Buscar

Fraturas: tipos, causas e consolidação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA 
CAMPUS MINISTRO REIS VELLOSO – CMRV 
CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA 
PROFESSORA: LUDMILA BRANDÃO 
DISCIPLINA DE FISIOTERAPIA MUSCULOESQUELÉTICA 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE SOBRE FRATURA 
 
 
 
 
 
Karine Santos Brito 
 
 
 
 
PARNAÍBA – PI 
2019 
 
 
QUESTÕES 
1. Defina a fratura e seus seguintes grupos etiológicos: fratura por trauma, 
fratura de fadiga ou estresse e fratura patológica. Em seguida cite um 
exemplo de cada um dos grupos etiológicos. 
Uma fratura ocorre quando a força aplicada excede a resistência plástica do osso e 
vai além do seu limite de resistência. Vários fatores influenciam os padrões de 
fratura. Estes incluem a magnitude da força, a sua duração e direção, e a velocidade 
em que ela atua. 
As fraturas por trauma podem ser causadas por choque direto, por exemplo, quando 
um peso atinge o pé e fratura o osso metartasiano, ou por choque indireto ao longo 
do osso, por exemplo, quando a cabeça do rádio é fraturada em uma queda sobre a 
mão espalmada, ou a clavícula em uma queda sobre o ombro. 
As fraturas de fadiga ou estresse não ocorrem como decorrência de uma única lesão 
violenta, mas de um estresse repetido. As pessoas em condição física ruim que 
começam um programa vigoroso de aprimoramento físico têm um risco maior de 
desenvolver esse tipo de fratura. Em contrapartida, um atleta condicionado pode 
desenvolver uma fratura de estresse depois de um aumento recente no nível de 
atividade. 
Na fratura patológica, o termo “patológico" é aplicado à fratura que ocorre em um 
osso debilitado anteriormente por alguma doença. Em geral, o osso cede por um 
trauma banal ou mesmo espontaneamente. Um exemplo disso são os idosos que 
são acometidos pela osteoporose. 
2. Explique o que é uma fratura fechada e uma fratura exposta. Qual a 
importância da distinção entre estas fraturas? 
Uma fratura é fechada ou simples quando não há comunicação entre o 
foco da fratura e a parte externa do corpo (Fig. 1). Uma fratura é exposta 
ou composta quando há um ferimento na superfície da pele que se comunica com o 
foco da fratura (Fig. 2). Deve-se enfatizar que a presença de 
um ferimento associado à fratura não significa, necessariamente, que seja 
uma fratura exposta: é classificada como exposta ou composta apenas 
quando há uma comunicação direta entre o meio ambiente e as extremidades 
fraturadas do osso. A comunicação pode ocorrer através de um 
ferimento aberto; ou então de um pequeno orifício ou até mesmo uma 
região da pele desvitalizada ou com hematoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A distinção entre fraturas fechadas e expostas é importante, pois uma fratura 
exposta pode ser contaminada por organismos provenientes do meio externo, e, 
portanto se contaminar, enquanto que a fratura fechada está livre deste risco. 
3. Os tipos de fratura podem indicar a natureza do trauma e assim fornecer 
uma indicação sobre o método de redução mais fácil. Explique os 6 
tipos de fratura a seguir: transversal, oblíqua, espiral, cominutiva, 
impactada e em galho verde. 
A fratura transversa ocorre em linha reta, formando um ângulo mais ou menos reto 
com a haste do osso. Normalmente acontece com trauma direto no local da lesão. A 
fratura oblíqua é parecida com a fratura em espiral, ocorre quando uma extremidade 
óssea é submetida a torção ou giro súbito, enquanto a outra extremidade permanece 
fixa. A fratura em espiral tem uma separação em forma de “S”. Acontece nos 
esportes como futebol americano e no esqui, esportes em que os pés ficam 
plantados no chão, com o corpo promovendo uma rotação repentina na direção 
oposta. 
A fratura cominutiva acontece com três ou mais fragmentos no local fraturado, e é 
causada por golpe forte ou queda. É um tipo de fratura que dificulta muito a 
cicatrização por causa do deslocamento dos fragmentos ósseos. Os tecidos moles 
ficam interpostos entre os fragmentos dificultando a cicatrização completa. 
As fraturas impactadas são aquelas em que os fragmentos ósseos estão encaixados 
de maneira tão firme que se interligam e não permitem movimento entre si. A fratura 
em galho verde é a fratura na qual o osso não está completamente ossificado, como 
em adolescentes, e acontece com maior frequência na superfície convexa do osso, 
com a côncava permanecendo intacta. 
Na figura 3 estão apresentados os padrões comuns de fraturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Explique o processo de consolidação de fraturas (no máximo 10 linhas). 
Numa fratura ocorre lesão de vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de 
células ósseas, e para que se inicie o processo de reparação, o coágulo sanguíneo 
e os restos celulares e matriciais irão ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e 
o endósteo respondem com intensa proliferação, formando um tecido rico em células 
osteoprogenitoras que constituem um anel em torno da fratura e penetram entre as 
extremidades ósseas rompidas. Nesse anel conjuntivo surge tecido ósseo primário 
(imaturo). Esse processo evolui até a formação do calo ósseo, que une 
provisoriamente as extremidades do osso fraturado. As trações e pressões que 
serão exercidas sobre o osso, irão causar remodelação do calo ósseo e sua 
completa substituição por tecido ósseo secundário (lamelar). 
A figura 4 apresenta os estágios na consolidação de uma fratura. 
 
