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11-Digestão e absorção de nutrientes e água

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Digestão e absorção de nutrientes e água
Os alimentos que ingerimos são constituídos principalmente por carboidratos, proteínas e lipídios, dos quais muitos são macromoléculas. Como mencionado, moléculas grandes precisam ser degradadas em moléculas menores para que possam ser utilizadas pelas células. Vamos estudar o processo de digestão de cada macromolécula e sua absorção.
Começando pelos carboidratos, há três classes: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. A maior parte dos carboidratos presentes na nossa alimentação é polissacarídeo, como o amido, a celulose e o glicogênio. Dissacarídeos (sacarose e lactose) e monossacarídeos (glicose e frutose) também compõem nossa alimentação.
Apenas os monossacarídeos são absorvidos pelas nossas células, pois são moléculas pequenas. Assim, os polissacarídeos e dissacarídeos precisam ser degradados em monossacarídeos. A celulose não pode ser digerida, pois os seres humanos não possuem enzimas digestórias para quebrar essas moléculas.
As enzimas responsáveis pela degradação dos polissacarídeos são: amilase salivar (saliva) e amilase pancreática (suco pancreático). A digestão do amido, por exemplo, começa na boca pela ação da amilase salivar, e esse processo continua no intestino delgado pela amilase pancreática. Essas duas enzimas só degradam o amido até maltose (dissacarídeo).
Portanto, os dissacarídeos só são degradados em monossacarídeos no intestino delgado pela ação das enzimas dextrinase, glucoamilase, sacarose, lactase e maltase (STANFIELD, 2014).
Vamos ver agora como funciona o processo de digestão.
1- Carboidratos na forma de monossacarídeos são absorvidos pelas células epiteliais que revestem as vilosidades intestinais. Os monossacarídeos (como glicose, frutose e galactose) entram nas células por ação de cotransportadores e difusão facilitada.
2- Em relação às proteínas, sabese que são macromoléculas, constituídas por vários aminoácidos. Somente os aminoácidos são absorvidos pelas células; portanto, as proteínas precisam ser degradadas nessas moléculas menores. A digestão das proteínas começa no estômago pela enzima pepsina, mas esta não consegue degradar a proteína até aminoácidos, pois só consegue quebrar as ligações entre alguns aminoácidos.
3- No intestino delgado, a tripsina e a quimotripsina são ativadas (precursores estão presentes no suco pancreático), contudo também não conseguem degradar completamente as proteínas em aminoácidos. As enzimas carboxipeptidase e aminopeptidase conseguem realizar a degradação total da proteína. Os aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos finalmente entram nas células pelos transportadores de membrana. Dipeptídeos e tripeptídeos são degradados, então, em aminoácidos no interior das células epiteliais.
Os lipídios presentes no nosso cardápio são triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. A digestão de lipídios segue a mesma regra dos carboidratos e das proteínas. A diferença está na absorção, pois lipídios não são solúveis em água (hidrofóbicos), como carboidratos e proteínas.
As lipases são enzimas responsáveis pela degradação dos lipídios, e a bile facilita a ação das lípases pelo processo de emulsificação. A ação da lipase pancreática libera ácidos graxos e monoglicerídeos que entram nas células por difusão simples.
Além das macromoléculas que acabamos de estudar, nossa dieta é composta por vitaminas, sais minerais (sódio, potássio, íons bicarbonato, cálcio e ferro) e água, compostos que não precisam ser digeridos. Vamos entender seus processos de absorção (STANFIELD, 2014).
As vitaminas são necessárias para o funcionamento das células:
Vitaminas hidrofóbicas – são absorvidas por células epiteliais paralelamente aos lipídios.
Vitaminas hidrossolúveis – são absorvidas por proteínas de transporte (transporte ativo ou difusão facilitada). aos lipídios.
A absorção do mineral sódio ocorre no intestino delgado e no cólon. Sua absorção ativa na célula depende da bomba de sódio e potássio. O potássio já é absorvido de forma passiva no intestino delgado e pode ser absorvido ou secretado, dependendo dos gradientes eletroquímicos, no cólon. No intestino delgado (jejuno), os íons bicarbonato são absorvidos de forma passiva.
O cálcio é absorvido no intestino delgado (duodeno e jejuno), dependendo da demanda corporal, de duas maneiras.
1- O cálcio pode se ligar à proteína ligante de cálcio e ser captado para a célula por um mecanismo ainda não bem estabelecido e em seguida pode ser transportado para fora da célula por uma bomba de Ca2+. O mecanismo absorvitivo é melhorado pela absorção de um hormônio. A proteína transferrina auxilia na absorção do ferro, no lúmen. Ela se liga a íons de ferro formando um complexo que se une a um receptor na membrana. O receptor e o complexo são levados para a célula, onde o ferro fica armazenado como ferritina.
2- É levado para o sangue, transportado por outra forma de transferrina. Quando a quantidade de ferro no sangue diminui, a ferritina libera mais ferro para o sangue.
Por último, não podemos deixar de tratar a absorção da água, um processo passivo que segue um gradiente osmótico. Cerca de 95% da água presente no intestino delgado é absorvida quando o quimo chega ao cólon.

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