,	nada	menos	do	que	isso.
Nos	processos	regulados	pelo	Código	de	Processo	Civil,	a	petição	inicial	deve	ser	apresentada	por	escrito.	Nos
litígios	trazidos	para	os	Juizados	Especiais,	há	autorização	para	que	o	autor	apresente	sua	pretensão	na	forma
oral,	com	ulterior	redução	a	escrito	(art.	14,	caput	e	§	3.º,	da	Lei	9.099/1995).	Em	qualquer	situação,	a	postulação
deve	ser	feita	em	língua	portuguesa,	nos	termos	do	art.	 192	do	 CPC.
Em	 conformidade	 com	 o	 disposto	 nos	 arts.	 133	 da	 Constituição	 Federal,	 103	 do	 CPC	 e	 1.º	 e	 ss	 da	 Lei
8.906/1994,	a	confecção	e	a	apresentação	da	petição	inicial	ficam	a	cargo	de	advogado	regularmente	inscrito	na
Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.	Em	sede	de	 Juizados	Especiais,	o	art.	9.º	da	Lei	9.099/1995	 libera	a	parte	de
contar	com	a	assistência	de	advogado	nas	causas	de	valor	até	vinte	salários	mínimos.
O	advogado	que	confecciona	e	apresenta	a	petição	inicial	deve	trazer	com	esta	a	procuração	que	o	habilita	a
postular	 em	 juízo,	 nos	 termos	 do	 art.	 104	 do	 CPC.	 Quando	 postular	 em	 causa	 própria,	 basta	 que	 o
causídico	informe	na	petição	inicial	os	dados	constantes	do	art.	 106,	I,	do	 CPC.
Além	 da	 forma	 escrita,	 da	 língua	 portuguesa	 e	 do	 advogado	 no	 regular	 exercício	 da	 profissão,	 para	 a
viabilidade	do	processo,	a	petição	inicial	deve	atender	às	exigências	estabelecidas	nos	arts.	 319	e	 320	do	
CPC.
Em	primeiro	lugar,	deve	o	autor	indicar	na	petição	inicial	"o	juízo	a	que	é	dirigida"	(art.	 319,	I,	do	 CPC),
ou	seja,	o	órgão	jurisdicional	para	o	qual	se	encaminha	a	demanda. 7
Em	 seguida,	 cabe	 ao	 autor	 identificar	 precisamente	 os	 ocupantes	 dos	 polos	 ativo	 e	 passivo	 do	 processo,
fornecendo	 os	 seguintes	 dados:	 "os	 nomes,	 os	 prenomes,	 o	 estado	 civil,	 a	 existência	 de	 união	 estável,	 a
profissão,	o	número	de	inscrição	no	Cadastro	de	Pessoas	Físicas	ou	no	Cadastro	Nacional	da	Pessoa	Jurídica,	o
endereço	eletrônico,	o	domicílio	e	a	residência	do	autor	e	do	réu"	(art.	 319,	II,	do	 CPC).	Esses	dados	têm
importância	para	uma	série	de	coisas:	circunscrever	a	tutela	jurisdicional	precisamente	às	pessoas	referidas	na
peça	inaugural,	permitir	a	comunicação	dos	atos	processuais,	definir	o	juízo	competente	para	o	julgamento	da
causa	 (por	 exemplo,	 art.	 46	 do	 CPC),	 avaliar	 a	 necessidade	 de	 autorização	 para	 demandar	 ou	 de
integração	de	pessoas	a	determinados	processos	(por	exemplo,	art.	 73	do	 CPC). 8
Perceba-se	 que	 o	 fornecimento	 dos	 dados	 de	 identificação	 do	 autor	 e	 do	 réu	 não	 deve	 se	 transformar	 num
obstáculo	 intransponível	 para	 o	 ingresso	 em	 juízo. 9	 Inclusive,	 o	 art.	 319,	§§	1.º	 a	 3.º,	 do	 CPC	 procura
facilitar	o	acesso	a	esses	dados.	O	§	1.º	prevê	que	o	autor	possa	"requerer	ao	juiz	diligências	necessárias	a	sua
obtenção".	 E	 os	 §§	 2.º	 e	 3.º	 preveem	 a	 superação	 da	 falta	 de	 dados,	 quando	 "possível	 a	 citação	 do	 réu"	 ou
quando	a	exigência	deles	"tornar	impossível	ou	excessivamente	oneroso	o	acesso	à	justiça".
Uma	vez	endereçada	a	petição	inicial	e	qualificadas	as	partes,	deve	o	autor	 indicar	"o	fato	e	os	fundamentos
jurídicos	do	pedido"	(art.	 319,	III,	do	 CPC),	isto	é,	apontar	os	eventos	da	vida	que	amparam	sua	pretensão,
enquadrando-os	ao	direito.	Em	outras	palavras,	tem-se	aqui	determinação	para	que	o	autor	decline	a	causa	de
pedir.
Na	precisa	 lição	de	Calmon	de	Passos,	 "os	 fatos	e	os	 fundamentos	 jurídicos	do	pedido,	por	conseguinte,	nada
mais	 significam	do	que	a	descrição	 clara	e	precisa	do(s)	 acontecimento(s)	 como	a	 razão	de	 ser	da	demanda,
bem	como	a	tipificação	jurídica	correspondente". 10
Os	 fatos	que	devem	constar	da	petição	 inicial	 são	os	 chamados	 fatos	essenciais,	 que	 são	 "aqueles	 que	 têm	o
condão	 de	 delimitar	 a	 pretensão". 11	 Libera-se	 o	 autor	 da	 narrativa	 de	 fatos	 secundários.	 No	 tocante	 aos
fundamentos	 jurídicos,	 impõe-se	 que	 o	 autor	 indique	 as	 razões	 de	 direito	 que	 levam	 à	 procedência	 da	 sua
demanda.	Deve,	assim,	relacionar	aqueles	fatos	a	uma	categoria	jurídica,	revelando	as	suas	consequências	aos
olhos	do	direito,	de	modo	afinado	com	o	que	se	postula.	O	autor	está	dispensado	de	trazer	na	petição	inicial	os
artigos	de	lei	que	fundamentam	sua	pretensão,	ou	seja,	os	fundamentos	legais.
Prestigiam-se	no	ordenamento	jurídico	nacional	a	teoria	da	substanciação	e	as	máximas	iura	novit	curia	e	narra
mihi	 factum	dabo	 tibi	 ius.	 Logo,	 o	 juiz	 fica	autorizado	a	dar	aos	 fatos	narrados	pelo	autor	outra	qualificação
jurídica,	desde	que	compatível	 com	a	causa	de	pedir	 constante	da	petição	 inicial	e	 com	o	que	 foi	ali	pedido.
Todavia,	isso	está	longe	de	dispensar	o	autor	de	mencionar	na	peça	inaugural	os	fundamentos	jurídicos	do	seu
pedido,	inclusive	para	permitir	a	aferição	da	referida	compatibilidade.
Registre-se	que	a	aplicação	prática	das	referidas	máximas	iura	novit	curia	e	narra	mihi	factum	dabo	tibi	ius	deve
ser	precedida	de	 contraditório,	 à	 luz	do	disposto	no	art.	 10	do	 CPC	 ("o	 juiz	não	pode	decidir,	 em	grau
algum	de	jurisdição,	com	base	em	fundamento	a	respeito	do	qual	não	se	tenha	dado	às	partes	oportunidade	de
se	manifestar,	ainda	que	se	trate	de	matéria	sobre	a	qual	deva	decidir	de	ofício").
Fornecidas	as	razões	de	fato	e	de	direito	pela	qual	se	pede,	cabe	então	ao	autor	pedir,	isto	é,	formular	"o	pedido
com	 as	 suas	 especificações"	 (art.	 319,	 IV,	 do	 CPC).	 Trata-se	 aqui	 do	 item	 mais	 importante	 da	 peça
inaugural,	 na	 medida	 em	 que	 aponta	 o	 efetivo	 bem	 da	 vida	 pretendido	 pelo	 autor	 e	 a	 correlata	 medida
solicitada	ao	Estado-juiz,	expressando	a	razão	de	ser	do	ingresso	em	juízo. 12
O	pedido	"deve	ser	certo"	 (art.	322,	caput,	do	 CPC)	e,	em	regra,	"determinado"	 (art.	324,	caput,	do	 CPC).
Afinal,	tanto	o	juiz	quanto	o	réu	devem	conhecer	perfeitamente	o	que	o	autor	pede,	para	que	a	sentença	seja
aderente	ao	pedido	e	o	réu	possa	exercer	adequadamente	o	seu	direito	de	defesa.
Todavia,	 a	 formulação	 de	 pedido	 genérico	 é	 admitida	 pelo	 legislador	 em	 três	 hipóteses,	 considerando	 que
existem	 situações	 da	 vida	 cujas	 repercussões	 não	 são	 conhecidas	 por	 inteiro	 pelo	 autor	 no	 momento	 do
ingresso	em	juízo.	Essas	hipóteses	estão	arroladas	no	art.	 324,	§	1.º,	do	 CPC:	 "nas	ações	universais,	 se	o
autor	não	puder	individuar	os	bens	demandados"	(inciso	I);	"quando	não	for	possível	determinar,	desde	logo,
as	consequências	do	ato	ou	do	fato"	(inciso	II);	"quando	a	determinação	do	objeto	ou	do	valor	da	condenação
depender	de	ato	que	deva	ser	praticado	pelo	réu"	(inciso	III).
Nada	melhor	do	que	um	exemplo	paraa	 compreensão	desse	estado	de	 coisas.	Descumprido	um	contrato	de
fornecimento	e	 sendo	o	prejuízo	 limitado	ao	valor	pago	pelos	bens	não	entregues,	 a	demanda	 indenizatória
deve	 trazer	 pedido	 de	 condenação	 a	 ressarcir	 aquele	 exato	 valor.	 Porém,	 se	 o	 descumprimento	 da	 referida
avença	teve	maiores	proporções,	a	ponto	de	a	mercadoria	não	entregue	ter	atrapalhado	até	o	funcionamento
da	 empresa	 contratante,	 desencadeando	 lucros	 cessantes	 de	 dimensões	 ainda	 desconhecidas,	 o	 correlato
pedido	indenizatório	pode	(rectius:	deve)	ser	formulado	em	juízo	de	forma	genérica,	com	amparo	no	art.	
324,	§	1.º,	II,	do	 CPC.
Registre-se	que	o	legislador	dispensa	o	autor	da	formulação	de	pedido	para	a	obtenção	de	determinados	bens
da	vida.	Nesse	sentido,	o	art.	 322,	§	1.º,	do	 CPC	dispõe:	 "compreendem-se	no	principal	os	 juros	 legais,	a
correção	monetária	e	as	verbas	de	sucumbência,	inclusive	os	honorários	advocatícios".	Na	mesma	linha,	o	art.	
323	do	 CPC	prevê	que,	"na	ação	que	tiver	por	objeto	cumprimento	de	obrigação	em	prestações	sucessivas,
essas	serão	consideradas	 incluídas	no	pedido,	 independentemente	de	declaração	expressa	do	autor".	Fora	do
Código	 de	 Processo	 Civil,	 o	 art.	 7.º	 da	 Lei	 8.560/1992	 garante	 que,	 na	 ação	 de	 investigação	 de	 paternidade
julgada	procedente,	o	filho	receba	alimentos	provisionais	ou	definitivos	independentemente	de	pedido,	quando
deles	necessitar.