 
 
Fig. 3 – 1. Fratura transversal. 2. 
Fratura oblíqua. 3. Fratura espiral. 4. 
Fratura cominutiva. 5. Fratura 
comprimida. 6. Fratura de “galho 
verde”. 
 Fig. 4 – Estágios na consolidação da fratura 
 
. 
 
5. Em um estágio do tratamento de uma fratura é necessário confirmar se 
ocorreu uma união sólida ou não. A decisão é tomada a partir de uma 
combinação de evidências clínicas e radiológicas. Explique os sinais 
clínicos de consolidação e os critérios radiológicos. 
Existem três sinais clínicos que indicam que ocorreu uma consolidação: ausência de 
mobilidade entre os fragmentos; ausência de sensibilidade ao se apalpar com 
firmeza o foco da fratura e ausência de dor quando uma força de angulação é 
aplicada no local da fratura (Fig. 5). 
 
Há duas características radiológicas que indicam a consolidação: calo visível 
formando ponte com a fratura e se unindo aos fragmentos (Fig. 6); e continuidade 
Fig. 5 – Teste de consolidação 
depois de uma fratura da tíbia. 
Fonte: Google imagens 
das trabéculas ósseas ao longo do traço da fratura (Fig. 7). Destes, o calo visível é 
em geral o sinal mais precoce e o mais confiável. A continuidade trabecular ao longo 
da fratura é evidência de consolidação mais madura, mas a sobreposição das 
sombras radiográficas dos dois fragmentos pode dar a falsa impressão de 
continuidade trabecular quando de fato ela não existe. 
 
 
 
6. Os três princípios fundamentais para o tratamento de uma fratura 
fechada são: redução, imobilização e preservação da função. Partindo 
deste tema responda os itens a seguir: 
a) Cite três maneiras de realizar a redução. 
Redução por manipulação: Manipulação fechada é o método inicial padrão para se 
reduzir a maioria das fraturas comuns. E geralmente realizada sob anestesia geral, 
mas eventualmente a anestesia local ou regional pode ser apropriada. A técnica 
consiste em simplesmente reunir os fragmentos através das partes moles, 
desimpactá-los se necessário, e então ajustá-los tanto quanto possível em sua 
posição correta. 
Reduçãopor tração mecânica: Quando a contração de músculos grandes exerce 
grande força de deslocamento, alguma ajuda mecânica pode ser necessária para 
distribuir os fragmentos na extensão normal do osso, isto se aplica especialmente às 
fraturas da diáfise do fêmur, e a certos tipos de fratura ou deslocamento da coluna 
cervical. A tração pode ser aplicada com pesos ou por parafusos, e o objetivo será a 
rápida obtenção da redução total em uma só sessão, sob anestesia, ou então confiar 
na redução gradual por tração prolongada sem anestesia. 
Fig. 6 – Ponte de calo 
na fratura. 
Fig. 7 – Continuidade 
no osso trabecular ao 
longo do traço de 
fratura do osso 
escafoide. 
Redução cirúrgica: Quando outros métodos falham, e ocasionalmente como 
método de escolha os fragmentos são reduzidos sob visão direta em uma cirurgia. 
Quando se recorre à redução cirúrgica, deve-se aproveitar a oportunidade e fazer a 
reparação interna dos fragmentos a fim de assegurar que a posição seja mantida 
 