Consigne-se	que	apenas	os	 juros	 legais	 são	 considerados	 compreendidos	no	pedido	 (art.	 322,	§	1.º,	 do	
CPC).	Juros	contratuais	dependem	de	pedido	da	parte	para	sua	inclusão	na	sentença. 13
Para	a	formulação	do	pedido,	pode	o	autor	contar	com	a	importante	regra	do	art.	 322,	§	2.º,	do	 CPC:	 "a
interpretação	do	pedido	considerará	o	conjunto	da	postulação	e	observará	o	princípio	da	boa-fé".	Com	isso,	o
pedido	 deve	 ser	 compreendido	 e	 dimensionado	 de	modo	 a	 lhe	 conferir	 efetividade,	 considerando	 a	 petição
inicial	no	seu	todo,	e	não	só	o	capítulo	da	peça	inaugural	destinado	aos	requerimentos,	mas	sem	a	criação	de
surpresas	ou	armadilhas	e	com	respeito	ao	contraditório	e	à	ampla	defesa	(art.	5.º,	LV,	da	Constituição	Federal),
isto	 é,	 sem	 elastérios	 indevidos	 e	 prejudiciais	 ao	 exercício	 do	 direito	 de	 defesa.	 Consoante	 autorizada	 lição,
deve-se	extrair	do	pedido	"tudo	quanto	nele	se	contém	e	só	o	que	nele	se	contém". 14
A	petição	inicial	pode	trazer	mais	de	um	pedido	do	autor,	quer	para	o	acolhimento	concomitante	de	todos	eles
(cumulação	própria),	quer	para	o	acolhimento	de	apenas	parte	deles	(cumulação	imprópria). 15	O	art.	 327	do	
CPC	regula	a	cumulação	simples	de	pedidos,	modalidade	de	cumulação	própria,	e	estabelece	algumas	diretrizes
para	a	cumulação	de	pedidos	em	geral.	De	acordo	com	seu	caput,	"é	lícita	a	cumulação,	em	um	único	processo,
contra	 o	mesmo	 réu,	 de	 vários	 pedidos,	 ainda	 que	 entre	 eles	 não	 haja	 conexão".	 Tornando	 ao	 exemplo	 do
descumprimento	 do	 contrato	 de	 fornecimento,	 imagine-se	 que,	 além	 dos	 danos	 emergentes	 e	 dos	 lucros
cessantes,	 o	 fornecedor	 inadimplente	 tenha	 causado	 também	 danos	 morais	 à	 empresa	 contratante.	 Ao
ingressar	 em	 juízo,	 esta	 empresa	 pode	 cumulativamente	 pedir	 na	 petição	 inicial	 a	 reparação	 dos	 danos
patrimoniais	e	a	neutralização	dos	abalos	extrapatrimoniais,	 sendo	ambas	as	pretensões	concomitantemente
queridas	pelo	demandante.
Considerando	que	na	cumulação	simples	o	autor	tenciona	obter	simultaneamente	tudo	o	que	pediu,	é	requisito
para	a	convivência	das	pretensões	no	mesmo	processo	que	"os	pedidos	sejam	compatíveis	entre	si"	(art.	 327,
§	1.º,	I,	do	 CPC).	Ademais,	são	requisitos	para	toda	e	qualquer	cumulação	de	pedidos	que	"seja	competente
para	conhecer	deles	o	mesmo	juízo"	(art.	 327,	§	1.º,	II,	do	 CPC)	e	"seja	adequado	para	todos	os	pedidos	o
tipo	 de	 procedimento"	 (art.	 327,	 §	 1.º,	 III,	 do	 CPC).	 A	 exigência	 da	 competência	 se	 satisfaz	 com	 a
competência	absoluta	do	 juízo	 (art.	 62	do	 CPC)	 para	 o	 julgamento	 de	 todos	 os	 pedidos	 cumulados,	 até
porque	a	incompetência	relativa	(art.	63,	caput,	do	 CPC)	é	superável	e	depende	da	arguição	do	réu	para	o	seu
reconhecimento.	Por	sua	vez,	a	compatibilidade	procedimental	tem	um	grande	facilitador,	qual	seja,	o	art.	
327,	§	2.º,	do	 CPC:	"quando,	para	cada	pedido,	corresponder	tipo	diverso	de	procedimento,	será	admitida	a
cumulação	 se	 o	 autor	 empregar	 o	 procedimento	 comum,	 sem	prejuízo	do	 emprego	das	 técnicas	 processuais
diferenciadas	previstas	nos	procedimentos	especiais	a	que	se	sujeitam	um	ou	mais	pedidos	cumulados,	que	não
forem	incompatíveis	com	as	disposições	sobre	o	procedimento	comum".
Embora	 não	 expressa	 em	 lei,	 é	 permitida	 na	 petição	 inicial,	 ainda,	 a	 cumulação	sucessiva	 de	 pedidos,	 outra
modalidade	de	cumulação	própria,	de	modo	que,	acolhido	um	dos	pleitos,	o	 juiz	passe	à	apreciação	de	outro.
Aqui,	 a	 exemplo	 da	 cumulação	 simples,	 o	 autor	 tenciona	 o	 concomitante	 acolhimento	 de	 todos	 os	 pedidos
formulados.	Não	há	manifestação	 pela	 predileção	 de	um	pedido	 em	 relação	 aos	 demais.	 Todavia,	 sendo	um
pedido	prejudicial	ou	acessório	em	relação	a	outro,	reflexo	do	direito	material	trazido	para	o	processo,	impõe-
se	uma	ordem	na	apreciação	deles.	E	o	que	fica	decidido	em	relação	ao	primeiro	pleito	 interfere	na	sorte	do
segundo.
A	 cumulação	 imprópria	 de	 pedidos	 está	 concentrada	 no	 art.	 326	 do	 CPC,	 em	 duas	 modalidades:
subsidiária	 e	 eventual.	O	art.	 326,	caput,	 trata	da	primeira:	 "é	 lícito	 formular	mais	de	um	pedido	 em	ordem
subsidiária,	a	fim	de	que	o	juiz	conheça	do	posterior,	quando	não	acolher	o	anterior".	Nessas	condições,	tendo	o
autor	mais	 de	 uma	 pretensão	 em	 face	 do	 réu,	 cuja	 satisfação	 não	 é	 cumulativamente	 desejada,	 e	 havendo
preferência	por	uma	delas,	permite-se	que	o	autor	insira	ambas	na	petição	inicial,	estabelecendo	uma	ordem.
Assim,	 pede-se	 preferencialmente	 o	 acolhimento	 de	 um	 dos	 pedidos	 formulados,	 que	 é	 o	 primeiro	 a	 ser
analisado	pelo	juiz.	Acolhido	esse	pedido	preferencial,	o	pedido	subsidiário	simplesmente	não	é	examinado.	É
apenas	na	hipótese	de	não	acolhimento	daquele	pedido	preferencial	que	o	pedido	subsidiário	ganha	relevância
no	processo,	sendo	então	apreciado	pelo	julgador.
A	cumulação	alternativa	é	disciplinada	no	art.	 326,	parágrafo	único,	do	 CPC:	 "é	 lícito	 formular	mais	de
um	pedido,	alternativamente,	para	que	o	juiz	acolha	um	deles".	Aqui,	o	autor	formula	mais	de	um	pedido	na
petição	 inicial,	 consignando	 que	 tenciona	 o	 acolhimento	 de	 apenas	 um	 deles,	 sem,	 contudo,	 manifestar
qualquer	 preferência.	 É	 indiferente	 para	 o	 autor	 qual	 dos	 pedidos	 formulados	 será	 acolhido;	 basta	 que	 um
deles	o	seja	para	se	dar	por	satisfeita	a	sua	pretensão.	Não	existe	uma	ordem	para	a	apreciação	dos	pedidos
pelo	juiz,	que	pode	livremente	eleger	qualquer	deles;	acolhido	um,	são	considerados	prejudicados	os	demais.
Tanto	na	cumulação	subsidiária	quanto	na	cumulação	alternativa	de	pedidos,	o	autor	fica	liberado	da	exigência
de	compatibilidade	entre	os	pleitos	formulados	na	petição	inicial	(art.	 327,	§	3.º,	do	 CPC).	Afinal,	nessas
circunstâncias,	sequer	é	da	intenção	do	autor	a	obtenção	simultânea	de	tudo	o	que	pediu.	Querendo	o	autor	o
acolhimento,	sobretudo,	de	um	dos	pedidos,	e	reservando	o	outro	apenas	para	a	hipótese	de	rejeição	daquele,
ou	 cumulando	 alternativamente	mais	 de	um	pedido,	 de	modo	que	 o	 acolhimento	de	 qualquer	 deles	 leve	 ao
descarte	dos	demais,	tolera-se	a	incompatibilidade	entre	os	pleitos.
Escolhido	o	juízo	competente,	identificadas	as	partes,	declinada	a	causa	de	pedir	e	formulado	o	pedido,	deve	o
autor	atribuir	à	causa	um	valor	(arts.	 291	e	 319,	V,	do	 CPC).	O	art.	 292	do	 CPC	prefixa	o	valor	da
causa	nas	hipóteses	ali	expressas	e	ajuda	o	autor	no	dimensionamento	da	sua	pretensão.
Existemno	 art.	 319	 do	 CPC	 duas	 exigências	 absolutamente	 dispensáveis	 para	 a	 petição	 inicial,	 cuja
inobservância	em	nada	compromete	o	recebimento	desta.	Fala-se,	primeiramente,	das	"provas	com	que	o	autor
pretende	demonstrar	a	verdade	dos	fatos	alegados"	(inciso	VI).	A	rigor,	somente	depois	que	o	réu	responde	à
demanda	ou	deixa	de	respondê-la,	 é	que	serão	conhecidos	os	eventuais	pontos	controvertidos,	bem	como	os
fatos	 que	 eventualmente	 dependam	de	mais	 provas	 para	 a	 sua	 elucidação.	 Isso	 torna	 sem	 sentido	 exigir	 do
autor	 que	 indique	 já	 na	 petição	 inicial	 as	 provas	 que	 tenciona	 produzir.	 Na	 prática,	 para	 atender	 à
inconveniente	exigência	legal,	o	autor	lança	na	petição	inicial	um	protesto	genérico	pela	produção	de	todas	as
provas	em	direito	admitidas,	conforme	as	necessidades	do	processo,	que	é	perfeitamente	descartável. 16
A	segunda	das	dispensáveis	exigências	tem	a	ver	com	a	"opção	do	autor	pela	realização	ou	não	de	audiência	de
conciliação	ou	de	mediação"	 (art.	 319,	VII,	do	 CPC).	 É	 que	 o	 autor	 somente	 é	 obrigado	 a	 dizer	 alguma
coisa	a	respeito	dessa	audiência	na	petição	inicial	se	ele	não	a	desejar	(art.	 334,	§	5.º,	do	 CPC).	Se	o	autor
silenciar	 acerca	 do	 assunto,	 o	 juiz	 deve	 simplesmente	 obedecer	 ao	 roteiro	 traçado	 pelo	 art.	 334,	 que	 leva	 à
natural	designação	daquela	 audiência.	Assim,	 se	 a	petição	 inicial	 ignorar	o	 tema	da	 composição	 consensual,
não	cabe	determinação	para	sua	emenda	nem	o	seu	indeferimento;	compete	ao	juiz	simplesmente	designar	a
audiência.
A	petição	inicial	deve	ser	acompanhada	dos	"documentos	indispensáveis	à	propositura	da	ação"	(art.	 320	do	
CPC).	De	 acordo	 com	o	magistério	de	Cândido	Dinamarco,	 "são	documentos	 indispensáveis	 à	propositura	da
demanda	somente	aqueles	sem	os	quais	o	mérito	da	causa	não	possa	ser	julgado,	como	a	certidão	de	casamento
na	ação	de	separação	judicial". 17	Logo,	em	matéria	de	petição	inicial	e	documentos,	deve-se	exigir	que	aquela
seja	 obrigatoriamente	 acompanhada	 apenas	 da	 documentação	 necessária	 ao	 exame	 da	 viabilidade	 da
pretensão	deduzida	pelo	autor.
Não	obstante	o	recebimento	da	petição	inicial	se	garanta	com	a	apresentação	dos	documentos	indispensáveis	à
propositura	da	demanda,	o	autor	não	deve	se	ocupar	apenas	com	eles	ao	instruir	a	peça	inaugural,	sobretudo
quando	se	pensa	num	julgamento	de	mérito	favorável.	Os	arts.	 434	e	 435	do	 CPC	expressam	manifesta
intenção	do	legislador	de	concentrar	a	 juntada	de	documentos	na	primeira	fala	substancial	de	cada	parte	no
processo	(petição	inicial	para	o	autor	e	contestação	para	o	réu).	Por	isso,	ao	preparar	a	peça	inaugural,	deve	o
autor	 cuidar	 de	 trazer	 com	 ela	 toda	 a	 documentação	 já	 conhecida	 e	 disponível	 que	 tenciona	 inserir	 no
processo,	 ainda	que	dispensável	 para	 o	 recebimento	da	petição	 inicial,	 a	 fim	de	 evitar	 percalços	 para	 a	 sua
ulterior	juntada	e	criar	melhores	condições	para	a	procedência	da	sua	demanda. 18
Por	fim,	registre-se	que	a	petição	inicial	pode	ser	objeto	de	aditamento	ou	alterações	após	sua	apresentação	em
juízo,	nos	limites	estabelecidos	pelo	art.	 329	do	 CPC.	Seu	inciso	I	prevê	que,	até	a	citação,	isso	é	possível
"independentemente	 de	 consentimento	 do	 réu".	 Uma	 vez	 citado	 o	 réu,	 o	 aditamento	 ou	 a	 alteração	 ficam
permitidos	até	o	saneamento	do	processo,	"com	consentimento	do	réu,	assegurado	o	contraditório	mediante	a
possibilidade	de	manifestação	deste	no	prazo	mínimo	de	15	(quinze)	dias,	facultado	o	requerimento	de	prova
suplementar"	 (art.	 329,	 II).	 Malgrado	 o	 art.	 329	 fale	 expressamente	 apenas	 de	 aditamento	 ou	 alteração	 do
pedido	e	da	causa	de	pedir,	nele	se	compreende	também	a	possibilidade	de	trazer	novas	pessoas	para	o	polo
ativo	ou	passivo	do	processo.
4.	Citação
Antes	de	proceder	à	citação	do	réu,	o	juiz	deve	fazer	cuidadoso	exame	da	petição	inicial.	Se	detectar	obstáculos
intransponíveis	para	o	exame	do	meritum	causæ,	deve	desde	logo	por	fim	ao	processo,	com	apoio	no	art.	 485
do	 CPC.	 Processos	 absolutamente	 inviáveis	 devem	 ser	 trancados	 no	 nascedouro,	 inclusive	 para	 o
descongestionamento	do	Poder	Judiciário.
Se	o	magistrado	encontrar	falhas	sanáveis	na	observância	dos	comandos	dos	arts.	 319	e	 320	do	 CPC	ou
"defeitos	e	irregularidades	capazes	de	dificultar	o	julgamento	de	mérito",	que	sejam	passíveis	de	sanação,	deve
determinar	a	emenda	ou	a	complementação	da	petição	inicial,	"no	prazo	de	15	(quinze)	dias"	(art.	321,	caput,	do
CPC).	O	melhor	momento	para	a	emenda	ou	a	complementação	da	petição	inicial	é	o	anterior	à	citação	do
réu.	 Nessa	 oportunidade,	 são	 possíveis	 todas	 e	 quaisquer	 modificações	 e	 acréscimos	 à	 peça	 inaugural,	 na
medida	em	que	a	demanda	ainda	não	se	estabilizou	(art.	 329	do	 CPC).	Além	disso,	a	pronta	eliminação	de
vícios	da	petição	inicial,	antes	da	integração	do	réu	ao	processo,	contribui	para	o	bom	exercício	do	direito	de
defesa.	Daí	a	importância	que	o	juiz	deve	dispensar	a	essa	verificação	liminar	da	petição	inicial.	Se	o	autor	não
extirpar	da	peça	inaugural	o	vício	identificado	pelo	juiz,	"o	juiz	indeferirá	a	petição	inicial"	(art.	321,	parágrafo
único).	Afinal,	repita-se,	processos	inviáveis	devem	ser	trancados	no	nascedouro.
Não	 é	 só	 com	olhos	 para	 os	 requisitos	 de	 admissibilidade	do	 julgamento	do	mérito	 que	 o	 juiz	 deve	mirar	 a
petição	inicial.	O	magistrado	também	deve	procurar	identificar	se	está	diante	de	hipótese	em	que	o	legislador
permite	o	enfrentamento	do	próprio	mérito	para	julgar	 liminarmente	improcedente	a	demanda,	poupando	o
réu	do	processo	e	entregando-lhe	a	melhor	das	sentenças,	sem	que	ele	sequer	seja	convidado	para	se	defender
em	juízo.	O	art.	 332	do	 CPC	autoriza	o	julgamento	de	improcedência	inaudita	altera	parte	quando	a	causa
dispensar	 instrução	e	o	pedido	 formulado	na	petição	 inicial	 atritar	 com:	 "enunciado	de	 súmula	do	Supremo
Tribunal	 Federal	 ou	 do	 Superior	 Tribunal	 de	 Justiça"	 (inciso	 I);	 "acórdão	 proferido	 pelo	 Supremo	 Tribunal
Federal	ou	pelo	Superior	Tribunal	de	Justiça	em	julgamento	de	recursos	repetitivos"	(inciso	II);	"entendimento
firmado	em	 incidente	de	 resolução	de	demandas	 repetitivas	ou	de	assunção	de	 competência"	 (inciso	 III);	 ou
"enunciado	de	súmula	de	tribunal	de	justiça	sobre	direito	local"	(inciso	IV).	Também	fica	autorizada	a	sentença
liminar	 de	 improcedência	 quando	 caracterizada,	 "desde	 logo,	 a	 ocorrência	 de	 decadência	 ou	 de	 prescrição"
(art.	332,	§	1.º).	Em	todas	essas	situações,	obtém-se	o	máximo	de	resultado	(sentença	de	mérito,	apta	a	eliminar
de	uma	vez	por	todas	o	litígio)	com	o	mínimo	de	atividade	(uma	petição	e	uma	decisão),	o	que	se	afina	com	a
noção	de	economia	processual.
Não	 havendo	 elementos	 para	 o	 indeferimento	 da	 petição	 inicial	 ou	 para	 o	 julgamento	 liminar	 de
improcedência	da	demanda,	deve	então	o	juiz	cuidar	da	citação	do	réu,	conforme	expresso	no	art.	334,	caput,
do	 CPC:	"se	a	petição	inicial	preencher	os	requisitos	essenciais	e	não	for	o	caso	de	improcedência	liminar	do
pedido,	o	juiz	designará	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	com	antecedência	mínima	de	30	(trinta)	dias,
devendo	ser	citado	o	réu	com	pelo	menos	20	(vinte)	dias	de	antecedência".
De	 acordo	 com	 o	 art.	 238	 do	 CPC,	 "citação	 é	 o	 ato	 pelo	 qual	 são	 convocados	 o	 réu,	 o	 executado	 ou	 o
interessado	para	 integrar	a	relação	processual".	Em	consonância	com	o	art.	334,	caput,	do	 CPC,	o	art.	239,
caput,	do	 CPC	dispensa	 a	 citação	nas	 "hipóteses	 de	 indeferimento	da	petição	 inicial	 ou	de	 improcedência
liminar	 do	 pedido".	 Nessas	 duas	 hipóteses,	 após	 o	 trânsito	 em	 julgado	 da	 respectiva	 sentença,	 o	 réu	 recebe
mera	 comunicação	a	 respeito	 (arts.	 241,	 331,	§	3.º,	 e	 332,	§	2.º,	 do	 CPC),	 que	não	 tem	 caráter	 de
citação,	até	porque	não	há	como	integrar	alguém	auma	relação	processual	já	terminada.	Tal	comunicação	tem
por	finalidade	simplesmente	dar	conhecimento	da	sentença,	a	fim	de	que	o	réu	possa	utilizá-la	em	seu	favor.
Independentemente	da	modalidade	citatória	escolhida	para	a	 integração	do	réu	ao	processo,	é	 indispensável
que	o	ato	faça	chegar	até	ele	"a	finalidade	da	citação,	com	todas	as	especificações	constantes	da	petição	inicial,
bem	como	a	menção	do	prazo	para	 contestar,	 sob	pena	de	 revelia"	 (art.	 250,	 II,	do	 CPC).	Há	 incentivo
legal	para	que	a	citação	seja	feita	preferencialmente	por	meio	eletrônico	(art.	 246,	§§	1.º	e	2.º,	do	 CPC).
Percebendo	o	juiz	que	a	causa	não	admite	autocomposição,	ele	deve	simplesmente	determinar	a	citação	do	réu,
sem	designar	a	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação,	conforme	disposto	no	art.	 334,	§	4.º,	I,	do	 CPC.
Consoante	 a	 lição	 de	 Cintra-Grinover-Dinamarco,	 a	 autocomposição	 "é	 admitida	 sempre	 que	não	 se	 trate	 de
direitos	 tão	 intimamente	 ligados	 ao	 próprio	 modo	 de	 ser	 da	 pessoa,	 que	 sua	 perda	 a	 degrade	 a	 situações
intoleráveis.	 Trata-se	 dos	 chamados	 direitos	 da	 personalidade	 (vida,	 incolumidade	 física,	 liberdade,	 honra,
propriedade	 intelectual,	 intimidade,	 estado	 etc.).	 Além	 dessas	 hipóteses	 de	 indisponibilidade	 objetiva,
encontramos	aqueles	 casos	 em	que	uma	especial	 condição	da	pessoa	 impede	a	disposição	de	 seus	direitos	 e
interesses	(indisponibilidade	subjetiva);	é	o	que	se	dá	com	os	 incapazes	e,	em	alguma	medida,	com	as	pessoas
jurídicas	de	direito	público". 19
Todavia,	 registre-se	 que	 a	 autocomposição	 não	 fica	 excluída	 das	 ações	 de	 família,	 ou	 seja,	 dos	 "processos
contenciosos	de	divórcio,	separação,	reconhecimento	e	extinção	de	união	estável,	guarda,	visitação	e	filiação"
(art.	 693	do	 CPC).	Ao	contrário.	Ela	é	incentivada	pelo	legislador	nesses	processos:	"nas	ações	de	família,
todos	 os	 esforços	 serão	 empreendidos	 para	 a	 solução	 consensual	 da	 controvérsia,	 devendo	 o	 juiz	 dispor	 do
auxílio	de	profissionais	de	outras	áreas	de	conhecimento	para	a	mediação	e	conciliação"	(art.	694,	caput,	do	
CPC).	Dado	o	caráter	sensível	dos	direitos	em	jogo	nas	ações	de	família,	é	prevista	a	participação	do	Ministério
Público	"previamente	à	homologação	de	acordo"	(art.	 698	do	 CPC).	Essa	participação	do	Parquet	também
tem	lugar	nas	ações	de	família	em	que	incapaz	figure	como	parte,	não	só	em	razão	do	disposto	no	art.	 698	do
CPC,	 mas	 também	 por	 força	 da	 regra	 geral	 do	 art.	 178,	 II,	 do	 CPC.	 Com	 a	 presença	 do	 Ministério
Público	 no	 feito	 nessas	 circunstâncias,	 claramente	 orientada	 para	 zelar	 pela	 ordem	 jurídica,	 o	 legislador
procura	criar	um	ambiente	 seguro	para	a	 composição	consensual	mesmo	em	situações	nas	quais	os	direitos
objeto	do	processo	tenham	traços	de	indisponibilidade.
Quando	a	causa	admitir	autocomposição,	no	mesmo	ato	que	determina	a	citação	do	réu,	o	juiz	deve	cuidar	de
designar	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação.	Não	interessa	que	o	autor	tenha	externado	na	petição	inicial
seu	desinteresse	na	composição	consensual	(art.	 319,	VII,	do	 CPC).	Considerando	que	é	preciso	que	todas
as	partes	rejeitem	essa	composição	para	que	não	se	realize	a	respectiva	audiência	(art.	 334,	§§	4.º,	I,	e	 6.º,
do	 CPC),	é	preciso	aguardar	manifestação	do	réu	nessa	direção	para	que	tal	audiência	seja	abortada.	Logo,
mesmo	que	o	autor	rechace	de	plano	a	conciliação	ou	a	mediação,	a	audiência	deve	ser	designada,	ficando	a
sua	 efetiva	 realização	 condicionada	 à	 ausência	 de	 oposição	 por	 parte	 do	 réu	 (art.	 334,	§	 5.º,	 do	 CPC).