b) Existem casos em que não requer imobilização para a consolidação 
da fratura. Cite três razões para se imobilizar uma fratura. 
Prevenção de deslocamento ou angulação: Como regra geral, os fragmentos 
fraturados não se tornarão mais deslocados do que ja estavam no momento do 
ferimento original. Portanto, se a posição original é aceitável, a imobilização para 
evitar deslocamento posterior é geralmente desnecessária. Para as fraturas da 
diáfise de ossos longos, no entanto, a imobilização é geralmente necessária para se 
manter o alinhamento correto. 
Prevenção de movimento: A imobilização absoluta nem sempre é essencial para a 
consolidação da fratura. Exatamente quando o movimento puder romper os 
delicados capilares que formam a ponte ela não é recomendada, e, teoricamente, os 
movimentos de rotação são piores neste caso. Há três tipos de fraturas que 
constantemente requerem imobilização rígida a fim de se assegurar a consolidação 
principalmente as do osso escafóide, da diáfise do cúbito e do colo do fêmur. 
Exemplos de fraturas de boa consolidação sem imobilização são: costelas, clavícula 
e omoplata, certas fraturas do úmero e do fêmur, e muitas fraturas dos metacarpos, 
metatarsos e falanges. Para algumas fraturas, a imobilização excessiva pode causar 
mais danos do que benefícios. Uma mão ferida, por exemplo, tem baixa tolerância a 
imobilizações prolongadas, enquanto que o punho pode ficar imobilizado por muitas 
semanas ou até meses sem problemas. 
Alívio da dor: Provavelmente em cerca de metade de todos os casos em que uma 
fratura é imobilizada a razão principal é aliviar a dor. O membro pode ser usado de 
maneira mais eficiente se estiver confortável. 
 
c) Cite os quatro métodos de imobilização de uma fratura. 
Imobilização com gesso, tala ou suportes: Para a maioria das fraturas, o método 
padrão de imobilização é o gesso. Pode-se também usar substitutos para o gesso 
que oferecem as vantagens de menor peso, radiolucência e impermeabilidade à 
água, embora a custo bem mais alto A maioria destes produtos é também de 
aplicação mais difícil, no entanto, estão sendo usados cada vez mais. Para algumas 
fraturas, uma tala metálica, plástica ou de madeira pode ser mais apropriada, por 
exemplo, a tala de Thomas para fraturas de diáfise do fêmur, ou o colarinho plástico 
para algumas lesões da coluna cervical. 
Outros suportes externos (férulas): Além do gesso, as suportes são muito usados 
para coxas e pernas e para os dedos. Suportes individuais podem também ser feitos 
com tiras maleáveis de alumínio, aço, ou materiais plásticos moldados a quente 
como a espuma de polietileno. 
Imobilização por tração contínua: Em certas fraturas, especialmente as de diáfise 
do fêmur e algumas fraturas de diáfise da tíbia ou do úmero inferior pode ser difícil 
ou até impossível manter os fragmentos na posição adequada apenas com gesso ou 
suporte externo. E isto ocorre especialmente quando o plano da fratura é oblíquo ou 
espiral, pois a torção elástica dos músculos tende a levar o fragmento distal para 
cima de maneira a se sobrepor ao fragmento proximal. Em tais casos, a torção dos 
músculos deve ser compensada pela tração contínua sobre o fragmento distal, seja 
por peso ou outro aparelho mecânico (Fig. 8). A tração contínua deste tipo é em 
geral combinada com alguma forma de entalação a fim de se proporcionar suporte 
ao membro contra a deformidade angular em geral, uma férula de Thomas ou uma 
versão modificada no caso de fratura de diáfise femoral, ou uma férula de Braun no 
caso da tíbia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imobilização por fixação externa: Na verdade, a imobilização por gesso ou por tala 
pode ser considerada fixação externa. Convencionalmente, no entanto, o termo 
fixação externa é utilizado para a ancoragem rígida dos fragmentos ósseos a um 
mecanismo externo como uma barra de metal através de pinos fixados aos 
fragmentos proximais e distais de uma fratura de osso longo. Na sua forma mais 
Fig. 8 
simples, a fixação externa pode ser obtida transfixando-se cada fragmento com um 
pino Steinmann e colocando as extremidades protuberantes dos pinos em uma tala 
de gesso. Porém, este método simples raramente é usado, e a fixação é feita 
através de barras ou molduras rígidas às quais pinos de juntas multiaxiais são 
encaixados. Tais sistemas permitem o ajuste da posição dos fragmentos e, se 
necessário, compressão das extremidades ósseas fraturadas, após a aplicação do 
fixador. Atualmente os cirurgiões preferem prender os fragmentos não por 
transfixações repetidas, mas por pinos que são rosqueados no osso apenas de um 
lado (Fig. 9). Dois ou três pinos são colocados, então, em cada fragmento e as 
extremidades protuberantes são encaixadas ou cimentadas a uma forte barra de aço 
localizada logo abaixo da superfície da pele, paralelamente ao osso fraturado (Fig. 
9). A fixação externa tem sua principal aplicação no tratamento de fraturas expostas 
ou infectadas, onde o uso de mecanismos de fiação interna como placas e pregos 
não é recomendado em virtude do risco que representam a promover ou exacerbar a 
infecção. O método também ganhou aceitação para o tratamento de certas fraturas 
fechadas de ossos longos, como alternativa a fixação interna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imobilização por fixação interna: É indicado a fixação interna ou cirúrgica nas 
seguintes circunstâncias: 1) se for impossível manter uma posição aceitável apenas 
com a goteira ou em combinação com a tração em uma fratura fechada; 2) quando é 
necessário operar uma fratura para garantir a redução adequada; 3) para 
proporcionar controle precoce das fraturas do membro quando métodos 
conservadores interfeririam com o tratamento de outras lesões sérias, por exemplo, 
da cabeça, tórax ou abdômen; e 4) como um método de escolha para certas 
Fig. 9 – Diagrama demonstrando o princípio da 
fixação externa. Pinos com roscas prendem cada 
fragmento de maneira muito firme, ancorados à 
barra externa com grampos ou cimento acrílico. 
 