Nesse	cenário,	o	ato	citatório	deve	ser	acompanhado	de	"intimação	do	citando	para	comparecer,	acompanhado
de	advogado	ou	de	defensor	público,	à	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação,	com	a	menção	do	dia,	da	hora
e	do	lugar	do	comparecimento"	(art.	 250,	IV,	do	 CPC).
5.	Audiência	de	conciliação	ou	de	mediação
A	criação	de	uma	audiência	exclusivamente	para	a	composição	consensual,	em	momento	do	processo	no	qual	o
litígio	 ainda	 não	 se	 encontra	 no	 ápice	 da	 sua	 exacerbação,	 tendo	 em	 vista	 que	 o	 réu	 não	 apresentou	 sua
resposta	à	demanda	do	autor,	foi	uma	das	maiores	novidades	trazidas	pelo	Código	de	Processo	Civil	de	2015.
Com	isso,	o	legislador	busca	incentivar	duas	técnicas	de	solução	de	controvérsia,	quais	sejam,	a	conciliação	e	a
mediação,	com	o	escopo	de	estimular	o	fim	mais	célere	do	litígio	e	consequentemente	do	processo,	inserindo	no
seu	contexto	"um	terceiro	facilitador	para	ajudar	os	próprios	interessados	a	solucionar	seu	conflito". 20
A	 atenção	 dispensada	 pelo	 legislador	 à	 conciliação	 e	 à	mediação	não	 fica	 circunscrita	 à	 audiência.	O	 rol	 de
auxiliares	da	Justiça	existente	no	art.	139	do	CPC	de	1973	foi	encorpado	com	a	inserção	nele	do	mediador	e	do
conciliador	 judicial	 (art.	 149	do	 CPC).	Além	disso,	o	Código	de	Processo	Civil	de	2015	destina	11	artigos
para	regular	a	atividade	dos	conciliadores	e	mediadores	(arts.	165	a	175).	Afinal,	não	basta	criar	uma	audiência
voltada	 para	 a	 conciliação	 ou	 a	 mediação	 sem	 que	 se	 crie	 um	 ambiente	 adequado	 para	 a	 composição
consensual,	inclusive	com	a	condução	por	pessoas	capacitadas	e	treinadas	para	tanto.	Nesse	contexto,	existe	até
um	aspecto	cultural	a	ser	trabalhado,	pois	os	brasileiros	parecem	mais	orientados	para	litigar	do	que	para	se
compor.	É	preciso	fazê-los	ver	que,	muitas	vezes,	mais	vale	um	mau	acordo	do	que	uma	boa	briga.
Com	esse	espírito,	o	art.	165,	caput,	do	 CPC	prevê	que	 "os	 tribunais	 criarão	centros	 judiciários	de	 solução
consensual	de	conflitos,	responsáveis	pela	realização	de	sessões	e	audiências	de	conciliação	e	mediação	e	pelo
desenvolvimento	de	programas	destinados	a	auxiliar,	orientar	e	estimular	a	autocomposição".
No	art.	 165,	§§	2.º	e	3.º,	do	 CPC,	 são	 fornecidas	 linhas	gerais	a	 respeito	da	atuação	do	conciliador	e	do
mediador.	De	acordo	com	o	referido	§	2.º,	"o	conciliador,	que	atuará	preferencialmente	nos	casos	em	que	não
houver	vínculo	anterior	entre	as	partes,	poderá	 sugerir	 soluções	para	o	 litígio,	 sendo	vedada	a	utilização	de
qualquer	tipo	de	constrangimento	ou	intimidação	para	que	as	partes	conciliem".	Já	o	mencionado	§	3.º	prevê
que	 "o	mediador,	 que	 atuará	 preferencialmente	 nos	 casos	 em	 que	 houver	 vínculo	 anterior	 entre	 as	 partes,
auxiliará	aos	 interessados	a	compreender	as	questões	e	os	 interesses	em	conflito,	de	modo	que	eles	possam,
pelo	restabelecimento	da	comunicação,	identificar,	por	si	próprios,	soluções	consensuais	que	gerem	benefícios
mútuos".
Essas	linhas	gerais	se	afinam	com	a	doutrina:	"a	conciliação	tende	à	obtenção	de	um	acordo	e	é	mais	indicada
para	 conflitos	que	não	 se	protraiam	no	 tempo	 (acidentes	de	veículo,	 relações	de	 consumo).	A	mediação	 visa
prioritariamente	 a	 trabalhar	 o	 conflito,	 consistindo	 na	 busca	 de	 um	 acordo	 objetivo	 secundário,	 e	 é	 mais
indicada	 para	 conflitos	 que	 se	 protraiam	 no	 tempo	 (relações	 de	 vizinhança,	 de	 família	 ou	 entre	 empresas
etc.)". 21
O	art.	166,	caput,	do	 CPC	traz	importantes	balizas	para	o	desenvolvimento	da	conciliação	e	da	mediação,	ao
dispor	 que	 elas	 "são	 informadas	 pelos	 princípios	 da	 independência,	 da	 imparcialidade,	 da	 autonomia	 da
vontade,	 da	 confidencialidade,	 da	 oralidade,	 da	 informalidade	 e	 da	 decisão	 informada".	 A	 aplicação	 prática
desses	princípios	é	fundamental	para	a	criação	daquele	ambiente	adequado	para	a	composição	consensual.	É
preciso	garantir	que	as	partes	tenham	total	consciência	do	litígio	e	de	todas	as	suas	variáveis,	sintam-se	seguras
para	negociar,	inclusive	para	abrir	determinadas	informações	que	não	poderão	ser	utilizadas	futuramente	no
processo,	 não	 sejam	 travadas	 por	 obstáculos	 procedimentais	 e	 tenham	 na	 condução	 das	 conversas	 alguém
desinteressado	na	solução	do	litígio. 22
Aodesignar	a	audiência,	cabe	ao	juiz	definir	provisoriamente	se	ela	será	de	conciliação	ou	de	mediação,	à	luz
do	disposto	no	art.	 165,	§§	2.º	e	3.º,	do	 CPC,	e	selecionar	um	profissional	para	capitaneá-la	(art.	 334,	§
1.º,	do	 CPC),	dentro	dos	cadastros	previstos	no	art.	 167	do	 CPC.	Não	se	trata	de	uma	definição	ou	de
uma	seleção	engessada,	até	porque	cabe	às	partes	definir	as	regras	procedimentais	para	a	autocomposição	(art.
166,	§	4.º,	do	 CPC)	e	mesmo	a	pessoa	que	a	capitaneará	(art.	 168	do	 CPC).	Logo,	as	partes	podem,
diante	 da	 designação	 da	 audiência	 para	 uma	 determinada	 finalidade	 (por	 exemplo,	 conciliação),	 requerer
previamente	a	alteração	dessa	finalidade	(por	exemplo,	mediação,	em	vez	de	conciliação),	inclusive	indicando
o	terceiro	com	que	tencionam	contar	para	conduzir	a	composição	consensual.
A	designação	da	audiência	deve	respeitar	o	disposto	no	art.	 334,	§	12,	do	 CPC:	"a	pauta	das	audiências	de
conciliação	 ou	 de	mediação	 será	 organizada	 de	modo	 a	 respeitar	 o	 intervalo	mínimo	 de	 20	 (vinte)	minutos
entre	o	início	de	uma	e	o	início	da	seguinte".	Com	isso,	pretende-se	que	seja	reservado	tempo	suficiente	para
que	 cada	 audiência	 se	 desenvolva	 na	 sua	 plenitude,	 com	 espaço	 compatível	 para	 a	 aplicação	 prática	 das
técnicas	de	conciliação	ou	mediação	à	luz	das	particularidades	do	caso	concreto,	sem	que	haja	sobreposição	na
pauta	e	consequentemente	precipitação	danosa	do	fim	da	audiência.
O	autor	é	comunicado	da	data	designada	para	a	audiência	por	meio	de	intimação	dirigida	ao	seu	advogado	(art.
334,	§	3.º,	do	 CPC).	O	réu,	como	já	dito,	é	cientificado	da	audiência	concomitantemente	com	a	sua	citação
(art.	 250,	IV,	do	 CPC).	Entre	a	data	da	designação	da	audiência	e	a	data	para	ela	programada	deve	haver
intervalo	mínimo	de	30	dias	(art.	334,	caput,	do	 CPC).	Mais	importante	do	que	o	respeito	a	esse	intervalo	é	a
observância	 do	 intervalo	 entre	 a	 data	 da	 citação	 e	 a	 data	marcada	 para	 a	 audiência,	 que	 deve	 ser	 de	 "pelo
menos	 20	 (vinte)	 dias"	 (art.	 334,	 caput,	 do	 CPC).	 Tal	 observância	 é	 essencial	 para	 que	 o	 réu	 disponha	 de
tempo	 para	 inteirar-se	 do	 litígio,	 avaliar	 se	 quer	 ou	 não	 a	 composição	 consensual,	 organizar-se	 para
comparecer	 à	 audiência	 e	 contratar	 advogado.	 O	 autor	 também	 deve	 ser	 comunicado	 com	 a	 devida
antecedência	 da	 data	 designada	 para	 a	 audiência,	 sugerindo-se	 para	 essa	 antecedência,	 no	 silêncio	 do
legislador,	os	mesmos	20	dias	previstos	no	art.	334,	caput,	do	 CPC.
O	legislador	expressamente	prevê	a	possibilidade	de	serem	marcados	novos	encontros	entre	as	partes	com	a
finalidade	de	conciliação	ou	mediação,	além	da	audiência	(art.	 334,	§	2.º,	do	 CPC).	Esses	novos	encontros
não	precisam	ser	prefixados	no	momento	da	designação	da	audiência,	até	porque	sua	realização	depende	do
desenrolar	dos	trabalhos	voltados	à	composição	consensual.	O	art.	334,	§	2.º,	sugere	que	tais	novos	encontros	se
realizem	em	até	 "2	 (dois)	meses	 da	 data	 de	 realização	da	 primeira	 sessão".	 Entretanto,	 não	 se	 trata	 aqui	 de
prazo	inflexível.	Afinal,	se	o	legislador	autoriza	a	convencional	suspensão	do	processo	por	até	seis	meses	(art.	
313,	II	e	 §	4.º,	do	 CPC),	não	há	obstáculo	para	que	as	atividades	de	conciliação	ou	mediação	estendam-se
para	 além	 daqueles	 dois	 meses,	 desde	 que	 respeitado	 o	 mencionado	 limite	 semestral.	 O	 discrímen	 para	 a
realização	de	novas	sessões	de	conciliação	ou	mediação,	inclusive	após	o	prazo	de	dois	meses,	reside,	pois,	na
sua	necessariedade	para	a	composição	das	partes	(art.	334,	§	2.º).	Enquanto	houver	perspectiva	de	composição
consensual,	ela	deve	ser	tentada,	desde	que	respeitadas	certas	balizas,	como	a	do	referido	prazo	de	seis	meses,
inclusive	em	respeito	à	garantia	da	razoável	duração	do	processo	(art.	 5.º,	LXXVIII,	da	 CF).
Uma	vez	citado	e	intimado	da	audiência	de	conciliação	ou	mediação,	cabe	ao	réu	atentar	para	o	disposto	no	art.
334,	§	5.º,	do	 CPC:	"o	autor	deverá	indicar,	na	petição	inicial,	seu	desinteresse	na	autocomposição,	e	o	réu
deverá	 fazê-lo,	 por	petição,	 apresentada	 com	10	 (dez)	 dias	de	 antecedência,	 contados	da	data	da	 audiência".
Sempre	que	o	autor	não	 tiver	manifestado	na	petição	 inicial	desinteresse	na	autocomposição,	 caberá	ao	 réu
apenas	comparecer	à	respectiva	audiência,	pouco	importando	que	a	composição	consensual	não	lhe	interesse.
Afinal,	para	que	tal	audiência	não	aconteça,	é	preciso	que	todas	as	partes	a	rejeitem	expressamente	 (art.	
334,	§§	4.º,	I,	e	 6.º,	do	 CPC).	Logo,	diante	de	uma	manifestação	positiva	ou	até	mesmo	do	silêncio	do	autor,
é	ociosa	qualquer	petição	do	réu	para	tentar	abortar	a	audiência.	Em	caso	de	litisconsórcio	passivo,	tal	petição
também	será	ociosa,	se	os	outros	corréus	não	se	manifestarem	no	mesmo	sentido;	basta	que	um	deles	não	se
oponha	à	audiência	para	que	ela	se	realize,	ainda	que	contra	a	vontade	do	autor	e	dos	demais	 litisconsortes
passivos.
Os	marcos	 estabelecidos	no	 art.	 334,	§	5.º,	 do	 CPC	 para	 que	 as	 partes	manifestem	 seu	 desinteresse	 na
realização	 da	 audiência	 de	 conciliação	 ou	mediação	 não	 devem	 ser	 vistos	 de	 forma	 absoluta.	Mesmo	 que	 o
autor	 tenha	 silenciado	 na	 petição	 inicial	 sobre	 o	 assunto	 ou	 até	mesmo	manifestado	 expresso	 interesse	 na
realização	da	audiência,	ele	pode	ulteriormente	se	posicionar	de	forma	contrária	a	esta	e	esse	posicionamento
ulterior	pode	levar	ao	seu	cancelamento.	Caso	o	desinteresse	superveniente	seja	manifestado	antes	da	citação,
a	questão	é	de	simples	solução	e	se	insere	no	contexto	da	ampla	liberdade	que	o	autor	tem	para	acréscimos	ou
alterações	na	petição	inicial	(art.	 329	do	 CPC),	que	chegarão	ao	conhecimento	do	réu	naturalmente	por
ocasião	 da	 sua	 integração	 à	 relação	 processual.	 Depois	 da	 citação,	 é	 preciso	 maior	 cuidado	 do	 autor	 para
externar	inédita	oposição	à	audiência,	pois	é	preciso	fazer	com	que	ela	chegue	ao	conhecimento	do	réu	e	não
cause	 prejuízo	 a	 este.	 Nessas	 circunstâncias,	 deve-se	 exigir	 que	 tal	 oposição	 seja	 comunicada	 ao	 réu	 não	 só
antes	do	esgotamento	do	prazo	decendial	previsto	no	art.	334,	§	5.º,	mas	também	com	antecedência	suficiente
para	o	cumprimento	desse	prazo.	Aliás,	considerando	que	essa	oposição	do	autor	somente	ganha	repercussão
prática	 se	 acompanhada	 do	 desinteresse	 do	 réu	 na	 audiência,	 aconselha-se	 que	 ela	 venha	 externada
conjuntamente	 com	 este,	 na	 petição	 atrelada	 ao	 decêndio	 do	 art.	 334,	 §	 5.º.	 Feito	 isso,	 o	 cancelamento	 da
audiência	é	automático	e	independe	de	qualquer	deliberação	do	juiz	a	seu	respeito.
A	inobservância	pelo	réu	do	decêndio	previsto	no	art.	 334,	§	5.º,	do	 CPC	é	superável	se	ele	cuidar	de	fazer
chegar	 seu	 desinteresse	 na	 composição	 consensual	 ao	 autor	 e	 ao	 juiz	 com	 antecedência	 suficiente	 para
possibilitar	o	cancelamento	da	audiência,	sem	qualquer	prejuízo.	O	autor,	que	já	manifestara	seu	desinteresse
na	audiência,	dificilmente	se	 insurgirá	contra	esse	cancelamento.	E	o	 juiz,	diante	do	difuso	desinteresse	pela
composição	 consensual,	 deve	 chancelar	 a	 vontade	 das	 partes,	 se	 não	 houver	 qualquer	 dano.	 Quando
transcorrido	in	albis	o	prazo	decendial	do	art.	334,	§	5.º,	vale	conselho	dado	acima,	no	sentido	de	que	a	tardia
manifestação	 do	 réu	 seja	 formulada	 em	 petição	 subscrita	 também	 pelo	 autor.	 Aqui,	 o	 cancelamento	 da
audiência	depende	de	expressa	decisão	judicial	para	a	sua	eficácia.
A	diligência	das	partes	para	o	prévio	e	eficiente	cancelamento	da	audiência	 tem	sua	razão	de	ser.	De	acordo
com	o	 art.	 334,	§	8.º,	do	 CPC,	 "o	 não	 comparecimento	 injustificado	 do	 autor	 ou	 do	 réu	 à	 audiência	 de
conciliação	é	considerado	ato	atentatório	à	dignidade	da	justiça	e	será	sancionado	com	multa	de	até	dois	por
cento	da	vantagem	econômica	pretendida	ou	do	valor	da	causa,	revertida	emfavor	da	União	ou	do	Estado".
No	 tocante	 à	 realização	 da	 audiência,	 importante	 registrar	 que	 ela	 pode	 ser	 feita	 "por	meio	 eletrônico,	 nos
termos	da	lei"	(art.	 334,	§	7.º,	do	 CPC).	Valem	para	tanto	as	disposições	do	art.	 236,	§	3.º,	do	 CPC,	que
remetem	 ao	 uso	 de	 "videoconferência	 ou	 outro	 recurso	 tecnológico	 de	 transmissão	 de	 sons	 e	 imagens	 em
tempo	real".	Orientação	semelhante	existe	nos	arts.	 385,	§	3.º,	e	 453,	§	1.º,	do	 CPC,	para	o	depoimento
pessoal	e	a	oitiva	de	testemunha	a	distância.
De	acordo	com	o	art.	 335,	§	9.º,	do	 CPC,	 "as	partes	devem	estar	acompanhadas	por	 seus	advogados	ou
defensores	 públicos".	 Elas	 podem	 se	 fazer	 representar	 na	 audiência	 por	 pessoa	 munida	 de	 "procuração
específica,	com	poderes	para	negociar	e	transigir"	(art.	 335,	§	10,	do	 CPC).
Havendo	sucesso	na	composição	consensual,	ela	é	"reduzida	a	termo	e	homologada	por	sentença"	(art.	 335,	§
11,	do	 CPC).	Trata-se	aqui	de	sentença	que	resolve	o	mérito,	com	fundamento	no	art.	487,	III,	b,	do	 CPC,	e
põe	fim	ao	processo.
Se	a	autocomposição	 fracassa,	deflagra-se	automaticamente	o	prazo	para	contestação,	nos	 termos	do	art.	
335,	 I,	 do	 CPC.	 O	 prazo	 para	 contestação	 também	 é	 automaticamente	 deflagrado	 quando	 o	 réu	 peticiona
manifestando	 eficazmente	 seu	desinteresse	na	 autocomposição,	 consoante	 disposto	no	 art.	 335,	 II,	 do	
CPC.
6.	Contestação
A	contestação	consiste	no	veículo	para	a	reação	defensiva	do	réu	diante	da	demanda	do	autor.	Trata-se	do	mais
importante	desdobramento	da	garantia	constitucional	do	contraditório	(art.	 5.º,	LV,	da	 CF),	pautada	pelo
binômio	informação-reação.	A	reação	diante	da	demanda	do	autor	também	se	apresenta	como	um	ônus	para	o
réu, 23	que,	uma	vez	inerte,	fica	exposto	aos	efeitos	da	revelia,	com	destaque	para	a	presunção	de	veracidade
das	"alegações	de	fato	formuladas	pelo	autor"	(art.	 344	do	 CPC).
O	prazo	para	contestar	é,	em	regra,	de	15	dias	 (art.	335,	caput,	do	 CPC).	Trata-se	de	prazo	preclusivo,	que,
uma	vez	não	observado,	 faz	com	que	o	réu	não	mais	possa	contestar	eficazmente	 (preclusão	 temporal).	Esse
prazo	orienta-se	pelas	regras	que	disciplinam	os	prazos	em	geral,	por	exemplo,	no	tocante	ao	tempo	(arts.	
212	a	 216	do	 CPC),	à	dobra	(arts.	 180,	 183,	 186	e	 229	do	 CPC),	à	contagem	(arts.	 219	e	
224	do	 CPC),	à	suspensão	(arts.	 220	e	 221	do	 CPC)	e	à	justa	causa	(art.	 223	do	 CPC).
O	 termo	 inicial	 do	 prazo	 para	 contestar	 está	 sujeito	 a	 algumas	 variáveis,	 relacionadas	 com	a	 designação	 da
audiência	 de	 conciliação	 ou	 de	 mediação,	 a	 modalidade	 do	 ato	 citatório	 e	 a	 existência	 no	 processo	 de
litisconsórcio	passivo.
Se	 o	 juiz	 designar	 a	 audiência	 de	 conciliação	 ou	de	mediação	 e	 esta	não	 vier	 a	 ser	 cancelada,	 o	 prazo	 para
contestar	tem	como	termo	a	quo	a	data	"da	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação,	ou	da	última	sessão	de
conciliação,	quando	qualquer	parte	não	comparecer	ou,	comparecendo,	não	houver	autocomposição"	(art.	
335,	I,	do	 CPC).	Por	"última	sessão	de	conciliação",	leia-se	última	sessão	de	conciliação	ou	de	mediação.	Não
custa	relembrar	de	que	as	atividades	para	a	composição	consensual	podem	se	estender	no	tempo	e	demandar
mais	de	um	encontro	(art.	 334,	§	2.º,	do	 CPC).	Quando	isso	acontecer,	é	na	data	designada	para	o	último
encontro	que	se	inicia	o	referido	prazo.	Esse	prazo	é	deflagrado	automaticamente,	independentemente	de	nova
comunicação,	e	é	contado	a	partir	do	primeiro	dia	útil	seguinte	ao	da	audiência	ou	da	última	sessão,	mesmo
que	o	réu	não	compareça	ao	ato	programado.
Se	a	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	 for	designada,	mas	vier	a	ser	efetivamente	cancelada,	o	prazo
para	 contestar	 será	 contado	 do	 primeiro	 dia	 útil	 seguinte	 ao	 "protocolo	 do	 pedido	 de	 cancelamento	 da
audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	apresentado	pelo	 réu,	quando	ocorrer	a	hipótese	do	art.	 334,	 §	4.º,
inciso	I"	(art.	 335,	II,	do	 CPC).	Em	complemento,	o	legislador	prevê	que,	"no	caso	de	litisconsórcio	passivo,
ocorrendo	a	hipótese	do	art.	334,	§	6.º,	o	termo	inicial	previsto	no	inciso	II	será,	para	cada	um	dos	réus,	a	data
de	apresentação	de	seu	respectivo	pedido	de	cancelamento	da	audiência"	(art.	 335,	§	1.º,	do	 CPC).
A	vinculação	entre	a	apresentação	do	pedido	de	cancelamento	da	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação	e	a
deflagração	do	prazo	para	contestar	não	pode	ser	vista	de	forma	absoluta.	A	rigor,	o	que	deve	fazer	disparar	o
prazo	para	 contestar	nessas	 condições	 é	 o	 eficaz	 cancelamento	da	 audiência.	 Logicamente,	 havendo	o	 autor
previamente	manifestado	na	petição	inicial	seu	desinteresse	na	composição	consensual	e	existindo	apenas	um
réu	no	processo,	que	externa	igual	manifestação	de	vontade	respeitando	o	decêndio	do	art.	 334,	§	5.º,	do	
CPC,	 aquela	 vinculação	 se	 faz	 presente	 com	 toda	 a	 força	 e	 o	 prazo	 para	 contestar	 passa	 a	 ser	 contado	 do
primeiro	dia	útil	seguinte	ao	protocolo	da	petição	do	réu.	Afinal,	aqui,	o	pedido	de	cancelamento,	por	si,	é	causa
eficiente	 para	 o	 aborto	 da	 audiência.	 Porém,	 se	 o	 autor	 nada	 diz	 na	 petição	 inicial	 sobre	 a	 audiência	 ou
expressa	 seu	 desejo	 pela	 autocomposição,	 a	 manifestação	 isolada	 do	 réu	 é	 ineficaz	 para	 o	 cancelamento
daquela	audiência	e	insuficiente	para	deflagrar	o	prazo	para	contestar.