fraturas, a fim de se garantir a imobilização rígida e mobilidade mais imediata do 
paciente. 
7. A fratura exposta exige uma atenção sobre a ferida e também após o 
procedimento cirúrgico. Cite dois cuidados que devem ser tomadas 
durante o tratamento de uma fratura exposta para evitar que o paciente 
corra risco em relação a sua saúde. 
É importante sempre ficar atento para o estado da circulação arterial, de maneira a 
se tomar atitude imediata se aparecerem sinais de isquemia, e esses pacientes 
devem ser observados com atenção para quaisquer sinais que possam indicar 
infecção. A temperatura deve ser controlada sempre, se houverqualquer elevação 
continuada de temperatura deve ser tomada como uma indicação para se examinar 
o ferimento. Quando ocorrer forte contusão muscular, não se deve eliminar a 
possibilidade do desenvolvimento de gangrena gasosa. 
 
8. As complicações podem ocorrer no processo de consolidação de uma 
fratura. Tais complicações podem ser consideradas em dois grupos: 
aquelas que dizem respeito a fratura em si (infecção, consolidação 
retardada, não consolidação, necrose vascular, consolidação viciosa e 
encurtamento); e aquelas atribuídas a lesão associada envolvendo 
outros tecidos. Faça um breve comentário sobre as seguintes 
complicações: 
a) Não consolidação 
Se uma fratura não consolida durante muitos meses, alterações radiológicas 
características indicam um estado provavelmente permanente de não consolidação. 
As extremidades ósseas no foco da fratura se tornam densas e arredondadas, de 
forma que a linha de fratura em si se torna cada vez mais evidente. 
Patologicamente, o processo de consolidação parece ter terminado, e não há 
tentativa de ligar a fratura com o calo. Ao contrário, o espaço entre os ossos está 
preenchido por tecido fibroso. Em alguns casos, uma cavidade pode formar uma 
ponte fibrosa, sugerindo a tentativa de uma articulação falsa (pseudoartrose). 
Alguns fatores podem favorecer a não consolidação como uma infecção óssea; 
suprimento sanguíneo inadequado a um ou ambos os fragmentos; cisalhamento 
excessivo entre os fragmentos; interposição de tecido mole entre os fragmentos; 
perda de aposição entre os fragmentos (inclusive por excesso de tração); dissolução 
do hematoma pelo líquido sinovial (em fraturas intra-articulares); presença de metal 
corrosivo na vizinhança imediata da fratura; destruição de osso, como por um tumor 
(nas fraturas patológicas). Às vezes dois ou mais destes fatores podem atuar 
conjuntamente. Em grau menor, estes mesmos fatores podem ser responsáveis por 
uma consolidação retardada. 
b) Consolidação viciosa 
É aquela consolidação onde os fragmentos estão em uma posição incorreta. Assim, 
os fragmentos podem ter se consolidado com angulação, rotação, perda de 
aposição término-terminal, ou superposição e conseqüente encurtamento. Pode 
ocorrer ainda, em grau menor, em grande número de fraturas, porém, na prática, o 
termo é reservado para casos nos quais a deformidade resultante tem significado 
clínico. A consolidação deve sempre ser evitada por tratamento inicial competente, 
mas há ocasiões em que alguma perda de redução deve ser aceita como inevitável 
apesar de todas as precauções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10 
Fig. 10 
Fig. 11 
Fig. 11 
REFERÊNCIAS 
ADAMS, J.C.; HAMBLEN, D.L. Manual de Fraturas, 10 ed. Livraria Editora Artes 
Medica LTDA, 1994. 
SIMON, R. Robert; SHERMAN, C. Scott. Emergências Ortopédicas. 6 ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2013. 
MOREIRA, B. S. A biomecânica da fratura e o processo de cicatrização. 
Cadernos Unisuam. Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 101-117, jun. 2013.

Continue navegando