No	caso	de	litisconsórcio	passivo,	pode	acontecer	de	um	único	réu	se	manifestar	contrariamente	à	audiência	de
conciliação	ou	de	mediação	e	de	os	demais	silenciarem.	Nessas	circunstâncias,	a	audiência	de	conciliação	ou	de
mediação	 será	 realizada	 e	 não	 há	motivo	 para	 considerar	 previamente	 deflagrado	 para	 aquele	 único	 réu	 o
prazo	para	contestar,	até	porque	isso	atentaria	contra	o	espírito	da	conciliação	ou	da	mediação,	no	sentido	de
estimular	 a	 composição	 enquanto	 não	 intensificado	 o	 litígio	 pela	 oferta	 da	 resposta.	 Assim,	 enquanto	 não
houver	 certeza	 em	 torno	 do	 cancelamento	 da	 audiência,	 não	 há	 como	 considerar	 iniciado	 o	 prazo	 para
contestar.	 Ocorre	 que	 tal	 certeza	 somente	 é	 alcançada	 com	 o	 protocolo	 da	 petição	 de	 todos	 os	 réus
manifestando	 desinteresse	 na	 autocomposição.	 Se	 eles	 se	 manifestarem	 isoladamente,	 será	 sempre	 preciso
aguardar	o	que	dirá	-	ou	não	dirá,	já	que	seu	silêncio	equivale	à	concordância	com	a	audiência	-	o	último	deles.
Isso	torna	letra	morta	o	art.	 335,	§	1.º,	do	 CPC,	que	cede	também	diante	de	uma	interpretação	sistemática
do	Código	de	Processo	Civil,	no	sentido	de	que	o	prazo	para	contestar	é	sempre	iniciado	conjuntamente	em	caso
de	litisconsórcio	passivo	(art.	 231,	§	1.º,	do	 CPC).
Na	 prática,	 quando	 designada	 a	 audiência	 liminar	 e	 o	 autor	 não	 tiver	 se	 oposto	 à	 sua	 realização,	 a	melhor
maneira	de	 lidar	 com	o	 litisconsórcio	passivo	e	o	prazo	para	 contestar	 consiste	na	 reunião	de	 todos	os	 réus
para	 que	 manifestem	 conjuntamente,	 numa	 só	 petição,	 seu	 desinteresse	 na	 autocomposição.	 Assim,	 tem-se
evento	único	e	certo	para	a	deflagração	do	prazo	para	contestar	e	não	há	dúvida	para	a	fixação	do	seu	termo	a
quo.
Na	hipótese	de	autor	e	réu	peticionarem	conjuntamente	pedindo	o	cancelamento	da	audiência	após	o	decêndio
do	art.	 334,	§	5.º,	do	 CPC	e	o	juiz	deferi-lo,	o	prazo	para	contestar	deve	ser	contado	da	intimação	do	réu
acerca	desse	deferimento.
Se	o	 juiz	não	designa	a	audiência	de	 conciliação	ou	de	mediação,	por	 considerar	que	o	 litígio	não	comporta
autocomposição	(art.	 334,	§	4.º,	II,	do	 CPC),	o	prazo	para	contestar	orienta-se	pelo	disposto	"no	art.	231,	de
acordo	 com	o	modo	 como	 foi	 feita	 a	 citação"	 (art.	 335,	 III,	do	 CPC).	 Por	 exemplo,	 se	 a	 citação	 for	 pelo
correio,	o	termo	inicial	do	prazo	para	contestar	é	"a	data	de	juntada	aos	autos	do	aviso	de	recebimento"	(art.	
231,	I,	doCPC).	Em	matéria	de	litisconsórcio	passivo,	vale	menção	ao	art.	 231,	§	1.º,	do	 CPC:	"quando
houver	mais	de	um	réu,	o	dia	do	começo	do	prazo	para	contestar	corresponderá	à	última	das	datas	a	que	se
referem	os	incisos	I	a	VI	do	caput".
Quando	não	designada	a	audiência	de	conciliação	ou	de	mediação,	o	 litisconsórcio	passivo	comporta	atenção
especial	na	hipótese	de	desistência	da	demanda	em	face	de	algum	ou	alguns	dos	réus.	De	acordo	com	o	art.	
335,	§	2.º,	do	 CPC,	"quando	ocorrer	a	hipótese	do	art.	334,	§	4.º,	inciso	II,	havendo	litisconsórcio	passivo	e	o
autor	desistir	da	ação	em	relação	a	réu	ainda	não	citado,	o	prazo	para	resposta	correrá	da	data	de	intimação	da
decisão	que	homologar	a	desistência".	Isso	somente	acontece	quando	a	desistência	envolver	todos	os	réus	com
citação	 ainda	 pendente,	 inclusive	 em	 razão	 da	 necessidade	 de	 se	 fixar	 um	novo	momento	 para	 a	 oferta	 da
contestação	que	não	prejudique	os	réus	que	aguardavam	legitimamente	o	início	do	prazo	para	tanto,	apoiados
no	art.	 231,	§	1.º,	do	 CPC.	Se	a	desistência	da	demanda	não	abarcar	 todos	os	réus	por	citar,	o	 início	do
prazo	para	contestar	observará	normalmente	o	art.	 231,	§	1.º,	do	 CPC,	aguardando-se	o	aperfeiçoamento
da	citação	do	último	deles.
No	tocante	ao	conteúdo	da	contestação,	o	art.	 336	do	 CPC	dispõe:	"incumbe	ao	réu	alegar,	na	contestação,
toda	 a	 matéria	 de	 defesa,	 expondo	 as	 razões	 de	 fato	 e	 de	 direito	 com	 que	 impugna	 o	 pedido	 do	 autor	 e
especificando	as	provas	que	pretende	produzir".	O	extenso	rol	do	subsequente	art.	 337	do	 CPC	ajuda	a
compreender	e	dimensionar	a	contestação,	que	se	presta	tanto	para	a	oferta	das	defesas	processuais	quanto	de
mérito.
Em	diversas	passagens,	o	Código	de	Processo	Civil	programa	para	a	contestação	outras	medidas	que	o	réu	deve
tomar	diante	da	demanda	do	autor,	dentro	da	ideia	de	concentração	da	reação	à	petição	inicial	numa	mesma
peça.	No	art.	126,	prevê	que	o	réu	que	tenciona	se	valer	da	denunciação	da	lide,	isto	é,	da	ação	de	garantia	em
face	 de	 quem	 deve	 suportar	 as	 consequências	 da	 sua	 possível	 sucumbência	 no	 processo,	 deve	 fazê-lo	 na
contestação.	No	 art.	 131,	 caput,	 dispõe	 que	 o	 chamamento	 ao	 processo	 também	 tenha	 lugar	 na	 contestação,
para	que	o	réu	possa	ter	na	relação	jurídica	processual	outras	pessoas	que	juntamente	com	ele	devem	suportar
os	 resultados	da	procedência	da	demanda	do	autor.	Nos	arts.	 338	e	339,	determina	que	o	 réu	que	argui	 sua
ilegitimidade	 para	 figurar	 no	 polo	 passivo	 do	 processo	 indique,	 na	medida	 do	 possível	 e	 já	 na	 contestação,
quem	 deve	 figurar	 no	 seu	 lugar	 na	 relação	 jurídica	 processual.	 No	 art.	 430,	 estabelece	 que	 a	 arguição	 de
falsidade	dos	documentos	juntados	com	a	petição	inicial	deve	ser	formulada	na	contestação,	inclusive	para	que
o	réu	possa	contar	com	a	formação	da	coisa	julgada	em	torno	do	assunto. 24
Em	razão	da	concentração	da	defesa	num	único	ato	processual	e	da	futura	eficácia	preclusiva	da	coisa	julgada
(art.	 508	do	 CPC),	merece	destaque	em	matéria	de	 contestação	o	princípio	da	eventualidade.	De	acordo
com	esse	princípio,	o	réu	fica	autorizado	a	se	defender	inclusive	com	base	em	argumentos	incompatíveis	entre
si,	já	que	boa	parte	das	matérias	defensivas	não	poderá	ser	eficazmente	veiculada	em	outra	oportunidade,	quer
no	processo	em	curso,	quer	em	outro	feito	que	venha	a	ser	futuramente	instaurado.
Coerentemente	 com	 a	 ideia	 de	 concentração	 da	 defesa,	 o	 art.	 342	 do	 CPC	 prevê	 que,	 "depois	 da
contestação,	só	é	lícito	ao	réu	deduzir	novas	alegações	quando:	I	-	relativas	a	direito	ou	a	fato	superveniente;	II	-
competir	 ao	 juiz	 conhecer	 delas	 de	 ofício;	 III	 -	 por	 expressa	 autorização	 legal,	 puderem	 ser	 formuladas	 em
qualquer	tempo	e	grau	de	jurisdição".
Como	já	anunciado,	o	art.	 337	do	 CPC	traz	um	extenso	rol	de	matérias	processuais	que	o	réu	deve	alocar
na	parte	preliminar	da	sua	contestação. 25	Nas	palavras	de	Cândido	Dinamarco,	"preliminar	é	defesa	 indireta,
de	natureza	processual,	destinada	a	impedir	ou	retardar	o	julgamento	do	mérito,	não	a	influir	em	seu	teor". 26
Questionamentos	 em	 torno	 da	 jurisdição	 e	 da	 competência	 do	 juízo	 para	 o	 julgamento	 da	 causa	 devem	 ser
formulados	 pelo	 réu	 com	 apoio	 em	 "convenção	 de	 arbitragem"	 (art.	 337,	 X,	 do	 CPC),	 "incompetência
absoluta	 e	 relativa"	 (art.	 337,	 II,	 do	 CPC)	 ou	 "conexão"	 (art.	 337,	 VIII,	 do	 CPC).	 A	 convenção	 de
arbitragem	e	a	incompetência	relativa	devem	ser	realçadas,	pois	a	contestação	é	a	única	oportunidade	de	que	o
réu	 dispõe	 para	 eficazmente	 invocar	 essas	 matérias.	 Consoante	 disposto	 no	 art.	 337,	 §	 5.º,	 do	 CPC,
"excetuadas	 a	 convenção	 de	 arbitragem	 e	 a	 incompetência	 relativa,	 o	 juiz	 conhecerá	 de	 ofício	 das	matérias
enumeradas	 neste	 artigo".	 Em	 reforço,	 o	 art.	 337,	§	6.º,	 do	 CPC	 prevê	 que	 "a	 ausência	 de	 alegação	 da
existência	 de	 convenção	 de	 arbitragem,	 na	 forma	 prevista	 neste	 Capítulo,	 implica	 aceitação	 da	 jurisdição
estatal	 e	 renúncia	 ao	 juízo	 arbitral".	 Na	mesma	 linha,	 o	 art.	 65,	 caput,	 do	 CPC	 dispõe:	 "prorrogar-se-á	 a
competência	relativa	se	o	réu	não	alegar	a	incompetência	em	preliminar	de	contestação".	Em	contrapartida,	o
art.	 64,	§	1.º,	do	 CPC,	diz	que	"a	incompetência	absoluta	pode	ser	alegada	em	qualquer	tempo	e	grau	de
jurisdição	e	deve	ser	declarada	de	ofício".
Nesse	contexto,	é	da	maior	importância	a	distinção	entre	incompetência	absoluta	e	incompetência	relativa,	a
fim	 de	 determinar	 as	 matérias	 cognoscíveis	 de	 ofício	 e	 arguíveis	 a	 qualquer	 tempo	 no	 processo,	 em
contraposição	àquelas	superáveis	pela	 falta	de	arguição	na	contestação.	A	competência	absoluta	relaciona-se
com	o	disposto	no	art.	 62	do	 CPC:	 "a	 competência	determinada	em	razão	da	matéria,	 da	pessoa	ou	da
função	é	inderrogável	por	convenção	das	partes".	Já	a	competência	relativa	vincula-se	às	disposições	do	art.	63,
caput,	do	 CPC:	"as	partes	podem	modificar	a	competência	em	razão	do	valor	e	do	território,	elegendo	foro
onde	será	proposta	ação	oriunda	de	direitos	e	obrigações".
O	 réu	 que	 veicula	 em	 sua	 contestação	 o	 tema	 da	 incompetência	 do	 juízo	 pode	 se	 valer	 da	 prerrogativa
outorgada	 pelo	 art.	 340,	 caput,	 do	 CPC	 para	 a	 oferta	 da	 sua	 contestação:	 "havendo	 alegação	 de
incompetência	relativa	ou	absoluta,	a	contestação	poderá	ser	protocolada	no	foro	de	domicílio	do	réu,	fato	que
será	imediatamente	comunicado	ao	juiz	da	causa,	preferencialmente	por	meio	eletrônico".
Havendo	alguma	deficiência	na	capacidade	de	o	autor	ser	parte,	estar	em	juízo	ou	postular	(arts.	 70	a	 75
e	103	a	106	do	 CPC),	deve	o	réu	apontar	o	correspondente	defeito,	com	apoio	no	art.	 337,	XI,	do	 CPC,	e
pedir	 que	 o	 juiz	 determine	 sua	 eliminação,	 nos	 moldes	 do	 art.	 76	 do	 CPC.	 Deve	 apontar,	 também,	 a
"inépcia	da	petição	inicial"	(art.	 337,	IV,	do	 CPC),	que	se	faz	presente,	de	acordo	com	o	art.	 330,	§	1.º,	do
CPC,	 quando:	 "faltar	 pedido	 ou	 causa	 de	 pedir"	 (inciso	 I);	 "o	 pedido	 for	 indeterminado,	 ressalvadas	 as
hipóteses	 legais"	(inciso	II);	"da	narração	dos	fatos	não	decorrer	 logicamente	a	conclusão"	(inciso	III);	houver
"pedidos	 incompatíveis	entre	si"	 (inciso	IV).	Deve	apontar,	ainda,	a	"ausência	de	 legitimidade	ou	de	 interesse
processual"	(art.	 337,	XI,	do	 CPC).	Afinal,	"para	postular	em	juízo	é	necessário	ter	interesse	e	legitimidade"
(art.	 17	do	 CPC).
Sempre	que	uma	demanda	previamente	ajuizada	 for	repetidamente	 trazida	para	o	Poder	 Judiciário,	 cabe	ao
réu	chamar	a	atenção	para	isso,	invocando	a	litispendência	ou	a	coisa	julgada	(art.	 337,	VI	e	 VII,	do	
CPC).	 O	 art.	 337,	§§	 1.º	 a	 4.º,	 do	 CPC	 fornece	 um	 bom	 panorama	 a	 respeito	 do	 assunto:	 "verifica-se	 a
litispendência	ou	a	coisa	julgada	quando	se	reproduz	ação	anteriormente	ajuizada"(§	1.º);	"uma	ação	é	idêntica
a	outra	quando	possui	as	mesmas	partes,	a	mesma	causa	de	pedir	e	o	mesmo	pedido"	(§	2.º);	"há	litispendência
quando	se	repete	ação	que	está	em	curso"	(§	3.º);	"há	coisa	julgada	quando	se	repete	ação	que	já	foi	decidida
por	decisão	transitada	em	julgado"	(§	4.º).
A	coisa	julgada	material,	fundada	em	resolução	de	mérito	(arts.	 487	e	 502	do	 CPC),	sempre	impede	a
repetição	da	demanda	anterior.	Todavia,	a	coisa	julgada	formal	anterior	também	pode	levar	a	esse	resultado,
"no	caso	de	extinção	em	razão	de	litispendência	e	nos	casos	dos	incisos	I,	IV,	VI	e	VII	do	art.	485",	quando	não	se
corrige	o	"vício	que	levou	à	sentença	sem	resolução	do	mérito"	(art.	 486,	§	1.º,	do	 CPC).
Nesse	contexto,	aliás,	é	pertinente	destacar	a	"perempção"	(art.	 337,	V,	do	 CPC),	outra	matéria	preliminar
de	contestação,	que	vem	retratada	no	art.	 486,	§	3.º,	do	 CPC:	"se	o	autor	der	causa,	por	3	 (três)	vezes,	a
sentença	fundada	em	abandono	da	causa,	não	poderá	propor	nova	ação	contra	o	réu	com	o	mesmo	objeto".
Mais	uma	matéria	preliminar	de	 contestação	é	a	 "inexistência	ou	nulidade	da	 citação"	 (art.	 337,	 I,	 do	
CPC).	Quando	argui	esse	tipo	de	vício,	o	réu	deve	já	cuidar	de	contestar,	apresentando	sua	contestação	nos	15
dias	subsequentes	à	arguição	da	inexistência	ou	nulidade	da	citação.	É	que,	nos	termos	do	art.	 239,	§	1.º,	do	
CPC,	"o	comparecimento	espontâneo	do	réu	ou	do	executado	supre	a	falta	ou	a	nulidade	da	citação,	fluindo	a
partir	desta	data	o	prazo	para	apresentação	de	contestação	ou	de	embargos	à	execução".
Antes	de	encerrar	a	parte	preliminar	de	sua	contestação,	deve	o	réu	ainda	tratar	de	eventuais	"incorreção	do
valor	 da	 causa"	 (art.	 337,	 III,	 do	 CPC),	 "falta	 de	 caução	 ou	 de	 outra	 prestação	 que	 a	 lei	 exige	 como
preliminar"	(art.	 337,	XII,	do	 CPC)	e	"indevida	concessão	do	benefício	de	gratuidade	de	justiça"	(art.	
337,	XIII,	do	 CPC).
No	mérito,	cabe	ao	réu	negar	os	fatos	invocados	pelo	autor	ou	as	consequências	jurídicas	deles	extraídas,	bem
como	 opor	 fatos	 impeditivos,	modificativos	 ou	 extintivos	 do	 direito	 do	 seu	 adversário. 27	 Nessa	 empreitada,
deve	 o	 réu	 cuidar	 para	 que	 nenhum	 fato	 escape	 da	 sua	 contestação,	 considerando	 o	 ônus	 da	 impugnação
específica,	expresso	no	art.	341,	caput,	do	 CPC:	"incumbe	também	ao	réu	manifestar-se	precisamente	sobre
as	alegações	de	fato	constantes	da	petição	inicial,	presumindo-se	verdadeiras	as	não	impugnadas".	Entretanto,
a	ânsia	defensiva	não	pode	descambar	para	a	litigância	de	má-fé;	a	defesa	no	processo	encontra	limites	na	boa-
fé	(art.	 5.º	do	 CPC).
Merece	atenção	na	contestação	o	comando	para	que	o	réu	especifique	"as	provas	que	pretende	produzir"	(art.	
336	 do	 CPC).	 O	 réu	 tem	mais	 condições	 do	 que	 o	 autor	 para	 anunciar	 na	 sua	 fala	 inicial	 as	 provas	 que
tenciona	 produzir	 no	 processo,	 pois,	 conhecendo	 a	 sua	 resposta,	 consegue	 identificar	 melhor	 o	 litígio	 e	 os
pontos	controvertidos	que	exigirão	atividade	probatória.	Todavia,	quando	há	na	contestação	alegação	de	fato
impeditivo,	modificativo	ou	extintivo	do	direito	do	autor	ou	invocação	de	matéria	arrolada	nos	incisos	do	art.	
337	do	 CPC,	o	contraditório	se	estende	 (arts.	 350	e	 351	do	 CPC)	e	o	 réu	não	 tem	como	avaliar	de
plano	tudo	que	depende	de	prova.	Nas	situações	em	que	o	réu	reconvém,	também	é	comum	que	ele	não	consiga
no	momento	 da	 sua	 resposta,	 antes	 da	 contestação	 à	 reconvenção,	 dimensionar	 todas	 as	 provas	 que	 deseja
produzir.	Por	isso,	existem	brechas	para	que	o	réu	anuncie	ulteriormente	interesse	em	novas	provas.
Por	fim,	além	do	anúncio	das	provas	que	pretende	produzir,	o	réu	deve	cuidar	já	na	contestação	da	produção
da	 prova	 documental,	 para	 evitar	 ulteriores	 percalços. 28	 Tal	 qual	 estabelecem	 para	 o	 autor	 em	 relação	 à
petição	 inicial,	 os	 arts.	 434	 e	 435	 do	 CPC	 orientam	 o	 réu	 para	 que	 traga	 com	 a	 contestação	 toda	 a
documentação	já	conhecida	e	disponível.
7.	Reconvenção
A	 reconvenção	 é	 o	 mecanismo	 instituído	 para	 a	 formulação	 de	 pretensão	 pelo	 réu	 dentro	 de	 processo	 já
instaurado	por	iniciativa	do	autor,	a	fim	de	obter	tutela	jurisdicional	diversa	daquela	inerente	ao	julgamento
da	demanda	inicial.	Por	meio	da	reconvenção,	o	réu	amplia	o	objeto	do	processo,	trazendo	para	este	novo	bem
da	vida,	que	ele	não	receberia	ou	não	necessariamente	receberia	com	o	simples	deslinde	da	demanda	ajuizada
pelo	autor.	Tal	deslinde,	como	é	cediço,	é	sempre	apto	a	trazer	alguma	coisa	de	útil	ao	réu,	ainda	que	este	não
se	 defenda	 nem	 formule	 pedido	 algum	 no	 processo.	 Fala-se,	 no	 mínimo,	 do	 reconhecimento	 da	 falta	 de
requisitos	para	o	exame	do	pedido	formulado	pelo	demandante	(sentença	terminativa)	ou	de	uma	declaração
negativa	do	direito	que	o	autor	diz	ter	na	sua	petição	inicial	(sentença	de	improcedência).	É	precisamente	para
obter	algo	mais	do	que	isso	no	processo	pendente	que	se	presta	a	reconvenção.
De	acordo	com	o	art.	343,	caput,	do	 CPC,	"na	contestação,	é	lícito	ao	réu	propor	reconvenção	para	manifestar
pretensão	própria,	 conexa	com	a	ação	principal	ou	 com	o	 fundamento	da	defesa".	Como	se	percebe,	 tanto	a
reação	defensiva	quanto	a	reação	ativa	do	réu	são	programadas	para	uma	mesma	peça.	Todavia,	não	deve	ser
causa	de	indeferimento	da	reconvenção	a	sua	oferta	em	peça	apartada,	desde	que	no	prazo	para	contestar.	A
possibilidade	de	reconvir	independentemente	de	contestar	reforça	isso	(art.	 343,	§	6.º,	do	 CPC).	O	mero
desdobramento	da	resposta	em	duas	peças,	uma	para	a	contestação	e	outra	para	a	reconvenção,	seria,	na	pior
das	hipóteses,	inofensiva	irregularidade	formal,	sem	qualquer	consequência	negativa	para	o	réu.
É	requisito	substancial	para	a	viabilidade	da	reconvenção	sua	conexão	com	a	demanda	inicial	ou	com	a	defesa
diante	desta	 (art.	343,	caput,	do	 CPC).	Nas	 conhecidas	palavras	de	Barbosa	Moreira,	 ainda	na	vigência	do
Código	de	Processo	Civil	de	1973,	 "deve	 ter-se	por	suficiente	para	satisfazer	o	requisito	do	art.	315	o	vínculo,
ainda	 que	 mais	 tênue,	 existente	 entre	 as	 duas	 causas". 29	 Assim,	 a	 ideia	 de	 conexão	 desponta	 aqui	 com
conotação	mais	semântica	do	que	técnica,	no	sentido	de	representar	simples	ligação,	nexo,	relação,	que	pode	se
manifestar	 de	modo	 bastante	 sutil.	 Basta	 que	 a	 demanda	 inicial	 ou	 a	 defesa	 diante	 desta	 e	 a	 reconvenção
remetam	a	um	contexto	fático-jurídico	residualmente	comum	para	a	admissão	da	demanda	do	réu	no	processo.
Todavia,	não	se	trata	de	algo	desprezível.	Cumulação	de	pedidos	sem	conexão	alguma	só	é	autorizada	para	o
autor	(art.	327,	caput,	do	 CPC).
Na	condição	de	demanda,	a	oferta	da	reconvenção	 faz	surgir	no	processo	uma	cumulação	de	pedidos,	ainda
que	formulados	por	pessoas	diferentes	(parte	pelo	autor	e	parte	pelo	réu).	Isso	atrai	para	a	admissibilidade	da
reconvenção	 exigências	 processuais	 constantes	 do	 art.	 327	 do	 CPC	 para	 a	 convivência	 de	mais	 de	 um
pedido	no	mesmo	processo,	caso	da	competência	absoluta	do	juízo	para	o	julgamento	de	todos	eles	(art.	327,	§
1.º,	 II)	e	da	adoção	de	um	procedimento	compatível	para	a	 totalidade	dos	pleitos	 (art.	327,	§	1.º,	 III),	o	que	é
facilitado	pelo	disposto	no	art.	327,	§	2.º.	Naturalmente,	não	se	exige	para	a	admissão	do	pedido	reconvencional
que	ele	 seja	compatível	com	o	pedido	 formulado	na	demanda	 inicial.	Afinal,	os	pleitos	 são	apresentados	por
sujeitos	distintos	e	é	legítimo	até	que	o	reconvinte	pretenda,	com	seu	pedido,	criar	cenário	incompatível	com	o
acolhimento	do	pedido	do	autor.
Dois	 outros	 requisitos	 processuais	 para	 a	 admissão	 da	 reconvenção	 relacionam-se	 com	 a	 litispendência	 e	 a
tempestividade.	A	 litispendência	atrela-se	à	exigência	de	que	exista	no	momento	da	 resposta	do	demandado
um	processo	pendente,validamente	instaurado	e	até	então	não	encerrado	nem	programado	para	se	encerrar,
ao	qual	possa	se	integrar	a	demanda	reconvencional.	Isso	significa	que,	por	ocasião	da	oferta	da	reconvenção,	a
demanda	do	autor	deve	ainda	estar	viva,	sem	que	exista	uma	sentença	a	seu	respeito.	Restou-se	aperfeiçoada
integral	desistência	da	demanda	por	parte	do	autor	ou	se	os	litigantes	celebraram	transação	que	compreende
todo	 o	 objeto	 do	 processo	 ou	 se	 a	 demanda	 inicial	 já	 foi	 integralmente	 julgada,	 com	 ou	 sem	 apreciação	 do
mérito,	não	há	mais	espaço	para	a	reconvenção.
Por	 sua	 vez,	 o	 requisito	 da	 tempestividade	 em	 matéria	 de	 reconvenção	 vincula-se	 à	 obediência	 do	 prazo
assinado	pelo	legislador	para	a	reação	do	réu	diante	da	demanda	do	autor,	que	é,	em	regra,	de	15	dias	(art.	
335	 do	 CPC).	 Considerando	 a	 orientação	 legal	 para	 a	 inserção	 da	 reconvenção	 na	 mesma	 peça	 da
contestação	(art.	343,	caput,	do	 CPC),	o	prazo	para	contestar	baliza	o	prazo	para	reconvir.	Como	já	dito,	esse
prazo	 é	 preclusivo;	 sua	 inobservância	 faz	 com	 que	 o	 réu	 não	 mais	 possa	 reconvir	 eficazmente	 (preclusão
temporal).	Após	o	esgotamento	do	prazo	quinzenal	para	responder	à	demanda	do	autor,	 tudo	o	que	resta	ao
réu	que	também	quer	demandar	é	dar	vida	a	um	novo	processo.
Além	dos	 requisitos	 substanciais	 e	 processuais	 específicos	 para	 a	 admissão	da	 reconvenção,	 como	demanda
que	é,	ela	deve	atender	a	 todos	os	requisitos	usualmente	colocados	para	a	admissibilidade	do	 julgamento	do
mérito.	Por	exemplo,	a	peça	que	veicula	a	demanda	reconvencional	deve	atender	às	exigências	dos	arts.	 319
e	 320	do	 CPC.	Sempre	que	o	juiz	identificar	alguma	falha	no	atendimento	dessas	exigências	ou	"defeitos	e
irregularidades	 capazes	 de	 dificultar	 o	 julgamento	 de	 mérito"	 da	 reconvenção,	 deve	 determinar	 que	 o
reconvinte	"a	emende	ou	a	complete,	indicando	com	precisão	o	que	deve	ser	corrigido	ou	completado"	(art.	321,
caput,	 do	 CPC).	 A	 exemplo	 do	 que	 foi	 dito	 para	 a	 petição	 inicial,	 o	 momento	 ideal	 para	 a	 emenda	 ou
complementação	da	reconvenção	é	anterior	à	intimação	para	a	resposta	diante	dela,	pois,	até	esse	instante,	há
amplo	espaço	para	aditamentos	ou	alterações	(art.	 329,	I	e	 parágrafo	único,	do	 CPC).
É	perfeitamente	admissível	que	a	reconvenção	traga	novas	pessoas	para	o	processo,	quer	ao	lado	do	reconvinte
(art.	 343,	§	4.º,	do	 CPC),	quer	ao	lado	do	autor-reconvindo	(art.	343,	§	3.º).	A	reconvenção	subjetivamente
ampliativa	pode	ter	lugar	mesmo	nos	casos	de	litisconsórcio	meramente	facultativo. 30
Outras	pessoas	além	do	originário	réu	do	processo	podem	ofertar	reconvenção.	O	assistente	litisconsorcial	do
réu	(art.	 124	do	 CPC),	o	denunciado	à	 lide	pelo	réu	(art.	 128,	I,	do	 CPC)	e	o	chamado	ao	processo
(art.	 130	 do	 CPC)	 também	 podem	 reconvir	 em	 face	 do	 autor,	 na	 condição	 de	 litisconsortes	 do	 réu
originário.	 Para	 tanto,	 devem	 ajuizar	 sua	 reconvenção	 no	 prazo	 para	 resposta.	 No	 caso	 do	 assistente
litisconsorcial,	o	prazo	para	reconvir	é	orientado	pelo	prazo	que	o	assistido	tem	para	responder	à	demanda	do
autor. 31
Nos	casos	de	substituição	processual,	é	válida	a	 lembrança	do	disposto	no	art.	 343,	§	5.º,	do	 CPC:	 "se	o
autor	for	substituto	processual,	o	reconvinte	deverá	afirmar	ser	 titular	de	direito	em	face	do	substituído,	e	a
reconvenção	deverá	ser	proposta	em	face	do	autor,	também	na	qualidade	de	substituto	processual".
Não	 interessa	 para	 a	 admissão	 da	 reconvenção	 que	 ela	 não	 envolva	 todos	 os	 sujeitos	 parciais	 do	 processo.
Assim,	 é	 viável	 a	 demanda	 reconvencional	 ajuizada	 por	 apenas	 parte	 dos	 réus	 em	 face	 de	 somente	 alguns
autores.
Também	desinteressa	para	a	admissão	da	reconvenção	que	o	réu	não	conteste.	O	art.	 343,	§	6.º,	do	 CPC,
aliás,	é	expresso	a	esse	respeito:	"o	réu	pode	propor	reconvenção	independentemente	de	oferecer	contestação".
A	ideia	de	que,	"na	contestação,	é	lícito	ao	réu	propor	reconvenção"	(art.	343,	caput,	do	 CPC),	não	é	absoluta.
Contestação	 e	 reconvenção	 estão	 programadas	 para	 um	mesmo	momento,	 qual	 seja,	 o	 da	 reação	 diante	 da
demanda	do	autor	(art.	 335	do	 CPC),	mas	são	institutos	independentes.	É	possível	contestar	sem	reconvir
e	 reconvir	 sem	 contestar.	 Aliás,	 quando	 se	 limitar	 a	 reconvir,	 o	 réu	 não	 deve	 rotular	 sua	 peça	 como
contestação;	deve	simplesmente	ofertar	reconvenção.
Uma	vez	presentes	os	requisitos	para	a	admissão	da	reconvenção,	o	juiz	deve	determinar	seu	processamento	e
intimar	o	autor,	"na	pessoa	de	seu	advogado,	para	apresentar	resposta	no	prazo	de	15	(quinze)	dias"	(art.	
343,	§	1.º,	do	 CPC).	Para	que	essa	 intimação	se	aperfeiçoe,	não	é	exigível	que	do	mandato	do	advogado	do
autor	constem	poderes	especiais.	Quando	o	réu	propuser	reconvenção	"contra	o	autor	e	terceiro"	(art.	 343,	§
3.º,	 do	 CPC),	 este,	 logicamente,	 não	 será	meramente	 intimado	 na	 pessoa	 do	 advogado	 para	 responder.	 O
terceiro	precisa	ser	integrado	à	relação	jurídica	processual	e	sequer	conta	com	patrono	constituído	nos	autos.
Aqui,	o	caso	é	de	citação	(arts.	238	e	ss	do	 CPC).
Perceba-se	 que	 a	 intimação	 prevista	 no	 art.	 343,	 §	 1.º,	 do	 CPC	 é	 para	 resposta,	 e	 não	 para	 mera
contestação.	Logo,	a	reconvenção	da	reconvenção	 é	admissível,	desde	que	residualmente	conexa	com	os	 fatos
objeto	 da	 reconvenção	 ou	 da	 contestação	 a	 esta	 e	 respeitada	 a	 estabilização	 das	 demandas	 anteriores. 32	No
Código	 de	 Processo	 Civil,	 quando	 o	 legislador	 não	 quis	 permitir	 a	 reconvenção	 da	 reconvenção,	 ele	 o	 fez
expressamente.	Fala-se	do	art.	 702,	§	6.º,	do	 CPC,	que,	em	matéria	de	ação	monitória,	assim	dispõe:	"na
ação	monitória	admite-se	a	reconvenção,	sendo	vedado	o	oferecimento	de	reconvenção	à	reconvenção".
A	 contestação	 à	 reconvenção	 deve	 ser	 feita	 com	 o	mesmo	 cuidado	 de	 quem	 contesta	 uma	 demanda	 inicial.
Afinal,	a	inércia	do	autor-reconvindo	implica	presunção	de	veracidade	das	"alegações	de	fato	formuladas"	pelo
reconvinte	(art.	 344	do	 CPC).	O	ônus	da	impugnação	específica	dos	fatos	(art.	 341	do	 CPC)	também
se	aplica	em	matéria	de	reconvenção.	Todavia,	deve-se	registrar	que,	quando	há	reconvenção	no	processo,	a
falta	de	formal	e	completa	contestação	à	demanda	inicial	ou	à	demanda	reconvencional	fica	atenuada,	na	exata
medida	da	 relação	 entre	 essas	demandas.	 Em	outras	palavras,	 a	 reação	 ativa	diante	de	uma	demanda	pode
contribuir	para	a	defesa	do	demandado.
Demanda	 inicial	 e	 reconvenção	 são,	 por	 si,	 independentes.	 O	 art.	 343,	 §	 2.º,	 do	 CPC,	 reforça	 essa
independência:	"a	desistência	da	ação	ou	a	ocorrência	de	causa	extintiva	que	 impeça	o	exame	de	seu	mérito
não	 obsta	 ao	 prosseguimento	 do	 processo	 quanto	 à	 reconvenção".	 O	 mesmo	 vale,	 naturalmente,	 para	 a
desistência	 ou	 qualquer	 outra	 forma	 de	 extinção	 prematura	 da	 reconvenção,	 que	 não	 impede	 o
prosseguimento	do	processo	no	tocante	à	demanda	inicial.
Por	fim,	registre-se	que	demanda	inicial	e	reconvenção	não	estão	atadas	para	julgamento	de	mérito	conjunto.
Conforme	previsto	no	art.	356,	caput,	do	 CPC,	"o	juiz	decidirá	parcialmente	o	mérito	quando	um	ou	mais	dos
pedidos	 formulados	 ou	 parcela	 deles:	 I	 -	 mostrar-se	 incontroverso;	 II	 -	 estiver	 em	 condições	 de	 imediato
julgamento,	nos	termos	do	art.	355".	Logicamente,	isso	permite	que	o	magistrado	julgue	por	inteiro	e	desde	logo
uma	das	demandas	existentes	no	processo	(por	exemplo,	a	reconvenção),	ao	mesmo	tempo	em	que	abre	a	fase
instrutória	para	preparar	o	futuro	julgamento	da	outra	(por	exemplo,	a	demanda	inicial).
8.	Conclusão
Com	a	oferta	da	contestação	pelo	réu,	tende	a	se	encerrar	a	fase	postulatória	do	procedimento	comum.	Todavia,
como	 visto,	 isso	 não	 acontece	 quando	 o	 réu	 reconvém.	 Nesse	 caso,	 a	 fase	 postulatória	 ganha

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